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MÓDULO 1 NOÇÕES PRELIMINARES Características da contabilidade gerencial e da contabilidade financeira e suas comparações As informações sobre a posição patrimonial, econômico e financeira das empresas interessam a diversos tipos de usuários com diferentes propósitos. Sendo assim, podemos dividi-los em dois grandes grupos: usuários internos e usuários externos. Os usuários internos são aqueles que ocupam cargos estratégicos, administrativos ou de direção dentro de uma organização e utilizam a informação contábil para estudos e projeções sobre as melhores práticas a serem adotadas pela empresa de modo a possibilitar melhores desempenhos futuros. É então a contabilidade gerencial que atende as necessidades dos usuários internos, que precisam de informações rápidas, detalhadas e customizadas, para os diversos tipos de processos decisórios dentro da empresa. Por outro lado, os usuários externos são aqueles que não estão dentro das empresas e, portanto, apenas acessam suas informações quando divulgadas. E é a contabilidade financeira que atende a esses usuários externos. Podemos citar como componentes desse grupo, o governo, os acionistas que não fazem parte da gestão da empresa, os bancos, os analistas de mercado de capitais entre outros. Mas atenção! Apesar de a contabilidade financeira ter como objetivo elaborar demonstrações contábeis para publicação, nada impede que também sirva aos usuários internos. É o caso, por exemplo, de um gerente de custos (usuário interno), que utiliza as demonstrações contábeis publicadas para entender quais custos afetaram o resultado da empresa no passado e, com base nessas informações, fazer suas projeções para redução de custos no futuro. Assim, enquanto a contabilidade gerencial atende apenas aos usuários internos, a contabilidade financeira pode atender, usuários internos e externos. Sugestão de leitura: https://www.scielo.br/pdf/rcf/v18n44/a02v1844.pdf . Acesso em Jan/2020 Módulo 2 A relação Custo X Volume X Lucro A relação Custo X Volume X Lucro é a relação que o volume de vendas tem com os custos e lucros. A análise do C/V/L é usada para determinar as inter-relações entre diferentes níveis de atividades (vendas), custos, preços de venda e composição de vendas e dos rendimentos. A análise preocupa-se com o efeito sobre rendimentos de uma alteração no volume de vendas, preço de venda, composição de vendas e custos. A análise exige também que os custos fixos e variáveis sejam separados e calculados de modo que todos os custos possam ser divididos simplesmente em fixos e variáveis. Objetivo: Existe uma diferença qualitativa importante entre o longo e o curto prazo, definido da seguinte forma: longo prazo é o planejamento para mudanças e curto prazo é a adaptação às mudanças. No curto prazo a capacidade de saídas de produção da empresa é fixa, assim a sua liberdade de ação é limitada. A relacionamento entre o custo e o volume das saídas auxilia o estabelecimento nas estratégias de preço e também do melhor mix de vendas. A análise Custo/Volume/Lucro da ênfase ao comportamento dos padrões de custo em relação às diferentes saídas de produção, como um guia para selecionar os níveis de lucro e a adoção de uma política apropriada de preço. Então em um modelo de curto prazo, esta análise oferece aos administradores uma visão geral do processo de planejamento. A análise C/V/L reforça, a respeito a distinção entre custos fixos e variáveis. Custos Fixos – São aqueles os quais suas mudanças independem do volume de saídas da produção. Custos variáveis – São aqueles os quais suas mudanças são dependentes diretamente das mudanças nos níveis de atividades. A diferença básica entre a equação do custo/volume/lucro e a equação do Ponto de Equilíbrio é o acréscimo do lucro. A margem de contribuição é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto. É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. A Margem de Contribuição, sem erro, somente é possível no Custeio Variável (Direto), pois nele os Custos Fixos não são apropriados ao produto, e sim são jogadas integralmente no resultado. E isto proporciona uma melhor análise do custo do produto, não incorrendo em problemas de rateio dos custos diretos. Exemplo: Produto “X” Preço de Venda = R$ 20,00 / unidade Custos Fixos = R$ 130.000 por ano Custo Variável = R$ 3,00 / unidade Fabricação com venda integral = 30.000 unid. /Ano, com capacidade para aumentar a produção para 40.000 unid. /Ano. Unidade Vendidas 30.000 unidades 40.000 unidades Total (R$) Unidade (R$) Total (R$) Unidades (R$) Receita Total Custo Variável Margem de Contribuição Custo Fixo Lucro Líquido 600.000,00 90.000,00 510.000,00 130.000,00 380.000,00 20,00 3,00 17,00 4,33 12,67 800.000,00 120.000,00 680.000,00 130.000,00 550.000,00 20,00 3,00 17,00 3,25 13,75 Análise: Com o aumento do Nível de Produção de 30.000 unidades para 40.000 a Margem de Contribuição também aumentou no total, mas manteve-se fixo por unidade. Isto porque, mesmo com o aumento da produção o Custo Variável por unidade permaneceu igual, e não houve alteração no preço de venda. Os custos totais variáveis aumentaram proporcionalmente com o volume das vendas, já o custo variável unitário ficou constante. O custo fixo total é constante para estes níveis de atividade, já os unitários variam conforme muda a quantidade vendida. Quanto maior for o volume vendido, menor será o custo fixo unitário, e quanto menor for, maior será o Lucro Líquido. Para uma empresa ter lucro, a Margem de Contribuição deverá cobrir e exceder os Custos Fixos, caso contrário ela terá prejuízos. Variáveis: custo, receita, volume de saídas e lucro. 1.1.1 Aplicação da Análise Custo/Volume/Lucro Ao planejarem suas estratégias de curto prazo, os gestores de uma organização precisam saber qual será o efeito das mudanças em uma ou mais dessas variáveis, e o efeito dessas mudanças no lucro. O relacionamento entre o custo e o volume das saídas auxilia o estabelecimento nas estratégias de preço e também do melhor mix de vendas. A análise Custo/Volume/Lucro da ênfase ao comportamento dos padrões de custo em relação às diferentes saídas de produção, como um guia para selecionar os níveis de lucro e a adoção de uma política apropriada de preço. Então em um modelo de curto prazo, esta análise oferece aos administradores uma visão geral do processo de planejamento. A reação do custo às influências das diversas variáveis, é imprescindível para a tomada de decisão. A análise C/V/L reforça, a respeito a distinção entre custos fixos e variáveis. Custos Fixos – São aqueles os quais suas mudanças independem do volume de saídas da produção. Custos variáveis – São aqueles os quais suas mudanças são dependentes diretamente das mudanças nos níveis de atividades. 1.1.2 Fatores que Envolvem a Análise do Custo/Volume/Lucro - Preços de Venda (PV) - Volume de Vendas - Custos Variáveis (CV) - Custos Fixos (CF) A proporção Custo X Volume X Lucro Vendas = custos variáveis + custos fixos + lucro A diferença básica entre a equação do custo/volume/lucro e a equação do Ponto de Equilíbrio é o acréscimo do lucro. Ponto de equilíbrio É também denominado de ponto de ruptura “BREAK-EVER-POINT”, e nasce da conjugação dos custos totais com as receitas totais. É o ponto a onde os Custos Totais e as receitas Totais se igualam. A partir deste ponto a empresa entra na área da lucratividade. A análise do Ponto de Equilíbrio é muito importante para a esfera gerencial, os que tomam decisões devem compreender a relação entre o custo de realização dos negócios e a receita gerada pelas vendas da empresa. Esta relação é importante porque, em sua forma mais simples, é a própria definição de Lucro. A análise do Pontode Equilíbrio é fundamental nas decisões referente a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de produtos e para análise das alterações do Preço de Venda conforme o comportamento do mercado. Para a determinação do ponto de Equilíbrio, é necessário definir alguns termos usados: RT = PVunit x quant - Receita Total (RT): É o número, Quantidade (Q) de Unidades Vendidas, multiplicado pelo preço de Venda. - Custo Total (CT): É composto pelos Custos Variáveis (CV) mais os Custos Fixos (CF), isto é CT = CVunit x Quant + CF - Margem de Contribuição (MC): Diferença entre o preço de venda unitário (PVu) menos o custo variável unitário (CVu). - MCT = PV - CV e MC unit = PV unit - CV unit Exemplo: Preço de venda (PV) = R$ 20,00 por unidade Custos variáveis (CV) = R$ 4,00 por unidade Custos fixos (CF) = R$ 130.000,00 por mês Calculo do Ponto de Equilíbrio em quantidade e valor. PEu = 130.000,00 / 20,00 – 4,00 PEu = 8.125 unidades por mês. PE$ = PEu x PVu PE$ = 8.125 unidades x R$ 20,00 PE$ = R$ 162.500,00 por mês Ponto de equilíbrio através da margem de contribuição Este método é usado para determinar o Ponto de Equilíbrio, Lucro ou Prejuízos operacionais a cada nível de produção. Exemplo: - Mesmos valores do Método da Equação - Níveis de produção para 7.500 u/m, 8.125 u/m e 8.850 u/m. Descrição Níveis de Produção Unidades 7.500 8,125 8.850 Receita Total 150.000,00 162.500,00 177.000,00 CDVT 30.000,00 32.500,00 35.400,00 MCT 120.000,00 130.000,00 141.600,00 CDFT 130.000,00 130.000,00 130.000,00 Lucro ou Prejuízo (10.000,00) Zero 11.600,00 Ponto de equilíbrio Contábil - PEC O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) será obtido quando o volume (monetário ou físico) o suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas (MC), ou seja, o ponto a onde não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto a onde a Receita Total é igual ao Custo Total. Ponto de equilíbrio econômico As empresas perseguem a obtenção de lucro e operar no PEC significa ter resultado nulo. O PEE acontece quando existe lucro na empresa e está busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação a taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido. O PEE soma o custo de oportunidade aos custos e despesas fixas e só posteriormente divide pela margem de contribuição unitária. O lucro da atividade da empresa será obtido quando, contabilmente, o resultado seja superior a esse retorno de 2% do mercado financeiro. Este retorno sobre o investimento é também denominado de Custo de Oportunidade. O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio. Ponto de equilíbrio financeiro É representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa fazer frente a seus compromissos (desembolsos) financeiros. Os resultados contábeis e econômicos não coincidem com os financeiros, pois nem todos os custos de fabricação exigem desembolsos. É deduzido os custos não desembolsáveis dos custos e despesas fixas totais e só posteriormente é dividido pela margem de contribuição unitária Como exemplo de despesa não desembolsáveis temos as depreciações, as provisões de créditos não recebíveis entre outros que podem ser classificadas nos Custos Fixos e não exigem contrapartida, uma saída de caixa. Módulo 3 Ponto de equilíbrio Contábil – PEC / Ponto de equilíbrio econômico / Ponto de equilíbrio financeiro Ponto de equilíbrio Contábil – PEC O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) será obtido quando o volume (monetário ou físico) o suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas (MC), ou seja, o ponto a onde não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto a onde a Receita Total é igual ao Custo Total. Ponto de equilíbrio econômico As empresas perseguem a obtenção de lucro e operar no PEC significa ter resultado nulo. O PEE acontece quando existe lucro na empresa e está busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação a taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido. O PEE soma o custo de oportunidade aos custos e despesas fixas e só posteriormente divide pela margem de contribuição unitária. O lucro da atividade da empresa será obtido quando, contabilmente, o resultado seja superior a esse retorno de 2% do mercado financeiro. Este retorno sobre o investimento é também denominado de Custo de Oportunidade. O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio. Ponto de equilíbrio financeiro É representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa fazer frente a seus compromissos (desembolsos) financeiros. Os resultados contábeis e econômicos não coincidem com os financeiros, pois nem todos os custos de fabricação exigem desembolsos. É deduzido os custos não desembolsáveis dos custos e despesas fixas totais e só posteriormente é dividido pela margem de contribuição unitária Como exemplo de despesa não desembolsáveis temos as depreciações, as provisões de créditos não recebíveis entre outros que podem ser classificadas nos Custos Fixos e não exigem contrapartida, uma saída de caixa. Módulo 4 Alavancagem Operacional e Financeira Alavancagem significa obter recursos para investimentos e realização de operações. Esse tipo de operação possibilita a uma empresa, fundo de investimento para se fortalecer numa posição através de capitais de terceiros. Na prática, quem opera alavancado investe mais do que de fato possui. A alavancagem é uma operação muito arriscada, pois só se consegue êxito quando as expectativas efetivamente se confirmam, ou seja, os ganhos obtidos através dos investimentos e aplicações têm de superar os custos do capital obtido. O investidor deve estar muito bem informado para entrar numa posição alavancada. Tipos de alavancagem: São três tipos básicos de alavancagem que pode ser definido no que diz respeito à demonstração de resultado da empresa: - Alavancagem Operacional - Alavancagem Financeira - Alavancagem Total ou Combinada A alavancagem operacional está relacionada com o efeito provocado sobre o LAJIR pelos custos fixos operacionais, em resposta a uma variação no nível de vendas ou da margem de contribuição total. É a capacidade da empresa de tirar proveito dos custos fixos operacionais já existentes para aumentar o LAJIR através do aumento do nível de vendas. O efeito da alavancagem operacional é sentido sobre a rentabilidade operacional (rentabilidade dos ativos). Portanto mantido o valor dos custos fixos operacionais e ocorrendo aumento de vendas, o LAJIR aumentará mais que proporcionalmente, e ocorrendo queda nas vendas, o LAJIR diminuirá, também, em maior proporção. Por isso a empresa tem que ser capaz de gerar margem de contribuição total suficiente para fazer face aos custos fixos operacionais, estes independem do volume de vendas que a empresa vier a alcançar. Portanto, quanto maior for o total dos custos fixos operacionais, maior será o GAO. E quanto maior o potencial de rentabilidade operacional da empresa o grau de risco operacional também será maior. O GAO aumenta quando a empresa se aproxima do seu ponto de equilíbrio, porque o grau de alavancagem operacional está ligado com a análise do ponto de equilíbrio operacional, ou seja, análise do CVL - custo-volume lucro. Por isso a alavancagem operacional é determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu lucro antes dos juros do imposto de renda. GAO = Var. % no LAJIR / Var. % na MCT GAO = MCT / LAJIR GAO = LAJIR / LAIR A alavancagem financeira é a exposição a um determinado mercado de uma instituição ou investidor que utiliza recursos de terceiros para realizar investimentos que seja superior aomontante total dos seus ativos, aplicados na operação em busca de maiores ganhos, assumindo dívidas e aumentando o grau de risco da operação. Relacionada com o efeito provocado sobre o LAIR pelos custos fixos financeiros, e uma variação do LAJIR. Portanto a alavancagem financeira é a capacidade da empresa de tirar proveito dos custos fixos financeiros já existentes para aumentar o LAIR via aumento do LAJIR. O efeito da alavancagem financeira é sentido sobre a rentabilidade dos proprietários (rentabilidade do patrimônio líquido). Mantido o nível de LAJIR, quanto maior for o total dos custos fixos financeiros, maior será a GAF e também maior será o potencial de rentabilidade do patrimônio líquido, porém será maior também o grau de risco financeiro. Portanto a alavancagem financeira é a ação de comprar um ativo sem ter dinheiro em caixa, e quanto maior o grau de alavancagem, maior o risco. GAF = Var. % no LAIR / Var. % no LAJIR A alavancagem total ou alavancagem combinada é o conjunto das alavancagens operacional e financeira. É a capacidade da empresa de tirar proveito da sua estrutura global de custos fixos (operacionais e financeiros) já existentes, objetivando aumentar a rentabilidade dos proprietários através do aumento das vendas. Indica o número de vezes que o LAIR aumentará ou diminuirá caso o volume de vendas aumente ou diminua, respectivamente. Indica, também, o número de vezes que a margem de contribuição total cobre o total dos custos fixos (operacionais somados aos financeiros). Mantido o volume de vendas, quanto maior for o total dos custos fixos (operacionais somados aos financeiros), maior será o GAC e, por conseguinte, maior será o potencial de rentabilidade operacional e/ou dos proprietários; todavia, o risco global também crescerá. GAC = Var. % LAIR / Var. % MCT GAC = MCT / LAIR Exemplo: se existir dentro da estrutura de capital de uma empresa a presença de capital de terceiros que exigem uma remuneração que pode ser chamada de juros. Então devemos compreender e encontrar dentro da demonstração do resultado do exercício: LAJIR = Lucro antes dos juros e imposto de renda LAIR = Lucro antes do imposto de renda LAIR = LAJIR – JUROS. Supondo que uma empresa apresenta um LAJIR = 30.000,00 e possui despesas financeiras (juros) no valor de 10.000,00 o LAIR será igual a 20.000,00 ( 30.000,00 – 10.000,00). Com estes dados em mãos, pode-se encontrar um valor para a Alavancagem Financeira dividindo-se o LAJIR pelo LAIR (LAJIR ÷ LAIR). GAF = GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA GAF = LAJIR ÷ LAIR GAF = 30.000,00 ÷ 20.000,00 GAF = 1,5 Esse grau de alavancagem financeira somente existe devido a presença da remuneração do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, ou seja, um capital que dá origem ao pagamento de juros. Suponha agora que a empresa não apresente endividamento, ou seja, trabalhe com 100% de capital próprio em sua estrutura de capital, assim temos: LAIR = LAJIR – JUROS LAIR = 30.000,00 – 0,00 LAIR = 30.000,00 O GAF será: GAF = LAJIR ÷ LAIR GAF = 30.000,00 ÷ 30.000,00 GAF = 1 Quando o grau de alavancagem financeira igual a 1 representa ausência de capital de terceiros na estrutura de capital referindo-se ao longo prazo. Observe que quanto maior o endividamento permanecendo estática a receita bruta de vendas o GAF tende somente a aumentar, ou seja, o risco financeiro aumenta. Módulo 5 Decisões táticas Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As atividades do porte financeiro têm como base de estudo e análise dados retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia real de seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades. As funções típicas do administrador financeiro são: Análise, planejamento e controle financeiro: Baseia-se em coordenar as atividades e avaliar a condição financeira da empresa, por meio de relatórios financeiros elaborados a partir dos dados contábeis de resultado, analisar a capacidade de produção, tomar decisões estratégicas com relação ao rumo total da empresa, buscar sempre alavancar suas operações, verificar não somente as contas de resultado por competência, mas a situação do fluxo de caixa desenvolver e implementar medidas e projetos com vistas ao crescimento e fluxos de caixa adequados para se obter retorno financeiro tal como oportunidade de aumento dos investimentos para o alcance das metas da empresa. Tomada de decisões de investimento: Consiste na decisão da aplicação dos recursos financeiros em ativos correntes (circulantes) e não correntes (ativo realizável a longo prazo e permanente), o administrador financeiro estuda a situação na busca de níveis desejáveis de ativos circulantes , também é ele quem determina quais ativos permanentes devem ser adquiridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados, busca sempre o equilíbrio e níveis otimizados entre os ativos correntes e não-correntes, observa e decide quando investir, como e quanto, se valerá a pena adquirir um bem ou direito, e sempre evita desperdícios e gastos desnecessários ou de riscos irremediável, e ate mesmo a imobilização dos recursos correntes, com altíssimos gastos com imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e muita depreciação no seu valor, que impossibilitam o funcionamento do fenômeno imprescindível para a empresa, o 'capital de giro'. Como critérios de decisão de investimentos entre projectos mutuamente exclusivos, pode haver conflito entre o VAL (Valor Actual Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Rendibilidade). Estes conflitos devem ser resolvidos usando o critério do VAL. Tomada de decisões de financiamentos: Diz respeito à captação de recursos diversos para o financiamento dos ativos correntes e não correntes, no que tange a todas as atividades e operações da empresa; operações estas que necessitam de capital ou de qualquer outro tipo de recurso necessário para a execução de metas ou planos da empresa. Leva- se sempre em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se tomará emprestado mais do que a empresa é capaz de pagar e de se responsabilizar, seja a curto ou a longo prazo. O administrador financeiro pesquisa fontes de financiamento confiáveis e viáveis, com ênfase no equilíbrio entre juros, benefícios e formas de pagamento. É bem verdade que muitas dessas decisões são feitas ante a necessidade (e até ao certo ponto, ante ao desespero), mas independente da situação de emergência é necessária uma análise e estudo profundo e minucioso dos prós e contras, a fim de se ter segurança e respaldo para decisões como estas. Decisões táticas: comprar x produzir, investir x alugar, decisão sobre substituição de equipamentos: As decisões táticas do tipo comprar ou produzir, investir ou alugar e também sobre o momento em que deve substituir os equipamentos da produção devem buscar respostas na área de custos, porém não serão as únicas. No caso de comprar ou produzir, além da análise sobre a formação do custo de produção e o preço de adquirir o produto pronto, itens como qualidade, durabilidade e garantias devem ser considerados no momento da decisão, uma vez que teremos um produto similar ao nosso, portanto, desconhecendo todo o processo produtivo e ainda a confiabilidade que o cliente depositou em nossa empresa, não poderá ser comprometida (no caso de revendermos um produto similar ao nosso). Podemos analisar o exemplo apontado por Iudícibus (2008,p. 257-8): Certa empresa vende seu produto a $ 469,12 e tem uma demanda garantida de 5009 unidades/mês. Está em dúvida se deve continuar a produzi-lo ou comprar a peça e revender a seu cliente; a opinião do contador neste momento deverá ser ouvida, e assim teremos os seguintes dados para a decisão: Custos de fa Custos de fabricação Custode aquisição Custos de fabricação Custo de aquisição Matéria-prima R$ 1.026.200,00 R$ 2.349.822,00 Fretes R$ 5.009,00 Mão de obra indireta R$ 351.840,00 R$ 293.200,00 Mão de obra direta R$ 1.641.920,00 Outros custos R$ 55.122,00 Total R$ 3.075.082,00 R$ 2.648.031,00 (*) Frete 1,00 por peça • Será a qualidade da peça adquirida comprável com a da peça fabricada? Caso optássemos pela aquisição das peças, teríamos uma redução de $87.960 equivalente à depreciação e aos seguros dos equipamentos não utilizados para fabricaçãoa de tais peças. A princípio, a decisão de adquirir as peças é mais atrativa, porém (conforme já citado), teríamos que avaliar: • Verificar os prazos, de entrega e de fabricação, em relação à necessidade do nosso cliente. Esgotadas todas as possibilidades de comparação produzir x adquirir, cabe tomar a decisão. Em relação à decisão sobre investir ou alugar um equipamento, análises sobre o retorno sobre o investimento, por exemplo, devem ser feitas, afinal de contas, estaremos desembolsando um valor significativo para esta operação; se resolvermos alugar o equipamento, deveremos verificar a cargo de quem ficará a manutenção e, ainda, a possível troca rápida em caso de pane; caso contrário, a produção da empresa será comprometida. Devemos analisar também, que, ao alugarmos o equipamento, teremos um aumento nos custos fixos, podendo, no caso de recessão, ter o nosso lucro reduzido, por aumentar a estrutura da organização. Sobre a decisão no momento mais adequado para a substituição dos equipamentos, além da análise financeira sobre uma aquisição à vista ou a prazo, análises sobre a aceitação do nosso produto no mercado seriam importantes. Também teríamos que nos preocupar com a manutenção preventiva, com o seguro, com o treinamento para os funcionários, enfim, uma gama de análises deverá ser feita, respeitando as necessidades de cada empresa/segmento, tendo sempre em foco a maximização do lucro da organização; portanto, a análise do possível retorno sobre este investimento é imprescindível para a decisão. O exemplo apresentado por Iudícíbus (2003, p.260-3) nos mostra dois métodos que auxiliarão nesta tomada de decisão em substituir um equipamento; são eles: 1ª metodologia da taxa de retorno ajustada no tempo: é a taxa que iguala o valor investido ao valor atual das economias de despesas de desembolso: • utiliza tabelas de valor atual e computa a taxa de retorno ajustada pelo tempo por tentativa e erro (interpolação); • se a taxa assim calculada igualar-se à ou exceder a taxa mínima de retorno desejado, aceitamos a alternativa; caso contrário, não. 2ª metodologia do valor atual líquido: a partir de uma taxa mínima desejada de Retorno, e compara-se com a taxa de retorno ajustada no tempo: • calculamos o valor atual líquido dos fluxos futuros utilizando,como taxa de desconto, a taxa mínima de retorno desejada; • se o valor atual líquido for zero ou positivo, poderemos aceitar o projeto; caso contrário, não. Módulo 6 Custeio ABC O custeio ABC (Activity-Based Costing), também conhecido como Custeio Baseado em Atividades, objetiva minimizar as discrepâncias causadas pela utilização de um rateio arbitrário dos custos indiretos. Porém, o ABC é aplicado também nos custos diretos, especialmente na mão de obra direta, pois não há diferenças significativas com relação aos sistemas de custeio mais tradicionais. A aplicação do ABC envolve cinco passos: identificação de atividades relevantes; atribuição de custos às atividades; identificação e seleção dos direcionadores de custos; atribuição dos custos às atividades; e atribuição dos custos das atividades aos produtos. O Custeio Baseado em Atividades aloca todos os custos indiretos por meio de atividades, uma atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais, tecnológica e financeira para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma cadeia de atividades correlatas, inter-relacionadas. Num departamento são executadas atividades homogêneas, assim, o primeiro passo, para o Custeio Baseado em Atividades, é identificar as atividades relevantes dentro de cada departamento. Pode ocorrer de a empresa já possuir uma estrutura contábil que faça a apropriação de custos por centro de custos, por centro de trabalho, por centros de atividades, o que irá possibilitar adaptações importantes. Pode acontecer inclusive de cada centro de custos desenvolverem uma atividade e, assim, o trabalho já fica bastante facilitado, porém normalmente, isso costuma acontecer mais nos centros de custos de produção. Como o foco principal do Custeio Baseado em atividades são os custos 6 indiretos, e estes estão mais concentrados nos centros de custos de apoio, não é muito comum encontrar-se, nos sistemas de custos, esse nível de detalhamento. É importante observar que para cada atividade deveremos atribuir o respectivo custo e identificar o seu direcionador. Vantagens e desvantagem da aplicação do custeio ABC Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC. Como vantagens podemos ressaltar: • informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio; • adequa-se mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades; • menor necessidade de rateios arbitrários; • atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (similar ao custeio por absorção); • obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos; • proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; • identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos; • identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade; • pode ser empregado em diversos tipos de empresas (industriais, comerciais, de serviços, com ou sem fins lucrativos); • pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade; • pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição; e • possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto. Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens: • gastos elevados para implantação; • alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados; • necessidade de revisão constante; • leva em consideração muitos dados; • informações de difícil extração; • dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa; • necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação; • dificuldade na integração das informações entre departamentos; • falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e acompanhamento; • necessidade de formulação de procedimentos padrões; e • maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las; Como aplicar o Método de Custeio ABC Consideremos este exemplo: Uma fábrica de móveis produz 3 modelos diferentes (A, B e C), para os quais se obteve a seguinte informação referente a um determinado período: 1. Quantidade produzida: Modelo Quantidade A 16 B 8 C 10 2. Consumo de Matérias-primas: A B C Matéria-prima 3.280 unids 2.760 unids 2.820 unids 3. Utilização de MOD: A B C MOD 2.450 Hh 1.850 Hh 1.980 Hh 4. Custos e geradores (cost drivers) das Atividades desenvolvidas no processo de fabrico: Atividade Custos U.O. Custo por atividade de cada modelo A B C Maquinaria 5.340 Hm 60 28 32 Montagem 3.300 Hh 480 240 280 Acabamento 3.060 Quant. PA 16 8 10 Resolução pelo método ABC 1º Identificar as atividades e os respetivos custos: No ponto 4 temos a indicação das 3 atividades desenvolvidas e os custos imputados por atividade. 2º Identificar os Cost drivers(geradores de custo): Após conhecermos as atividades é necessário saber quais os respectivos indutores de custo (cost drivers) para conseguirmos apurar o custo unitário de cada atividade de forma a imputar o seu custo aos diversos modelos produzidos pela empresa. Atividade Maquinaria: Horas máquina = 120 Hm; C. Unitário da Ativ. R$5.340 / 120 Hm = R$44,50/Hm Atividade Montagem: Horas homem = 1.000 Hh; C. Unitário da Ativ. R$ 3.300 / 1.000 Hh =R$ 3,30/Hh Atividade Acabamento: Quantidade produzida = 34 unidades; C. Unit da Atividade: R$ 3.060 / 34 unids =R$ 90/Unid Resumindo, basta acrescentar as duas últimas colunas à informação inicial e temos os Custos indiretos repartidos por atividade: Atividade Custos U.O. Unidade de Custo Custo Total Por ativ. C.Unit. A B C Maquinaria R$ 5.340 Hm 60 28 32 120 R$ 44,50 Montagem R$ 3.300 Hh 480 240 280 1.000 R$ 3,30 Acabamento R$ 3.060 Quant. PA 16 8 10 34 R$ 90,00 3º Imputar os custos das Atividades aos produtos, de acordo com o respectivo custo driver: Produto Modelo A: Atividade Maquinaria: R$ 44,50 x 60 Hm = R$ 2.670 Atividade Montagem: R$ 3,30 x 480 Hh = R$ 1.584 Atividade Acabamento: R$ 90 x 16 unids = R$ 1.440 E repetir o mesmo processo para os restantes produtos. Até imputarmos o custo total das Atividades aos 3 Produtos. 4º Incluir os Custos Diretos de cada produto (MP + MOD) e apurar o Custo Industrial do Produto Acabado (CIPA): X C.Unit. Modelo A Modelo B Modelo C Custeio Q R$ Q R$ Q R$ MP 3.280,00 2.760,00 2.820,00 MOD 2.450,00 1.850,00 1.980,00 Atividades Maquinaria 44,50 60 2.670,00 28 1.246,00 32 1.424,00 Montagem 3,30 480 1.584,00 240 792,00 280 924,00 Acabamento 90,00 16 1.440,00 8 720,00 10 900,00 C. Total 16 11.424,00 8 7.368,00 10 8.048,00 C. Unitário 714,00 921,00 804,80 Módulo 7 Lucro Empresarial e Variações de Preço Análise de custos e decisões táticas Neste tópico será visualizado o impacto da modificação do preço de uma matéria prima no preço final do produto e a melhor tomada de decisão, para voltar a situação anterior. Caso quaisquer uma das variáveis tenha alteração, quais será a melhor situação para a empresa tomar como decisão para não ocorrer mudanças no resultado. Lucro Empresarial e Variações de Preço Talvez seja esta a maneira mais adequada de analisar a redução do valor empresarial pela inflação - Variações de preço em operações - Variações de preço em operações simples: custos originais, custos originais corrigidos e o custo de reposição → o valor que a empresa precisa ter para repor aquele estoque que foi vendido e assim dar continuidade às suas operações. Exemplo: PL em 31.12.x0 ..................$ 100.000,00 Aquisição Mercadorias à vista $ 100.000,00 Índice geral de preço $ 100 (hipotético) Exemplo → Ocorrências. 1º Trim. 31.03.x1 2º Trim. 30.06.x1 Mercadoria não vendida Venda 60% Mercadoria por $ 105.000 Índice geral preço = $ 107 Índice geral preço = $ 116 Hipótese adquirir a mesma Hipótese repor 100% Estoque de mercadoria $ 112.000 Mercadoria $ 125.000 Exemplo → Ocorrências só 2º trim. 30.06x1 1 Apuração da contabilidade a custos históricos ou originais DRE em 31.12.x1: Vendas $ 105.000,00 (-) CMV 60.000,00 (=) Lucro 45.000,00 Exemplo → Ocorrências só 2º trim. 30.06x1 Apuração da contabilidade a custos históricos corrigidos DRE em 31.12.x1 Vendas $ 105.000,00 (-) CMV 69.600,00 (*) (=) Lucro 35.400,00 Está correto? (*) Aquisição das mercadorias foi em 31.12.X0 a $ 100.000,00, e o IGP = $ 100 em 30.06.X1, data da venda, portanto, apuração do CMV, o IGP passou para $ 116: $ 60.000,00 / 100 * 116 = $ 69.600,00 → CMV corrigido. Exemplo → Ocorrências? Apuração da contabilidade a custos de reposição Hipótese, adquirir a mesma. Hipótese, repor 100% estoque de mercadoria $ 112.000 112.000 mercadorias mercadoria $ 125.000 125.000. Ganho nos estoques de $ 12.000 (Mercad. Comprada por $ 100.000 e não vendida) 1º Trim. 31.03.x1 2º Trim. 30.06.x1 Mercadoria não vendida Venda 60% Mercadoria por $ 105.000 Índice geral preço = $ 107 Índice geral preço = $ 116 Hipótese, adquirir a mesma mercadoria $ 112.000 Hipótese, repor 100% estoque de mercadoria $ 125.000 Ganho nos estoques de $ 12.000 (Mercad. Comprada por $ 100.000 e não vendida) Exemplo → Ocorrências - Apuração da contabilidade a custos de reposição 1ºTrim: 31.01.x1 2ºTrim: 30.06.x1 Mercadoria não vendida Venda 60%Mercadoriapor$105.000 Índice geral preço=$107 Índice geral preço=$116 Hipótese, adquirira mesma mercadoria$112.000 Hipótese, repor100%estoquede mercadoria $112.000 mercadoria$125.000 Ganho nos estoques de $12.000(Mercad. Comprada por$100.000enãovendida) Exemplo → Ocorrências só 2º trim. 30.06x1 Apuração da DRE a custos de reposição DRE 31.12.X0 a 31.03.X1 31.03.X1 a 30.06.X1 30.06.X1 Valorização do estoque 12.000 10.000 (3) Vendas 105.000 105.000 (-) CMV 75.000 (1) 75.000 (=) Lucro 30.000 30.000 (+) Ganho realizado de estocagem 15.000 (2) 15.000 (=) Lucro realizado 45.000 45.000 (-) Diminuição das valorizações de estoque 2.000(3) 0 (=) Lucro líquido 12.000 43.000 55.000 ***(1) / (2) e (3) Exemplo → Ocorrências só 2º trim. 30.06x1? Apuração da DRE a custos históricos corrigidos e a custos de reposição DRE 31.12.X0 a 31.03.X1 31.03.X1 a 30.06.X1 30.06.X1 Ganho não realizado 5.420,56 (1) 10.000 (3) Vendas 105.000 105.000 (-) CMV 75.000 (1) 75.000 (=) Lucro 30.000 30.000 (+) Economia de custo realizado 5.400 (2) 5.400 (=) Lucro realizado 35.400 35.400 (-) Diminuição no saldo dos ganhos não realizados 1.820,56(1) 0 (=) Lucro líquido 5.420,56 33.579,44 39.000 Exemplo → Ocorrências só 2º trim. 30.06x1 Quadro comparativo entre os quatro critérios de apuração do lucro: DRE Custos Histórico Custos Histórico Corrigido Custos de Reposição Custos de Reposição corrigido Lucro operacional 45.000 35.400 30.000 30.000 Lucro realizado 45.000 35.400 45.000 35.400 Lucro líquido 45.000 35.400 55.000 39.000 Lucro não realizado 0 0 10.000 3.600 Módulo 8 EVA (Valor Econômico Agregado) Avalia o retorno econômico gerado pela empresa. O índice corresponde ao saldo do Lucro Operacional menos o custo do capital investido na empresa. Um resultado positivo, demonstra que a empresa teve retorno positivo. Caso esse retorno tenha sido negativo, o índice será menor que zero indicando a perda econômica. O EVA foi criado com a finalidade de avaliar se, a cada ano, a empresa está ganhando dinheiro suficiente para pagar o custo real do capital que administra. Se o EVA for negativo, a empresa, naquele ano, está destruindo o capital do acionista. Deste modo, o EVA consiste na diferença entre o lucro líquido operacional da empresa após o imposto de renda e o custo anual total do capital. Formula de cálculo do EVA: EVA = Lucro Operacional - Custo Cap. Invest. Se uma empresa obtiver um EVA positivo seguidamente, ela provavelmente também terá um MVA positivo. E caso a empresa tenha um EVA negativo através dos anos, o seu MVA, com o passar do tempo, também se tornará negativo, pois seus investidores deixarão de investir em uma empresa que não está gerando valor. O EVA é positivo quando o retorno operacional após os impostos supera o custo do capital, havendo desta forma, a criação de riqueza para os acionistas e, caso contrário, ocorre então a destruição desses valores investidos. Empresas com EVA negativo também são comuns no Brasil, o que significa que a maioria está destruindo os valores agregados dos próprios acionistas. A razão pela qual estas empresas não constroem valor, é o Lucro Operacional ser insuficiente para compensar o custo do capital investido. O EVA é um índice financeiro, e não um sistema de gestão. Mede verdadeiramente os lucros e permite aos acionistas einvestidores avaliar com clareza se o capital empregado em determinado negócio está sendo bem aplicado. Portanto, vale considerar que o EVA é uma medida de desempenho interno. Possibilita estabelecer metas gerenciais em diferentes níveis hierárquicos e auxilia os gerentes de cada nível, a desenvolver ações que sejam direcionadas a criação de novos valores, sejam em setores, departamentos ou na organização como um todo. O que muda a forma de gestão da empresa é a GBV (Gestão Baseada no Valor) que revela o resultado da mesma influenciando nas tomadas de decisões. A GVB promove uma mudança de comportamento, onde todos os funcionários passam a participar da criação de riqueza em virtude da possibilidade de uma remuneração variável. EXEMPLO: PPR (Prêmio Participação Resultado) MVA – Valor de Mercado Agregado Pode ser definido como o ágio (prêmio) agregado sobre o Capital empregado na empresa. MVA = Valor de Mercado – Capital Análises estatísticas e pesquisas acadêmicas mostram que EVA é a medida que mais se relaciona com a criação de valor, melhor do que qualquer outra medida de desempenho contábil tradicional. Significa que para criar valor os administradores de uma empresa devem se preocupar com muito mais do que somente reduzir custos e melhorar a eficiência do capital. Eles precisam encontrar meios para entregar valor para os clientes através de produtos inovadores, propaganda bem-sucedida, serviços impecáveis e outros. Embora o MVA seja o melhor indicador do total de riqueza criada, ele não é útil para gestão interna da empresa. As variações diárias do preço da ação iriam levar os empregados a prestar mais atenção às cotações da empresa em bolsa do que na empresa. Na verdade, sem uma ferramenta intermediária, é difícil para os gerentes verem como suas ações podem afetá-lo. O MVA só é possível de ser medido para uma empresa no nível consolidado, sendo de pouca utilidade para as divisões internas da empresa. Exemplo: Quando uma empresa obtém uma taxa de retorno maior do que seu custo de capital, EVA é positivo. Como resposta, o preço da ação sobe, aumentando o valor do negócio e consequentemente o MVA. Do mesmo modo, o preço da ação cai quando a empresa obtém uma taxa de retorno menor do que seu custo de capital. Portanto, intuitivamente, o EVA determina o MVA. Aplicação do EVA na controladoria: - EVA gera foco no gerenciamento de negócios Identificar oportunidades de planejamento estratégico para criar riquezas; - Utilizar EVA para planejamento de capital e orçamento de projetos; - Estabelecer planos de incentivo para executivos baseados em performances; - Avaliar processo de aquisição ou desenvolvimento; - Estabelecer metas de longo prazo
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