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Sistema Esqueletico-1

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Sistema Esqueletico 
Conceito e funções do esqueleto
Quando pensamos em esqueleto, é comum pensarmos em uma estrutura rígida, seca e sem vida, que reúne várias peças menores – os ossos. De fato, a palavra esqueleto deriva de um termo grego que significa “corpo seco”. No entanto, o termo acabou indo além do campo das ciências, sendo utilizado rotineiramente como sinônimo para a palavra “arcabouço” (Ex.: O chassi é o esqueleto do automóvel).
No âmbito da anatomia, podemos estabelecer esqueleto como uma coleção de ossos e estruturas relacionadas que se integram para compor o arcabouço do corpo. Já os ossos, por sua vez, são definidos como estruturas rígidas com origem, composição e função similares e que, quando unidos, constituem o esqueleto. O estudo dos ossos, sua estrutura e particularidades é conhecido como osteologia (osteo: “osso”; logia: “estudo”).
Retornando ao pensamento do início do texto, os nossos ossos não são estruturas sem vida e inertes, como aqueles que examinamos em um laboratório ou expostos em museu. Ao contrário, eles são órgãos vivos e complexos, que representam os registros da nossa história, sendo influenciados por diversos aspectos de nossa vida, como idade, gênero, altura ou mesmo nutrição.
FUNÇÕES DO ESQUELETO
O esqueleto desempenha diversas funções básicas, das quais destacamos como as mais importantes:
Sustentação
O esqueleto estrutura o alicerce rígido do corpo, dando sustentação aos órgãos e tecidos moles que podem ter um peso até cinco vezes maior. Dessa forma, a resistência dos ossos vem da sua composição inorgânica, cuja durabilidade persiste à decomposição mesmo após a morte do indivíduo;
Proteção
O esqueleto defende órgãos internos vitais contra impactos e lesões. Assim, o crânio e a coluna vertebral protegem o encéfalo e a medula espinal; a caixa torácica, por sua vez, guarda o coração, os pulmões, os grandes vasos; e, finalmente, o cíngulo do membro inferior envolve as vísceras da região pélvica;
Movimentos do corpo
Os ossos atuam como áreas de fixação para os músculos esqueléticos. Assim, os ossos agem como alavancas, sendo tracionados quando os músculos contraem para produzir movimento;
Armazenamento e liberação de minerais
O osso deposita diversos minerais em sua estrutura, que contribuem para sua própria resistência. Destacam-se o cálcio e o fósforo, embora também sejam armazenados sódio, magnésio, flúor e estrôncio em menor quantidade. No entanto, se a quantidade de sais minerais na dieta não for suficiente, eles são liberados na corrente sanguínea para cumprir a demanda desses elementos no corpo até que a alimentação possa compensar essa extração;
Hematopoiese
O processo de formação de eritrócitos (as “células vermelhas” do sangue) é designado de hematopoiese (hemo: “sangue”; poesis: “criação”) e ocorre na medula óssea vermelha, localizada nos ossos do feto e no interior de alguns ossos adultos, como as extremidades do fêmur e úmero, os ossos do quadril, esterno e costelas;
Armazenamento de gorduras
Os triglicerídeos são armazenados no tecido adiposo presente no interior de ossos específicos, compondo a medula óssea amarela. Os triglicerídeos armazenados são reservas de energia.
Tipo e divisão do esqueleto
Através da anatomia comparada e da zoologia, verificamos que há diferenças quanto à posição do alicerce de sustentação. Assim, podemos definir o exoesqueleto, onde a base de sustentação é externa; e o endoesqueleto, onde a base de sustentação fica no interior do corpo do indivíduo, como vemos nos humanos.
Entretanto, pelo fato de o exoesqueleto não ser uma estrutura viva, os animais que têm essa estrutura devem se desprender e formar uma nova e maior estrutura esquelética para continuar seu crescimento. Exemplificando, podemos citar a presença de exoesqueleto nos artrópodes.
Baseado na localização de suas estruturas, o esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial e esqueleto apendicular. A combinação entre as duas porções é realizada através de cíngulos (ou cinturas), havendo o cíngulo do membro superior (formado pela clavícula e a escápula) e o cíngulo do membro inferior (composto pelo osso do quadril e o sacro).
ESQUELETO AXIAL
O esqueleto axial consiste nos ossos que formam o eixo do corpo, sustentam e protegem os órgãos da cabeça, pescoço e tronco. Possui 80 ossos dispostos em três regiões principais: o crânio, a coluna vertebral e a caixa torácica. Essa divisão axial do esqueleto sustenta a cabeça, o pescoço, o tronco e protege o encéfalo, a medula espinal e os órgãos do tórax.
Crânio. Consiste em dois conjuntos de ossos:
a. O neurocrânio, também chamado de ossos do crânio, composto por oito ossos que formam a calota craniana (ou caixa encefálica) e protegem o encéfalo, quatro ossos ímpares (frontal, occipital, esfenóide e etmoide) e dois ossos pares (parietais e temporais);
b. O viscerocrânio, também chamado ossos da face, composto por 14 ossos que fornecem suporte para os olhos, a cavidade nasal e a cavidade oral. Possui majoritariamente ossos pares (maxila, palatino, zigomático, lacrimal, nasal, concha inferior nasal), com exceção do vômer e da mandíbula;
c. No crânio, também encontramos os ossículos da audição. Três pequenos pares de ossos localizados na parte petrosa do osso temporal, inseridos dentro da cavidade da orelha média. Os ossos são martelo, bigorna e estribo, seguindo a ordem de aparecimento de fora para dentro. É a partir dos movimentos desses ossos que os impulsos sonoros são transmitidos para a cavidade da orelha interna;
Osso hióide. É o único osso do esqueleto que não se relaciona diretamente com outros ossos. Localizado no pescoço, debaixo da mandíbula, se conecta com o osso temporal pelos músculos estilo-hióideos. Funcionalmente, esse osso atua como uma base móvel para a língua, auxiliando na deglutição. Ele é examinado cuidadosamente em uma autópsia se há suspeita de estrangulamento, uma vez que ele, em geral, apresenta fratura nesse tipo de assassinato;
Coluna vertebral. Como principal suporte da linha mediana do corpo, a coluna vertebral apresenta 26 ossos e abarca do crânio até o quadril, distribuindo o peso das estruturas acima da pelve para os membros inferiores, além de proteger a medula espinal. Ela é dividida em cinco regiões segmentadas em 33 ossos separados, as vértebras. As sete vértebras do pescoço são as vértebras cervicais, as 12 seguintes são as vértebras torácicas e as cinco que apoiam a parte inferior do dorso são as vértebras lombares. Dessa forma, para suporta o peso que aumenta progressivamente, elas tornam-se proporcionalmente maiores da região cervical para a região lombar. No segmento inferior às vértebras lombares, nove eventualmente se fundem para formar dois ossos: o sacro, resultado da fusão de cinco ossos que se articulam com os ossos da pelve, e no segmento mais inferior da coluna vertebral, as quatro vértebras finais estão fundidas para formar o cóccix;
Caixa torácica. É composta por 12 pares de costelas, o esterno (“osso do peito”) e as cartilagens costais, articulando-se posteriormente com as vértebras torácicas. Entre suas funções, sustenta o cíngulo do membro superior e os membros superiores; suporta e protege os órgãos torácicos e abdominais superiores; e colabora nos movimentos relacionados à respiração;
a. O esterno é um osso plano e alongado, formado por três ossos separados: no trecho superior se localiza o manúbrio; no centro se encontra o corpo do esterno; e, no trecho inferior, reconhecemos o processo xifóide, estrutura frequentemente cartilagínea. Ainda, na lateral do esterno estão as incisuras costais, onde as cartilagens costais se conectam;
b. Os doze pares de costelas são encontrados entre os músculos da parede torácica, com cada par se articulando posteriormente com uma vértebra torácica. Na região anterior, os primeiros sete pares estão conectados ao esterno a partir das cartilagens costais individuais e são chamados costelas verdadeiras. Os cinco pares seguintes (costelas oito a 12) não se ligam diretamente ao esterno, são designados costelasfalsas. Por fim, os últimos dois pares de costelas falsas não se relacionam com o esterno, sendo nomeados de costelas flutuantes.
ESQUELETO APENDICULAR
O esqueleto apendicular é composto pelos ossos dos cíngulos, que firmam os membros ao esqueleto axial, e pelos ossos do membro superior e inferior. Assim:
Cíngulo do membro superior. Os ossos pares escápula e clavícula constituem a porção apendicular da cintura do membro superior, enquanto o esterno é a porção axial. Como não suporta tanto peso, tem uma estrutura mais delicada que o cíngulo do membro inferior. Tem como função principal servir de ponto de inserção para vários músculos relacionados às articulações do ombro e do cotovelo;
Membros superiores. Cada membro superior possui os seguintes ossos: o úmero no braço; o rádio e a ulna no antebraço; e os ossos do carpo, ossos do metacarpo e as falanges (ossos dos dedos) na mão;
Cíngulo do membro inferior. Os dois ossos do quadril constituem a porção apendicular da cintura do membro inferior, enquanto o sacro é a porção axial. Os ossos do quadril estão ligados pela sínfise púbica, anteriormente, e pelo sacro, posteriormente. O cíngulo do membro inferior sustenta o peso corpóreo a partir da coluna vertebral e guarda os órgãos abdominais inferiores no interior da cavidade pélvica;
Membro inferior. Cada membro inferior possui os seguintes ossos: o fêmur na coxa; a tíbia e a fíbula na perna; os ossos do tarso, os ossos do metatarso e as falanges no pé. Podemos citar também a patela, que está localizada entre a coxa e a perna, na face anterior da articulação do joelho.
Número e classificação dos ossos
Número de ossos
Um indivíduo apresenta 206 ossos quando alcança a fase adulta, a qual compreende o período que consideramos o desenvolvimento orgânico completo. Entretanto, esse número pode variar devido aos seguintes fatores:
Fatores etários: Ao longo da vida humana, ocorre uma diminuição do número de ossos. O esqueleto apresenta aproximadamente 270 ossos no nascimento e, após esse período, alguns deles são formados por fusão de partes ósseas, como podemos observar no osso frontal, originalmente formado por duas porções, e o osso do quadril, que é formado de três partes (ísquio, púbis e ílio) que posteriormente se fundem em um único osso na fase adulta;
Fatores individuais: É possível observar em alguns indivíduos a manutenção do osso frontal dividido na fase adulta, assim como a ocorrência de ossos extranumerários.
EXPLICANDO
Um osso acessório ou extranumerário pode ser definido como um osso que excede o número normal de ossos. Descritos primeiramente por André Vesalius em 1543, esses ossículos não se originam de fraturas e derivam de centros de ossificação não fusionados. Atualmente, já foi observada a presença de outras estruturas supranumerárias, como dentes.
Classificação dos ossos
Podemos classificar os ossos de diferentes maneiras, como por sua posição topográfica, diferenciando os ossos axiais (presentes no esqueleto axial) e apendiculares (presentes no esqueleto apendicular). No entanto, a classificação mais conhecida é com base na forma dos ossos, sendo organizados conforme a relação de suas dimensões (comprimento, largura e espessura).
Osso longo: Apresenta o comprimento maior que a largura e a espessura. Os ossos do esqueleto apendicular, como o úmero, o rádio, a ulna, o fêmur, a tíbia, a fíbula e as falanges, são exemplos clássicos. Vale destacar que os ossos longos são nomeados por sua forma alongada e não por seu tamanho de fato; as falanges, os ossos dos dedos, são ossos longos, embora sejam pequenos;
Osso plano: Também chamado de osso laminar ou chato, apresenta comprimento e largura equivalentes, com predomínio da sua espessura. Exemplos característicos desse tipo de osso são os ossos do crânio, como o parietal, frontal e occipital; e outros, como o esterno, a escápula, as costelas e osso do quadril;
Osso curto: Apresenta correspondência em suas três dimensões. Os ossos carpais e tarsais são exemplos típicos.
Existem ossos que não entram em nenhuma das categorias supracitadas e, por essa razão e suas características peculiares, são organizados em uma das categorias a seguir:
Osso irregular: Apresenta uma estrutura complexa, sem correspondentes nas formas geométricas conhecidas. Podemos exemplificar com as vértebras e o osso temporal;
Osso pneumático: Apresenta um ou mais seios, cavidades com volume variável e revestidas de mucosa. Os ossos pneumáticos são encontrados no crânio, recebendo essa classificação o osso frontal, temporal, maxilar, esfenoide e etmoide;
Osso sesamóide: Os ossos sesamóides (“em formato de semente de gergelim”) são um tipo especial de osso curto que ocorre no interior de certos tendões (intratendíneos) ou na cápsula fibrosa de algumas articulações (periarticulares). A patela é um exemplo clássico de osso sesamóide intratendíneo.
Alguns ossos podem ter mais de uma classificação: o frontal é um osso plano e também pneumático; o maxilar é pneumático e também irregular, por exemplo.
ANATOMIA DOS OSSOS
Os ossos apresentam uma camada exterior densa que parece lisa e sólida a olho nu e que é encontrada em quase todos os ossos do esqueleto, denominada como substância compacta ou osso compacto. Na parte interna, há uma substância esponjosa ou osso esponjoso, que possui o aspecto de favo de mel devido à presença de pequenas estruturas planas denominadas trabéculas. Os espaços entre as trabéculas são preenchidos com medula óssea amarela ou vermelha.
O osso longo apresenta duas epífises (extremidades) e uma diáfise (corpo). No interior dessa última, encontramos uma cavidade denominada canal medular, que assenta a medula óssea. Em ossos com ossificação incompleta, podemos visualizar um disco cartilaginoso entre a epífise e a diáfise chamado de lâmina epifisial, onde ocorre o crescimento longitudinal do osso. Desse modo, o periósteo de tecido conjuntivo denso regular cobre a superfície do osso, exceto a cartilagem articular, uma estrutura composta por uma camada delgada de cartilagem hialina que envolve as epífises e auxilia no movimento articular.
O osso compacto, por sua vez, tem predominância na diáfise dos ossos longos, envolve uma cavidade medular central e contém medula óssea; enquanto que o osso esponjoso tem maior presença nas epífises dos ossos longos e curtos, sendo revestido por uma camada delgada de osso compacto.
Assim, os ossos curtos, irregulares e planos têm a mesma composição que os ossos longos: externamente são ossos compactos, revestidos por periósteo, e internamente são ossos esponjosos revestidos pelo endósteo. Entretanto, não têm diáfise e epífise, apesar de conter a medula óssea entre as trabéculas de substância esponjosa, ainda que não possua cavidade medular. os ossos apresentam uma camada exterior densa que parece lisa e sólida a olho nu e que é encontrada em quase todos os ossos do esqueleto, denominada como substância compacta ou osso compacto. Na parte interna, há uma substância esponjosa ou osso esponjoso, que possui o aspecto de favo de mel devido à presença de pequenas estruturas planas denominadas trabéculas. Os espaços entre as trabéculas são preenchidos com medula óssea amarela ou vermelha.
O osso longo apresenta duas epífises (extremidades) e uma diáfise (corpo). No interior dessa última, encontramos uma cavidade denominada canal medular, que assenta a medula óssea. Em ossos com ossificação incompleta, podemos visualizar um disco cartilaginoso entre a epífise e a diáfise chamado de lâmina epifisial, onde ocorre o crescimento longitudinal do osso. Desse modo, o periósteo de tecido conjuntivo denso regular cobre a superfície do osso, exceto a cartilagem articular, uma estrutura composta por uma camada delgada de cartilagem hialina que envolve as epífises e auxilia no movimento articular.
O osso compacto, por sua vez, tem predominância na diáfise dos ossos longos, envolve uma cavidade medular central e contém medula óssea; enquanto que o osso esponjoso tem maior presença nas epífises dos ossos longos e curtos, sendorevestido por uma camada delgada de osso compacto.
Assim, ossos curtos, irregulares e planos têm a mesma composição que os ossos longos: externamente são ossos compactos, revestidos por periósteo, e internamente são ossos esponjosos revestidos pelo endósteo. Entretanto, não têm diáfise e epífise, apesar de conter a medula óssea entre as trabéculas de substância esponjosa, ainda que não possua cavidade medular. Já em ossos planos, são formados por osso esponjoso entre duas camadas finas de osso compacto, uma estrutura denominada díploe nos ossos do crânio.
Principais acidentes ósseos do esqueleto axial e do esqueleto apendicular.
A anatomia de cada osso reflete as forças de tensão e compressão aplicadas sobre eles com maior frequência, em especial nas superfícies externas. Nelas são encontradas características estruturais distintas, designadas de acidentes ósseos e aparecem tanto no esqueleto axial quanto no esqueleto apendicular. Os acidentes ósseos são classificados em três categorias: projeções, que são os locais de fixação para os músculos e ligamentos
Processos que fixam tendões, ligamentos e outros tecidos.
Processos que formam articulações
Depressões e aberturas
Sistema articular: conceito e classificação das articulações
As junturas ou articulações (arthro: “juntas”) podem ser definidas pela comunicação entre duas ou mais estruturas rígidas, como ossos, cartilagens ou dentes. Essas estruturas são fortemente relacionadas à movimentação, uma vez que o movimento só é possível pela articulação dos ossos nas junturas e pela contração dos músculos inseridos nos ossos.
Assim, para movimentar uma parte do corpo, algumas articulações precisam permanecer rígidas, dando estabilidade e mantendo o equilíbrio. Sua estrutura permite resistir a esmagamentos, dilacerações e a várias forças que as impulsionariam para fora do alinhamento. Dessa forma, passamos a conhecer o estudo das articulações, denominado artrologia.
Como visto em apresentações de balé e de ginástica olímpica, as articulações permitem uma ampla diversidade de movimentos. Desta maneira, podemos classifica-las com base em sua função ou estrutura.
A classificação estrutural é baseada no tecido que interliga os ossos, identificando-se como fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. Por outro lado, a classificação funcional se concentra na quantidade de movimento permitido. Assim, sinartroses são articulações imóveis, anfiartroses são articulações ligeiramente moveis e diartroses são articulações livremente moveis. As diartroses predominam nos membros, ao passo que as sinartroses e anfiartroses são mais restritas ao esqueleto axial.
ARTICULAÇÃO FIBROSA
Nas articulações fibrosas, os ossos são conectados através do tecido conjuntivo fibroso e não há qualquer cavidade articular presente. Essas articulações fibrosas são comumente imóveis ou com mobilidade limitada e seus tipos são denominados suturas, sindesmoses e gonfoses.
Nas suturas, os ossos estão firmemente ligados por uma quantidade mínima de tecido fibroso. Elas somente ocorrem entre os ossos do crânio, tendo seu tecido fibroso contínuo com o periósteo em torno desses ossos planos. Dessa forma, além de unir os ossos, as suturas permitem seu crescimento, de forma que o crânio possa expandir-se com o encéfalo durante a infância.
Nas sindesmoses, os ossos são unidos por ligamentos, formados por cordões de tecido fibroso mais extensos do que aqueles que ocorrem nas suturas. Assim, a mobilidade permitida é relacionada ao comprimento das fibras que a compõem. Portanto, se as fibras são curtas, como na articulação tibiofibular distal, pouco ou nenhum movimento é permitido. Mas, se elas são longas, como na membrana interóssea entre os ossos do antebraço, é possível realizar uma maior quantidade de movimento.
Por fim, gonfoses são articulações fibrosas entre os dentes e os ossos onde se inserem as maxilas e a mandíbula. Também chamada de articulação dentoalveolar, uma gonfose é o local que fixa a raiz do dente ao ligamento periodontal do alvéolo dental.
ARTICULAÇÃO CARTILAGINOSA
Nas articulações cartilaginosas ou cartilagíneas, os ossos são conectados por cartilagem. Elas possuem pouca mobilidade, geralmente em resposta a torções ou compressões. Vale destacar que, assim como as articulações fibrosas, estas não possuem uma cavidade articular e podem ser divididas em duas classes: sincondroses e sínfises.
Na sincondrose, os ossos são unidos por uma cartilagem hialina, a qual também pode estar presente na superfície óssea como cartilagens articulares, atuando na redução da fricção entre os ossos durante a realização dos movimentos. Ainda considerando as sincondroses, podemos citar as cartilagens dentoalveolar e as articulações costocondrais como exemplos.
Na sínfise, os ossos são conectados por uma cartilagem fibrosa e, como exemplos, podemos incluir os discos intervertebrais e a sínfise púbica na pelve. Vale ressaltar que a fibrocartilagem resiste tanto à tensão quanto à compressão, atuando como um amortecedor resistente. Com isso, as sínfises são articulações ligeiramente moveis (anfiartroses) que fornecem resistência com flexibilidade.
Articulações sinoviais, planos e eixos de movimentos, principais ligamentos
Articulações sinoviais
A classe mais evidente de articulação no corpo são as articulações sinoviais. Capazes de se moverem livremente (diartroses), essas articulações proporcionam uma larga amplitude de movimentos precisos, uniformes e, ao mesmo tempo, são capazes de manter a estabilidade, a potência e, em certos aspectos, a firmeza do corpo. Assim, as partes dos ossos que se articulam estão cobertas com cartilagem e geralmente são auxiliadas por ligamentos que lhes dão suporte.
Como características de articulação sinovial, temos a cápsula articular, a cavidade articular e a sinóvia. Sendo assim, a cápsula articular é uma membrana de tecido conjuntivo denso que envolve a articulação sinovial. Cada cápsula articular contém uma sinóvia ou líquido sinovial, que se trata de um líquido lubrificante presente no interior da cavidade articular, produzido por uma membrana sinovial que reveste internamente a cápsula articular. Dessa maneira, os ossos presentes em uma articulação sinovial são envolvidos por uma camada de cartilagem hialina chamada cartilagem articular, a qual não possui vasos sanguíneos, obtendo sua nutrição através do movimento do líquido sinovial.
Movimentos realizados nas articulações sinoviais
À medida em que os músculos se contraem, eles fazem com que os ossos se movam nas articulações sinoviais. Os movimentos resultantes são de três tipos básicos: deslizamento de uma superfície óssea em outra; movimentos angulares, que alteram o ângulo entre os dois ossos; e rotação em torno do eixo longo de um osso. Além desses, temos movimentos especiais, que ocorrem em certas articulações.
Movimentos realizados pelas articulações sinoviais.
Tipos de articulações sinoviais
As articulações sinoviais podem ser classificadas com base no formato das superfícies articulares e nos movimentos permitidos por essa morfologia. Assim, as articulações sinoviais são classificadas funcionalmente nas seguintes categorias:
Uniaxial: O movimento permitido pela articulação é realizado em torno de um único eixo;
Biaxial: O movimento permitido pela articulação é realizado, podendo ocorrer em torno de dois eixos.
Triaxial: O movimento permitido pela articulação é realizado, podendo ocorrer em torno de todos os três eixos.
Por outro lado, a classificação morfológica das junturas sinoviais ocorre nas seguintes categorias: plana, gínglimo, trocóidea, condilar (ou elipsóidea), selar e esferóidea.
Classificação funcional e estruturais das articulações sinoviais.
Ligamentos
Os ligamentos são cordões resistentes e flexíveis de tecido conjuntivo que estão anexos às articulações. Eles conectam os ossos entre si, além de dar suporte às articulações e limitar seus movimentos. Encontramos ligamentos ao redor dos joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros e outras articulações. Logo, qualquer lesão nosligamentos pode tornar suas articulações instáveis.
Os principais ligamentos do corpo são encontrados nas seguintes articulações:
Articulação temporomandibular: esse gínglimo compreende a fossa mandibular do osso temporal e o processo condilar da mandíbula. As estruturas que auxiliam essa articulação são o ligamento temporomandibular, o ligamento estilomandibular e o ligamento esfenomandibular;
Articulações da coluna vertebral: são articulações planas, formadas pela união entre os processos articulares superior e inferior das vértebras com os das vértebras próximas. Diversos ligamentos atuam nessa região, dentre eles o ligamento longitudinal anterior, o ligamento longitudinal posterior, o ligamento amarelo, o ligamento interespinal e o ligamento supraespinhal;
Articulação esternoclavicular: é plana e se localiza entre a extremidade esternal da clavícula e o manúbrio do esterno. A cápsula é reforçada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior, bem como pelos ligamentos interclavicular e costoclavicular;
Articulação do ombro (glenoumeral): é esferóide é composta pela cavidade glenoidal e pela cabeça do úmero. O ligamento coracoumeral, os ligamentos glenoumerais e o ligamento transverso do úmero recobrem e mantêm a articulação do ombro, atuando com os músculos e tendões circundantes para proporcionar força e estabilidade.;
Articulação do cotovelo: é um gínglimo formado por duas articulações, sendo a articulação umeroulnar (entre o úmero e a ulna) e a articulação umerorradial (entre o úmero e o rádio). Os ligamentos colaterais radial e ulnar e os anulares colaboram na estabilização dessa articulação;
Articulações radiulnares: as articulações radiulnar proximal e radiulnar distal permitem a supinação e a pronação do antebraço. A cabeça do rádio é estabilizada pelo ligamento anular do rádio, enquanto que as faces articulares radiulnares distais se mantêm articuladas por ligamentos radiulnares e pela membrana interóssea do antebraço;
Articulações do punho: é composta pela articulação radiocarpal e pelas articulações intercarpais. Os principais ligamentos da articulação radiocarpal são o ligamento radiocarpal palmar, o ligamento radiocarpal dorsal, o ligamento colateral ulnar e o ligamento colateral radial do carpo. Além deles, diversos ligamentos intercarpais unem os ossos carpais, e os ligamentos carpometacarpais conectam os ossos carpais distais aos ossos metacarpais;
Articulação do quadril: é uma sinovial esferoide constituída pela união do acetábulo do quadril com a cabeça do fêmur. Sua cápsula articular é reforçada e estabilizada por quatro amplos ligamentos, sendo estes o iliofemoral, pubofemoral, isquiofemoral e transverso do acetábulo. Vale considerar que o ligamento da cabeça do fêmur também ajuda a estabilizar a articulação do quadril;
Articulação do joelho: atua como um gínglimo modificado, sendo mais complexo que os gínglimos comuns. Sete importantes ligamentos interligam e mantêm a estabilidade da articulação do joelho, sendo os ligamentos da patela, colateral tibial, colateral fibular, poplíteos oblíquo e arqueado e ligamentos cruzados anterior e posterior;
Articulações do tornozelo (talocrural): é um gínglimo constituído por diversas articulações, em que a principal é a tibiotalar. A tíbia e a fíbula são ligadas pelos ligamentos tibiofibulares anterior e posterior, que mantêm estáveis os ossos unidos e evitam o deslizamento da tíbia. Além disso, o ligamento colateral medial (deltóideo) e o ligamento colateral lateral estabilizam ainda mais a articulação do tornozelo.

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