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CAP 4- IDENTIDADES E DIVERSIDADES ETNICOS-RACIAIS

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30/08/2022 16:33 Identidades e Diversidades Étnico-Raciais
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IDENTIDADES E DIVERSIDADES
ÉTNICO-RACIAIS
CAPÍTULO 4 - É  POSSÍVEL
ESTABELECER NOVAS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA?
Tarcia Regina da Silva
INICIAR 
Introdução
Neste capítulo serão abordadas questões referentes à necessidade da reeducação
das relações étnico-raciais, que se fazem presentes no contexto educacional,
sobretudo a partir da Lei 10.639/2003 (BRASIL, 2003), atual Lei 11.645/2008 (BRASIL,
2008). Essa reeducação pode ser compreendida como o reestabelecimento das
relações entre negros e brancos que, na atualidade, vem se afirmando de maneira
desigual.
Nesse cenário, para que os estudantes negros/as possam construir uma identidade
negra positiva, elas terão que enfrentar um penoso processo de desconstrução das
representações da cultura social, midiática e literária que os inferioriza e trata com
preconceito seus corpos, sua história e sua cultura. E a escola não pode se furtar
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disso. Como organizar práticas descolonizadoras na escola? Como descolonizar os
nossos fazeres e saberes na escola? Quais histórias tem a população negra e
indígena no nosso país? Quais as diferenças entre raça, racismo, preconceito racial e
discriminação racial? Como contribuir para que a população negra possa na escola
construir novas identificações?
Esse capítulo se propõe a contribuir para que você responda a essas questões.
Assim, trataremos de como o processo de colonização repercute no nosso cotidiano
e nas práticas curriculares, destacaremos algumas formas de luta da população
negra e indígena, trataremos do significado de alguns termos presentes no debate
sobre a questão racial e por fim, apresentaremos possibilidades para que na escola
se possa reeducar para as relações étnico-raciais.
Bom estudo!
4.1 Promovendo a igualdade na escola:
descolonizar os saberes e as relações
Você certamente já ouviu falar sobre o fato histórico de que o Brasil foi colônia de
Portugal, concorda? Durante mais de 300 anos o Brasil foi dominado pelos povos
europeus. Entretanto, embora não sejamos mais o “Brasil-Colônia”, a nossa forma
de organizar a vida cotidiana ainda é muito influenciada pelo processo de
colonização.
Para evidenciar essa premissa, podemos recorrer à nossa formação sociocultural
que emergiu num contexto de mudanças vividas no continente europeu. A
descoberta pelos europeus de novas rotas marítimas a partir do Oceano Atlântico,
na Idade Moderna, reconfigurou o modo deles verem a si mesmo e aos outros.
Nesse contexto, no século XV, o povo europeu encontrou do outro lado do oceano
povos fisicamente muito diferentes deles, levando-os a questionar o conceito de
humanidade. Quem são esses povos do além-mar? Será que são humanos ou
bichos? Têm ou não alma?
A grande questão que está posta nesse cenário é o fato de que na América, um dos
elementos estruturantes da Modernidade foi que as diferenças entre conquistadores
e conquistados foram assumidas como uma questão de raça, ou seja, a raça foi
utilizada para estabelecer a diferença entre os povos. Assim, embora o processo de
colonização no nosso país tenha se encerrado, a colonialidade ainda se faz presente
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entre nós, influenciando a nossa forma de olharmos para nós mesmos e, sobretudo,
para o outro. Mas o que você entende por colonialidade? Quais os seus efeitos?
Como ela repercute no espaço escolar? As respostas serão respondidas nesse
tópico.
Ao conceber as diferenças a partir da ideia de raça, uns foram colocados num plano
superior aos outros, isto é, os brancos foram incorporados como superior aos
negros. Dessa maneira, ser negro na nossa sociedade, além de designar o indivíduo
deste grupo étnico-racial, pode significar: “encardido, funesto, sinistro, tenebroso,
lúgubre, triste, nefasto etc.” (MICHAELIS, 2018. s. p.), são essas as definições
apontadas pelos mais importantes dicionários da nossa língua. O negro é aquele
que, nesse cenário, em geral, não se deseja ser.
A ideia de raça em sentido moderno como conhecemos hoje, só foi concebida após
a história da colonização da América, sendo um dos principais argumentos
utilizados nas relações de dominação que orientavam o projeto de conquista.
Etimologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza, que tem sua origem no
latim ratio, que significa sorte, categoria, espécie. O termo raça, até o século XVIII,
Figura 1 - Na América a questão racial transformou-se no principal item para a organização da
população. Fonte: Janaka Dharmasena, Shutterstock, 2018.
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antes de adquirir o sentido biológico, se referia ao conjunto de descendentes de um
ancestral comum, com ênfase nas relações de parentesco, sem realçar
características como cor de pele e outros traços físicos (MUNANGA, 2010).
No século XVIII, a cor da pele foi considerada um critério fundamental entre as
chamadas raças, ficando nesse estágio a espécie humana dividida em três raças que
povoam até hoje o imaginário coletivo: raça branca, negra e amarela. A partir do
século XIX, foram acrescentados à cor outros critérios tais como: a forma do nariz,
dos lábios, do queixo, do crânio, o ângulo facial.Na segunda metade do século XIX e
na primeira metade do século XX, a discussão sobre raça permeava a vida social, os
antropólogos e juristas discutiam sobre a aplicabilidade das mesmas leis para
pessoas que eram tidas como racial e evolutivamente diferentes. Ainda no século
XX, o conceito de raça passou por uma série de reformulações. Com o
desenvolvimento do campo genético, hoje dispomos de inúmeras evidências de que
o termo raça é apropriado para designar a biologia de algumas espécies animais,
mas não se mostra adequado para configurar o ser humano. Não há raças
diferentes. Somos todos da raça humana independente (MUNANGA, 2010). 
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Nesse contexto, reconhecemos que as “raças são na realidade, construções sociais,
políticas e culturais produzidas nas relações sociais e de poder ao longo do processo
histórico” (GOMES, 2005, p. 49). Entretanto, desconsiderando tal evidência de que
não existem raças diferentes, o conceito de raças diferentes, ou seja, de biologização
da raça, serviu como pretexto para validar as já utilizadas, há muito tempo, práticas
e ações de relações de superioridade e inferioridade entre os
conquistadores/conquistados, ou melhor, dominantes/dominados, entre brancos e
não-brancos.
 Figura 2 - As
ciências biológicas e sociais durante alguns séculos se esforçaram para legitimar o racismo científico,
defendendo que havia três raças distintas. Fonte: Mopic, Shutterstock, 2018.
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Ao afirmar o seu povo como referencial para toda a humanidade, a elite branca
consolidou uma tomada simbólica que tem repercutido na “autoestima e o
autoconceito do grupo branco em detrimento dos demais, e essa apropriação acaba
legitimando sua supremacia econômica, política e social” (BENTO, 2014, p. 25). Na
outra ponta dessa história está a população negra que, a partir dessa referência,
constrói a sua identidade racial atrelada a esse imaginárionegativo que corrói sua
autoestima, culpabilizando-se pela discriminação sofrida e aceitando as
desigualdades vivenciadas.
Dessa forma, esse processo de colonização atuou de forma tão atuante que dizemos
que ela produziu uma nova intersubjetividade. Para tal feito, a Europa atuou tanto
controlando todas as formas de regulação da nossa subjetividade, da cultura e de
maneira mais incisiva do conhecimento, reprimindo a forma de produção do
conhecimento dos colonizados, suas referências para a produção de sentidos, seu
universo simbólico e suas formas de expressão e objetivação da subjetividade, e,
ainda, obrigando os colonizados a aprenderem parcialmente sua cultura para
utilizá-la nos campos material, tecnológico e subjetiva, principalmente religiosa.
Para a pesquisadora Catherine Walsh (2009) a colonialidade é a forma pela qual uns
se sentem superiores a outros produzindo um lastro de discriminação racial. O
projeto de colonialidade se materializa a partir de quatro eixos: a colonialidade do
poder (QUIJANO, 2005), a colonialidade do saber, a colonialidade do ser e a
colonialidade cosmogônica da mãe natureza e da vida mesma.
A colonialidade do poder refere-se à raça como um fator de classificação, bem como
de controle social. A colonialidade do saber articula-se a perspectiva eurocêntrica
como detentora da razão, do conhecimento e pensamento. Tal efeito da
colonialidade pode ser sentido ao pensarmos as nossas matrizes para produzirmos
na academia conhecimentos. Quantos dos pesquisadores africanos, asiáticos são
referências nas nossas pesquisas? A colonialidade do saber age de maneira a
desqualificar toda e qualquer outra forma epistêmica e outros conhecimentos que
não incorporem a matriz europeia.A colonialidade do ser é vivenciada através da
inferiorização, subalternização e desumanização de alguns grupos humanos. Nessa
direção, inserem-se a população negra e a indígena. O último eixo, o da
colonialidade cosmogônica da mãe natureza e da vida, desconsidera “o mágico-
espiritual-social, a relação milenar entre os mundos biofísicos, humanos e
espirituais – incluindo dos ancestrais, espíritos, deuses e orixás” (WALSH, 2009, p.
10). Isso pode ser evidenciado na desvalorização das religiões de matrizes africanas,
bem como, nas variadas expressões dos cultos indígenas.
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Mas, como essa questão repercute na escola? Como construir práticas
descolonizantes? O primeiro ponto para essa empreitada de repensar a escola pode
ser a desconstrução desse imaginário negativo do outro. Duschatzky e Skiliar (2011,
s. p.) afirmam que a alteridade pode ser pensada a partir de três prismas: “o outro
como fonte de todo o mal; [...] o outro como sujeito pleno de um grupo cultural; [...]
o outro como alguém a tolerar”.
O outro como fonte de todo mal foi a marca predominante do século XX, pois essa
caracterizou-se como o século mais mortífero da nossa história, perpassado tanto
por conflitos bélicos como por genocídios, matanças étnicas, apartheid, ditaduras
militares, violência física e legalista contra os migrantes. Os autores também
destacam que o ato expulsor não se realiza apenas pela eliminação física, e
lembram que a coação interna, legitimada a partir das regulações das leis, costumes
e moralidade, também contribuiu para a construção dessa ideia do outro.
Nessa perspectiva, posicionamo-nos frente ao outro, encarnando um modo binário
e dicotômico. Assim, uns são os bons, os saudáveis, os inteligentes, os
heterossexuais, os brancos. E os outros, são os ruins, os deficientes, os ignorantes,
estrangeiros, homossexuais, negros, evidenciando numa escala hierárquica, o
privilégio do primeiro termo sobre o segundo.
Na segunda perspectiva evidenciada por Duschatzky e Skiliar (2011), os outros são
apresentados como sujeitos plenos de uma marca cultural partindo da concepção
de que as culturas são comunidades homogêneas de crenças e estilos de vida. A
radicalização desta tendência conduz à percepção da identidade do outro na pura
diferença, ou seja, há uma invisibilidade das relações de poder e conflito e essa nega
as relações entre sujeitos e grupos sociais. No campo educacional, apresenta-se a
partir de uma perspectiva folclórica, sendo vivificada nas datas comemorativas ou
de forma exótica. Outras vezes apropria-se do termo diversidade para nomear os
que têm “déficit”, ou seja, os que são vistos com necessidades especiais, os pobres,
entre outros.
A terceira perspectiva apresenta o outro como alguém a tolerar. Essa premissa
reconhece a existência das diferenças, porém apresenta um paradoxo, pois ao
mesmo tempo em que solicita reconhecer o outro como princípio, reconhece
também que é preciso aceitar o outro com seu comportamento antissocial ou
opressivo. Ela se assemelha à indiferença, porque pode vir a se tornar um
mecanismo de esquecimento, fazendo com que as memórias da dor sejam
eliminadas, bem como um pensamento da desmemória, da conciliação com o
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passado, um pensamento frágil, light, que não convoca a interrogação e que
pretende livrar-se de todo o mal-estar. Um pensamento que não deixa marcas,
sendo, pois, desapaixonado, descomprometido.
No âmbito educacional, a tolerância nos convida a evitar as polêmicas, o
questionamento da ordem vigente, comprometendo a nossa criticidade e o nosso
engajamento com a mudança. Essas formas de perceber, conceber e conviver com o
outro, evidenciam que é preciso e urgente assumir a diferença como um elemento
constituinte do processo educativo, tendo em vista que esses são construtos das
relações socioculturais. Assim, devemos reconhecer a presença dos mais diversos
coletivos na história da nossa formação social, política, cultural e educacional. Ao
mostrarem-se como sujeitos históricos, essas populações à margem do processo
histórico tensionam o campo do debate epistemológico e político-pedagógico
refutando a sua inexistência. 
Logo, para entrar em sintonia com esse tempo, faz-se necessário que os/as
educadores/as reconheçam as diferenças e a suas transformações em
desigualdades, permitindo e possibilitando que os estudantes estabeleçam
identificações com aquilo que a princípio para ele é tido como diferente,
compreendendo os processos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos
que geraram tais diferenças, além de serem capazes de propor ações que se
posicionem e que incidam contra toda e qualquer forma de preconceito e
discriminação racial. 
4.2 Movimentos negros e indígenas:
resistir, lutar e educar
Você já se resistiu ou teve que lutar muito por alguma coisa? Certamente, sim! Teve
êxito? Em caso positivo, já experimentou a sensação de vitória, de conquista. Em
caso negativo, é importante continuar lutando por aquilo que se almeja. No caso
das populações que trataremos nesse item, a população indígena e negra,
ressaltamos que ao longo de toda a história dos Brasil esses grupos vêm assumindo
um longo e duro movimento de resistência pela sua sobrevivência e garantia dos
seus direitos desde a invasão europeia. Já se passaram mais de 500 anos e tanto
negros quanto indígenas ainda não conquistaram condições de igualdade na nossa
sociedade.
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Dessa maneira, ao mesmo tempo em que resgataremos um pouco das principais
lutas do movimento negro, salientaremos que essas lutas permanecem vivas e são
frutos de muitas batalhas e ainda de mortes. Resiste-se judicialmente, moralmente,
nas escolas e nas universidades, nas favelas, nas aldeias, nos campos e nas cidades.
É uma luta contínua que não cessa. Índios e Negros precisamcotidianamente se
fortalecer, pois vivemos numa sociedade que a raça é assumida como elemento
hierarquizador, discriminador e vetor de oportunidades.
Nessa tessitura, a população indígena que violentamente foi tratada desde a
chegada dos colonizadores portugueses se uniu superando os conflitos internos que
favoreceram o seu processo de domínio e extermínio para juntos criarem as suas
organizações que visa à conexão entre os diferentes povos indígenas, a sociedade
local e global, constituindo o movimento indígena organizado. O movimento
indígena pode ser compreendido como um arcabouço de estratégias e ações que os
povos e comunidades indígenas vivenciam buscando a defesa e a proteção de seus
direitos, bem como, dos seus interesses coletivos, principalmente o direito a terra.
Entre as principais conquistas do movimento indígena podemos citar os direitos
adquiridos na nossa Constituição, a ratificação pelo governo brasileiro da
Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2003 que
evidencia avanços no reconhecimento dos direitos indígenas coletivos, com
retrospecto nos com significativos aspectos de direitos econômicos, sociais e
culturais. A participação política dos indígenas nos governos municipais, estaduais,
a proposta educacional específica e diferenciada para a Educação Indígena e a
demarcação de terras (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2003).
O livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje”
(LUCIANO, 2006), organizado pelo Ministério da Educação, busca contribuir para difundir as bases
conceituais sobre o conhecimento da sociodiversidade dos povos indígenas no Brasil contemporâneo,
bem como visa fornecer subsídios para o fortalecimento dos estudantes indígenas no espaço acadêmico.
Para ler acesse: <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf
(http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf)>. 
VOCÊ QUER LER?
http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf
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Entretanto, ainda há muito a se conquistar, apresentando-se como um grande
desafio a garantia de condições sociais, jurídicas e de cidadania, dentro de um
contexto que também assegure a identidade indígena, ou seja, as suas culturas,
tradições, conhecimentos, valores e formas de organização. 
Para a população negra, a resistência negra refere-se a todas as lutas e movimentos
de fugas, de desobediência civil e militar da população negra africana, bem como,
dos seus descendentes, ou seja, da diáspora africana. Desde o período do Brasil
colonial até os dias atuais a população negra resiste e enfrenta a escravidão antiga e
moderna de variadas formas e com múltiplas estratégias.
Ao longo da nossa história, vários foram os relatos de suicídios, abortos e tentativas
de fugas, visando à liberdade dos negros/as. Nesse cenário, destacaremos alguns
movimentos que marcaram essa história de luta e resistência. Certamente, a maior
delas foi o do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. É
preciso salientar que houve e há vários quilombos espalhados pelo Brasil e que eles
representam uma forma de luta da população negra. 
Figura 3 - Os povos indígenas, desde a chegada dos europeus à América, vêm enfrentando o grande
desafio de legitimar os seus direitos. Fonte: Filipe Frazao, Shutterstock, 2018.
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O livro “Quilombos: espaços de resistências de homens e mulheres negros” é organizado a partir de um
texto para que todo professor possa refletir sobre como os quilombos de ontem e de hoje são
organizados, e como eles se afirmam ao longo do tempo como espaço de valorização da identidade e da
cultura negra. A obra foi produzida pelo Ministério da Educação, sob a coordenação de Schuma
Schumaher (2005). Para ler acesse:
<http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-
_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
(http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-
_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf)>. 
Muitos pesquisadores, entre os quais Schumaher (2005), destacam que o Quilombo
dos Palmares pode ser considerado um “estado africano” no nosso país. Ele teve a
sua origem em pleno século XVII e perdurou até 1695. Era construído por uma
articulada estrutura do seu território, da força militar e também no que se refere aos
aspectos administrativos. Tinha como a sua capital, Macacos. Era organizado em
mocambos (SCHUMAHER, 2005).
Era formado pela população negra, mas também havia índios e os brancos das
camadas populares, evidenciando o contexto democrático que se afirmava naquele
território. Embora, tenha sido incorporada a história pelo fato da decapitação do seu
líder, Zumbi dos Palmares, ali se constituiu uma das mais pulsantes formas de
resistência negra.
Tal fato, não pode desconsiderado como uma estratégia colonial de negação do
protagonismo da população negra. Assim, a importância dessas instâncias de
resistências que importunaram com firmeza a ordem existente, desafiando o poder
vigente foram diluídos para que a população negra não se afirmasse como seres de
luta e conquistas.
Outra questão importante a se destacar é a participação das mulheres negras nos
quilombos. Mas, por que essa história é pouco divulgada? Não podemos esquecer-
nos do processo de exclusão que envolve raça e gênero na nossa sociedade,
protagonismo não é dado nem a negro, tampouco a mulher. Dessa forma, as
mulheres negras foram aligeiradas da história por um duplo processo de exclusão.
VOCÊ QUER LER?
http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
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Entre tantas mulheres, sobressai-se a rainha do Quilombo, Mariana Crioula que
atuou com vigor na fuga de um quilombo do Rio de janeiro. Há relatos de que ela
resistiu bravamente para se entregar e gritava firmemente: “morrer sim, entregar
não!”. Outro exemplo importante de resistência é o de tia Ana que organizou uma
revolta no Ceará, em Viçosa evidenciando a força das mulheres negras
(SCHUMAHER, 2005).
Outra forma de luta que merece destaque é a comandada por João Cândido, o
Almirante Negro, em 1910, conhecida como Revolta da Chibata. Essa aconteceu na
Marinha Brasileira principalmente contra os castigos físicos aos quais os marinheiros
eram submetidos. O movimento também almejava uma melhor alimentação e o
cumprimento da lei do reajuste salarial (ALMEIDA, 2011).
Após um acordo estabelecido entre a Marinha, os marinheiros e o governo foi
decretado o estado de sítio e se instalou um período de forte repressão aos
participantes do movimento. Muitos foram presos, torturados, fuzilados, levados
para a região Norte, do Amazonas. O Almirante Negro foi duramente preso,
castigado, torturado por um ano e meio até que com a ajuda dos advogados pagos
pelas irmandades religiosas de Nossa Senhora do Rosário, foi liberto (ALMEIDA,
2011).
VOCÊ SABIA?
O “Atlas da Violência” (CERQUEIRA et al., 2017) destacou que a população negra corresponde a
maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. Em
2015, em média, os brasileiros brancos ganhavam o dobro do que os negros: enquanto um indivíduo
branco tinha uma renda de R$1.589,00 um negro tinha uma renda de R$898,00 mensais, conforme
dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD). Disponível em:
<http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
(http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf)>.Mas, a resistência continua! Os dados evidenciam que cotidianamente a população
negra e indígena continua na luta para ser reconhecido e respeitado. O que aponta
para o fato de que pouca coisa mudou de 1500 até os dias atuais em termos
estruturais.
http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
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4.3 Vista a minha pele
Você já se perguntou sobre qual é o seu diferencial? Observamos comumente na
mídia que a diferença é uma questão muito valorizada. Assim, para vender os seus
produtos cada empresa faz questão de apresentar o diferencial de cada produto.
No nosso cotidiano, nós também valorizamos muito o que nós fazemos de melhor, o
que nos torna únicos. Assim, a diferença é algo que nos torna autênticos. Entretanto,
nem toda diferença é valorizada socialmente, bem como, algo que é num contexto
muito valorizado, em outro serve como elemento de eliminação, desvalorização.
Nesse sentido, a diferença não pode ser considerada nem boa, nem tampouco ruim,
é a partir do que ela se vincula que ela recebe essa valoração.
Frente a essa questão precisamos refletir sobre como as diferenças observadas
entre nós e os outros tem se constituído como disparador de muitos preconceitos,
atos de discriminação, construção de ideologias oriundas dessas práticas e até de
violência física. Nesse item trataremos de como a diferença racial vem se
constituindo no nosso país num elemento de desigualdade para a população negra,
esclarecendo alguns termos comumente utilizados nesse debate, tais como: raça,
racismo, preconceito, discriminação. 
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Somos todos diferentes uns dos outros. Cada um tem seu nome, uma ou várias
habilidades, as suas características físicas, comportamentos, preferências. Esses são
traços que nos ajudam a compor a nossa identidade, bem como, o que nos difere
dos outros. Assim, nos diferenciarmos uns dos outros é uma coisa normal e
fundamental para a construção da nossa identidade.
Tendo em vista esse panorama, assentimos que a produção das diferenças
ultrapassa as características biológicas. Elas são construídas pelos sujeitos ao longo
do processo cultural e histórico. Na contemporaneidade, as lutas pelo respeito a
essas diferenças têm sido constantes nos diversos âmbitos sociais. Entretanto, cabe
diferenciarmos os termos diversidade de diferença que tem sido comumente
utilizado como sinônimos. A diversidade propõe a inclusão de “alguns” repertórios
culturais na cena da cultura dominante, recorremos a ele para tratar de uma política
que almeja a tolerância e o respeito, mas utilizamos o termo diferença para salientar
que esse processo que engloba a produção das diferenças e seus elos, se relacionam
as questões referentes ao poder e a autoridade. A diferença se propõe a questionar
quais desses repertórios que tratam dos marginalizados podem entrar em cena.
Figura 4 - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) organiza seu trabalho a partir da
autodeclaração. Fonte: Dean Drobot, Shutterstock, 2018.
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De acordo com Munanga (2010), o problema não é a raça, mas as representações
dessa palavra e a ideologia dela derivada. Ele esclarece que não haveria nenhum
problema para a humanidade se a classificação dos grupos humanos fosse
estabelecida de acordo com as características físicas. Entretanto, o problema reside
na hierarquização onde estabeleceram uma relação direta entre a cor da pele, o
fenótipo e as características psicológicas, morais, intelectuais e culturais.
Nessas condições, assimilaram que no mais alto patamar da cadeia estavam os
europeus e nos níveis inferiores, negros e índios, gerando a partir da hierarquização
das diferenças, a concepção do racismo científico ou racialismo (ideia biológica das
raças) onde foi utilizado um conceito doutrinário para justificar e legitimar os
sistemas de dominação racial. A partir desse cenário, as pessoas começaram a ser
analisadas a partir da sua raça.  
Se já sabemos que não existem raças diferentes, que formamos a raça humana, o
que entendemos pelo termo raça hoje? Utilizamos o termo raça não relacionado à
ideia que predominava nos séculos passados, o usamos a partir de uma nova
configuração que se ancora na perspectiva social e política da palavra, pois a
Figura 5 - O racismo brasileiro atua silenciosamente, mas não deixa de ser percebido na vida da
população negra. Fonte: View Apart, Shutterstock, 2018.
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discriminação racial e o racismo ainda pulsante no nosso país não ocorrem apenas
vinculados aos aspectos culturais vivenciados pelos diferentes grupos étnico-
raciais, mas também por causa da associação que a nossa sociedade faz entre a
população negra e os aspectos físicos visíveis na estética corporal.
Observe o caso a seguir, que teve vídeo veiculado pelo G1 (LARA, 2017): 
CASO
No dia 15/11/2017 o ator Diogo Cintra, homem negro, voltava de uma festa na cidade de São Paulo
quando foi abordado por dois homens pedindo que entregasse o celular e dinheiro. Como estava
perto do terminal de ônibus, ele correu para pedir apoio aos vigilantes do local que não o ajudou. Ele
ainda avistou quatro seguranças e novamente tentou auxílio. Os assaltantes que já tinham lhe
abordado vieram com um pedaço de pau para cima dele e alegaram para os seguranças que eles é
que tinham sido roubados. Eles voltaram acompanhados de uma mulher e três homens com dois
cachorros. Em frente aos seguranças, o grupo alegou que tinha sido roubado pelo ator e sem
nenhum questionamento os seguranças acreditaram na versão dos assaltantes. Diogo Cintra foi
fortemente espancado. É nesse contexto que afirmamos que vivemos num país racista, onde a cor
representa para o negro um constante risco (LARA, 2017). Para assistir ao vídeo, acesse o endereço:
<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-
por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml
(https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-
por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml)>. 
Nesse contexto, conforme afirma Santos (2003, p. 33), a população negra é vista a
partir de um pesado tripé, rotulado quase sempre “[...] de intelectualmente frágil,
esteticamente feio e de caráter duvidoso”. Essas formas arcaicas de pensar o negro
exercem influências negativas na constituição da sua identidade, da sua cultura e da
própria sociedade. Nesse sentido, o termo raça tem sido utilizado para informar
como elementos que compõem as características físicas da população negra, tais
como a cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, têm influenciado, interferido e até
mesmo determinado o destino e o lugar social desse grupo étnico-racial no interior
da nossa sociedade.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml
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VOCÊ SABIA?
Que como se não bastasse todo o preconceito que vimos até aqui, as mulheres negras também são
absurdamente as mais atingidas pela violência obstétrica (65,4%) e pela mortalidade materna
(53,6%), de acordo com Fioretti (2014). Para saber mais, acesse o endereço:
<https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154(https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154)>.
Dessa forma, ao falarmos sobre raça estamos falando do processo social, político,
histórico e cultural resultante de relações desiguais de poder desde a nossa
colonização. Não se relacionando de nenhuma maneira com um dado da natureza,
uma questão biológica. É através da cultura que nós aprendemos a enxergar a
população branca e a população negra como diferentes através da maneira que
somos educados pela nossa família, pela mídia, pela igreja, entre outros,
provocando a introjeção dessas referências na nossa forma de ser, e de ver e
conviver com as diferenças. 
Se já sabemos o que é raça, o que é o racismo? O racismo parte da premissa de que
há um grupo superior ao outro. Logo, ele é a justificação teórica utilizada para
legitimar as ações política de discriminação, segregação, exclusão e eliminação
baseada na ideia de que existem raças humanas com características determinadas e
imutáveis, ou seja, recorrem a questão biológica para legitimar as ações.
O racismo tanto pode evidenciado através de uma ação de abominação,
comportamento de repulsa que se dá de ódio relacionado com as pessoas que
pertencem a um determinado grupo racial cujos traços fenótipos como a cor da
Figura 6 - O reconhecimento e o respeito às diversidades culturais solicitam a articulação com a
democracia. Fonte: Djomas, Shutterstock, 2018.
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154
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pele, o cabelo, o formato da boca, do nariz, entre outros. Como também pode ser
representado por meio de um repertório de ideias e imagens referentes à população
ou grupos humanos que se orientam a partir da ideia de que existem raças
diferentes, umas superiores e outras inferiores. Também pode ser compreendida
como o desejo de fazer prevalecer uma verdade, uma crença particular como
universal, única, verdadeira.
Salientamos ainda, prezado/a estudante, que o racismo pode ser expresso de
maneira individual ou institucional. No individual ele se caracteriza por atos de uma
pessoa contra outra e infelizmente temos presenciado muitos desses
principalmente nas redes sociais. No formato institucional, relaciona-se com as
práticas organizadas do Estado ou com o seu apoio indireto. Como exemplo dessas
práticas podemos citar a negação da população negra nos livros de literatura
infantil, os índices do analfabetismo da população negra, o pouco protagonismo dos
negros nas novelas, filmes e campanhas publicitárias (MUNANGA, 2005), nos dados
estatísticos que revelam as desvantagens da população negra no mercado de
trabalho quando comparada com outros grupos étnico-raciais, os dados da
violência que atingem a população negra jovem, entre tantos exemplos.
Vamos agora esclarecer que o preconceito racial e a discriminação racial não são as
mesmas coisas. O preconceito está ligado ao campo das ideias, ou seja, trata-se de
um julgamento prévio de algo. Refere-se, dessa forma, a uma opinião, ideia que são
organizados anteriormente, sem análise ou observação do fato. O preconceito racial
refere-se a uma ideia negativa e prévia, pois se dá antes mesmo de conhecermos ou
nos aproximarmos de alguém que faz parte de um grupo racial ou étnico.
Em geral, as pessoas negam que são preconceituosas. Mas, tem dificuldade em dizer
que são negras, ao olharem para um indivíduo negro num carro de luxo imaginam
que ele é motorista, numa abordagem policial, a pessoa negra é a primeira a ser
revistada. Essas são ações que resultam do preconceito que permeia o nosso
imaginário. O nosso processo de socialização que começa na nossa família e se
amplia no convívio na escola, no espaço religioso que frequentamos, com os
amigos, através das propagandas, novelas, filmes nos acompanha também na nossa
vida profissional. Nesse contexto, as crianças aprendem com os adultos as práticas
racistas.
Dessa maneira, precisamos ressaltar o que nos ensinou Mandela (2005), nós não
nascemos odiando uma pessoa por causa da cor da sua pele, é no contexto da
cultura que nós aprendemos isso. Dessa feita, se nós aprendemos a odiar, também
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podemos aprender a respeitar, a acolher e a celebrar as diferenças, reconhecendo o
outro como verdadeiramente outro, que não necessita se adequar aos meus
padrões para ser aceito.
Você conhece a história de Nelson Mandela? Ele foi um advogado, também líder rebelde e presidente da
África do Sul entre 1994 a 1999. Foi o mais importante líder da África Negra, principal representante do
movimento contra o apartheid, sendo considerado um guerreiro na luta pela liberdade do seu povo. Para
saber mais, recomendamos o livro, escrito pelo próprio líder, “Conversas que tive comigo” (MANDELA,
2010). 
O preconceito assume um caráter limitante porque nos impede de aproximarmos
daquilo que não conhecemos. Na contemporaneidade, é imprescindível que
possamos nos permitir a relação com aquilo que é diferente de nós estabelecendo
novas formas de identificação. Como educadores/as necessitamos dialogar com as
diferenças, sem julgamentos e preconceitos, visto que, é a partir dessa aproximação
que introjetamos novas experiências a nossa existência, nos possibilitando
desvincular das práticas preconceituosas que fazem parte do nosso ser.
E o que seria, então, a discriminação racial? Discriminar, como bem sabemos,
representa listar, separar, organizar em categorias. A discriminação perde o seu
caráter de ato de classificação, que se propõe a estruturar alguma coisa em
categorias, quando se dispõe a partir de determinados valores a instaurar
hierarquias. No contexto da nossa discussão, a categoria raça foi criada e a partir
dela os brancos são incorporados como superiores aos negros, indígenas e
amarelos.
A grande diferença da discriminação racial para o preconceito racial e o racismo é
que enquanto esses se dão no campo do pensamento, a discriminação é o ato. Vale
ressaltar ainda que a discriminação pode ser direta ou indireta. A direta é aquela
cuja pessoa é discriminada por causa da sua cor. A indireta é fruto da desigualdade
das condutas administrativas, das políticas públicas e até mesmo das empresariais
que são aparentemente isentas, mas que possuem grande habilidade
discriminatória. 
VOCÊ O CONHECE?
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No filme Vista a minha pele (2004), com direção de Joel Zito Araújo  e argumento de Maria Aparecida
Bento, apresenta-se um racismo às avessas, onde a população branca representa a classe discriminada e
a negra a dominante. Nesse contexto, duas adolescentes disputam o título de rainha da festa junina. É
uma interessante reflexão sobre os conceitos apresentados. Para assisti-lo, acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA (https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA)>.
Para caminharmos nesse sentido de reconhecermos o outro como outro, trazendo-o
para a centralidade da prática pedagógica, torna-se imprescindível reconhecer o
papel da Lei 10.639/2003 – a atual Lei 11.645/2008 – que tornou obrigatório o ensino
da História da África e dos africanos e da população indígena, no currículo escolar
do ensino fundamental e médio, pois, além de resgatar historicamente a
contribuição desses grupos na construção e formação da sociedade brasileira, essa
lei possibilita que o/a estudante negro/a e indígena seja visibilizado/a, respeitado/a
e tenha a sua diferença incluída na Educação Básica (BRASIL 2003; 2008). 
VOCÊ QUER VER?
4.4 Consolidando e repensando as
identidades
Ao longo da nossa conversa fomos destacando a premência de trazer para a
centralidade das nossas práticas educacionaisa questão da diferença, salientando
que para tal feito precisamos estar desarmados dos nossos preconceitos para que
possamos criar identificação positiva com o outro. Salientamos que o diferente nem
sempre é visto como encantador. Na maioria das vezes, ele nos aterroriza,
amedronta, ameaça. Em geral, tem-se a impressão que ele destoa da ordem
socialmente vigente. Assim, precisamos refletir sobre a necessidade de
descolonizarmos cotidianamente os nossos olhares, saberes e fazeres pedagógicos
possibilitando a nós mesmos e aos estudantes a revisitação aos nossos valores,
ações, preconceitos, a nossa forma de ver, ser e estar no mundo.
https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA
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A nossa sociedade, através do processo de colonização estabeleceu uma identidade
como norma. Nesse contexto, ser branco foi assumido como uma dessas normas e a
normalização é um das mais sutis maneiras da colonialidade que se apresenta na
questão da identidade e da diferença. Assim, a raça branca foi eleita arbitrariamente
como uma identidade privilegiada, assumindo todas as características positivas.
Logo, ela não é compreendida como uma identidade, mas como a identidade.
A partir dessa inferência, comumente ouvimos falar que cabelo bom é cabelo liso,
que negro correto tem alma branca, que negro quando não faz na entrada, faz na
saída, que negro só pode ser médico por causa das cotas, entre tantas afirmações
baseadas no racismo e na perspectiva da colonialidade tão impregnada no nosso
imaginário.
Tais resquícios também chegam ao espaço escolar e se legitimam através de uma
pedagogia de racialização que se esforça em educar os sujeitos racialmente de
forma fixa, pensando-se universal. Dessa maneira, nega-se a identidade do
estudante negro, seus elementos estético-córporeo, o seu protagonismo juvenil, a
sua cultura, a sua música e a sua dança, a sua religiosidade. Pouco ou nada se fala
Figura 7 - O cabelo é um dos elementos com maior visibilidade no corpo, sendo tratado e manipulado
por todos os grupos humanos. Fonte: Asier Romero, Shutterstock, 2018.
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da história e da cultura africana, nem tampouco indígena. Os heróis e heroínas
negros/as inexistem. Livros de literatura infantil e infanto-juveil também não. Não
são os personagens negros também que povoam a decoração da escola.
Evidentemente se os estudantes se habituam a ver na televisão e também nos livros
personagens de literatura infantil personagens bonitinhas, delicadinhas e também
brancas, não podemos esperar que eles elaborem conceitos positivos acerca de ser
negro/a na nossa sociedade. São os frutos da cultura midiática que também
moldam os nossos valores e conceitos causando profundos danos à compreensão
das crianças sobre si e os outros. Frente a essa realidade, faz-se necessário
introduzir o cunho da diferença, apresentando e discutindo com as crianças, jovens
e adultos na escola as relações étnico-raciais, a história e a cultura do continente
africano e da diáspora, discussões que incidem na identidade desses sujeitos
independentemente de seu pertencimento racial, o que contribui para a efetivação
da democracia no nosso país.
De acordo com Gomes (2008), o corpo e o cabelo são aspectos adotados pela
população negra na construção da sua representação social e da sua beleza na
sociedade brasileira. Nesse contexto, o cabelo crespo tem um importante papel para
a construção da identidade negra, pois mostra ao negro como ele se enxerga e como
os outros o enxergam. Dessa maneira, se a criança lida bem com seu cabelo, ela
desenvolve sua autoestima, mas se frequentemente seu cabelo precisa se ajustar
aos modelos de padrões hegemônicos, a sua identidade negra está sendo cerceada.
Gomes (2002) ressalta que o ato de rejeitar o cabelo pode gerar uma sensação de
inferioridade e de baixa estima. Nesse sentido, é importante a construção de
estratégias distintas das aprendidas na família e “muitas vezes, essas experiências
acontecem ao longo da trajetória escolar. A escola pode atuar tanto na reprodução
de estereótipos sobre o negro, o corpo e o cabelo, quanto na superação dos
mesmos” (GOMES, 2002, p. 47).
Mas, como tratar dessas questões na escola? Como contribuir para que a criança, o
adolescente, o jovem, o adulto e o idoso negro, que tem o direito a educação ao
longo da vida construa identificações positivas na escola? Tal premissa pode ser
assumida a partir de uma educação multicultural, pois ela tem como um de seus
objetivos dar voz e vez aos excluídos, ou seja, ela cria espaço para rostos e vozes até
então silenciadas e invisibilizadas.
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Para o estadunidense James A. Banks (2006), o principal objetivo da educação
multicultural é reformar escolas e universidades para que alunos de diferentes
grupos raciais, étnicos, culturais, linguísticos e sociais possam vivenciar a igualdade
educacional. Segundo ele, a educação multicultural está conceituada como um
tema que consiste em cinco dimensões: (a) integração de conteúdo, (b) a construção
do processo de conhecimento, (c) a redução de preconceito, (d) a equidade
pedagógica, e (e) a viabilização da estrutura social e cultural da escola. Ele aponta
que a educação multicultural visa ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e
conhecimentos necessários para atuar no contexto da sua própria cultura étnica,
não da cultura dominante, assim como para interagir com outras culturas e situar-se
em contextos diferentes de sua própria origem.
Nessa perspectiva, pensando na interculturalidade como uma maneira de
intervenção, colocamo-nos frente a cinco desafios no campo educacional, que
segundo Candau (2012) são: desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico que
está presente na escola, nas políticas educativas e nos currículos, reconhecendo o
caráter desigual, discriminador e racista da nossa sociedade, da educação e de cada
um de nós; articular igualdade e diferença, reconhecendo e valorizando a
diversidade cultural, bem como as questões relativas à igualdade; resgatar o
processo de construção das nossas identidades, considerando o processo de
hibridização cultural e a formação de novas identidades culturais, operando nesse
cenário com um conceito dinâmico e histórico de cultura; promover experiências de
interação com os outros, propondo-nos a dialogar e construir sistematicamente
ações sociais, religiosas, culturais, rompendo com toda tendência à guetização nas
escolas; e, por último, tudo isso só se realizará se reconstruirmos a dinâmica
educacional, repensando o currículo, a organização da escola, as linguagens,
práticas didáticas, atividades extraclasses, relação com a comunidade e o papel e a
formação do professor.
Diante dessa consideração, somos conclamados a reinventar a escola (CANDAU,
2012) a partir de novos olhares, práticas pedagógicas, estratégias de vivências que
podem considerar a convivência, respeito, valorização e celebração das diferenças
(HENRIQUES, CAVALLEIRO, 2005). O estabelecimento de novas relações étnico-
raciais precisa ser perpassado por um projeto decolonial, um projeto que questiona
e busca o enfrentamento da matriz colonial do poder em todas as suas formas.
E, você, professor necessita se comprometer com essa mudança. 
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Síntese
Você concluiu os seus estudos sobre as relações étnico-raciais. Dessa maneira,
esperamos que já compreenda o processo de colonialidadepresente na sociedade
brasileira, como a questão racial assumiu contornos hierarquizantes, identifique as
lutas da população negra ao longo de mais de 500 anos, conheça com mais clareza o
significado de alguns termos presentes no debate sobre a questão racial, bem como
identifique estratégias para o redimensionamento das relações étnico-raciais no
cotidiano escolar.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender que não somos colônia de Portugal, mas os efeitos da colonialidade
atuam fortemente na nossa subjetividade;
reconhecer que no Brasil a raça foi utilizada como elemento estruturante do
processo colonial;
compreender que as populações negra e indígena ainda não são tratadas de
forma igualitária e resistem à opressão ainda presente no nosso cotidiano;
apreender que preconceito racial, discriminação racial e racismo não são a
mesma coisa;
identificar estratégias que contribuam para a reeducação das relações étnico-
raciais.
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Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9
de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Brasília, DF, 10 mar. 2008. Disponível em: <
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