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TIC’s 02 Por que os Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos podem se manifestar de diversas formas? Quais as correlações anato-funcionais? UNIGRANRIO – Afya Débora Oliveira RA 4509788 O encéfalo recebe cerca de 15% do débito cardíaco em repouso. O sangue arterial alcança o encéfalo por meio das duas artérias carótidas internas e das duas artérias vertebrais; as artérias carótidas internas fornecem o principal suprimento de sangue arterial. As artérias de distribuição – as artérias cerebrais anterior, média e posterior –, que se originam do círculo arterial do cérebro (círculo de Willis), seguem o seu trajeto sobre a face externa do encéfalo e anastomosam- se entre si. Dão origem a ramos que penetram no encéfalo em ângulos retos. Na substância do encéfalo ocorre maior ramificação, porém sem anastomoses adicionais. As anastomoses na superfície do encéfalo formam a circulação colateral vital caso ocorra oclusão das artérias por doença. Apesar da diminuição recente nas doenças vasculares encefálicas, obtida pelo tratamento dos níveis sanguíneos elevados de colesterol e pelo tratamento agressivo da hipertensão arterial, a doença vascular encefálica continua sendo responsável por cerca de 50% de todas as internações neurológicas em adultos. Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico Isquemia é a presença de um fluxo de sangue e oxigênio inadequado a uma parte específica do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição. As lesões vasculares do encéfalo são muito comuns, podendo se manifestarem de diversas formas. A deformidade neurológica resultante depende do tamanho da artéria ocluída, do estado da circulação colateral e da área do encéfalo afetada. Ocorre inconsciência em 5 a 10 segundos se o fluxo sanguíneo para o encéfalo for totalmente interrompido. A parada completa do fluxo sanguíneo cerebral é rapidamente seguida de dano irreversível ao encéfalo, com morte do tecido nervoso. Estima-se que a função neuronal cessa depois de cerca de 1 minuto, e que alterações irreversíveis começam a ocorrer depois de cerca de 4 minutos, embora esse período possa ser mais longo se o corpo do paciente tiver sido resfriado. Entretanto, pode-se reverter o dano ao encéfalo se for possível restaurar o fluxo sanguíneo até mesmo depois de 5 minutos. TIC’s 02 Por que os Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos podem se manifestar de diversas formas? Quais as correlações anato-funcionais? UNIGRANRIO – Afya Débora Oliveira RA 4509788 A parada cardíaca em consequência de trombose coronariana constitui a causa mais comum desse distúrbio. Correlações Anato-funcionais SÍNDROMES DAS ARTÉRIAS VERTEBRAIS Estudos clínicos e o exame de material post mortem concentraram a atenção para a alta frequência de lesões nas artérias carótida comum, carótida interna e vertebral no pescoço. OCLUSÃO DA ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR Se a oclusão da artéria cerebral anterior for proximal à artéria comunicante anterior, a circulação colateral é habitualmente adequada para preservar a circulação. Lóbulo paracentral do córtex: hemiparesia (paralisia cerebral de um lado do corpo causada por lesões da área corticoespinhal) e perda hemissensitiva (sensação da dor) contralaterais, acometendo principalmente a perna e o pé. Lobos frontal e parietal: incapacidade de identificar objetos corretamente, apatia e alterações da personalidade. OCLUSÃO DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA A oclusão da artéria cerebral média pode produzir os seguintes sinais e sintomas, porém o quadro clínico varia de acordo com o local de oclusão e o grau de anastomoses colaterais: Giros pre-central e pós-central: hemiparesia e perda hemissensitiva contralaterais acometendo principalmente a face e o braço. Afasia (disfunção que faz com que o paciente tenha dificuldade de se comunicar adequadamente, afetando a compreensão de imagens, sons e outros tipos de expressão) se o hemisfério esquerdo estiver afetado (raramente, se o hemisfério direito estiver afetado) Hemianopsia (perda parcial ou completa da visão) homônima contralateral (dano à radiação óptica) Anosognosia (esquecimento temporário, ou momentâneo), se o hemisfério direito estiver afetado (raramente, se houver comprometimento do hemisfério esquerdo). OCLUSÃO DA ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR A oclusão da artéria cerebral posterior pode produzir os seguintes sinais e sintomas, porém o quadro clínico varia de acordo com o local de oclusão e a disponibilidade de anastomoses colaterais: Hemianopsia homônima contralateral, com algum grau de preservação TIC’s 02 Por que os Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos podem se manifestar de diversas formas? Quais as correlações anato-funcionais? UNIGRANRIO – Afya Débora Oliveira RA 4509788 macular (dano ao córtex calcarino, preservação macular, visto que o polo occipital recebe suprimento sanguíneo colateral da artéria cerebral média) Isquemia do lobo occipital esquerdo: agnosia visual. Possível dano à parte medial do lobo temporal: comprometimento da memória. OCLUSÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA A oclusão da artéria carótida interna pode ocorrer sem causar sinais ou sintomas, ou pode provocar isquemia cerebral maciça, dependendo do grau de anastomoses colaterais. Os sinais e sintomas são os da oclusão da artéria cerebral média, incluindo hemiparesia e hemianestesia contralaterais Ocorre perda parcial ou total da visão no mesmo lado, porém a perda permanente é rara (os êmbolos que se desprendem da artéria carótida interna alcançam a retina por meio da artéria oftálmica). OCLUSÃO DAS ARTÉRIAS VERTEBRAL E BASILAR As artérias vertebrais e basilar suprem todas as partes do sistema nervoso central na fossa posterior do crânio e, por meio das artérias cerebrais posteriores, o córtex visual em ambos os lados. Os sinais e os sintomas clínicos são extremamente variáveis e podem incluir: Perda sensitiva ipsilateral da dor e temperatura na face e perda sensitiva contralateral da dor e temperatura no corpo; Episódios de hemianopsia ou cegueira cortical completa; Perda ipsilateral do reflexo de vômito. Disfagia e rouquidão em consequência de lesões dos núcleos dos nervos glossofaríngeo e vago; Vertigem, nistagmo, náuseas e vômitos; Síndrome de Horner ipsilateral. Ataxia (dificuldade ou mesmo incapacidade de se manter a coordenação motora como normalmente) ipsilateral e outros sinais cerebelares; Hemiparesia unilateral ou bilateral; Coma. Referência Bibliográfica: Neuroanatomia clínica / Richard S. Snell; traduzido por Marcio Moacyr de Vasconcelos. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. il.
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