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turmafevereiro-Filosofia-Política para Platão-01-03-2021-

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1 
Filosofia 
 
Política para Platão 
Objetivo 
Você aprenderá as diversas definições de justiça apresentadas ao longo do diálogo A República, bem como a 
função de cada uma das três classes que compõem a cidade justa e, por fim, a noção platônica de sofocracia, 
isto é, “o governo dos sábios”. 
Se liga 
Para esse conteúdo é muito importante que você saiba sobre a Teoria das Ideias de Platão. Tem alguma 
dúvida sobre esse conteúdo? Assista a essa aula aqui. ou, caso não seja direcionado, procure na biblioteca 
pela aula “Sócrates e Teoria das ideias do Platão”. 
 
Curiosidade 
O livro X da República termina com uma narrativa escatológica, conhecida como o mito de Er. Er era um 
soldado que foi dado como morto, mas que, antes de ser cremado, retorna à vida. Ele decide então, contar 
aos presentes tudo o que viu no mundo dos mortos, isto é, o destino das almas, sobretudo do tirano e do 
filósofo... Ficou curioso para saber quais são os destinos? Confere lá! 
Teoria 
 
A República e o projeto político de Platão 
Em sua obra A República, Platão nos apresenta a cidade ideal (Calípolis). É precisamente nesse diálogo que 
ele desenvolve, de maneira completa e bem acabada, o seu projeto político. Embora a Teoria das Ideias, que 
também se desenvolve no diálogo A República, sirva como o eixo central que sustenta todo o pensamento 
platônico, para pensar estritamente a sua concepção política, nos ocuparemos de duas noções fundamentais, 
a saber, a definição de justiça e a importância da educação na cidade justa. 
O primeiro debate se inicia na casa de Céfalo, onde ele e Sócrates discorrem sobre os bens e os males da 
velhice. Para Céfalo, homem financeiramente bem estabelecido, o período que corresponde à velhice é muito 
bom, já que, livre das paixões, ele pode se dedicar ao estudo e à filosofia, bem como oferecer muitos 
sacrifícios aos deuses. A primeira indagação de Sócrates a esse repeito é: “o que faz uma vida justa, o fato 
de ter ganho dinheiro ou a vida justa antecede qualquer outro bem? De modo que o melhor seria viver de 
maneira adequada, isto é, virtuosa”. Note-se que aqui a ideia de justiça é entendida como uma síntese de 
todas as virtudes. A partir daí temos o fio condutor que servirá de base para o desenvolvimento de todo o 
diálogo, qual seja, a definição da ideia de Justiça. 
Ao longo do Livro I, diversas respostas são apresentadas para a pergunta “o que é a justiça?”. Céfalo propõe 
a seguinte definição: "justiça é dar a cada um o que lhe pertence"; Sócrates aceita essa primeira definição, 
mas a questiona mais ou menos do seguinte modo: Se eu tenho um amigo que não está bem, isto é, que não 
https://descomplica.com.br/cursos/todas-as-carreiras-intensivo-basico-2020-d/aulas/ao-vivo-socrates-e-teoria-das-ideias-do-platao-22-02-2019-20h-15/videos/socrates-e-teoria-das-ideias-do-platao-20h15/?q=teoria%20das%20ideias%20de%20Plat%C3%A3o&s=false
 
 
 
 
2 
Filosofia 
 
dispõe de suas faculdades mentais, porém me emprestou uma arma e a pede de volta, sabendo que de posse 
da arma ele poderá fazer mal a si ou a outra pessoa, é justo, nesse caso, que eu lhe restitua a arma, isto é, lhe 
dê o que lhe é próprio?". Dando-se conta de que essa não pode ser a definição de justiça, pois não se aplica 
a todos os casos, Céfalo se retira e dá a palavra a Polemarco, seu herdeiro. 
Para Polemarco, “justiça é fazer bem aos amigos e mal aos inimigos"; Sócrates refuta também essa definição, 
dizendo: "fazer o mal nunca é compatível com a ideia de justiça." Nesse momento, o sofista Trasímaco, 
irritado, toma parte no diálogo e diz: "justiça é a conveniência do mais forte". Note-se que, nessa definição, a 
justiça não se relaciona com o bem em si, mas é uma produção, uma convenção humana, exercida pelo mais 
forte, conforme a ocasião. Sócrates então apresenta o exemplo de um homem muito forte, lutador de 
pancratio (uma espécie de vale-tudo), que é capaz de devorar um boi por dia e diz: "se a justiça é a 
conveniência do mais forte, nós seremos justos se também devoramos um boi por dia". 
Trasímaco, ainda mais irritado, propõe uma nova definição: "justiça é não apenas a conveniência do mais 
forte, mas a máxima conveniência. Ou seja, ser injusto, mas parecer justo, pois a vida do injusto é sempre 
melhor". Para Trasímaco, todas as atividades humanas são realizadas visando a utilidade; assim, o médico 
cuida do paciente porque quer ganhar dinheiro, não por se preocupar com a saúde; o mesmo acontece com 
o pastor que cuida das ovelhas para tosquiá-las. Ao que Sócrates refuta, dizendo: cada atividade cumpre uma 
finalidade própria, a medicina visa a saúde, e o pastoreio visa o bem das ovelhas". Nessa perspectiva, o bem 
é a realização de uma finalidade que já está inscrita na própria atividade, sendo a arte de ganhar dinheiro uma 
outra arte. 
No livro II, apenas Glauco e Adimanto continuam o diálogo com Sócrates. Glauco provoca Sócrates fazendo 
uma apologia (defesa) da injustiça. Diz ele: "a experiência nos mostra que as pessoas que agem segundo a 
sua própria conveniência são sempre bem-sucedidas. Além disso, nós não somos justos por natureza, mas 
sim por sermos coagidos." Para ilustrar a sua tese, Glauco narra o primeiro mito da República, conhecido 
como o Mito do Anel de Giges. Conta-se que Giges era um pastor, que após um terremoto, encontrou, numa 
das fendas abertas na terra, o cadáver de um homem que usava um belíssimo anel. De posse do anel, Giges 
percebeu que, ao girá-lo no dedo, ele lhe conferia o poder da invisibilidade. Invisível, ele armou um plano para 
seduzir a rainha, de modo que ambos terminam por assassinar o rei. Assim, Giges se torna o maior tirano da 
região. Glauco conclui, portanto: "se todos nós tivéssemos o poder de Giges, agiríamos da mesma maneira". 
Ao que Sócrates responde dizendo: "é necessário ler em letras grandes, para depois entender as letras 
pequenas". Ou seja, para definir o que é a justiça na alma do homem, é preciso definir o que é a justiça num 
plano mais amplo, a cidade. 
Segundo eles, os homens formam a cidade para satisfazer as suas necessidades básicas. A cidade justa é, 
portanto, constituída por três classes: a classe dos artesãos e comerciantes (responsáveis pela produção 
dos bens materiais, bem como de tudo o que é necessário à manutenção da cidade); a classe dos guerreiros 
(responsáveis pela defesa da cidade, seja de ataques externos, seja de conflitos internos); e, por fim, a classe 
dos guardiões (ou magistrados, a depender da tradução), responsáveis pelo governo da cidade, bem como 
pela elaboração das leis. 
Passa-se então à discussão de como deve ser a educação nessa cidade. Note-se que a educação é 
fundamentada em dois pilares: a ginástica e a música ("musiqué" se refere às artes das musas e engloba não 
só o canto e a harmonia, mas também a poesia). Vale lembrar que a poesia é a base educacional no contexto 
em que vivia Platão. É pela poesia que as crianças aprendem a ler, assim como aprendem os mais diversos 
mitos da tradição. É aqui que surge a primeira crítica platônica à poesia. Para Platão, a poesia, tal como era 
ensinada no seu tempo, não poderia fazer parte da cidade justa, pois os deuses são apresentados como 
modelos para os jovens, porém esses modelos, nas poesias de Homero e Hesíodo, são ambíguos, ora são 
deuses, ora agem de maneira passional, isto é, se vingam, traem, seduzem etc. Por isso, é necessário reformar 
ou banir a poesia da cidade. A segunda crítica é de natureza ontológica, isto é, referente à realidade do ser e 
 
 
 
 
3 
Filosofia 
 
se estende à arte de modo geral. De acordo com Platão, o artista faz cópias das coisas do mundo sensível, 
que já são cópias do mundo inteligível. Portanto, a arte está a três graus de distância da Verdade. 
Os livros III e IV aprofundam a discussão acerca da cidade ideal, até que Sócrates possa finalmente definir a 
justiça: “a justiça é a harmonia entre as partes da cidade, cadaqual cumprindo a sua função”. Nesse sentido, 
a função é dada pela aptidão de cada cidadão exercer as suas tarefas na cidade. Desse modo, assim como a 
cidade é dividida em três classes, a alma do homem também tem três partes, são elas: a parte apetitiva ou 
concupiscente (alma de bronze, relativa à classe dos artesãos e comerciantes), a parte irascível ou impetuosa 
(alma de prata, relativa à classe dos guerreiros) e a parte racional (alma de ouro, relativa à classe dos 
guardiões). Disso decorre que a justiça na alma também corresponde a uma harmonia entre as partes, 
preservando-se a ideia de que a razão realiza uma função de comando, de coordenação e de educação das 
outras partes. 
Nesse ponto, os interlocutores de Sócrates percebem que muitas coisas ficaram para trás e passam a discutir 
sobre três problemas fundamentais para a cidade, conhecidos como três ondas. A primeira onda diz respeito 
à comunhão de bens entre os governantes, onde se estabelece que os governantes não devem ter nem 
propriedade privada, nem família. A segunda onda diz respeito à igualdade entre homens e mulheres, no que 
se refere tanto ao governo da cidade quanto à participação na guerra, em que se estabelece que ambos 
podem exercer as duas funções. A terceira onda diz respeito à seguinte frase de Sócrates: "a cidade não será 
justa enquanto os reis não forem filósofos ou os filósofos não forem reis", em que se estabelece a chamada 
sofocracia, isto é, o governo dos sábios. Nessa perspectiva, aquele que tem aptidão para governar deve 
receber uma educação adequada para tal. Essa educação só pode ser uma educação filosófica, porque só a 
filosofia capacita o governante a contemplar a ideia do Bem, que é a ideia máxima no plano das ideias. 
 
 
 
 
 
 
4 
Filosofia 
 
Exercícios de fixação 
 
1. Em que consiste o mito do Anel de Giges? 
 
 
2. Explique a relação que Platão estabelece entre a alma humana e a cidade justa. 
 
 
3. Explique a importância da educação para a cidade justa. 
 
 
4. Em que consistem as chamadas “três ondas” presentes na República de Platão? 
 
 
5. Por que a educação do governante deve, necessariamente, ser filosófica? 
 
 
 
 
 
5 
Filosofia 
 
Exercícios de vestibulares 
 
 
1. “A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses 
passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar 
a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na 
Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições 
e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.” 
PLATÃO. Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17. 
 
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: 
a) Oligarquia 
b) República 
c) Democracia 
d) Monarquia 
e) Plutocracia 
 
 
2. “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se 
em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele 
ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas 
vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a 
sua natureza é mais adequada.” 
PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p. 185. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade ideal, 
assinale a alternativa correta. x 
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natural 
entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos perante a 
lei. 
b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que permite a 
todos os cidadãos o exercício direto do poder. 
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na 
perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para o 
bem comum. 
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da melhor 
maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete, 
segundo suas aptidões. 
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições de 
perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social. 
 
 
 
 
 
6 
Filosofia 
 
3. “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que 
executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido 
a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. 
- É verdade. 
- Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, 
merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”. 
PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: 
a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a 
possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. 
b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal 
de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres. 
c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, 
faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. 
d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior 
do homem, sendo independente das circunstâncias externas. 
e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou 
emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. 
 
 
4. Segundo Platão, as opiniões dos seres humanos sobre a realidade são quase sempre equivocadas, 
ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que eles mudam de opinião de acordo com as circunstâncias. 
Como agem baseados em opiniões, sua conduta resulta quase sempre em injustiça, desordem e 
insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade. 
Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma sociedade capaz de alcançar a perfeição, desde que 
seu governo coubesse exclusivamente 
 
a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força para obrigar todos a agirem corretamente. 
b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a sociedade sob a mesma vontade. 
c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar bem os recursos da sociedade. 
d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam a maioria a agir de modo organizado. 
e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de conhecimento verdadeiro e imutável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Filosofia 
 
 
5. Mas a faculdade de pensar é, ao que parece, de um caráter mais divino do que tudo o mais; nunca perde 
a força e, conforme a volta que lhe derem, pode tornar-se vantajosa e útil, ou inútil e prejudicial. Ou ainda 
não te apercebeste como a deplorável alma dos chamados perversos, mas que na verdade são 
espertos, tem um olhar penetrante e distingue claramente os objetos para os quais se voltam, uma vez 
que não tem uma vista fraca, mas é forçado a estar a serviço do mal, de maneira que, quanto mais 
aguda for sua visão, maior é o mal que partica?" 
Platão. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. 
 
 A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar que, para Platão: 
a) a faculdade de pensar necessita da educação, para que, assim, a vista mais penetrante alcance, 
pelaluz, a visão do que deve ser conhecido. 
b) o conhecimento para este filósofo só depende da capacidade visual daquele que conhece. 
c) a natureza, favorecendo alguns, diferencia os mais aptos, e é unicamente por esta distinção que 
se devem estabelecer os governantes das cidades. 
d) os homens com maior capacidade de pensar jamais praticam o mal, pois descobrem, por si 
mesmos, a diferença entre o justo e o injusto. 
e) o homem é dotado de razão e de linguagem e, portanto, é um animal racional e um animal político. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Filosofia 
 
6. O tema da expulsão dos poetas da ‘cidade ideal’, proposto pelo personagem Sócrates, na República, 
tem gerado discussão e perplexidade ao longo da história da filosofia. O fundamento conceitual dessa 
expulsão é a hipótese das Ideias ou Formas. Por um lado, as Ideias são entidades eternas, que se 
constituem como verdadeiro ser, ser pleno, instaurando o âmbito ontológico do inteligível; por outro 
lado, tudo que pertence ao âmbito do imediato, circundante – o ‘nosso mundo’, âmbito do Sensível – é 
‘menos ser’. A Ideia do Um, por exemplo, tem plenitude de ser, ao passo que todas as unidades dos 
seres (objetos, seres humanos etc.) dependem de sua participação na Ideia do Um, para vigorar como 
unidades. As Ideias são eternas; os entes sensíveis são temporais, efêmeros e somente subsistem 
enquanto se dá a participação. A polis ideal construída por Sócrates deverá ser governada pelos 
filósofos, porque esses concentram-se na atenção ao Inteligível, sem se perder nos apelos do Sensível; 
e, ao imaginar esse governo, uma das exigências para a plenitude de justiça dessa cidade é a expulsão 
dos poetas, os ‘imitadores’. 
Levando-se em conta essa base conceitual, tal como aqui apresentada, assinale a alternativa que 
explica CORRETAMENTE a expulsão dos poetas. 
a) Sócrates redigiu a República com base na teoria das Ideias e chegou à conclusão de que poetas 
são politicamente perigosos e socialmente improdutivos. Assim, somente cientistas e 
construtores podem permanecer em atividade, na polis ideal, porque são os únicos a lidar com o 
Inteligível. 
b) A expulsão dos poetas, propugnada por Sócrates, personagem da República, tem origem em sua 
afirmação de que a poesia está inteiramente fundada no Inteligível. 
c) Platão redigiu a República com base na teoria das Ideias e chegou à conclusão de que poetas são 
politicamente perigosos e socialmente improdutivos. Assim, somente cientistas e construtores 
podem permanecer em atividade, na polis ideal, porque são os únicos a lidar com o Inteligível. 
d) As Ideias são entidades eternas, que vigoram no âmbito Inteligível, ou seja, elas são a 
inteligibilidade ou sentido de tudo que ‘existe’; sem Ideias, as coisas não têm sentido. Os poetas, 
em lugar de atentar ao sentido inteligível dos entes, imitam, reproduzem, copiam – afastando-se, 
assim, das Ideias e desviando a polis de suas tarefas prementes. Este é o motivo de sua exclusão. 
e) Sem uma análise do contexto, é impossível entender uma tese tão radical como a da expulsão dos 
poetas. Sócrates propõe essa medida extrema devido à mistura entre poesia e sofística, que se 
verificava em todas as grandes cidades da Grécia antiga. Os poetas, mesmo Homero e Hesíodo, 
já se deixavam influenciar pelas teses dos sofistas, inimigos da filosofia, com o que Sócrates e 
seus discípulos não podiam concordar. Poetas que louvassem os deuses e a filosofia, porém, 
poderiam permanecer na cidade ideal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Filosofia 
 
7. Para Platão, no livro IV da República, a Justiça, na cidade ideal, “Baseia-se no princípio em virtude do 
qual cada membro do organismo social deve cumprir, com a maior perfeição possível, a sua função 
própria. Tanto os guardiões’ como os ‘governantes’ e os industriais’ têm a sua missão estritamente 
delimitada, e se cada um destes três grupos se esforçar por fazer da melhor maneira possível o que 
lhes compete, o Estado resultante da cooperação destes elementos será o melhor Estado concebível.” 
JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 556. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta. 
a) A cidade, de origem divina, encontra sua perfeição quando reina o amor verdadeiro entre os 
homens, base da concórdia total das classes sociais. 
b) A justiça, na cidade ideal, consiste na submissão de todas as classes ao governante que, pela 
tirania, promove a paz e o bem comum. 
c) A cidade se torna justa quando os indivíduos de classes inferiores, no cumprimento de suas 
funções, ascendem socialmente. 
d) A justiça, na cidade ideal, manifesta-se na igualdade de todos perante a lei e na cooperação de 
cada um no exercício de sua função. 
e) Na cidade ideal, a justiça se constitui na posse do que pertence a cada um e na execução do que 
lhe compete. 
 
8. No livro VII de A República, Platão ilustra o seu pensamento com o famoso mito da caverna. A análise 
do mito pode ser feita sob dois pontos de vista: o epistemológico e o político. Pensando na dimensão 
política, marque a alternativa INCOMPATÍVEL com o ponto de vista de Platão. 
a) A família e a propriedade devem ser mantidas, pois representam um bem para o Estado. 
b) A família e a propriedade devem desaparecer e o Estado deve incumbir-se da educação das 
crianças. 
c) O fim da família e da propriedade colocam fim à cobiça e aos interesses decorrentes dos laços 
familiares. 
d) As pessoas são diferentes e devem ocupar lugares diferentes na sociedade. 
e) A cidade será justa quando reis forem filósofos ou os filósofos forem reis. 
 
9. Segundo Platão, na sequência de Sócrates, a sociedade nasce do homem, isto é, de sua condição 
natural. O Bem e a Justiça se realizam no exercício da cidadania. 
(PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história, Petrópolis, 2006, p. 31) 
 
Sobre esse assunto, está CORRETO o que se afirma na alternativa 
a) Compreender o que são o Bem e a Justiça proporciona subsídios para julgar melhor a concepção 
de cidadania. 
b) O Bem e a Justiça são categorias indiferentes para o entendimento e a prática da cidadania. 
c) O campo da justiça se configura como secundário para subsidiar o exercício da cidadania. 
d) O Homem é um animal social, apenas dotado de individualidade. Isso se constitui questão singular 
no exercício da cidadania 
e) A sociedade é a base de toda forma de existência humana. Nela, o Bem tem um coeficiente ínfimo 
para o efetivo exercício da cidadania. 
 
 
 
 
10 
Filosofia 
 
 
10. No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça concebida como 
a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe é 
própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo dos melhores 
selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu: 
 
“É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de 
vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, 
e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas”. 
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar: 
a) No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma exigência que 
está de acordo com a natureza. 
b) O Estado Ideal prospera melhor com uma massa humana difusamente misturada, em que os 
homens e mulheres livremente se escolhem. 
c) O reconhecimento da honra como fundamento da organização do Estado Ideal torna legítima a 
supremacia dos melhores sobre as classes inferiores. 
d) A condição necessáriapara que se realize o Estado Ideal é que as ocupações próprias de homens 
e mulheres sejam atribuídas por suas qualidades distintas. 
e) O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores fundada na 
riqueza como valor supremo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://dex.descomplica.com.br/enem/filosofia/exercicios-politica-para-platao
 
 
 
 
11 
Filosofia 
 
Gabaritos 
 
Exercícios de fixação 
 
1. Em dado momento do diálogo, Glauco provoca Sócrates fazendo uma apologia (defesa) da injustiça. Diz 
ele: "a experiência nos mostra que as pessoas que agem segundo a sua própria conveniência são sempre 
bem-sucedidas. Além disso, nós não somos justos por natureza, mas sim por sermos coagidos." O Mito 
do Anel de Giges consiste, portanto, numa narrativa utilizada por Glauco para ilustrar essa afirmação. 
Conta-se que Giges era um pastor, que após um terremoto, encontrou, numa das fendas abertas na terra, 
o cadáver de um homem que usava um belíssimo anel. De posse do anel, percebeu que, ao girá-lo no 
dedo, ele lhe conferia o poder da invisibilidade. Invisível, armou um plano para seduzir a rainha, de modo 
que ambos terminam por assassinar o rei. Assim, Giges se torna o maior tirano da região. Glauco conclui, 
portanto: "se todos nós tivessemos o poder de Giges, agiríamos da mesma maneira". 
 
2. Sócrates define a justiça como “a harmonia entre as partes da cidade, cada qual cumprindo a sua 
função”. Nesse sentido, a função é dada pela aptidão de cada cidadão exercer as suas tarefas na cidade. 
Desse modo, assim como a cidade é dividida em três classes, a alma do homem também tem três partes, 
são elas: a parte apetitiva ou concupiscente (alma de bronze, relativa à classe dos artesãos e 
comerciantes), a parte irascível ou impetuosa (alma de prata, relativa à classe dos guerreiros) e a parte 
racional (alma de ouro, relativa à classe dos guardiões). Disso decorre que a justiça na alma também 
corresponde a uma harmonia entre as partes, preservando-se a ideia de que a razão realiza uma função 
de comando, de coordenação e de educação das outras partes. 
 
3. A discussão sobre como deve ser a educação ocupa uma parte significativa do diálogo, tamanha a sua 
importância para a cidade justa idealizada por Platão. Note-se que a educação é fundamentada em dois 
pilares: a ginástica e a música ("musiqué" se refere às artes das musas e engloba não só o canto e a 
harmonia, mas também a poesia). Vale lembrar que a poesia é a base educacional no contexto em que 
vivia Platão. É pela poesia que as crianças aprendem a ler, assim como aprendem os mais diversos mitos 
da tradição. É através da educação que é possível determinar qual parte da alma é predominante em 
cada indivíduo e, portanto, a qual das três classes ele deve pertencer. 
 
4. Em dado momento do diálogo, Sócrates e seus interlocutores percebem que muitos detalhes 
importantes a respeito da cidade ficaram para trás. Passa-se então à discussão acerca de três problemas 
fundamentais, conhecidos como três ondas. A primeira onda diz respeito à comunhão de bens entre os 
governantes, em que se estabelece que eles não devem ter nem propriedade privada, nem família. A 
segunda onda diz respeito à igualdade entre homens e mulheres, no que se refere tanto ao governo da 
cidade quanto à participação na guerra, em que se estabelece que ambos podem exercer as duas 
funções. A terceira onda diz respeito à seguinte frase de Sócrates: "a cidade não será justa enquanto os 
reis não forem filósofos ou os filósofos não forem reis", em que se estabelece a chamada sofocracia, 
isto é, o governo dos sábios. 
 
5. A partir da famosa frase de Sócrates: "a cidade não será justa enquanto os reis não forem filósofos ou 
os filósofos não forem reis", se estabelece a chamada sofocracia, isto é, o governo dos sábios. Porém, 
aquele que tem aptidão para governar deve receber uma educação adequada para tal. Essa educação só 
pode ser uma educação filosófica, porque só a filosofia capacita o governante a contemplar a ideia do 
Bem, que é a ideia máxima no plano das ideias. 
 
 
 
 
12 
Filosofia 
 
Exercícios de vestibulares 
 
1. C 
Devemos reconhecer a importância de Sócrates para o pensamento platônico, sobretudo no que se refere 
ao seu pensamento político. Isso ocorreu, sobretudo, por conta da injusta condenação sofrida por 
Sócrates, que foi obrigado a tomar veneno, após sofrer um processo e observar a maior parte das 
pessoas votarem a favor de sua condenação. A acusação de corruptor dos jovens atenienses escondia 
o repúdio que as classes mais poderosas tinham por Sócrates, por ter mostrado a eles que nada sabiam 
daquilo que pensavam saber. Com a morte de seu grande mestre, Platão faz uma profunda crítica à 
democracia grega, regime que foi capaz de condenar aquele que, segundo ele, era o mais sábio dos 
homens. 
 
2. D 
Usualmente, nós entendemos a justiça como uma forma de igualdade, de tratamento igual para todos. 
Segundo Platão, isso está errado. Para ele, a justiça não consiste em todos terem os mesmos direitos e 
deveres, mas sim em que cada um cumpra aquilo que lhe é devido, uma tarefa específica, segundo as 
suas aptidões, para o bem de toda a comunidade. 
 
3. D 
Toda filosofia política platônica se constrói a partir dos paralelos entre a alma ideal e a cidade ideal. De 
fato, antes de ser uma virtude da sociedade, a justiça é uma virtude do indivíduo, que lhe permite ordenar 
sua alma, de modo que cada uma de suas partes cumpra a sua respectiva tarefa, para o bem do todo. 
 
4. E 
A República de Platão, pensada como a cidade ideal, divide-se em três classes. A primeira classe é a dos 
comerciantes e artesãos (responsável pelas atividades econômicas). A segunda é a dos guerreiros 
(responsável pela defesa da cidade). A terceira, a dos guardiões ou magistrados (responsável pelo 
governo da cidade). A cada uma dessas classes corresponde um tipo de alma. Aos comerciantes e 
artesãos, a alma de bronze; aos guerreiros, a alma de prata; aos magistrados, a alma de ouro. Note-se 
que, para Platão, os filósofos são sempre os mais aptos a governar e, portanto, estão na classe dos 
magistrados (alma de ouro). 
 
5. A 
Para Platão, a educação tem um caráter eminentemente político e social: trata-se de preparar os 
guerreiros e governantes, os quais têm funções específicas e que exigem formação diferenciada, para o 
reto uso da razão. A educação dos guerreiros com ênfase na ginástica e no aprimoramento do corpo, e 
a educação dos governantes com ênfase na filosofia e no aprimoramento da razão, de modo que eles 
sejam capazes de contemplar as ideias do Bem e da Justiça. 
 
6. D 
Platão apresenta duas críticas à poesia. A primeira corresponde à ideia de que a poesia, tal como era 
ensinada no seu tempo, não poderia fazer parte da cidade justa, pois os deuses são apresentados como 
modelos para os jovens, porém esses modelos, nas poesias de Homero e Hesíodo, são ambíguos, ora 
são deuses, ora agem de maneira passional, isto é, se vingam, traem, seduzem etc. Por isso, é necessário 
reformar ou banir a poesia da cidade. A segunda crítica, mais contundente, é de natureza ontológica, isto 
é, referente à realidade do ser e se estende à arte de modo geral. De acordo com Platão, o artista faz 
cópias das coisas do mundo sensível, que já são cópias do mundo inteligível. Portanto, a arte está a três 
graus de distância da Verdade, o que afasta a cidade das suas atividades principais. 
 
 
 
 
13 
Filosofia 
 
 
7. E 
Sócrates define a justiça como “a harmonia entre as partes da cidade, cada qual cumprindo a sua 
função”. Nesse sentido, a função é dada pela aptidão de cada cidadão exercer as suas tarefas na cidade. 
Desse modo, assim como a cidade é dividida em três classes, a alma dohomem também tem três partes, 
são elas: a parte apetitiva ou concupiscente (alma de bronze, relativa à classe dos artesãos e 
comerciantes), a parte irascível ou impetuosa (alma de prata, relativa à classe dos guerreiros) e a parte 
racional (alma de ouro, relativa à classe dos guardiões). Disso decorre que a justiça na alma também 
corresponde a uma harmonia entre as partes, preservando-se a ideia de que a razão realiza uma função 
de comando, de coordenação e de educação das outras parte. 
 
8. A 
A ideia de manter a família e a propriedade é incompatível com o ponto de vista de Platão. Segundo ele, 
tanto a família quanto a propriedade devem desaparecer, como forma de pôr fim à cobiça proveniente 
dos laços familiares. Além disso, Platão acredita que a educação pública (conduzida pelo Estado) é 
fundamental para a construção de uma sociedade justa, uma vez que, por meio da educação, é possível 
identificar qual a parte da alma prevalece em cada indivíduo, o que irá determinar qual a sua função e a 
qual classe social ele irá pertencer (dos artesãos, dos guerreiros ou dos magistrados). 
 
9. A 
Para Platão, compreender o que é o Bem e a Justiça é fundamental para julgar melhor a concepção de 
cidadania. Por isso, aquele que tem aptidão para governar deve receber uma educação adequada para 
tal. Essa educação só pode ser uma educação filosófica, porque só a filosofia capacita o governante a 
contemplar a ideia do Bem, que é a ideia máxima no plano das ideias. 
 
10. A 
Platão faz uma analogia em A República entre a alma e a cidade. A alma humana possui três partes 
principais que correspondem às três classes sociais existentes na cidade. As três partes da alma são: a 
parte apetitiva (alma de bronze), a parte irascível (alma de prata) e a parte racional (alma de ouro). A 
parte apetitiva diz respeito aos desejos e paixões que todo ser humano possui, a parte irascível, à sua 
força, energia, sua coragem, e a parte racional tem a ver com a sua inteligência, a sua sabedoria. 
Platão acredita que a educação é fundamental para a construção de uma sociedade justa. A educação é 
que vai identificar qual a parte da alma prevalece em cada indivíduo. Caso a maior parte da alma daquele 
indivíduo seja dominada pelos apetites, ele deverá ser incluído na classe dos produtores, que devem 
realizar tarefas ligadas à agricultura, ao artesanato e ao comércio. Caso a parte irascível seja a 
dominante, o indivíduo será incluído na classe dos guerreiros, que devem proteger a cidade e defendê-la 
de ataques inimigos. Por fim, aqueles que são dominados pela parte racional da alma devem ser os 
governantes, pois são os únicos que, após décadas de estudo, sabem verdadeiramente o que é a justiça, 
podendo aplicá-la com sabedoria na cidade. Esse tipo de governo é chamado de sofocracia. Note-se que 
o enunciado cobra conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão, relacionando-se, 
portanto, à ideia de governo e à divisão da sociedade em classes, que se dá de acordo com a natureza 
da alma dos indivíduos. Por isso, a alternativa A responde à questão de maneira mais completa do que 
a alternativa D, que trata apenas das ocupações próprias a homens e mulheres e que são atribuídas de 
acordo com as suas qualidades.

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