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APOSTILA CONT. GERENCIAL TEXTO 2014

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Contabilidade Gerencial / Administração.
APOSTILA DE CONTABILIDADE GERENCIAL-2014
A Contabilidade Gerencial é voltada à Administração da empresa, não se condiciona às imposições legais, tem o objetivo de gerar informações relevantes sobre os Custos Totais obtidos, visando subsidiar o processo de tomada de decisões. Preocupa-se com o que ocorrerá, em função de uma decisão tomada. 
 
	CUSTEIO VARIÁVEL/DIRETO- FLUXOGRAMA
2.1 – SUPOSIÇÕES DA ANÁLISE CUSTO X VOLUME X LUCRO (CVL)�:
A classificação dos custos na contabilidade gerencial diferencia-os em relação aos volumes de produção e vendas, apresentando-os como fixos, que não oscilam no curto prazo em função dos volumes, e variáveis, que oscilam conforme produção e vendas.
Porém, quando analisados na sua forma unitária, o comportamento dos custos sofre alterações. Custos fixos unitários tornam-se inversamente proporcionais aos volumes de produção e vendas, enquanto Custos variáveis unitários tornam-se fixos no curto prazo. A compreensão do efeito decorrente deste comportamento dos gastos pode ser feita com o auxílio da análise gasto, volume e lucro.
Imagine que determinada empresa, apresentada na tabela seguinte, possua vendas iguais a 100 unidades, comercializadas a $ 10,00 cada uma, com Custos fixos iguais a $ 200,00 e Custos variáveis unitários iguais a $ 3,00. Nesta situação descrita como base, o resultado total da empresa seria igual a $ 500,00, com resultado unitário igual a $ 5,00. O Custo variável seria igual a $ 300,00 e o Custo fixo unitário seria igual a $ 2,00.
	Descrição
	 Queda 50
	 Base 100
	Aumento 150
	
	Total
	Unitário
	Total
	Unitário
	Total
	Unitário
	Receitas
	500,00
	10,00
	1.000,00
	10,00
	1.500,00
	10,00
	(-) Custos fixos
	(200,00)
	(4,00)
	(200,00)
	(2,00)
	(200,00)
	(1,33)
	(-) Custos variáveis
	(150,00)
	(3,00)
	(300,00)
	(3,00)
	(450,00)
	(3,00)
	(=) Resultado
	150,00
	3,00
	500,00
	5,00
	850,00
	5,67
Supondo queda e aumento de 50% nas vendas, os efeitos sobre custos e lucros em decorrência das variações de volume seriam interessantes.
Com a queda das vendas, o Custo variável total cai de maneira proporcional, sendo reduzido de $ 300,00 para $ 150,00. Por outro lado, enquanto o Custo variável unitário mantém-se igual a $ 3,00, o Custo fixo unitário eleva-se de $2,00 para $ 4,00 (aumento de 100%). O resultado final total cai 70%, de $ 500,00 para apenas $ 150,00. O resultado unitário registra uma queda de 40% sendo reduzido de $ 5,00 para $ 3,00.
O aumento de 50% das vendas provocaria um aumento igual nos custos variáveis, que seriam elevados de $ 300,00 para $ 450,00. Porém, os custos fixos unitários seriam reduzidos em cerca de 33%, de $ 2,00 para apenas $ 1,33. Os efeitos sobre o resultado indicariam uma elevação de 70% do resultado total (de $ 500,00 para $ 850,00) e 13,64% do resultado unitário (de $ 5,00 para $ 5,67).
As análises de CVL que serão apresentadas a seguir, estão baseadas nas seguintes suposições:
A análise supõe a função linear da receita e do custo
A análise supõe que o preço, o total de custos fixos e os custos variáveis da unidade podem ser precisamente identificados e permanecem constantes ao longo de um intervalo relevante.
A análise supõe que o que é produzido é vendido.
Para a análise de produtos múltiplos (mix), supõe-se que a combinação de vendas seja conhecida.
Supõe-se que os preços de venda e os custos sejam conhecidos com certeza.
2.2 – PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO:
	O lucro operacional de uma empresa começa a nascer a partir do momento que o custo total (fixo e marginal) estiver coberto pelas receitas de vendas. Isto é, quando a receita total começa a superar o custo total.
	A separação e a classificação volumétrica dos gastos permitem obter o ponto de equilíbrio do negócio, representado pelo volume mínimo de operações que possibilita a cobertura dos gastos. Existem diferentes conceitos de ponto de equilíbrio, como o ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico.
	O ponto de equilíbrio contábil representa o volume de vendas ou faturamento que determinado empreendimento precisa obter para cobrir todos os seus custos. No ponto de equilíbrio contábil o lucro é nulo. Matematicamente, pode-se apresentar a seguinte equação:
	Receita total – Custos Totais = 0
	Como a Receita total é igual ao Preço multiplicado pela Quantidade e os Custos totais são iguais ao custo Fixo mais o custo Variável Unitário multiplicado pela quantidade, a equação anterior pode ser reescrita da seguinte forma:
	(Preço – Custo Variável Unitário) x Quantidade – Custo Fixo = 0
	Assim, a Quantidade a ser produzida e comercializada para um lucro nulo, ou Ponto de Equilíbrio Contábil em Quantidade (PECq), pode ser apresentada por meio da seguinte equação:
	PECq =
	Custo Fixo
Preço – Custo Variável Unitário
	Caso se deseje obter o Ponto de Equilíbrio Contábil expresso em unidades monetárias (PEC$), basta multiplicar o resultado anterior pelo preço:
	PEC$ = PECq x Preço
	
A representação gráfica do Ponto de Equilíbrio Contábil é a seguinte:
�
Na prática�, suponha que você tenha sido questionado sobre quantas unidades devem ser vendidas para se atingir o ponto de equilíbrio, ou obter um lucro zero. Você responde essa questão ao estabelecer o lucro operacional em zero e em seguida resolvendo a equação do resultado operacional para se obter o número de unidades.
Suponha que a Empresa Mais Energia fabrique uma variedade de ferramentas elétricas. A fábrica em Passos está voltada para a produção de lixadeiras. Para o ano vindouro, o controller preparou a seguinte demonstração de resultado projetada:
	Vendas (72.500 unidades a $ 40,)	$ 2.900.000,
	(-) Custos e Despesas Variáveis	$ 1.740.000,
	(=) Lucro Marginal/MC		$ 1.160.000,
	(-) Custos e Despesas Fixas		$ 800.000,
	(=) Resultado Operacional		$ 360.000,
Vemos que, para a Empresa Mais Energia, o preço por unidade é $ 40 e o custo variável unitário é $ 24 ($1.740.000 ÷ 72.500 unidades). O custo fixo é $ 800.000. portanto, teríamos o seguinte:
	(Preço – Custo Variável Unitário) x Quantidade – Custo Fixo = 0
	($ 40 - $ 24) x Quantidade – $ 800.000 = 0
	($ 16) x Quantidade - $ 800.000 = 0
	Quantidade = 50.000 unidades
Assim, a empresa precisa vender 50.000 lixadeiras para cobrir todos os custos e as despesas fixas e variáveis. Uma boa maneira para verificar essa resposta é formular uma demonstração de resultado baseada em 50.000 unidades vendidas.
	
 Vendas (50.000 unidades a $ 40)	$ 2.000.000
	(-) Custos e Despesas variáveis	$ 1.200.000
	(=) Lucro Marginal/MC		$ 800.000
	(-) Custos e Despesas Fixas		$ 800.000
	(=) Resultado Operacional		$ 0
Uma vantagem importante da abordagem do resultado operacional é que todas as outras equações CVL são derivadas da demonstração de resultado do Custeio Variável. Em conseqüência, pode-se resolver qualquer problema CVL usando essa abordagem.
Abordagem da Margem de Contribuição:
No ponto de equilíbrio contábil, reconhece-se que o total da margem de contribuição é igual às despesas fixas. A Margem de Contribuição (MC) (ou Lucro Marginal), é a receita de vendas menos o total de custos variável. Se substituirmos a margem de contribuição da unidade por preço de vendas menos o custo variável da unidade na equação do resultado operacional, obteremos a seguinte expressão do ponto de equilíbrio:
	PECq =
	Custo Fixo
Margem de Contribuição Unitária
Usando o exemplo anterior temos que a Margem de Contribuição é $ 16,00 ($ 40,00 - $ 24,00). Desta forma, temos como cálculo do ponto de equilíbrio:
	Quantidade = Custos Fixos ÷ Margem de Contribuição
	Quantidade = $ 800.000 ÷ $16
	Quantidade = 50.000 unidadesA Margem de Contribuição representa o valor que, a partir do Ponto de Equilíbrio, cada unidade contribui para a formação do Lucro da empresa.
2.3 – ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E INCERTEZA:
	A Análise de Sensibilidade é uma técnica de simulação que examina o quanto um resultado será alterado se os dados da previsão inicial não forem obtidos ou se alguma suposição fundamental for alterada. Num contexto de CVL, a análise de sensibilidade responde a questões do tipo: Qual será o lucro operacional se o nível de atividade for 5% menor que o previsto? e: Qual será o lucro operacional se os custos variáveis por unidade aumentarem 10%? A sensibilidade para diversos possíveis resultados amplia as perspectivas dos gerentes para o que poderia de fato ocorrer, apesar de seus planos terem sido bem estabelecidos.
	Um aspecto da análise de sensibilidade é a Margem de Segurança (MS), que é o excesso das receitas orçadas sobre o ponto de equilíbrio da receita. A margem de segurança é a resposta para questões do tipo: Se as receitas orçadas estiverem acima do ponto de equilíbrio e caírem, o quanto elas podem ficar abaixo do orçado antes de atingir o ponto de equilíbrio? Tal queda poderia estar relacionada a um competidor que tenha um melhor produto, a marketing malfeito etc.
	
Algebricamente, pode ser expressa como Margem de Segurança em Quantidade, em Unidades Monetárias ou em Percentual. Veja a seguir:
	Margem de segurança (em q) = vendas (em q) – ponto de equilíbrio (em q)
	Margem de segurança (em $) = vendas (em $) – ponto de equilíbrio (em $)
	Margem de segurança (em %) = vendas (em $) – ponto de equilíbrio (em $)
 Vendas (em $)
	Considerando o nosso exemplo da Empresa Mais Energia, temos:
Margem de segurança (em q) = vendas (em q) – ponto de equilíbrio (em q)
Margem de segurança (em q) = 72.500 – 50.000
Margem de segurança (em q) = 22.500 unidades
Margem de segurança (em $) = vendas (em $) – ponto de equilíbrio (em $)
Margem de segurança (em $) = 2.900.000 – 2.000.000
Margem de segurança (em $) = $ 900.000
Margem de segurança (em %) = vendas (em $) – ponto de equilíbrio (em $)
 Vendas (em $)
Margem de segurança (em %) = 2.900.000 – 2.000.000
 2.900.000
Margem de segurança (em %) = 31,03 %
2.4 – PLANEJAMENTO DE CUSTOS E O CVL�:
	A análise de sensibilidade evidencia os riscos a que uma estrutura de custo expõe uma organização. Isto pode levar gestores a considerar diversas estruturas de custo. A análise de CVL auxilia os gestores nesta tarefa. Considere a empresa Mary Frost que irá expor e vender softwares em uma feira e que teve, como custo de aquisição, $ 120 por cada unidade do produto que pretende vender por $ 200.
	Para ter seu stand, a Mary Frost recebeu as seguintes propostas de aluguel de espaço pelos organizadores do evento:
Opção 1: $ 2.000 como uma taxa fixa;
Opção 2: $ 1.400 fixos, mais 5% das receitas de venda obtidas na convenção;
Opção 3: 20% das receitas de venda obtidas na convenção sem nenhuma parte fixa.
Frost está interessada em saber como sua escolha de contrato de aluguel afetará o risco que ela tem de enfrentar.
Opção 1: apresenta um custo fixo de $ 2.000 e um ponto de equilíbrio de 25 unidades. Esta opção propicia $ 80 adicionais ao lucro por cada unidade vendida acima das 25 unidades.
Opção 2: apresenta um menor custo fixo de $ 1.400 e ponto de equilíbrio de 20 unidades. Há, no entanto, somente $ 70 adicionais ao lucro para cada unidade vendida acima das 20 unidades
Opção 3: não acarreta custos fixos. Frost obtém $ 40 adicionais de lucro a cada unidade vendida. Estes $ 40 adicionais de lucro operacional iniciam-se desde a primeira unidade vendida. Esta opção possibilita a Frost não ter lucro nem prejuízo se nenhuma unidade for vendida.
A Análise de CVL evidencia os diversos riscos e diferentes retornos relacionados com cada opção. Por exemplo, enquanto a opção 1 possui maior risco (um pagamento fixo e antecipado de $ 2.000), ela também possui a maior margem de contribuição por unidade. Esta margem de contribuição de $ 80 por unidade se transforma em alto potencial se Frost for capaz de realizar vendas acima de 25 unidades. Mudando da opção 1 para a opção 2, Frost se depara com menos risco (menor custo fixo) se a demanda for baixa. Por outro lado, ela será obrigada a aceitar um potencial de lucro menor se a demanda for alta (por causa dos elevados custos variáveis). A escolha entre as opções 1, 2 e 3 será influenciada por sua confiança no nível de demanda pelo software e por sua disposição em arriscar.
2.5 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM BRUTA:
	Considerando os conceitos de Margem de Contribuição e Margem Bruta, temos:
	Margem de Contribuição = Receitas – Todos os custos que variam com relação ao nível de atividade
	Margem Bruta = Receitas – Custo das Mercadorias Vendidas
A frase “todos os custos que variam” refere-se aos custos variáveis em cada atividade da cadeia de valor. O custo das mercadorias vendidas no setor comercial é composto das mercadorias compradas para venda. O custo das mercadorias vendidas no setor produtivo consiste em todos os gastos ligados à produção (incluindo os custos fixos de produção).
As empresas do setor de serviços podem calcular a margem de contribuição mas não a margem bruta. Estas empresas não têm o item custo das mercadorias vendidas na demonstração de resultado.
2.6 – RESULTADO-ALVO:
	A análise de CVL nos dá uma maneira de determinar quantas unidades precisam ser vendidas para se obter um resultado-alvo específico. O resultado operacional-alvo pode ser expresso como um montante de unidades monetárias (por exemplo, $ 20.000) ou como uma porcentagem de receita de vendas (por exemplo, 15% das receitas). Tanto a abordagem do resultado operacional quanto a da margem de contribuição podem ser facilmente ajustadas para permitir o resultado-alvo.
Resultado-Alvo como Montante de Unidades Monetárias:
	Voltando ao exemplo da Empresa Mais Energia, suponha que esta queira obter um resultado operacional de $ 424.000, antes do imposto de renda. Quantas lixadeiras precisam ser vendidas para atingir esse resultado? 
(Preço – Custo Variável Unitário) x Quantidade – Custo Fixo = Resultado
($ 40 - $ 24) x Quantidade – $ 800.000 = $ 424.000
($ 16) x Quantidade = $ 1.224.000
Quantidade = 76.500 unidades
Utilizando-se o conceito de Margem de Contribuição, ou seja quanto de lucro a mais é obtido além do ponto de equilíbrio, tem-se:
Quantidade = (Lucro a ser obtido ÷ Margem de Contribuição) + PECq
Quantidade = ($ 424.000 ÷ $ 16) + 50.000
	Quantidade = 26.500 + 50.000
	Quantidade = 76.500 unidades
Resultado-Alvo como uma Porcentagem da Receita de Vendas:
	Suponha que a empresa queira saber o número de lixadeiras que devem ser vendidas para poder obter um lucro igual a 15% da receita de vendas. A receita de vendas é o preço multiplicado pela quantidade vendida. Assim, o resultado operacional-alvo é 15% do preço vezes a quantidade. Temos, então:
	Resultado = (Preço – Custo Variável Unitário) x Quantidade – Custo Fixo
0,15 x ($ 40 x Quantidade) = ($ 40 - $ 24) x Quantidade – $ 800.000
$ 6 x Quantidade = $ 16 x Quantidade - $ 800.000
$ 10 x Quantidade = $ 800.000
Quantidade = 80.000 unidades
Para conferência do resultado temos que a receita será de $ 3.200.000 (80.000 x $ 40) e o lucro antes do imposto de renda será de $ 480.000 (30.000 x $ 16), ou seja, 15% da receita ($ 480.000 ÷ $ 3.200.000). 
2.7 – O PAPEL DO IMPOSTO DE RENDA:
Ao calcular o ponto de equilíbrio, os impostos de renda não têm qualquer função, visto que são pagos sobre o lucro, que nesta situação é nulo. No entanto, quando a empresa precisa saber quantasunidades precisa vender para obter um resultado líquido específico, alguma consideração adicional é necessária. Lembre-se que o resultado líquido é o resultado operacional após os impostos de renda e que nosso número de resultado-alvo foi expresso antes do imposto de renda. Por isso, quando o resultado-alvo é expresso como resultado líquido, devemos adicionar novamente os impostos para obter se obter o resultado-alvo operacional.
Em geral, os impostos são computados como uma porcentagem do lucro ou renda. O lucro após o imposto é computado subtraindo o imposto do resultado operacional (ou lucro antes do impostos)
	Resultado Líquido = Resultado Operacional – Impostos
Resultado Líquido = Resultado Operacional – (alíquota imposto x Resultado Operac.)
Resultado Líquido = Resultado Operacional (1 – Alíquota do Imposto)
Ou,
	Resultado Operacional = Resultado Líquido
 (1 – Alíquota do Imposto
	Suponha que a empresa Mais Energia queira atingir um resultado operacional Líquido de $ 487.500 e sua alíquota de imposto seja 35%. Para converter o resultado-alvo líquido para Resultado-alvo operacional, temos:
	Resultado Operacional = Resultado Líquido ÷ (1 – Alíquota do Imposto)
	Resultado Operacional = $ 487.500 ÷ (1 – 0,35)
	Resultado Operacional = $ 487.500 ÷ 0,65
	Resultado Operacional = $750.000
	Com essa conversão, podemos calcular o número de unidades a serem vendidas:
	Quantidade = (Lucro a ser obtido ÷ Margem de Contribuição) + PECq
Quantidade = ($ 750.000 ÷ $ 16) + 50.000
		Quantidade = 46.875 + 50.000
		Quantidade = 96.875 unidades
	Verificando:
	Vendas (96.875 unidades a $ 40)	$ 3.875.000
	(-) Despesas variáveis			$ 2.325.000
	(=) Lucro Marginal			$ 1.550.000
	(-) Despesas Fixas			$ 800.000
	(=) Resultado Operacional		$ 750.000
	(-) Impostos (35%)			$ 262.500
	(=) Lucro Líquido			$ 487.500,
EXERCÍCIOS:
1. Ponto de Equilíbrio, Resultado-Alvo, Margem de Segurança, Imposto de Renda. O lucro projetado da Empresa Cutlass para o ano é o seguinte:
					 Total		Por Unidade
Vendas			 $ 200.000,		 $ 20,
(-) Custos e Desp. Variáveis	($ 120.000,)		($ 12,
(=) Margem de Contribuição	 $ 80.000,		 $ 8,
(-) Custos e Desp. Fixas	($ 64.000,)
(=) Resultado Operacional	 $ 16.000,
Pede-se: 
Compute o ponto de equilíbrio contábil (unidade e valor); 
Quantas unidades devem ser vendidas para ser obter um lucro de $ 30.000,?;
Compute o índice de margem de contribuição. Usando esse índice, compute o lucro adicional que a Cutlass ganharia se as vendas fossem $ 25.000 a mais que o esperado.
Suponha que a Cutlass queira obter um resultado operacional igual a 20% da receita de vendas. Quantas unidades devem ser vendidas para esses objetivos serem realizados? Prepare uma demonstração de resultado para evidenciar sua resposta.
Para o nível projetado de vendas compute a margem de segurança( quantidade, porcentagem e valor); e 
A alíquota de imposto de renda da Cutlass é de 30%. Calcule o resultado Líquido da empresa supondo que ela obteve uma receita de $ 280.000. Comprove seu resultado.
3.0 - GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO)
A relação risco e retorno entre as estruturas de custo pode ser medida como AO. A AO descreve os efeitos que os custos fixos têm no lucro das operações à medida que as mudanças ocorrem nas unidades vendidas e, consequentemente, na margem de contribuição. As organizações com altas proporções de custos fixos em suas estruturas de custo, como no caso da Opção 1, têm alta AO. Significa que pequenos aumentos nas vendas levam a grandes aumentos no lucro operacional. Já pequenas quedas nas vendas resultam em quedas relativamente grandes no lucro operacional, levando a um risco maior de prejuízo operacional. Em qualquer nível de vendas, o grau de alavancagem operacional (GAO) é igual à margem de contribuição dividida pelo lucro operacional. 
Exemplo: Maria das Neves planeja vender o software Faça Tudo – um pacote de software para escritórios residenciais – em uma convenção de informática com duração de dois dias, no Canadá. Maria pode comprá-lo de um varejista de software a $120, o pacote e vender cada unidade a $200, com o privilégio de poder devolver os não vendidos e receber um reembolso de $120, por pacote. Ela já pagou $2.000, para a convenção de Informática Ltda., pelo aluguel do estande. Suponha que não haja outros custos. Quais serão os lucros da Maria por quantidades diferentes dos pacotes vendidos? 
O custo de $2.000, pelo aluguel do estande é um custo fixo por não se alterar em razão do número de pacotes que Maria vier a vender. O custo do pacote é variável porque ele aumenta na proporção do número de unidades vendidas. Para cada unidade, Maria incorre um custo de $120, para comprá-lo. Se Maria vender cinco pacotes, os custos variáveis de compra serão de $600, ($120, x 5). 
Maria pode usar a análise CVL para examinar mudanças no lucro operacional como resultado da venda de quantidades diferentes de pacotes. Se Maria vender cinco pacotes, ela receberá a receita de $1.000, ($200, x 5), incorrerá custos variáveis de $600, ($120, x 5), incorrerá custos fixos de $2.000 e registrará um prejuízo operacional de $1.600, ($1.000 – 600 – 2.000). Maria estima que possa vender 40 pacotes no período, sendo assim, ela receberá a receita de $8.000, ($200, x 40 pacotes), incorrerá em custos variáveis de $4.800, ($120, x 40 pacotes), incorrerá os mesmos custos fixos de $2.000, e registrará um lucro operacional de $1.200, ($8.000 – 4.800, - 2.000,). 
Nesse sentido, a tabela seguinte apresenta o GAO nas vendas de 40 unidades: 
						 R$	 
1. Margem de Contrib. Unitária (200,- 120,) 		 80,00	
2. Margem de Contribuição (RT 8.000 – CV 120, x 40=4.800,) 3.200,00	
3. Custos Fixos 				 2.000,00	 
4. Lucro Operacional				 1.200,00	
5. Grau de Alavancagem Operacional 	R$3.200, =2,7 
						R$1.200,	
Esses números indicam que, quando as vendas são de 40 unidades, uma mudança porcentual nas vendas e na MC resultará em 2,7 vezes a mudança porcentual no lucro operacional. Isto significa que o GAO em determinado nível de vendas ajuda os administradores a calcular o efeito das flutuações nas vendas sobre o lucro operacional. 
	4.0 – FORMAÇÃO DE PREÇOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
	Um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixação dos preços dos produtos e serviços comercializados. Para alguns autores, essa atividade consistiria na verdadeira arte do negócio. O sucesso empresarial poderia até não ser consequência direta da decisão acerca dos preços. Todavia, um preço equivocado de um produto ou serviço certamente causará sua ruína. 
Em relação ao processo de formação de preços, alguns dos principais objetivos podem ser apresentados: 
. proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consistiria em uma entidade que deveria buscar sua perpetuidade. Políticas de preços de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros, devem ser utilizadas somente em condições especiais; 
. permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não apenas o faturamento deveria ser aumentado, mas também os lucros das vendas. Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc.;
. maximizar a capacidade produtiva, evitando a ociosidade e desperdícios operacionais: os preços devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes – preços baixos podem ocasionar elevação de vendas e a não-capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Por outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção e de pessoal; 
 . maximizaro capital empregado para perpetuar os negócios de modo auto-sustentado: o retorno do capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado. 
Três processos distintos podem ser empregados na definição de preços e costumam basear-se nos custos, no consumidor ou na concorrência. Opta-se neste trabalho, destacar alguns processos de definição de preços baseados nos custos, que buscam de alguma forma, adicionar algum valor aos custos. Por exemplo, empresas construtoras apresentam propostas de serviços, estimando o custo total do projeto e adicionando uma margem de lucro. 
Diversas razões poderiam ser apresentadas como justificativas ao emprego do método de definição de preços com base nos custos: simplicidade – ajustando preços a custos, não é necessário preocupar-se com ajustes em função da demanda; segurança – vendedores são mais seguros quanto a custos incorridos do que a aspectos relativos à demanda e ao mercado consumidor; justiça – muitos acreditam que o preço acima dos custos é mais justo tanto para os consumidores, quanto para vendedores, que obtêm retorno justo por seus investimentos, sem tirar vantagens do mercado quando ocorrem elevações da demanda. 
Um processo de tomada de decisão em que os custos exercem papel fundamental é representado pela formação dos preços dos produtos que serão vendidos ou comercializados. 
 Além dos custos, o processo de formação de preços está ligado às condições do mercado, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido. Sendo assim, o cálculo do preço de venda deve chegar a um valor que permita trazer à empresa a maximização dos lucros, ser possível manter a qualidade, atender aos anseios do mercado àquele preço determinado e melhor aproveitar os níveis de produção. 
 As condições que conduzem à formação dos preços podem ser mencionadas por meio das seguintes características:
Forma-se um preço-base; 	
Critica-se o preço-base à luz das características existentes do mercado, como preço dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade, aspectos promocionais etc.;
Testa-se o preço às condições do mercado, considerando-se as relações custo-volume-lucro, além de aspectos econômicos e financeiros;
Fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas para atender a volumes diferentes, prazos não uniformes de financiamento de vendas, descontos cada condição. 
 A formação de preços deve ser capaz de considerar a qualidade do produto em relação às necessidades do consumidor, a existência de produtos substitutos a preços mais competitivos, a demanda esperada do produto, o mercado de atuação do produto, o controle de preços imposto pelo governo, os níveis de produção e vendas que se pretende ou podem ser operados e os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto. 	
 
4.1 - FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE NOS CUSTOS: ALGUMAS PROPOSTAS 
4.1.1 – Preços com base no custo pleno 
Nesse método, os preços são estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais – custos totais de produção, acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada; 
 4.1.2 – Preços com base na taxa de retorno exigida sobre o capital investido
	O emprego deste método permite estimar o preço, com base em taxa predeterminada de lucro sobre o capital investido; 
4.1.3 – Preços com base no mark-up
	Para se chegar ao preço praticado, muitas vezes pode-se empregar o mark-up, do inglês marca acima, índice que, aplicado sobre os gastos de determinado bem ou serviço, permite a obtenção do preço de venda. 
EXERCÍCIOS:
COMPRAR X FAZER A Empresa “ Eletronizada ” fabrica sua própria engrenagem que faz parte de um produto eletrônico Motriz nas suas instalações no Rio de Janeiro. Hoje, a empresa está fabricando 7.000 unidades com os seguintes custos unitários: Matéria-primaR$6,00; Mão-de-obra R$12,00; Custos Indiretos de fabricação R$8,00. 
Uma indústria no Paraná fez uma oferta de venda à Super Chip, na qual a engrenagem seria vendida por R$25,00 cada. A Diretoria da Super Chip, junto com a área de Controladoria, analisou a transação e descobriu as situações: 
Custos adicionais de R$3,00/unidade para inspecionar as peças vindas do Paraná.
Que se deixar de fabricar a engrenagem, poderá utilizar as instalações para produzir outra peça que será vendida no Rio Grande do Sul, conseguindo uma contribuição adicional de R$17,00 por unidade.
Pede-se calcular e analisar qual deve ser a decisão da empresa em relação à transação: 
a) comprar; ou b) fabricar. Justificar a resposta.
PRECIFICAÇÃO
A empresa Girafa S/A comercializa artigos esportivos. Ela deseja obter um lucro igual a 18% do preço de venda. Considere as seguintes informações: custo de aquisição das roupas R$500,00; ICMS de 18%; Comissão de vendas de 2% e despesas fixas de 12%. Sendo assim, qual o preço de venda deve ser praticado, com base no Custo de aquisição. 
Matéria-Prima
Mão-de-Obra
Direta
Energia (parte)
Custo
Variáveis
Mão-de-Obra
Indireta
Depreciação
Aluguel
Energia (parte)
Custo
Fixos
 
 Despesas
Administrativas
Fixos
 Despesas
 de 
 Vendas
Variáveis
Fixos
 Despesas
 de 
 Vendas
Produção em Andamento
Estoque de Produtos Acabados
( Pela Venda )
Custos e Despesas do Período
Vendas
(-) Desp. Var. Vendas
RESULTADO
(-) CPV
(=) Margem do Contr.
(-) C.F. de Produção
(-) Desp. Administrat.
(-) Desp. Fixa Vendas.
(=) Resultado Líquido.
Custos de 
Produto
Despesas de Administração 
e vendas
Custos 
de 
Produção
Quantidade
Custos Fixos
Receitas Totais
Custos Totais
Ponto de Equilíbrio
Custos Variáveis
$
PEC$
PECq
� BRUNI, A. L. A administração de custos, preços e lucros. São Paulo: Atlas, 2006.
� HANSEN, D.R.; WOWEN, M.M. Gestão de Custos: contabilidade e controle. São Paulo: Thomson, 2003.
� HONGREN. C.T. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
Profª Claudia Basílio e JR
 
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