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Contabilidade gerencial como instrumento de gestão (1)

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA 
CAMPUS TOMÉ-AÇU 
CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
FÁBIO MENDES PEREIRA 
JULIANA PRAZERES PEREIRA 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM 
ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ- 
AÇU/PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOMÉ-AÇU 
2018 
FÁBIO MENDES PEREIRA 
JULIANA PRAZERES PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM 
ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ- 
AÇU/PA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito para obtenção 
de título de Bacharel em Ciências Contábeis 
pela Universidade Federal Rural da 
Amazônia. 
 
Orientadora: Profª. Esp. Cristianne de 
Fátima Rodrigues da Costa 
 
 
 
 
 
TOMÉ-AÇU 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Biblioteca Universitária Tomé-Açu 
 
 
P436c Pereira, Fábio Mendes 
 
 Contabilidade gerencial como instrumento de gestão: um estudo de caso no 
supermercado Arco-íris Mercantil em Tomé-Açu/PA / Fábio Mendes Pereira, Juliana 
Prazeres Pereira. – Tomé-Açu, 2018. 
 
53 f. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade 
Federal Rural da Amazônia, 2018 
 
 Orientadora: Prof.ª Esp. Cristianne de Fátima Rodrigues da Costa 
 
 1.Contabilidade Gerencial. 2. Micro e Pequenas Empresas. 3. Tomada de Decisão. 
4. Ferramentas Gerenciais. I. Pereira, Juliana Prazeres II. Costa, Cristianne de Fátima 
da, orient. II. Título. 
 
CDD 23. ed.- 658.1511 
 
Bibliotecário-Documentalista: Jean Pereira Corrêa – CRB2/1566 
FÁBIO MENDES PEREIRA 
JULIANA PRAZERES PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM 
ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ- 
AÇU/PA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de 
título de Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal Rural da 
Amazônia. 
 
 
 
Aprovado em: _/ _/ 
 
 
Conceito: 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profª. Esp. Cristianne de Fátima Rodrigues da Costa 
Universidade Federal Rural da Amazônia 
 
 
 
Profª. Esp. Géssica Rafaela Guimarães Nunes 
Universidade Federal Rural da Amazônia 
 
 
 
Profª. MSc.Ticiane Lima dos Santos 
Universidade Federal Rural da Amazônia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a toda nossa família, em especial, 
aos nossos pais, pois este sonho é tanto nosso quanto deles e, 
ao nosso filho Fernando Prazeres Pereira, para que tenha 
como exemplo de progressão na carreira construtiva do 
conhecimento. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço ao meu Deus por permitir que a realização desse sonho fosse possível. A 
toda minha família pelo apoio incondicional e compreensão, em especial aos meus 
pais Bento de Melo Prazeres (in memoriam) e Maria Joana Ferreira Prazeres, às 
minhas irmãs Waldirene Prazeres Sacramento e Diana Ferreira Prazeres (in 
memoriam), ao meu esposo e parceiro dessa jornada, 
Fábio Mendes Pereira, ao meu filho Fernando Prazeres Pereira, aos meus sogros e 
sobrinhos. 
Agradeço aos meus professores e colegas de turma pela parceria ao longo desses 
quatro anos. A professora e orientadora Esp. Cristianne Costa por todas as ricas 
contribuições e paciência na elaboração deste Trabalho. 
A empresa deste estudo pela colaboração e a todos os amigos pelas palavras de 
incentivo e apoio. 
 
Juliana Prazeres Pereira 
 
 
Agradeço primeiramente ao meu Deus, o Senhor Soberano, que me permitiu 
finalizar esta jornada. A toda minha família que sempre acreditou no meu potencial e 
me deu força, em especial a minha esposa Juliana Prazeres Pereira e meu filho 
Fernando Prazeres Pereira. 
A empresa que nos permitiu a realização deste trabalho, colaborando sem medidas. 
Aos meus colegas de classe, professora Cristianne Costa pela orientação, força, 
compreensão e paciência e professores envolvidos no processo, pois nessa longa e 
difícil jornada, fizemos todos parte de uma família unida e persistente na busca de 
um objetivo em comum. 
Agradeço aos meus amigos e colegas que contribuíram direta e indiretamente nesta 
caminhada. 
 
Fábio Mendes Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu 
tamanho original. 
Albert Einstein 
RESUMO 
 
 
 
As micro e pequenas empresas (MPE’s), com expressiva participação na economia 
brasileira geram emprego e renda às famílias. Este trabalho tem como objetivo 
principal demonstrar a relevância da contabilidade gerencial como instrumento de 
controle e apoio às tomadas de decisões nas empresas, pois a contabilidade 
gerencial dispõe de ferramentas úteis aos processos de gestão empresarial. Para a 
realização deste trabalho, os métodos utilizados foram a pesquisa descritiva com 
abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso realizado no supermercado 
Arco-Íris Mercantil localizado no município de Tomé-Açu/PA. A coleta de dados foi 
realizada através de questionário semiestruturado aplicado ao gestor do 
empreendimento. Após análise dos dados, constatou-se que a gestão da empresa 
utiliza ferramentas de controle da contabilidade gerencial integradas a um sistema 
de informações gerenciais (SIG) em seus processos e apoio às tomadas de 
decisões. Sendo o próprio gestor o responsável pela aplicação dos procedimentos 
contábeis gerenciais na empresa. 
 
Palavras-Chave: Contabilidade Gerencial; Micro e Pequenas Empresas; Tomada de 
Decisão; Ferramentas Gerenciais. 
ABSTRACT 
 
 
 
The micro and small enterprises (MSE’s), with expressive participation on Brazilian 
economy generates employment and income to families. This paper aims to 
demonstrate the relevance of management accounting as a tool of control and 
support to decision making on companies, because management accounting dispose 
of useful tools to the processes of business management. To carry out this work, the 
methods used were the descriptive research with qualitative approach by a case 
study made at Arco-Íris Mercantil supermarket located at Tomé-Açu county, Pará 
state. The data collect was made by a questionnaire semi structured applied to the 
manager of the enterprise. After data analysis, it was found that the company 
management uses tools of management accounting integrated to a management 
information system (MIS) in their processes and as support to decision making. Being 
the own owner the responsible for application of the management accounting 
procedures of the company. 
 
Key-words: Management Accounting; Micro and Small Enterprises; Decision 
Making; Management Tools. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
 
Quadro 1 – Classificação do porte das empresas quanto ao número de funcionários 
................................................................................................................................. 16 
Quadro 2 – Modelo de controle de contas a pagar ................................................... 22 
Quadro 3 – Modelo de controle de contas a receber ................................................ 23 
Quadro 4 – Modelo de controle do fluxo de caixa ..................................................... 26 
Figura 1 – Fórmula para cálculo da margem de contribuição unitária ....................... 27 
Figura 2 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio contábil (PEC) ..................... 28 
Figura 3 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE) ................ 29 
Figura 4 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio financeiro (PEF) .................. 29 
Gráfico 1 – Gráfico do ponto de equilíbrio .................................................................30 
Quadro 5 – Estrutura do Balanço Patrimonial (BP) ................................................... 31 
Quadro 6 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .............. 32 
 
Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Direto 
................................................................................................................................. 33 
 
Quadro 8 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Indireto 
................................................................................................................................. 34 
Figura 5 – Visão geral de Sistema de Informações (SI) ............................................ 35 
Figura 6 – Visão geral de Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ....................... 36 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
MPE’s – Micro e Pequenas Empresas 
SIG – Sistema de Informações Gerenciais 
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa 
PIB – Produto Interno Bruto 
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos 
MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento 
PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai 
UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai 
MCu – Margem de Contribuição unitária 
PVu – Preço de Venda unitário 
CVu – Custo Variável unitário 
PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil 
PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico 
PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro 
CF – Custo Fixo 
DF – Despesas Fixas 
CO – Custo de Oportunidade 
MC – Margem de Contribuição 
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício 
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa 
BP – Balanço Patrimonial 
SI – Sistema de Informações 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 
1.1 Objetivo ..................................................................................................... 14 
1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 14 
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................. 14 
1.2 Justificativa ............................................................................................... 14 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 15 
2.1 Micro e pequenas empresas (MPE’s) ...................................................... 15 
2.2 Segmento supermercadista ..................................................................... 16 
2.3 Gestão ....................................................................................................... 17 
2.4 Contabilidade ............................................................................................ 17 
2.5 Contabilidade gerencial ........................................................................... 18 
2.5.1 Contabilidade gerencial nas micro e pequenas empresas (MPE’s) ............ 19 
2.6 Ferramentas da contabilidade gerencial ................................................ 20 
2.6.1 Planejamento estratégico ........................................................................... 20 
2.6.2 Orçamento empresarial .............................................................................. 21 
2.6.3 Controle de contas a pagar ........................................................................ 22 
2.6.4 Controle de contas a receber ..................................................................... 23 
2.6.5 Controle de estoque ................................................................................... 24 
2.6.5.1 Métodos de avaliação de estoque .............................................................. 24 
2.6.6 Fluxo de caixa ............................................................................................ 25 
2.6.7 Formação de preço de venda ..................................................................... 26 
2.6.7.1 Margem de contribuição ............................................................................. 27 
2.6.7.2 Ponto de equilíbrio..................................................................................... 28 
2.6.8 Análise gerencial das demonstrações contábeis ........................................ 30 
2.6.8.1 Análise gerencial do Balanço Patrimonial (BP) ......................................... 31 
2.6.8.2 Análise gerencial da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). ..... 32 
2.6.8.3 Análise gerencial da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). ............. 33 
2.7 Sistema de Informações (SI) .................................................................... 35 
2.7.1 Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ................................................. 36 
3 METODOLOGIA ........................................................................................ 37 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 39 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 43 
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 45 
APÊNDICE A ............................................................................................. 50 
13 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
As micro e pequenas empresas (MPE’s) com expressiva participação na 
economia brasileira geram emprego e renda às famílias, como aponta o 
levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – 
SEBRAE, juntas, as MPE’s somam cerca de 9 milhões, respondendo por 27% do 
Produto Interno Bruto – PIB, um resultado crescente nos últimos anos. (SEBRAE, 
2014). 
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos 
Socioeconômico – DIEESE (DIEESE 2017), o setor do comércio incorpora desde 
grandes redes nacionais e internacionais até uma imensa quantidade de micro e 
pequenos estabelecimentos familiares, demandando grande número de 
trabalhadores. O estudo ainda indica que nesse setor, o segmento que se destaca é 
o supermercadista. 
Apesar da grande representatividade no cenário nacional, as MPE’s, enfrentam 
diariamente dificuldades e desafios que podem comprometer sua continuidade. Um 
dos principais motivos que causam a mortalidade desses empreendimentos está 
relacionado com a má gestão do negócio, que, segundo o SEBRAE (2016), as 
principais variáveis que influenciam são: falta de experiência do empresário no ramo, 
falta de investimento em sua própria capacitação em gestão empresarial, ausência 
de um acompanhamento rigoroso nas receitas e despesas, entre outras, que 
somadas, tornam-se cruciais nesse processo de encerramento. 
Os gestores precisam constantemente, tomar decisões que são essenciais 
para garantir o sucesso de seu negócio, de acordo com Marion (2015) faz-se 
necessário que os dados e as informações estejam corretos para servirem de 
subsídio para uma tomada de decisão mais acertada. 
Diante do exposto, percebe-se a relevância da informação contábil gerencial 
para a tomada de decisão, Atkinson et al. (2011) diz que um sistema de 
contabilidade gerencial eficaz pode criar valor considerável pela informação a tempo 
e com precisão sobre as atividades exigidas para o sucesso das organizações de 
hoje. 
Para Padoveze (2012a), a tecnologia da informação e comunicação propicia a 
criação de sistemas de informação contábil gerencial, que integram de maneira 
abrangente todos os seus subsistemas, para que supra de informações a empresa 
14 
 
 
 
 
como um todo. Um sistema de informação contábil gerencial relevante à 
organização proporcionará a melhor tomada de decisão possível, tendo como 
parâmetros as informações disponíveis em tempo hábil e precisas. 
Diante do exposto, surge a problemática: de que maneira a gestão do 
supermercado Arco-Íris Mercantil utiliza a contabilidade gerencialno processo 
decisório? 
 
1.1 Objetivo 
1.1.1 Objetivo geral 
Analisar de que maneira a contabilidade gerencial auxilia a gestão no controle 
e processo decisório do supermercado Arco-íris Mercantil em Tomé-Açu/PA. 
 
1.1.2 Objetivos específicos 
 Identificar as ferramentas de controles gerenciais contábeis utilizados na 
empresa. 
 Verificar na gestão da empresa a utilização da contabilidade gerencial 
para as tomadas de decisão. 
 Descrever de que maneira o sistema de informação gerencial (SIG) 
contribui no processo de tomada de decisão. 
 
1.2 Justificativa 
As empresas encontram dificuldades para garantir a continuidade de suas 
atividades, chegando até mesmo a comprometer sua sobrevivência. Percebe-se que 
nas MPE’S os gestores, por vezes não dispõem de informações suficientes para 
garantir a otimização de recursos e controle dos processos e atividades. 
A contabilidade gerencial como um conjunto de técnicas e procedimentos 
contábeis é voltada aos usuários internos das organizações, que poderão utilizar-se 
dela de maneira que atenda às suas necessidades, pois segundo Marion e Ribeiro 
(2014, p. 16), “os gerentes das organizações precisam da informação contábil 
gerencial para orientar os trabalhadores na execução de suas tarefas, evitando 
desperdícios e aumentando a produtividade”. 
Dispondo de ferramentas que é um diferencial para uma gestão mais eficiente, 
a contabilidade gerencial possibilita que a empresa se mantenha competitiva, uma 
15 
 
 
 
 
vez que os cálculos, relatórios, análises e projeções são voltados para o futuro, 
visando melhoramento de desempenho e performance. 
Este trabalho traz relevância aos pesquisadores por ser uma área que desperta 
interesse em se adquirir conhecimento, à sociedade para melhor compreensão dos 
processos de gestão das MPE’s como geradoras de emprego e renda e à academia 
por poder contribuir com pesquisas futuras. 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
Nesse tópico são abordados conceitos relacionados aos assuntos para a 
melhor compreensão do objetivo deste trabalho como: micro e pequenas empresas, 
gestão empresarial e contabilidade gerencial. 
 
2.1 Micro e pequenas empresas (MPE’s) 
As micro e pequenas empresas contribuem expressivamente na economia do 
País, pois representam a maioria dos negócios formais e são grandes responsáveis 
na geração de empregos principalmente no setor comercial, de acordo com o 
SEBRAE (2014, p. 6): 
As Micro e Pequenas Empresas já são as principais geradoras de riqueza 
no comércio no Brasil (53,4% do PIB deste setor). No PIB da indústria, a 
participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias 
empresas (24,5%). E no setor de Serviços, mais de um terço da produção 
nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios. 
 
A Lei Complementar n. 123/2006, promulgada em 14 de dezembro de 2006, 
considera como microempresa e empresa de pequeno porte, a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada 
e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, quanto ao 
faturamento, desde que a microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e 
no caso de empresa de pequeno porte, aufira em cada ano-calendário, receita 
bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) não excedendo 
R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (BRASIL, 2006). 
As MPE’s também podem ser classificadas quanto ao número de funcionários, 
de acordo com a classificação elaborada pelo SEBRAE e DIEESE: 
16 
 
 
 
 
Quadro 1 – Classificação do porte das empresas quanto ao número de funcionários. 
 
Porte Indústria Comércio e Serviços 
Microempresas Até 19 Até 09 empregados 
Empresas de Pequeno Porte De 20 a 99 De 10 a 49 
Médias De 100 a 499 De 50 a 99 
Grandes 500 ou mais 100 ou mais 
Fonte: SEBRAE E DIEESE (2017, p. 23). 
 
 
Em tempos de instabilidade econômica, os pequenos negócios do setor 
comercial se destacam na geração de emprego, pois “O predomínio do pequeno 
negócio na geração de empregos é comum em todas as conjunturas, porém, nesse 
período de crise, como registrado, apenas esse segmento gerou empregos em 
2016”. (DIEESE, 2017, p. 9). 
Segundo Almeida e Leal (2016), apesar das MPE’s empregarem um número 
menor de trabalhadores por unidade empresarial, a sua representatividade na 
geração total de empregos no Brasil é expressiva e apresenta constante 
desempenho na economia do país. 
Para que as MPE’s garantam sua continuidade e permanência no mercado, é 
fundamental a aplicação de uma gestão de qualidade, trazendo constantes 
melhorias a seus processos e atividades. 
 
2.2 Seguimento supermercadista 
O segmento supermercadista no Brasil passou a ser reconhecido como uma 
das principais atividades que contribuem com a economia do país. De acordo com o 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, o presidente da 
República em exercício, Michel Temer, assinou um decreto reconhecendo o setor 
supermercadista como atividade essencial da economia. (MDIC, 2017). 
Ainda segundo o MDIC (2017), os recentes avanços na legislação 
proporcionaram fortalecimento para o setor supermercadista, com o novo status, que 
atualizou uma legislação da década de 1940, o setor passou a contar com 
instrumentos jurídicos adicionais para negociar a abertura dos estabelecimentos aos 
domingos e feriados em todo o Brasil. O setor passou a contar também com a Lei nº 
13.455/2017, sancionada em junho de 2017, que passou a permitir a diferenciação 
de preços em função do prazo ou meio de pagamento utilizado e com o anúncio do 
17 
 
 
 
 
Banco Nacional do Desenvolvimento - BNDES, divulgando novas políticas 
operacionais e condições de financiamento. 
O segmento supermercadista vem apresentando crescimento nos últimos anos, 
o que o levou a ser reconhecido como uma das principais atividades que contribuem 
para a economia do país. 
 
2.3 Gestão 
O modelo de gestão adotado pelos gestores é fundamental para o bom 
funcionamento da organização, pois na visão dos autores Oliveira; Perez Jr. e Silva 
(2017, p. 107), gestão representa: “os princípios básicos que norteiam uma 
organização e serve como referencial para orientar os gestores nos processos de 
planejamento, tomada de decisões e controle”. 
Souza e Borinelli (2012 p. 30-31), em sua definição, ressaltam a otimização de 
recursos na organização: 
O processo de gestão é estruturado pelo ciclo composto de planejamento, 
execução, controle e avaliação de desempenho. Serve para garantir que a 
utilização dos recursos disponibilizados seja otimizada a fim de atingir um 
determinado resultado e cumprir a missão da organização. 
 
Para Santos (2010), o modelo de gestão adotado pela organização, refletirá as 
ideias, crenças e valores dos proprietários, os quais estarão disseminados por toda 
a organização, servindo como base aos gestores na hora de tomar decisão. 
Nascimento e Reginato (2015, p. 52) definem gestão como: 
O modelo de gestão de uma empresa explica a forma como ela é gerida. É 
ele o sincronizador dos seus elementos vitais. Esses elementos envolvem 
desde o processo de gestão expresso na forma de planejamento, execução 
e controle, até o ato de organizar a empresa e sua estrutura, formatar 
sistemas que apoiem as demais funções, delinear as relações entre as 
pessoas. 
 
Percebe-se que gestão, em uma visão ampla, é a forma e métodos adotados 
no planejamento, controle e tomada de decisões pelos gestores de uma 
organização, visando atingir seus objetivos de forma eficaz e eficiente. 
 
2.4 Contabilidade 
A contabilidade desempenha um papel importante dentro das organizações 
com seu foco no estudo e controle do patrimônio, a fim de atender os seus usuários 
18 
 
 
 
 
com o máximo de informações possíveis e relevantes a respeito da composição, 
situaçãoe variação patrimonial. 
De acordo com Santos (2011, p. 10): 
Contabilidade, em seu conceito moderno, é uma ciência que estuda e 
controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração 
expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o intuito de 
oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o 
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. 
 
Em seu conceito, Padoveze (2012b, p. 37) ressalta a relevância das 
informações, pois segundo ele, a contabilidade é: 
A ciência do controle econômico de uma entidade. Como esse controle é 
caracterizado pela geração de informações quantitativas, a contabilidade é 
objetivamente um sistema de informação que controla o patrimônio de uma 
entidade. 
 
Neto (2011), em sua definição, aborda sobre os métodos particulares da 
contabilidade, ao dizer que é uma ciência que registra e analisa os fenômenos 
peculiares à gestão de uma entidade através de técnicas e procedimentos próprios. 
Almeida (2015) destaca a necessidade de suprir os usuários com informações 
precisas, pois para ele a contabilidade é importante para manter o monitoramento 
das atividades empresariais e também prestar contas aos usuários interessados nas 
entidades por meio das suas demonstrações contábeis. 
A função básica do profissional de contabilidade, de acordo com Marion (2015), 
é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de 
decisões. Diante desse entendimento, a função do contador não pode ser distorcida 
e se voltar exclusivamente para satisfazer as exigências do fisco. 
Portanto, a contabilidade é necessária às organizações por registrar, controlar 
e fornecer informações fidedignas referentes ao patrimônio por meio de seus 
demonstrativos contábeis, que são fundamentais aos gestores no processo 
decisório. 
 
2.5 Contabilidade gerencial 
A contabilidade gerencial faz uso das informações contábeis de forma 
detalhada para serem disponibilizadas a todos os gestores da empresa que 
necessitam de informações contábeis para o processo de planejamento, controle e 
avaliação do desempenho das atividades e subsidiando no momento da tomada de 
decisão, como afirma Garrison, Noreen e Brewer (2013): na contabilidade gerencial, 
19 
 
 
 
 
as informações são voltadas aos usuários internos com o intuito de atender as 
necessidades dos gestores, pois divulga informações para auxiliá-los no 
planejamento, controle e tomada de decisões. 
De acordo com Marques (2011, p. 11), a contabilidade gerencial assegura o 
uso apropriado de recursos: 
A contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração, 
acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de 
informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento, 
avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar o uso 
apropriado de seus recursos. 
 
Para Atkinson et al. (2011), a contabilidade gerencial é o processo de produção 
de informações financeiras e operacionais para funcionários e gerentes e esse 
processo deve ser orientado pelas necessidades de informação interna e deve dirigir 
suas decisões operacionais e de investimentos. 
Padoveze (2012a, p. 33), destaca a tomada de decisão como o foco da 
contabilidade gerencial: 
A Contabilidade Gerencial tem como foco o processo de tomada de decisão 
dos usuários internos, ou seja, deve atender todas as pessoas dentro da 
empresa, em qualquer nível hierárquico, que necessitam da informação 
contábil para tomar decisões em suas respectivas áreas. 
 
Com ênfase nos usuários internos, a contabilidade gerencial transforma e 
estrutura informações pertinentes em relatórios gerenciais para atender cada nível 
de segmento de seus usuários em tempo hábil, informações essas que afetarão o 
futuro das organizações. 
 
2.5.1 Contabilidade gerencial nas micro e pequenas empresas (MPE’s) 
A contabilidade nas MPE’s, além de atender as necessidades legais, fiscais e 
trabalhistas, pode ser utilizada como uma ferramenta de apoio à gestão, pois vai 
muito além desses processos burocráticos obrigatórios, no mesmo sentido Oliveira 
(2016, p. 83) afirma que: “é necessário ampliar a visão dos micro e pequenos 
empresários, uma vez que a contabilidade não serve apenas para atender as 
exigências legais, fiscais e trabalhistas, mas também pode contribuir com os 
processos decisórios empresariais”. 
A contabilidade gerencial oferece inúmeros benefícios com suas ferramentas 
gerenciais para o alcance de uma gestão de qualidade. Para Oliveira (2016, p. 21) “a 
contabilidade gerencial surge como uma ferramenta indispensável a qualquer tipo de 
20 
 
 
 
 
negócio, um suporte sobre o qual se apoiará o micro e o pequeno empresário em 
suas decisões gerenciais”. 
Para Raza (2008, p.16), “A falta de informações é o grande vilão nas pequenas 
empresas”. Muitos gestores de MPE’s por falta de informações, como demanda de 
mercado, competitividade e de conhecimentos em técnicas administrativas e 
gerenciais, acabam tendo como consequência dessa falta de informação, a razão do 
insucesso e até mesmo o encerramento de seus negócios. 
Diante do exposto, apesar de nas MPE’s alguns gestores não adotarem a 
contabilidade gerencial na gestão de seus negócios, a utilização desta ferramenta 
faz-se imprescindível para o alcance de uma gestão eficiente, independente do porte 
ou ramo. 
 
2.6 Ferramentas da contabilidade gerencial 
A contabilidade gerencial oferece ferramentas de controle eficazes à gestão, 
essas ferramentas estão ao alcance das empresas, garantindo auxílio ao 
gerenciamento e controle das operações. 
As ferramentas gerenciais são de extrema importância para um melhor 
gerenciamento de uma organização. A partir delas é possível observar a 
verdadeira situação da empresa, auxiliando os gestores a identificar os 
meios favoráveis de se alcançar o objetivo final da organização. (SILVA 
2014, p. 8). 
 
A utilização adequada de ferramentas gerenciais possibilita às empresas 
controles, análises e escolhas mais inteligentes proporcionando a melhor aplicação 
de recursos e, consequentemente, maior lucratividade. 
 
2.6.1 Planejamento estratégico 
Segundo Oliveira (2007, p. 17) o planejamento estratégico consiste em 
estabelecer os objetivos da empresa e especificar a melhor maneira para alcançá- 
los: 
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para 
se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao 
otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e 
atuando de forma inovadora e diferenciada. 
21 
 
 
 
 
Atkinson et al. (2011, p. 566) ressalta que no planejamento estratégico é 
preciso primeiro atender as necessidades dos proprietários e em seguida, traçar as 
estratégias para alcançá-las: 
O primeiro passo do planejamento é identificar o que os proprietários 
esperam (por exemplo, aumento da riqueza) de suas participações na 
empresa. As expectativas dos proprietários tornam-se os objetivos primários 
da empresa. O segundo passo do planejamento é escolher uma estratégia 
para alcançar os objetivos primários da empresa. 
 
De acordo com Souza e Borinelli (2012, p. 33), o produto final do planejamento 
irá impactar diretamente na continuidade e evolução da organização ao afirmar que: 
O primeiro passo para materializar a missão em realidade, considerando o 
modelo de gestão, é a elaboração de um planejamento estratégico. O 
produto final dessa fase é um conjunto de objetivos e diretrizes estratégicas 
que visam o cumprimento da missão e, consequentemente, a continuidade 
da organização. 
 
O planejamento estratégico é fundamental às empresas, pois é norteador dos 
objetivos e metas a serem alcançados e, quando adequado, pode gerar resultados 
satisfatórios, a curto, médio e longo prazo. 
 
2.6.2 Orçamento empresarial 
O orçamento é mais que uma simples estimativa, é o plano financeiro para 
implementara estratégia da empresa em determinado exercício, deve estar baseado 
no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Contém as 
prioridades e a direção da entidade para um período e proporciona condições de 
avaliação do desempenho da entidade, suas áreas internas e seus gestores. 
(FREZATTI, 2017). 
Souza e Borinelli (2012, p. 182), definem o orçamento da seguinte forma: 
O orçamento é uma ferramenta gerencial que auxilia no controle e 
acompanhamento das atividades na busca do atendimento das metas 
estabelecidas pela organização. Contém as prioridades e as direções 
definidas pela administração da entidade, estabelecidas em termos de 
ações a realizar, recursos a serem obtidos e consumidos, prazo de 
realização das ações, bem como os respectivos responsáveis. 
 
De acordo com Padoveze (2012a, p. 263): o orçamento é um “sistema de 
mensuração econômica do planejamento das operações da empresa para um 
determinado período, em nível global e setorial, com o objetivo de coordenar e 
controlar essas operações e o resultado planejado”. 
22 
 
 
 
 
Segundo Atkinson et al (2011, p. 465), “os orçamentos representam um papel 
semelhante no planejamento e no controle para gerentes que estão dentro de 
unidades empresariais e que são parte central no projeto e na operação de sistema 
de contabilidade gerencial”. 
Portanto, o orçamento está diretamente ligado ao planejamento com a função 
de orçar o que foi planejado e ao controle para fins de comparação do que foi orçado 
com o realizado. Com o auxílio dos relatórios de desempenho os gerentes podem 
analisar periodicamente e comparar quantitativamente e monetariamente o 
desempenho das atividades desenvolvidas na empresa e identificar se o 
desempenho é satisfatório ou não. 
 
2.6.3 Controle de contas a pagar 
As contas a pagar são obrigações que a empresa adquire junto a terceiros, 
obrigações estas, que podem ser classificadas como compromissos de curto ou 
longo prazo. 
As contas a pagar segundo Padoveze (2012a, p. 89), são obrigações 
provenientes de: 
Contas a prazo, e representam basicamente os passivos de fornecedores 
de materiais e serviços ainda por pagar. Além das duplicatas a pagar a 
fornecedores, as contas a pagar mais comuns do giro são os saldos de 
salários e encargos a pagar e tributos a recolher. 
 
“O controle de contas a pagar tem por finalidade subsidiar o gestor a respeito 
das obrigações assumidas pela empresa sendo evidenciadas pelas transações 
realizadas a prazo”. (LOPES, et al. 2015, p. 754). 
 
Quadro 2 – Modelo de controle de contas a pagar. 
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR PAGAMENTO 
Data Cliente Doc. Venc. Valor Data Valor Doc. Juros Obs. 
31/08 Conta de luz NF 008 01/09 800,00 01/09 800,00 - - - 
01/09 Armazém 
Bicudo 
Duplicata 
003 
15/09 1.200,00 15/09 1.200,00 - - - 
01/09 Armazém 
Bigode 
Grande 
Duplicata 
009 
18/09 1.500,00 18/09 1.500,00 - - - 
02/09 Armazém 
Bicho do Mato 
Duplicata 
012 
20/09 890,00 20/09 890,00 - - - 
03/09 Armazém 
Bicudo 
Duplicata 
026 
25/09 1.220,00 27/09 1.220,00 - 110,00 - 
04/09 Armazém 
Boca Louca 
Duplicata 
030 
28/09 720,00 28/09 720,00 - - - 
04/09 Folha Folha 05/10 4.800,00 03/10 4.800,00 - - - 
23 
 
 
 
 
 09/2014 
TOTAL NO MÊS 11.010,00 - 11.330,00 - 110,00 - 
Fonte: SEBRAE. 
 
Dessa forma, o controle de contas a pagar necessita de acompanhamento 
rotineiro, pois fornece informações para a tomada de decisão a respeito dos 
compromissos da empresa, podendo apresentar um volume muito alto de recurso 
financeiro a ser desembolsado, o que pode vir a impactar diretamente no capital de 
giro. 
 
2.6.4 Controle de contas a receber 
É comum as empresas praticarem vendas a prazo aos seus clientes, gerando 
como resultado desse tipo de operação, direitos de curto ou longo prazo, que ao 
serem efetuados, transformam-se em disponibilidades para o patrimônio da 
empresa. 
Para Albuquerque (2014 p. 11), o controle de contas a receber “fornece 
informações para tomada de decisões sobre um dos ativos mais importantes que a 
empresa dispõe, os créditos a receber originários de vendas a prazo”. 
Na visão de Padoveze (2012a, p. 81), as vendas a prazo acontecem para 
atender a uma necessidade dos clientes: 
As contas a receber de clientes (também denominadas de duplicatas a 
receber) decorrem da existência de vendas a prazo. A maioria das 
empresas tem necessidade desse tipo de venda porque os clientes 
necessitam de um tempo mínimo para operacionalizar a entrada dos 
materiais e mercadorias e em seguida providenciar os recursos para o 
pagamento das duplicatas. 
 
Quadro 3 – Modelo de controle de contas a receber. 
CONTROLE DE CONTAS A RECEBER RECEBIMENTO 
Data Cliente Doc. Venc. Valor Data Valor Desc. Juros Obs. 
01/09 Bento Ltda. 342 05/10 2.000,00 14/10 2.000,00 - 50,00 - 
04/09 Camila Moda Ltda. 300 10/10 800,00 13/10 850,00 - - - 
08/09 Raquel Flores 400 22/10 500,00 02/10 480,00 20,00 - - 
15/09 Marina Silva 500 25/10 850,00 
20/09 Alex Manuel 600 28/10 700,00 
28/09 Rocha e Rocha Ltda. 100 30/10 1.000,00 
TOTAL NO MÊS 5.850,00 - 3.330,00 20,00 50,00 - 
Fonte: SEBRAE. 
 
Proveniente das vendas a prazo, as contas a receber demandam um controle 
rigoroso para que a empresa possa se planejar financeiramente e não ficar 
descapitalizada, o que comprometeria a continuidade de suas atividades. 
24 
 
 
 
 
2.6.5 Controle de estoque 
O estoque sendo um dos ativos principais na composição do patrimônio das 
empresas, necessita de monitoramento e controle para a garantia de sua qualidade 
e evitar perdas financeiras. 
O CPC 16 (R1) (2009, p. 3), define o estoque da seguinte maneira: 
Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, 
incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda 
ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também 
compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção 
pela entidade e incluem matérias-primas e materiais, aguardando utilização 
no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material 
de consumo. 
 
Para Cruz e Soares (2014, p. 33), o controle de estoque é indispensável para o 
funcionamento das empresas, pois: 
Esses controles tem a finalidade de registrar, fiscalizar e gerir a entrada e 
saída de mercadorias. A gestão de controle de estoque deve buscar 
minimizar o capital total investido em estoques, por se tratar de valores altos 
e que aumenta sucessivamente, uma vez que o custo financeiro também se 
eleva. Vale ressaltar que sem estoques torna-se impossível a empresa 
funcionar, logo, essa a existência de controles contínuos e a gestão dos 
mesmos fazem-se indispensáveis. 
 
Segundo Padoveze (2012a, p. 87), “a gestão financeira dos estoques sugere, 
em linhas gerais, que se deve estocar o mínimo possível. Dessa maneira deve-se 
buscar o maior giro dos estoques ou menor prazo médio de estocagem”. 
Percebe-se que é a partir da comercialização do estoque, ou seja, da 
mercadoria, no caso das empresas comerciais, que a mesma irá gerar faturamento e 
por consequência obter lucro, por esse motivo que há a necessidade de um controle 
rigoroso e eficiente dos estoques, a fim de evitar investimentos elevados e 
desnecessários à empresa. 
 
2.6.5.1 Métodos de avaliação de estoque 
Para a avaliação do estoque são adotados critérios, visando mensurar seu 
custo na data da avaliação. De acordo com Marion e Ribeiro (2014) e Marques 
(2011) esses critérios são: 
 PEPS: que significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. Ao adotar o método 
PEPS para avaliar os estoques, a empresa atribui às mercadorias estocadas 
os custos mais recentes. 
25 
 
 
 
 
 UEPS: que significa Último que Entra, Primeiro que Sai. Ao adotar o método 
PEPS para avaliar os estoques, a empresa atribui às mercadorias estocadas 
os custos mais antigos. 
 Custo Médio ou Média Ponderada: Ao adotar este critério as mercadorias 
estocadas serão avaliadas pelamédia do custo de aquisição, sendo estes 
custos atualizados a cada nova aquisição. 
Contudo, o critério de avaliação UEPS não é aceito pela legislação brasileira, 
segundo Marion e Ribeiro (2014, p. 115): 
As normas internacionais de contabilidade (IFRS), consubstanciadas nas 
normas brasileiras de contabilidade do tipo NBC TG e também o Fisco 
brasileiro não aprovam o critério UEPS, porque a sua adoção distorce os 
resultados, pois provoca estoques e lucros subavaliados. 
 
 
A escolha do critério de avaliação dos estoques é decisiva na determinação do 
resultado da empresa, pois mesmo adotando o critério PEPS ou Custo Médio ou 
Média Ponderada, o resultado da empresa pode apresentar variação expressiva por 
decorrência de possível inflação elevada no período. 
 
2.6.6 Fluxo de caixa 
Com a utilização do fluxo de caixa torna-se possível identificar as 
movimentações financeiras da organização e verificar todas as entradas e saídas de 
recursos, bem como o saldo final do caixa. (REZENDE E SOUZA, 2016). 
Segundo Padoveze (2012a, p. 47), o fluxo de caixa “evidencia a movimentação 
do saldo de caixa do período, coletando as informações específicas das entradas e 
saídas de numerário constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e 
aplicações financeiras)”. 
Na visão de Oliveira; Perez Jr. e Silva (2017, p. 240) “O fluxo de caixa é uma 
sucessão de recebimentos ou de pagamentos, em dinheiro, previsto para 
determinado período”. 
 
Quadro 4 – Modelo de controle do fluxo de caixa. 
03/2014 
SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4 SEMANA 5 TOTAL 
Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado 
Saldo Inicial de 
Caixa 
Dinheiro 
Cheque Pré-Datado 
Duplicatas a 
Receber 
 
Cartão de Crédito 
Outros 
Recebimentos 
 
Total de Entradas 
26 
 
 
 
 
Impostos sobre 
Vendas 
 
Pagamentos a 
Fornecedores 
Pro-Labore 
Salários 
Encargos Sociais 
Benefícios 
Água, Luz e 
Telefone 
Propaganda e 
Marketing 
 
Despesas Bancárias 
Despesas 
Financeiras 
 
Comissões a 
Vendedores 
Honorários 
Contábeis 
Pagamentos de 
Serviços 
 
Despesas com 
Veículos 
 
Materiais de 
Escritório 
Compra de 
Equipamentos 
Pagamentos de 
Financiamentos 
 
Outras Despesas 
Total de Saídas 
Saldo Operacional 
Saldo Final 
Fonte: SEBRAE. 
 
O relatório do fluxo de caixa proporciona uma visão analítica para o gestor 
sobre as entradas e saídas, informações das receitas e despesas diárias, o que 
possibilita o acompanhamento mais preciso e criterioso desse fluxo. 
 
2.6.7 Formação de preço de venda 
Segundo Padoveze (2012a, p. 241), a determinação do preço não pode ser 
feita sem levar em consideração o retorno do investimento feito pela empresa ao 
dizer que formação de preço de venda é: 
A variável operacional mais importante da gestão empresarial. Da 
determinação do preço de venda é que decorre a lucratividade, e, 
consequentemente, o retorno do investimento. Portanto, nenhuma decisão 
sobre preços de venda dos produtos e serviços pode ser feita sem levar em 
consideração o retorno do investimento. 
 
Para Cruz e Soares (2014, p. 34), saber calcular o preço de venda é importante 
para que a empresa seja competitiva e ainda obtenha lucro quando afirma que: 
Saber calcular o preço do produto, da mercadoria ou do serviço ofertado é 
extremamente importante para que as empresas consigam equilibrar a 
margem de lucro com o mercado, evitando a perda de lucro e que faça uma 
cobrança acima do valor de seus concorrentes. 
 
Oliveira et al. (2015, p.3), cita a importância de se adotar um método de custeio 
apropriado ao ramo de atividade da empresa para a melhor formação de preço de 
venda: 
27 
 
𝑴𝑪𝒖 = 𝑷𝑽𝒖 − 𝑪𝑽𝒖 
 
 
 
Portanto, para uma correta formação de preço, as empresas devem 
conhecer, além de outros aspectos, a composição de todos os seus gastos. 
Com isso, precisam fazer uma análise de qual método de custeio é o mais 
eficaz para seu ramo de atividade. A decisão quanto a melhor forma de 
precificação é um dos pontos mais importantes para a sobrevivência das 
empresas, pois está diretamente relacionada com sua obtenção de lucros; 
mesmo assim, parte das empresas não lida bem com a decisão de preços. 
 
Observa-se que a formação do preço de venda é crucial para que o negócio se 
mantenha equilibrado e lucrativo perante o mercado concorrente, necessitando de 
um bom método de custeio para que se obtenha o retorno do investimento e 
garantia de sobrevivência. 
 
 
2.6.7.1 Margem de contribuição 
A margem de contribuição é a medida de lucratividade associada ao custeio 
variável, que corresponde ao excesso do preço de venda líquido em relação aos 
custos e despesas variáveis. (SOUZA E BORINELLI, 2012). 
Margem de contribuição unitária, na visão de Berti (2013, p. 151) é: “o volume 
financeiro com que cada unidade do produto contribui para a empresa pagar o seu 
custo fixo e formar o seu lucro”. 
Marques (2011, p. 136), diz que: “margem de contribuição é a diferença entre a 
receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente 
traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode 
ser imputado sem erro”. 
Segundo Padoveze (2012a, p.131): “Margem de contribuição é a diferença 
entre o preço de venda (ou as vendas) e os custos/despesas variáveis unitários (ou 
o total dos gastos variáveis)”. 
 
Figura 1 – Fórmula para cálculo da margem de contribuição unitária. 
Fonte: Marion e Ribeiro (2014, p 138). 
 
Onde: 
MCu= Margem de contribuição unitária 
PVu= Preço de venda unitário 
CVu= Custo variável unitário 
28 
 
Fonte: Marques (2011, p. 137) 𝑷𝑬𝑪 = 
(𝑪𝑭 + 𝑫𝑭) 
𝑴𝑪𝒖 
 
 
 
A análise da margem de contribuição permite identificar o quanto cada produto, 
serviço ou mercadoria contribui com o lucro, e sem essa análise, fica difícil para o 
gestor determinar ao certo quantos e quais compensam continuar no mix de vendas 
da empresa. 
 
 
2.6.7.2 Ponto de equilíbrio 
Segundo Marques (2011), o ponto de equilíbrio indicará a partir de que 
momento a empresa passará a não obter lucro e/ou prejuízos em seus resultados. 
É, somente a partir do momento que os resultados obtidos ultrapassam o ponto de 
equilíbrio, que a empresa passa a auferir lucro. 
O ponto de equilíbrio pode ser analisado em três diferentes maneiras, como 
afirma Viceconti e Neves (2013, p. 142-143): 
a) O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é a quantidade que equilibra a 
receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos 
vendidos. 
b) O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) é a quantidade que iguala a 
receita total com a soma dos custos e despesas acrescida de uma 
remuneração mínima sobre o capital investido pela empresa. Esta 
remuneração mínima corresponde à taxa de juros de mercado multiplicada 
pelo capital e é denominada pelos economistas de custo de oportunidade. O 
custo de oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se 
aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de aplicar no seu 
negócio. 
c) O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é a quantidade que iguala a 
receita total com a soma dos custos e despesas que representam 
desembolso financeiro para a empresa. Assim, por exemplo os encargos de 
depreciação são excluídos do cálculo do PEF, por não representarem 
desembolso para a empresa. 
 
Figura 2 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio contábil. 
Fonte: Marques (2011, p 137). 
 
 
Onde: 
PEC= Ponto de equilíbrio contábil 
CF= Custos fixos 
DF= Despesas fixas 
MCu= Margem de contribuição unitária 
29 
 
𝑷𝑬𝑬 =(𝑪𝑭 + 𝑫𝑭) − 𝑪𝑶 
𝑴𝑪 
𝑷𝑬𝑭 = 
(𝑪𝑭 + 𝑫𝑭) − 𝑫𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒂çã𝒐 
𝑴𝑪 
 
 
 
Figura 3 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio econômico. 
Fonte: Marques (2011, p. 138). 
 
Onde: 
PEE= Ponto de equilíbrio econômico 
CF= Custo fixo 
DF= Despesas fixas 
CO= Custo de oportunidade 
MC= Margem de contribuição 
 
Figura 4 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio financeiro. 
Fonte: Marques (2011, p. 139). 
 
Onde: 
PEF= Ponto de equilíbrio financeiro 
CF= Custo fixo 
DF= Despesas fixas 
MC= Margem de contribuição 
 
 
Entende-se que ponto de equilíbrio contábil (PEC) é a busca do equilíbrio entre 
os gastos fixos e a receita enquanto que o ponto de equilíbrio econômico (PEE) 
considera, além dos custos fixos, uma remuneração do capital investido pela 
empresa e o ponto de equilíbrio financeiro (PEF) desconsidera valores que não 
tiveram desembolso financeiro como a depreciação. 
Berti (2013, p. 5), deixa bem claro que o ponto de equilíbrio faz a clara 
distinção entre prejuízo ou lucro ao afirmar que: 
Ponto de equilíbrio é o momento em que o resultado das operações da 
empresa é nulo, ou seja, a receita total é igual à soma dos custos e 
despesas totais. Se a empresa operar acima desse nível, passa a ter um 
resultado positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado é negativo 
(prejuízo). 
30 
 
 
 
 
De acordo com Santos e Pimentel (2015, p. 2): “O ponto de equilíbrio é o nível 
em que o volume de vendas ou a receita necessária se iguala aos gastos totais, ou 
seja, a quantidade mínima que a empresa tem que vender para não ter prejuízo”. 
 
Gráfico 1 – Gráfico do ponto de equilíbrio. 
 
Fonte: Adaptado com base em Marques (2011, p. 138). 
 
A análise do ponto equilíbrio permite saber a partir de que momento, a 
empresa passará a obter lucro. Essa informação permitirá entender com mais 
clareza o desempenho das vendas e seu resultado. 
 
2.6.8 Análise gerencial das demonstrações contábeis 
A contabilidade financeira bem estruturada serve de base para a contabilidade 
gerencial adequada, desse modo, é necessário um sistema de informação contábil 
estruturado que atenda, ao mesmo tempo, os requisitos da contabilidade financeira 
(para atendimento das legislações societárias e fiscais) e as necessidades 
gerenciais com informações para planejamento, controle e tomada de decisão. As 
demonstrações contábeis básicas que são imprescindíveis para fins de 
gerenciamento da empresa são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE) e Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). (PADOVEZE, 
2012a). 
Para Marion e Ribeiro (2014, p.160): 
O exame minucioso dos elementos que compõem as demonstrações 
financeiras objeto de análise é imprescindível, uma vez que os saldos das 
contas apresentadas nas demonstrações poderão englobar, por razões de 
simplificação, vários valores de uma mesma natureza. 
 
Portanto, a análise minuciosa das demonstrações contábeis no âmbito 
gerencial é necessária para a compreensão do patrimônio da empresa, permitindo 
31 
 
 
 
 
avaliar o desempenho e evolução do mesmo e municiando os gestores com 
informações que os ajudarão a manter o ciclo contínuo proposto para o 
planejamento, controle e tomada de decisão. 
 
 
2.6.8.1 Análise gerencial do Balanço Patrimonial (BP) 
Segundo Padoveze (2012a, p. 38), “o balanço patrimonial é a demonstração 
contábil mais importante. Ela reflete os efeitos patrimoniais retidos na empresa numa 
determinada data decorrente de todas as transações efetuadas pela empresa até 
aquele momento”. 
Souza e Borinelli (2012, p. 53), definem o balanço patrimonial de forma objetiva 
ao dizerem que: “o balanço patrimonial é a demonstração contábil que representa o 
patrimônio de uma entidade, patrimônio este composto pelo conjunto de bens, 
direitos e obrigações da organização”. 
O balanço patrimonial na visão de Silva (2013, p. 72), “retrata a posição 
patrimonial da empresa em determinado momento, composta por bens, direitos e 
obrigações”. 
 
Quadro 5 – Estrutura do Balanço Patrimonial (BP). 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Circulante Circulante 
Disponibilidade Fornecedores 
Títulos e Valores Mobiliários Tributos (a pagar e a recolher) 
Contas a Receber de Clientes Empréstimos a Pagar 
Estoques Contas a Pagar 
Não Circulante Não Circulante 
Realizável a longo prazo Exigível a Longo Prazo 
Imobilizado Patrimônio Líquido 
Investimentos Capital 
Intangível Reserva 
 Prejuízos Acumulados 
Fonte: Marion (2015, p. 58). 
 
Padoveze (2012a) ainda sugere que, para fins gerenciais, é imprescindível a 
elaboração mensal e acompanhamento das variações do balanço patrimonial. 
Diante do exposto, compreende-se que o Balanço Patrimonial reflete a posição 
patrimonial da empresa em determinado momento, contendo todas as operações 
efetuadas. A partir desta demonstração é possível analisar suas informações e obter 
32 
 
 
 
 
como resultado a situação de estrutura patrimonial e aspectos de desempenho da 
empresa. 
 
 
2.6.8.2 Análise gerencial da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Segundo Marques (2011, p. 104), “a demonstração do resultado do exercício é 
a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, 
durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do 
período”. 
Souza e Borinelli (2012, p. 75), destacam a eficiência das operações através do 
resultado da DRE ao dizerem que: “a apuração do resultado mede a eficiência das 
operações da entidade, colocando em uma única demonstração as receitas, ganhos, 
despesas e perdas acontecidas”. 
A DRE também é conhecida como Demonstração do Resultado do Período de 
acordo com Padoveze (2012a, p. 42) quando diz que: 
Em termos gerenciais, a demonstração do resultado do período é muito rica, 
ficando atrás apenas do balanço patrimonial. Sendo seu foco receitas e 
despesas é natural que a utilização gerencial concentre-se nesses dois 
grandes grupos de elementos patrimoniais. 
 
Quadro 6 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
RECEITA BRUTA DE VENDAS 
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS 
Vendas Canceladas 
Descontos Incondicionais 
Devoluções de Vendas 
(-) IMPOSTOS SOBRE VENDAS 
ICMS sobre Faturamento 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 
(-) Custo dos Produtos e Serviços Vendidos 
LUCRO BRUTO 
(+/-) DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS 
Despesas Comerciais 
Despesas Administrativas 
Despesas Tributárias 
Outras Receitas Operacionais 
Outras Despesas Operacionais 
Resultado de Investimentos em Coligadas e Controladas 
RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS 
(+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO 
Despesas Financeiras 
Receitas Financeiras 
RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 
(-) Provisão para CSLL 
(-) Provisão para IRPJ 
RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 
33 
 
 
 
 
Resultado líquido após os tributos das operações descontinuadas 
Resultado líquido de baixas de ativos e mensuração do valor justo 
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 
Lucro Líquido por ação: 
 
Destinação: 
 Participação de Acionistas ou sócios não controladores 
 Aos proprietários da entidade controladora 
Fonte: Marion (2015, p. 114). 
 
A Demonstração de Resultado do Exercício tem grande destaque quando se 
refere à medição de desempenho das operações relacionadas ao período, sendo a 
mesma responsável por apresentar informações de maneira ordenada sobre as 
receitas, despesas e resultado líquido do período. 
 
 
2.6.8.3 Análise gerencial da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
No conceito de Souza e Borinelli (2012, p. 82), “basicamente a DFC tem como 
objetivo gerar informações sobre as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) 
de caixa durante um determinado período”. 
A DFC na definição de Azzolin (2012, p.166): 
Tem como característica a evidenciação das transações que movimentam 
efetivamente o caixa e sua elaboração,e tem como objetivo gerar 
informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa com a finalidade de 
proporcionar aos usuários uma base para avaliar a capacidade da empresa 
em gerar caixa e valores equivalentes ao caixa. 
 
De acordo com Marques (2011, p. 109), a Demonstração dos Fluxos de Caixa 
“tem por objetivo identificar as modificações ocorridas na posição financeira da 
empresa”. 
As Demonstrações dos Fluxos de Caixa podem ser elaboradas pelos métodos 
direto e indireto. Segundo Padoveze (2017, p. 412), o objetivo do método direto é: 
“evidenciar os diversos tipos de fluxos de pagamentos e recebimentos ocorridos na 
empresa”. 
 
Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Direto. 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO) 
PERÍODO 20X2 Em $ mil Em $ mil 
a) Atividades Operacionais 
Recebimento de Vendas 9.500 
(-) Pagamentos de Compras (5.000) 
Caixa Bruto obtido nas Operações 4.500 
(-) Despesas Operacionais Pagas de Vendas 
Administrativas (500) 
34 
 
 
 
 
Caixa Gerado no Negócio (380) 
(-) Despesas Financeiras Pagas 3.620 
Caixa Gerado após às Operações Financeiras (500) 
 3.120 
b) Atividades de Investimentos 
(-) Aquisições de Imobilizados e Investimentos 
Móveis e Utensílios (300) 
Terrenos 1.000 
Ações de Outras Cias (2.140) 
 3.440 
c) Atividades de Financiamentos 
Integralização de Capitais 1.500 
Empréstimos Bancários 470 
(-) Dividendos Pagos (850) 
Resultado Final de Caixa 1.120 
 800 
+ Saldo existente em 31-12-X1 1.500 
Saldo existente em 31-12-X2 2.300 
Fonte: Marion (2015, p. 452). 
 
O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto é: 
Evidenciar o caminho percorrido do lucro até o caixa, talvez o aspecto mais 
importante dessa demonstração. Esse objetivo busca responder à seguinte 
questão fundamental para análise da liquidez da empresa: como o lucro se 
transformou (ou não) em caixa? (PADOVEZE, 2017, p. 412). 
 
Quadro 8 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Indireto. 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO INDIRETO) 
PERÍODO DE 20X2 Em $ mil Em $ mil 
ATIVIDADES OPERACIONAIS 
Lucro Líquido apurado no Exercício 
+ Depreciação 
Lucro que afeta o Caixa 
VARIAÇÕES NO CIRCULANTE (Capital de Giro) 
Ativo – Aumento de Duplicatas a Receber (reduz o caixa) 
– Aumento de Estoques (reduz o caixa) 
Passivo – Aumento de Fornecedores (melhora o caixa) 
– Aumento de Impostos a Pagar (melhora o caixa) 
Caixa Gerado nos Negócios 
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
Aquisição de Ativo não Circulante 
– Móveis e utensílio 
– Terrenos 
– Ações de outras Cias. 
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS 
– Integralização de Capitais 
– Novos Empréstimos Bancários 
– Dividendos Pagos 
RESULTADO FINAL DO CAIXA 
 
1.950 
 120 
 2.070 
(500) 
(500) 
1.000 
1.050 1.050 
 3.120 
 
(300) 
 
(1.000) 
(2.140) (3.440) 
1.500 
 
470 
(850) 1.120 
 800 
+ Saldo existente em 31-12-X1 1.500 
Saldo existente em 31-12-X2 2.300 
Fonte: Marion (2015, p. 454). 
 
Apresenta-se claro o objetivo principal da Demonstração dos Fluxos de Caixa, 
que é evidenciar as operações de entrada e saída de recurso financeiro das contas 
35 
 
 
 
 
do disponível (caixa, bancos), operações estas oriundas de receita, contas 
recebidas, despesas e contas pagas, propiciando a visibilidade sobre a capacidade 
de pagamentos da empresa. Essa demonstração visa evidenciar de forma clara as 
variações das transações no caixa e equivalentes de caixa de acordo com as 
aplicações referentes às atividades operacionais, de financiamentos e de 
investimentos realizadas no último período pela empresa, ou seja, a DFC explica o 
quanto e o porquê do aumento ou redução de caixa e equivalentes. 
 
2.7 Sistema de Informações (SI) 
As organizações necessitam constantemente de informações e o sistema de 
informações tem como objetivo, suprir essas necessidades de maneira em geral, 
com informações pertinentes para os seus devidos fins. 
O conceito de sistema de informações para Oliveira, Perez Jr. e Silva (2017, p. 
54) é: “a combinação de um conjunto de dados sobre os quais se aplica determinada 
rotina de trabalho, manual e/ ou com a utilização dos recursos computacionais, para 
obtenção de informação de saídas”. 
Laudon e Laudon (2010, p. 12), definem sistema de informações como “um 
conjunto de componentes inter-relacionados que coletam (ou recuperam), 
processam, armazenam e distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de 
decisões, a coordenação e o controle de uma organização”. 
 
Figura 5 – Visão geral de Sistema de Informações (SI). 
 
Fonte: Adaptado com base em Laudon e Laudon (2010). 
 
Para Marques (2011, p. 236), o sistema de informação compreende um 
conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados 
segundo uma sequência lógica para o processo dos dados e a correspondente 
tradução em informação. 
SAÍDA 
CALCULAR 
ORGANIZAR 
ARMAZENAR 
ENTRADA 
PROCESSAR 
36 
 
 
 
 
Entende-se que um sistema de informações é composto por um conjunto de 
recursos (humanos e tecnológicos) com a finalidade de coletar, armazenar, 
processar e transformar dados em informações, a fim de subsidiar funções e 
processos das organizações. 
 
2.7.1 Sistema de Informações Gerenciais (SIG) 
Tomar decisão não é algo simples, pois influencia diretamente no futuro da 
organização. Dessa forma, o sistema de informações gerenciais contribui 
significativamente na hora da tomada de decisão, uma vez que oferece aos 
gestores, acesso rápido e preciso às informações relevantes que lhes garantirão 
tomar decisões inteligentes em benefício da organização. 
Como o sistema de informações gerenciais interliga todos os setores de uma 
organização, os gestores terão à sua disposição as mais variadas informações que 
lhes permitirão tomar decisões mais assertivas. Marion e Ribeiro (2014, p. 5), 
confirmam ao dizerem: 
Dessa forma, qualquer decisão a ser tomada, qualquer que seja a área de 
atuação do responsável por ela, encontrará na informação contábil gerencial 
o fundamento necessário para que a opção encontrada seja a mais benéfica 
possível para o desenvolvimento da organização. 
 
Sistema de informações gerenciais na visão de Oliveira, Perez Jr. e Silva 
(2017, p. 55), “é o processo de transformação de dados em informações, que são 
utilizadas na estrutura decisória da empresa como ferramenta que possibilita a 
sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados”. 
Padoveze (2012a, p. 21), ressalta a união do sistema de informações contábil 
com o âmbito gerencial quando diz que: 
Essa interação torna-se crucial, pois a Contabilidade Gerencial utiliza-se de 
muitos dados e informações de outros sistemas, inclusive quantitativas, 
para completar seus relatórios e torna-los efetivamente úteis para o 
processo de tomada de decisão. 
 
Para Silva (2013), o sistema de informação gerencial (SIG) consiste em prover 
os gestores com informações necessárias para o gerenciamento dos negócios 
atuais e para os planos futuros. 
 
Figura 6 – Visão geral de Sistema de Informações Gerenciais (SIG). 
37 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado com base em Laudon e Laudon (2010). 
 
De acordo com os autores Marion e Ribeiro (2014), Oliveira, Perez Jr. e Silva 
(2017), Padoveze (2012a), a utilização de sistema de informações gerenciais pelas 
empresas propicia acesso à informações relevantes e tempestivas aos gestores 
além de conhecimento abrangente e de fácil acesso de todos os setores da 
organização para que possam tomar as melhores decisões. 
A utilização de um sistema de informações gerenciais torna-se um diferencial 
nos processos da organização ao prover informações atuais e permitir traçar planos 
futuros. A organização que faz uso dessa ferramenta que estrutura informações 
através de relatórios, possibilita controles mais precisos e a facilidade de identificar 
possíveis falhas inerentes aos seus procedimentosoperacionais e decisórios. 
 
 
3 METODOLOGIA 
De acordo com Fonseca (2009), a metodologia da pesquisa caracteriza-se por 
um conjunto de procedimentos racionais e pré-estipulados que o pesquisador utiliza 
para atingir uma determinada meta. Nesse sentido, é através dos métodos e 
procedimentos que se pode alcançar os resultados condizentes com a realidade, por 
esse motivo, estão descritos neste tópico os processos metodológicos adotados 
para esta pesquisa. 
A presente pesquisa possui natureza aplicada, pois se pretende adquirir novos 
conhecimentos, visando o desenvolver ou o aprimorar dos processos de gestão 
empresarial, que segundo Gil (2014, p. 27): 
Esse tipo de pesquisa apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa 
pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu 
desenvolvimento, toda via, tem como característica fundamental o interesse 
na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. 
GERENTES 
• Análise 
• tomada de 
decisões 
• informações 
fidedignas 
• disponibilidade 
em tempo hábil 
SIG 
• de custo unitário de 
produtos 
• de modificação de 
produtos 
• de vendas 
• de despesas 
RELATÓRIOS DADOS 
38 
 
 
 
 
Com abordagem qualitativa, para compreensão das particularidades da gestão 
da empresa, pois de acordo com Fonseca (2009, p. 35) “nesse tipo de pesquisa o 
pesquisador se propõe a participar, compreender e interpretar as informações”. 
Quanto ao caráter é descritivo, com o intuito de descrever os fatos, que na 
opinião de Gil (2014, p. 28), “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a 
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis”. 
Realizada em um supermercado, visando elencar quais ferramentas da 
contabilidade gerencial são utilizadas na gestão desse estabelecimento, pode-se 
definir esta pesquisa como estudo de caso, que segundo Gil (2014, p.57) “é 
caracterizada pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de 
maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado”. 
Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se a aplicação de questionário 
(Apêndice A), que é: 
A técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são 
submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre 
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, 
aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc. (GIL, 2014, 
p. 121). 
 
Sendo este semiestruturado por conter 09 questões abertas e fechadas, que 
segundo Gil (2014, p. 122 - 123) em questões abertas “solicita-se aos respondentes 
que ofereçam suas próprias respostas” e em questões fechadas “pede-se aos 
respondentes para que escolham uma alternativa dentre as que são apresentadas 
numa lista”, no qual o respondente precisou marcar e justificar suas respostas. As 
questões para este questionário foram elaboradas a partir de consultas em livros, 
artigos, periódicos, dissertações e teses, com o intuito de suprir o objetivo desta 
pesquisa. 
A aplicação do questionário ao gestor da empresa em questão, ocorreu no dia 
15 de janeiro de 2018 e sua análise no período de 22 e 29 de janeiro de 2018, 
tomando como parâmetros de comparação outros trabalhos acadêmicos de mesma 
linha de pesquisa de variadas regiões brasileiras. 
39 
 
 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
A empresa de pequeno porte Arco-Íris Mercantil, foi fundada em agosto de 
1998, localizada na avenida Cametá, s/nº, bairro/distrito Quatro Bocas, município de 
Tomé-Açu/Pa. O seu quadro de funcionários é composto por 23 colaboradores, 
sendo o seu ramo de atividade o segmento supermercadista. 
Na questão 1, indagou-se sobre a contabilidade da empresa se, interna ou 
externa. 
“A contabilidade de nossa empresa é externa, gerando as demonstrações 
do período e atendendo às obrigações junto ao fisco e governo”. 
 
O resultado demonstra que a contabilidade da empresa em questão é externa, 
este resultado está de acordo com o encontrado por Silva (2014a), que certificou 
que todas as 32 empresas por ele pesquisadas terceirizavam seus serviços 
contábeis através de escritórios externos e que os serviços contratados se resumem 
em sua totalidade em informações de cunho contábil e fiscal. 
Com esses resultados, observa-se que a maioria das MPE’s utiliza a 
contabilidade terceirizada, demonstrando que todo e qualquer empreendimento 
necessita do apoio do profissional contábil, sendo este atendimento interno ou 
externo. 
Na questão 2, o objetivo foi saber quais demonstrações contábeis são geradas 
pela empresa. 
“São geradas o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do 
Exercício e a Demonstração dos Fluxos de Caixa.” 
 
O mesmo resultado foi encontrado por Dumer (2014), que identificou as 
mesmas demonstrações geradas por MPE’s. Enquanto Freitas (2017) e Ribeiro 
(2016) identificaram as demonstrações do Balanço Patrimonial e a DRE. 
Esses resultados evidenciam que os pequenos empreendimentos estão 
reconhecendo a relevância das informações geradas pelas demonstrações 
contábeis no âmbito gerencial, Nascimento (2011) confirma ao dizer que se faz 
necessário que o pequeno empresário tenha conhecimento de se realizar uma 
contabilidade completa e eficiente que reflita a realidade da empresa. 
Na questão 3, o gestor precisaria relacionar somente as ferramentas de 
controle gerenciais utilizadas na gestão da empresa. 
“Nós utilizamos ferramentas como: Planejamento estratégico, orçamento 
empresarial, contas a pagar, contas a receber, controle de estoque, fluxo de 
40 
 
 
 
 
caixa diário, margem de contribuição unitária, ponto de equilíbrio, análise 
gerencial do balanço patrimonial, análise gerencial da demonstração do 
resultado do exercício e análise gerencial da demonstração dos fluxos de 
caixa.” 
 
No estudo de Passinho (2016), foram detectadas as mesmas ferramentas 
citadas pelo gestor da empresa Arco-Íris, exceto o de ponto de equilíbrio e a 
margem de contribuição, além de indicadores financeiros (rentabilidade e liquidez). 
Nota-se que nesses estudos, existe a utilização de várias ferramentas em 
comum, sendo que em outros estudos do setor supermercadista, nem todas as 
citadas são utilizadas, como nos estudos de Oliveira (2016), onde constatou que a 
maioria das empresas utiliza os controles de contas a pagar, contas a receber e 
Demonstração dos Fluxos de Caixa e Silva (2014a) que evidencia a partir de suas 
análises, que as ferramentas planejamento estratégico, orçamento, fluxo de caixa e 
o método de custeio por absorção são as ferramentas mais utilizadas pelos 
gestores, sendo que a ferramenta de fluxo de caixa foi a única ferramenta tida como 
essencial para o processo de tomada de decisão. 
Percebe-se que nas MPE’s, é comum a utilização de ferramentas contábeis 
gerenciais básicas, dificilmente optando por ferramentas mais complexas, que 
necessitariam de conhecimento aprofundado. 
Na questão 4, dentre as ferramentas de controle gerencial utilizadas pela 
empresa, objetivou-se saber quais a empresa considera como mais importantes. 
“O Controle de estoque, porque é o principal dentro de nossa empresa, 
consumindo a maior parcela dos recursos financeiros; o controle de contas 
a pagar, porque se não estivermos em dia com os fornecedores não 
conseguimos comprar mercadorias para revenda; e o controle de contas a 
receber, porque o recurso que financiou as vendas a prazo tem que retornar 
ao caixa da empresa para que o ciclo das atividades continue”. 
 
Este resultado está em conformidade quanto aos controles de contas a pagar e 
receber, exceto pelo do controle de caixa, com o encontrado por Campos e Gáudio 
(2014) e Borges e Leal (2015), que constataram que dentre as ferramentas 
utilizadas pelas empresas o controle de caixa, contas a pagar e receber foram 
consideradas as mais importantes. Vale ressaltar que nestes últimos não foi 
encontrado o controle deestoques. A utilização do controle de estoques é tida como 
imprescindível para empresas deste ramo de atividade, onde muitos dos produtos 
comercializados são perecíveis ou com prazo de validade relativamente curto. 
Oliveira, et al. (2016), destaca que a gestão de estoques aplicada com eficiência 
41 
 
 
 
 
possibilita a redução dos custos totais da empresa, auxilia para não deixar faltar 
mercadoria, não permitir uma compra maior do que o necessário, evitar desperdício 
e também controlar a validade das mercadorias. 
Na questão 5, foi perguntado sobre em que se baseiam as tomadas de 
decisões da empresa. As opções marcadas foram: nas experiências como gestor 
adquiridas ao longo do tempo e nas ferramentas de controle. Este resultado está de 
acordo com o encontrado por Borges e Leal (2012), onde as decisões dos gestores 
se baseiam na própria experiência; com Moreira et al. (2013) quando aponta que a 
maior parte de seus respondentes disseram confiar em suas experiências como 
gestores e é condizente também com Lima e Imoniana (2008) que obtiveram em 
seus resultados as ferramentas de controle como base norteadora às decisões dos 
gestores. Apesar de o resultado mostrar que o gestor ainda leva em consideração 
suas experiências, a adoção das ferramentas de controle na tomada de decisão 
mostra que, segundo Medeiros (2015) as empresas de pequeno porte mesmo que 
aos poucos estão cada vez mais se adaptando e utilizando técnicas gerenciais em 
seus processos. 
Na questão 6, o interesse era saber em que momento a empresa se utiliza das 
Demonstrações Contábeis e ferramentas gerenciais. 
“Utilizamos as demonstrações contábeis para tomar decisões e para 
atender ao fisco e governo. Não tomamos as principais decisões sem antes 
analisar os demonstrativos e relatórios gerencias, porque neles estão 
contidos informações sobre a rentabilidade e lucro da nossa empresa”. 
 
Este resultado está em conformidade com o resultado obtido por Lopes (2013) 
que por meio das informações colhidas em pesquisas constatou que os gestores de 
supermercados, em sua maioria, combinam a análise das demonstrações contábeis 
com outros tipos de ferramentas de controle. Estes fatos demonstram que os 
gestores destas pesquisas se preocupam em trabalhar não apenas com uma única 
ferramenta, mas sim com um conjunto de forma integrada. 
Na questão 7, a pergunta era a respeito da importância da contabilidade 
gerencial para a empresa. 
“Sim, a contabilidade gerencial é muito importante para nossa empresa 
porque nos proporciona o controle com relatórios das atividades diárias”. 
 
No estudo de Lima e Sousa (2013), apontou que grande parte dos 
empreendedores reconhece a importância da contabilidade como ferramenta 
42 
 
 
 
 
gerencial para a sobrevivência de suas empresas. Percebe-se que os gestores 
reconhecem os benefícios que a utilização da contabilidade gerencial pode 
proporcionar aos seus negócios, pois segundo Constante (2010), as informações 
gerenciais podem reduzir os riscos dando assim, um nível de segurança à empresa, 
com tomadas de decisões alicerçadas e fundamentadas. 
Na questão 8, buscou-se saber se a empresa tem dificuldade para executar as 
ferramentas gerenciais. 
“Sim, com algumas, por exemplo, o Planejamento estratégico e o 
Orçamento Empresarial que são complexos. No caso do Planejamento 
temos que usar as informações que já temos na empresa e juntar com as 
informações do mercado que é muito exigente para o período seguinte e o 
Orçamento porque temos que fazê-lo em cima do planejamento, tendo que 
analisar os nossos recursos financeiros pra não cometermos erros”. 
 
Em outros estudos foram obtidos resultados semelhantes, Borges e Leal (2012) 
por exemplo, onde alguns dos gestores entrevistados consideram a importância do 
orçamento empresarial embora não o utilizem, e que ainda o planejamento não era 
estruturado, sendo que um deles relatou ser muito difícil fazer um planejamento. Nos 
resultados de Silva (2014b), os empresários possuem conhecimento sobre a 
necessidade de existir planejamento estratégico e orçamento empresarial nas 
empresas e também os benefícios que a adoção desses procedimentos pode trazer 
para suas operações, mas o foco da organização está apenas nas ações de curto 
prazo o que demonstra a dificuldade na utilização dessas ferramentas. 
Essas dificuldades apresentadas podem ser explicadas por Gonçalves e Losilla 
(2011), quando dizem que nas MPE’s, o planejamento estratégico começa a ser 
realizado, ainda que de forma tímida, como processo contínuo de interação entre 
empresa e ambiente, fato justificado em parte pela complexidade, abrangência e 
qualificação exigidas dos gestores. 
Na questão 9, foi perguntado como o sistema de informações gerenciais (SIG) 
contribui para o processo de tomada de decisão. Dentre as opções foram marcadas 
as seguintes: Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais 
precisos e rápidos; fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões e 
facilitar o fluxo de informações. Justificando: 
“Com 85% de nossas informações vindas direto de nosso sistema de 
informações gerenciais, se torna mais fácil e ágil tomar boas decisões e 
caso o sistema pare a empresa não funciona”. 
43 
 
 
 
 
Na empresa estudada por Cruz e Souza (2014), após a adoção de um SIG a 
empresa passou a registrar todos os atos e fatos no sistema e pôde se planejar e 
controlar seus recursos. Com os relatórios gerados pelo sistema foi possível enviar 
informações precisas e verdadeiras à contabilidade. Em ambos os casos, os 
sistemas de informações gerenciais propiciaram facilidade e agilidade nos processos 
de registro dos fatos relacionados às atividades diárias e, por consequência, a 
geração de informações precisas e seguras aos tomadores de decisão. 
Na questão 10, o interesse era saber do gestor quais os principais benefícios 
que a contabilidade gerencial proporciona à empresa. Dentre as opções o gestor 
optou por estas: maior segurança para tomar decisões; vantagem competitiva e 
lucro. Justificando: 
“No nosso ramo, a contabilidade gerencial se torna o nosso braço forte para 
sobreviver num mercado cada vez mais competitivo, sem ela não teríamos 
como ter informações sobre faturamento em tempo real, nem controle das 
contas a receber e pagar, nem de controle de estoque que necessita ser 
verificado todo dia”. 
 
Silva (2013) em seu estudo aponta a vantagem competitiva e o lucro como 
benefícios, pois, através de uma contabilidade realizada com dados corretos é 
possível obter um resultado positivo, sendo assim, lucro para a empresa. 
Nos resultados encontrados, o ponto em comum, é que os gestores apontam a 
vantagem competitiva e o lucro e, para esse estudo também é levado em 
consideração a segurança ao se tomar decisão. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A contabilidade gerencial dispõe de ferramentas que são indispensáveis para 
uma boa gestão em qualquer que seja o ramo ou porte da empresa, nas micro e 
pequenas empresas a sua adoção pode ser determinante à garantia da 
permanência e competitividade no mercado. 
O estudo teórico contribuiu para a realização desta pesquisa, proporcionando 
conhecimento e entendimento sobre a contabilidade gerencial, assim como o 
detalhamento e aplicação de suas ferramentas no âmbito da gestão empresarial. 
A presente pesquisa alcançou os objetivos definidos, identificando as 
ferramentas de controles gerenciais contábeis utilizados pela empresa, verificando a 
gestão da empresa na utilização da contabilidade gerencial para as tomadas de 
44 
 
 
 
 
decisão e descrevendo de que maneira o sistema de informação gerencial (SIG) 
contribui no processo de tomada de decisão. 
Dentre os principais achados, constatou-se que: a contabilidade da empresa é 
externa; a gestão utiliza um conjunto de ferramentas para o controle gerencial, 
sendo o controle de estoque, contas a receber e a pagar as ferramentas mais

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