Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 2 CONCEITOS DE NEGOCIAÇÃO E SUA EVOLUÇÃO .................................... 4 2.1 Características de uma negociação .......................................................... 6 2.2 Modelos de negociação ............................................................................. 7 3 OS ESTILOS DE COMUNICAÇÃO E AS NEGOCIAÇÕES ........................... 12 3.1 Como transformar conflitos em oportunidades ........................................ 15 3.2 A comunicação e suas formas ................................................................ 18 4 TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS ..................................... 25 4.1 Formas de abordar conflitos .................................................................... 28 5 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 33 3 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro quase improvável um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 CONCEITOS DE NEGOCIAÇÃO E SUA EVOLUÇÃO Negociar é algo que todo indivíduo faz em diversas fases da vida, seja na esfera pessoal ou profissional. No ambiente de negócios, faz-se isso o tempo todo, seja com clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas ou qualquer outro ator de quem possamos necessitar de algo. Compreender o processo de negociação, suas técnicas e táticas é, portanto, fundamental para qualquer gestor, especialmente se a sua área de atuação for comercial. As técnicas de negociação permitem que o negociador obtenha resultados melhores e mais rápidos nas suas atividades, qualquer que seja o ramo de atuação. (OLIVEIRA, 2019). Como as pessoas conhecem e usam a palavra negociação, pode muito apropriadamente, o assunto de "negociação" é o ambiente acadêmico quase não possui teoria e conceitos claros. Como Martinelli e um bom exemplo de negociação de Almeida (2009) é um bebê que já negocia quando quer amamentar. Embora ele não conhecesse seu desejo, ambas as partes se sentem à vontade com o choro do bebê por leite materno. O fato indiscutível é todas as pessoas precisam negociar desde muito jovens, mesmo que haja muitos a diferença entre seus estilos de negociação é afetada por suas crenças e valores, cultura. A negociação pode ser entendida como a busca de um acordo por meio da negociação a convergência de interesses e ideias os torna comuns ou complementares. Um dos principais mitos relacionados à negociação é de que se trata de uma arte praticada por pessoas em um nível superior às demais. Na verdade, a negociação acompanha você e qualquer outro indivíduo em sua rotina diária. Negocia-se o tempo todo, seja para comprar ou alugar um imóvel, para pleitear um aumento no trabalho ou para decidir um programa em família. (OLIVEIRA, 2019). Negociação importa em acordo e, assim, pressupõe a existência de afinidades, uma base comum de interesses que aproxime e leve as pessoas conversarem. A negociação como filosofia implica a aceitação dos valores que embasam uma administração participativa, os ideais de direitos humanos e justiça 5 social, bem como os pressupostos de corresponsabilização dos resultados (Matos, 1989 apud Teixeira, Fialho e Silva, 2011). Negociar não é um dom ou algo que o indivíduo nasce apto a fazer ou não. Trata-se de uma prática que possui sustentação em técnicas e táticas, as quais podem ser desenvolvidas com preparação, conhecimento e prática. Para Young, negociação é: […] um processo de tomada de decisão conjunta. É comunicação, direta ou implícita, entre indivíduos que estão tentando chegar a um acordo para benefício mútuo. O significado original da palavra é simplesmente fazer negócios, mas negociação é também a atividade central na diplomacia, na política, na religião, no direito, e na família. A negociação engloba conversações de controle de armas, a interpretação de textos religiosos e disputas de guarda de crianças. Todos negociam. (YOUNG, 1991 apud REZENDE, 2005, p. 238). Muitos autores apresentam conceitos complementares de negociação. Para Junqueira, trata-se de um processo por meio do qual os indivíduos buscam a: […] aceitação de ideias, propósitos ou interesses visando ao melhor resultado possível, de tal modo que as partes envolvidas terminem a negociação conscientes de que foram ouvidas, tiveram oportunidade de apresentar toda a sua argumentação e que o produto final seja maior do que a soma das contribuições individuais. (JUNQUEIRA, 2014). A negociação pode ser entendida como um processo por meio do qual as partes envolvidas fixam, ou têm a intenção de fixar, um acordo entre si, em vez de tomar uma atitude unilateral. Esse processo tem início quando as partes percebem que, embora tenham interesses comuns, divergem em algum momento ou estão em posições opostas a respeito de um tema, conforme Carvalho (2016). Dessa forma, as partes, em geral, percebem que precisam uma da outra para atingir determinado objetivo, o que leva à decisão de iniciar a negociação. Segundo Carvalho: Aquela decisão, ou a aceitação de uma solução englobada num acordo, envolve um sistema de comunicação que pode oscilar entre a negociação formal e a negociação informal, mas com objetivo assente na satisfação das necessidades, de uma forma vantajosa para todas as partes, e na obtenção de um consenso que satisfaça os múltiplos interesses em jogo. (CARVALHO 2016, p. 17). 6 Negociamos diariamente, desde o momento em que acordamos, quando temos que definir quem levará as crianças à escola, por exemplo, até a noite, quando temos que definir o que comer no jantar. Nos ambientes profissionais, temos que negociar quem fará o que, quando e como. A negociação faz parte do cotidiano negociamos o tempo todo, mesmo que de forma inconsciente. (ZAFFARI, 2018). A formação do conceito de negociação, como compreendido atualmente, passa pela defesa dos interesses de ambas as partes envolvidas, no intuito de obter um acordo que seja bom para ambos e, consequentemente, para o relacionamento como um todo. Embora seja esse o conceito mais moderno de negociação, ainda existem outras formas de se exercer essa atividade, como você verá mais à frente. (OLIVEIRA, 2019). Negociar poderá importar em ganhos recíprocos ou perda de uns em detrimento de outros. São tipos de negociação não excludentes, mas que dependerão do interesse dos envolvidos na construção de uma relação mais ou menos duradoura. (ZAFFARI, 2018). 2.1 Características de uma negociação Segundo Oliveira (2019) existem algumas características comuns entre os principais conceitos de negociação existentes na literatura. Essas características ajudam a compreender a negociação de modo mais global, conforme descrito abaixo. Negociação é um processo, não uma competência ou capacidade. Trata- - se de algo que as pessoas podem desenvolver, istoé, aprender a fazer. As negociações normalmente envolvem duas ou mais partes, que podem ser pessoas, grupos de pessoas ou mesmo organizações. A negociação trata de um conflito de interesse entre as duas ou mais partes envolvidas, que desejam coisas diferentes e precisam encontrar uma forma de solucionar o conflito que envolve esse assunto. 7 Negociação é uma interação entre pessoas, em que o que é tangível, como a lógica e os fatos disponíveis, é fundamental. No entanto, o intangível, como as emoções, a atitude e as características de personalidade dos envolvidos, é também relevante. Em geral, as partes envolvidas em uma negociação o fazem por vontade própria, “[…] porque acreditam que podem obter os resultados esperados por meio de uma negociação, em vez de apenas aceitar o que a outra parte oferece ou concede”, conforme apontam Lewicki, Saunders e Barry (2014, p. 7). Ao negociar, as partes esperam certa flexibilidade uma da outra, de modo a obter um bom acordo. “A expectativa é que ambas as partes alterem ou abandonem suas propostas, exigências ou demandas iniciais”, ainda de acordo com Lewicki, Saunders e Barry (2014, p. 7). Esse movimento normalmente ocorre buscando-se uma posição intermediária, de comprometimento. Ambas as partes acreditam que a negociação é uma solução melhor do que as alternativas, como lutas e coerção. Cada uma das partes envolvidas na negociação entende que existe a possibilidade de persuadir a outra a alterar a sua posição inicial. Caso contrário, o esforço de tentar a negociação com essa outra parte seria inútil. Ambos os envolvidos também consideram que cada um está disposto a alcançar um compromisso que possa ser honrado por todos, sendo que ambas desejam um resultado favorável. 2.2 Modelos de negociação Permanecem várias formas e modelos de negociação, sendo cada um deles com qualidades própria e referente a um definido perfil de negociador ou a uma circunstância especifica. Do meio de principais formas existentes, entre eles dois modelos se destaca: O modelo distributivo e o modelo coorporativo. 8 As habilidades de negociação podem assumir diferentes formas, dependendo da experiência do negociador e dos objetivos de cada indivíduo. Diferentes formulários podem ser usados simultaneamente ou consecutivamente, dependendo das circunstâncias da pessoa envolvida. Métodos como troca de papéis, silêncio, escuta ativa e geração de opções (SPENGLER, 2017) são métodos alternativos que permitem aos negociadores chegar a um consenso. Basicamente, dois tipos de negociação são recomendados, pois um método, não exclusivo, pode ser utilizado mais de um, e utilizado de acordo com os objetivos dos negociadores envolvidos. A negociação distributiva, também conhecida como soma/ zero no contexto da Teoria dos Jogos e Pesquisa Operacional, é classificada como vencer / Perder. Os resultados do de um lado sofrem às custas do outro. Na negociação cooperativa de, é classificada como ganha / ganha, o que é positivo para ambas as partes. A negociação cooperativa é um processo em que são encontradas alternativas para o benefício comum, ou seja, que corresponde aos interesses de todas as partes (FISHER et al., 2005). Independentemente do tipo de negociação, é importante estabelecer mecanismos que promovam uma comunicação eficiente e promovam a cooperação durante o processo de negociação, ofereçam maior tomada de decisão e resolução de conflitos, aumentem a capacidade de superar impasses. (Martinelli e Almeida, 2009 apud Teixeira, Fialho e Silva, 2011). Modelo distributivo: é identificado como negociação posicional. Refere - se de uma prática de negociação perde-ganha, sendo assim uma parte perde para outra ganhar. Esse modelo de negociação é identificado pela tomada e cedência quanto a posição do tema que rege a negociação. Uma das vertentes normalmente do início com sua oferta que é recusada pela outra parte, e os dois lados vão modificando as suas obrigações até chegar em um acordo, habitualmente porque uma das partes enfim conseguiu driblar a outra. Nesse tipo de negociação, as concessões são vistas como fraqueza, e não há interesse em buscar uma solução que seja boa para ambas as partes. Pelo contrário: o interesse é em destruir os argumentos do outro, enfraquecendo a sua 9 posição para obter sucesso na negociação. Normalmente, o resultado dessa negociação é um acordo bom para somente uma das partes. Isso ocorre porque não há, no modelo distributivo, a preocupação das partes em descobrir quais eram os reais interesses envolvidos na negociação. Pelo contrário, as partes focam apenas e tão somente nos números colocados na mesa de negociação ou na posição acerca do tema discutido. (OLIVEIRA, 2019). Segundo Zaffari (2018) sempre vai haver ganho de um lado, e a perda do outro. Terá um valor fixo a ser definido, os negociadores disputam entre si para a consecução, visando que pode existir diversas escassas possibilidades de aumento desse valor. Nesse processo acontece a negociação de soma zero. Surgindo momentos em que a perda do outro não deve significar “nenhum ganho”, e sim “ganho menor” com relação ao restante dos negociadores. Observando, que não necessita que o valor que foi fixo estabeleça uma deliberada quantidade de dinheiro. Qualquer mercadoria na vida pode conter um valor fixo, como por exemplo mercadorias intangíveis ou reivindicações de direitos das crianças visitantes podem ser mercadorias negociáveis. Nessa situação, o ganho de um conseguirá motivar a perda do outro, ou melhor, um pai ganha o direito de passar mais dias com seu filho e resulta que a mãe ficará menos tempo com a criança. Nessas negociações de distribuição, o bom negociador presta muita atenção à primeira proposta que fará, pois normalmente ela determina a área de negociação na qual os negociadores ajustam seu espaço de negociação. Informar ao outro negociador o motivo da venda de um ativo, por exemplo, pode enfraquecer a posição do negociador vendedor (se ele precisar de dinheiro para pagar despesas com uma doença, por exemplo). Por outro lado, conhecer a motivação do outro pode ser uma vantagem competitiva neste tipo de negociação, pois será possível determinar as margens de licitação para obrigar a outra parte a negociar. (ZAFFARI, 2018). Modelo cooperativo: é conhecido como negociação por princípios. Nesse molde, o foco é um resultado ganha-ganha, melhor dizendo, uma aceitação que seja um benefício para todas as partes envolvidas. O propósito é voltado para a conservação do relacionamento entre os incluídos. Nas negociações relacionadas 10 por esse modelo, ambas as partes são adaptáveis e realizam a permissão em prol de uma aceitação do benefício mútuo. É natural, nesses casos, as divisões trabalharem juntas em uma tentativa para achar soluções criativas para o tema da negociação. Segundo Zaffari (2018), inclui a negociação, na qual as partes cooperam para obter os melhores interesses de ambas as partes, trabalhando em conjunto para chegar a um acordo que seja do interesse de todos os negociadores. Nesses casos, a solução buscada é que todos ganhem, e a soma é maior que zero. Em uma negociação abrangente, entender os interesses fundamentais de todas as partes ajudará a chegar a soluções criativas que beneficiem a todos e construam relacionamentos comerciais duradouros. Sugerem, no método de negociação, preconização das tecnicas pela Escola de Harvard, valioso centro que cresceu as mais significativas táticas negociais da atualidade. Diante desses metodos, precisa-se examinar um resultado de ganha– ganha, através da busca de benefícios mútuos, percebendo quatro diretrizes básicas, conforme leciona Tartuce (2018): 1. desassociar as pessoas dos problemas; 2. enfocar os interesses, e não as posições das partes; 3. criar opçõesque resultem em ganho mútuo; 4. reiterar critérios objetivos para ponderação das opções criadas. Segundo a política nacional de resolução adequada de conflitos, constante na Resolução CNJ nº. 125/2010, busca-se implementar, por meio da conciliação e da mediação, uma negociação integrativa, em que os ganhos múltiplos possam restaurar os laços afetivos e pacificar os envolvidos. (OLIVEIRA, 2018). Compreende que pela criação da busca de consenso que este se compara com a necessidade de colaboração entre as partes e a não competitividade. Segundo Tartuce: [...] verifica-se uma situação cooperativa quando um participante do processo, ligado de forma positiva a outro, comporta-se de maneira a aumentar suas chances de alcançar o objetivo, aumentando com isso 11 também a chance de que o outro o faça. (TARTUCE 2018, p. 219 apud ZAFFARI, 2018). O conciliador e todos os comprometidos no processo, deverão praticar de forma contributiva para poder reestabelecer o diálogo e a comunicação, com um espaço favorável ao consenso. Veja que, mesmo não chegando ao consenso quanto à conclusão, assim as partes criar uma comunicação no ambiente que lhes oportunize, presentemente, uma composição. O Quadro 1 a seguir ilustra as principais diferenças entre os dois modelos de negociação. 12 3 OS ESTILOS DE COMUNICAÇÃO E AS NEGOCIAÇÕES Especialmente em um ambiente de negócios, para que você possa tirar o máximo proveito de cada um. Muitas vezes, as pessoas não se encaixam exatamente em um estilo. Em vez disso, eles podem ser uma mistura de estilos, mas com um estilo particular predominante. Diferentes situações vivenciadas em um ambiente profissional podem exigir diferentes estilos de comunicação em um determinado momento para melhores resultados. Em níveis mais extremos de negociação, uma abordagem mais agressiva de comunicação pode ser necessária, enquanto nos estágios iniciais, para alcançar uma parceria, essa abordagem ser assertivo pode ser o ideal. No entanto, na maioria dos casos, pesquisas mostram que o estilo assertivo é o mais eficaz (REGO, 2016). No entanto, na situação específica da negociação, a fluência da comunicação é essencial. As partes envolvidas nesta negociação devem ser capacidade de criar qualquer conversa, seja ela qual for. No entanto, se as pessoas envolvidas se comunicarem de maneiras muito diferentes umas das outras, essa fluidez pode ser prejudicada. Pessoas com estilos de comunicação semelhantes naturalmente tendem a se conectar melhor umas com as outras, o que pode levar a negociações mais tranquilas e melhores resultados. Portanto, um fator a ser observado antes de negociar é o estilo de comunicação dos indivíduos que representam o outro lado. Se isso puder ser observado ou identificado com antecedência, permitirá enviar negociadores de estilo semelhante para facilitar as negociações. Uma maneira de identificar como um negociador se comunica é observar como ele se comporta. Fatores como a linguagem corporal das pessoas são fortemente influenciados por suas características psicológicas, que também determinam como elas se comunicam. A quadro 1 resume algumas características da linguagem corporal para cada estilo de comunicação. 13 Embora o Quadro 1 apresente somente as características dos três principais estilos, pode-se dizer que a linguagem corporal do manipulador é muito semelhante à do assertivo. Isso porque, para conseguir manipular a sua audiência, é preciso ganhar a sua confiança em primeiro lugar. O que diferencia essencialmente o assertivo do manipulador é o discurso: enquanto o primeiro busca ouvir para descobrir interesses e encontrar soluções satisfatórias param ambos, o último ouve com o intuito de utilizar o discurso do interlocutor contra ele, visando descobrir seus interesses para saber qual a melhor forma de manipulá-lo para sair ganhando no final. Nas negociações, porém, nem todos os perfis levam a bons resultados. Por exemplo, comunicadores negativos, de estilo retraído e inclusivo, só podem ser 14 usados estrategicamente e, em determinadas situações, para atrapalhar o plano de negociação da outra parte. Por exemplo, em uma situação altamente competitiva, ou em uma negociação mais posicional, onde ambos os lados procuram as fraquezas do outro, a estratégia pode ser começar com o negociador passivo, depois pegar o negociador agressivo e tirar o outro lado. Dificilmente um negociador de estilo passivo teria condições de levar a negociação adiante e obter bons resultados com ela. Pessoas com esse estilo de comunicação tendem a considerar mais os interesses da outra parte dos que os seus próprios e têm grande dificuldade em dizer não e em se posicionar mais fortemente. Além disso, essas pessoas tendem a evitar o conflito e normalmente desistem quando são desafiadas. Assim, o resultado de uma negociação com um perfil passivo seria muito próximo do interesse da outra parte, prejudicando os seus próprios interesses. Muitos acordos resultantes de negociações com esse perfil são tão prejudiciais que sequer têm condições de serem honrados, o que, além de tudo, prejudica a imagem da empresa e do negociador. Os estilos manipuladores, por sua vez, tendem a obter bons resultados nas negociações. Sua capacidade de influenciar o comportamento e as atitudes condicionais lhe permite obter o que quer das pessoas. Pode ser usado, por exemplo, quando for necessário persuadir uma pessoa a realizar alguma ação que vá contra seu comportamento natural. No entanto, se for do interesse da organização manter um bom relacionamento com a outra parte após a negociação, essa não é a melhor opção. Porque, enquanto a manipulação funciona no curto prazo, no médio e longo prazo as pessoas começam a perceber o que está acontecendo, a credibilidade tanto do negociador quanto da empresa fica abalada e pode até ser considerada antiética, dependendo do tipo de negociação e os resultados obtidos. Como mencionado anteriormente, o estilo agressivo e negociações de conflitos, ou em momentos de crise, quando necessário um resultado rápido que beneficia você. Em negociação, esse perfil fará tudo ao seu alcance para acabar 15 com isso por si só, mesmo que isso signifique utilizar palavras duras e até ameaças à outra parte. O perfil agressivo, no entanto, assim como o manipulador, tende a obter resultados que prejudiquem o relacionamento entre as partes no futuro. Isso porque dificilmente as táticas utilizadas e as palavras ditas por ele durante a negociação serão superadas posteriormente, uma vez que ele tende a escolher palavras duras, insultos e ameaças. Muitos pesquisadores defendem este estilo de comunicação, como Rego (2016, p. 313), que afirma que: “[...] o estilo de comunicação habitualmente considerado como o mais desejável é o assertivo”. No entanto, a eficácia da comunicação, no sentido de obter melhores resultados em uma negociação, ainda depende da capacidade do indivíduo de adequar o seu estilo comunicacional de acordo com as situações que a negociação exige (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). O indivíduo que é capaz de exercer, em momentos determinados, um pouco de cada um dos estilos de comunicação certamente obtém resultados mais satisfatórios em uma negociação. 3.1 Como transformar conflitos em oportunidades Muitas pessoas têm sérias dificuldades em lidar com situações de conflito. De fato, até recentemente, tanto em negociações como em Todo o ambiente organizacional é considerado uma coisa extremamente negativa. No entanto, nos últimos anos, um grupo de pesquisadores e as empresas começam a defender essa situação de conflito e, em alguns casos, pode ser vista como algo positivo ou mesmo uma oportunidade para a organização. Para Rodriguez e Serrano, por exemplo: “[...] é o encontro entre duas ou mais linhas de força, com direçõesconvergentes e sentidos opostos, resultando desse encontro a necessidade de uma gestão eficaz da situação, de modo a ser retirado algo de positivo dela” (tradução nossa). RODRIGUEZ E SERRANO (1993, p. 97). 16 Assim, a situação inicialmente difícil pode ser vista como uma possibilidade de “acertar” ou até mesmo aprender com os erros e garantir um melhor desempenho após a resolução do problema. Alguns autores chegam a argumentar que situações de conflito tendem a tornar os envolvidos mais criativos e inovadores, aumentando sua produtividade no processo (GARBELINI, 2016). Os conflitos também podem ajudar a descobrir problemas ocultos, permitindo enfrentar até o desconhecido, o que pode trazer perguntas futuras. Também tende a melhorar a percepção e o raciocínio, porque as partes interessadas precisam estar atentas ao movimento e Canais, seus e outros. Além disso, como mencionado anteriormente, O conflito exercita a imaginação e estimula a criatividade, especialmente encontrar a solução original (FALK, 2001). No entanto, a forma como a organização ou o negociador lidará com um possível conflito determinará se as consequências serão positivas, ou negativo. Se não for gerenciado adequadamente, o conflito pode ter consequências, como tensão entre as pessoas envolvidas, problemas de comunicação entre as partes ou dentro da organização e uma sensação de desconfiança na natureza do trabalho ou mesmo nas pessoas envolvidas, principalmente se houver uma maneira secreta de fazê-lo. O manejo incorreto de situações de conflito, especialmente em ambientes organizacionais, ainda pode criar. Enfatiza a insatisfação pessoal e com a empresa ou ambiente de trabalho, reduz o comprometimento e a lealdade das pessoas com a organização e gera resistência à mudança (FALK, 2001). Por exemplo, em uma situação de vendas, uma briga entre o cliente e o vendedor pode ter dois resultados: o cliente pode ficar satisfeito com a forma como o vendedor lida com a situação, o que pode torná-lo fiel à sua marca. Ela é a representante. Por outro lado, se os vendedores não souberem como capitalizar as oportunidades de fidelização, os clientes podem ficar ainda mais insatisfeitos, o que pode prejudicar seu relacionamento e levar os clientes a comprar dos concorrentes. Vejamos um exemplo: uma mulher comprou um presente de aniversário para o filho de 6 anos: a bicicleta dos seus sonhos. O vendedor ajudou a senhora a encontrar a bicicleta perfeita para a idade do menino, e a entrega foi dentro do prazo. 17 No entanto, a mulher se surpreendeu ao abrir a caixa para montar a bicicleta e constatar que faltava uma peça. Naquele momento, o menino já estava triste. A senhora decepcionada entra em contato com a loja e conta ao vendedor sobre a situação e como ela estava triste. O vendedor rapidamente encontrou a peça que faltava em outro produto e realizou o envio rapidamente para a casa do cliente. Além disso, incluindo como presente o capacete de um dos personagens favoritos do menino, que a mulher mencionou de passagem durante uma conversa. Com isso, o que deveria ter afetado negativamente o relacionamento entre clientes e vendedores tornou-se muito positivo. A cliente ficando muito satisfeita, ela se esforça para documentar seus agradecimentos, o que permite que outros vendedores saibam o que está acontecendo. No exemplo citado acima, o vendedor sabe transformar um conflito em uma oportunidade para fortalecer o relacionamento com o cliente. Isso é apenas provavelmente porque o vendedor é empático, sabe se colocar no lugar do cliente e percebe sua decepção e comprometimento com o que aconteceu os profissionais procuram uma solução mutuamente satisfatória. Só assim será possível obter um resultado positivo de uma situação claramente negativa e uma imagem melhor do que antes do evento. No entanto, além deste exemplo, é importante mencionar que é importante para uma empresa ou profissional sair de uma situação de conflito com uma boa atitude Imagem e poder aproveitar as oportunidades, antes de tudo, não se comportar de forma desrespeitosa ou antiética. Mesmo algo que está dentro da lei não deve ser feito se prejudicar a imagem de outra pessoa ou ferir alguém. A comunicação honesta e clara também é fundamental. Quando todas as partes sabem se comunicar, mostrar seus interesses e falar sobre suas preocupações e frustrações, os conflitos são mais fáceis de resolver e os relacionamentos são fortalecidos. Por fim, é importante lembrar que as relações comerciais dependem dos resultados e da reputação da empresa e dos profissionais. Assim, as ações devem 18 respeitar os interesses de ambas as partes, a fim de fortalecer a imagem e garantir oportunidades futuras. 3.2 A comunicação e suas formas A comunicação é uma valiosa habilidade, respeitada no mundo dos negócios. O indivíduo que tem boa comunicação tende em si destacar em seu espaço, por serem capazes de se articular com precisão para que o ouvinte possa entender melhor, sendo capazes de influenciar o pensamento e o comportamento por saber usar as palavras e falas no tempo correto. Apesar disso, é uma ferramenta valiosa no mundo dos negócios que pode ser melhorada e aperfeiçoada, caso seja necessário. A comunicação é uma necessidade que acompanha o ser humano, no começo da civilização ouve a necessidade de que todos os indivíduos pertencesse a um lugar, fazendo parte de um grupo, sendo assim a comunicação é muito importante para que o ser humano possa se comunicar, a palavra comunicação segundo Matos: “[...] vem do latim Communicare, que significa ‘fazer comum', compartilhar, 'distribuir', 'conectar', 'trocar ideias', 'reunir'". (MATOS, 2014, p. 3). Desde a época da pré-história, os indivíduos usavam grunhidos, movimentos corporais e desenhos para repassar seus sentimentos, raciocínios e acontecimentos cotidianos com seus pares usando o que podem. Passando o tempo, os recursos de comunicação foram melhorando dia a dia e começaram a ganhar feição. Os alfabetos, fonética e as antecipações tecnológicas decorrentes possibilitaram várias formas de comunicação que ajudou muito a interação e a socialização humana. Verifica-se, portanto, que a comunicação, e sua notabilidade para os indivíduos, foi definido para o crescimento da sociedade como um todo. Ferramentas, criações e comportamentos foram criados com a finalidade exclusiva de transmitir ou de compreender o que está sendo lançado pelo outro. Durante os 19 anos, a comunicação foi acima da socialização, do partilhar de opiniões e impressões de um determinado grupo. No mundo atual, no desenvolvimento do capitalismo, ele também torna sua capacidade para os negócios importante. Saber expor de uma maneira pedagógica e inspiradora, tornando-se capaz de intimar suas opiniões e desejos para um grupo sem se sentir desconfortável, ganhando impulsos e colaboração de grande valia para as empresas, são exemplos da importância da comunicação nas empresas profissionais atualmente. Sendo assim, conhecer um fator que determina e uma comunicação clara é essencial para os negócios terem sucesso. Para Pimentel e Rodrigues: A comunicação acontece em todas as direções e o tempo todo: entre pessoas, entre instituições, entre pessoas e instituições, entre membros de um grupo fechado, em uma multidão, entre conterrâneos, entre estrangeiros, entre indivíduos pertencentes a um mesmo grupo de conhecimento, entre pessoas de diferentes gêneros ou credos, etc. (PIMENTEL E RODRIGUES, 2018, p. 19). Na visão do autor, a comunicação vem sendo fundamental nas relações sociais. É o subsídio que promove e forma os grupos sociais, pelo fato que cada grupo, exibindo a aparência de uma determinada pessoa, possui suas próprias expressões e códigos, normalmente compreendidos apenas por aquilo que pertence a um grupo. Esse benefício fortalece a conexãoentre os indivíduos, proporcionando um aumento na parceria e cumplicidade entre elas (PIMENTEL E RODRIGUES, 2018, p. 19). Através da comunicação onde as pessoas compartilham o significado de eventos importantes, geram dados para chegar a algum lugar, etc., também através da comunicação durante negociações importantes, um especialista pode se mostrar, ouvir o outro lado e chegar ao melhor negócio para ambas as partes. Deve-se saber que o conceito de comunicação humana como forma de interação social inclui três áreas: comunicação interpessoal, comunicação de massa e comunicação organizacional. A comunicação interpessoal é uma forma de comunicação que todas as pessoas desenvolvem várias vezes ao dia. Por exemplo, esta é uma conversa informal entre amigos, conhecidos ou membros da mesma família. Essa conversa 20 pode ser realizada pessoalmente ou mediada por algum meio de comunicação ou tecnologia, como telefone ou rede social (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018). A comunicação de massa, por sua vez, requer um método para atingir um grande número de pessoas simultaneamente. Essa é uma forma de comunicação sempre mediada por um meio, podendo ser feita por meio de redes sociais, como um artigo de jornal ou um artigo de TV. Por ser a mesma mensagem para um grande grupo de pessoas, é necessário um vocabulário simples e democrático para evitar mal-entendidos. Por outro lado, como o nome sugere, a comunicação organizacional é a comunicação que ocorre no mundo dos negócios, no contexto de uma organização. Esta é uma forma de comunicação que geralmente é formal e requer um intermediário na maioria dos casos. É a troca interior de ideias e Fora da organização (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018). Todavia, isto significa que assertiva e eficaz, qualquer esfera da comunicação, é necessário que o comunicador tenha conhecimento dos envolvidos. A Figura 1 ilustra como se dá o processo de comunicação e quem são as partes envolvidas. O emissor é o ponto de análise do processo de comunicação, a pessoa que cria e entrega a informação. O destinatário, no que lhe diz respeito, é o destinatário da mensagem, para quem ela foi escrita. Um canal ou meio é uma forma de entrega de informação, que pode ser texto, voz, telefone, carta, rede social, etc. 21 Uma mensagem é o assunto da comunicação, melhor dizendo, o que se deseja instruir ou transmitir ao destinatário. Um código aproveitado na transferência de informações é uma forma de comunicação, que pode ser alfabeto, uma definida gíria, idioma, etc. Com base na experiência do destinatário e na compreensão do código usado, essa mensagem é codificada para ser enviada e pelo destinatário. Finalmente, uma informação de feedback, sendo conduzido em resposta à mensagem principal. Ao compreender, logo, que tenha um emissor, que cria a mensagem, e um receptor, que é quem decodifica e recebe a mensagem, identifica-se a importância de conhecer bem aqueles, para quem a mensagem está sendo elaborada. Ao obter mais informações sobre o destinatário, o remetente pode preparar mensagens mais apropriadas, use o código correto e suporte ou canal ajustado para alcançá-lo. Por exemplo, no mundo dos negócios, é necessário entender os principais modos de comunicação. Isso ocorre porque comunicações, como negociações ou a presentações, podem ser planejadas a partir deles. O estilo de diálogo determinará como o remetente interage e como ele reage às mensagens recebidas. Os principais estilos de comunicação conhecidos são: assertivo, agressivo, passivo e manipulador. A seguir, você aprenderá mais sobre cada estilo. A maneira como os indivíduos se veem e sua visão do mundo também define a maneira como eles se comunicam. Em alguns casos, isso ocorre porque os conhecimentos de vida, o ambiente em que os indivíduos cresceram e o convívio familiar que vivem e moldam a forma como percebem o mundo, podendo até interferir no significado que atribuem a palavra. Por exemplo, a palavra família pode apresentar os mais diversos significados, dependendo das percepções e experiências de pessoas sobre o conceito. As práticas que os indivíduos adquirem ao longo da vida prejudica não só a forma como compreendem o mundo, mas também a forma como se desempenha em relação ao mundo e a forma como se percebem neste mundo (BOURDIEU, 2007). Segundo Hodge, Paderson e Walker (2015), estilos de comunicação são costumes em que os indivíduos devem se comunicar através de modos únicos ou 22 conciliação de vários componentes de comunicação. É um padrão ou categorias de características que um indivíduo possui e usa ao se comunicar. O aspecto de como uma pessoa se percebe é determinante para a forma como desenvolve a comunicação e, portanto, para o resultado dessa comunicação. Segundo Rego (2016), o estilo de comunicação pode afetar significativamente um fator importante na comunicação: as respostas recebidas. Portanto, é importante entender cada estilo para obter resultados positivos ao lidar com cada estilo. Na literatura, vários modos de comunicação são mencionados. No entanto, os mais comuns são os seguintes: agressivo, assertivo, passivo e manipulador. Agressivo Individuos com estilos de comunicação agressivos acreditam firmemente que os outros estão sempre contra eles e que precisam defender a si mesmos e seus pontos de vista a todo custo. Para tanto, muitas vezes frealizam ameaças e ataques pessoais aos seus interlocutores. A comunicação agressiva sempre tenta dominar os outros e muitas vezes tenta rebaixá-los. Ao utilizar esse método, percebem-se sinais como desprezo, apatia e intolerância. Comunicadores agressivos, quando estão em uma situação em que estão respondendo a alguém (como um gerente ou chefe), tendem a se rebelar e se rebelar contra o que lhes é dito. Eles são frequentemente chamados de "opositores". As pessoas com esse estilo de comunicação costumam ser barulhentas e tendem a interromper os outros ao falar. Além disso, quando têm a oportunidade de falar, geralmente passam mais tempo do que se sentem à vontade para falar. Comunicadores positivos podem ajudar em situações de conflito. Isso porque eles tendem a se sentir confortáveis em tais situações e sabem exatamente como agir em momentos tensos. No entanto, em circunstâncias normais, sua atitude pode criar desconforto e criar situações sutis que precisam ser gerenciadas. Para Rego (2016, p. 303), pessoas com esse estilo criam “desconfiança, hostilidade e, mais cedo ou mais tarde, uma reação igualmente radical no interlocutor”. 23 Essa postura pode vir do medo, desejo de vingança ou frustração acumulada. Segundo Rego (2016), essa postura muitas vezes é causada por sentimentos de vulnerabilidade e falta de confiança. Às vezes, uma pessoa é agressiva porque fica passiva por um tempo e acaba transbordando. Passivo Geralmente, acredita-se que as pessoas que usam esse estilo de comunicação tendem a se sentir bloqueadas ou paralisadas quando enfrentam um problema. Muitas vezes têm medo de perturbar os outros e acabam ignorando considerações importantes. Eles também acabam não tomando algumas decisões porque muitas vezes alguém fica desapontado ou chateado com as decisões tomadas, e o passivo não sabe como lidar com essa rejeição. Conforme Rego, uma pessoa passiva: [...]. Mostra timidez e retraimento. É difícil para você defender seus interesses, comunicar suas ideias e discordar dos outros. Isso acabará incentivando as pessoas a tirar vantagem de você e não o respeitar. Como resultado, ela às vezes se sente incompreendida e pensa que os outros devem saber para onde ir. (REGO, 2016, p. 311). Pessoas com esse estilo de comunicação tendem a ter baixa autoestima, principalmente porque se sentem incapazes de se impor aos outros, ou têm ideias próprias sobre o que fazer em determinada situação. Eles são seguidores ideaisque, em última análise, promovem e defendem causas trazidas por outros. No entanto, as pessoas com esse estilo não são muito atenciosas com seus pares. Em geral, os indivíduos passivos compartilham alguns costumes e atitudes em comuns, como mexer as pernas, roer unhas e bater os dedos na mesa. Diversas pessoas com essa característica de comunicação também sofrem de insônia e ansiedade. Na fala, passou ser utilizando termos indeterminados e foram inconclusivos em suas respostas. Assertivo 24 Analisando o comportamento dos indivíduos com esse estilo de comunicação é definida pela capacidade de expressar suas opiniões, desejos e sentimentos. Aliás, as pessoas com esse estilo também promovem e respeitam a afirmação dos outros. Uma pessoa assertiva, segundo Rego: [...] defende a esfera individual de forma direta, aberta e honesta, sem abusar da esfera individual do interlocutor. Baseia-se no princípio segundo o qual é incorreto violar os nossos próprios direitos, assim como os direitos dos outros em expressarem-se e serem tratados com dignidade e respeito. (REGO, 2016, p. 328): Comunicadores confiantes normalmente usam uma linguagem simples e direta e procuram criar oportunidades de diálogo e situações que sejam benéficas para todos os envolvidos. Eles são sensíveis aos sentimentos dos outros e tendem a ouvir atentamente seus pontos de vista e expressá-los honestamente. Assertivos ganham a confiança da outra parte, o que pode resultar em um bom relacionamento após a negociação. Manipulador Os estilos manipuladores entende-se a se relacionar com os outros de maneira estratégica e tática, avaliando seus interlocutores por frases e palavras específicas para demonstrar a cultura e inteligência. Muitas vezes, ele molda ou exagera as informações oferecidas por outros, e podendo reforçar de forma desfigurante ou fora de contexto para sua própria vantagem. Pessoas com esse estilo costumam usar a simulação como uma ferramenta para manipular os outros, seja negando fatos ou inventando histórias ou situações como bem entendem. Ele é meio falante que gosta de ser vago, só para poder tirar vantagem disso no futuro. 25 Diante disso, o manipulador muitas vezes usa a culpa do interlocutor como arma a seu favor. Também é comum que essas pessoas explorem as tradições, crenças e escrúpulos das pessoas para se envolver na chamada chantagem moral. 4 TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS A gestão de conflitos é uma habilidade importante para qualquer negociador. Saber gerir situações difíceis de forma a impactar positivamente as partes envolvidas, ou pelo menos minimizar ao máximo seus danos, é o que torna o profissional um elemento essencial de uma organização. O melhor cenário é quando as partes envolvidas estabelecem uma solução conflitante. Isso pode ser devido ao uso de ferramentas de comunicação disponibilizadas por profissionais capazes de gerenciar situações de conflito. Portanto, um canal de comunicação saudável deve ser estabelecido para que ambas as partes possam expressar seus pontos de vista e interesses de forma clara e segura e serem respeitadas como resultado. No entanto, o conflito pode ser resolvido ou incentivado no interesse do negociador ou da empresa que ele representa. Para isso, existem algumas técnicas de gerenciamento de conflitos amplamente utilizadas. Robbins (2011) descreve o seguinte: Resolução de problemas: Esta técnica envolve a facilitação de reuniões entre as partes conflitantes para identificar problemas e resolvê-los por meio de uma discussão aberta. Para fazê-lo funcionar, você faz boas habilidades de comunicação com pelo menos uma das partes envolvidas são necessárias. Metas superordenadas: Para usar essa técnica, o administrador cria um destino compartilhado para as partes envolvidas. Esse objetivo precisa ser definido de forma que não possa ser alcançado sem cooperação entre as partes em conflito. Portanto, ambos precisam trabalhar juntos e, assim, tendem a deixar o conflito de lado. 26 Expansão de recursos: Esta é uma técnica que é particularmente útil quando a causa do conflito é a escassez de determinados recursos. Portanto, a decisão de expandir os recursos pode criar soluções ganha-ganha. Não enfrentamento: É uma técnica para evitar o conflito. Geralmente é usado quando o conflito é desfavorável a um lado ou um lado está em grande desvantagem. Suavização: Esta é a técnica de minimizar as diferenças entre as partes conflitantes, a fim de enfatizar seus interesses comuns. Ele foi projetado especificamente para tratar de pontos de desacordo menores e deixar questões maiores para mais tarde. Concessão: Neste estilo, cada parte abre mão de algo de valor para alcançar uma situação em que ambas as partes ainda estejam satisfeitas. Isso é comum em negociações, especialmente aquelas com um objetivo ganha-ganha em mente. Comando de Autoridade: Nesta técnica, os envolvidos na gestão usam sua autoridade formal para resolver conflitos e, em seguida, comunicar seus desejos às partes envolvidas. Por exemplo, é usado para quando você não tem muito tempo para tomar uma decisão ou a decisão é impopular. Alteração de variáveis humanas: Trata-se do uso de técnicas de mudança comportamental, como o treinamento interpessoal, com o objetivo de mudar as atitudes e comportamentos das partes que podem levar ao conflito. Mudanças nas variáveis estruturais: Neste caso, a técnica inclui mudanças na estrutura formal da organização ou na forma de interações entre partes do conflito. Reestruturação, realocação ou reacomodação podem ser necessárias. É especialmente adequado para situações de conflitos mais sérios no ambiente de trabalho. 27 Chiavenato (2014) complementa apresentando cinco dessas técnicas como estilos de administração de conflitos, conforme ilustra a Figura 2. Segundo o autor, existem três formas possíveis para os administradores lidarem com os conflitos existentes: uma abordagem estrutural conflitante, uma abordagem conflitante Processos de conflito e abordagens híbridas. A abordagem estrutural pressupõe que os conflitos são baseados nas percepções das condições pelos envolvidos, os recursos são limitados e até interdependentes. Nesse sentido, para lidar com essa situação, é necessário gerenciar a origem do problema, a situação que deu origem ao conflito: minimizar as divergências entre as partes, melhorar os recursos compartilhados e/ou reduzir a interdependência. Essa abordagem é, em certo sentido, semelhante às técnicas de expansão de recursos. Por sua vez, a abordagem do processo conflitante busca modificar o processo para reduzir as situações conflitantes. Essa abordagem exige que uma 28 terceira parte intervenha na situação e pode ser feita de diferentes maneiras: reprimindo o conflito, levando uma parte Concessão; confronto entre duas partes para exteriorizar emoções para chegar a uma solução; ou por cooperação mútua, então, talvez depois de alguns momentos de confronto, ambos os lados podem encontrar uma solução ganha-ganha. Por sua vez, a abordagem para lidar com processos conflitantes visa modificar o processo para reduzir situações de conflito. Em situações em que o método requer intervenção de terceiros e pode ser executado de uma maneira diferente: reprimindo o conflito, fazendo uma concessão, um confronto entre duas partes com o objetivo de conhecer emoções, de modo a chegar a uma solução, ou através da cooperação mútua. Talvez depois de um momento de confronto, ambos os lados encontrem uma solução boa para ambos os lados. Por fim, a abordagem mista abrange os aspectos estruturais e processuais da resolução de conflitos. Para isso, os administradores podem por exemplo, adotar regras de resolução de conflitos ou criar papéis compostos para possíveis conflitos, ou seja, um terceiropode auxiliar na resolução resolver situações difíceis. 4.1 Formas de abordar conflitos Os conflitos existem em qualquer ambiente coexistente porque são inerentes às relações humanas. Portanto, são inevitáveis. Se não forem gerenciados adequadamente, podem comprometer as relações profissionais e, consequentemente, os resultados da organização. Se gerenciados adequadamente, podem contribuir para os resultados e podem ser uma importante fonte de vantagem competitiva. Os conflitos existem em todas as áreas da vida humana muito antes da sociedade como a conhecemos. As pessoas, por terem pontos de vista diferentes, acabam assumindo posições diferentes, e isso acaba gerando conflito. Isso é mais comum nas negociações porque na maioria dos casos os dois lados estão em posições opostas quando se trata de decidir negociar, e cada um está tentando defender seus próprios interesses, muitas vezes arduamente. No entanto, o conflito 29 nem sempre é algo negativo, pois em alguns casos pode ter resultados muito positivos, principalmente para as organizações. Na maioria dos casos, é definido como conflito, desacordo ou desavença. Um conflito surge sempre que os interesses de duas ou mais partes conflitam por algum motivo. De fato, não é incomum que isso esteja associado a agressões e situações de confronto verbal ou físico. Likert e Likert afirmam que: “[...] o conflito é visto como a luta ativa de cada um por um resultado desejável para si, o qual, quando alcançado, impede aos outros de conseguirem o resultado favorável a eles, produzindo com isto hostilidade”. LIKERT e LIKERT (1979, p. 86). No entanto, o conflito é baseado na interação social, na relação entre as pessoas. Pode resultar de divergências sobre os objetivos do negócio, de ideias diferentes ou até mesmo de uma incompatibilidade entre duas pessoas. É importante ressaltar que o conflito existe apenas nas ações e reações das partes envolvidas. Tal como acontece com a maioria das negociações, aqueles em lados opostos provavelmente experimentarão momentos de conflito mais ou menos intensos ao longo do processo. Quanto maior a distância entre as posições dos envolvidos, maior tende a ser o conflito. Para Moscovici: As pessoas diferem na maneira de perceber, pensar, sentir e agir. [...] A partir de divergências de percepção e ideias, as pessoas se colocam em posições antagônicas, caracterizando uma situação conflitiva. Dentre as mais leves até as mais profundas, as situações de conflito são componentes inevitáveis e necessários da vida grupal. MOSCOVICI (2011, p. 110). Então essa é uma situação muito comum, principalmente em um ambiente de negócios. Portanto, os profissionais devem aprender a reconhecer esses momentos e se preparar para eles. Para fazer isso, uma das primeiras coisas a fazer é entender os estágios do conflito. Robbins (2011) observou que as situações de conflito têm cinco estágios. A primeira é a oposição ou incompatibilidade potencial. É quando surgem condições 30 e fatores, seja comunicação, personalidade ou outras opiniões, que levam ao conflito. O segundo estágio é a cognição e a personalização. Nesta fase, se uma ou mais das condições existiam na fase anterior, isso causará um conflito entre todas as partes envolvidas foram afetadas e estão cientes disso. Sob essas circunstâncias, entramos no estágio intencional, onde decidimos agir de uma determinada maneira. A próxima etapa é a etapa comportamental, quando o partido põe em prática as medidas que decidiu tomar para lidar com a oposição percebida na primeira etapa. Por fim, entramos no estágio das consequências do conflito, que pode ser funcional quando o resultado tem impacto positivo nas partes envolvidas, ou disfuncional quando o resultado é negativo. Outro fator importante na percepção de uma situação de conflito é conhecer algumas das principais causas subjacentes do conflito negociação. Em outras palavras, o motivo mais comum para sua aparência. Um dos motivos mais comuns é a chamada frustração em um ou ambos os lados da negociação. Isso acontece quando uma das partes, ou mesmo ambas as partes, se sente incapaz de atingir seus objetivos na negociação, vislumbrando assim que seus desejos podem não ser atendidos. Isso geralmente é resultado de algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental. Outro fator que causa conflito é a diferença nas personalidades de ambas as partes. Esta é a explicação mais comum participar explicando suas diferenças com os outros, tanto na vida pessoal ou profissional. Muitas vezes, as palavras "somos muito diferentes" ou "personalidades diametralmente opostas" ecoam repetidamente após um momento de conflito. Na maioria das vezes, essa também é a razão mais fácil de prever, porque alguns traços de caráter são rapidamente percebidos. Assim, os negociadores já podem antecipar algum conflito assim que se conhecem quanto aos fatores associados à personalidade (NASCIMENTO, 2002). Objetivos muito diferentes também são uma fonte de conflito potencial entre as partes na negociação. Por exemplo, é comum uma parte buscar um valor bem 31 acima do mercado, enquanto a outra pretende pagar bem abaixo do par. Isso pode levar ambas as partes a desrespeitar a oferta do outro e até mesmo se machucar. Finalmente, outra razão bastante comum são as diferenças de informações ou percepções. Pessoas com diferentes perspectivas sobre a mesma situação ou de diferentes fontes de informação tendem a discordar em várias frentes. Essa diferença de percepção pode ser causada pelo estilo de vida e pela origem. Muito diferentes, como situações que podem ser percebidas antecipadamente isso tende a moldar percepções pessoais. Outro fator importante a ser observado é a abrangência do conflito, pois pode ser generalizado, envolvendo toda a organização, ou apenas evoluindo do indivíduo para si mesmo. A Figura 1 ilustra os níveis de conflito. Como o nome sugere, o conflito organizacional é onipresente em toda a organização. Muitas vezes impulsionado pelas regras de conduta da organização ou por meio de decisão ou ação de um gerente. O conflito interpessoal é um conflito que envolve duas ou mais pessoas. Os intergrupos, por sua vez, são caracterizados por pelo menos dois grupos de pessoas dispostas a agir contra os interesses uns dos outros. Ambos podem ser afetados por lutas de poder ou diferenças de opinião. 32 De acordo com Chiavenato, 2014 finalmente, o conflito intrapessoal é um conflito que envolve apenas uma pessoa. Então isso acontece internamente e não envolve outras pessoas, como uma pessoa lutando contra seus próprios princípios ou interesse em atingir determinado objetivo. 33 5 BIBLIOGRAFIA BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2007. CARVALHO, J. M. C. Negociação. 5. ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2016. CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso nas organizações. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. FISHER, R.; URY, W. Como chegar ao SIM. Rio de Janeiro: Imago, 2018. HODGE, C.; PADERSON, J. A.; WALKER, M. How do you like my style? Examinim how communication stiles influences facebook behaviors. International Journal of Sport Communication, v. 8, n. 3, p. 276–292, 2015. JUNQUEIRA, L. A. C. Negociação: inverdades perigosas. Instituto MVC, 2014. LEWICKI, R. J.; SAUNDERS, D. M.; BARRY, B. Fundamentos de negociação. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. LIKERT, R.; LIKERT, J. G. Administração de conflitos: novas abordagens. São Paulo: Mc- GrawHill, 1979. MATOS, G. G. Comunicação empresarial: sem complicações. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. MOSCOVICI, S. Psicologia das minorias ativas. Petrópolis: Vozes, 2011. NASCIMENTO, E. Administração de conflito. Curitiba: Gazeta do Povo, 2002. (Coleção Gestão Empresarial — FAE Business School).OLIVEIRA, Cristiane Kessler de. Gestão de vendas e negociação. Porto Alegre, 2018. 34 OLIVEIRA, Cristiane Kessler de. Técnicas e táticas de negociação. Porto Alegre, 2019. PIMENTEL, M. O.; RODRIGUES, F. C. Manual prático de comunicação organizacional. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2018. REZENDE, S. Sistemas inteligentes: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2005. ROBBINS, S. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2011. SPENGLER, F. M. Mediação de conflitos: da teoria à prática. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2017. TARTUCE, F. Mediação nos conflitos civis. Rio de Janeiro: Forense, 2018. TEIXEIRA, Alessandra. FIALHO, Francisco Antônio Pereira. SILVA, Rafael Fernandes Teixeira da. A negociação, o negociador e o perfil psicológico: um estudo teórico reflexivo com base nos pressupostos de Martinelli e Almeida (2009), Hirata (2007) e Jung em Keirsey-Bates (1984). Santa Catarina, 2011. ZAFFARI, Eduardo. Solução de conflitos jurídicos. Porto Alegre, 2018.
Compartilhar