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FILOSOFIA_AURA_02

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Filosofia
O investimento político das obras platônicas, como no clássico A República
Prof. L.F.
Introdução
Apesar de viver no auge do período democrático da cidade de Atenas, na Antiguidade, Platão não estava convencido de que essa fosse a melhor forma de governo. 
Muito de sua má vontade se justificava exatamente porque seu mestre Sócrates – “o homem mais sábio de todos” – tinha sido condenado à morte por essa mesma democracia.
A Morte de Sócrates, Jacques-Louis David, 1787. Acervo do Metropolitan Museum of Art.
TAREFA AV1
Faremos um Quis
Vcs terão entre 12/04 e 26/04 para responder
Serão 12 perguntas
Cada acerto valerá 0,25 (Total:3,0)
Temas: Aulas 1 e 2
Esses 3,0 são parte da AV1
Introdução
Todos os seus escritos foram produzidos após a morte de seu professor e depois de o filósofo também tentar uma carreira política. Portanto, esses escritos carregaram, de um jeito ou de outro, certo posicionamento político.
A partir dessa sua formação e observando de perto toda a sua literatura, até seria possível dizer que toda – ou, ao menos, grande parte – de sua produção filosófica pode ser, no fundo, lida como um pensamento político em constante amadurecimento. Isso, claro, não no sentido mais simples e amplo do termo, de tratar diretamente de questões organizacionais do Estado, mas conforme citado anteriormente: a política como uma preocupação também ética com a criação de um homem que estivesse interessado em ser correto, não corrompido pelas idiossincrasias (peculiaridades) dos tempos, ou, nos termos platônicos, um homem livre que buscasse as formulações eternas sobre o belo, o verdadeiro e o bem.
A construção da cidade e seus habitantes
A tarefa inicial do diálogo mais famoso de Platão é criar uma polis perfeita que sirva como ideal ou paradigma para todas as cidades. O fato de representar “apenas” um modelo é um dos pontos mais importantes na leitura e interpretação da obra A república, pois protege Sócrates (e Platão) de algumas – mas não todas – controvérsias que a envolvem.
A proposta socrática é formular no logos, ou seja, na teoria, no discurso, em abstrato, essa cidade. Isso faz com que certas propostas mais extravagantes do diálogo não precisem ser vistas como necessárias ou indispensáveis. Nem o próprio Sócrates, por exemplo, defendia com muita veemência certas sugestões, como o fim do formato da família tradicional (com pai, mãe e filhos, apenas), a eugenia (o controle da procriação para atingir uma raça “superior”) ou mesmo ideias bem mais aceitáveis para os dias atuais, como a participação das mulheres na esfera pública.
A construção da cidade e seus habitantes
O ponto de partida da criação da cidade perfeita é a defesa da especialização. Sócrates acreditava que especialistas em apenas uma habilidade ou um ofício são muito mais produtivos nos seus trabalhos que um não especialista ou alguém que atue em mais de uma frente. Tal recomendação formou a cama argumentativa de Sócrates para a defesa da justiça individual: alguém que não está dividido, alguém em equilíbrio entre seus diferentes impulsos, em uma espécie de harmonia psíquica.
Voltando ao tema dos pontos controversos, há um trecho famoso na obra A república mencionado com frequência pelos comentadores. Nele, diferentemente do que seria de se esperar do senso comum na atualidade, Sócrates fez uma censura a obras de arte e a artistas. O argumento é de que não são “necessários”, ao contrário: criam, em princípio, “falsidades”, reproduções, ficções, que não são, na maioria dos casos, ficções “boas”, mas impetuosas, que desequilibram quem as escuta ou as vê.
A construção da cidade e seus habitantes
Em sua cidade bela, justa e verdadeira, é preciso garantir a maior produtividade dos indivíduos, sem desvio de atenção para coisas “supérfluas”, como a arte narrativa, teatral ou pictórica que mostra a história de confrontos raivosos, traições, vinganças, sentimentos que atrapalham a harmonia e o equilíbrio. Nesse caso, sobra para os poetas, atores, coristas, empresários e artífices, sobretudo os que produzem “adereços femininos” – em suma, toda essa classe artística. Estes, ele quer fora da cidade ideal.
A construção da cidade e seus habitantes
Em vez deles, para povoar tal cidade, Sócrates sugere uma série de profissões mais “úteis” para o bem de todos e a felicidade geral. E a mais útil de todas, de acordo com o filósofo, é a do guardião, porque, além de proteger a cidade de ataques externos, é dessa classe que sai, também, o legislador, que poderá produzir as melhores leis do povoado. O problema se resume, então, a como se forma essa classe social.
QUE TIPO DE EDUCAÇÃO AS CRIANÇAS PRECISAM RECEBER PARA SE TORNAREM BONS GUARDIÕES DA CIDADE IDEAL?
A construção da cidade e seus habitantes
Sócrates reflete que não cabe aplicar na infância Homero e Hesíodo, como era o costume – esses poetas seriam nocivos para a proposta platônica. O filósofo explica que, quando pequenos, somos facilmente influenciados. Tais literaturas, com seus mitos e suas histórias amorais, não podem ser as mais apropriadas como forma pedagógica, exatamente pela intemperança (falta de moderação). Um guardião precisa aprender a evitar o ódio e as explosões de ira, tão comuns nesses poemas clássicos. Mesmo que tais obras de arte sejam ou fossem a “verdade”, os guardiões precisam ser poupados dessas violências para a formação de seu caráter.
Em vez disso, Sócrates sugere como pedagogia o treinamento físico e o ensino da Matemática e da música – arte que ele salva explicitamente. O “homem mais sábio de todos” defende a música “porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-na mais fortemente, trazendo consigo a perfeição” (PLATÃO, 2001) – repetindo um argumento também presente no diálogo Protágoras.
A construção da cidade e seus habitantes
Sócrates até aceita que sejam contadas certas ficções, algo como mentiras nobres, na criação das crianças que serão os futuros guardiões. Ele propõe, por exemplo, inventar que os habitantes da cidade ideal são autóctones, isto é – na tradução da palavra grega que ele quer usar –, nasceram literalmente de dentro da terra, sem mãe nem pai humanos. Assim, todos os habitantes de tal cidade seriam irmãos. A sociedade inteira, por consequência, estaria unida em uma única família, o que nos leva a entender onde se encontra sua proposta de abolir a família nuclear – essa em que haveria uma mãe e um pai para cada pequeno grupo social formado com os filhos.
A construção da cidade e seus habitantes
Continuando dentro dessa nobre mentira, as diferentes classes corresponderiam apenas aos distintos tipos de metal de que cada um dos estratos era formado. Por isso que aqueles feitos de ferro ou bronze, aptos a ser fazendeiros ou artesãos, não poderiam ser guardiões. 
Todos, contudo, nasceriam da mesma terra. O ponto principal, portanto, fica inalterado: criar um profundo sentimento de pertencimento em todos os habitantes dessa cidade à terra em que ou, segundo essa “versão”, de que nasceram.
A construção da cidade e seus habitantes
A justiça, nessa localidade, aparece como uma consequência desse cuidado mútuo. Todas as pessoas se percebem como iguais e pertencendo ao mesmo lugar. 
Há um sentimento de harmonia social (a analogia social e individual aparece aqui outra vez). A justificativa para se usar ficção nesse trecho, e não anteriormente, quando expulsam os poetas da cidade, fica para o fato de que Sócrates não acredita que possa haver tal harmonia social sem que as pessoas verdadeiramente creiam em seu íntimo que essa é a ordem natural das coisas. 
Sem moldar as almas, diria Sócrates, não se constrói ou se muda uma sociedade.
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
Desde que Platão colocou seu mestre Sócrates para imaginar uma cidade utópica, diversos autores se incumbiram da tarefa de conceber uma organização social que fosse perfeita. 
A unanimidade também atingiu a recepção crítica. Intérpretes de espectros políticos opostos e de diferentes temporalidades, a começar por Aristóteles, aluno de Platão,enxergaram na Politeia (Termo grego com múltiplas possibilidades de leitura, que faz referência à constituição, ao sistema político ou, ainda, ao ordenamento da estrutura política) platônica um texto conservador. 
Alguns chegam a afirmar que ele fez uma obra em que defende uma espécie de ideologia totalitária: aos guardiões era reservada apenas uma preocupação com o bem da sociedade como um todo, pouco importando suas opiniões pessoais.
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
A relevância era dada para a felicidade da cidade inteira, não de uma classe em especial, talvez do indivíduo. Sócrates ainda tenta contra-argumentar: dentro de uma estrutura de pensamento como a proposta pela obra A república, os guardiões certamente seriam felizes.
Se não bastasse essa falta de liberdade, as técnicas de especialização dos cidadãos e, principalmente, a proposta eugênica para a produção de uma raça “superior” arrancam calafrios pela desconfortável semelhança com as propostas nazifascistas, sem falar na propaganda política como modo de lavagem cerebral de seus cidadãos. E o que dizer de toda a relação misógina (ódio ou aversão às mulheres), que era o padrão do período em que viveu Sócrates?
Mesmo que nas obras de alguns filósofos – como em A república, de Platão – haja uma explícita proposta de equiparação de atuação de homens e mulheres na vida pública, não podemos esquecer que a vida social de determinada época não é espelho de sua literatura.
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
Mas há de se pensar que os tempos eram outros, e julgar um momento histórico com as regras de outro é o pecado mais repudiado pelos historiadores. Tal falta grave recebe o nome de anacronismo (aliás, outro termo que vem do grego!). No entanto, não há muita escapatória quando se fala da crítica feita por Aristóteles – quase contemporâneo de Sócrates. Para ele, essa obsessão por unidade na polis perfeita seria a ruína, não a salvação da cidade.
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
A importância da obra platônica para o pensamento político não pode ser, de maneira nenhuma, descartável, principalmente porque o filósofo faz uma sugestão que coloca em questão todo o pensamento de teoria política desde aquela época até os dias atuais.
Criticando Atenas por ser uma sociedade “democrática” – e que, apesar de todas as ressalvas já levantadas, tinha muito mais participação popular que outras cidades da época –, Sócrates propõe outra forma de organizar os agrupamentos populacionais. Em vez do poder de muitos (democracia), portanto, de gente pouco especializada – e que podia condenar inocentes, como no caso socrático –, ou de poucos e ricos (oligarquia); ou em vez de o poder ficar na mão de apenas uma única pessoa – e essa pessoa querer todo o poder para si (tirania); o poder deveria ser entregue para uma única pessoa, sim, mas alguém extremamente especializado, como acontecia com todas as coisas em “sua” cidade.
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
A importância da obra platônica para o pensamento político não pode ser, de maneira nenhuma, descartável, principalmente porque o filósofo faz uma sugestão que coloca em questão todo o pensamento de teoria política desde aquela época até os dias atuais.
Criticando Atenas por ser uma sociedade “democrática” – e que, apesar de todas as ressalvas já levantadas, tinha muito mais participação popular que outras cidades da época –, Sócrates propõe outra forma de organizar os agrupamentos populacionais. Em vez do poder de muitos (democracia), portanto, de gente pouco especializada – e que podia condenar inocentes, como no caso socrático –, ou de poucos e ricos (oligarquia); ou em vez de o poder ficar na mão de apenas uma única pessoa – e essa pessoa querer todo o poder para si (tirania); o poder deveria ser entregue para uma única pessoa, sim, mas alguém extremamente especializado, como acontecia com todas as coisas em “sua” cidade.
E QUE TIPO DE PESSOA SERIA A MAIS HABILITADA PARA REINAR POR E PARA TODOS, DE MANEIRA DEMOCRÁTICA (SE PODEMOS CHAMAR ASSIM), POR CONHECER OS VALORES DE BOM, JUSTO E VERDADEIRO?
Sim, ele mesmo: o filósofo! 
Mas como se transformar em um filósofo? (Pois, sim, era possível aprender a ser um.)
A unidade, o conservadorismo e o rei filósofo
Segundo Platão, era necessária uma compreensão racional da eterna realidade da verdade, que poderia ser incentivada por uma educação especial em todas as ciências matemáticas. É nesse momento que aparece a mais famosa alegoria da história da filosofia.
O Mito da Caverna
No capítulo VII de A república, Sócrates narra para Glauco uma história:
Homens acorrentados dentro de uma caverna, com apenas uma saída, recebendo luz indiretamente do sol. Aprisionados, os homens só conseguem enxergar as sombras projetadas na parede do que acontece atrás deles. Um deles, contudo, se desvencilha dos grilhões e sai da gruta em direção ao sol. Num primeiro momento, ele tem dificuldade de enxergar, mas, aos poucos, vai se acostumando até que vê as coisas como elas são e, depois, o próprio sol. Impressionado com a visão das coisas verdadeiras, ele decide voltar e contar para os demais prisioneiros a verdade.
O Mito da caverna
O homem que se liberta é o filósofo.
O instrumento que constrói para destruir as correntes é a filosofia.
As pessoas presas na caverna em meio a sombras são as pessoas vivendo em meio ao senso comum, com o saber construído com base nas sensibilidades.
O acesso às coisas pela sensibilidade é parcial tal qual as sombras recebidas pelos indivíduos presos que as tinham como única realidade possível.
O mundo fora da caverna é o mundo das formas puras e as pessoas que manipulam corpos para produzir imagens no fundo da caverna são os sofistas e membros da elite que querem governar a cidade para interesses próprios.
O Mito da caverna
Como se pode notar, a alegoria tem uma faceta política.
Para Platão, a filosofia deve libertar e uma das coisas que ela ensina é que também na política e na ética devemos seguir princípios e não nos  deixarmos guiar por decisões casuísticas ou interesses particulares. 
Imersos no senso comum, corremos o risco de nos deixar levar por aquilo que os detentores do poder querem, para continuarem com o poder.
O Mito da caverna
A condição moral e intelectual da humanidade estaria representada pela condição ultrajante da caverna. Ao conseguir escapar dessa condição para enxergar o mundo como ele é, sem qualquer impedimento, é que seria possível ver as verdades eternas. O sol representaria o ideal de bem – principal critério para se avaliar todas as demais coisas.
É a partir dessa passagem que Sócrates defende que a única chance de se construir uma sociedade ideal seria fazer com que ela fosse governada por um filósofo ou tornar seus governantes, por meio de um programa educacional apropriado, filósofos. Apenas os filósofos escapariam da degradação moral das coisas corriqueiras.
O Mito da caverna
Observe a explícita intenção de Platão de reforçar a importância de uma ética interna forte para a produção de um governante ideal, que, por consequência, produziria uma cidade politicamente estável, unida e harmônica.
A cidade ideal não necessariamente é possível – talvez nem se queira que seja. Porém, como diz Sócrates, ela pode ser “um modelo no céu, para quem quiser contemplá-la e, contemplando-a, fundar uma para si mesmo” (PLATÃO, 2001).
O anel de Giges
“Giges era um pastor a serviço do rei de Lídia. Houve uma grande tempestade e um terremoto fez uma abertura na terra no lugar onde ele estava alimentando seu rebanho. Espantado com a visão, desceu até a abertura, onde, entre outras maravilhas, viu um cavalo oco de bronze, com portas. Giges então se agachou e viu o corpo de um homem com apenas um anel de ouro no dedo.  Ele pegou o anel e voltou para a superfície.
“Com esse anel no dedo, foi assistir à assembleia habitual dos pastores, que se realizava todos os meses, para informar ao rei o estado dos seus rebanhos. Tendo ocupado o seu lugar no meio dos outros, virou sem querero engaste do anel para o interior da mão; imediatamente se tornou invisível aos seus vizinhos, que falaram dele como se não se encontrasse ali. Assustado, apalpou novamente o anel, virou o engaste para fora e tornou-se visível. Logo em seguida repetiu a experiência, para ver se o anel tinha realmente esse poder; reproduziu-se o mesmo prodígio: virando o engaste para dentro, tomava-se invisível; para fora, visível. Assim que teve certeza, conseguiu juntar-se aos mensageiros que iriam conversar  com o rei. Chegando ao palácio, seduziu a rainha, conspirou com ela a morte do rei, matou-o e obteve assim o poder.
O anel de Giges
Na República, livro II, o filósofo apresenta uma outra tese interessante: a de que ninguém seria honesto naturalmente.
Em seu modo de ver, agimos conforme as regras porque somos motivados por fatores externos à nossa consciência, tais como: medo de reprovação social, medo da sanção judicial, temor de represálias etc.
A prática do mal estaria vinculada à ignorância, ou seja, ao desconhecimento. Por isso, Platão e seu mestre Sócrates lutaram pelo pensamento autônomo, pela necessidade de reflexão que significa um pensar sistemático, que investiga os fundamentos, analisa definições etc. Assim, antes de agir, o sujeito deve refletir sobre sua ação e basear sua postura em princípios.
Atividade Autônoma Aura
1. Ao começar a "povoar" na imaginação sua cidade ideal, Platão, por meio de Sócrates, "expulsa" poetas, dramaturgos e outros artistas. Qual é o argumento para se proibir essas artes? 
a) São úteis demais, criando uma dificuldade de imaginação além delas próprias. 
b) Inflam nos escravos a vontade de lutar pelas suas liberdades, o que atrapalharia a economia grega. 
c) Demonstram como as mulheres são iguais aos homens, o que contrariaria o senso comum da época. 
d) Era uma maneira de acabar com as diferenças de classe entre cada um dos moradores dessa cidade idealizada. 
e) Produziriam sentimentos que atrapalham a harmonia e o equilíbrio.
 
Atividade Autônoma Aura
Questão 2: Por que Platão, por meio do seu personagem Sócrates, defende que a única forma de construir uma sociedade ideal seria fazer com que ela fosse governada por um filósofo, ou tornar os seus governantes, filósofos?
a) Apenas os filósofos escapariam da degradação moral e enxergariam a verdade eterna. 
b) São os únicos desocupados na cidade de questões práticas. 
c) Porque os filósofos são os melhores na retórica e na oratória. 
d) Porque os poetas haviam sido expulsos da cidade ideal. 
e) Ele estava defendendo a própria profissão e querendo arranjar uma fonte de renda fixa, já que não recebia nada pelas suas aulas.

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