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A RELAÇÃO DA PUBERDADE COM O NÍVEL DE AGILIDADE

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1 
 
 
A RELAÇÃO DA PUBERDADE COM O NÍVEL DE AGILIDADE: UM 
COMPARATIVO ENTRE GÊNEROS 
 
Aliton Daniel Daubermann1 
alitondaubermann@hotmail.com 
Rafael Gemin Vidal2 
rafael.vidal@fael.edu.br 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo teve por objetivo analisar a relação da puberdade com os níveis de 
agilidade, comparando os resultados entre os gêneros e as fases. A amostra foi 
composta por 26 indivíduos, matriculados no 6º, 9º do ensino fundamental e 3º ano 
do ensino médio. Utilizou-se o teste Shuttle run oferecido por Carnaval (2000). 
Comparando os gêneros, os dados apresentaram uma diferença significativa no 3º 
ano do ensino médio e no 9º ano do ensino fundamental, no entanto, no 6º ano do 
ensino fundamental não houve diferença entre os gêneros, sendo que o masculino 
executou a tarefa mais rápido do que o feminino, fato este que se repetiu nas idades 
seguintes. Comparando as fases o estudo concluiu que a faixa etária favoreceu os 
resultados dos meninos, o que não se repetiu com as meninas. 
 
Palavras Chaves: Agilidade. Puberdade. Desempenho físico. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Rowland (2008, p. 44) descreve que “A puberdade é a sucessão de mudanças 
anatômicas e fisiológicas no início da adolescência que marca o período de transição 
entre o estado sexual não-maduro para o de completa fertilidade”. Ainda expõe que a 
entrada do gênero feminino na puberdade acontece antes, entre os 10 e 11 anos 
 
1 Licenciado do Curso de Educação Física do Centro Universitário Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU. 
2 Mestre em Desenvolvimento e Sociedade – UNIARP. Especialista em Treinamento Desportivo e Personal 
Training – ISPAE. Licenciado e Bacharel em Educação Física - UNIGUAÇU. Docente da Faculdade Educacional da 
Lapa – Fael. Docente do Centro Universitário Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU. 
mailto:alitondaubermann@hotmail.com
mailto:rafael.vidal@fael.edu.br
 
 
2 
 
 
durante um período de quatro a cinco anos e em meninos isso vem a acontecer em 
torno de dois anos depois. 
Muitas vezes o único contato com o exercício físico de algumas crianças se dá 
apenas nas aulas de educação física, sendo um pouco tarde para aquisição de 
movimentos fundamentais que se obtém naturalmente na fase inicial (0 a 2 anos) e 
elementar (3 ou 4 anos) com estímulos do ambiente e dos que o rodeiam. As 
atividades propostas nas escolas são muito aceitas pela maioria por trabalhar de 
maneira recreativa, desenvolvendo várias habilidades motoras como correr, saltar, 
rolar, equilibrar, entre outras, que em conjunto favorecem na execução de movimentos 
complexos, encaminham para determinadas áreas e práticas esportivas (ROSA 
NETO, 2002. MALUF, 2004). 
As capacidades unem para um mesmo fim e não há dúvida que entre elas, a 
agilidade sendo a união de força, velocidade, coordenação e flexibilidade é uma 
capacidade física presente em grande parte das modalidades existentes (CARNAVAL, 
2000). Ressaltando que um bom desempenho da agilidade poderá fazer a diferença 
para formação de um excelente competidor. 
Carnaval (2000, p. 143) explica que o conceito de agilidade “É a capacidade que 
o indivíduo tem de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e sentido”. 
E ainda evidencia que é exigido e utilizado em inúmeras modalidades, sejam 
individuais ou coletivas. 
Fator relevante associado ao desempenho é a faixa etária entre os gêneros, bem 
como períodos existentes no decorrer do desenvolvimento do adolescente, como a 
puberdade influenciando diretamente no desempenho (MALINA; BOUCHARD; BAR-
OR, 2009). 
Rowland (2008, p. 47) deixa claro que “Não há dúvida de que as mudanças 
hormonais durante a puberdade podem afetar substancialmente as respostas 
fisiológicas ao exercício e desempenho físico nos jovens”. Tornando evidente a íntima 
ligação entre a puberdade o desempenho em qualquer atividade que o indivíduo 
realiza. 
 
 
3 
 
 
Como explica Carnaval (2000) a agilidade é a combinação de força, velocidade, 
flexibilidade e coordenação, e complementando Rowland (2008) explica que meninas 
que já se encontram em período de puberdade conseguem ascender suas 
capacidades, enquanto meninos de mesma idade cronológica não possuem o mesmo 
pico de ganho, o qual apenas obterão por volta de dois anos depois. 
Mesmo com os avanços da humanidade nos últimos tempos, ainda é possível 
encontrar atividades sendo destinadas a determinado grupo, gênero ou faixa etária. 
Destaca Bompa (2002) ao expor que as mulheres tendem a se opor ao treinamento 
de continuidade rigorosa, sem longas interrupções e ainda evidencia a necessidade 
de maior atenção a jovens garotas quando comparadas as mais experientes, 
enquanto meninos naturalmente vão sendo direcionados a provas de natureza 
competitiva, e as atividades exigindo de suas valências motoras e explorando suas 
capacidades físicas a fim do melhor desempenho, meninas normalmente estão em 
um meio envolvendo mais o lado estético, com pouco contato físico explorando mais 
as áreas que envolvem a coordenação motora fina com fins precisos e delicados. 
Bompa (2002) reforça ao expor a importância de levar em conta as diferenças 
sexuais, e quando trata de capacidade e desempenho a individualidade está 
relacionada a idade cronológica como biológica. Pode-se dizer então que 
teoricamente as meninas podem ter vantagem em relação aos meninos (até a entrada 
deles na fase púbere), e o desempenho das meninas poderá ser superior devido a 
entrada antecipada na puberdade, como destacado pelo autor em muitos casos, 
durante a fase pós-menstrual o treinamento mostrou-se mais eficaz. 
O presente trabalho justifica-se ao ponto em que quantifica o desempenho físico 
quanto a agilidade entre os gêneros, associando os dados a fase de puberdade em 
que se encontram, com fim de promover dados que auxiliem professores e treinadores 
a ajustarem as cargas de trabalho quando trabalhadas com esta faixa etária. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2. MÉTODO 
 
Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativa de campo, explicativa e de 
natureza aplicada. A pesquisa foi realizada em uma quadra poliesportiva, nas 
dependências do centro esportivo do Colégio Cosmos, localizado na rua Antiocho 
Pereira, número 199, centro do município de Porto União estado de Santa Catarina. 
Pesquisas atuais relacionadas a agilidade são um tanto vagas em relação aos 
seus resultados quando compara gêneros, portanto o critério para a amostra deste 
buscou ser o mais igualitário possível no que se diz respeito a faixa etária. 
Para compor a população buscou-se de maneira a contar com diferença 
considerável de faixa etária entre os integrantes da amostra para uma análise 
comparativa entre as fases, sendo escolhidas 3 turmas da instituição a fim de também 
diferenciar os estágios maturacionais dos indivíduos, sendo que com base na 
bibliografia atual se obtém dados para diferenciá-los, onde os alunos do sexto ano do 
ensino fundamental nenhum gênero se encontra na puberdade, em alunos do nono 
ano do ensino fundamental apenas meninas estão em processo de puberdade e em 
alunos do terceiro ano do ensino médio ambos os sexos finalizaram o processo de 
maturação. 
Todos os alunos devidamente matriculados no sexto e nono ano do ensino 
fundamental e terceiro ano do ensino médio do Colégio Cosmos totalizavam 64 
indivíduos foram convidados, sendo que destes apenas 26 devolveram o Termo de 
consentimento livre e esclarecido (TCLE) devidamente preenchido e assinado pelo 
responsável legal, e compuseram assim a amostra do estudo. 
Tratando de um ponto crucial do trabalho, buscando por uma coleta fidedigna, 
os dados foram coletados no mesmo dia e local para garantir as mesmas condições 
a todos os educandos. 
 
 
 
 
5 
 
 
A vestimenta utilizada por todos os participantes foi o uniforme da instituição 
composta por calça em tecido helanca (flexível e maleável) e camiseta de manga 
curta. 
Os testados foram divididos em três grupos, sendo encaminhadosjuntamente 
com o pesquisador até o local do teste. Já no local receberam informações sobre os 
procedimentos a serem realizados. Sancionadas as dúvidas, os grupos realizaram um 
aquecimento em grupo seguindo os comandos do pesquisador, de intensidade leve, 
com finalidade de obtenção do melhor resultado individual possível e principalmente 
evitar lesões devido a exigência brusca de determinados grupos musculares e suas 
articulações. 
Os dados coletados foram obtidos através do teste oferecido por Carnaval (2000) 
Shuttle run, pois o mesmo é utilizado em inúmeros estudos que analisam a agilidade, 
facilitando assim para futuras comparações. Para a realização do teste são marcadas 
duas linhas paralelas com distância de 9,14 metros entre si, onde o testado se 
posiciona atrás de uma delas e 2 blocos de madeira (5cm x 5cm x10cm) são dispostos 
atrás da outra linha. Ao comando dos pesquisadores dá início a contagem do tempo, 
e o testado deverá buscar um bloco de cada vez e colocá-lo atrás da linha de partida, 
o cronômetro é parado quando o testado colocar o segundo bloco atrás da linha de 
partida. 
Cada integrante da amostra realizou o teste por duas vezes, com intervalo de 5 
minutos entre as tentativas para que houvesse total recuperação do sistema 
energético, sendo validado seu melhor resultado. Os tempos dos testados durante a 
execução foram aferidos em segundos e centésimos, para assim serem utilizados na 
tabulação e análise dos dados. 
Aos dados obtidos foi aplicado estatística descritiva, foram testados quanto a 
normalidade com o teste D’Agostino-Pearson, tabulados e analisados quanto a 
frequência e significância através do Test t de Student, utilizando o Software BioEstat 
5.3, adotando grau de significância de 95% (p≤0,05), apresentando-os com a 
 
 
 
6 
 
 
quantidade de participantes e a porcentagem de cada gênero, tabelas em análise 
comparativa entre gêneros, fases, média e desvio padrão. 
Análise feita de acordo com desempenho, e a proximidade entre os resultados 
dos gêneros em sua respectiva faixa etária. 
A presente pesquisa foi encaminhada ao Núcleo Ética e Bioética da Uniguaçu 
(NEB) sendo aprovada com número de protocolo 2018/119. A instituição recebeu um 
termo de autorização para realização da pesquisa e apresentação dos resultados, e o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi entregue a todos alunos do 
sexto e nono ano do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio do Colégio 
Cosmos, para conhecimento dos responsáveis dos educandos e sua respectiva 
autorização para participarem do estudo. 
 
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Para avaliar o nível de agilidade dos participantes da pesquisa, foi realizado o 
teste Shuttle Run proposto por Carnaval (2000). O teste é realizado em local plano e 
livre de obstáculos, com duas linhas paralelas traçadas no chão a uma distância de 
9,14 metros que o indivíduo percorre por duas vezes, sendo duas idas e duas voltas, 
buscando um bloco de madeira de cada vez retornando ao ponto inicial. Realiza por 
duas vezes o teste sendo validado o melhor tempo. 
A coleta de dados aconteceu nas dependências do Colégio Cosmos, no dia 05 
de outubro de 2018. Participaram da pesquisa 26 indivíduos, onde 11 estão 
matriculados no 6º ano do ensino fundamental sendo 07 do sexo masculino e 04 do 
sexo feminino, 10 estão matriculados no 9º ano do ensino fundamental sendo 04 do 
sexo masculino e 06 do sexo feminino, 5 estão matriculados no 3º ano do ensino 
médio sendo 03 do sexo masculino e 02 do sexo feminino do referido colégio. 
Ao comparar os gêneros, os dados apresentam uma diferença significativa 
(p=0,05) no 3º ano do ensino médio e (p=0,002) no 9º ano do ensino fundamental, 
onde os meninos apresentaram índices melhores quando comparados ao feminino. 
 
 
7 
 
 
No entanto, no 6º ano do ensino fundamental não houve diferença entre os gêneros 
(p> 0,05). A tabela 1 mostra a média e desvio padrão alcançada (em segundos) por 
cada fase e gênero. 
 
Tabela 1 – Teste Shuttle run 
Turma Gênero 
 Feminino Masculino 
6º ano Ensino Fundamental 13,22 ± 1,22 11,91 ± 1,42 
9º ano Ensino Fundamental 13,82 ± 1,02 10,81 ± 1,03 
3º ano Ensino Médio 11,15 ± 0,72 9,37 ± 0,38 
Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 
 
Nota-se que mesmo no 6º ano, onde não houve diferença significativa, o gênero 
masculino executou a tarefa mais rápido do que o feminino, este fato se repetiu nas 
idades seguintes, mostrando que o gênero pode influenciar no nível de agilidade. 
Tais achados corroboram com Guedes e Mendes (2012) que ao analisar o 
crescimento físico e estado nutricional de escolares de 06 a 18 anos perceberam que 
para ambos os gêneros, os valores de massa corporal e estatura foram praticamente 
iguais até os 10 anos de idade. Após isso, os meninos se mostraram mais pesados e 
altos, e referente a estatura observou-se em meninas um aumento até se alcançar um 
platô por volta dos 14-15 anos, e como explica a fisiologia, comprovou-se que o 
mesmo marco entre os meninos ocorreu dois anos mais tarde (16-17 anos), 
evidenciando que as características físicas também são semelhantes em ambos os 
gêneros durante o período da infância. 
Ferreira, Leal e Brunherotti (2017) ao analisar o desempenho e indicadores 
cardiorrespiratórios cuja mostra com idade média de 10,2 anos constatou que quando 
comparado IMC, velocidade, consumo máximo de oxigênio e frequência cardíaca 
entre os gêneros os resultados são muito próximos, destacando que as alterações 
ocorrem ao longo da infância e, até o início da puberdade os meninos apresentam um 
 
 
8 
 
 
ligeiro predomínio. Com a entrada das meninas na puberdade, enfatizam que no caso 
do VO2máx, os valores para os meninos é, em média, cerca de 25% maior quando 
comparados as meninas e, por volta dos 16 anos, a diferença é superior a 50%, 
justificando que esta diferença pode ser compreendida devido ao maior 
desenvolvimento de massa muscular dos meninos, e da maior atividade física voltada 
aos meninos. 
Ao pesquisar sobre a relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a 
agilidade e velocidade em crianças Coledam et al (2013) obtiveram várias 
delimitações de estudo, sendo a maturação sexual uma delas, pois a média da idade 
dos indivíduos da amostra foi de 9,5 anos, onde possivelmente nenhum participante 
iniciou o processo de puberdade (processo esse que se dá início aos 11 anos) 
caracterizando-os em fase pré-pubere. Acarretando assim uma coleta de dados onde 
a relação entre o desempenho dos saltos, a velocidade e a agilidade mantiveram-se 
linear nas amostras de ambos os sexos. 
Ao analisar a aptidão física em relação a saúde de escolares Dumith, Azevedo 
Júnior e Rombaldi (2008) realizaram o teste de nove minutos para aferir a capacidade 
aeróbia dos integrantes da amostra, concluindo que o principal preditor foi o sexo, 
seguido da idade, onde menor a idade maior a proximidade dos dados. Mesmo com 
os resultados da influência da idade e sexo, destacaram ainda acreditar que os 
professores de Educação Física têm um papel fundamental em trabalhar e aprimorar 
esses componentes da aptidão física nas suas aulas. 
Ao separar os dados obtidos por gênero, percebe-se diferença significativa (p< 
0,001) no gênero feminino, quando comparados as fases (6º x 9º; 6º x 3º; 9º x 3º), 
como exposto na tabela 2. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Tabela 2 – Shuttle run Feminino 
6º Ano Fundamental 9º Ano Fundamental 3º Ano Médio 
13,22 ± 1,22 13,82 ± 1,02 11,15 ± 0,72 
Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 
 
Percebe-se que a média no nono ano do ensino fundamental significativamente 
maior do que a apresentada no 6º ano, este fato induz uma reflexão acerca das 
mudanças fisiológicas nessa fase no gênero feminino. 
Entre as qualidades físicas analisadas no estudo de Linhares, Costa e 
Fernandes Filho (2008) a agilidade foi a única qualidade física que não seguiu umalinha de melhora ao decorrer das fases, com uma piora no último grupo da amostra. 
Justificando que os testes de agilidade exigem boa coordenação motora, já que há a 
necessidade de mudanças de direção e posição do corpo na realização dos mesmos 
e, em alguns momentos da puberdade, ela pode estar dificultada por se tratar de um 
período em que ocorre desajeitamento corporal temporário devido ao estirão do 
crescimento. Se comparar aos dados obtidos na presente pesquisa pode-se explicar 
que a piora no gênero feminino do 9º ano do ensino fundamental se deu em 
decorrência a fase maturacional e o estirão de crescimento. 
Albarello et al (2018) ao explorar as capacidades antropométricas, físicas e 
cardiorrespiratórias de jovens atletas de voleibol feminino verificou que o perfil das 
praticantes apresentou flexibilidade boa, porém a agilidade de 92% da amostra foi 
fraca ou razoável. 
A partir de um estudo longitudinal Conte et al. (2000) analisou a influência da 
massa corporal sobre a aptidão física em adolescentes do ensino fundamental e 
médio, sendo constatado que em meninos com sobrepeso uma não evolução nas 
médias de agilidade e meninos com IMC inferior, a capacidade física melhorou. Já em 
meninas com peso corporal adequado a agilidade diminuiu significantemente. Que 
para justificar sugerem estudos analisando a influência das características 
 
 
 
10 
 
 
morfofisiológicas do sexo feminino como fibras musculares de menor tamanho e 
quantidade, massa muscular mais baixa e percentual de gordura maior. 
Já no gênero masculino, os dados coletados mostram diferença significativa 
(p<0,001) quando comparadas todas as fases (6º x 9º; 6º x 3º; 9º x 3º), mas a média 
foi crescente durante as fases, ou seja, alunos do nono ano apresentaram índices 
melhores que alunos do sexto, enquanto alunos do terceiro foram mais ágeis 
comparados aos do nono, conforme apresentado na tabela 3. 
 
Tabela 3 – Shuttle run Masculino 
6º Ano Fundamental 9º Ano Fundamental 3º Ano Médio 
11,91 ± 1,42 10,81 ± 1,03 9,37 ± 0,38 
Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 
 
Entre as qualidades físicas de impulsão horizontal, de agilidade, de potência 
aeróbia e de velocidade Linhares, Costa e Fernandes Filho (2008) analisou a 
influência do desenvolvimento sexual sobre as qualidades físicas básicas de meninos 
adolescentes e concluiu que a maturação sexual exerceu grande influência sobre 
todas as qualidades físicas dos adolescentes avaliados. 
Acompanhando o treinamento de voleibol dois clubes Anza, Denis e Silva (2013) 
analisaram a aptidão física dos praticantes da categoria infanto-juvenil, constatando 
que com o treinamento meninos tiveram na agilidade melhora estatisticamente 
significativa durante o período da pesquisa, enquanto a melhora da agilidade para as 
meninas foi próxima a zero, destacando ainda que se trata de uma das mais 
importantes competências motoras para a modalidade. 
No estudo de Conte et al. (2000) ao analisar a influência da massa corporal sobre 
a aptidão física em adolescentes do ensino fundamental e médio, verificou-se que ao 
comparar as capacidades físicas entre os gêneros, o sexo masculino teve piores 
resultados na capacidade de flexibilidade em todos os momentos, porém obteve 
médias de RML abdominal, força de MMII e agilidade significantemente maiores que 
 
 
11 
 
 
as do grupo feminino. Visto que a fisiologia esclarece que a flexibilidade é 
naturalmente maior para o sexo feminino enquanto homens são naturalmente mais 
fortes, explicando assim o pior resultado dos meninos em relação a flexibilidade 
quando comparado os grupos, e também os melhores resultados nas capacidades 
que exigem maior força física. 
Como explica Carnaval (2000) a agilidade é a combinação de força, velocidade, 
flexibilidade e coordenação. E ao analisar os resultados das pesquisas sobre agilidade 
percebe-se que mesmo meninas tendo os melhores índices de flexibilidade, a força 
proporciona melhores resultados sobre esta capacidade física, favorecendo assim um 
desempenho cada vez maior pelo sexo masculino conforme o desenvolvimento do 
indivíduo. 
Os resultados obtidos com a presente pesquisa assemelham-se aos estudos 
com temas próximos, relacionados a desempenho físico, tanto para meninos quanto 
para meninas, porém confronta com a literatura mais antiga onde se afirmava que por 
meninas entrarem antecipadamente na puberdade poderiam se sobressair em suas 
capacidades quando comparadas aos meninos. Conforme foi percebido com as 
recentes pesquisas, a puberdade influencia negativamente o desempenho da 
agilidade em meninas, e meninos tem uma melhora gradativa conforme a faixa etária. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os participantes do estudo, no geral, obtiveram resultados que podem ser 
utilizados para predizer à capacidade da agilidade, pois quantificou o desempenho 
físico quanto a capacidade da valência motora nos diferentes gêneros, associando os 
dados obtidos a fase de puberdade em que se encontram, podendo auxiliar 
professores e treinadores a ajustarem as cargas de trabalho quando trabalhadas com 
cada faixa etária. 
Na relação de comparação entre as fases, o estudo concluiu que os meninos 
melhoraram seus resultados conforme a faixa etária. Logo, as meninas apresentaram 
 
 
12 
 
 
piores resultados no nono ano quando comparadas ao sexto ano, e melhor resultado 
no terceiro ano do ensino médio quando comparadas as 3 fases, justificando que a 
puberdade afetou negativamente o desempenho do gênero possivelmente devido ao 
estirão de crescimento e desajeito corporal. 
Em relação aos gêneros, mesmo próximos os resultados em alguns momentos, 
o gênero masculino obteve melhor desempenho em todas as fases quando 
comparado ao sexo feminino. 
Foi evidente na presente pesquisa que o gênero pode influenciar no nível de 
agilidade sendo que o mesmo pode servir como base para novos estudos para 
compreensão dos reais motivos pelos quais fizeram o sexo feminino regredir o 
desempenho, sejam suas diferenças morfológicas e fisiológicas, próprias do sexo 
feminino como fibras musculares de menor tamanho e quantidade, massa muscular 
mais baixa e percentual de gordura maior em decorrência a fase maturacional. Outra 
sugestão, que sejam realizadas novas pesquisas entre os gêneros com crianças, em 
relação a atividades físicas extracurriculares e sua influência em seu desenvolvimento 
motor, associando as atividades/brincadeiras a seus desempenhos físicos, podendo 
esclarecer a proximidade dos resultados entre os gêneros as atividades previamente 
presenciadas. 
 
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