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Direito Civil Transmissão das Obrigações Transmissão das obrigações= transferir uma obrigação de uma pessoa (natural/física ou jurídica) para outra pessoa (natural/física ou jurídica) Quando a transmissão da obrigação se dá na parte ativa da relação obrigacional, quando um credor transfere o seu direito de crédito para outra pessoa = cessão de crédito Cessão de Crédito Artigos 286 ao 298 do código civil É o negócio jurídico mediante o qual o credor (pessoa natural ou jurídica) transfere para outra pessoa (natural ou jurídica) os seus direitos de crédito da relação obrigacional. *Cedente= Credor que cedeu o crédito *Cessionário= Pessoa que recebeu o direito de crédito do cedente. Quanto à extensão do Crédito, a Cessão de Crédito pode ser: a-Total b-Parcial Cessão de Crédito total= quando o credor transmite todos os seus direitos de crédito para outra pessoa. Cessão de crédito parcial= quando o Credor transmite apenas parte de seus direitos de crédito para outra pessoa. Exemplo: transmite 50% de seu crédito. Quanto às obrigações que a cessão de crédito podem gerar: a- A cessão de crédito a Título Gratuito b- A cessão de crédito a Título Oneroso Cessão de Crédito a Título Gratuito = ocorre quando o Credor transmite a obrigação gratuitamente. Ex: Roberto transfere seu direito de Crédito para Pedro gratuitamente. Cessão de Crédito a Título Oneroso = ocorre quando o Credor transmite a obrigação em troca de uma remuneração. EX: O banco Delta tem um crédito com o devedor João no valor de R$50.000. O Banco Delta cede seu direito de crédito para a Agência de cobrança Y pelo valor de R$5.000. Quanto à Origem, a cessão de crédito pode ser: a-Convencional b-Legal c-Judicial Cessão de Crédito Convencional= Quando a cessão de crédito é determinada pela livre vontade do cedente e do cessionário. Cessão de Crédito Legal= Quando a cessão de Crédito é determinada pela lei. Exemplo: Artigo 287 do Código Civil que diz que se for cedido o crédito também serão cedidos os acessórios (exemplo: multa) Cessão de Crédito Judicial= Quando a cessão de crédito é determinada por decisão Judicial. Exemplo: Em um inventário o Juiz decide que um crédito do falecido transmite-se para o seu herdeiro. Artigo 286 CC. O CREDOR PODE CEDER O SEU CRÉDITO, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. O Credor pode ceder o seu crédito, de modo Gratuito ou Oneroso, de modo Total ou Parcial. Regra= O Credor pode ceder o seu crédito Exceções= Nos casos previstos no artigo 286 do cc. Quando o Credor não pode ceder o seu crédito (art 2876 cc)? 1. Quando a cessão de crédito se opuser a natureza da obrigação; 2. Quando a lei não permitir; 3. Quando as partes convencionarem que o crédito não poderia ser cedido. Quando a Natureza da obrigação não permite a cessão: O credor não poderá ceder o crédito quando a cessão de crédito se opuser à natureza da obrigação. Nem todo direito pode ser cedido. Por exemplo: os direitos personalíssimos (alimentos); os direitos da personalidade (nome; honra; filiação etc); os créditos alimentares (salários e vencimentos) não podem ser cedidos porque pertencem exclusivamente à própria pessoa. Quando a lei não permite a cessão de crédito: O Credor não pode ceder o crédito quando a lei não permite a cessão de crédito. Se a lei não permite a cessão de um tipo de crédito, o Credor não poderá realizar a cessão exatamente porque a lei se opõe (veda) à cessão daquele tipo de crédito. Exemplos: 1- O artigo 298 do CC diz que o crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor. Sendo assim, o crédito que já foi penhorado não pode ser cedido pelo credor porque a lei (artigo 298 do CC) não permite. 2- O artigo 10, da lei 1.060/50, diz que o benefício da Justiça Gratuita não pode ser cedido. Quando a convenção (vontade das partes) não permite a cessão: O Credor não pode ceder o crédito quando ficou convencionado no negócio jurídico feito entre o credor e o devedor que não seria permitida a cessão = cláusula proibitiva de cessão. ⬆ Artigo 286 CC. (...) a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. A cláusula contratual que proíbe a cessão de crédito tem de constar expressamente no contrato (instrumento) para poder ser exigida. Caso o credor realize uma cessão de crédito para um cessionário de boa-fé e, posteriormente, o devedor venha alegar que o credor não poderia ter cedido o crédito, a proibição somente poderá ser alegada pelo devedor se constar no instrumento da obrigação (no negócio jurídico). Artigo 287 CC. Salvo disposição em contrário, na CESSÃO DE UM CRÉDITO ABRANGEM-SE TODOS OS SEUS ACESSÓRIOS. Quando o Credor ceder o seu crédito para outra pessoa, ele também estará cedendo todos os acessórios desse crédito. Princípio da Gravitação Jurídica = os Acessórios acompanham o Principal. Exemplos de acessórios de um crédito: 1-Juros 2-Multa 3-Fiança 4-Aval 5-Hipoteca 6-Penhor Se o Credor ceder o seu crédito para outra pessoa estará cedendo também os acessórios desse crédito, por exemplo estará cedendo o crédito e os juros; ou o crédito e a multa; ou o crédito e a fiança etc. Exemplo: João é credor de Pedro por meio de uma nota promissória no valor de R$30.000. A nota promissória está garantida pelo Aval de Patricia Ramos. Principal= Crédito Acessório= Aval Suponhamos que João cedeu o crédito na nota promissória de R$30.000 para Ricardo. João ao ceder o crédito da nota promissória para Ricardo também cedeu o aval de Patricia Ramos que garantia o pagamento da nota promissória. É possível ceder o crédito sem ceder os acessórios ? R= sim. Artigo 287. Salvo disposição em contrário, (...) Artigo 288 CC. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do §1° do artigo 654. A Cessão de crédito para gerar efeito entre as partes (cedente; cessionário e devedor) pode ser realizada de forma livre. Considerando que a lei não exige uma forma especial, a Cessão de crédito é um negócio jurídico não solene (de forma livre). A cessão de crédito pode ser realizada por contrato; verbalmente; por meio eletrônico etc Para que a Cessão de Crédito tenha eficácia em relação a terceiros, deverá obedecer aos requisitos do artigo 288, que são: 1-Ser realizada por INSTRUMENTO PÚBLICO; ou 2-Ser realizada por INSTRUMENTO PARTICULAR que obedeça as solenidades previstas no artigo 654, §1° do CC. *Instrumento Público é aquele realizado por Escritura Pública, é um documento público elaborado por um tabelião (Cartório ou Tabelionato) *Instrumento Particular é o negócio jurídico realizado entre as partes, não é confeccionado no Tabelionato (cartório). O documento particular que originou a cessão de crédito deverá obedecer aos seguintes critérios (artigo 654, §1° do CC) : 1- O lugar em que foi passada a cessão. Ex: São Paulo; Curitiba etc; 2- A qualificação do Cedente e do Cessionário, devendo constar no documento o nome completo, identidade, CPF, etc 3- A data em que foi realizada a Cessão de crédito; 4- A indicação exata do objeto e da extensão da cessão. Apesar de não constar no parágrafo 1° do artigo 654 do código civil, a Cessão deverá ser registrada em cartório, conforme determina a lei dos registros públicos (Lei n. 6.015/73). Assunção de Dívida A Assunção de Dívida ocorre quando uma pessoa (natural ou jurídica) assume o lugar do Devedor primitivo na relação obrigacional. Assunção de Dívida = um terceiro (assuntor ou novo devedor) assume a obrigação do Devedor Primitivo. Assuntor = Novo devedor ou terceiro Artigo 299 CC. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo (...) Para o Credor a pessoa do devedor é fundamental para o recebimento decrédito, por isso é necessário que a assunção da dívida seja feita somente com consentimento do credor. *Assunção de Dívida Liberatória= Libera o devedor primitivo da obrigação. Enunciado 16 da I jornada de Direito civil do conselho da Justiça Federal: O artigo 299 do CC não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do Credor. No caso da assunção cumulativa, tanto o novo devedor quanto o devedor primitivo, passam a ser responsáveis solidários pela dívida. Se por ocasião da assunção da dívida, o terceiro (devedor ou assuntor) era insolvente, e o credor não sabia da insolvência, o Devedor primitivo não fica exonerado da dívida podendo ser demandado para pagar a dívida = assunção de dívida cumulativa. Se o credor for notificado para dizer se aceita a Assunção da Dívida e não se manifestar (silenciar), o seu silêncio será interpretado como recusa = se o credor silenciar quer dizer que ele não aceitou a Assunção de Dívida. Artigo 300 do CC. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
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