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Produção de Dados e Informação em Saúde - Parte I

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Milla Silva 
PRODUÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO EM SAÚDE (PARTE I) 
A produção de informação se faz a partir do 
conhecimento de quais são as fontes produtora de 
informações em saúde, que são os sistemas de 
informação em saúde (SIS), e quais são as 
ferramentas que materializam essa situação de 
saúde em uma população, que são os indicadores 
de saúde, que são ferramentas que mensuram a 
condição de saúde, de doença, de morte, a 
qualidade de vida de determinados lugares. 
A produção de dados em si já está inerente no 
próprio conceito de epidemiologia, porque ela é a 
principal ciência da informação em saúde, uma 
vez que é a partir dela que conhece a frequência 
cia dos eventos de saúde, ou seja, quantas pessoas 
adoecem, quantas pessoas morrem, quantas 
nasceram. 
FONTES DE DADOS 
São diversas fontes de dados que pode ter: 
 FONTES PRIMÁRIAS: um dado que é de 
fonte primária significa que você, 
enquanto pesquisador, produziu, coletou 
aquele dado, elaborou questionário ou 
formulário e produziu aquele dado. 
 FONTES SECUNDÁRIAS: significa que você, 
enquanto pesquisador, cidadão ou usuário 
daquele dado, teve acesso a um dado que 
foi produzido por terceiros, o dado já está 
produzido, você vai ter acesso a ele para 
utilizar em sua pesquisa. 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) 
É um conjunto de componentes que atuam de 
forma integrada e articulada tendo como 
propósito a obtenção e seleção de dados para 
transformá-lo em informação. E pode ter vários 
componentes do sistema de informação, como os 
componentes que são humanos, então os 
profissionais de saúde que produzem os dados ao 
preencher as fichas de atendimento hospitalar, os 
prontuários em papel e eletrônico, tudo isso faz 
parte do sistema de informação saúde porque são 
os elementos que vão viabilizar a produção dos 
dados. Tem também as máquinas que compõe o 
sistema de informação em saúde, que é importante 
ter já que é um sistema digitalizado, 
informatizado. E tem os recursos humanos que 
são todos os profissionais de saúde que notificam 
as doenças de notificação compulsória. 
Os SIS são instrumentos padronizados que pode 
monitorar a coleta de dados de saúde, e essa coleta 
de dados vai fornecer informações para permitir 
essa análise de situação de saúde, monitoramento, 
análise de medidas que já foram implementadas, 
ou seja, a tomada de decisão de todos os níveis 
municipal, estadual e federal de uma maneira 
mais racional embasada em dados. 
DADOS E INFORMAÇÃO 
Dados e informação não são a mesma coisa. 
Dados seria a matéria prima para a informação, 
então seria a enumeração de eventos, então a 
simples enumeração de eventos é um dado. Dado 
então é um valor quantitativo obtido para 
caracterizar um fato ou circunstância qualquer. 
A construção de um indicador de saúde com 
aquele dado já é uma informação, ou uma análise 
estatística de cálculo de proporções já é uma 
informação. 
Uma vez que passa esse dado por uma análise 
estatística ou calculo simples, vai está 
transformando esse dado em informação. 
PROPÓSITO DO SIS 
O primeiro dos objetivos é o conhecimento do 
perfil epidemiológico local: é chamada de análise 
de situação de saúde, ou seja, vai saber qual é o 
diagnóstico situacional que tem para a 
determinada população. Quando faz esse 
diagnóstico situacional, pode organizar a oferta de 
serviço de maneira mais racional, saber qual é a 
prioridade de saúde que tem que destinar recursos, 
formular e avaliar políticas, planos novos ou 
Milla Silva 
avaliar os que já estão sendo implementados para 
saber se estar sendo efetivo ou não, e programas 
de saúde, tudo isso é chamado de ter elementos 
como subsídios para tomada de decisão, e isso 
implica em economia de recursos, em 
racionalidade de recursos em saúde. 
E o SIS pode produzir dados de diversas 
naturezas. Se, por exemplo, produz dados que 
contabilizam o nascimento das pessoas, e essa 
distribuição por sexo e faixa etária, seria um dado 
demográfico; mas se notifica doença, tem dados 
de morbidade; se registra os óbitos, tem dados de 
mortalidade; mas tem também dados de meio 
ambiente, dados de recursos de saúde, dados 
documental/administrativo, vai ter uma infinidade 
de outros dados a depender de cada sistema de 
informação. 
MICRODADOS: são bancos de dados, como se fosse 
as grandes planilhas do IBGE, que podemos ter 
acesso para fazer análise de dados estatísticos. 
GRANDES PRODUTORES DE DADOS E 
INFORMAÇÃO EM SAÚDE 
Os grandes produtores de dados que temos no país 
é o IBGE, e também o ministério da saúde, que 
produz muitos dados. 
 Sistema de informação de nascidos vivos 
(SINASC) 
 Sistema de informação de mortalidade 
(SIM) 
 Sistema de informação de agravos de 
notificação (SINAN) 
 Sistema de informação hospitalar (SIH) 
 Sistema de informação ambulatorial (SIA) 
 Sistema de informação da atenção básica 
(SIAB --- SISAB) 
 Sistema de informação de programa 
nacional de imunização (SI-PNI) 
 Sistema de informação de intoxicação 
(SINITOX) 
 
 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE NASCIDOS 
VIVOS - SINASC 
Foi implantado na década de 90 no Brasil, e a 
partir de 1994 ele foi bem consolidado em todos 
os municípios. 
O objetivo principal do SINASC é coletar dados 
de todos os nascimentos que ocorrem no Brasil. 
Então toda criança que nasce no Brasil a partir da 
década de 90 tem o registro na maternidade, e até 
de partos que não foram feitos em hospitais, tem 
a emissão de um documento padrão que é 
chamado de declaração de nascido vivo. 
O nascimento é um dos eventos vitais e seu 
monitoramento pode contribuir para o 
conhecimento da situação de saúde de uma 
população e a avaliação de políticas e ações de 
vigilância e atenção à saúde na área da saúde 
materno-infantil. 
A fonte de dados do SINASC é a DN (chamado 
também de DNV), que é declaração de nascidos 
vivos. 
A DN é um documento sanitário obrigatório em 
todo o país para partos tanto hospitalar como 
domiciliar. Quem emite essa DN é o ministério da 
saúde, é impressa e preenchida em 3 vias (uma 
branca, outra amarelo e outra rosa) e distribuída 
para os estados, aí as secretarias estaduais de 
saúde distribui para os municípios que vão 
distribuir para as maternidades, hospitais, para 
alguns profissionais cadastrados e algumas 
parteiras cadastradas também recebem. Então é 
um documento sanitário que é de preenchimento 
de profissionais que são cadastrados para realizar 
esse preenchimento. 
DEFINIÇÃO DE NASCIDOS VIVOS 
A DN só é preenchida para crianças que nascem 
vivas, então os casos em que a criança não nasceu 
viva, é um natimorto, não tem declaração de 
nascido vivo, só vai ter a declaração de óbito. 
NASCIDO VIVO: é a expulsão ou extração 
completa, do corpo da mãe, independentemente 
da duração da gestação, de um produto de 
Milla Silva 
concepção, o qual, depois da separação, respire ou 
dê qualquer outro sinal de vida, tal como 
batimentos do coração, pulsações do cordão 
umbilical estando ou não desprendida a placenta. 
Cada produto de um nascimento que reúna essas 
condições se considera como uma criança viva. 
NASCIDO MORTO OU NATIMORTO (ÓBITO FETAL): 
é o produto que antes da extração ou expulsão do 
corpo da mãe, não apresenta nenhum dos sinais 
exigidos nos nascidos vivos. 
PREENCHIMENTO E FLUXO DA DN 
Para a situação de partos hospitalares, as 3 VIAS 
são preenchidas, a VIA BRANCA vai para a 
secretaria de saúde, a VIA AMARELA fica com o 
familiar para ele ir no cartório registrar a criança, 
e a VIA ROSA fica no prontuário clínico do 
hospital. 
Se o parto for domiciliar com a assistência 
prestada por um profissional da saúde que foi na 
casa, e ele só pode preencher a via se ele for 
cadastrado, a via branca vai para a secretaria de 
saúde, a amarela fica com a família e a rosa vai 
para o prontuário do atendimento da mãe. 
No caso de partos domiciliares ou em locais 
públicossem a assistência de um profissional da 
saúde, o representante da criança vai no cartório e 
a via branca eles encaminham para a secretaria de 
saúde, a amarela fica arquivada no cartório, pois 
já ficaria arquivada lá quando o familiar fosse 
registrar a criança, e a rosa vai ser dada para a 
família e ela leva na primeira consulta na unidade 
de saúde. 
A via branca, que vai para a secretaria municipal 
de saúde, é que chega os dados, eles revisam todos 
os dados de nascido vivo, inserem no sistema e 
esses dados são passados para um nível estadual e 
depois federal e agrega tudo é vai ser 
disponibilizado para a população. 
 
NASCIDOS VIVOS POR LOCAL DE OCORRÊNCIA vão 
observar a quantidade de crianças que nasceram 
no município, e LOCAL DE RESIDÊNCIA da mãe vai 
ser observado os nascidos vivos onde a mãe reside 
naquele município. 
Quando vai construir um indicador de saúde, 
calcular algum indicador, tem que sempre utilizar 
dados por local de residência, porque a 
importância epidemiológica que está tentando 
verificar naquele indicador, ele vai refletir a 
situação de saúde da população que reside 
naquele município, e não que recebe população de 
outras cidades, a não ser que a pesquisa tenha 
intenção de estudar o quanto que aquela cidade é 
impactada ou tem um desenvolvimento de saúde 
que recebe mais gente, ou que não tem e acaba 
liberando mais gente para outras cidades. 
ÓBITOS INFANTIS significa de criança com menos 
de 1 ano de idade. Em algumas leituras é colocado 
óbito infantil de até 5 anos, mas na maioria das 
vezes o que é considerado infantil é até 1 ano. 
DADOS ---> INFORMAÇÃO 
Os dados podem dizer alguma coisa, mas eles não 
são suficientes para uma análise mais 
aprofundada, então é necessário que transforme 
esses dados em informação, e aí um dos processos 
de transformar dados em informação é a partir da 
construção de indicadores de saúde. 
Os dados extraídos do SINASC permitem que 
construa vários indicadores de saúde. 
Dados extraídos do SINASC permitem: 
 Proporção de partos cesáreos, de 
prematuridade; 
 Proporção de nascidos vivos de baixo 
peso ao nascer; 
 Coeficiente de Mortalidade Infantil; 
 Taxa de natalidade, fecundidade, dentre 
outros. 
Cálculo do coeficiente de mortalidade infantil 
(CMI) vai ser obtidos infantis dividido pelo 
número de nascidos vivos (residentes) 
multiplicado por 1000. 
Ex: CMI = 9 / 623 x 1.000 = 14,4 
Milla Silva 
A interpretação dessa informação vai ser: No ano 
de 2019, ocorreram em Ipiaú 14,44 óbitos de 
crianças menores de um ano de idade a cada 1.000 
crianças nascidas vivas. 
 
ALGUNS INDICADORES DE SAÚDE PODEM 
MULTIPLICAR POR 10.000, 100.000, POR 100, 
MAS OUTROS SÃO FIXOS COMO O CMI E O GERAL 
É FIXO, SEMPRE POR 1000 
O indicador de coeficiente de mortalidade infantil 
utilizou dados de 2 sistemas de informação, o 
SINASC, que foi o denominador, e o SIM, que foi 
o numerador. 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE 
- SIM 
Um dos sistemas mais antigos do pais, foi 
implantado em 1975. Tem como objetivo obter 
regulamente os dados de todo óbito que acontece 
no país de forma mais abrangente, sistematizada, 
padronizada e confiável. 
Ele também prevê subsídios para tomada de 
decisão de saúde, então proporciona produção de 
estatística de mortalidade e construção dos 
principais indicadores de saúde que é utilizado. 
E como documento tem a declaração de óbito 
(DO), também é um documento sanitário, vai 
preencher informações sobre características do 
indivíduo, tempo e lugar do óbito, condição do 
óbito, causas básica e associada, dentre outros. 
Também vai ter 3 vias, o médico preencher todas 
e cada uma das vias vão para um lugar, a via 
branca vai ser arquivada na secretaria de saúde, a 
amarela fica com o familiar para ser levada ao 
cartório, e a rosa fica no prontuário da pessoa que 
faleceu na instituição de saúde. 
SÓ QUEM PODE PREENCH ER A DECLARAÇÃO DE 
ÓBITO É O MÉDICO, NENHUM OUTRO 
PROFISSIONAL PODE PREENCHER 
A importância de identificar a causa da morte é 
para o profissional poder trabalhar de forma 
preventiva, porque quando identifica as causas, 
pode trabalhar de maneira preventiva. 
DADOS ---> INFORMAÇÃO 
Dados extraídos do SIM permitem: 
 Coeficiente de Mortalidade Geral; 
 Índice de Swaroop e Uemura; 
 Coeficiente de Mortalidade Materna; 
 Coeficiente de Mortalidade Infantil; 
 Mortalidade por causas, etc; 
Em relação à qualidade das informações do SIM, 
tem uma qualidade um pouco inferior em relação 
ao SINASC, as informações do SINASC tendem 
a ser mais completas, melhores preenchidas, 
principalmente porque não é só preenchida por 
médico, outros profissionais podem preencher. 
Para calcular o coeficiente de mortalidade geral 
(CMG), que indica que risco geral de morte 
daquela população daquela cidade, vai ser óbitos 
totais dividido por população residente e 
multiplicado por 1000. 
Ex: CMG = 137/20.403 X 1000 = 6,71 
A interpretação dessa informação vai ser: no ano 
de 2019, ocorreram Tanhaçu-BA 6,71 óbitos a 
cada 1000 pessoas. 
 
PRODUÇÃO DE DADOS - FLUXO GERAL 
A produção de dados envolve o fluxo geral que tá 
na ponta os profissionais de saúde que atende nas 
unidades básicas de saúde, que vão preencher as 
fichas que podem ser preenchidas por esse 
profissional, tudo isso vai gerar dados que vão ser 
encaminhados para as secretarias de saúde através 
das fichas, sejam fichas eletrônicas ou não, essas 
secretarias municipais de saúde digitam e fazem a 
avaliação disso e envia para a secretaria estadual 
que envia para o ministério da saúde, a partir daí 
o ministério da saúde faz toda a padronização para 
ser divulgado para que a população tenha acesso.

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