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r d Eduardo Magalhães Os Músculos e Suas Ações O manual do movimento Sobre o autor Eduardo de Macedo Magalhães ü Atuação Profissional PERSONAL TRAINER (2011 - ...) Professor de musculação na Fibratech Academia (2011 - ...) Coordenador do FIBRATECH COLLEGE(2015 - ...) Grupo de Corrida (2011 - 2015) Bike Indoor (2011 - 2014) Grupo de Terceira Idade (2011 – 2013) ü Formação Especialista em Ciências do Treinamento Desportivo – UFJF(2015) Especialista em Atividade Física em Saúde e Reabilitação Cardíaca - UFJF(2013) Bacharel em Educação Física - UFJF(2011) Monitor da Disciplina Cinesiologia FAEFID - UFJF(2009) ü Cursos Complementares Curso de especialização em movimento - Método K-3D(2015) Curso de “Conceitos Básicos da Metodologia Crossfit”(2014) Formação do “Programa Esporte e Lazer da Cidade(PELC) – Modulo Avaliação I (2014) Curso de “Treinamento técnico e funcional para acelerar a sua corrida”(2013) Formação do “Programa Esporte e Lazer da Cidade(PELC) – Modulo Introdutório (2013) CREF 20069/g-mg Agradecimentos Gostaria de agradecer a minha esposa, a meus amigos e a minha família; sem vocês nada disso seria possível. "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer." Sumário PARTE I Capítulo I– Anatomia básica dos músculos.........................................................................10 A. INTRODUÇÃO..........................................................................................................11 B. FÁSCIA MUSCULAR...............................................................................................11 C. TENDÕES...................................................................................................................12 D. LIGAMENTOS...........................................................................................................12 E. AÇÃO MUSCULAR..................................................................................................13 F. TIPOS DE MOVIMENTO..........................................................................................13 G. PLANOS E EIXOS.....................................................................................................13 Referências........................................................................................................................14 Capítulo II – Conceitos básicos de Cinesiologia e Biomecânica.........................................17 A. ALAVANCA..............................................................................................................18 B. BRAÇO DE MOMENTO...........................................................................................18 C. VANTAGEM MECÂNICA.......................................................................................19 D. TIPOS DE RESISTÊNCIA.........................................................................................20 E. TIPOS DE CONTRAÇÃO..........................................................................................21 F. ATIVAÇÃO MUSCULAR.........................................................................................22 G. INSUFICIENCIA ATIVA E PASSIVA DOS MÚSCULOS......................................22 Referências..........................................................................................................................24 Capítulo III – ARTICULAÇÕESSINOVIAIS......................................................................25 PARTE II Capítulo IV– COMPLEXO DO OMBRO............................................................................31 Referências............................................................................................................................53 Capítulo V– COMPLEXO DO COTOVELO......................................................................54 Referências............................................................................................................................62 Capítulo VI – COMPLEXO DO PUNHO E DA MÃO.......................................................63 Referências............................................................................................................................70 Capítulo VII – COMPLEXO DO QUADRIL......................................................................71 Referências.............................................................................................................................87 Capítulo VIII – COMPLEXO DO JOELHO.......................................................................88 Referências............................................................................................................................98 Capítulo IX – COMPLEXO DO TORNOZELO E DO PÉ...................................................99 Referências............................................................................................................................106 Capítulo X – COMPLEXO DO TRONCO..........................................................................107 Referências............................................................................................................................117 Referências............................................................................................................................118 QUADROS DOS MOVIMENTOS Quadro I – A relação da relação dos movimentos do úmero- escápula....................................50 Quadro II – Ação dos músculos nos movimentos da escápula no plano horizontal...............51 Quadro III– A relação dos músculos da articulação escapulo-torácica e suas ações.............51 Quadro IV – A relação dos músculos da articulação gleno-umeral e suas ações....................52 Quadro V – A relação dos músculos da articulação do cotovelo e radioulnar........................61 Quadro VI – A relação dos músculos da articulação do punho e suas ações...........................70 Quadro VII – A relação dos músculos da articulação do quadril e suas ações.......................86 Quadro VIII – A relação dos músculos da pelve com seus movimentos e planos....................87 Quadro IX – A relação dos músculos da articulação do joelho e suas ações............................99 Quadro X – A relação dos músculos da articulação do tornozelo e suas ações......................105 Quadro XI – A relação dos músculos da coluna cervical e suas ações....................................116 Quadro XII – A relação dos músculos da coluna torácica e lombar e suas ações.................116 PREFÁCIO Desde que formamos e trabalhamos com musculação todos os dias surge aquela dúvida: “quais são mesmo os movimentos que determinado músculo realiza?” e por mais habilidoso e dedicado que nos tornamos, sempre surge aquele movimento que não lembramos. E este movimento pode ser fundamental na hora da prescrição dos exercícios. Prescrever da forma no qual iremos atender as necessidades de nossos alunos é fundamental. Todo conhecimento é importante para que tenhamos resultados satisfatórios, seja nos ganhos de hipertrofia, na correção dos movimentos indesejados, na melhora da postura e na melhora desconforto do dia a dia do seu aluno. Com este manual, você poderá consultar a hora que quiser as ações musculares para que você consiga prescrever os exercícios da melhor maneira possível, bons estudos, boas consultas! Eduardo Magalhães Especialista em Educação FísicaCapítulo I – Anatomia Básica dos Músculos A – Introdução As células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento, e se unem em feixes para formar músculos que se encontram fixados pelas suas extremidades. Define-se músculo então por estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração. No aparelho locomotor temos os ossos(elementos passivos do movimento), as articulações(eixo do movimento) e os músculos(que são elementos ativos do movimento). Eles se inserem nos ossos, na cútis, nos órgãos, na mucosa, na cartilagem, na fáscia e nas articulações1. Os músculos representam cerca de 40 a 50% do peso corporal total e diminui de acordo com o avançarda idade.Eles são divididos em nove grupos: na cabeça, no pescoço, nos membros superiores, no tórax, no abdome, na região posterior do tronco, nos membros inferiores, nos órgãos dos sentidos e no períneo1. No total, são 501 músculos, sendo que 190 estão no tronco, 63 na cabeça, 98 nos membros superiores, 104 nos membros inferiores e 46 no aparelho da vida nutritiva1. Neste livro, iremos falar apenas dos músculos que são mais trabalhados nos exercícios de musculação. B – Fáscia Muscular A fáscia muscular é o sistema conectivo que une os ossos aos elementos contráteis. Ela se localiza superficialmente ao tecido profundo e tem espessuras diferenciadas permitindo liberdade de movimentos à pele além de agir como isolante térmico. A fáscia sustenta o músculo e tem elasticidade tridimensional. Ela apresenta fibras elásticas predominantemente nas regiões centrais e colágenas em suas extremidades. Em pessoas sedentárias pode se perder a sua capacidade elástica e a maleabilidade, já que a amplitude do movimento depende de sua elasticidade. Sua função é sustentar, estabilizar e gerar tensão. É ricamente dotada de terminações nervosas e contribui na economia circulatória, especialmente nos fluidos venosos e linfáticos. E 30% da massa muscular é fáscia2. C - Tendões Os tendões são tecidos fibrosos que unem os músculos aos ossos e através deles os músculos promovem os movimentos. São tecidos conectivos densos que contêm colágeno, elastina, proteoglicana e água. Como os músculos aumentam a sua capacidade de gerar força mais rápido que os tendões, recomenda se aos alunos iniciantesno treinamento de força ou que estão retornando as suas atividades, exercícios com mais repetições e intervalos mais curtos para uma melhor adaptação dos tendões3. Através do treinamento de força, podemos aumentar a produção de colágeno nos tendões, desde que os treinos provoque altas concentrações de lactatos4. Em média, cria-se um platô da síntese de colágeno depois de 12 semanas5. Para uma tendinopatia é interessante contrações musculares lentas6. Treinos com 8 repetições a 70% de 1RM produzem maior secção transversa do que treinos com 36 repetições no volume dos tendões7. D – Ligamentos A função dos ligamentos é orientar o movimento, ele também é responsável por manter a pressão na superfície articular, para estabilizar e limitar o excesso do movimento. O ligamento é mais apropriado à elasticidade que o tendão, em razão de conter menos colágeno e maior quantidade de elastina. Ligamentos e tendões são sempre mais propensos a romper-se no ponto de inserção2. A capacidade de alongamento dos ligamentos é de 10% sem se desestabilizar plasticamente8. Em relação aos exercícios com os membros inferiores, verificou se um aumento na tensão do ligamento cruzado anterior(LCA). A corrida em declive foi a que teve maior tensão, seguido da cadeira extensora, da corrida no plano, da caminhada no plano e do agachamento unilateral9. Estudos mostram que o agachamento minimiza a tendência de deslocamento anterior da tíbia em comparação com a cadeira extensora10, isto porque os músculos isquiotibiais atuam sinergicamente com o LCA na estabilização do joelho durante o agachamento11, sendo portanto, mais indicado para a reabilitação do LCA12. Durante o agachamento, quanto maior for a amplitude de movimento, menor será a tensão sobre o LCA13. Esta tensão, só é significativa entre 0 e 60º de flexão, sendo que o pico não atinge a ¼ da capacidade do LCA de resistir a tensão, mesmo com cargas elevadas14. Conforme vai aumentando a amplitude da flexão do joelho, diminui a tensão do LCA e aumenta a tensão no ligamento cruzado posterior(LCP)15. Entretanto, mesmo com cargas elevadas, o LCP não chega nem a 50% da sua capacidade de suportar tensão16. E – Ação Muscular Quando o músculo é o responsável pelo movimento ele é um agonista, quando ele auxilia ou atua com o objetivo de evitar um movimento indesejado na articulação ele pode ser um músculo acessório ou sinergista. Neste livro, quando falarmos da ação de um músculo não iremos diferenciar se é motor primário ou motor acessório, apenas citaremos sua ação. Posteriormente no quadro de ativação, iremos fazer esta identificação. Quando um músculo se opõe ao trabalho ele é um antagonista, por exemplo, se o músculo for um flexor, ele é antagônico em uma extensão. Os músculos estabilizadores, são os músculos que são ativados para evitar o movimento nas articulações que não irão trabalhar efetivamente naquele exercício, por exemplo, quando iremos realizar uma flexão do cotovelo na barra, mais conhecido como rosca direta, o reto do abdome é ativado para evitar uma hiperextensão do tronco17. F – Tipos de movimentos FLEXÃO: diminuição do grau de uma articulação. EXTENSÃO: aumento do grau de uma articulação. ADUÇÃO: aproxima do eixo sagital mediano. ABDUÇÃO: afasta do eixo sagital mediano. Movimento de rotação em relação a um determinado eixo: ROTAÇÃO MEDIAL: face anterior gira para dentro. ROTAÇÃO LATERAL:face anterior gira para fora. Membros Superiores (antebraço): SUPINAÇÃO: Rotação lateral do antebraço. PRONAÇÃO: Rotação medial do antebraço. Membros Inferiores (pé): EVERSÃO: Abdução (ponta do pé para fora) + Pronação (planta do pé faz rotação lateral). INVERSÃO: Adução (ponta do pé para dentro) + Supinação (planta do pé faz rotação medial). G – Planos e eixos PLANOS: Temos 3 planos imaginários em nosso corpo, o plano sagital, o plano frontal e o plano transverso e estes formam ângulos de 90º entre si. EIXOS: Os eixos atravessam uma articulação em torno das quais uma parte do corpo roda. Temos o eixo ântero-posterior, o eixo latero-lateral e o eixo crânio-caudal. O movimento articular ocorre em torno de um eixo que é sempre perpendicular a seu plano. Um movimento específico, sempre ocorre em torno do mesmo eixo e plano. Por exemplo, a flexão/extensão ocorre no plano sagital com o eixo ântero-posterior. Temos exceções em algumas articulações como na articulação do polegar e na da escápula, com tudo, entendendo sobre planos e eixos da para analisar bem os movimentos. PLANO SAGITAL EIXO LATERO-LATERAL MOVIMENTOS DE FLEXÃO E EXTENSÃO PLANO FRONTAL EIXO ÂNTERO-POSTERIOR MOVIMENTOS DE ADUÇÃO E ABDUÇÃO PLANO TRANSVERSO EIXO CRÂNIO-CAUDAL MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO Referências 01. TORTORA, G, J; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 02. ACHOUR JUNIOR, A. Exercícios de Alongamento, Anatomia e Fisiologia. 2ª edição. Barueri, SP: Manole, 2006. 03. GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Editora Sprint, Rio de Janeiro, 2014. 04. YALAMANCHI N, KLEIN MB, PHAM HM, LONGAKER MT & CHANG J. (2004). Flexor tendon wound healing in vitro: lactate up-regulation of TGF-beta expression and functional activity. Plast reconstr surg 113, 625-632. 05. KUBO K, IKEBUKURO T, YATA H, TSUNODA N & KANEHISA H. (2010). Time course of changes in muscle and tendon properties during strength training and detraining. J Strength Cond Res 24, 322-331.06. KONGSGAARD M, KOVANEN V, AAGAARD P, DOESSING S, HANSEN P, LAURSEN AH, KALDAU NC, KJAER M & MAGNUSSON SP. (2009). Corticosteroid injections, eccentric decline squat training and heavy slow resistance training in patellar tendinopathy. Scand J Med Sci Sports 19, 790-802. 07. KONGSGAARD M, REITELSEDER S, PEDERSEN TG, HOLM L, AAGAARD P, KJAER M & MAGNUSSOM SP. (2007). Region specific patellar tendon hypertrophy in humans following resistance training. Acta Physiol (Oxf)191, 111-121. 08. THEIN, M.L. Mobility impairment. In: Therapeutic execise, moving toward function. 2 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 1999. 09. HENNING CE, LYNCH MA & GLICK KR, JR. (1985) An in vivo strain gage study of elongation of the anterior cruciate ligament. Am J Sports Med 13, 22-26. 10. YACK HJ, COLLINS CE & WHIELDON TJ. (1993). Comparison of closed and open kinetic chain exercise in the anterior cruciate ligament-deficient knee. Am J Sports Med 21, 49-54. 11. MORE RC, KARRAS BT, NEIMAN R, FRITSCHY D, WOO SL & DANIEL DM. (1993). Hamstrings--an anterior cruciate ligament protagonist. An in vitro study. Am J Sports Med 21, 231- 237. 12. KVIST J & GILLQUIST J. (2001). Sagittal plane knee translation and electromyographic activity during closed and open kinetic chain exercises in anterior cruciate ligament-deficient patients and control subjects. Am J Sports Med 29, 72-82. 13. LI G, RUDY TW, SAKANE M, KANAMORI A, Ma CB & Woo SL. (1999). The importance of quadriceps and hamstring muscle loading on knee kinematics and in-situ forces in the ACL. J Biomech 32, 395-400. 14. NISELL R & EKHOLM J. (1986). Joint load during the parallel squat in powerlifting and force analysis of in vivo bilateral quadriceps tendon rupture. Scand J Sports Sci 8, 63-70. 15. ESCAMILLA RF. (2001). Knee biomechanics of the dynamic squat exercise. Med Sci Sports Exerc33, 127-141. 16. RACE A & AMIS AA. (1994). The mechanical properties of the two bundles of the human posterior cruciate ligament. J Biomech 27, 13-24. 17. NEUMANN, DONALD A. Cinesiologia do aparelho ‘musculoesquelético / Donald A. Neumann - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Capítulo II – Conceitos Básicos de Cinesiologia e Biomecânica A – Alavancas B – Braço de momento Torque é o mesmo que a tendência a rotação. A força varia durante todo o exercício. Observe na primeira figura que os braços de força e resistência variam de tamanho de acordo com o movimento. Resultado disto é o que observamos na segunda figura, a variação da força ocorre o tempo todo. O braço de momento (BM) de qualquer força será o maior quando a força for aplicada a 90° ou o mais próximo possível de 90° em relação à sua alavanca1. E= eixo (ponto fixo ou ponto de apoio); R= resistência (peso do objeto); BF= braço de força: distância da articulação a inserção muscular; BR= braço de resistência: distância da articulação ao CG do peso a ser erguido; F= Força; T= Torque; P= Peso. C – Vantagem Mecânica Quanto menor o Braço de Resistência, maior será a vantagem mecânica nos exercícios1,2. Durante o exercício, é importante que o braço de resistência nunca chegue a zero, para que o músculo fique ativo durante o tempo todo. A inativação do músculo por 2 segundos interefere negativamente o resultado do treino3. Vantagem Mecânica = Braço de Força / Braço de Resistência D – Tipos de Resistência Pesos Livres: Exercícios com peso livre exige mais dos músculos estabilizadores. O peso depende diretamente da ação da gravidade(que só atua no sentido vertical) por isto é fundamental mover o peso na direção vertical para cima1.Ex; Barras, halteres, caneleiras. Dispositivo de Resistência Gravidade-Dependente:A carga é presa a um cabo que passa por uma ou mais roldanas com intuito de mudar a direção da força aplicada. Neste caso, realizamos a força contrária a direção do cabo1. Ex: Cross Over. Dispositivos de Resistência Variável: Os aparelhos de resistência variável alteram a quantidade de torque da força resistiva durante todo movimento articular. Suas roldanas de forma oval alteram a resistência conforme o cabo gira em torno dela aumentando ou diminuindo a resistência1. Neste caso, o maior torque não necessariamente será próximo ao ângulo de 90º. Ex: Cadeira extensora. Dispositivos Elásticos-resistidos: Os elásticos possuem pouca resistência no inicio do movimento e o maior torque no final, pois a resistência é proporcional ao alongamento do elástico. E – Tipos de Contração Contração isotônica concêntrica – É a contração onde o torque de força é maior do que o torque de resistência. TF > TR Contração isotônica excêntrica – É a contração onde o torque de força é menor do que o torque de resistência. TF < TR Contração isométrica – É a contração onde os torques de força e de resistência são iguais. TF = TR Força = massa x aceleração Carga = massa x gravidade Quando realizamos um exercício com a mesma carga recrutamos um maior número de unidades motoras (UMs) nas contrações isométricas, concêntricas e excêntricas, respectivamente4. Se for em contrações máximas, as contrações concêntricas e isométricas recrutam muito mais de UMs do que a contração excêntrica5. Contudo, as ações excêntricas têm muito mais capacidade de gerar força por UM do que as outras contrações6. As contrações concêntricas gastam mais energia do que as contrações excêntricas e isométricas respectivamente7. Em relação amicrolesões, elas ocorrem mais nas contrações excêntricas do que nas contrações concêntricas para a mesma carga8. A mecanotransdução é a capacidade que temos de transformar a energia mecânica em sinais fisiológicos, isto quer dizer, que somos capazes de aumentar a nossa massa muscular, mesmo com a ausência de fatores que intervêm nela, como a nutrição, as microlesões e as alterações hormonais. Dentre as contrações, a excêntrica, a isométrica e a concêntrica são respectivamente as que mais promovem mecanotransdução9. F – Ativação Muscular A eletromiografia é o método de registro da atividade elétrica de um músculo quando este realiza uma contração. E tem sido a forma mais aceita pelo meio científico quando falamos de ativação muscular. No treinamento de força, cada músculo tem sua ativação aumentada de acordo com as suas origens e inserções e seu ângulo de penação. Os tipos de unidades motoras(UMs) é geralmente determinado pelo tamanho de seu motoneurônio10. As UMs de fibras lenta ou fibras tipo I, agrupa um número aproximado de 10 a 180 fibras e as UMs de fibras rápidas ou fibras tipo II agrupa cerca de 300 a 800 fibras11.O corpo sempre trabalha de forma inteligente. Por isto, ao levantarmos uma pequena carga, só excitamos as UMs menores. Quanto maior for a carga utilizada, maior será a necessidade de ativar UMs maiores, sendo necessário ativar as do tipo IIA e conforme for a intensidade, as do tipo IIB12. Observe então, que quanto maior for a intensidade de um exercício, maior será o recrutamento de UMs10. Quando realizamos um exercício de força, algumas variáveis podem alterar a forma como o músculo é ativado, seja uma diferença intermuscular ou intramuscular. A velocidade e o tempo de execução do movimento interfere diretamente na ativação do músculo, interferindo na intensidade. Por exemplo, quanto maior for o tempo de execução de uma repetição para uma mesma carga, maior será a dificuldade de realiza-la. A ordem dos exercícios também interfere na ativação muscular. Por exemplo, quando realizamos uma cadeira extensora antes do legpress com carga máxima, o quadríceps femoral tem uma ativação menor durante o legpress. Isto acontece, porque o quadríceps femoral chega fadigado no segundo exercício, não tendo a mesma performance, aumentando a ação dos outros músculos envolvidosno exercício13. Entretanto, se realizarmos um exercício monoarticular com uma intensidade sub-máxima, e em seguida um exercício multiarticular, este músculo terá sua atividade aumentada devido a uma pré-ativação desta musculatura. A técnica do exercício, também está totalmente relacionada com a ativação muscular. Alunos treinados tem a capacidade de recrutar simultaneamente e sincronizadamente um maior número de UMs do que os destreinados14. Contudo, com a melhora das coordenações inter e intramuscular, o aluno melhora a sua capacidade de recrutar as UMs e conseqüentemente aumentará a sua capacidade de gerar força mesmo não ocorrendo a hipertrofia muscular15. G – Insuficiência Ativa e Passiva dos Músculos A insuficiência ativa ocorre principalmente nos músculos bi- articulares. Quando realizamos um movimento e o músculo bi-articular está encurtado na outra articulação, este músculo terá dificuldade de realizar o movimento, sendo menos ativado do que se o mesmo estivesse em uma posição alongada aumentando a ativação de outros músculos envolvidos. Para entendermos isto melhor, vamos pegar um exercício de musculação. Quando realizamos uma flexão plantar com os joelhos fletidos(Exercício conhecido como panturrilha sentada), observamos que os gastrocnêmios tem menor ativação muscular do que quando realizamos a mesma flexão plantar com os joelhos estendidos, isto ocorre porque os gastrocnêmios quando iniciam o movimento em uma posição mais encurtada, tem maior dificuldade em provocar tensão, aumentando assim a ativação do músculo sóleo16. É muito difícil para um músculo bi-articular se alongar o bastante para permitir total amplitude articular em ambas as articulações ao mesmo tempo. Por exemplo, os isquiotibiais geralmente não conseguem deixar que a articulação do joelho estenda e a do quadril flexione completamente ao mesmo tempo. Os alongamentos favorecem a elasticidade muscular e, portanto, diminuem a probabilidade de insuficiência passiva precoce durante os movimentos do corpo humano, principalmente aqueles envolvendo músculos bi-articulares1. Referências 1. CAMPOS MA. Biomecânica da Musculação. Editora Sprint. RJ. 2000. 2. RASCH PJ. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. 7ª ed. Editora Guanabara-Koogan. RJ. 1991. 3. HULMI JJ, WALKER S, AHTIAINEN JP, NYMAN K, KRAEMER WJ & HAKKINEN K. (2012). Molecular signaling in muscle is affected by the specificity of resistance exercise protocol. Scand J Med Sci Sports 22, 240-248. 4. GIBALA MJ, MACDOUGALL JD, TARNOPOLSKY MA, STAUBER WT, ELORRIAGA A. Changes in human skeletal muscle ultrastructure and force production after acute resistance exercise. Journal of Applied Physiology.1995;78:702–708. 5. KOMI, P.V., LINNAMO, V., SILVERTOINEN, P., & SILLANPAA, M. (2000). Force and EMG power spectrum during eccentric and concentric actions. Medicine and Science in Sports and Exercise, 32(10), 1757-1762. 6. BABAULT, N. et al. Activation of human quadriceps femoris during isometric, concentric, and eccentric contractions. Journal of Applied Physiology, Bethesda, v. 91, p. 2628-2634, 2001. 7. RYSCHON, T. W., FOWLER, M. D., WYSONG, R. E., ANTHONY, A. and BALABAN, R. S. (1997). Efficiency of human skeletal muscle in vivo: comparison of isometric, concentric, and eccentric muscle action. J. Appl. Physiol. 83, 867-874 8. NOSAKA, K.; NEWTON, M.; SACCO, P. Delayed-onset muscle soreness does not reflect the magnitude of eccentric exercise-induced muscle damage. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, Copenhagen, v.12, no. 6, p. 337-346, 2002 9. MARTINEAU, L.C. & GARDINEAR, P.F. Insight into skeletal muscle mechanotranduction: MAPK activation is quantitatively related to tension, Journal Appl Physiology, v. 91, 963-702, 2001. 10. CARROLL, T .J.; RIEK, S.; CARLSON, R. G. Neural adaptations to resistance training: implications for movement control. Sports Medicine, California, v.31, n.12, p.829-840, 2001. 11. WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Physiology of Sport and Exercise. 2nd. ed. E.U.A.: Human Kinetics, 1999. 12. GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. 2º edição. Rio de Janeiro:Sprint, 2006. 13. AUGUSTSSON J, THOMEE R, HORNSTEDT P, LINDBLOM J, KARLSSON J, GRIMBY G. Effect of pre- exhaustion exercise on lower-extremity muscle activation during a leg press exercise. J. Strength and Cond. Res. 17(2):411-6, 2003. 14. SMITH, R. C., & RUTHERFORD, O. M. (1995). The role of metabolites in strength training. I. A comparison of eccentric and concentric contractions. European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, 71(4), 332-336. Nickols-Richardson et al, 2007; 15. NICKOLS-RICHARDSON, S. M., MILLER, L. E., WOOTTEN, D. F., RAMP, W. K. & HERBERT, W. G. (2007). Concentric and eccentric isokinetic resistance training similarly increases muscular strength, fat-free soft tissue mass, and specific bone mineral measurements in young women. Osteoporos Int, 18, 789-796. 16. LIMA, C.S.; PINTO R.S.; Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre: Artmed, 2006. Capítulo III – Articulações Sinoviais ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Existem três tipos de articulações: as fibrosas, as cartilaginosas e as sinoviais. A articulação sinovial é formada pela coaptação de dois ossos com o auxílio de músculos esqueléticos, ligamentos e capsula articular. Este tipo de articulação que permite os movimentos do nosso corpo. Por isto é importante entendermos suas funções e seus movimentos para entendermos as ações musculares. A sua localização é fundamental entendermos, pois um músculo só terá ação sobre aquela articulação se ele cruzá-la. Por exemplo, dos quatro músculos do quadríceps, apenas o reto femoral é flexor do quadril, pois é o único que cruza esta articulação. O tipo de articulação também é fundamental entendermos para não confundirmos os movimentos que a articulação realiza. Por exemplo, os movimentos de rotação da cabeça são realizados pela articulação atlanto-axial mediana e não pela atlanto-occipital. Já os movimentos podem adotar nomes específicos e particulares de acordo com cada articulação. Por exemplo, na articulação do punho o movimento de abdução é chamado de desvio radial. A amplitude de Movimento (ADM) é a quantidade de movimento de uma articulação. A posição inicial para se medir a amplitude de movimento de todas as articulações, com exceção dos movimentos de rotação, é a posição anatômica. Articulação Atlanto-occipital Localização: Entre os côndilos do osso occipital e as facetas articulares superiores do atlas. Tipo: Sinovial ElipsóideBiaxial Movimentos que realiza: Flexão, extensão e inclinação lateral. Articulação Atlanto-Axial Mediana Localização: Entre o dente e o áxis e o arco anterior do atlas. Tipo: Sinovial trocoide - Monoaxial Movimentos que realiza: Rotação Articulação Esternoclavicular Localização: Esta articulação é formada na extremidade medial da clavícula, pelo esterno e pela primeira cartilagem costal. Tipo: Sinovial esferoide - Triaxial Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão, rotação e circundução. Articulação do Ombro (Gleno-umeral) Localização:Entre a cavidade glenóide da escápula e a cabeça do úmero. Tipo: Sinovial esferoide - Triaxial Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão, rotação e circundução. ADM: Articulação do Cotovelo Localização: Entre o úmero e os ossos do antebraço Tipo: Sinovial gínglimo – Monoaxial. Movimentos que realiza: Flexão e extensão. ADM: Articulação Radioulnar proximal Localização:Entre a cabeça da ulna e incisura ulnar na extremidade distal do rádio. Tipo: Sinovial trocoide – Monoaxial. Movimentos que realiza:Supinação e pronação. ADM: Articulação do Punho (Radiocárpica) Localização: Entre o rádio, o disco articular e fileira proximal do carpo (exceto pisiforme). Tipo: Sinovial elipsóide– Biaxial. Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão. ADM: Articulação Metacarpofalângicas Localização: Entre a cabeça dos metacarpo e a base das falanges proximais. Tipo: Sinovial elipsóide – Biaxial. Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão. ADM: Articulação Interfalângicas Localização: As proximais são entre a cabeça da falange proximal e a base das mediais. As distais são entre a cabeça das falanges médias e a base das falanges distais. Tipo: Sinovial gínglimo – monoaxial. Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão. ADM: Articulação do quadril Localização: Entre o acetábulo do osso do quadril e a cabeça do fêmur. Tipo: Sinovial esferoide - triaxial. Movimentos que realiza: Abdução e adução, flexão e extensão, rotação e circundução ADM: Articulação do joelho Localização: As superfícies articulares são os côndilos do fêmur, os côndilos da tíbia e a superfície articular da patela. Tipo: Sinovial condilar - biaxial. Movimentos que realiza: Flexão e extensão, deslizamento e rotação. ADM: Articulação do tornozelo talo-crural Localização: A superfície articular inferior da tíbia com a face superior do tálus e a face articular do maléolo da fíbula se articula com a face lateral do tálus. Tipo: Sinovial gínglimo - monoaxial. Movimentos que realiza: Dorsiflexão e flexão plantar. ADM: Articulação do Talocalcânea ou subtalar Localização: Entre o talus e o calcâneo. Tipo: Sinovial trocóide - monoaxial. Movimentos que realiza: Inversão e eversão. ADM: Articulações Metatarsofalângicas Localização: Entre a cabeça dos metatarsos e a base das falanges proximais. Tipo: Sinovial gínglimo - monoaxial. Movimentos que realiza: Flexão e extensão. ADM: Articulações Interfalângicas Localização: As proximais são entre a cabeça da falange proximal e a base das mediais; as distais são entre a cabeça das falanges médias e a base das falanges distais. Tipo: Sinovial gínglimo - monoaxial. Movimentos que realiza: Flexão e extensão. ADM: O – DO 2º AO 5º DEDO Considerações sobre os próximos capítulos Os músculos e Suas ações tem o objetivo de facilitar o profissional de educação física em sua prática a respeito de como se comportam os músculos. Ao fazer uma análise cinesiológica do movimento ele poderá consultar quais os músculos que estão participando daquele exercício. De uma maneira prática ele terá as informações da localização do músculo, da sua origem e da sua inserção, da direção das fibras, da inervação, da segmentação, das articulações que o músculo cruza e todas as suas ações musculares de acordo com vários autores. Os quadros resumo no final de cada capítulo irá facilitar todo o trabalho e identificará quais os músculos que tem ação primária e acessória de cada movimento. É importante ressaltar que todos os movimentos relatados por seus autores foram registrados e especificados de acordo com cada um para que, em caso de dúvidas, o interessado possa ir buscar as informações na fonte primária. Capítulo IV – Complexo do Ombro Estrutura Muscular Músculos que unem o Tronco até a Cintura Escapular Trapézio Fibras Superiores Fibras Médias Fibras Inferiores Elevador da Escápula Rombóide Serrátil Anterior Peitoral Menor Subclávio Músculos que unem a Escápula e o Úmero Deltóide Fibras Claviculares Fibras Acromiais Fibras Espinhais Manguito Rotador - Supra-Espinhoso - Infra-espinhoso - Redondo Menor - Subescapular Redondo Maior Coracobraquial Bíceps Braquial Tríceps Braquial Músculos que unem o Tronco e o Úmero Grande Dorsal Peitoral Maior Fibras Claviculares Fibras Esternocostais Músculos que unem o Tronco a Cintura Escapular Trapézio Localização: Região superior e posterior do tórax, recobre o levantador da escápula. Origem: 1. Fibras superiores(porção descendente): Base do Crânio, protuberância occipital e ligamentos posteriores; 2. Fibras médias(porção transversa): Processos espinhosos de T1-T5; 3. Fibras Inferiores(Porção ascendente): Processos espinhosos de T6- T12. Inserção: 1. Terço lateral da clavícula e processo do acrômio; 2. Margem medial do acrômio e borda superior da espinha da escápula. 3. Base da espinha da escápula. Direção das Fibras: 1. São oblíquas para baixo e lateralmente; 2. São transversas; 3. São oblíquas para cima e lateralmente. Inervação:Nervo acessório (XI par craniano). Segmentação:C3-C5. Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Fibras superiores(porção descendente) Na Cervical: em contração unilateral realiza o movimento de flexão lateral para o seu lado e rotação da cabeça para o lado oposto; e em ação bilateral realiza os movimentos de extensão e hiperextensão3,7. Na Cintura Escapular: elevação1,2,3,4,6,7 e rotação lateral1,3,4,6,7. Fibras médias(porção transversa) Na Cintura Escapular:Retração1,2,3,4,6,7; Rotação lateral1,4,7 e estabilização3. Fibras Inferiores(Porção ascendente) Na Cintura Escapular: depressão1,2,3,4,6; Rotação Medial2,3; Rotação Lateral1,4,6,7. Levantador da Escápula Localização: Profundamente ao Trapézio e ao esternocleidomastóideo, acima do rombóide menor. Origem: Processos Transversos das quatro primeiras vértebras cervicais. Inserção: Borda medial da escápula entre o ângulo superior e a base da espinha da escápula. Direção das Fibras: São oblíquas para cima e medialmente. Inervação: 1.Nervos Cervicais e 2. Nervo escapular dorsal Segmentação: 1. C3-C4 e 2. C4-C5 Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Na Cervical: Em ação unilateral faz flexão lateral para o seu lado; em ação bilateral auxilia na extensão3,7. Na Cintura Escapular: Faz rotação medial2,3,4,6,7; elevação1,2,3,4,6,7 e adução3. Rombóide Localização: Recoberto pelo trapézio (entre a escápula e a coluna vertebral). Origem: Processos Espinhosos (C7-T1 – Rombóide Menor) (T2-T5 – Rombóide Maior). Inserção: Borda medial da escápula, abaixo da espinha. Direção das Fibras :São oblíquas para cima e medialmente. Inervação: Nervo escapular dorsal. Segmentação:1. C3-C4 e 2. C4-C5 Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Faz retração1,3,4,6,7; rotação medial1,2,3,4,6,7; elevação1,2,3,7 e fixa a escápula na parede torácica6. NOTA: Alguns autores dividem o músculo rombóide em uma porção maior e outra menor, entretanto, sua descrição se apresenta como uma unidade funcional. Serrátil Anterior Localização:Recobre a porção lateral do tórax, por cima dos músculos intercostais. Origem:Superfície externa das oito ou nove costelas superiores. Inserção:Superfície anterior da borda vertebral da escápula. Direção das Fibras:São oblíquas para cima e lateralmente. Inervação:Nervo torácico longo. Segmentação:C5-C8. Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Faz protração1,3,4,6,7; rotação lateral1,3,4,6,7 e fixa a escápula contra a parede torácica6. Peitoral Menor Localização:Parede anterior das axilas, recoberto pelo peitoral maior, limite de referência na axila. Origem:Superfície anterior da terceira à quinta costela. Inserção: Processo coracóide da escápula. Direção das Fibras: Oblíquas para baixo, para frente e medialmente. Inervação: Nervo torácico medial anterior. Segmentação: C8-T1. Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Na cintura escapular: faz depressão1,2,3,4,7; protração1,3,4; rotação medial1,3,4 e inclinação ventral da escápula7. Na Respiração: inspiratório quando a escapula encontra-se fixa, elevando as costelas 2 a 53,7. Subclávio Localização: Ele está situado, como o seu nome indica, debaixo da clavícula. Origem: A superfície superior da primeira costela, exatamente no ponto em que esta se une com a cartilagem costal. Inserção: Uma depressão que se estende ao longo do meio da superfícieinferior da clavícula. Direção das Fibras: Oblíquas para baixo e medialmente, quase paralela à clavícula. Inervação: Nervo subclávio. Segmentação: C5-C6. Articulação: Escápulo-torácica. AÇÃO: Na Costoclavicular: Depressão da clavícula1,2,3,4 ou elevação da 1ª costela3; Na Esternocostal: Estabilização3; Na Cintura escapular: Depressão1. Músculos que unem a Escapula e o Úmero Deltóide Vista anterior Vista posterior Localização: Região superior-lateral do braço, o ombro. Origem: Fibras Anteriores (porção clavicular): Face anterior e superior do terço lateral da clavícula; Fibras médias (porção acromial): Face superior do acrômio; Fibras Posteriores (Porção espinhal): Superfície inferior da espinha da escápula. Inserção: Tuberosidade para o músculo deltóide, na face anterolateral da diáfise do úmero. Direção das Fibras: Fibras Anteriores(porção clavicular): São oblíquas para baixo e lateralmente; Fibras médias(porção acromial): São longitudinais para baixo; Fibras Posteriores(Porção espinhal): São oblíquas para baixo e lateralmente. Inervação: Nervo axilar, ramo do plexo braquial. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Fibras Anteriores (porção clavicular):Flexão1,2,3,4,5,6,7; Rotação Medial1,3,4,5,6; Adução Horizontal1,2,3,4,5,7; Abdução1,2,3,5,7 e Adução2. Fibras médias(porção acromial): Abdução1,2,3,4,5,6,7;abdução horizontal1,2,5, adução Horizontal2. Fibras Posteriores(Porção espinhal): Extensão1,2,3,4,6,7; hiperextensão1,2,3,4; rotação lateral1,3,4,6; abdução horizontal1,2,3,4,5,7; abdução2,7; adução3. NOTA: Podemos diferenciar funcionalmente sete porções do músculo deltóide. O feixe anterior clavicular inclui as porções I e II; o feixe médio acromial inclui a porção III; e o feixe posterior espinhal inclui as porções IV, V, VI e VII. - III, II e IV – são abdutores imediatos. - I, V, VI, VII – são adutores quando o membro superior está ao longo do corpo. Ordem de ativação da abdução pura: - Acromial III; - Porções IV e V em sequência - Porção II a partir de 20-30º. Abdução associada à flexão de 30º: - Porções III e II entram em ação imediatamente; - Em sequência as porções IV, V e I Quando a rotação lateral do úmero está combinada com a abdução: - A porção II se contrai desde o início; - Enquanto as porções IV e V não atuam nem mesmo no final da abdução. Quando a rotação medial do úmero está combinada com a abdução: -Ocorre o contrário. Resumindo, o músculo deltóide pode realizar sozinho o movimento de abdução do início até a sua amplitude completa. Supra-espinhoso Localização: Acima da espinha, superficialmente a escápula. Origem: Os dois terços internos da fossa supra-espinhal. Inserção: A parte superior do tubérculo maior do úmero. Direção das Fibras: São ligeiramente oblíquas para cima e lateralmente. Inervação: Nervossupra-escapular. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Abdução1,2,3,4,5,6,7; rotação lateral1,3; abdução horizontal2,3 e estabilização3,4. NOTA: O supra-espinhoso é o músculo responsável pelo início da abdução. Ao seguir o movimento de abdução sua ação vai diminuindo, podendo contribuir com 12% do torque a 120º de movimento. Infra-espinhoso Localização: Abaixo da espinha, superficialmente a escápula. Origem: Dois terços mediais da fossa infra-espinhal, e fáscia infra-espinhal. Inserção: No tubérculo maior. Direção das Fibras: São oblíquas para cima e lateralmente. Inervação: Nervossupra-escapular. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Extensão3; hiperextensão3; rotação lateral1,2,3,4,5,6,7; abdução horizontal1,2,3,5,7; adução3 e estabilização3,4,6. Redondo Menor Localização: Une-se ao grande dorsal entre a escápula e o úmero. Origem: Dois terços superiores na margem lateral da face posterior da escápula. Inserção: No tubérculo maior. Direção das Fibras: São oblíquas para cima e lateralmente. Inervação: Nervo axilar. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Extensão3; hiperextensão3; adução3,6; abdução horizontal1,2,3,7; rotação lateral1,2,3,4,5,6,7 e estabilização3,4,6. Subescapular Localização: Face costal da escápula. Origem: Dois terços mediais da fossa subescapular. Inserção: No Tubérculo menor do úmero. Direção das Fibras: Oblíquas para cima e lateralmente. Inervação: Nervos subescapular superior e inferior. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Rotação Medial1,2,3,4,5,6,7;estabilização3,4,6; flexão1,7; Abdução1,7; Adução1,6,7; adução horizontal1,2 e extensão7. Redondo Maior Localização: Une-se ao grande dorsal entre a escápula e o úmero. Origem: A superfície dorsal da escápula na extremidade inferior de sua borda lateral. Inserção: A crista que forma a borda interna da goteira bicipital do úmero, paralela à metade média da inserção do peitoral maior. Direção das Fibras: Oblíquas para cima em lateralmente. Inervação: Nervo subescapular inferior. Segmentação: C5-C6. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Extensão1,2,3,4,5,7;Hiperextensão3; adução1,2,3,4,5,6,7; Abdução Horizontal1,2,3,4 e rotação medial1,2,3,4,5,6,7. Coracobraquial Localização: Abaixo da cabeça curta do bíceps, mais medial, interno ao bíceps. Origem: Processocoracóide da escápula. Inserção: Superfície Antero-medial do úmero, oposto ao deltóide. Direção das Fibras: São oblíquas para cima e medialmente. Inervação: Nervomúsculocutâneo Segmentação: C6-C7. Articulação: Gleno-umeral. AÇÃO: Flexão1,2,3,4,6,7; adução1,3,4,6; rotação medial1,3; adução horizontal1,3 e rotação lateral1. Tríceps Braquial AÇÃO: Cabeça Longa No Ombro: Extensão1,3,6,7, hiperextensão3, extensão horizontal3, adução1,3,6,7 e estabilização3. No cotovelo: Extensão1,2,3,4,5,6. Cabeças Curta e medial No cotovelo: Extensão1,2,3,4,5,6. Bíceps Braquial AÇÃO: Cabeça Longa No Ombro: Abdução1,3,7 e estabilização3. No cotovelo: Flexão1,2,3,4,5,6. Na Radio-ulnar proximal: Supinação1,2,3,4,5,6. Cabeça Curta No Ombro: Flexão1,3,7, adução1,3, rotação medial1,3 e adução horizontal1,3. No cotovelo: Flexão1,2,3,4,5,6. Na Radio-ulnar proximal: Supinação1,2,3,4,5,6. OBSERVAÇÃO: Os músculos Bíceps braquial e Tríceps braquial são bi-articulares, pertencendo tanto ao complexo do ombro quanto ao complexo do cotovelo. As outras informações destes músculos, serão detalhadas no complexo do cotovelo. Músculos que unem o Tronco e o Úmero Grande Dorsal Vista Posterior Vista Anterior Vista Lateral Localização: É plano e amplo, tem formato triangular. Recobre a região Lombar e posterior da parte inferior do tórax, correndo em direção ao úmero. Origem: Processos espinhosos de T6-T12, vértebras lombares e sacrais (fáscia toracodorsal); Cristas ilíacas e últimas três ou quatro costelas. Inserção: Sulcointertubercular do úmero (medialmente). Direção das Fibras: São oblíquas para cima e lateralmente. Inervação: Nervo toracodorsal. Segmentação:C6-C8. Articulações: Coluna Vertebral, escapulo-úmeral e gleno-umeral. AÇÃO: No Ombro: Extensão1,2,3,4,5,6,7; hiperextensão3,4; adução1,2,3,4,5,6,7; abdução horizontal1,2,3,5 e rotação medial1,2,3,4,5,6,7. Na Cintura Escapular: auxilia da depressão 1,3,7. Na Cintura Pélvica: em ação unilateral auxilia na elevação do seu lado; em ação bilateral faz báscula anterior 3,7. Na Coluna: em ação unilateral faz flexão lateral e rotação para o seu lado; em ação bilateral faz extensão tóraco-lombar3. Peitoral Maior Localização:Imediatamente abaixo da pele sobre a parte anterior do tórax, a borda lateral forma prega axilar anterior e parede anterior da axila. Origem: Fibras claviculares: Os dois terços internos da borda anterior da clavícula; Fibras esternocostais: Face anterior do manúbrio e do corpo do esterno, cartilagem costal das seis primeiras costelas e aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome. Inserção: Crista do tubérculo maior do úmero e lábio lateral do sulco intertubercular do úmero. Direção das Fibras: Fibras Claviculares: São oblíquas para baixo e lateralmente; Fibras esternocostais: São oblíquas lateralmente, as superiores vão para baixo e as inferiores para cima. Inervação: Nervos peitoral lateral e medial. Segmentação: C5-T1 Articulação: Gleno-umeral AÇÃO: Fibras Claviculares: Flexão1,2,3,4,5,6,7; adução horizontal1,2,3,4,5; rotação medial1,2,3,4,5,6,7; Abdução acima de 90º1. Fibras esternocostais: Adução Horizontal1,2,4,5; Adução1,2,3,5,6,7, extensão1,3,4,5,6; a partir da hiperextensão faz flexão até a posição neutra3; Rotação medial1,2,4,5,6,7. Movimentos do Ombro Flexão Amplitude: 180º Plano: sagital Eixo: latero-lateral Os 3 tempos da flexão 0º a 60º - Ocorre na articulação gleno-umeral. Os músculos motores deste primeiro tempo são: As fibras anteriores do deltóide, o coracobraquial e as fibras claviculares do peitoral maior. 60º a 120º - Ocorre movimento na articulação escapulo-torácica, iniciando o ritmo escapulo-umeral. Os músculos deste segundo tempo são: O trapézio e o serrátil anterior. 120º a 180º - atuação da coluna vertebral. A elevação do membro superior continua pela ação dos músculos: Deltóide, supra-espinhal, da parte ascendente do trapézio e do serrátil anterior. Obs: Se a flexão for unilateral, é possível terminar o movimento passando pela abdução máxima, a seguir inclinando lateralmente a coluna vertebral. E se a flexão for bilateral, o final do movimento é idêntico ao da abdução com hiperlordose por ação dos músculos lombares2. Extensão e Hiperextensão Amplitude: de 45º a 50º Denominamos extensão o movimento que vai de180º a 0º partindo da flexão completa. E hiperextensão, o movimento que sair da posição de referência(0º) até o seu limite de amplitude (-45º a -50º). Plano: sagital. Eixo: latero-lateral. Ocorre em dois níveis Na articulação Glenoumeral – Pelos músculos redondo maior e menor, feixe posterior do deltóide espinhal e grande dorsal. Na articulação escapulo-torácica – através da abdução da escápula, realizada pelos músculos rombóide e feixe médio, fibras transversais do trapézio e grande dorsal2. Abdução Amplitude: 180º Plano: Frontal Eixo: ântero-posterior Os 3 tempos da abdução 0º a 30º - na articulação glenoumeral Os músculos motores deste primeiro tempo são: Deltóide e supra espinhal, sendo que o supra espinhal é o responsável pelo início do movimento 30º a 120º - Ocorre movimento na articulação escapulo-torácica. Os músculos deste segundo tempo são: O trapézio e o serrátil anterior. 120º a 180º - atuação da coluna vertebral. Se apenas um braço estiver em abdução, é suficiente a inclinação lateral sob a ação dos músculos paravertebrais do lado oposto. Agora, se os dois lados estiverem em abdução é necessário realizar uma hiperlordose lombar. As ações musculares são integradas e “encadeadas”, e no final da abdução todos os músculos envolvidos estão contraídos2. Adução Amplitude: A partir da posição de referência(adução absoluta), são mecanicamente impossível devido à presença do tronco. Entretanto, combinada com uma flexão e uma extensão, estes movimentos são possíveis: - Uma extensão: adução muito limitada. - Uma flexão: a adução atinge 30º a 45º. A partir de qualquer posição de abdução, a adução, denominada “adução relativa”, sempre é possível até a posição de referência. Plano: Frontal. Eixo: Antero-posterior. Os músculos da adução são o redondo maior, grande dorsal, peitoral maior2. Rotação Lateral Amplitude: Para medir a amplitude de rotação lateral, o cotovelo precisa estar necessariamente flexionado em 90º. Sua amplitude é de 80º, não atingindo jamais 90º. Plano: Transverso. Eixo: Crânio-caudal. Os músculos da rotação lateral são o infra-espinhal e o redondo menor2. Rotação Medial Amplitude: Para medir a amplitude de rotação medial, o cotovelo precisa estar necessariamente flexionado em 90º. Sua amplitude é de 100 a 110º. Mas, para atingir esta amplitude, é preciso passar o antebraço por trás do tronco, movimento que combina um determinado grau de extensão do ombro. Plano: Transverso. Eixo: Crânio-caudal. Os músculos da rotação medial são o grande dorsal, redondo maior, subescapular e peitoral maior2. Adução Horizontal Amplitude: Movimento que combina flexão e adução de 140º de amplitude. Plano: Transverso. Eixo: Crânio Caudal. Posição de referência: O membro superior está em abdução de 90º, utilizando os seguintes músculos: Deltóide, essencialmente a parte acromial; supra-espinhal; Trapézio, parte descendente e transversa; serrátil anterior. Os músculos que atuam são: Deltóide, parte clavicular(I e II) e parte acromial (III); subescapular; peitoral maior; peitoral menor; serrátil anterior2. Abdução Horizontal Amplitude: Movimento que combina extensão e abdução de amplitude mais limitada a 30-40º. Plano: Transverso. Eixo: Crânio Caudal. Os músculos que atuam são: Deltóide, parte parte espinhal (IV, V, VI e VII), em proporção variável entre si e com o feixe III; supra espinhal, infra-espinhal; redondos maior e menor, rombóides; trapézio: parte espinhal se somando a duas outras; Grande dorsal2. Circundução A circundução combina os movimentos elementares ao redor dos três eixos, forçados em sua amplitude máxima. O braço descreve, portanto, no espaço, uma superfície cônica: o cone de circundução. Toda a musculatura do complexo do ombro é ativada neste movimento2. Coaptação Muscular do Ombro Devido a sua grande mobilidade, a coaptação do ombro não pode ser atribuída apenas aos ligamentos: a ação dos músculos são indispensáveis. São divididos em dois grupos: Os coaptadores longitudinais e os coaptadores transversais. Músculos coaptadores longitudinais: Deltóide, tríceps braquial, bíceps braquial e o peitoral maior porção clavicular. Músculos coaptadores transversais: O manguito rotador(supra- espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e o subescapular) e a cabeça longa do bíceps braquial2. Manguito Rotador O Manguito Rotador é uma convergência de tendões, semelhante a um capuz, dos músculos subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor em redor da cabeça do úmero. Eles atuam em conjunto, no sentido de manter firmemente a cabeça do úmero na cavidade glenóide e, dessa forma, impedir uma subluxação para baixo desse osso e ainda fazem a rotação e a abdução do braço. Os tendões desses músculos rotadores fundem- se dentro da cápsula articular, realizando uma função estabilizadora1. Ritmo Escapulo-úmeral Há uma relação entre os movimentos do ombro e da cintura escapular depois dos 30º de abdução e dos 60º de flexão e até 170º, conhecido como ritmo escapulo-úmeral(5). Observa-se na abdução, que os 30 graus iniciais de movimento são realizados apenas pela articulação gleno-umeral. A partir daí, a articulação escapulo-torácica começa a se movimentar, ocorrendo uma razão de 2:1 entre a gleno-umeral e a escapulo-torácica. Quer dizer então, que para cada 15º de movimento entre 30 e 170º de abdução, 10º ocorrem na articulação gleno- umeral e 5º ocorrem na articulação escápulo-torácica2. O mesmo podemos observar para a flexão do ombro, tendo uma diferença queo movimento da articulação escapulo-torácica só ocorre a partir dos 60º. Existem pequenas diferenças na literatura a respeito do ritmo escápulo-úmeral, mas o importante é saber que o úmero inicia o movimento sozinho, e que em seguida, recebe uma ajuda da cintura escapular e que, só é possível chegar a 180º de abdução e flexão, com a ajuda do tronco. Quadro I – A relação da relação dos movimentos do úmero-escápula Movimentos da Escápula Quadro II – Ação dos músculos nos movimentos da escápula no plano horizontal Quadro III– A relação dos músculos da articulação escapulo-torácica e suas ações Quadro IV – A relação dos músculos da articulação gleno-umeral e suas ações Referências 01. RASCH-BURKE. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 1977. 02. KAPANDJI, A.I. Fisiologia Articular, volume 1: membros superiores. SãoPaulo, Ed. Panamericana, 5ª ed, 2000. 03. FERNANDES, A.; MARINHO, A.; VOLGT, L.; LIMA, V. Cinesiologia do Alongamento. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2002. 04. MOREIRA, D; RUSSO A.F.; Cinesiologia Clínica e Funcional. São Paulo: Atheneu, 2005. 05. LIMA, C.S.; PINTO R.S.; Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre: Artmed, 2006. 06. Sacco, I.C.N; Estudos dos músculos em geral. São Paulo: http://ccfmup06.googlepages.com/anatomiaTABELADEMUSCULOS.pdf , 2001. 07. SMITH, L. et al. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5 ed. São Paulo, Manole, 1997. 08 LAFFERTY, M; PANELLA, S; A.D.A.M. Interactive Anatomy 3D Third Edition, 2000. http://ccfmup06.googlepages.com/anatomiaTABELADEMUSCULOS.pdf Capítulo V – Complexo do Cotovelo Estrutura Muscular Bíceps Braquial Braquial Braquiorradial Tríceps Braquial Ancôneo Supinador Pronador Redondo Pronador Quadrado Bíceps Braquial Localização: É um músculo proeminente, situado na face anterior do braço, com duas origens distintas. É um músculo fusiforme. Origem: Cabeça Longa: Provém da escápula na parte superior da cavidade glenóide; seu tendão passa sobre a cabeça do úmero e se fusiona com o ligamento capsular da articulação do Ombro. CabeçaCurta: Do ápice do processo coracóide da escápula, juntamente com o músculo coracobraquial. Inserção: Superfície posterior da tuberosidade do rádio através de um único tendão. Inervação: Nervomusculocutâneo Segmentação: C5-C6. Articulação: Ombro, cotovelo e rádio-ulnar proximal. AÇÃO: Cabeça Longa - No Ombro: Abdução(1,3)e estabilização da articulação(2,3). No Cotovelo: Flexão1,2,3,4. Na Rádio-Ulnar:Supinação1,2,3,4. Cabeça Curta No Ombro: Flexão1,2,3,4; adução2,3; rotação medial2,3 e adução horizontal2,3. No cotovelo:Flexão1,2,3,4. Na Rádio-ulnar:Supinação1,2,3,4. Braquial Localização: Está localizado entre o bíceps e o úmero, próximo ao cotovelo. Origem: Metade distal da superfície anterior do úmero. Inserção: Processo coronoíde e tuberosidade da ulna. Inervação: Nervo musculocutâneo Segmentação: C5-C6. Articulação: Cotovelo. AÇÃO: Flexão do cotovelo1,2,3,4. NOTA: O músculo braquial é um flexor puro; realiza a flexão do cotovelo independente da posição do antebraço(supinação, pronação ou posição intermediária). Braquiorradial Localização: É um músculo fusiforme, situado na borda externa do antebraço e é responsável pelo contorno arredondado, desde o cotovelo até a base do polegar. Origem: Dois terços proximais da crista supra-epicondilar lateral do úmero. Inserção: Face lateral da base do processo estilóide do rádio. Inervação: Nervo radial. Segmentação: C5-C6. Articulação: Cotovelo e rádio-ulnar proximal. AÇÃO: No cotovelo:auxilia na flexão1,2,3,4. Na radio-ulnar: quando a rádio-ulnar encontra-se em pronação, auxilia na supinação, quando a rádio-ulnar encontra-se em supinação, auxilia na pronação1,2,3. Tríceps Braquial Localização: O tríceps se encontra na face posterior do braço e, como o seu nome o indica, tem três origens distintas. Origem: Cabeça Longa: Cabeça Longa: tubérculo infra-glenoidal da escápula;Cabeça lateral: superfície lateral e posterior da metade proximal do úmero;Cabeça medial: 2/3 distais da superfície medial e posterior do úmero. Inserção: Superfície posterior do olecrano da ulna. Inervação: Nervo radial. Segmentação: C6-T1 Articulações: Cotovelo e ombro. AÇÃO: Cabeça Longa No Ombro: auxilia na extensão1,2,3,4; hiperextensão3; abdução horizontal3; adução1,2,3 e estabilização3. No cotovelo:extensão1,2,3,4. Cabeça lateral e medial No cotovelo: Extensão1,2,3,4. Ancôneo Localização: É um pequeno músculo triangular, situado na parte posterior do braço. Parece ser uma continuação do tríceps. Origem: Superfície posterior do epicôndilo lateral do úmero. Inserção: Processo do olecrano e parcialmente abaixo dele. Inervação: Nervo radial. Segmentação: C6-T1 Articulação: Cotovelo. AÇÃO: Extensão 1,2,3,4; pronação2. Supinador Localização: É um músculo largo, situado embaixo do braquiorradial e dos músculos extensores, unido ao epicôndilo lateral. Origem: Epicôndilo lateral do úmero e ligamentos colaterais radial e anular. Inserção: Superfície Antero-lateral da parte proximal do rádio. Inervação: Nervo radial. Segmentação: C5-C7 Articulação: Rádio-ulnar proximal. AÇÃO: Supinação1,2,3,4. Pronador Redondo Localização: É um pequeno músculo fusiforme, disposto obliquamente através do cotovelo, anteriormente, e é parcialmente coberto pelo braquiorradial. Origem: Epicôndilo medial do úmero e processo coronóide da ulna. Inserção: A parte superior do tubérculo maior do úmero. Inervação: Nervos mediano. Segmentação: C6-C7 Articulações: Rádio-ulnar proximal e do cotovelo. AÇÃO: No cotovelo: Auxilia na flexão1,2,3,4. Na rádio-ulnar: Pronação1,2,3,4. Pronador Quadrado Localização: É um fino feixe quadrado de fibras paralelas, situado profundamente na parte anterior do antebraço, próximo ao punho. Origem: Lado medial da superfície anterior do quarto distal da ulna. Inserção: Lado lateral da superfície anterior do quarto distal do rádio. Inervação: Nervos mediano. Segmentação: C7-T1. Articulação: Rádio-ulnar. AÇÃO: Pronação1,2,3,4. NOTA: Além de estabilizar a porção distal da articulação radioulnar, pode ser considerado um pronador puro do antebraço. Quadro V – A relação dos músculos da articulação do cotovelo e radioulnar Referências 01. MOREIRA, D; RUSSO A.F.; Cinesiologia Clínica e Funcional. São Paulo: Atheneu, 2005. 02. RASCH-BURKE. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 1977. 03. FERNANDES, A.; MARINHO, A.; VOLGT, L.; LIMA, V. Cinesiologia do Alongamento. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2002. 04. SMITH, L. et al. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5 ed. São Paulo, Manole, 1997. 05 LAFFERTY, M; PANELLA, S; A.D.A.M. Interactive Anatomy 3D Third Edition, 2000. Capítulo VI – Complexo do Punho e da mão Estrutura Muscular Músculos que Atuam no Punho Flexor Radial do Carpo Flexor Ulnar do Carpo Palmar Longo Palmar Curto Extensor Radial Longo do Carpo Extensor Radial Curto do Carpo Extensor Ulnar do Carpo Músculos Extrínsecos que Atuam nos Dedos Flexor Superficial dos Dedos Flexor Profundo dos Dedos Extensor dos Dedos Extensor do Dedo Mínimo Extensor do Indicador Abdutor Longo do Polegar Extensor Curto do Polegar Extensor Longo do Polegar Músculos Intrínsecos que Atuam nos Dedos Abdutor Curto do Polegar Flexor Curto do Polegar Oponente do Polegar Adutor do Polegar Abdutor do Dedo Mínimo FlexorCurto do Dedo Mínimo Oponente do Dedo Mínimo Lumbricais(Quatro Músculos) Interósseos Palmares Interósseos Dorsais Músculos que Atuam no Punho Flexor Radial do Carpo AÇÃO: No Punho: Flexão e abdução1,2. No Cotovelo: auxilia a flexão do cotovelo1,2. Flexor Ulnar do Carpo AÇÃO: No Punho: Flexão e adução1,2. No Cotovelo: auxilia a flexão do cotovelo1,2. Palmar Longo AÇÃO: No Punho:Flexão1,2. No Cotovelo: auxilia a flexão do cotovelo1,2. Palmar Curto AÇÃO:Traciona a pele no lado ulnar da mão1,2. Extensor Radial Longo do Carpo AÇÃO: No Punho: Extensão e abdução1,2. No Cotovelo: auxilia a extensão do cotovelo2. Extensor Radial Curto do Carpo AÇÃO: No Punho: Extensão e abdução1,2. No Cotovelo: auxilia a extensão do cotovelo2. Extensor Ulnar do Carpo AÇÃO: No Punho: Extensão e adução1,2. No Cotovelo:Auxilia a extensão do cotovelo2. Músculos Extrínsecos que Atuam nos Dedos Flexor Superficial dos Dedos AÇÃO: Flexiona as articulações interfalângicas proximais do segundo ao quinto dedo1,2. No Punho: Auxilia na flexão1,2. No Cotovelo: Auxilia na flexão2. Flexor Profundo dos Dedos AÇÃO: Flexiona as articulações interfalângicas proximais do segundo ao quinto dedo1,2. No Punho: Auxilia na flexão1,2. Extensor dos Dedos AÇÃO: Faz extensão do segundo ao quinto dedo1,2. No Punho: Auxilia na extensão1,2. No Cotovelo: Auxilia na Extensão2. Extensor do Dedo Mínimo AÇÃO: Estende o dedo mínimo1,2. No Punho: Auxilia na extensão2. No Cotovelo: Auxilia na extensão2. Extensor do Indicador AÇÃO: Estende o dedo indicador1,2. No Punho: Auxilia na extensão2. Abdutor Longo do Polegar AÇÃO: Estende o polegar1 e abduz2. No Punho: Abdução1. No Cotovelo: Auxilia na supinação2. Extensor Curto do Polegar AÇÃO: Estende o polegar1,2 e abdução do polegar2. No Punho: Abdução1. Extensor Longo do Polegar AÇÃO: Estende o polegar1,2. No Punho: Extensão2 e abdução1. No Cotovelo: Auxilia na supinação2. Músculos Intrínsecos que Atuam nos Dedos Abdutor Curto do Polegar AÇÃO: Abduz o polegar1,2. Flexor Curto do Polegar AÇÃO: Flexão da falange proximal do polegar1,2. Oponente do Polegar AÇÃO: Oposição* do polegar1,2. Adutor do Polegar AÇÃO: Adução do polegar1,2. Abdutor do Dedo Mínimo AÇÃO: Abdução do dedo mínimo1,2. Flexor Curto do Dedo Mínimo AÇÃO: Flexiona a metacarpofalângica do dedo mínimo 1,2. Oponente do Dedo Mínimo AÇÃO: Oposição* do dedo mínimo1,2. Lumbricais (Quatro músculos) AÇÃO: Flexão das articulações metacarpofalângicas e extensão das interfalângicas proximais e distais do segundo ao quinto dedo1,2. Interósseos Palmares AÇÃO: Adução do indicador, anular e mínimo1,2. Interósseos Dorsais AÇÃO: Abdução do indicador, abdução radial e ulnar do médio, abdução do anular1,2. * Oposição é uma circundação parcial do metacarpo. Quadro VI – A relação dos músculos da articulação do punho e suas ações Referências 01. MOREIRA, D; RUSSO A.F.; Cinesiologia Clínica e Funcional. São Paulo: Atheneu, 2005. 02. RASCH-BURKE. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 1977. Capítulo VII – Complexo do Quadril Estrutura Muscular Iliopsoas Reto femoral Sartório Tensor da Fáscia Lata Glúteo Máximo Glúteo Médio Glúteo Mínimo Bíceps Femoral Cabeça Longa Semitendinoso Semimembranoso Rotadores Externos Profundos Piriforme Obturador Interno Obturador Externo Quadrado Femoral Gêmeo Superior Gêmeo Inferior Pectíneo Adutor Longo Adutor Curto Adutor Magno Grácil Iliopsoas Ilíaco Psoas Maior Localização: Ilíaco: Localiza-se na fossa ilíaca partindo diretamente para baixo onde se encontra com o psoas maior. Psoas Maior: Quase todo o psoas maior se encontra na cavidade abdominal, atrás dos órgãos internos. Origem: Ilíaco: Na fossa ilíaca e parte da superfície interna do sacro, próximo ao ílio. Psoas Maior: Nas superfícies Antero-laterais de T12 a L5. Inserção: Trocânter menor do fêmur e diáfise imediatamente abaixo. Direção das Fibras: Ilíaco: Plano e triangular e parte obliquamente para baixo. Psoas Maior:Unipenado, partindo diretamente dos corpos das vértebras e terminando obliquamente no tendão de inserção. Inervação: Ilíaco: Nervo femoral. Psoas Maior: Plexo Lombar. Segmentação: L1-L4. Articulaçõs: Acetabulofemoral e do tronco. AÇÃO: Na Lombar: em ação unilateral, flexão lateral para o seu lado e rotação para o lado oposto; em ação bilateral, flexão anterior e acentuação da lordose lombar3. Na Cintura Pélvica: Báscula anterior3,6 e rotação pélvica6. No Quadril: Flexão1,2,3,4,7, rotação Lateral3,4, abdução2. NOTA: O músculo iliopsoas, também chamado de psoas ilíaco, é, na verdade, formado por dois músculos, ilíaco e psoas maior; alguns autores consideram até três músculos, devido à presença em alguns indivíduos do psoas menor. Esse é o principal grupo flexor do quadril, parcialmente coberto pela porção superior do músculo sartório. Este último também é capaz de flexionar o tronco nos casos em que a coxa se encontra fixa e estabilizada. Reto Femoral Localização: Este grande músculo bipenado, assim denominado pela sua posição reta na parte anterior da coxa. Origem: Espinha ilíaca ântero-inferior. Inserção: Borda proximal da patela, através do ligamento patelar na tuberosidade da tíbia. Direção das Fibras: O tendão superior desce pela parte média do músculo e o tendão plano inferior passa abaixo de sua superfície profunda. As fibras musculares cruzam, obliquamente, de um tendão para o outro. Inervação:Nervo femoral. Segmentação: L2-L4. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: Báscula Anterior6. No Quadril: Flexão1,2,3,4,7 e Abdução1. No Joelho:Extensão1,2,3,4,7. NOTA: O músculo reto femoral é um dos componentes do grupo muscular quadríceps, o único deste grupo que é biarticular e que cruza a articulação do quadril. Sartório Localização: O músculo se encontra entre duas camadas da fáscia da coxa e algumas de suas fibras se inserem, nesta fáscia, nesta fáscia, na metade inferior da coxa. O músculo se encurva, em torno do lado medial da coxa, passando por trás do côndilo medial e, depois, para a frente, até a sua inserção. É um músculo fusiforme. Origem: Espinha ilíaca ântero-superior. Inserção: Parte próximo-medial da tíbia, próximo ao platô medial da tíbia. Inervação: Nervo femoral. Segmentação: L2-L4. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na cintura pélvica: em ação bilateral, faz báscula anterior3,6. No Quadril:Flexão1,2,3,4,7; Abdução1,2,3,4 e rotação externa1,2,3,4,7. No Joelho:Flexão1,2,3,4,7; Extensão1 e Rotação medial2,3,4,7. NOTA: O músculo sartório é o mais longo do corpo humano, porém não é considerado motor primário em nenhuma de suas ações musculares, sendo mais eficiente quando se realizam todos os movimentos ao mesmo tempo. Observação: Na maioria dos indivíduos, esse músculo é um flexor do joelho mas, em algumas pessoas, atua como extensor do joelho. Talvez isto seja devido à diferença na sua inserção, a qual, emalguns casos, pode ser anterior ao eixo do joelho. Tensor da Fáscia Lata Localização: Um pequeno músculo situado na frente e no lado do quadril, tem a característica de não apresentar uma inserção óssea. Origem: Espinha ilíaca ântero-superior e lábio externo da crista ilíaca. Inserção: Trato iliotibial da fáscia lata na junção dos terços proximal e médio da coxa. Direção das Fibras: A disposição paralela das grossas fibras, da fáscia e do tendão, proporciona uma grande força, na direção em que o músculo é submetido a esforço. Inervação: Nervo glúteo superior. Segmentação: L4-S1. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na cintura pélvica : Em ação unilateral, faz inclinação contralateral (báscula lateral, elevação do lado oposto); em ação bilateral, faz báscula anterior3,6. No Quadril : Flexão1,2,3,4,7; abdução1,2,3,4,7 e rotação medial1,2,3,4,7. No Joelho : Extensão2,3,4; e quando o joelho encontra-se flexionado à rotação lateral3. NOTA: O tensor da fáscia lata é o único músculo biarticular que se encontra lateralmente à coxa. Já que tem uma porção anterior, sua ação de abduzir a coxa se torna mais eficiente quando em pequena flexão de quadril. Glúteo Máximo Localização: Um músculo carnoso, muito grande, situado na parte posterior do quadril. O glúteo máximo pesa duas vezes mais do que o médio, que não é paralelo em outros primatas e está relacionado com a posição ereta. Origem: Sacro posterior e ílio. Inserção: Tuberosidade glútea do fêmur e trato iliotibial da fáscia lata. Direção das Fibras: As fibras musculares partem diretamente da pelve e fazem uma junção oblíqua com o tendão de inserção, que é um feixe plano que se estende desde o fêmur, ao longo da borda posterior do músculo. Inervação: Nervo glúteo inferior. Segmentação: L5-S2. Articulação: Acetabulofemoral. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: Báscula Posterior3,6. No Quadril: Extensão1,2,3,4,7; Hiperextensão3,4; rotação lateral1,2,3,4,7, abdução1,2,3,4,7 e adução2,4,7. NOTA: O glúteo máximo, também conhecido como grande glúteo, é um grande músculo superficial que dá a forma arredondada às nádegas. Devido à grande superfície, suas fibras superiores auxiliam a abdução do quadril e suas fibras inferiores auxiliam na adução do quadril. Auxilia na estabilização do joelho em extensão. Glúteo Médio Vista Lateral Vista posterior Localização:Um músculo curto e grosso, situado na parte lateral do ílio, constituindo o contorno arredondado do lado do quadril. Origem:Superfície externa do ílio abaixo da crista. Inserção: Tuberosidade Trocânter maior do fêmur. Direção das Fibras:As fibras partem diretamente do ílio, convergindo para uma junção peniforme, com o tendão de inserção plano. Inervação:Nervo glúteo superior. Segmentação: L5-S1. Articulação: Acetabulofemoral. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: Em ação unilateral, auxilia na elevação contralateral; e em ação bilateral3, as fibras anteriores auxiliam na báscula anterior3 e as fibras posteriores auxiliam na báscula posterior3,6. NoQuadril:Abdução1,2,3,4,7; Flexão1,2,3,4,7; Extensão1,2,3,4,7; rotação medial1,2,3,4,7 e rotação lateral1,2,4,7. NOTA:O glúteo médio pode ser comparado com o deltóide do ombro, pois possui fibras anteriores, médias e posteriores. Sua função primária é abduzir o quadril e, secundariamente, com suas fibras anteriores, flexioná-lo e rodá-lo internamente; com as fibras posteriores, estende e roda externamente o mesmo. Esse é o maior dos músculos laterais do quadril, sendo coberto em parte pelo glúteo máximo e pelo tensor da fáscia lata, porém sua porção médio-superior é superficial. Glúteo Mínimo Vista Lateral Vista posterior Localização: Situado Logo abaixo do glúteo médio. Origem: Parte inferior da superfície externa do ílio. Inserção: A parte anterior do vértice do trocanter maior. Inervação: Nervo glúteo superior. Segmentação: L4-S1. Articulação: Acetabulofemoral. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: Em ação unilateral, auxiliar da elevação da contralateral; e em ação bilateral, báscula anterior3. No Quadril: Abdução1,2,3,4,7; Flexão1,2,3,4,7; rotação interna1,2,3,4,7; extensão1,7 e rotação externa1,7. NOTA: Esse é o músculo mais profundo da região glútea, situado próximo à cápsula articular do quadril. É totalmente coberto pelo glúteo médio. Bíceps Femoral Cabeça Longa Localização: Situado posterior e lateralmente a coxa. Origem: Tuberosidade Isquiática. Inserção: Cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia. Inervação: Nervo ciático(ramo tibial). Segmentação: L5-S3. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: báscula posterior3. No Quadril: Extensão1,2,3,4,7; hiperextensão3 e rotação externa1,2,4,7. No Joelho: Flexão1,2,3,4,7 e rotação lateral1,2,3,4,7. NOTA: O bíceps femoral é o extensor do quadril mais forte do grupo muscular dos isquiotibiais, que é constituído pelos músculos semitendinoso, semimembranoso, além do bíceps femoral. Todos eles são biarticulares(exceto a cabeça curta do bíceps femoral). Semitendinoso Localização: É um músculo unipenado, assim chamado pelo seu longo tendão de inserção, que alcança até a metade da coxa. Origem: Tuberosidade Isquiática. Inserção: Superfícieântero-medial da tíbia proximal, perto do platô medial tibial. Direção das Fibras: As fibras musculares curtas descem, em diagonal, desde o tendão de origem, para se unirem ao tendão de inserção, sendo que o ventre do músculo está situado na metade superior da coxa. Inervação: Nervo ciático(ramo tibial). Segmentação: L4-S2. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: báscula posterior3,6. No Quadril:Extensão1,2,4,7; Hiperextensão3; auxilia na adução3 e rotação interna1,2,4. No Joelho:Flexão1,2,3,4,7 e rotação medial1,2,3,4,7. Semimembranoso Localização: Este músculo unipenado, assim denominado devido ao seu tendão de origem membranosa, está situado na face posterior e medial da coxa. Origem: Tuberosidade Isquiática. Inserção: Superfície posterior do côndilo medial da tíbia. Direção das Fibras: Semelhante ao semitendinoso, mas com o tendão superior mais longo e o inferior mais curto, de maneira que a massa muscular está situada mais abaixo. Assim, esses dois músculos constituem uma massa cilíndrica. Como o vente de um está em contato com a parte tendinosa do outro, a ação de um não interfere na do outro. Inervação: Nervo ciático(ramo tibial). Segmentação: L4-S2. Articulação: Acetabulofemoral e do joelho. AÇÃO: Na Cintura Pélvica: báscula posterior3,6. No Quadril: Extensão1,2,4,7; Hiperextensão3; auxilia na adução3 e rotação interna1,2,4. No Joelho: Flexão1,2,3,4,7 e rotação medial1,2,3,4,7. Rotadores Externos Profundo Piriforme Gêmeos Superior e Inferior Obturador Interno Obturador Externo Quadrado Femoral Localização: Este grupo muscular está localizado na região glútea e é coberto pelo glúteo máximo. Origem: Sacro anterior, região posterior do ísquio e forame obturador. Inserção: Superfície posterior e superior do trocânter maior. Inervação: Obturador Externo: Nervo Obturador. Demais Músculos: Plexo Sacral. Segmentação: Obturador Externo: L3-L4. Demais Músculos: L4-L5. Articulação: Acetabulofemoral. AÇÃO: Piriforme Na Cintura Pélvica:em ação bilateral, báscula posterior3. No Quadril:Rotação Lateral1,2,3,4,7; abdução2,3,7, flexão3 e extensão2. Gêmeo Superior e Gêmeo Inferior Na Cintura Pélvica:em ação bilateral, báscula posterior3. No Quadril: Rotação Lateral1,2,3,4,7 e Abdução2. Obturador Interno Na Cintura Pélvica: em ação bilateral, báscula posterior3.
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