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Exercícios membros inferires FLEXÃO DO QUADRIL - AGACHAMENTO COM BARRA Figura 1. Agachamento com barra livre Fonte: Manual de cinesiologia estrutural -19ª ed, p 365 1 . 1 ALAVANCAS O sistema de alavancas envolvido é o de primeira classe ou a interfixa. O movimento tem como posição inicial quando joelhos e quadris estão fletidos (Figura 2) e como posição final quando as mesmas articulações estão estendidas (Figura 3). Figura 2 e 3 – Sistema de alavancas Fonte: EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 208, Septiembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ 1 1 .2PLANOS E EIXOS Movimento do fêmur no plano frontal medialmente em direção à linha mediana. Todos os movimentos ocorrem no plano sagital ou ântero-posterior, que se relaciona com o eixo látero- lateral ou transversal. 1 .3 CADEIA CINÉTICA O agachamento é exercício de cadeia cinética fechada e é muito utilizado nas salas de musculação tanto no treinamento de força muscular como na reabilitação de cirurgias e lesões musculares e articulares (ESCAMILLA, 2001). 1 .4 AÇÕES MUSCULARES Na fase excêntrica, no ato de agachar, são usados flexores plantares, extensores do joelho, extensores do quadril e extensores da coluna que por serem músculos posturais encontram-se contraídos antes da fase de preparo e após a fase de desaceleração. Similarmente, na fase concêntrica, quando retorna à posição inicial, são usados os mesmos grupos musculares para realizar os movimentos articulares de flexão plantar, extensão do joelho, extensão de quadril e extensão de tronco que são empregues durante todo o agachamento. Segundo Gusmão et. al (2015) a cinemática adequada da coluna vertebral no momento do agachamento exige que esta esteja em retificação de suas curvaturas de forma isométrica. Os músculos do tronco, especialmente os eretores da coluna: (grande dorsal, infra espinhal, e os ileoscostais) são recrutados para dar apoio a essa postura durante todo o movimento, os músculos trapézio e romboides também participam de forma isométrica (para a estabilização do tronco), complementando. Teixeira (2014) diz que, o reto abdominal e transverso abdominal dão maior tensão a parede abdominal, auxiliando no controle de tronco e a flexibilidade pélvica, e assim no agachamento promove a modificação da posição da pelve, alterando a coluna. 1 .5 MÚSCULOS (AGONISTA, ANTAGONISTA E SINERGISTA) 2 Como mencionado anteriormente, o movimento de agachamento recruta e solicita uma quantidade muito grande de músculos. Agonistas: Glúteo máximo, reto femoral, vasto lateral, vasto medial oblíquo, vasto intermédio (quadríceps) Sinergistas: Bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso (isquiotibiais), paraespinhais (músculos ao longo da coluna vertebral e costas). Adutor magno: fibras musculares posteriores (parte interna da coxa), gastrocnêmio e sóleo (calcanhar). Estabilizadores: Transverso abdominal, multifidus, oblíquo interno, assoalho pélvico (músculos abdominais profundos, perto da coluna vertebral), reto abdominal (músculo abdominal) e oblíquos externos (músculos do punho). 1 .6 TIPO DE CONTRAÇÃO (ISOMÉTRICO, CONSCENTRICO E EXCÊNTRICO) O exercício é dividido em duas fases: 1- fase excêntrica ou negativa e 2- fase concêntrica ou positiva. A primeira corresponde à flexão de joelho e de quadril até as coxas ficarem paralelas ao chão (agachamento paralelo). É recomendado que o executante se mantenha com a cabeça erguida, com olhar em um ponto fixo previamente definido e realize essa fase inspirando o ar. A segunda corresponde à extensão de joelhos e quadril até retornar posição inicial. É recomendado que o executante realize a expiração nessa fase do movimento (CARNAVAL, 2001). 1 .7 ARTROCINEMÁTICA Outra característica importante desse exercício é o número de articulações utilizadas para realizar o movimento, são três as principais: articulação do quadril, articulação do joelho e articulação do tornozelo. A articulação do quadril é uma articulação de bola-soquete entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, que realiza movimentos nos três planos (sagital, frontal e transversal). O complexo do joelho também envolve a articulação patelofemoral, uma articulação de deslizamento, já que a 3 patela desliza sobre a superfície troclear do fêmur durante movimentos de flexão e extensão do joelho. A articulação do tornozelo participa, de forma dinâmica, no agachamento, no movimento de flexão plantar, além de manter a estabilidade da articulação, evitando eversão e inversão do tornozelo. 2. ABDUÇÃO DE QUADRIL COM CANELEIRA Figura 4 - Abdução de quadril com caneleira Fonte: Dicas de Treino, 2017. 2.1 ALAVANCAS A alavanca é a de 3 classe, ou seja, é interpotente. Sendo a articulação do quadril o ponto fixo, a caneleira o ponto de resistência e a parte distal do fêmur e da tíbia o ponto de potência. 2.2 PLANOS E EIXOS O movimento de abdução pode ser realizado no plano frontal com o eixo ântero - posterior. Sendo que, este movimento deve começar partindo-se de uma pequena adução e terminar por volta de 45° de abdução. 2.3 CADEIA CINÉTICA O movimento pode ser realizado em cadeia cinética aberta (CCA) ou em cadeia cinética 4 fechada (CCF). 2.4 AÇÕES MUSCULARES Os abdutores principais têm a sua fixação no trocânter maior ou na diáfise do fêmur no qual vão possuir grandes ângulos desde da linha de ação muscular até o eixo da articulação. Os músculos abdutores são glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia lata e as fibras superiores do glúteo máximo tendo a contribuição dos músculos sartório, piriforme, obturadores (em flexão) e o iliopsoas em abdução. Esses músculos vão exercer um torque máximo quando contrai na posição alongada, e um torque diminuído à medida que o músculo se encurta. O movimento lateral da pelve é difícil de estabilizar mecanicamente, sendo assim a melhor estabilização da pelve é pelos abdutores do quadril contralateral exigindo uma contração isométrica máxima bilateral e a presença dos torques nos lados direito e esquerdo. Vale ressaltar que, os abdutores do quadril em movimento de cadeia fechada têm a função de manter uma pelve nivelada no apoio unilateral. 2.5 MÚSCULOS (AGONISTA, ANTAGONISTA E SINERGISTA) ● Agonista: glúteo médio, tensor de fáscia lata e glúteo mínimo. ● Sinergista: glúteo máximo (fibras superiores), piriforme, reto femoral e sartório. ● Antagonista: adutor longo, adutor curto e adutor magno. 2.6 TIPO DE CONTRAÇÃO (ISOMÉTRICO, CONSCENTRICO E EXCÊNTRICO) Faz contração concêntrica e excêntrica dos músculos agonistas do lado que está sendo realizado o movimento e contração isométrica do lado oposto (em CCF), e CCA podemos dizer que ele faz contração isométrica. 2.7 ARTROCINEMÁTICA O movimento de abdução do quadril pode ocorrer de duas formas, sendo elas: O fêmur 5 em relação à pelve no qual o quadril faz abdução em torno de 40 a 45 graus, sendo limitada principalmente pelo ligamento pubofemoral e músculos adutores. E a pelve em relação ao fêmur, onde a abdução de quadril de suporte ocorre com a elevação ou “levantamento” da crista ilíaca no lado do quadril sem suporte, sendo que nessa circunstância o movimento é limitado em aproximadamente 30 graus, devido aos limites naturais da curvatura lateral da coluna lombar e da rigidez acentuada dos músculos adutores ipsilaterais ou do ligamento pubofemoral. Se estiver presente uma acentuada contratura no adutor, a crista ilíaca no lado do quadril sem suporte pode permanecer mais baixa que a crista ilíaca do quadril de suporte, o que pode interferir com a marcha. Vale ressaltar, também, que o movimento realizado em cadeia fechada, o fêmur e o quadril estarão mais próximos da linha média, tendouma menor força de cisalhamento. 3. FLEXÃO DE JOELHO COM CANELEIRA Figura 5 – Flexão de joelho com caneleira Fonte: Google Imagens. 3.1 ALAVANCAS Terceira classe, interpotente. Figura 6 – Alavanca interpotente 6 Fonte: Google Imagens. 3.2 PLANOS E EIXOS Eixo: látero-lateral – flexão e extensão. Plano: sagital – flexão e extensão. A amplitude articular na flexão corresponde a 0°- 140°. 3.3 CADEIA CINÉTICA Cadeia Cinética Aberta (CCA) é quando o fêmur está fixo e a tíbia move-se realizando a flexão e extensão de joelho, ou seja, o segmento distal da articulação está livre, sem apoio. 3.4 AÇÕES MUSCULARES Os principais flexores do joelho são os isquiotibiais, bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo, mas há outros que também contribuem para flexão do joelho. Esses músculos incluem o gastrocnêmio, plantar, poplíteo, grácil e sartório. O bíceps femoral encontra-se na coxa posterior e é também conhecido como isquiotibial lateral. O semitendíneo é posicionado em sentido medial em relação à cabeça longa do bíceps na coxa posterior. Embora o semimembranáceo possua a maior seção transversal dos isquiotibiais, não é facilmente palpado como um músculo individual porque a maior parte está recoberta pelo semitendíneo, e proximalmente, pelo adutor magno. O grácil permanece medial em seu curso em direção ao púbis. O grácil e o sartório fornecem auxilio para a flexão do joelho. A inserção distal do tendão do sartório, grácil e semitendíneo ocorre na superfície anterior medial da tíbia abaixo do côndilo medial, formando a pata de ganso. Algumas fibras desses três tendões se misturam umas com as outras e com a fáscia 7 profunda da perna. Os três músculos são considerados importantes para a estabilização medial do joelho. Com exceção do gastrocnêmio, todos os músculos que cruzam posteriormente o joelho possuem a capacidade para fletir e rodar internamente ou externamente o joelho, e embora seu principal papel seja de flexão plantar do tornozelo, ele também possui papel na flexão do joelho. O plantar é um pequeno músculo localizado na região posterior do joelho e possui pouco ou nenhum papel nesta região. O poplíteo é um pequeno, mas importante músculo posterior do joelho. Ele é o músculo mais profundo na região, se insere no côndilo femoral e menisco lateral. Durante a atividade muscular, o poplíteo produz rotação da tíbia medialmente no fêmur em uma cadeia aberta ou rotação lateral do fêmur na sustentação do peso da tíbia. 3.5 MÚSCULOS (AGONISTA, ANTAGONISTA E SINERGISTA) Os músculos agonistas de flexão do joelho são bíceps femoral, semitendinoso e semimembranáceo (coletivamente chamados de isquiotibiais). O músculo antagonista é o músculo quadríceps. Os músculos sinergista são o bíceps femoral e poplíteo. 3.6 TIPO DE CONTRAÇÃO (ISOMÉTRICO, CONSCENTRICO E EXCÊNTRICO) Concêntrica. 3.7 ARTROCINEMÁTICA Articulação femoropatelar. A superfície posterior patelar é côncava e se move na superfície femoral convexa. A posição de descanso (frouxidão) articulação femoro-patelar é completamente em extensão e a posição fechada (impacto) é a flexão. Uma vez que o joelho flexiona e estende, a patela desliza dentro do suco intercondilar. Quando o joelho se move em flexão, a patela desliza no sentido inferior, e quando estende, a patela desliza no sentido superior. Movimentos de rotação patelar, deslocamento medial- lateral ocorrem durante a flexão e extensão. Ainda que o momento específico e a localização de 8 cada um desses movimentos ainda não são bem estabelecidos. A articulação tibiofemoral tem sua posição mais congruente na extensão completa. Entretanto, se o fêmur é estabilizado com o joelho posicionado em 25° ou mais de flexão, a tíbia pode deslocar vários milímetros no fêmur. Esta posição flexionada é a posição de descanso do joelho, ou a posição na qual o joelho é menos congruente. A superfície côncava tibial desliza no mesmo sentido como um rolamento, quando a tíbia se movimenta no fêmur durante a atividade cadeia cinética aberta. Quando o movimento ocorre em cadeia cinética fechada, os côndilos femorais convexos movem-se nos côndilos tibiais côncavos no sentido contrário do movimento angular. 4. FLEXÃO PLANTAR EM PÉ Figura 7 – Flexão plantar em pé (LIMA, C. et al, 2006) A execução do exercício de flexão plantar apresenta algumas variações na posição de execução com o objetivo de diferenciar a intensidade do trabalho dos músculos gastrocnêmicos e sóleo. As possibilidades de execução do movimento são em pé́ e sentado. Em pé́ a intensidade do trabalho dos gastrocnêmicos é maior e a intensidade do trabalho do sóleo é menor. 4.1 ALAVANCAS Segunda classe – Alavanca de força ou Interresistente: A força de resistente está localizada entre o apoio e o ponto de aplicação da força potente. Figura 8 – Alavanca Interresistente 9 Fonte: Google Imagens. 4.2 PLANOS E EIXOS Plano sagital e eixo latero-lateral. 4.3 CADEIA CINÉTICA Cadeia cinética aberta: Ocorre quando o segmento distal de uma extremidade se move livremente no espaço, resultando no movimento isolado de uma articulação, assim tendo menor compressão, maior cisalhamento e menor gasto energético. 4.4 AÇÕES MUSCULARES Com ações motoras mais diretas, sete músculos passam posteriormente ao tornozelo e, portanto, podem servir como flexores plantares. A capacidade efetiva deles, entretanto, varia acentuadamente. O sóleo e o gastrocnêmio são responsáveis teoricamente por 93% do torque flexor plantar, enquanto os cinco músculos perimaleolares (tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo e fibular curto) proporcionam 7%. Isso significa que existem dois grupos funcionais distintos de flexores plantares: o tríceps sural e os músculos perimaleolares. Ao correr, saltar e andar, tais músculos fornecem uma quantidade considerável da força de propulsão (PERRY, 2005; PALASTANGA, 2000). Dentre os principais músculos extrínsecos estão os flexores plantares, gastrocnêmio e sóleo. 10 O gastrocnêmio origina-se acima do joelho por duas cabeças, cada qual conectada a um côndilo femoral. Na metade do caminho para a perna, o gastrocnêmio termina em um tendão achatado, o tendão do calcâneo, que se prende ao aspecto posterior do calcâneo. Com o pé recebendo carga, o músculo gastrocnêmio-sóleo eleva o calcanhar do solo. Com a perna elevada, ele faz a flexão plantar do pé sobre a perna. O músculo sóleo fica sob o gastrocnêmio e origina-se a partir da parte superior da tíbia e da fíbula, abaixo da articulação do joelho. Também atua sobre o pé e, diferentemente do gastrocnêmio, um músculo biarticular, o sóleo não tem a capacidade de flexionar o joelho. Ele termina na porção profunda do tendão do calcâneo, na metade do caminho da perna. O músculo plantar origina-se em um tendão localizado no epicôndilo lateral do fêmur, correndo por trás para inserir-se no aspecto posterior da tíbia. Ele corre entre o ligamento colateral fibular (lateral) do joelho e o menisco lateral. O tibial posterior origina-se a partir dos dois terços superiores da membrana interóssea e dos ossos de cada lado da membrana. Ele se inclina medialmente para alcançar o maléolo medial e passa posteriormente a ele em uma “tipóia”. Envia dois terços do seu tendão para inserir-se no osso navicular, com algumas fibras estendendo-se até o primeiro cuneiforme. O flexor longo dos dedos origina-se na superfície posterior da área distal da tíbia até a linha do sóleo e a partir da fáscia do tibial posterior. Seu tendão cruza o tendão tibial posterior. Ele se insere na falange distal dos quatro dedos mais laterais. O flexor longo do hálux origina-se da fíbula, da fáscia tibial posterior e da membrana interóssea, inserindo-se na falange terminal do hálux. Passa, então,entre os dois ossos sesamóides, localizados nos tendões do flexor curto do hálux. Ele também envia bandas fibrosas para os tendões do flexor longo dos dedos, quando passa para os segundo e terceiro dedos. 4.5 MÚSCULOS (AGONISTA, ANTAGONISTA E SINERGISTA) Agonista: Gastrocnêmico e Sóleo Antagonista: Flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux. Sinergista: Tibial posterior, Plantar, Fibular longo e Fibular curto Figura 9 – Muscúlos da flexão plantar 11 (LIMA, C. et al, 2006) 4.6 TIPO DE CONTRAÇÃO (ISOMÉTRICO, CONSCENTRICO E EXCÊNTRICO) Contração Isométrica 4.7 ARTROCINEMÁTICA Durante a flexão plantar, o tálus rola posteriormente enquanto o osso simultaneamente desliza anteriormente. Geralmente, qualquer ligamento colateral que se torna cada vez mais tenso a partir da translação anterior do tálus também se torna progressivamente mais tenso durante a flexão plantar. O ligamento talofibular anterior é estirado na flexão plantar completa. (Embora não ilustradas, as fibras tibionaviculares do ligamento deltoide também se tornariam tensas em flexão plantar completa. A flexão plantar também alonga os músculos dorsiflexores e a cápsula anterior da articulação. Figura 10 – Artrocinemática da flexão plantar (NEUMANN, 2018)
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