Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
1 Khilver Doanne Sousa Soares Sistema Piramidal Problema 11; 5º período; “Contagem regressiva”; 1. Revisar a anatomia do sistema piramidal; 2. Compreender as síndromes cerebrovascular hemorrágicas; 3. Entender as manifestações clínicas da patologia.; 4. Relembrar a escala de coma de Glasgow; 5. Compreender a classificação de risco (Manchester, Fisher, Hunt & Hess). A via de saída mais importante do córtex motor é o trato corticoespinal, também chamado trato piramidal. O trato corticoespinal se origina em cerca de 30% das vezes do córtex motor primário, em 30% das áreas motoras suplementares e da área pré-motora e em 40% das áreas somatossensoriais posteriores ao sulco central. Depois de sair do córtex, suas fibras passam pelo ramo posterior da cápsula interna (entre o núcleo caudado e o putâmen dos núcleos da base) e, depois, desce pelo tronco cerebral, formando as pirâmides bulbares. A maior parte das fibras piramidais, então, cruza na parte inferior do bulbo, para o lado oposto, e desce pelos tratos corticoespinais laterais da medula espinal, para, finalmente, terminarem, em sua maioria nos interneurônios das regiões intermediárias da substância cinzenta da medula; algumas fibras terminam em neurônios sensoriais de segunda ordem no corno dorsal, e pouquíssimas terminam diretamente, nos neurônios motores anteriores que causam a contração muscular. Algumas das fibras não cruzam para o lado oposto no bulbo, mas passam ipsilateralmente, formando os tratos corticoespinais ventrais da medula espinal. Muitas, se não todas as fibras desse trato, acabam, por fim, cruzando para o lado oposto da medula, seja em regiões cervicais, seja na região torácica alta. Essas fibras podem estar relacionadas ao controle dos movimentos posturais bilaterais pelo córtex motor suplementar. Outras Vias de Fibras Provenientes do Córtex Motor. O córtex motor dá origem a grande número de fibras adicionais, principalmente delgadas, que vão para regiões subcorticais telencefálicas e do tronco cerebral, incluindo os seguintes: 1. Os axônios das células de Betz gigantes emitem colaterais curtos de volta ao córtex. Acredita-se que esses colaterais inibam regiões adjacentes do córtex, quando as células de Betz descarregam, tornando assim mais “nítidos” os limites do sinal excitatório. 2. Grande número de fibras se dirige do córtex motor para o núcleo caudado e o putâmen. Daí, vias adicionais se estendem para o tronco cerebral e a medula espinal, como discutido no próximo Capítulo, principalmente para controlar as contrações dos músculos posturais do corpo. 3. Número moderado de fibras motoras passa para os núcleos rubros do mesencéfalo. Desses núcleos, fibras adicionais descem para a medula espinal pelo trato rubroespinal. 4. Número moderado de fibras motoras se desvia para a substância reticular e os núcleos vestibulares do tronco cerebral; daí, sinais vão para a medula por meio dos tratos reticuloespinal e vestibuloespinal, e outros vão para o cerebelo por meio dos tratos reticulocerebelar e vestibulocerebelar. 5. Grande número de fibras motoras faz sinapse em núcleos da ponte, que dão origem às fibras pontocerebelares, as quais carreiam sinais para os hemisférios cerebelares. 6. Colaterais também terminam nos núcleos olivares inferiores e, daí, fibras olivocerebelares 2 Khilver Doanne Sousa Soares secundárias transmitem sinais para múltiplas áreas do cerebelo. Desse modo, os núcleos da base, o tronco cerebral e o cerebelo recebem fortes sinais motores do sistema corticoespinal todas as vezes que um sinal é transmitido à medula espinal para causar uma atividade motora. Fonte: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Trato piramidal corticoespinal. 3 Khilver Doanne Sousa Soares Vide APG 9 – resumo feito. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi publicada pela primeira vez na revista Lancet em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, ambos do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow, na Escócia. A escala tem como objetivo traçar uma estratégia que combina os principais indicadores-chave de gravidade no traumatismo cranioencefálico (TCE) em uma escala simples. A escala tem três variáveis, que podem ser graduadas de 1 a 5. Sendo assim, escore 3 representa o máximo de gravidade, e escore 15 o mínimo. Além disso, a escala serve como parâmetro para auxiliar na decisão de realizar ou não procedimentos médicos específicos, como exemplo, intuba-se o paciente sempre que a ECG estiver abaixo de 9. O que mudou em 2018 na ECG? Graham Teasdale conduziu uma pesquisa junto a outros dois pesquisadores (Paul Brennan e Gordon Murray), quarenta anos após o lançamento da ECG original, adicionando a reatividade pupilar à avaliação. Tal x tem como objetivo obter melhores informações sobre o prognóstico no TCE, uma vez que tais estudos comprovaram que há uma maior precisão da análise da escala se conjugada à reatividade pupilar. Já quanto à 10ª edição do ATLS (Advanced Life Trauma Support), de 2018, a nomenclatura ‘’ao estímulo de dor’’ foi substituída por ‘’ao estímulo de pressão’’, tal mudança foi feita não só pela dificuldade da definição de dor, mas também pelo questionamento da necessidade de submeter o paciente a essa sensação. Fonte: Site Ministério da Saúde - linhas de cuidado. Acesso em 09/09/2021. https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/acidente-vascular-cerebral-(AVC)-no-adulto/glasgow https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/acidente-vascular-cerebral-(AVC)-no-adulto/glasgow 4 Khilver Doanne Sousa Soares Como classificar o paciente na Escala de Coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P)? Primeiro faz-se a avaliação da escala normalmente, levando em conta a resposta de abertura ocular, de fala e de movimentação, somando pontos de acordo com a resposta. Após isso, faz-se a avaliação da reatividade pupilar com estímulo luminoso: se ambas as pupilas estiverem fotorreagentes, não se altera o somatório da escala já feito pelos passos acima; se somente uma das pupilas não estiver reagente, subtrai-se 1 ponto da escala; e se nenhuma das 2 pupilas estiverem reagentes, subtrai-se 2 pontos da escala. Assim, a não reação da pupila indica uma maior gravidade e pior prognóstico. ECG-P = ECG – (no de pupilas não reagentes) Fonte: Site Enfermagem Ilustrada. Acesso em 09/09/2021. https://enfermagemilustrada.com/escala-de- coma-de-glasgow/. Protocolo de Manchester Pensando em otimizar os processos de atendimento, de forma a criar métodos mais eficientes, ágeis e tentar diminuir os problemas de alta demanda, que acabam gerando superlotação, criou-se o Protocolo de Manchester: um processo de classificação de pacientes, através do uso de cores, implantado em grande parte como uso de pulseiras de identificação para pacientes, que permitem definir rapidamente qual é a situação de cada paciente, resultando em atendimentos mais rápidos, evitando, assim, o caos no atendimento. O Protocolo de Manchester recebeu este nome por ter sido aplicado pela primeira vez na cidade de Manchester, em 1997. Hoje, vários países da Europa já utilizam o sistema de forma praticamente integral. No Brasil, o primeiro estado a implantar o Manchester foi Minas Gerais, com o propósito de organizar o fluxo de pacientes. Em março de 2011, a Prefeitura iniciou a utilização do Protocolo Manchester em 24 postos de saúde, em caráter de teste. De acordo com a coordenadora do programa, Juliana Santos, a implantação do Protocolo Manchester tende a corrigir algumas distorções existentes nos centros de saúde, relacionadas ao atendimento, citando, como vantagem do sistema a utilização de uma nomenclatura padrão no atendimento da rede. “O Manchester é rápido, objetivo e reproduzível, tem alta precisão e não trabalha com diagnóstico, mas com sintomas dentro de um padrão internacional”, avalia. https://enfermagemilustrada.com/escala-de-coma-de-glasgow/ https://enfermagemilustrada.com/escala-de-coma-de-glasgow/ https://passevip.com.br/pulseiras-identificacao/pulseiras-hospitalares/ https://passevip.com.br/pulseiras-identificacao/pulseiras-hospitalares/ 5 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: Site Passe VIP. Acesso em: 09/09/2021. https://passevip.com.br/pulseiras-protocolo-de- manchester/ Protocolo de Fisher A Hemorragia Subaracnóide não traumática é um subtipo de acidente vascular encefálico mais associado à ruptura de aneurismas saculares e corresponde a 3% de todos os AVEs. Segundo o The Journal of the American Medical Association (JAMA), a incidência da doença no mundo corresponde a 600.000 casos por ano, e, dentre as doenças cerebrovasculares, a importância da HSA se dá pela sua alta taxa de mortalidade de 35%. Estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam aumento progressivo de óbitos relacionados às doenças cerebrovasculares, que, provavelmente, até 2030 alcançarão 12,1% da mortalidade mundial. Nesse contexto, percebe-se a gravidade do conhecimento sobre essa emergência clínica. A causa mais comum de HSA é a ruptura de aneurismas saculares nas bifurcações do polígono de Willis (85%), principalmente, na bifurcação da artéria comunicante anterior. Além disso, 5% dos casos ocorre por outras causas vasculares como malformações arteriovenosas, fístulas arteriovenosas e até Síndrome de vasoconstrição cerebral reversível. Fonte: Site Slide Player. Doença cerebrovascular. Acesso em: 10/09/2021. https://slideplayer.com.br/amp/1832492/ Fonte: Site Sanar Med. 1. Sem sangue subaracnóideo; 2. Fina HSA difusa (<1mm) sem coágulos; 3. Coágulo localizado ou camadas verticais > 1mm; 4. Coágulos parenquimatosos ou interventriculares com ou sem HSA. Acesso em: 10/09/2021. https://www.sanarmed.com/classificacao-de-fisher-voce- sabe-usar-colunistas. Adaptada de https://www.intechopen.com/books/intensive- care/aneurysmal-subarachnoid-hemorrhage. Hunt & Hess Esse sistema de classificação foi originalmente proposto para ajudar a determinar o risco de mortalidade cirúrgica nos pacientes com hemorragia subaracnóidea aneurismática. Nessa escala, o grau se correlaciona com a gravidade da hemorragia e, consequentemente, os maiores graus estão associados com mortalidade geral e disfunção neurológica mais alta. https://passevip.com.br/pulseiras-protocolo-de-manchester/ https://passevip.com.br/pulseiras-protocolo-de-manchester/ https://g.co/kgs/JXscjk https://slideplayer.com.br/amp/1832492/ https://www.sanarmed.com/classificacao-de-fisher-voce-sabe-usar-colunistas https://www.sanarmed.com/classificacao-de-fisher-voce-sabe-usar-colunistas https://www.intechopen.com/books/intensive-care/aneurysmal-subarachnoid-hemorrhage https://www.intechopen.com/books/intensive-care/aneurysmal-subarachnoid-hemorrhage 6 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: Site Sanar Med. Acesso em: 10/09/2021. https://www.sanarmed.com/como-usar-as-escalas- clinicas-para-hemorragia-subaracnoidea-aneurismatica- colunistas. Imagem produzida pela autora com base em Singer, Ogilvy, Rordorf (2019). Limitações Reprodutibilidade moderada: termos como sonolência, estupor e coma profundo são vagos, dificultando a reprodutibilidade da escala. Um reflexo disso é que a variabilidade interobservador para essa escala é moderada, com Kappa 0,41 a 0,48. Esse coeficiente mede a capacidade de avaliadores diferentes aferirem resultados idênticos, aplicados ao mesmo sujeito/fenômeno. No caso da escala de Hunt e Hess, esse coeficiente avalia se diferentes médicos classificam um mesmo paciente no mesmo grau. Quanto mais próximo de 1, melhor a concordância e, portanto, mais reprodutível é o teste. Alguns pacientes podem apresentar características clínicas que os colocam em mais de um grau. Nesse caso, o médico deve decidir, subjetivamente, qual das manifestações clínicas é mais importante para determinar o grau. Não se aplica a todos os tipos de hemorragia subaracnóidea: a escala não se aplica a hemorragia subaracnóidea por trauma, malformações arteriovenosas, angiomas cavernosos, fístulas arteriovenosas durais, tromboses corticais ou sinusais, aneurismas micóticos ou êmbolos sépticos com transformação hemorrágica. Apesar dessas limitações, essa escala é amplamente conhecida da comunidade de cuidados neurocríticos e não são necessários exames de imagem para classificar os pacientes, o que facilita o seu uso. REFERÊNCIAS MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ https://www.sanarmed.com/como-usar-as-escalas-clinicas-para-hemorragia-subaracnoidea-aneurismatica-colunistas https://www.sanarmed.com/como-usar-as-escalas-clinicas-para-hemorragia-subaracnoidea-aneurismatica-colunistas https://www.sanarmed.com/como-usar-as-escalas-clinicas-para-hemorragia-subaracnoidea-aneurismatica-colunistas
Compartilhar