Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Imperfeições nos Sólidos Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Quando a tensão supera a tensão de escoamento iniciam-se as rupturas das ligações químicas e os movimentos atômicos no interior dos materiais. • Os átomos tem uma tendência a rolarem uns sobre os outros, e os esforços de cisalhamento são os responsáveis pelos movimentos atômicos. • Os esforços externos sendo de tração ou compressão, são as tensões responsáveis pela deformação plástica. • As tensões de cisalhamento responsáveis pela deformação serão componentes desses valores externos. Discordâncias Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Discordâncias • Nos materiais cristalinos o principal mecanismo de deformação plástica consiste no escorregamento de planos atômicos através da movimentação de discordâncias. • As discordâncias são planos incompletos de átomos gerados no momento da cristalização devido a má formação dos planos vizinhos. • Discordância Aresta – é um distorção localizada da rede cristalina ao longo da extremidade de um semiplano adicional de átomos, que também define a linha de discordância. • Discordância Espiral – pode ser considerada como sendo resultante de uma distorção por cisalhamento. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Formação de um degrau na superfície de um metal pela movimentação de (a) uma discordância em aresta e (b) uma discordância em espiral. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Tensão de cisalhamento Tensão de cisalhamento Tensão de cisalhamento Plano de escorregamento Linha de discordância, aresta Deformação plástica produzida pela movimentação de uma discordância em cunha Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Tensões de tração e compressão no reticulado próximo, podem se repelir (a) ou se anular (b) dependendo da localização dessas forças. Características das discordâncias: Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Escorregamento em Monocristais e Policristais Alteração da microestrutura de um metal policristalino em consequência da deformação plástica. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Mecanismos de endurecimento em metais Restringir ou dificultar a movimentação das discordâncias torna os metais mais resistentes, mais duros e menos dúcteis. Isso pode ser obtido por: • Endurecimento por deformação plástica (encruamento) • Endurecimento por diminuição (refino) do tamanho do grão. • Endurecimento por solução sólida • Endurecimento por precipitação ou dispersão Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Encruamento • É o mecanismo pelo qual um material dúctil se torna mais duro e resistente depois de ter sido submetido a uma deformação plástica. • Durante a deformação plástica, as discordâncias movimentam-se, multiplicam-se, interagem entre si formando “emaranhados”. • Para que a movimentação das discordâncias ocorra passa a haver a necessidade de tensões crescentes. Densidade de discordâncias : 2 x 108 cm/cm3 Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Refino de Grão • Nos materiais monofásicos, a variação do limite de escoamento (𝜎𝑦) com o tamanho do grão médio (d) é expressa por: (Relação de Hall-Petch) onde: 𝜎0 𝑒 𝑘𝑦 são constantes características do material. • Contornos de grão são obstáculos para a movimentação de discordâncias Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Interação entre uma discordância em movimento e um contorno de grão. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Solução Sólida • É caracterizada pela formação de ligas com átomo de impureza que entra em lugares intersticiais e substitucionais na estrutura cristalina, sem o aparecimento de uma segunda fase desses átomos. Ocorrendo solubilidade total. • Os campos de tensão gerados por átomos de soluto que interagem com os campos de tensão das discordâncias, dificultando a movimentação das discordâncias e, consequentemente, promovendo endurecimento. • O aumento da concentração de impurezas resulta em um consequente aumento no limite de resistência à tração e no limite de escoamento . Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Solução Sólida Variação de: (a) resistência à tração; (b) limite de escoamento (c) ductilidade com o teor de Ni para ligas Cu-Ni Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Mecanismos de Recuperação Recristalização e Crescimento de Grão • Uma fração da energia gasta na deformação é armazenada no metal na forma de uma energia de deformação, que está associada a zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor de discordâncias recém criadas. • Essas deformações estruturais podem ser revertidas novamente para os seus estados anteriores ao trabalho a frio mediante um tratamento térmico de recozimento. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Na ausência da aplicação de tensão externa, uma parte da energia interna de deformação armazenada é liberada em virtude do movimento das discordâncias, que resultam de uma melhor difusão atômica a temperatura mais elevada. • Resultando numa redução no número de discordâncias e sendo produzidas configurações de discordâncias que possuem baixas energias de deformação. Recuperação Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Ocorre a formação de um novo conjunto de grãos livres de deformação, com baixas densidades de discordâncias. • As propriedades mecânicas, alteradas como resultado do trabalho a frio, são restauradas aos seus valores iniciais, o material se torna mais macio, menos resistente mais dúctil. • O grau de recristalização depende tanto do tempo como da temperatura. • A temperatura de recristalização é a temperatura na qual a recristalização atinge seu término em exatamente 1 hora. • No trabalho a quente o material permanece relativamente macio e dúctil durante a deformação, pois ele não sofre encruamento, sendo possíveis grandes deformações. Recristalização Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Recristalização Recristalização de latão encruado (40X). De (a) a (h) pode-se ver a recristalização e o crescimento dos grãos em temperaturas elevadas. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia liga de Cu-Zn Recristalização Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Recristalização Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Crescimento de grão • Após a recristalização, os grãos livres de deformação continuarão a crescer se a amostra for deixada a uma temperatura elevada. • O crescimento de grão ocorre pela migração de contornos de grão. • O movimento dos contornos consiste simplesmente na difusão dos átomos em pequena escala de um lado do contorno de grão para outro. • O crescimento de grão procede mais rapidamente à medida que a temperatura aumenta. Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção IndustrialVicente Oliveira Engenharia Falha Mecanismos de Fratura • “Fratura é a separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes sob a ação de tensão.” • Fratura Dúctil: acompanhada de intensa deformação plástica • Fratura Frágil: Não é acompanhada de deformação plástica Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Monocristais • Ação sucessiva de linhas de discordâncias em um ou mais sistemas de escorregamento (heterogeneidade de deformação) • Cisalhamento – monocristais orientados para ativação de um único sistema de escorregamento Fratura dúctil Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Fratura dúctil • Fratura dúctil por cisalhamento • A fratura vai ocorrer quando a cessão resistente for uma linha Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Ativação de mais de um sistema de escorregamento: • A evolução da deformação leva à formação da estricção • Se a amostra for homogênea e livre de partículas, a seção resistente diminui até se tornar um ponto. Este fenômeno é conhecido como “colapso plástico” • Se o monocristal for orientado de modo não favorável à ativação de sistemas de escorregamento, a fratura ocorre por clivagem Fratura dúctil Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Este fenômeno é conhecido como “colapso plástico” • Se o monocristal for orientado de modo não favorável à ativação de sistemas de escorregamento, a fratura ocorre por clivagem Fratura dúctil • Cisalhamento e colapso plástico são fenômenos raros • Ouro pode fraturar por colapso plástico • Materiais “normais” do dia a dia têm barreiras internas às discordâncias: • Contornos de grão • Contornos de macla • Partículas • Precipitados • Inclusões Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Fratura dúctil Microcavidades • Partículas de segunda fase favorecem o aparecimento de microcavidades • Fratura da partícula • Descolamento da interface Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia • Ocorre com baixa absorção de energia – Pouca ou nenhuma deformação plástica • Mecanismos • Clivagem – Ruptura total de ligações químicas ao longo de um plano cristalino (fratura transgranular) • Fratura intergranular – Decoesão de contornos de grão Fratura Frágil Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Fratura por clivagem • Característica: presença de facetas correspondentes ao plano cristalográfico. • A trinca pode se propagar em planos paralelos, mudando de plano à medida que propaga. • A mudança de plano causa o aparecimento de degraus • O acúmulo de degraus resulta em uma morfologia chamada de “Marcas de rio” (River marks) Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia Fratura por clivagem Degraus • A clivagem é um processo de baixa energia • No encontro de dois degraus, a fratura ocorre por deformação plástica, que é um processo de alta absorção de energia • Isso afeta a energia total absorvida durante a fratura Prof. Eng. Vicente Oliveira Materiais de Produção Industrial Vicente Oliveira Engenharia
Compartilhar