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Semana Integradora 02

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1 
 
HIPÓTESE 
 
“O quadro de alterações hormonais somado a um tratamento ineficiente pelo SUS podem causar 
o agravamento dos sintomas, resultando em perda de visão.” 
 
OBJETIVOS 
 
Anatomia 
1- Descreva anatomicamente o diencéfalo 
 
2- Esquematizar a anatomia da visão e cite seus componentes 
 
Fisiologia 
3- Explicar a fisiologia da visão 
 
4- Justificar o aumento da hipófise com alterações visuais 
 
PPM 
5- Definir e caracterizar G0P0A0, menarca e amenorreia 
 
6- Descrever o exame físico da mama e discutir galactorréia 
 
7- Interpretar a dosagem basal de prolactina e possíveis alterações 
 
Farmacologia 
8- Definir interação medicamentosa e investigar o mesmo entre sulfato ferroso, leite e gastrol (seus 
componentes e como interagem) 
 
Patologia 
9- Descrever as calcificações patológicas 
 
PAPP – Saúde Coletiva 
10- Identificar as necessidades de saúde do usuário no SUS 
 
11- Discutir a coordenação do cuidado, integralidade e participação social (relacionar com o 
caso) 
 
MBE 
12- Identificar os tipos de estudo com o maior nível de evidência para decisão clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1- Descreva anatomicamente o diencéfalo 
 
 
 
O diencéfalo é um órgão ímpar e mediano, o qual refere-se a ̀ parte do sistema nervoso central que, em 
conjunto com o telencéfalo, constitui o cérebro. 
O diencéfalo subdivide-se em 4 elementos: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. 
O diencéfalo possui uma cavidade mediana em forma de fenda denominada III° ventrículo, que se 
relaciona com todas as partes do diencéfalo, com exceção do subtálamo. 
Ou seja, o diencéfalo está localizado lateralmente ao terceiro ventrículo. 
Nas paredes laterais do III° ventrículo existe uma depressão chamada de sulco hipotalâmico. 
As porções da parede situadas acima desse sulco pertencem ao tálamo e as situadas abaixo, ao 
hipotálamo 
 
Sendo assim, podemos afirmar que as paredes do III° ventrículo relacionam-se superiormente com o tálamo 
e inferiormente com o hipotálamo. 
O soalho do terceiro ventrículo é formado pelo hipotálamo (formado por quiasma óptico, infundíbulo, túber 
cinéreo e corpos mamilares), enquanto sua parede posterior, muito pequena, é formada pelo epitálamo. 
O teto do III° ventrículo é formado pelo tálamo, enquanto que sua parede anterior é formada pela lâmina 
terminal, fina lâmina de tecido nervoso que une os dois hemisférios cerebrais e se dispõem entre o quiasma 
óptico e a comissura anterior. 
 
Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovóide, dispostas uma de cada 
lado do terceiro ventrículo. 
A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna. 
A face inferior do tálamo continua como hipotálamo e subtálamo. 
O tálamo é formado por núcleos responsáveis pela motricidade, sensibilidade e emoções 
 
O hipotálamo é uma área situada abaixo do tálamo, relacionada principalmente com a atividade visceral, 
e que compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III° ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, 
além das seguintes formações do assoalho do III° ventrículo: 
 
 Quiasma Óptico 
Localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe as fibras mielínicas dos nervos ópticos, II par 
craniano, que aí cruzam e continuam nos tractos ópticos que se dirigem ais corpos geniculados laterais, 
depois de contornar os pedúnculos cerebrais 
 
 
 Infundíbulo 
Formação nervosa em forma de funil que realiza a ligação entre o hipotálamo e a hipófise. A conexão do 
hipotálamo com a hipófise ocorre através do infundíbulo hipofisário, por onde passa o tracto hipotálamo-
hipofisário. 
 
 
3 
 
 Túber Cinéreo 
É uma área mediana, situada atrás do quiasma e dos tractos ópticos, entre estes e os corpos mamilares. No 
túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo 
 
 Corpos Mamilares 
Duas eminências arredondadas de substância cinzenta na parte anterior da fossa interpeduncular 
 
O epitálamo limita posteriormente o III° ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o 
mesencéfalo. 
Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, que repousa sobre o tecto mesencefálico. 
 
O subtálamo compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. Não se 
relaciona com as paredes do III° ventrículo. 
Localiza-se abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo 
hipotálamo. 
 
 
 
 
RESUMINDO: 
 
O diencéfalo tem muitas estruturas e muitos núcleos. 
Ele faz parte do cérebro e é envolvido pelos hemisférios cerebrais. Ele é visualizado melhor na face medial, 
na face dorsolateral não é possível a sua visualização. 
 
Relação do diencéfalo: 
- Está recoberto pelo telencéfalo. Ou seja, está abaixo do telencéfalo. 
- Ele está superior ao mesencéfalo. 
- Está envolvido pelos hemisférios cerebrais. 
- Estabelece relação com a hipófise e é pertencente ao sistema nervoso, já a hipófise é pertencente ao 
sistema endócrino. 
- O tálamo é um constituinte do diencéfalo, juntamente com suas estruturas. 
 
 
 
 
TÁLAMO 
Há um sulco que divide o tálamo do hipotálamo e epitálamo que é denominado de sulco hipotalâmico. 
- O hipotálamo está abaixo do sulco hipotalâmico. 
- O epitálamo está posterior e inferior ao sulco hipotalâmico. 
O tálamo (formado por núcleos que são compostos por substancia cinzenta dentro do SNC) está acima do 
sulco hipotalâmico e os dois tálamos (um de cada lado) estão unidos por aderência inter-talâmica. Algumas 
pessoas não apresentam essa aderência. 
Existe ainda o subtálamo que é mais difícil de visualizar em cortes, pois está abaixo do tálamo. 
 
4 
 
O diencéfalo possui cavidade, assim como o telencéfalo também possuía os ventrículos laterais que eram 
sua cavidade, assim como o tronco encefálico também tem sua cavidade que é o 4º ventrículo. 
O diencéfalo possui, portanto, o 3º ventrículo que é sua cavidade, e tem relação com as partes do 
diencéfalo 
 
RELAÇAO DAS ESTRUTURAS COM A CAVIDADE DO DIENCÉFALO: 
Tálamo: forma a parede lateral do 3º ventrículo. 
Epitálamo: Posterior ao 3º ventrículo. 
Hipotálamo: forma a parede lateral e o soalho. 
Então o 3º ventrículo está ligado com todas as partes do diencéfalo menos com o subtálamo. 
 
 
 
Referências: 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional, 3ª.edição.Atheneu. São Paulo, 2013. 
 
MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. Guanabara Koogan. 
Rio de Janeiro, 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2- Esquematizar a anatomia da visão e citar seus componentes 
 
 
 
 
O aparelho sensorial da visão e ́ constituído pelos órgãos receptores visuais da retina, estruturas de 
percepção e interpretação do córtex occipital, e pelo conjunto de fibras e centros sensoriais que realizam a 
conexão da retina com o córtex visual. 
 
A via da visão inicia-se na retina (cones e bastonetes), de onde parte através do nervo óptico (II par de 
nervos craniano). 
Este nervo ganha o canal óptico, anterior á sela turca, cruza suas fibras parcialmente no quiasma óptico 
(cruzamento) e se continua como trato óptico até o corpo geniculado lateral, do tálamo. Desta estrutura 
talâmica, ele parte para os colículos superiores e destes, irradiam para a área visual primária, localizada no 
lobo occipital. 
 
 Retina 
Epitélio pigmentar da retina, camada de fotorreceptores, membrana limitante externa, camada nuclear 
externa, camada plexiforme externa, camada nuclear interna, camada plexiforme interna, camadas de 
células ganglionares, camada de fibras nervosas, membrana limitante interna; 
 
 Nervos ópticos (NC II) 
Formada pelos axônios das células ganglionares que se juntam no disco óptico, abandona a órbita através 
da fissura orbital superior; 
Recebe a informação da retina e passa para o quiasmaóptico 
 
 Quiasma óptico 
Representa o ponto de decussação dos nervos ópticos, onde as fibras nasais de cada olho cruzam a linha 
média para se juntarem às fibras temporais do olho contralateral; 
Onde os nervos se unem e se cruzam em forma de X, cruzando as informações. 
 
 Tratos ópticos (fitas ópticas) 
Cada fita transporta fibras que tem origem no campo visual contralateral; 
Fibras neuronais que saem como criar blog do quiasma óptico e vão até o corpo geniculado lateral 
 
 
 Reflexos visuais 
Acomodação, reflexo luminoso, sacadas- são mediadores de axônios das células ganglionares que fazem 
sinapse nos núcleos oculomotor e de Edinger-Westiphal; 
 
 Núcleo geniculado lateral: 
Faz parte do tálamo; 
Área de sinapse, processam as informações para as radiações ópticas. 
6 
 
 
 Radiação óptica 
Cada um deles tem 6 camadas que recém aferências retinotópicas do campo visual correspondente e são 
separadas em duas alças; 
Leva a informação processada no corpo geniculado lateral até o encéfalo. 
 
 Cortex visual e suas projeções corticais 
Área de brodmann 17 
Recebe todas as informações e impulsos da via visual. 
 
 
 
Referências: 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional, 3ª.edição.Atheneu. São Paulo, 2013. 
 
HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
3- Explicar a fisiologia da visão 
 
FISIOLOGIA DA VISÃO 
Conta com várias etapas: 
- Refração dos raios de luz 
- Transdução na retina 
-Transmissão do estimulo 
- Interpretação da imagem captada 
 
REFRAÇÃO DOS RAIOS DE LUZ 
Acontece nas lentes dos olhos. A primeira lente é a córnea e tem função de proteção do olho e a refração 
da luz. 
A luz incide sobre o objeto e assim, faz-se emitir os fótons que se encaminham até a lente (córnea) e lá 
ocorre a refração para que chegue até a retina. 
Outra lente, muito importante, é o cristalino que também participa da acomodação, que ocorre da 
seguinte forma: 
 Quando o objeto está próximo ou distante, essa lente fica retilínea ou globosa para que as imagens 
consigam chegar na retina adequadamente. 
 O ponto de luz mais superior do objeto caminha em direção as lentes do olho, sofre refração até chegar 
na parte mais superior da retina. E ocorre a inversão da imagem. 
 
TRANSDUÇÃO: 
Ao chegar na retina que é a camada mais profunda e está localizada na parte posterior do globo ocular, 
através dos seus fotorreceptores realiza a transdução, que é a transformação do estimulo luminoso para o 
estimulo elétrico. 
 
Retina nasal: é a porção medial da retina. 
Retina temporal: é a porção lateral da retina. 
 
Campo visual de um olho é o espaço que pode ser visto por ele quando fixo em um ponto. 
O campo, assim como a retina, apresenta duas porções, o campo temporal que é lateral e o campo nasal 
que é medial. Ao atravessar o cristalino, os raios vindos do campo temporal se projetam na retina nasal, 
assim como os raios vindos do campo nasal se projetam na retina temporal. 
Depois que os raios luminosos atravessam os meios ópticos oculares, eles atingem a retina. 
A retina é um tecido de origem neuroectodérmica que reveste a parte mais interna do globo ocular. Ela é 
responsável pela transformação de energia luminosa em energia elétrica (neuronal), que desencadeará 
transmissão neuronal até a área cortical cerebral responsável pela visão. A retina apresenta várias camadas 
com diferentes funções e tipos celulares. 
A luz atravessa várias camadas da retina, antes de atingir os fotorreceptores (cones e bastonetes), que são 
as células que efetivamente respondem ao estímulo luminoso, gerando impulso elétrico que será conduzido 
por meio de sinapses pelas outras camadas. A absorção da luz pelo pigmento visual leva a uma série de 
transformações químicas produzindo um potencial elétrico. 
Os fotorreceptores fazem sinapses com as células bipolares na camada plexiforme externa da retina. 
As células bipolares, por sua vez, fazem sinapses com as células ganglionares na camada nuclear interna. 
O prolongamento dos axônios das células ganglionares compõe a camada de fibras nervosas. Os axônios 
das células ganglionares, que compõe a camada das fibras nervosas, se agrupam formando o nervo óptico, 
o quiasma óptico e o trato óptico. 
 
 
 
 
 
Obs: Os bastonetes captam pouca luminosidade e os cones captam mais luminosidade. 
A mistura entre eles, da as cores que conhecemos. 
Bastonetes estão mais na periferia da retina e os cones mais na parte central. 
Esses fotorreceptres passam para células até que chegue até a célula ganglionar que manda para o nervo 
óptico. 
 
8 
 
 
 
TRASMISSÃO: 
As fibras conduzem o estimulo até a parte do quiasma óptico e esse estímulo passa pelo tracto óptico até 
que chegue ao córtex visual. 
O córtex visual tem três funções importantes: 
- Junção das imagens 
- Desinverte as imagens 
- Interpretação da imagem (da sentido a imagem) 
 
RESUMO 
Até agora, então, o trajeto percorrido foi: 
Estímulo luminoso chega na retina, atravessa as camadas de células ganglionares e bipolares chegando na 
camada de células fotorreceptoras, onde estimula os receptores da visão (cones e bastonetes) e acontece 
a fototransdução desse estímulo em um impulso nervoso. O impulso nervoso percorre as células 
fotorreceptoras, células bipolares, células ganglionares e axônios das células ganglionares que, inicialmente 
são amielínicos, depois se tornam mielínicos e convergem, formando o nervo óptico. 
 
O nervo óptico é constituído por duas fibras: 
-Uma fibra homolateral que sai de um lado e caminha por esse mesmo lado. 
-Uma fibra heterolateral que entra de um lado e cruza para o lado oposto do encéfalo. Essa também pode 
ser denominada de contralateral e é a que dá a formação para o quiasma óptico. 
 
O quiasma óptico é constituído pela fibra heterolateral. 
-A partir do quiasma tem então o tracto óptico. 
As fibras heterolaterais recebe informação da parte mais lateral do objeto. 
A retina nasal da a formação da fibra heterolateral que irá realizar o cruzamento para formar o quiasma. 
 
O tracto óptico é formado pela fibra heterolateral do nervo óptico e uma homolateral do nervo 
óptico. 
 
 
 
Vias ópticas: 
Os dois nervos ópticos vão convergir para a formação do quiasma óptico onde acontece uma decussação 
parcial, a partir da qual as fibras vindas das retinas nasais decussam, enquanto as fibras vindas das retinas 
temporais não. 
A partir do quiasma, partem os dois tratos ópticos que terminam nos dois corpos geniculados laterais. 
Vale mencionar que 90% das fibras seguem esse trajeto a partir do quiasma, sendo 10% encaminhadas para 
outros locais. 
Graças a decussação, o trato óptico é formado por fibras temporais da retina homolateral e fibras nasais 
da retina heterolateral. 
Dessa forma, por exemplo, impulsos vindos da metade esquerda das duas retinas vão terminar no corpo 
geniculado esquerdo. 
Existem 4 tipos de fibras na via óptica. 
As fibras retinogeniculadas são as descritas acima, são as principais e são aquelas que partem da retina e 
terminam no corpo geniculado lateral, onde fazem sinapse com o quarto neurônio da via e são as fibras 
responsáveis diretamente pela visão. 
9 
 
 
 
 
Resumo: 
Resumindo, o trajeto percorrido a partir da retina foi: nervo óptico, quiasma óptico (local da decussação 
parcial), trato óptico e corpo geniculado lateral. 
A partir do corpo parte o trato geniculo-calcarino (também chamado de radiação óptica, é formado pelos 
axônios dos quartos neurônios) que se encaminha para a área visual (ou córtex visual) presente no sulco 
calcarino do lobo occipital. 
 
 
 
 
 
10 
 
HEMIANOPSIA: Perca de visão de metade do olho. 
HOMONIMA: Mesmo lado. 
HETERONIMA: Lados opostos. 
 
COMOESTÁ COMPRIMINDO AS ESTRUTURAS OPTICAS, HÁ UMA HEMIANOPSIA HETERONIMA 
BITEMPORAL, se retirar essa compressão em tempo hábil, ela poderá voltar a enxergar normalmente. 
 
RESUMO 
O olho é, por excelência, um órgão dedicado para detecção e análise das fontes de luz visível. Os raios 
luminosos atravessam os meios ópticos oculares e atingem a retina, que transformará a energia luminosa em 
energia elétrica (neuronal), desencadeando a transmissão neuronal até a área cortical cerebral 
responsável pela visão. 
A luz atravessa várias camadas da retina, antes de atingir os fotorreceptores (cones e bastonetes), que são 
as células que efetivamente respondem ao estímulo luminoso, gerando impulso elétrico que será conduzido 
por meio de sinapses pelas outras camadas. 
A absorção da luz pelo pigmento visual leva a uma série de transformações químicas produzindo um 
potencial elétrico. 
Os fotorreceptores fazem sinapses com as células bipolares na camada plexiforme externa da retina. 
As células bipolares, por sua vez, fazem sinapses com as células ganglionares na camada nuclear interna. 
O prolongamento dos axônios das células ganglionares compõe a camada de fibras nervosas. 
Os axônios das células ganglionares, que compõe a camada das fibras nervosas, se agrupam formando o 
nervo óptico. 
No quiasma óptico, as fibras do nervo óptico das metades nasais da retina cruzam para o lado oposto, onde 
se unem a fibras das retinas temporais opostas, parar formar os tratos ópticos. 
As fibras de cada trato óptico,por sua vez, fazem sinapse no núcleo geniculado dorsolateral do tálamo, e 
daí, as fibras geniculocalcarinas se projetam, por meio da radiação óptica para o córtex visual primário na 
área da fissura calcarina do lobo occiptal medial 
 
 
 
 
Referências: 
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
4- Justificar o aumento da hipófise com alterações visuais 
 
Os tumores em crescimento pressionam o quiasma óptico, resultando em comprometimento da função 
visual que se manifesta como defeitos no campo visual, diminuição da acuidade visual e da visão das cores. 
Os macroadenomas apresentam como sintomas visuais defeitos de campo, cefaleia, baixa da acuidade 
visual e perda progressiva da visão. 
O mecanismo da disfunção da via visual causada se deve ao efeito de massa pela compressão quiasma 
óptico, isquemia local e/ou alterações micro ambientais devido ao desenvolvimento da neoplasia. 
Se o adenoma é maior que 10 mm de diâmetro (macroadenoma), pode causar distúrbios 
neuroftalmológicos comprimindo as estruturas adjacentes. 
Anormalidades na camada de fibras nervosas em lesões de longa data também são característicos de 
tumores pituitários. 
Esse tumor pode ser assintomático ou apresentar sintomas decorrentes do efeito de massa ou alterações 
hormonais. 
Os sintomas mais comuns dos adenomas de hipófise são a cefaleia e a redução da acuidade visual. 
A cefaleia costuma ser o sintoma mais proeminente, sendo de natureza inespecífica e não melhorando 
mesmo com o uso de analgésicos. 
Destaca-se, também, que a característica marcante do campo visual nos adenomas hipofisários é a 
hemianopsia bitemporal, poupando a visão central, resultante da compressão ou destruição das fibras 
decussantes no centro do quiasma óptico. 
 
PROCESSAMENTO DO CAMPO VISUAL 
A paciente tem tumor de hipófise e devido aumento do volume está comprimindo as vias ópticas, 
geralmente a compressão do quiasma. 
 
 
 
Devido a proximidade dos nervos ópticos e do quiasma em relação à sela, a expansão das lesões hipofisárias 
frequentemente comprimem as fibras que decussam no quiasma óptico. 
Essa neuroanatomia alterada resulta em anomalias do campo visual. 
Para pesquisar lesões deve-se avaliar o campo visual de cada olho individualmente. 
O distúrbio básico do campo visual em que se tem uma falha de visão no campo é chamado de escotoma. 
Quando o escotoma afeta metade do campo, é chamado de hemianopsia que pode ser heterônima 
(afeta o campo nasal em um olho e o campo temporal em outro) ou homônima (afeta os dois campos 
temporais ou os dois nasais). 
 
 
 
Em relação ao caso, como as células tumorais aumentaram o tamanho/volume da hipófise, esta comprimiu, 
inicialmente, o quiasma óptico da paciente, lesão esta correspondente à letra B na imagem acima. 
Como consequência, houve interferência no campo visual, comprometendo a visão bilateral, causando a 
hemianopsia bilateral, haja vista que a compressão impede que parte das informações advindas do nervo 
óptico cheguem ao córtex, conforme a seguinte figura: 
 
12 
 
 
 
HEMIANOPSIA: Perca de visão de metade do olho. 
HOMONIMA: Mesmo lado. 
HETERONIMA: Lados opostos. 
 
COMO ESTÁ COMPRIMINDO AS ESTRUTURAS OPTICAS, HÁ UMA HEMIANOPSIA HETERONIMA 
BITEMPORAL, se retirar essa compressão em tempo hábil, ela poderá voltar a enxergar normalmente. 
 
 
 
 
Referências: 
GARCIA, N. As consequências irreversíveis do diagnóstico tardio de macroadenoma de hipófise em 
paciente jovem. Rev. bras.oftalmol. vol.79 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72802020000600409&script=sci_arttext&tlng=pt 
 
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72802020000600409&script=sci_arttext&tlng=pt
13 
 
5- Definir e caracterizar G0P0A0, menarca e amenorreia 
 
G0P0A0 
Significa que a mulher não teve nenhuma gravidez (G0), nenhum parto (P0) e nenhum aborto (A0). 
 
 
MENARCA 
É a primeira menstruação da mulher (é importante para a anamnese saber a idade com que a mulher teve 
a primeira menstruação). 
Este evento deve ocorrer habitualmente entre os 11 e 15 anos de idade. 
Conhecendo a idade média da menarca em nosso meio, podemos considerar que as que apresentam a 
primeira menstruação antes dos 12,6 anos pertencem ao grupo das que menstruam mais cedo, e as que o 
fazem após essa idade, ao grupo das que menstruam mais tarde. 
 
Puberdade significa o início da fase adulta, e menarca significa o primeiro ciclo de menstruação. 
O período da puberdade é causado por aumento gradual na secreção dos hormônios gonadotrópicos 
pela hipófise, começando em torno dos 8 anos de idade, e normalmente culminando no início da 
puberdade e da menstruação, entre 11 e 16 anos de idade, nas meninas (em média, aos 13 anos). 
A regularidade dos ciclos menstruais, do fluxo menstrual, da ovulação e a idade da menarca dependem 
de vários fatores e indicam o adequado funcionamento do eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário. 
 
A menarca é resultante de uma série de processos anatômicos e fisiológicos, tais como a secreção do 
hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH), sintetizado pelo hipotálamo, que atua sobre a hipófise 
causando a liberação dos hormônios luteinizantes (LH) e folículo estimulante (FSH). Estes hormônios, por sua 
vez, vão estimular a maturação dos folículos ovarianos, nas mulheres e, consequentemente, a ovulação e 
o desenvolvimento do corpo lúteo 
 
 
AMENORREIA 
É a falta de menstruação por um período de tempo maior do que três ciclos prévios (sendo assim, ocorre 
apenas em mulheres em período reprodutivo). 
Assim como as meninas que não iniciaram a menstruação até os 15 anos. 
 
O ciclo menstrual dura de 25 a 35 dias em média, e tende a ser mais desregulado nos primeiros dois anos de 
menstruação, tempo normal para a normal periodização do ciclo menstrual. 
No entanto, muitas mulheres já experimentaram pequenos atrasos ou até mesmo mudanças constantes de 
ciclo - que nunca devem ser encaradas como normais. A primeira suspeita para amenorreia sempre deve 
ser a gravidez para casos de mulheres férteis e ativas sexualmente. 
Excluída essa possibilidade,existe uma série de maus hábitos - e até mesmo doenças - que podem causar 
amenorreia. 
 
A amenorreia (ausência de menstruação) pode ser primária ou secundária. 
 
Amenorreia Primária: 
É a ausência de menstruação aos 15 anos de idade em pacientes com crescimento e características sexuais 
secundárias normais. Se as pacientes não tiveram períodos menstruais aos 13 anos de idade e não têm sinais 
de puberdade (por exemplo em qualquer tipo de desenvolvimento das mamas), deve-se avaliá-las para 
amenorreia primária. 
 
Amenorreia Secundária: 
Consiste na ausência de menstruação por ≥ 6 meses ou por 3 ciclos após o estabelecimento dos ciclos 
menstruais regulares. No entanto, pacientes com ciclos previamente regulares são avaliadas à procura de 
amenorreia secundária se não houver menstruação por ≥ 3 meses. 
As pacientes com ciclos previamente irregulares são avaliadas à procura de amenorreia secundária se não 
houver menstruação por ≥ 6 meses 
 
Anticoncepcionais podem causar o afinamento do endométrio, às vezes resultando em amenorreia. 
As menstruações geralmente recomeçam cerca de 3 meses após a interrupção de contraceptivos orais. 
Antidepressivos e antipsicóticos podem elevar a prolactina, que estimula os seios a produzirem leite e podem 
causar amenorreia 
14 
 
 
Referências: 
PINKERTON, J. – Amenorreia. Manual MDS – Disponível em: 
https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/ginecologiaeobstetr%C3%ADcia/anormalidades-
menstruais/amenorreia 
 
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. 
 
PORTO, C. C. SEMIOLOGIA MÉDICA. 8° EDIÇÃO. RIO DE JANEIRO. GUANABARA KOOGAN: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
6- Descrever o exame físico da mama e discutir galactorréia 
 
O exame clínico das mamas tem se tornado mais importante nos dias atuais seja pelo aumento do número 
de casos de câncer, que tem ocorrido em escala mundial, ou pelo enfoque cultural 
Apesar de a mama ser órgão de superfície, sua palpação nem sempre é fácil, exigindo do examinador 
conhecimento e experiência. 
As características do tecido glandular e do tecido gorduroso sofrem modificações com a faixa etária e com 
o estado fisiológico da mulher. 
Diversas situações podem alterar a relação entre estes elementos, tais como a gestação e o uso de 
medicamentos, tornando mais difícil o exame adequado e dificultando a percepção de pequenos nódulos. 
É fundamental que o exame mamário seja feito com a calma e a tranquilidade necessária e de forma ideal, 
com a relação médico-paciente estabelecida de forma adequada, pois só assim poderemos obter a 
cooperação da paciente na realização das manobras que os diversos tempos do exame exigem. 
Nunca é demais frisar que todas as informações colhidas devem ser anotadas de forma legível em 
prontuários adequados para tal, lembrando que atualmente os sistemas informatizados propiciam algumas 
vantagens sobre os prontuários tradicionais, como legibilidade, economia de tempo e espaço, facilidade 
de recuperação de informações e a possibilidade de anexar imagens 
 
Dividimos, didaticamente, a semiologia mamária em Exame Clínico e Exames Complementares. 
 
ANAMNESE: 
 
Na anamnese das queixas mamárias, alguns detalhes devem ser muito bem minudenciados. 
Deve ser feita de forma orientada e, em algumas situações, induzidas pelo profissional de outras 
especialidades, como a Ginecologia e a Obstetrícia. 
Durante a anamnese, informações importantes para o raciocínio diagnóstico devem ser obtidas. 
Iniciamos a anamnese pela: 
 
 Identificação 
Deve-se identificar a paciente pelo nome completo, evitando-se usar abreviações. O sexo deve ser 
anotado, pois homens apresentam também alterações benignas e malignas. 
Do mesmo modo, a data do nascimento e a idade da paciente devem ser criteriosamente anotadas, pois 
certas patologias são mais frequentes em jovens, enquanto outras são apanágios de pessoas mais idosas. 
Desta forma o sexo e a idade são fatores de risco para o câncer de mama. 
A etnia, local de nascimento e nacionalidade devem ser anotados, tendo em mente que a patologia 
maligna da mama pode apresentar distribuição geográfica bem definida. 
 
 Queixa Principal (QP) 
Deve-se caracterizar a queixa da paciente de forma clara. 
 
 História Pregressa da Moléstia Atual (HPMA) 
A QP deve ser muito bem explorada, com determinação do tempo de duração, sintomas associados, se o 
motivo da queixa foi percebido pela própria paciente ou se foi referida por outro médico. 
Questionar sobre a intensidade (leve, moderada, severa), sua interferência nas atividades diáriase medidas 
que atenuam ou melhoram a dor. 
 
O tipo da dor deve ser bem caracterizado (pontada, queimação, latejante ou em peso), se é unilateral 
(direita ou esquerda) ou bilateral. 
 
 
Deve-se caracterizar ainda se a dor afeta a mama toda, um quadrante, um setor ou se apenas um ponto 
(caracterizando uma “zona gatilho”, ou seja, um ponto que estimulado desencadeia a dor). 
Verifica-se também a irradiação da dor, sendo mais comum a irradiação para o braço. 
 
Outra queixa que pode gerar grande angustia e apreensão é o relato de nódulo ou nódulos mamários. 
Deve-se investigar criteriosamente a queixa, definindo se é nódulo único ou se são múltiplos, se afeta mama 
direita ou esquerda, qual o quadrante afetado, se apresentou ou não evolução (crescimento), forma de 
crescimento (lento ou rápido), se sofre ou não influência do ciclo menstrual. 
 
16 
 
O tamanho deve ser muito bem definido, com mensuração de pelo menos dois diâmetros, bem como sua 
mobilidade ou se é fixo, podendo estar aderido a planos profundos ou à pele. Os contornos mamários 
devem ser conferidos, referindo se há ou não abaulamento, retração ou edema cutâneo, anotando-se com 
cuidado o local mamário acometido no prontuário. 
 
Em relação à pele da mama, devemos interrogar sobre modificações recentes, pois muitas vezes pode 
representar a manifestação clínica mais visível de patologia mamária 
 
 Antecedentes Pessoais (focar na mama) 
Lembrar que é fundamental o questionamento de exames anteriores. 
Anotar exames complementares como mamografias, ultrassom, bem como intervenções cirúrgicas 
mamárias com as respectivas datas e diagnósticos e resultados obtidos. 
Anotar local e tipo de cicatrizes nas mamas. 
Também é importante a referência sobre o uso anterior de hormônios, o tipo do hormônio e o tempo de 
duração. 
 
Verificar também se a paciente tem o hábito de fazer o autoexame e forma de se fazer o autoexame. 
Deve-se ainda investigar, com a maior acurácia possível, o histórico menstrual, como data da menarca, a 
data da menopausa, o padrão dos ciclos menstruais, o uso de hormônios e indicações, se possível 
caracterizando datas e doses e resultados. 
 
Interrogar sobre número de partos e tipo dos mesmos, a data do primeiro parto, a ocorrência de abortos, a 
idade em que ocorreu, idade gestacional na interrupção da gravidez. 
Averiguar sobre a lactação, esmiuçando o número de vezes que lactou, as datas e duração das lactações. 
Investigar possíveis complicações e intercorrências, tais como fissuras, estases, inflamações, infecções, 
abscessos e fistulas. 
 
 Antecedentes Familiares (focar na mama) 
Procura-se sempre identificar patologias mamárias em parentes, levando em consideração o grau de 
parentesco com a paciente em questão. 
Ter em mente que o diagnóstico de câncer da mama em parentes de primeiro grau confere maior risco. 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
 
Deve ser realizado em ambiente adequado, confortável para a paciente e para o examinador e a boa 
iluminação é fundamental. 
Para a realização do exame físico, a paciente deve estar vestida apenas com avental de fácil remoção, 
despindo-se de sutiã, camisa ou blusa. 
O exame físico mamário é dividido em trêsetapas distintas, quais sejam: INSPEÇÃO (estática e dinâmica), 
PALPAÇÃO (cadeias linfáticas, mamas e outras estruturas) e terminamos com a EXPRESSÃO MAMÁRIA. 
 
 INSPEÇÃO (estática e dinâmica) 
 
Inspeção Estática: 
Para esta etapa do exame físico, a paciente deverá estar em posição ortostática ou sentada, com os braços 
soltos ao longo do corpo. 
Lembrar que em pacientes com mamas muito volumosas, e/ou muito flácidas, devemos elevá-las para 
melhor visualização do polo inferior e sulco infra mamário. 
 
- Em relação às mamas, deve-se observar o número de mamas, localização, forma, volume, contornos 
(abaulamentos e retrações) e também a simetria. 
 
- Em relação à pele, deve-se observar a cor, brilho, presença de cicatrizes, vascularização e distribuição dos 
vasos, pelos, edema cutâneo e lesões (úlceras e feridas). 
 
- Devem-se observar ainda eventuais alterações do tórax (cifoses, escolioses e defeitos das articulações 
costoesternal) e da cintura escapular. 
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Inspeção Dinâmica: 
Esta etapa do exame físico é feita com a paciente na mesma posição anteriormente descrita, e engloba 
três manobras distintas que visam mobilizar a glândula mamária sobre a parede torácica. 
 
Primeiramente pedimos que a paciente eleve progressivamente os braços, que devem estar estendidos, 
com o objetivo de tornar tenso a pele e ligamentos de Cooper. 
 
Na sequência pedimos que a paciente coloque as mãos na cintura e faça compressão. O objetivo desta 
manobra é contrair o músculo peitoral maior, o que pode realçar eventuais nódulos mamários que estejam 
aderidos a esta estrutura. 
 
A terceira manobra utilizada implica que a paciente estenda os braços e flexione o tronco anteriormente, 
de modo que as mamas fiquem pêndulas. 
Nesta etapa do exame físico devemos observar se há limitação da movimentação dos membros superiores, 
se há edema dos mesmos e a presença de escápula alada, principalmente em pacientes submetidas à 
cirurgia prévia. 
 
 
 
 
 
 
 PALPAÇÃO 
Realizamos esta etapa do exame físico na sequência da inspeção dinâmica, aproveitando o fato das 
pacientes estarem sentadas, e o realizamos em dois tempos distintos, quais sejam: palpação das cadeias 
ganglionares e a palpação das mamas, sempre bilateralmente. 
 
Iniciamos a palpação pelas cadeias ganglionares cervicais e supra-claviculares. 
Para a palpação destas cadeias, preferimos nos posicionar de frente para a paciente. Na sequência, palpa-
se as cadeias infra ganglionares e finalmente as cadeias axilares. 
Deve-se fazer a palpação da cadeia da mamária interna com a paciente deitada. 
 
Para a palpação da cadeia linfática axilar direita, deve-se deixar o braço direito da paciente solto ao longo 
do corpo, ou apoiado ou sustentado pelo braço direito do examinador, enquanto com a mão esquerda, 
este faz a palpação. 
 
Para a cadeia linfática do lado esquerdo, inverte-se o braço de apoio e a mão que palpa, ou seja, mão 
direita palpa axila esquerda e mão esquerda palpa axila direita. 
 
Deve-se observar a presença de gânglios, localização dos mesmos, tamanho, consistência, mobilidade, 
relação entre si, aderência a planos profundos e eventuais ulcerações. 
Da mesma forma, todos os achados devem ser criteriosamente anotados. 
18 
 
 
Na palpação das mamas, lembrar que este tempo implica no exame da região que tem como limites a 
clavícula, o sulco infra-mamário, a linha axilar posterior, a linha médio-esternal e o prolongamento axilar. 
Para a palpação das mamas, a paciente deve estar em decúbito dorsal,de forma que toda a mama se 
distribua sobre a parede torácica. 
Os braços devem estar elevados com as mãos atrás da nuca. 
 
Deve-se colocar um coxim embaixo do dorso (espádua) correspondente à mama que se palpa. 
Preconizamos iniciar a palpação pela mama “sadia”, palpando a mama afetada após, e sempre 
comparando os achados. 
 
A palpação deve ser sempre sistematizada, de forma suave e deve abranger toda a extensão mamária. 
Deve-se utilizar a ponta e a polpa digital dos dedos indicadores, médios, anulares e mínimos. 
 
Movimentos de dedilhamento, de massagem e de deslizamento das mãos podem aumentar a sensibilidade 
do examinador, como também a pressão variável sobre as mamas. 
 
Achados como nódulos, espessamentos, consistência do parênquima, temperatura e dolorimento devem 
ser criteriosamente anotados. 
 
Para a descrição mais acurada do local onde a alteração se encontra na mama, dividimos a mama em 
quatro quadrantes, direitos ou esquerdos, quais sejam: 
 
- Quadrante súpero lateral (QSL), quadrante ínfero lateral (QIL), quadrante súpero medial (QSM) e quadrante 
ínfero medial (QIM). 
- Alguns consideram ainda um quinto quadrante que seria o quadrante central (retro-areolar). 
- Além destas informações, a descrição da lesão pode ser feitade forma bastante precisa tomando-se como 
referência um mostrador de relógio e a distância do CAM onde está a lesão. 
 
 
 
Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares. 
Os linfonodos são melhor examinados com a paciente sentada de frente para o examinador. Com a mão 
espalmada (a mão direita examina o lado esquerdo da paciente e vice-versa), faz-se a palpação deslizante 
do oco axilar e de suas proximidades. 
As fossas supra e infraclaviculares e as axilas são palpadas com as pontas dos dedos. 
 
A presença de linfonodos palpáveis, móveis e fibroelásticos não representa sinal de suspeição. 
Linfonodos axilares aumentados, endurecidos, fixos e coalescentes são indicativos de metástase de 
carcinoma de mama, linfomas ou outros tipos de neoplasias malignas. 
 
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 EXPRESSÃO PAPILAR 
Terminada a palpação, faz-se uma delicada pressão no nível da aréola e da papila, identificando as 
características da secreção como coloração (sero-hemática, citrina, serosa, láctea, esverdeada ou 
acastanhada); se ocorre por ducto único ou múltiplo, se é espontânea ou provocada. 
 
A pesquisa do ponto do gatilho, que é a digito-pressão realizada de forma circular ao redor da aréola, pode 
auxiliar na identificação do ducto comprometido. 
 
Geralmente os derrames papilares contendo sangue, sero-hemáticos ou cristalinos em água de rocha 
levantam a suspeita de neoplasia (papiloma ou carcinoma) e devem ser investigados com biopsia 
excisional. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
DERRAME PAPILAR 
Também chamado de secreção, fluxo ou descarga mamilar, pode ser decorrente de causa mamária ou 
extra mamária. 
Ocorre tanto no homem quanto na mulher, podendo ser classificado em: galactorréia, derrame fisiológico 
e patológico. 
 
Na galactorréia, a secreção é leitosa, bilateral, multiductal, fora do ciclo grávido puerperal, e, geralmente, 
causada pelo aumento da prolactina produzida por tumores hipofisários, ou o uso de medicamentos 
(fenotiazinas, metildopa, neurolépticos, antidepressivos, opiáceos, ranitidina) e drogas licitas (cocaína). 
 
No derrame fisiológico a secreção é multiductal, bilateral, provocada ou espontânea, de cor amarelada, 
esverdeada ou escura, geralmente causada pela manipulação mamilar ou ectasia ductal. 
 
No derrame patológico, a secreção é unilateral, uniductal, espontânea, persistente e de coloração cristalina 
(água de rocha), serosa ou hemática. Geralmente é causada por papiloma ductal ou carcinoma mamário. 
 
Na suspeita de galactorreia, faz-se a dosagem de prolactina, função renal e hormônios tireoidianos, bem 
como a avaliação de outras anormalidades como irregularidade menstrual, infertilidade, cefaleia, e 
distúrbios visuais 
 
 
A galactorreia é a secreção de leite ou colostro fora do período grávido-puerperal, que pode acometer 
tanto mulheres quanto homens, podendo ser classificada como unilateral (quando ocorre somente em uma 
mama) ou bilateral (quando ocorre nas duas mamas). 
Além da classificação mencionada, a galactorreia pode ser uni ou multiductal dependendo de quantos 
ductos lactíferos ela envolver 
 
É asecreção inapropriada de um líquido contendo leite pela mama, que surge em homens ou em mulheres 
que não estão grávidas ou amamentando. 
Geralmente, ela é um sintoma causado pelo aumento da prolactina, um hormônio produzido no cérebro 
cuja função é induzir a formação de leite pelas mamas, condição chamada hiperprolactinemia. 
 
CAUSAS: 
- Adenoma hipofisário: é um tumor benigno da hipófise, glândula cerebral responsável pela produção de 
diversos hormônios, inclusive a prolactina. O principal tipo é o prolactinoma, que costuma causar um 
aumento dos níveis de prolactina no sangue maior que 200mcg/L; 
 
- Outras alterações da hipófise: câncer, cisto, inflamação irradiação ou pancadas cerebrais, por exemplo; 
 
- Estimulação das mamas ou da parede torácica: o principal exemplo de estimulação é a sucção das 
mamas pelo bebê, o que ativa as glândulas mamárias e intensifica a produção de prolactina cerebral e, 
consequentemente, a produção de leite; 
 
- Doenças que causam distúrbios hormonais: algumas principais são o hipotireoidismo, cirrose do fígado, 
insuficiência renal crônica, doença de Addison e síndrome dos ovários policísticos; 
 
- Câncer de mama: pode causar galactorreia em um mamilo único, geralmente com sangue; 
 
- Uso de medicamentos: 
 * Antipsicóticos, como Risperidona, Clorpromazina, Haloperidol ou Metoclopramida; 
 * Opiáceos, como Morfina, Tramadol ou Codeína; 
 * Redutores da acidez gástrica, como Ranitidina ou Cimetidina; 
 * Antidepressivos, como Amitriptilina, Amoxapina ou Fluoxetina; 
 * Alguns anti-hipertensivos, como Verapamil, Reserpina e Metildopa; 
 * Uso de hormônios, como estrogênios, anti-androgênicos ou TRH. 
 
 
 
 
 
21 
 
Referências: 
PORTO, C. C. Semiologia Médica, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
 
Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 11ª Edição. 2015. Editora Guanabara Koogan. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
7- Interpretar a dosagem basal de prolactina e possíveis alterações 
 
A dosagem basal corresponde ao nível sérico de um hormônio sem estímulos farmacológicos e geralmente 
em jejum matinal. 
As dosagens geralmente refletem a secreção de determinado hormônio nas últimas 24 horas. 
O exame é feito de forma bastante simples, retirando apenas uma amostra de sangue da pessoa para que 
determinadas taxas hormonais sejam analisadas. 
É importante que a paciente fique em repouso em uma sala escura por 30 minutos antes da realização do 
exame, pois o stress altera os níveis de PRL. 
 
VALORES DE REFERÊNCIA 
Homem: 2,1 – 17,7 ng/mL 
Mulher: 2,8 – 29,2 ng/mL 
 
Gestantes: 
Primeiro Trimestre: em média 75,0 ng/mL 
Segundo Trimestre: em média 116,0 ng/mL 
Terceiro Trimestre: em média 216,0 ng/mL 
 
INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL DE PROLACTINOMA 
Prolactina basal (repouso) geralmente > 100 ng/mL; FSH, LH (geralmente inibidos); E2 (em geral diminuído); 
testosterona no sexo masculino (em geral diminuída); progesterona (mulheres ainda ciclando) 
 
Na APS, frente a um paciente com hiperprolactinemia, deve-se iniciar a abordagem pela pesquisa de 
causas fisiológicas e medicamentosas, que podem ser afastadas por meio de cuidadosa história clínica, 
exame físico e teste de gravidez em mulheres em idade fértil. 
Além disso, solicitar na propedêutica função tireoidiana (TSH), renal (creatinina, para estimativa de RFG) e 
hepática, visando pesquisar hipotireoidismo primário, insuficiência renal e insuficiência hepática. 
Em pacientes assintomáticos com prolactina elevada é importante pesquisar a macroprolactinemia. Esta 
situação ocorre quando mais de 60% da prolactina circulante corresponde a macroprolactina, um 
complexo de alto peso molecular e baixa atividade biológica resultante da ligação da prolactina a 
imunoglobulinas circulantes. 
Tal situação em geral não requer nenhum tratamento, daí a importância de sua pesquisa em pacientes sem 
sintomas. 
Após exclusão de causas fisiológicas e farmacológicas, o paciente com hiperprolactinemia de provável 
causa patológica poderia ser encaminhado a especialista em endocrinologia para acompanhamento 
conjunto com a APS, para seguimento da propedêutica, exame de imagem (ressonância magnética de 
sela túrcica) e tratamento, se necessários. 
Em pequenos adenomas, com níveis de prolactina inferiores a 100 ng/mL, podemos conseguir cura com o 
tratamento clínico. 
Em relação aos microadenomas a conduta cirúrgica está indicada quando a paciente deseja engravidar, 
nos casos de amenorreia primária, ou por escolha pessoal do paciente. 
Para os macroadenomas, podemos utilizar a bromoergocriptina para reduzir o tamanho tumoral e, a seguir, 
ressecção cirúrgica. 
Os objetivos do tratamento clínico dos macroprolactinomas visam redução da massa tumoral, correção do 
estado de hiperprolactinemia e, se possível, preservação de função da hipófise anterior e, a seguir, conduta 
cirúrgica. 
 
Referências: 
PORTO, C. C. Semiologia Médica, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
 
Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 11ª Edição. 2015. Editora Guanabara Koogan. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
8- Definir interação medicamentosa e investigar o mesmo entre sulfato ferroso, leite e 
gastrol (seus componentes e como interagem) 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
É o fenômeno farmacológico onde os efeitos de um fármaco podem ser modificados pela administração 
concomitante ou anterior a de outro fármaco, alimento ou suplemento. 
 
Sempre estão relacionados com duas substancias ou mais, diferentes. 
 
As interações devem ser analisadas individualmente, pois precisamos levar em conta as consequências 
clinicas, ou seja, relação risco-beneficio ao paciente. 
As interações são mais comuns em pacientes que fazem o uso de medicamentos contínuos. 
Quanto maior o número de medicamentos, maior a chance de interações medicamentosas. 
 
Deve-se observar as interações: 
- Medicamentos envolvidos (nem sempre todos os medicamentos que o paciente está tomando, são os que 
estão envolvidos na interação, as vezes são apenas dois dos cinco, por exemplo). 
- Efeitos resultantes 
- Mecanismo de interação 
- Severidade clínica 
 
Divide-se as interações de acordo com sua severidade: 
- Severidade baixa: exemplos: quando não requer mudança na terapia devido as consequências clínicas 
limitadas. Ex: AAS + IECA 
-Severidade moderada: exemplos: quando requer mudanças na dosagem ou o monitoramento da 
toxidade. Ex: Rifampicida + Isoniazida – risco de hepatotoxicidade. 
- Severidade severa: Deve ser evitada sempre que possível, devido a toxicidade importante. Ex: Cisaprida + 
cetoconazol – arritmia ventricular. 
 
FATORES LIGADOS AO PACIENTE e FATORES LIGADOS AO FÁRMACO: 
São fatores que devem ser avaliados na interação medicamentosa. 
 
 
 
Pode ocorrer por exemplo: 
- fármaco-farmaco 
- fármaco- alimento 
- fármaco-suplemento 
- fármaco-alcool 
- fármaco- exames laboratoriais 
- fármaco – planta medicinal 
Pode ocorrer o aumento do efeito, a redução do efeito ou ainda reações adversas. 
 
 
24 
 
TIPOS DE INTERAÇÕES FARMACOLOGICAS: 
Farmacêuticas, farmacocinéticas, farmacodinâmicas. 
 
As farmacêuticas: ocorrem antes da administração de algum fármaco. 
 
Depois que já foi deglutido por exemplo, ele começa seu processo de absorção, e farmacocinética, chega 
a corrente sanguínea em determinada concentração, sera distribuídos, podem chegar ao seu sitio de ação 
e ter seu efeito metabologico, pode ser metabolizado e excretado. 
 
Ao chegar ao seu local de ação e causar o efeito farmacológico é chamado de farmacodinâmica. 
Em todos os níveis podem acontecer reações medicamentosas. 
 
INTERAÇÕES FARMACEUTICAS: 
Acontecem antes da administração durante a preparação para serem administrados. 
Chamada de incompatibilidade medicamentosa. 
Sãoreações que acontecem antes mesmo de serem administradas. 
Geralmente são físico-quimicas e sofrem alterações organoleficas que podem ocorrer: mudança de cor, 
consistência, turvação, precipitação. 
Pode ocorrer a diminuição da atividade ou a inativação de 1 ou mais fármacos. 
Ou pode ainda, ocorrer a formação de novos compostos. 
Exemplo: insulinas na mesma seringa. 
 
INTERAÇÕES FARMACOCINETICAS: 
Pode ocorrer em qualquer nível depois da administração do fármaco. 
Ou na ingestão, absorção, metabolização, distribuição ou excreção do fármaco. 
É muito comum na absorção e no metabolismo. 
 
Quando ocorre na absorção: 
Pode ocorrer a formação de substancias insolúveis. 
Podem ainda, alterar o pH gastrointestinal. 
Alguns podem alterar a motilidade gastrointestinal ou diminuírem a motilidade, e por fim, existe os fármacos 
que alteram a microbiota gastrointestinal. 
 
25 
 
Quando ocorre na distribuição: 
Pode ocorrer competição com proteínas plasmáticas. 
 
 
Quando ocorre no metabolismo: 
Pode ocorrer a indução ou a inibição enzimática. 
 
 
Quando ocorre na excreção: 
Pode ocorrer a diminuição da secreção por meio de competição pelo mesmo transportador. 
 
 
 
Existem fármacos que se ligam às proteínas de transporte que podem ser alterados por xenobioticos, 
alterando a disposição de fármacos co-administrados e que usam esses transportadores. 
 
São as proteínas: P-glicoproteina, OATs, OCT. 
Exemplo de inibidores: suco de toranja, progesterona, claritromicina, probenicida. 
Exemplo de indutores: Ciclosporina, erva de são joao. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
INTERAÇÃO NA FARMACODINAMICA: 
São as que a interação entre os dois fármacos, podem ter efeito farmacológico alterado, pode ser por meio 
de sinergismo. 
 
 
 
Agem em receptor diferente, mas usados juntos podem levar a potencialização de algum efeito final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
INTERAÇOES COM ALIMENTOS: 
Podem alterar a biodisponibilidade e outros parâmetros farmacocinéticos de medicamentos. 
 
- Inibidores de proteases, colestiramina: Aumento da absorção na presença de alimentos. 
 
- Sulfato ferroso, aledreonato, Levotiroxina: Diminuição da absorção na presença de alimentos. 
 
 
 
 
 
INTERAÇÕES COM PLANTAS MEDICINAIS: 
 
 
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H. perforatum = erva de são joao. 
 
 
 
Gingko biloba = muito usado para o aumento de energia. 
 
 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------ 
 
 
GASTROL 
 
Composição: 
Hidróxido de magnésio + carbonato de cálcio + hidróxido de alumínio 
Suspensão oral. 
 
Indicação: 
É indicado como antiácido no tratamento sintomático da hiperacidez gástrica e suascomplicações. Em 
ainda, em casos úlcera péptica. 
Ele é um medicamento cuja associação de antiácidos atua eficazmente no combate da hiperacidez 
gástrica e dos desconfortos de ordem gastroduodenal, decorrentes desta. 
Este medicamento é um neutralizante da acidez e protetor da mucosa gastroduodenal (esôfago e 
estômago). 
Tem eficácia imediata, uma vez que rapidamente reage com os ácidos do estômago, neutralizando a 
acidez do estômago. 
Sua interação medicamentosa com compostos com ferro pode diminuir a absorção oral desses compostos 
devendo a administração simultânea ser evitada para minimizar essa interação. 
29 
 
 
Mecanismo de Ação: 
O hidróxido de alumínio é um dos mais efetivos neutralizadores do ácido clorídrico gástrico, atuando 
localmente no trato gastrintestinal, não apresentando, portanto, ação sistêmica geral. 
O hidróxido de alumínio combina com o ácido clorídrico produzindo uma reação de neutralização. 
No entanto, não apresenta nenhum efeito sobre a produção de ácido. Essa reação aumenta o pH gástrico, 
produzindo o alívio sintomático da hiperacidez. 
Apresenta também a capacidade de formar uma capa protetora sobre a mucosa gástrica (ação 
demulcente) que contribui para o estabelecimento de uma ação mais prolongada. 
Também é capaz de inibir a atividade da pepsina, não somente devido à elevação do pH gástrico como 
pela ação do próprio cátion alumínio, constituindo essa ação uma vantagem no tratamento da úlcera 
gastroduodenal, impedindo a destruição enzimática do tecido. 
Os antiácidos contendo sais de alumínio ligam-se aos fosfatos no intestino para formar o fosfato de alumínio 
insolúvel, que é excretado pelas fezes. 
 
O hidróxido de magnésio, além de reforçar a ação antiácida do hidróxido de alumínio, vem 
contrabalancear a ação constipante do íon alumínio através do efeito laxativo do íon magnésio. 
 
O carbonato de cálcio, além de reforçar a ação antiácida dos hidróxidos de alumínio e magnésio, também 
atua como moderador da ação laxativa do magnésio. 
 
Apresentação do Gastrol: 
 
Pastilha: 
Embalagens contendo 20 ou 200 pastilhas. 
Via de administração: Oral. 
Uso adulto. 
 
Suspensão 
Embalagem contendo 1 frasco com 250mL. 
Via de administração: Oral. 
Uso adulto. 
 
EXISTE AINDA, UM SUBTIPO DE GASTROL, DENOMINADO DE GASTROL TC: 
Este medicamento é destinado ao tratamento dos sintomas da azia associada ao refluxo gástrico. Gastrol 
TC é uma formulação com propriedades antiácidas e antiflatulentas, pois contém hidróxido de alumínio, 
hidróxido de magnésio e simeticona 
SULFATO FERROSO: 
 
Este medicamento é destinado ao tratamento e profilaxia de anemias por deficiências de ferro. 
Os suplementos de ferro são indicados na prevenção e no tratamento da anemia por deficiência de ferro 
que resulta de uma dieta inadequada, má absorção, gravidez e/ou perda de sangue. 
 
Mecanismo de Ação 
O ferro é um componente essencial na função fisiológica da hemoglobina; são necessárias quantidades 
adequadas de ferro para a eritropoiese e a capacidade resultante de transportar oxigênio no sangue. 
O ferro tem uma função similar na produção de mioglobina e também serve como cofator de várias enzimas 
essenciais. Quando se administra por via oral, em alimentos ou como suplementos, o ferro passa através das 
células mucosas no estado ferroso e se une à proteína transferrina. Esta forma de ferro é transportada do 
organismo à medula óssea para a produção de glóbulos vermelhos. 
 
Farmacocinética 
A absorção de ferro aumenta quando os depósitos estão vazios ou quando aumenta a produção de 
glóbulos vermelhos. Entretanto, elevadas concentrações de ferro diminuem a absorção 
 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DO GASTROL: 
Os antiácidos podem interagir com outros medicamentos pelo aumento do pH gástrico alterando a 
desintegração, dissolução, solubilidade, ionização e tempo de esvaziamento gástrico. 
30 
 
A absorção de fármacos fracamente ácidos é diminuída, resultando possivelmente em diminuição do efeito 
do fármaco (por exemplo: digoxina, fenitoína, clorpromazina e isoniazida). 
A absorção de fármacos fracamente básicos é aumentada resultando possivelmente em toxicidade ou 
reações adversas (por ex: pseudoefedrina e levodopa). 
Os antiácidos podem interagir também pela adsorção ou ligação aos fármacos em sua superfície resultando 
em diminuição na biodisponibilidade (por ex: Tetraciclina). 
O hidróxido de magnésio tem uma maior habilidade para absorver fármacos enquanto o hidróxido de 
alumínio tem uma habilidade intermediária. 
Os antiácidos podem diminuir o pH urinário afetando o nível de 
eliminação dos fármacos. 
O efeito é a inibição da excreção de fármacos básicos (por ex: quinidina e anfetaminas) e aumento da 
excreção de fármacos ácidos (por ex: salicilatos). 
As interações podem ser minimizadas dando um intervalo entre 2 a 3 horas entre administração do antiácido 
e a do outro medicamento. 
A absorção do hidróxido de alumínio no trato gastrintestinal pode ser aumentada se este é administrado 
concomitantemente com citratos ou ácidos ascórbicos. 
Desta forma pacientes com insuficiência renal devem evitaro uso concomitante dessas substâncias com 
compostos de alumínio. 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DO SULFATO FERROSO: 
Ferronil® está indicado no tratamento e prevenção da anemia ferropriva, na prevenção da deficiência de 
ferro, anemia pós- operatória, anemia secundária e verminose, anemia da gravidez e período de lactação, 
convalescenças, anemia proveniente de alimentação inadequada e menstruação em excesso. 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DO LEITE: 
Os íons divalentes e trivalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) -presentes no leite e em outros alimentos- são 
capazes de formar quelatos não absorvíveis com as tetraciclinas, ocasionando a excreção fecal dos 
minerais, bem como a do fármaco 
 
 
Referências: 
Porto CC. Interação Medicamentosa, 1ª edição. São Paulo, Guanabara Koogan, 2011. 
 
Rang HP, Dale MM. Farmacologia, 7ª edição. São Paulo, Elsevier, 2012 
 
SECOLI, S. Interações medicamentosas: fundamentos para a pratica clínica da enfermagem. Rev. 
esc. enferm. USP vol.35 no.1 São Paulo Mar. 2001. Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342001000100005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342001000100005
31 
 
9- Descrever as calcificações patológicas 
 
As principais patologias da hipófise são: adenomas hipofisários, prolactinomas (adenomas lactotróficos), 
adenomas das células secretoras do hormônio do crescimento (somatotróficas) e adenomas das células 
secretoras de ACTH (corticotróficas) 
 
Hormônio prolactina: 
Seu excesso ocasiona produção de leite pelas mamas, perda da libido, irregularidades menstruais, 
infertilidade e alterações ósseas 
 
Hormônio ACTH (adrenocorticotrófico): 
Atua estimulando as glândulas suprarrenais, que produzem cortisol e vários outros hormônios. Seu aumento 
leva à doença de Cushing. 
 
Hormônio GH: 
Ocasiona gigantismo em crianças e acromegalia (aumento das extremidades) em adultos. 
 
As manifestações clínicas das doenças hipofisárias são as seguintes: 
 
 Hiperpituarismo: 
Surge do excesso de secreção dos hormônios tróficos (alguns hormônios, produzidos pela hipófise são 
denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a 
secreção de outros hormônios). 
As causas do hiperpituarismo incluem adenoma hipofisário, hiperplasia e carcinomas da adeno-hipófise, 
secreção de hormônios pelos tumores não hipofisários e certos distúrbios hipotalâmicos. 
 
 Hipopituarismo: 
Surge da deficiência dos hormônios tróficos. 
Isso pode ser causado por processos destrutivos, inclusive lesão isquêmica, cirurgia ou radiação, reações 
inflamatórias e adenomas hipofisários não funcionais. 
 
 
 
Referências: 
Kumar, Vinay. Robbins Patologia Básica. 13ª Ed. Elsevier, 2018. Capitulo 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
10- Identificar as necessidades de saúde do usuário no SUS 
 
Necessidades em saúde não são apenas necessidades médicas, nem problemas de saúde como doenças, 
sofrimentos ou riscos, mas dizem respeito também a carências ou vulnerabilidades que expressam modos 
de vida e identidades, expressos no que é necessário para se ter saúde e que envolve condições necessárias 
para a vida 
 
 
 
- Psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da Motivação, uma hierarquia das 
necessidades que os homens buscam satisfazer. Estas necessidades se representam em forma da Pirâmide 
de Maslow. 
- A teoria das necessidades humanas de Maslow formula uma estrutura hierárquica que defende que, 
conforme se satisfazem as necessidades mais básicas, os seres humanos desenvolvem desejos mais elevados 
 
No desenvolvimento de sua prática diária o profissional de saúde, tem como foco principal o cuidado 
humano. 
Sendo assim, constantemente deveria buscar alternativas para resolução de problemas, atendendo às 
necessidades de saúde apresentadas sob diversas formas, que se alteram, dependendo das estruturas 
sociais, dos estilos de vida, dos progressos científicotecnológicos, dentre outros. 
 
As necessidades de saúde extrapolam as questões relativas a problemas de doenças e demanda de 
serviços médicos, abarcando as vulnerabilidades que “expressam modos de vida e identidades”, 
envolvendo as condições necessárias para se ter saúde. 
Embora o processo saúde-doença seja coletivo, suas manifestações ocorrem nos corpos individuais, assim 
como deve existir a apreensão das necessidades de saúde. Estas são determinadas e construídas 
socialmente; no entanto, só podem ser “apreendidas em sua dimensão individual, expressando uma relação 
dialética entre o indivíduo e a sociedade”. Assim, refuta-se a ideia de que as necessidades sejam individuais 
e isoladas, já que surgem a fim de transformar os processos nocivos provenientes das relações de produção 
e reprodução social. 
Desse modo, as necessidades e suas respostas podem mudar a depender do contexto histórico e 
social. 
 
Apesar da necessidade de saúde ter início no indivíduo, este pode ou não identificá-la e expressá-la no 
serviço de saúde que, por sua vez, pode decodificar ou não a necessidade, como demanda a ser atendida. 
No entanto, as ações e práticas dos serviços nem sempre atendem às demandas dos usuários. 
A escuta das necessidades dos usuários dos serviços de saúde permite aos profissionais ampliar a 
capacidade de potencializar as intervenções em relação aos problemas trazidos pela população. 
Para tanto, é preciso considerar que os processos de trabalho deveriam tomar como finalidade o 
atendimento das necessidades de saúde dos grupos sociais constituintes de um território determinado 
 
Os sistemas de saúde reconhecem e legitimam algumas necessidades de saúde em detrimento de outras, 
podendo até criar novas necessidades. Assim, “são considerados problemas de saúde somente aquelas 
necessidades que alcançam um alto grau de legitimação, normatização e consenso. 
33 
 
 
A análise das percepções sobre as necessidades de saúde pautou-se no referencial teórico da 
Teoria da Determinação Social do Processo Saúde-Doença e os significados sobre a categoria necessidades 
de saúde que foram analisados com base na Taxonomia proposta por Matsumoto e Cecílio, que organiza 
as necessidades em quatro grupos: 
 
 Boas condições de vida: 
Essas necessidades, tanto podem estar relacionadas às necessidades “fisiológicas” como alimentação, 
saneamento, moradia, como às necessidades mais “complexas”, como segurança e afeto. 
E podem ser interpretadas sob a ótica da História Natural da Doença ou pela Determinação Social do 
Processo Saúde Doença. 
 
 Acesso ao consumo de tecnologias de saúde capazes de melhorar e prolongar a vida: 
Respeito à necessidade de acesso às tecnologias leves (habilidades relacionais), leveduras (ações 
programáticas, práticas) e duras relacionadas (equipamentos, infraestrutura). 
Cabe dizer que a importância hierárquica da oferta e consumo dessas tecnologias dependerá das 
necessidades reais de cada usuário. 
Esta diz respeito ao uso tecnologia certa, no momento certo. 
Mais ainda, [...] o valor de uso que assume cada tecnologia de saúde é sempre definido a partir da 
necessidade de cada pessoa, em cada singular momento em que vive. 
 
Nas entrevistas, evidenciou-se o desejo dos usuários em ter acesso imediato e qualificado às tecnologias de 
assistência à saúde, conforme pode ser verificado a seguir. 
 
[...] o que o usuário necessita, atendimento médico, medicamento, [...] especialidade, principalmente [...] 
(MPSA, 39 anos). 
 
[...] foi uma gravidez de risco, precisei passar no psicólogo, no psiquiatra, entrei em depressão, porque quase 
perdi o bebê, todas as vezes que eu precisei que eu vim aqui, tinha os profissionais que eu precisava [...] 
(MBA, 22 anos). 
 
Em contraponto a esses fragmentos de depoimentos, seguem outros que demonstram insatisfação emrelação ao acesso ao serviço de saúde: 
 
[...] SAMU, [...] se depender do SAMU você não chega nunca, [...] deveria ser melhorado [...] (SPS, 
43 anos). 
 
[...] se você chega precisando de um especialista, você não consegue, porque você não tem o 
encaminhamento de um clínico geral [...] (MYT, 30 anos). 
 
 Criação de vínculos afetivos: 
A formação de vínculos entre usuário e comunidade e a equipe e um profissional compõe esta categoria. 
Aqui, entende-se vínculo como “encontro de subjetividades, contínua no tempo, pessoal e intransferível”. 
 
 Graus crescentes de autonomia: 
Refere-se à necessidade dos sujeitos de terem autonomia, ou seja, ter a possibilidade de reconstrução e 
ressignificação dos sentidos de sua vida e de sua forma de viver, abrangendo também a luta pela satisfação 
de suas necessidades 
 
 
Referências: 
SANTOS, P. Necessidades de saúde na atenção primária: percepção de profissionais que atuam na 
educação permanente. Acta Paul Enferm 2010;23(6):788-95. 
 
GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, 
Formação e Pratica. Porto Alegre: ARTMED, 2012 
 
 
 
34 
 
11- Discutir a coordenação do cuidado, integralidade e participação social (relacionar 
com o caso) 
 
Em 19/9/1990 foi assinada a Lei nº 8080 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, instituindo o 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
O SUS é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o 
simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante 
de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. 
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. 
A atenção integral à saúde, e não somente os cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os 
brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a 
prevenção e a promoção da saúde. 
 
Para enfrentar todos os problemas e dificuldades diante da criação do SUS, uma legislação deveria ser 
criada para o SUS, e a primeira lei com esse objetivo foi a 8080/ 90. 
 
Essa lei define como deveria funcionar o SUS e explica tanto os princípios doutrinários (independentemente 
do local, a unidade do SUS deve ter uma essência, que é obtida ao seguir os princípios da equidade, 
universalidade e integralidade) quanto os princípios organizativos (diretrizes) 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO DO CUIDADO: 
É a organização entre diversos serviços e ações relacionados às atenções em saúde, que 
independentemente do local em que sejam prestados, estão articulados em garantir uma assistência 
adequada ao paciente. 
É a disponibilidade de informações e a existência de um plano de cuidado relacionado às reais 
necessidades do indivíduo dentro de uma rede de atenção articulada, que esteja comprometida com a 
assistência e que inclua esforços para manter os pacientes e familiares informados e assim otimizarem a 
experiência. 
 
UNIVERSALIDADE: 
A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que 
o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, 
ocupação ou outras características sociais ou pessoais. 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
INTEGRALIDADE: 
Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é 
importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o 
tratamento e a reabilitação. 
Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, 
para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e 
qualidade de vida dos indivíduos. 
Esse princípio é um dos mais preciosos em termos de demonstrar que a atenção à saúde deve levar em 
consideração as necessidades especificas de pessoas ou grupos de pessoas, ainda que minoritários em 
relação ao total da população. Ou seja, a cada qual de acordo com as suas necessidades. 
 
No Brasil, um dos pilares da atenção básica é o princípio da integralidade, que se baseia em ações de 
promoção, prevenção de agravos e recuperação da saúde. A integralidade permite a percepção holística 
do sujeito, considerando o contexto histórico, social, político, familiar e ambiental em que se insere. 
A atenção integral é, ao mesmo tempo, individual e coletiva, inviabilizando, portanto, ações dissociadas, 
evidenciando, assim, a necessidade de articulação entre a equipe multiprofissional. Na perspectiva de 
proporcionar uma assistência integral ao indivíduo. 
 
EQUIDADE: 
O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos 
serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. 
Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência 
é maior 
 
PARTICIPAÇÃO SOCIAL: 
A Lei Orgânica 8.142 de 1990 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de 
Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá 
outras providências. 
O controle social é uma diretriz e princípio do SUS. É o mecanismo de participação da comunidade nas 
ações de saúde em todas as esferas de governo. De forma institucionalizada temos: os conselhos e as 
conferências de saúde. Ela será feita ou no Conselho de Saúde (reuniões mensais) ou na Conferência de 
Saúde (reuniões a cada 4 anos). 
 
Art. 1º - O Sistema Único de Saúde - SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em 
cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias 
colegiadas: 
I - A Conferência de Saúde. 
II - O Conselho de Saúde. 
 
O Conselho de Saúde é um colegiado de participação popular, caráter deliberativo (obrigatório) e 
funcionamento permanente (membros têm um mandato de dois anos e devem cumprir suas funções nesse 
período). A principal função de um Conselho de Saúde é fiscalizar a utilização da verba destinada à saúde. 
A cada 4 meses, os gestores devem justificar todos os seus gastos para o Conselho. 
 
A Conferência de Saúde é um colegiado de caráter consultivo (decisões não são obrigatórias, mas sim 
tendenciosas) e funcionamento temporário. Na Conferência se tomam decisões grandes, a nível estadual 
geralmente, por isso se tem a necessidade de um número de membros maior que do Conselho. Uma 
Conferência deve ter no mínimo 50 membros e sua função é aprovar políticas globais de municípios, estados 
ou do país 
 
 
Participantes do Conselho 
O Conselho de Saúde será composto por representantes de Usuários, de Trabalhadores de Saúde, do 
Governo e de Prestadores de Serviços de Saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do 
Conselho, em Reunião Plenária. A determinação dos conselheiros da Conferência, por outro lado, é feita a 
partir de um decreto. Existem três seguimentos da sociedade, segundo a 
Lei 8142, que deverão fazer parte do Conselho, são eles trabalhadores (25%), usuários (50%) e gestores/ 
prestadores (25%). Essa proporção deve ser seguida (conselho deve ser paritário), do contrário, o Conselho 
e as decisões que ele toma são vistas como irregulares 
36 
 
Exemplos de usuários são representantes de associações, sindicatos e igrejas; exemplos de trabalhadores 
são os profissionais de saúde de nível médio e superior; e os exemplos de gestores (compreende patrões 
públicos e privados) são os coordenadores e secretários de saúde. 
 
Quantidade de membros de um Conselho 
A quantidade de membros de um Conselho varia de acordo com a população do seu município e deve 
serum número múltiplo de 4. Em geral, em municípios pequenos, se tem entre 10 e 20 membros, já em 
municípios grandes, entre 20 e 40 membros no máximo. Mais de 40 membros dificulta a tomada de decisões, 
por isso deve ser evitado um Conselho muito grande 
 
 
 
Referências: 
SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE – SUS- Dísponível em: https://www.saude.mg.gov.br/sus 
 
Organização Mundial da Saúde. Atenção primária à saúde: agora mais do que nunca. Washington, DC, 
2008. 
 
Ministério da Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde- Lei nº 8080: 30 anos de criação do SUS. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3295-lei-n-8080-30-anos-de-criacao-do sistema-unico-de-saude-
sus 
 
GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, 
Formação e Pratica. Porto Alegre: ARTMED, 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.saude.mg.gov.br/sus
http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3295-lei-n-8080-30-anos-de-criacao-do
37 
 
12- Identificar os tipos de estudo com o maior nível de evidência para decisão clínica 
 
A MBE tem como principal objetivo resolver problemas clínicos, além de traduzir o paradigma científico para 
que se construam conceitos médicos mais adequados e para que se aplique evidências científicas ao tomar 
decisões na prática clínica. 
 
A MBE é importante para que resolver problemas clínicos da maneira mais adequada e atualizada seja o 
objetivo do médico. A MBE associa a experiência clínica do médico, as evidências científicas e os desejos 
do paciente para a tomada de decisões. 
 
Evidências científicas são dados obtidos em uma pesquisa que apresentam capacidade de 
reprodutibilidade. A metodologia científica fornece métodos para o desenvolvimento de evidências. Com 
relação a hierarquia da evidência científica, quanto maior a análise estatística dos dados, maior o nível de 
evidência. 
 
Com base nisso, é possível concluir que os dois estudos com maior nível de evidência científica são: a revisão 
sistemática com metanálise seguida do ensaio clínico randomizado (principalmente o com cegamento). 
 
A revisão sistemática com metanálise é considerada um estudo secundário por depender de outros estudos 
para ser realizada, enquanto o ensaio clínico randomizado é o estudo primário de maior nível de evidência. 
 
Revisão Sistemática: 
Quando se quer pesquisar modalidades terapêuticas e avaliar a eficácia de cada uma delas, deve-se 
realizar uma revisão sistemática. A revisão sistemática é o estudo secundário com maior nível de evidência, 
principalmente quando é feita utilizando ECR com grande número amostral. 
Ela é o método de síntese de evidências que avalia criticamente e interpreta pesquisas relevantes 
disponíveis para responder uma questão particular, área do conhecimento ou fenômeno de interesse. A 
revisão atua como um sumário de evidências que deve ser abrangente, imparcial e reprodutiva. 
A metanálise é uma análise estatística que combina os resultados de dois ou mais estudos independentes, 
gerando uma única estimativa de efeito. A metanálise estima com mais poder e precisão o verdadeiro 
tamanho do efeito da intervenção, muitas vezes não demonstrado em estudos únicos, com metodologia 
inadequada e tamanho de amostra insuficiente 
 
 
Ensaio clinico randomizado 
Ensaio clínico randomizado é um tipo de estudo experimental, no qual os participantes são colocados 
aleatoriamente no grupo intervenção e grupo controle. Esse é considerado o padrão de excelência ou 
padrão ouro entre todos os métodos de investigação clínica utilizados, pois é capaz de produzir evidências 
científicas diretas e com menor probabilidade de erro para esclarecer uma relação causa-efeito entre dois 
eventos. A amostra é selecionada a partir de uma condição clínica de interesse e, após a seleção dos 
participantes, esses são divididos utilizando a randomização para dois grupos ou mais. Os termos 
randomização, aleatorização e casualização são sinônimos, cujo sentido é “ao acaso”, “a esmo”, 
“sorteado”, “casualizado”, “sem seleção ou critério de escolha”, “dependente de fatores incertos e sujeitos 
ao acaso”. Nesse caso, um grupo é chamado de experimental, pois é exposto a uma intervenção que se 
acredita ser melhor que as intervenções atuais. O outro grupo é chamado de controle ou de comparação, 
pois nesse grupo não se aplica a intervenção do grupo experimental, ou se aplica a intervenção usual. Os 
pacientes são acompanhados por determinado período de tempo em ambos os grupos e assim se avaliam 
os desfechos relacionados à doença ou problema. Portanto, as diferenças encontradas nos desfechos 
podem ser atribuídas à intervenção recebida com menor probabilidade de viés. 
 
Ele é um estudo prospectivo (uma vez que se elege a amostra, em que se aplica determinada intervenção 
e avalia os resultados) e que visa o conhecimento dos efeitos de intervenções em saúde. Esse tipo de estudo 
tem a possibilidade de generalizar os dados de pesquisa para uma circunstância cotidiana, a qual é 
denominada validade externa. Os ECR, independente dos desenhos, são capazes de minimizar a influência 
de fatores de confusão sobre relações de causa-efeito, quando comparados aos demais desenhos, o que 
justifica a sua grande relevância como fonte de evidências, além da simplicidade em seu desenho quando 
comparado a outros 
 
 
38 
 
Apesar de ensaio clínico randomizado ser o padrão ouro para o desenvolvimento de pesquisa com seres 
humanos, esse tipo de estudo é muito propenso a vieses, seja pela arbitrariedade dos investigadores na 
seleção da amostra e aferição das variáveis analisadas, seja na dificuldade no controle de outros fatores 
que podem influenciar no desfecho clínico.2 Viés ou erro sistemático pode ser definido como qualquer 
tendenciosidade na coleta, análise dos dados, interpretação, publicação ou revisão dos dados, que induz 
a conclusões que sistematicamente tendem a se distanciar da verdade. 
 
 
 
 
Referências: 
MENEZES, Ana M.B; SANTOS, Iná da S. dos. Curso de epidemiologia básica para pneumologistas: 3ª parte - 
estudos de intervenção. J. Pneumologia, São Paulo, v. 25, n. 5, p. 285-286, 1999 
 
SOUZA, Mirian C. Métodos de Síntese e Evidência: Revisão Sistemática e Metanálise. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/mirian_metodo_de_sintese_e_evidencia.pdf 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/mirian_metodo_de_sintese_e_evidencia.pdf

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