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Neurociência da Empatia PROFª DRª BRUNA VELASQUES O que é empatia? Tendência de compartilhar e compreender as emoções e os sentimentos dos outros. Uma resposta afetiva decorrente da compreensão, compartilhamento e experimentação do estado emocional de outra pessoa. A empatia desempenha um importante papel no desenvolvimento moral, motivando o comportamento pró-social e inibindo a agressão contra os outros quando um indivíduo experimenta a angústia do outro. MACROCOMPONENTES BÁSICOS DA EMPATIA: CIRCUITOS NEURAIS DA AUTOCONSCIÊNCIA, FLEXIBILIDADE MENTAL E REGULAÇÃO EMOCIONAL, QUE SÃO MEDIADOS PELO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL, ÍNSULA, SISTEMA LÍMBICO E REDES FRONTOPARIETAIS. A empatia é uma fonte primária de intersubjetividade A capacidade de perceber e responder aos estados afetivos evoluiu com o cérebro dos mamíferos Componente afetivo: se desenvolve mais cedo e é o principal meio pelo qual os bebês podem se comunicar com outras pessoas. É importante não apenas para discriminar indivíduos familiares de desconhecidos, mas também para obter informações sobre o sentimentos e intenções do cuidador, por exemplo. O neurodesenvolvimento da empatia A empatia surge no contexto da interação social: em torno do segundo e terceiro anos de vida a criança chega a uma maior consciência da experiência dos outros. Fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento de empatia 12 meses: bebês começam a confortar as vítimas de angústia 14-18 meses: as crianças apresentam espontaneidade ajudando outras pessoas Empatia é uma construção que inclui o processamento bottom- up (ascendente) da excitação afetiva e o processamento top- down (descendente) no qual memórias, intenções e atitudes influenciam a experiência empática Nesse modelo, uma série de componentes neurocognitivos contribuem para a experiência de empatia: (1) Excitação Afetiva: processo bottom-up onde a amigdala e o hipotálamo são a base do processamento rápido dos sinais emocionais; (2) Compreensão da Emoção: depende da autoconsciência e envolve o córtex pré-frontal medial, ventromedial e junção temporoparietal (3) Regulação Emocional (top-down): depende das funções executivas (conexões corticocorticais intrínsecas do córtex orbitofrontal e pré-frontal medial e dorsolateral), bem como em conexões com estruturas límbicas subcorticais implicadas em processamento de informações emocionais Excitação emocional Capacidade de resposta afetiva. Presente em idade precoce, involuntária e depende de mimetismo somatosensorimotora entre o bebê e o outro Hipótese: sistema de neurônios-espelho (giro frontal inferior), que parece já estar funcionando em bebês a partir dos 6 meses A resposta ao estado emocional de outra pessoa depende de um forte acoplamento entre circuitos associados à percepção e emoção. A excitação do bebê em resposta a emoção de outros servem como como instrumento de aprendizagem social Compreensão emocional Empatia cognitiva: o indivíduo imagina ou projeta a partir da perspectiva do outro. função executiva e autorregulação 4 anos: entendem que a emoção que uma pessoa sente sobre um determinado evento depende da percepção dessa pessoa do evento e suas crenças e desejos sobre isso. Crianças de 6-11 anos: apresentam a rede neural que sustenta a compreensão de estados mentais (interação entre o cortex pré-frontal medial e o sulco temporal posterior) ativa. O reconhecimento das emoções continua a se desenvolver até o final da adolescência e isso melhora o desempenho da cognição social. Regulação emocional É a capacidade de responder às demandas do ambiente de uma maneira que seja socialmente tolerável, retardando reações espontâneas e impulsivas. O CPF segue um curso de desenvolvimento extremamente prolongado e as mudanças relacionadas à idade continuam até a adolescência. O amadurecimento do CPF também permite que as crianças usem verbalizações para alcançar a autorregulação de seus sentimentos. Conforme a criança chega à adolescência, há uma mudança nas estruturas anatômicas envolvidas na resposta a eventos emocionais: passa de áreas associadas ao sistema límbico para regiões do lobo frontal.
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