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Pós - Educação Permanente em Saúde

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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM 
SAÚDE
W
B
A
01
29
_v
2.
1
2
Bruna Argolo Soares
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Danielle Leite de Lemos Oliveira
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Soares, Bruna Argolo.
S676e Educação permanente em saúde/ Bruna Argolo Soares,
 Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 41 p.
 ISBN 978-65-5903-025-5
1. Propostas pedagógicas 2. Educação 3. Organização I. 
Título.
 
CDD 370 
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 6/2786
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Educação permanente em saúde: conceitos e definições ___________ 05
Construção da educação permanente em saúde ___________________ 20
Diretrizes da educação permanente em saúde _____________________ 34
Financiamento e avaliação da educação em saúde _________________ 47
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
5
Educação permanente em saúde: 
conceitos e definições
Autoria: Bruna Argôlo Soares
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
Objetivos
• Compreender as diferentes práticas pedagógicas 
para produção do conhecimento.
• Caracterizar a linha histórica da educação 
permanente em saúde.
• Descrever conceitos de educação em saúde.
6
1. Introdução
Transmitir conhecimento é uma forma importante de compartilhar o 
saber entre os povos e indivíduos. Quando esse conhecimento considera 
a vivência e o contexto onde essa população está inserida, torna-se 
ainda mais consolidado e transformador.
A educação permanente em saúde, prepara profissionais e a população 
para atuarem em diversas situações observadas a partir do cotidiano. 
A partir da identificação da problemática identificada, é estruturado e 
realizado acompanhamento e troca de conhecimentos para que esses 
profissionais e a população possam atuar com maior autonomia no 
autocuidado e no cuidado ao outro.
Ao se tratar de educação em saúde ou a educação em qualquer 
contexto, deve-se considerar importante o “como ensinar” para que 
se consiga chegar ao objetivo esperado, que é a transformação da 
realidade onde este sujeito está inserido. Dentre as abordagens 
pedagógicas, veja a seguir.
1.1 Abordagem tradicional
A abordagem tradicional de transmissão está focada em um agente 
transmissor do conhecimento, que ensina, e outro receptor, que “não 
sabe” e está recebendo as informações. Dessa forma, a lógica dessa 
abordagem é puramente transmitir o conhecimento a outrem. A pessoa 
que “sabe mais”, supostamente está apto a ensinar, aconselhar e corrigir 
quem está apto à recepção desse conhecimento.
Uma limitação desta abordagem se dá quando o profissional, que foi 
ensinado nesse modelo, se considera autoridade máxima no tema e 
se torna um repetidor de informações e ações o que pode acarretar 
também em não atualização do tema diante das crenças, dos contextos, 
7
valores e realidades dos sujeitos que receberão as informações (pessoas 
que “devem” aprender) (OLIVEIRA; LEITE, 2011).
1.2 Condicionamento
Outra abordagem é o condicionamento. Ele baseia-se na concentração 
e condutas com estímulos para que o aprendiz emita respostas 
necessárias e esperadas para determinada situação, ou seja, são dadas 
instruções para que os indivíduos executem uma tarefa, ou ação, 
mediante aquelas instruções, não considerando conhecimento prévio 
que trazem consigo e nem o “por que” da realização de determinada 
tarefa de um modo e não de outro. Essa abordagem é condicionada 
a estímulos (“ordens”) para que os aprendizes executem ações, o que 
pode limitar a reflexão deles a respeito do motivo e justificativa para 
qual a tarefa é realizada de tal forma (OLIVEIRA; LEITE, 2011).
1.3 Abordagem humanista
A abordagem humanista, considera a personalidade da pessoa que está 
no papel de aprendiz, de receptor do conhecimento, ou seja, caracteriza-
se pelo ensino centrado no aluno. Como relatam Oliveira e Leite (2011), 
a aprendizagem é realizada considerando as percepções do indivíduo e 
buscando a ressignificação de experiências pessoais que traz consigo.
Nessa abordagem, o aluno é o principal autor do seu processo de 
aprendizagem, em que o professor atua como um facilitador desse 
processo, auxiliando e norteando ações e direcionando o sentido da 
aprendizagem, valorizando as relações entre os sujeitos do processo 
e orientando para que seja formado além de um estudante, um 
indivíduo, com suas características e personalidade com capacidade 
crítica de entendimento e socialmente envolvido no seu processo de 
conhecimento.
8
1.4 Abordagem cognitivista
A abordagem cognitivista, considera o caminho percorrido pelo 
indivíduo, desde o nascimento, como um processo de construção 
do conhecimento. Considera que as pessoas trazem consigo 
importantes traços culturais, afetivos, de personalidade, o momento 
histórico e cronológico em que está inserido. O indivíduo constrói 
seu conhecimento desde o momento do nascimento até a morte, 
e a intervenção pedagógica de ensino-aprendizagem contribui de 
forma significativa para o desenvolvimento da capacidade de realizar 
aprendizagens que sejam capazes de modificar a realidade em que o 
sujeito está inserido.
1.5 Abordagem sociocultural
A abordagem sociocultural coloca no centro do processo de ensino-
aprendizagem contextos políticos, econômicos, social e cultural aos 
quais a ação educativa está inserida. Considera que a educação deve 
ser problematizadora, ou seja, considerar problemas do cotidiano e da 
vivência do indivíduo que está inserido em um contexto, envolvendo-o 
no processo de produção do conhecimento como parte integrante da 
sociedade. A relação entre o professor e aluno, torna-se igualitária, 
em que o professor, enquanto facilitador e crítico, deve estimular e 
questionar os alunos para que se tornem produtores do conhecimento 
desejado.
A escolha da melhor abordagem pedagógica para utilização com a 
equipe ou com a população, deve considerar que há momentos em que 
a transmissão do conteúdo e do conhecimento são necessárias para 
proporcionar embasamento teórico e vivência para esses indivíduos e 
que haverá momentos em que será necessário considerar os saberes 
prévios e conhecimentos vividos e trazidos pelos participantes para que 
o conceito seja compreendido e a realidade seja transformada.
9
1.6 Contexto histórico da educação em saúde
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 (brasil, 1988) deu o ponta pé 
inicial para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em seu art. 196, 
em que descreve que “a saúde é direito de todos e dever do Estado,garantido mediante políticas sociais e econômicas”, tornando as ações 
e serviços de saúde parte integrante de um sistema único em todo 
território nacional. Ainda segundo a Constituição Federal, em seu art. 
200 trata que “Ao sistema único de saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei: [...] III–ordenar a formação de recursos 
humanos na área de saúde”, demonstrando a relevância de formação 
profissional para o SUS (BRASIL, 1988).
Nesse contexto, no ano de 1990 foi sancionada a Lei Orgânica da 
Saúde, nº 8080 de 19 de setembro (BRASIL, 1990), que dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Nos 
artigos 11 e 12 da referida lei, discorre sobre a criação de Comissões 
Intersetoriais com objetivo de articular políticas e programas de 
interesses inerentes à saúde abrangendo, entre outras ações, às de 
atividades voltadas para recursos humanos.
De acordo com o parágrafo único do art. 14:
Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, 
métodos e estratégias para a formação e educação continuada 
dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera 
correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica 
entre essas instituições. (BRASIL, 1990, p. 10)
Dessa maneira, desde a Constituição Federal, já houve preocupação 
quanto à capacitação profissional para saúde, consolidando ainda mais a 
temática por meio da Lei Orgânica da Saúde.
10
Em 2003, o Conselho Nacional de Saúde aprovou a Resolução de 
nº 335 de 27 de novembro, que afirmar a aprovação da “Política 
Nacional de Formação e Desenvolvimento para o SUS: Caminhos para 
a Educação Permanente em Saúde” e a estratégia de “Polos ou Rodas 
de Educação Permanente em Saúde” como instâncias loco regionais e 
interinstitucionais de gestão da educação permanente. Essa resolução 
recomenda, ainda, aos gestores do SUS que implementem com maior 
brevidade a política mencionada e assegurem os recursos necessários 
para que seja viável sua realização conjuntamente com as instituições de 
ensino de todo Brasil.
No ano seguinte, em 2004, mediante as discussões e importância 
elencadas da educação em saúde, foi instituída a Política Nacional 
de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) por meio da então 
Portaria GM/MS nº 198 de 19 de fevereiro de 2004, que em seu texto 
trata: “Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 
como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o 
desenvolvimento de trabalhadores para o setor”.
Essa portaria descreve os objetivos e ações necessárias para a 
implementação e execução da educação permanente em saúde e a 
conceitua como:
Conceito pedagógico, no setor da saúde, para efetuar relações orgânicas 
entre ensino e as ações e serviços e entre docência e atenção à saúde, 
sendo ampliado, na Reforma Sanitária Brasileira, para as relações entre 
formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e controle social 
em saúde. (BRASIL, 2004, p. 1)
A criação dessa política foi um marco importante para a implementação 
e institucionalização da educação permanente em saúde, visto que 
ela se tornou instrumento facilitador e relevante para a capacitação e 
atualização dos profissionais envolvidos na prestação de serviços de 
saúde para a população.
11
No ano de 2007, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 
1.996 de 20 de agosto (BRASIL, 2007), publicou sobre as diretrizes para a 
implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, 
considerando a “responsabilidade constitucional do Sistema Único de 
Saúde de ordenar a formação de recursos humanos para a área de 
saúde e de incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento 
científico e tecnológico” (BRASIL, 2007, p. 1). Essa portaria apresenta, 
ainda, orientações para elaboração de Planos Estadual e Regionais de 
Educação Permanente em Saúde e, ainda, dispõe sobre como deve ser 
a transferência de recursos financeiros federais destinados à educação 
permanente de profissionais dentro dos seus estados e regiões de 
saúde.
Após a criação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, 
o Ministério da Saúde publicou diversas portarias dispondo sobre o 
detalhamento dos recursos financeiros destinados às ações de educação 
permanente em saúde nas instâncias federal, estadual e municipal. 
Alguns exemplos foram as portarias nº 2813 de 20 de novembro de 
2008, nº 2953 de 25 de novembro de 2009, nº 4033 de 17 de dezembro 
de 2010 e nº 2200 de 14 de setembro de 2011.
Em 2017, a Portaria GM/MS de nº 198/2004 e a Portaria GM/MS de 
1996/2007 foram revogadas e compiladas nas Portarias de Consolidação 
GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017, que dispõe sobre as “normas 
relativas às políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde”, e 
na Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, 
que dispõe sobre as “normas de financiamento e a transferência dos 
recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema Único 
de Saúde”.
Ainda em 2017, houve publicação da Portaria GM/MS de nº 3.194, 
de 28 de novembro de 2017, que “Dispõe sobre o Programa para o 
Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde no 
Sistema Único de Saúde–PRO EPS-SUS”, que considera “a necessidade 
12
de desenvolver ações para a formação e a Educação Permanente de 
profissionais e trabalhadores em saúde necessários ao SUS” (BRASIL, 
2017, p. 1).
E descreve em seu art. 2º que o:
PRO EPS-SUS tem como objetivo geral estimular, acompanhar e fortalecer 
a qualificação profissional dos trabalhadores da área da saúde para a 
transformação das práticas de saúde em direção ao atendimento dos 
princípios fundamentais do SUS, a partir da realidade local e da análise 
coletiva dos processos de trabalho. (BRASIL, 2017, p. 1)
Diante desse contexto de publicações e normativas a respeito da 
educação permanente em saúde, reforça a importância de falar em 
formação profissional específica para atuação dentro do SUS, que 
envolve desafios, limites, responsabilidades, possibilidades e ações que 
integram todos os níveis de atenção à saúde, seja o primário, secundário 
ou terciário. Em todos é necessário atualização constante, e a elaboração 
e implementação dessas normativas e portarias auxiliam na prestação 
de serviços voltados à capacitação profissional e, ainda, fortalecem 
o setor saúde e sensibiliza os gestores e a população sobre como a 
educação em saúde é capaz de modificar a realidade, melhorando a 
assistência e os serviços prestados às pessoas que têm direito à saúde e 
aos cuidados de qualidade e resolutividade.
A educação em saúde, vem ainda romper paradigmas e superar a visão 
curativista e biologicista da formação profissional, superando a visão 
do profissional da saúde como um ser de execução técnica e manual, 
para um ser de construção de conhecimento abrangente e ampliado 
sobre o processo de prevenção e promoção da saúde e o processo 
de adoecimento da população. Dessa forma, essa educação contribui 
para o fortalecimento da saúde pública e ainda melhoria na assistência 
dispensada a sociedade.
13
Figura 1 – Linha histórica da Educação Permanente em Saúde
Fonte: elaborada pelo autor.
Portaria nº 198 
de 19 de fevereiro 
de 2004
14
A figura anterior, demonstra, de forma esquematizada e estratégica, 
a linha do tempo apresentada até o momento sobre a educação 
permanente. Importante que você saiba identificar quais os principais 
acontecimentos e marcos dentro da expansão e consolidação da 
educação no âmbito da saúde.
1.7 Educação em saúde
O MS define educação em saúde como:
Processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa 
à apropriação temática pela população [...]. Conjunto de práticas do setor 
que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado 
e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma 
atenção de saúde de acordo com suas necessidades. (BRASIL, 2009, p.22)
A educação em saúde, teve início no final do século XIX e o início do 
século XX como um momento de construção importante de práticas de 
educação e prevenção com um discurso higienista, e com a finalidade 
de controlar e prevenir doenças, o que dava autonomia ao indivíduo 
na produção de sua saúde. Esse contexto de educação em saúde foi 
influenciado pela concepção de educação transmissora e na reprodução 
de conhecimento, sem ainda, provocar uma reflexão no educando/
indivíduo.
Em 2003, houve uma reestruturação junto ao Ministério da Saúde, o 
que acarretou na criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde (SGTES), gerando importante mobilização para ações 
gerenciais voltadas para o campo da educação em saúde, no trabalho e 
formação profissional, valorizando e qualificando os trabalhadores do 
setor saúde.
A comunicação entre essa tríade é um fator fundamental para a 
construção de vínculos e troca de conhecimento, envolvendo a 
15
população nesse processo, e gestores para que a educação seja efetiva 
e aplicável à prática das unidades de saúde e, também, no cotidiano da 
população assistida pela unidade.
A educação em saúde, enquanto um processo pedagógico, deve gerar 
um pensamento crítico e reflexivo acerca da realidade vivida, permitindo 
que ela seja transformada para melhoria nos cuidados, autonomia e 
emancipação do sujeito, tornando-o capaz de opinar e tomar decisões 
no cuidar de si e do outro.
A pratica da educação em saúde, envolve diversos setores e atores 
principais em seu processo: os profissionais da saúde que são parte 
integrante e importante desse processo no que diz respeito a prevenção 
de doenças e promoção da saúde; os gestores que devem apoiar e 
fomentar a instalação e implementação da educação em saúde em 
todo âmbito local, regional e nacional; e a população que apresenta 
necessidade de adquirir e construir seus conhecimentos com objetivo de 
aumentar sua autonomia e auto responsabilização pelo seu cuidado, da 
família e comunidade.
O campo de atuação profissional na saúde, requer, além de atualização 
constante, inteligência emocional para lidar com as relações 
interpessoais e para que sejam sempre profissionais voltados para a 
integralidade do cuidado. Essa ação, promove bem-estar e assistência à 
saúde de qualidade à população. Dessa forma, a educação em saúde se 
torna um processo essencial para atualização tecnológica e assistencial, 
além de fonte inesgotável de conhecimento e aperfeiçoamento na 
formação desse profissional.
1.8 Educação popular em saúde
Faz-se necessário considerar o saber popular em saúde, importante para 
o processo de validação e aplicabilidade do conteúdo e conhecimento 
compartilhado. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), conceitua 
16
educação popular como ações educativas com o objetivo de promover, 
na população, a educação em saúde, mediante inclusão social e 
promoção de sua autonomia na participação em saúde.
Esse tipo de educação, valoriza os saberes e o conhecimento prévio da 
população, e não somente o conhecimento científico, mas também o 
conhecimento empírico e popular, buscando transformar e preencher 
lacunas das informações dispostas por essas pessoas, não com objetivo 
de corrigi-las, mas de agregar valor e informações aos saberes já 
existentes.
Para educação popular em saúde é necessário adotar metodologias de 
compartilhamento de conhecimento que desenvolvam o pensamento 
reflexivo, e que seja capaz de induzir a mudança da realidade. Para uma 
educação popular, você pode utilizar a metodologia da problematização 
e a pesquisa-ação.
A metodologia problematizadora, leva em consideração a complexidade 
do conhecimento e as redes de conexão e de vivência do indivíduo. Com 
essa metodologia é possível fazer a junção, a conjugação dos saberes e 
crenças advindos da população, e levá-los em consideração para propor 
a mudança e transformação.
A pesquisa-ação, possibilita a aplicação de uma pesquisa para o 
levantamento diagnóstico do local ou da situação de saúde. Baseado 
nisso, é preciso elencar os problemas, destacar as prioridades e buscar 
soluções integrada e dinâmica entre os educadores e a população. A 
execução da pesquisa-ação, requer apropriação da realidade, integração 
entre os atores envolvidos e repetição de um processo sistemático, 
com a análise da situação, elaboração das ações, execução e avaliação, 
continuadamente. Deve-se, assim, sempre avaliar e realizar as 
adaptações da estratégia, conforme necessário.
17
Figura 2 – Esquematização da pesquisa-ação
Fonte: elaborada pelo autor.
A educação em saúde, seja ela permanente ou popular, é de 
fundamental importância no processo de formação do profissional da 
saúde e de todos os profissionais envolvidos direta e indiretamente na 
prestação de serviços de saúde. Considerar o saber e, crenças e valores 
trazidos pela população, torna a educação em saúde enriquecedora, 
proporcionando às pessoas acesso à informação atualizada e 
democratizada.
A educação popular em saúde, se conecta à necessidade de atualização 
e responsabilização da população sobre sua saúde e processo de 
adoecimento, oferendo autonomia para que o indivíduo possa, não 
só adquirir conhecimento, mas também modificar as ações de vida, 
refletindo na melhoria da qualidade de vida da comunidade.
18
A execução da educação em saúde, requer fundamentos e 
conhecimentos pedagógicos de estratégias capazes de identificar 
os problemas, definindo prioridades e ações que serão geradores 
de transformação da realidade em que a população está inserida, 
considerando seu cotidiano, trabalho, constituição familiar e problemas 
de saúde mais prevalentes e relevantes, e que necessitem de 
intervenção e modificação com auxílio da comunidade.
Ainda há muito o que discutir e discorrer sobre a educação em saúde, 
educação permanente em saúde e educação popular em saúde, pois, 
muitas mudanças e transformações ainda estão por ocorrer. Nesta 
leitura, foi possível identificar os principais conceitos de educação em 
saúde e principais propostas pedagógicas que se envolvem no processo, 
assim como as etapas para identificação de problemas e prioridades 
para execução do plano de ação. Portanto, é de extrema importância 
considerar a subjetividade dos processos e da população ao qual o 
plano está inserido, assim, como o público-alvo de compartilhamento 
de conhecimento, para que toda ação gere inovações e transformações 
que possam ajudar na prevenção de doenças e promoção da saúde da 
população.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. 
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, 
a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. Brasília: D.O.U., 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 15 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e 
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br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf. Acesso em: 15 ago. 
2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe 
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf
19
Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.html. Acesso em: 
15 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS de nº 3.194, de 28 de novembro de 
2017. Dispõe sobre o Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação 
Permanente em Saúde no Sistema Único de Saúde–PRO EPS-SUS. Acesso em: 16 
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______. Ministério da Saúde. Gabinete doMinistro. Portaria GM/MS de nº 198 de 
13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente 
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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4514719/mod_folder/content/0/TENDENCIAS_PEDAGOGICAS_UNIFESP.pdf?forcedownload=1
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4514719/mod_folder/content/0/TENDENCIAS_PEDAGOGICAS_UNIFESP.pdf?forcedownload=1
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20
Construção da educação 
permanente em saúde
Autoria: Bruna Argôlo Soares
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
Objetivos
• Descrever como são elaborados os planos de 
educação permanente em saúde.
• Caracterizar as etapas de um plano de ação em 
educação permanente em saúde.
• Identificar os responsáveis pela execução do plano 
de ação em educação permanente em saúde.
21
1. Introdução
A educação permanente em saúde (EPS), atua como ferramenta 
fundamental no desenvolvimento e implementação do Sistema Único 
de Saúde (SUS). A EPS é uma ferramenta fundamental de análise 
crítica e reflexiva do processo e cotidiano de trabalho. Possibilita 
identificar fragilidades e movimentos advindos delas para mudança e 
transformação da realidade.
Para efetivação e execução da educação permanente em saúde é 
necessária a aplicação de um plano de ação, que atua como guia 
norteador dos processos que serão realizados a partir da identificação 
e planejamento do movimento de transformação e mudança do 
conhecimento.
1.1 Construção da educação permanente em saúde
A educação permanente em saúde (EPS) está vinculada à realidade 
das ações e dos serviços de saúde disponíveis para a população, assim 
como, favorece a formação dos profissionais por meio da integração 
de mecanismos, espaços, temas que geram reflexão e autoanálise do 
cotidiano, provocando mudança institucional e na prestação de serviços, 
ou seja, o pensamento gera a experimentação e aprendizado que, por 
sua vez, gera mudanças.
A política de educação permanente, instituída pela Portaria n° 198, 
de 2004, dispõe de ferramentas para implementação da educação 
permanente em todo âmbito nacional, e destaca a importância 
da aprendizagem significativa para a transformação das práticas 
profissionais. Mesmo antes dessa portaria, a EPS já existia, no entanto, 
não era institucionalizada e aplicada com demasiada importância como 
agora.
22
A problematização do processo de trabalho na EPS, deve servir para 
embasar e fundamentar o planejamento e tomada de decisões por 
meio da delimitação do problema e prioridades pela gestão responsável 
pela aplicação da EPS. As ações educativas, devem priorizar para além 
de somente transmitir e proporcionar aquisição do conhecimento, mas 
desenvolver o conhecimento, as habilidades e as atitudes que os atores 
envolvidos na EPS precisam desenvolver, contribuindo para a formação 
crítica e reflexiva para transformação do meio e ambiente de serviços.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2017a) diz que:
O papel da EPS enquanto uma ferramenta de gestão pode ser 
desenvolvida para além de ações pontuais, contemplando necessidades 
locais. A prerrogativa da EPS está na construção coletiva das estratégias 
para o alcance de soluções relacionadas ao cotidiano de trabalho e na 
otimização dos processos para superação de problemas e proposição de 
soluções. (BRASIL, 2017a, p.10)
Dessa forma, pensar em execução da EPS é pensar em estratégias com 
finalidade coletiva, e o plano de ação deve ser elaborado conjuntamente 
entre todos os sujeitos envolvidos na programação, execução e avaliação 
da EPS.
1.2 Plano de ação em educação permanente
O Ministério da Saúde elaborou, em 2017, um manual para execução do 
plano de ação em educação permanente em saúde de um determinado 
tema, explanando que este pode ser modificado ou adequado à 
realidade em que esse plano de ação será implementado.
A primeira etapa do plano de ação é formar um grupo de trabalho 
em educação permanente em saúde. Para a criação do grupo de 
trabalho é necessário a identificação dos atores que serão responsáveis 
pela elaboração desse plano, os quais são: profissionais da gestão, 
23
dos serviços de saúde, nas organizações de participação social, e se 
necessário, representantes das escolas da região, caso esse plano 
envolva educação popular em saúde também.
As pessoas envolvidas na elaboração do plano de ação, devem ser 
representativas da comunidade, da gestão ou do serviço onde estão 
inseridos, pessoas que possam contribuir, ativamente, para o processo 
de planejamento, trazendo vivencias e experiências de diferentes 
setores e da sociedade para enriquecer e expandir a abrangência da EPS 
dentro do território.
A Figura 1 destaca importantes questionamentos quanto à escolha da 
composição do grupo de trabalho para o plano de ação. As pessoas 
envolvidas nesse processo, devem contribuir de forma significativa para 
sua elaboração e implementação e, ainda, considerar o segmento em 
que a pessoa está inserida, se é social, educacional, profissional, de 
gestor. Importante, também, destacar as experiências e vivências que 
as pessoas trazem consigo e podem enriquecer e auxiliar na elaboração 
das ações para execução. Ainda, importante conhecer, qual grupo social 
essa pessoa está envolvida e como fazer para articular todos os atores 
nesse processo de elaboração, considerando logística, espaço físico e 
coletivo, competências e disponibilidade para participar efetivamente da 
construção do plano. Após a escolha do grupo de trabalho é necessário 
identificar o território em que a educação em saúde vai ocorrer.
24
Figura 1 – Pontos reflexivos para escolha do grupo de trabalho
Fonte: elaborada pela autora.
Antes de começar efetivamente a criação do plano de ação, é necessário 
o conhecimento da realidade do território em que será realizada a 
educação em saúde, identificar os condicionantes e determinantes de 
saúde, como se dá a organização e o funcionamento da rede de serviços, 
as características e as informações epidemiológicas do local, a partir 
de dados oficiais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria 
Estadual de Saúde (SES) e Ministério da Saúde (MS), assim como as 
demandas e necessidades de ações voltadas para educação em saúde e 
demais aspectos que possam interferir e/ou colaborar com a elaboração 
do plano (BRASIL, 2017a).
É necessário realizar o diagnóstico situacional do território, 
consolidando e agregando dadosde saúde, assim como sobre 
problemas e necessidades relacionados às demandas da população 
do local escolhido para intervenção, compreendendo quais são seus 
25
determinantes e buscando possibilidades e facilidades para intervenção 
em saúde.
Entende-se por diagnóstico situacional:
A definição de prioridades ocorre por meio da análise situacional, que 
permite identificar, formular e priorizar os problemas, abordados de 
acordo com as condições de saúde e os aspectos da gestão. O diálogo 
entre os diferentes atores, suas posições e análises contextualizadas 
devem se refletir nos problemas descritos, para que o exercício de 
formular consensualmente os planos de ação se apresente como uma 
oportunidade política favorável [...]”. (BRASIL, 2013)
Para entender, descrever e escolher o local para aplicação da educação 
em saúde, devem ser consideradas informações e experiências, 
de modo que sejam obtidas, pensadas e debatidas no sentido de 
conhecer o contexto e que podem auxiliar na construção do diagnóstico 
situacional. É importante perceber as variáveis que podem interferir na 
escolha desse local geograficamente delimitado, questione-se sobre a 
real necessidade e relevância da temática para determinada população e 
realidade social que esses indivíduos estão inseridos.
26
Figura 2 – Pontos reflexivos para escolha do território para ação
Fonte: elaborada pela autora.
Após conhecer e descrever o território onde será executada a ação de 
educação permanente em saúde, é necessário identificar e priorizar 
problemas. Assim, identificar um problema, contribui para que seja 
possível a elaboração da intervenção direcionada, juntamente com as 
características necessárias ao atendimento dessa necessidade e da 
necessidade do território onde será aplicada a ação. Deve-se, ainda, 
priorizar os problemas para a gestão, em uma ordem de resolução, 
o que certamente facilitará e os tornará passíveis de adequações e 
resoluções, considerando sempre as características desses problemas, 
causas e as consequência de sua resolução ou não.
Para determinar quais são os problemas e definir as prioridades, 
existem diversas ferramentas que podem auxiliar, e a “Árvore de 
Problemas” é uma delas. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2017ª, 
27
[s.p.]), trata-se de uma ferramenta de planejamento que se orienta por 
problemas, realizando sua priorização, “consistindo em um diagrama de 
causa-efeito que possibilita uma análise a partir da compreensão das 
relações causais em questão”.
A partir da construção da Árvore de Problemas são estabelecidas as 
relações de causa e efeito mais importantes, ou seja, o que pode estar 
causando aquele problema, e quais seus efeitos, visando analisar a 
realidade e traçar objetivos, estratégias e soluções para implementação 
da ação de forma eficiente. Essa árvore é composta por diagramas que 
analisam os problemas elencados a partir do que os causam e objetiva 
encontrar essas causas e desenvolver planos e ações para eliminarem 
ou ao menos minimizarem elas.
O problema central “compreende algum obstáculo que dificulta a 
mudança da situação existente para a situação desejada” (BRASIL, 
2017a, p.17), representado na Figura 3 pelo tronco da árvore. Este, 
por sua vez, está medianamente entre o efeito (raízes), que pode ser 
qualquer consequência causada pelo problema central ou ter relação 
direta alguma das causas e, a causa representada pelas folhas, que 
são as possíveis relações de determinantes e condicionantes, para 
que determinado problema esteja ocorrendo, podem estar proximais 
(mais próximas do problema) ou distais (mais distantes) e devem ser 
levantadas mediante discussão com o grupo de trabalho.
Após a identificação dos principais problemas, suas causas e seus efeitos 
e da definição dos que são prioritários na linha de resolução, torna-se 
possível a elaboração do plano de educação permanente, com ações 
educativas necessárias para a resolução dos problemas elencados, que 
auxiliem a superação dos desafios a fim de atingir um determinado 
objetivo.
28
Figura 3 – Árvore de Problemas
Fonte: adaptada de alazur/iStock.com.
O próximo passo é a elaboração do plano de educação permanente 
efetivamente. Em primeiro lugar, é preciso elaborar a justificativa 
do plano, qual a lógica e o porquê da elaboração do plano, a partir 
do diagnóstico situacional e dos problemas elencados, justifique a 
importância da realização do plano, bem como das atividades e ações 
que neles estão descritas. Na justificativa, pode-se considerar o uso de 
referências teóricas importantes para a delimitação e descrição das 
ações e que reforcem a relevância dos problemas indicados (BRASIL, 
2017a).
Após justificar a necessidade do plano, é necessário a elaboração dos 
objetivos, indicando qual a finalidade educativa do plano. É importante 
que, assim como nas outras etapas para construção do plano, os atores 
responsáveis estejam de acordo e sejam participativos na definição 
29
do objetivo, visto que o plano é uma construção coletiva de apoio 
institucional para a melhoria das ações de saúde voltadas à população.
Para realização e implementação do plano de ação, é necessário dispor 
de estratégias e possibilidades de ações educativas. A seguir, estão 
descritas ações educativas, segundo Ministério da Saúde (BRASIL, 2017a) 
que podem ser utilizadas para execução do plano de ação:
• Rodas de conversa: tem o objetivo de promover diálogo entre a 
população, equipe e os demais atores envolvidos no planejamento, 
produzindo conhecimento e saberes de forma coletiva e horizontal 
(sem hierarquias), considerando todas as experiências dos sujeitos.
• Oficinas: formas de trabalho que preveem o ensino e formação 
coletiva. Podem ser utilizadas para formação institucional ou 
pedagógica, capacitando seus participantes para compartilhar 
o conhecimento adquirido, tornando-se multiplicadores dos 
conteúdos e ações abordadas.
• Cursos: podem ser de forma presencial, semipresencial ou à 
distância, o tempo e modalidade dependem do objetivo que se 
quer alcançar de acordo com as necessidades do público-alvo 
destinado para participação. A participação do trabalhador em 
cursos, deve ser fomentada pela instituição ao qual ele faz parte, 
pois é uma importante ferramenta de aprendizado e qualificação 
profissional.
• Exposição dialogada: nessa ação educativa, o facilitador ou 
expositor, que é a pessoa responsável por compartilhar o 
conhecimento, deve fomentar e oportunizar a todo momento 
a participação e integração entre os participantes da ação, seja 
com questões norteadores, situações problema, ou debates e 
discussões a respeito do tema abordado.
• Palestra: essa ação é composta por uma pessoa que atua como 
expositor do tema. Geralmente é uma comunicação vertical, em 
30
que um indivíduo transmite o conhecimento que sabe e o ouvinte 
tem papel passivo diante das informações adquiridas, podendo 
fazer questionamentos no momento em que lhes e oportunizado.
• Reuniões técnico-científicas: tem o objetivo de atualização técnica, 
com produção de documentos, diretrizes e afins, com propósito 
estritamente científico.
• Trabalho em grupo: como o nome sugere é um trabalho feto 
de forma coletiva, em grupo, com a finalidade de resolver um 
problema em questão ou situações emergentes. Trabalha de 
forma horizontal com troca e compartilhamento de saberes 
cumprindo objetivos estabelecidos com metas claras e objetivas 
que são compartilháveis entre o grupo.
• Fóruns educacionais: os fóruns constituem-se de espaços 
horizontais para discussão de temas variados e preestabelecido. 
Existem diversos facilitadores e interlocutores que direcionam 
e organizam as discussões em coletividades com objetivo de 
ressignificar, transformar ou estabelecer conceitos.
• Tele-Educação: essa é uma ação educativa votada prioritariamente 
para qualificação profissional no Sistema Único de Saúde (SUS), são 
realizados cursos, módulos educacionais, web aulas, e palestras 
todas na modalidade ensino adistância.
Para planejar e por em prática essas ações educativas é necessário 
empregar uma metodologia ativa de compartilhamento de 
conhecimento. Na metodologia ativa, o conhecimento é compartilhado 
de forma horizontal, em que o expositor ou instrutor atua como 
mediador e facilitador incentivando os participantes a pensarem crítica e 
reflexivamente sobre a temática trabalhada, com ideias e ações capazes 
de transformar a realidade social onde essas pessoas estão inseridas.
31
Diferente da metodologia tradicional, quando o expositor tem uma 
relação verticalizada com os participantes, com abordagem mais 
expositiva do conteúdo trabalhado, previamente estruturado seguido 
um roteiro de aula, objetivando a aquisição de um conhecimento ou 
habilidade específica.
Definindo a metodologia usada, você precisará estabelecer a matriz 
que usará para operacionalizar seu plano de ação. Essa, por sua vez, 
é uma estratégia que pode ser adequada a cada realidade social, cada 
município ou Estado pode estabelecer a matriz de implementação 
que julgar mais adequada à sua vivência e realidade. A seguir, temos 
um exemplo de matriz para implementação do plano de educação 
permanente em saúde, retirada e adaptada do manual do Ministério da 
Saúde (BRASIL, 2017a).
Quadro 1 – Matriz de Implementação do Plano de Educação 
Permanente em Saúde
Objetivo 
específico
Estratégia Ação Responsáveis Parceiros Período de execução Indicadores Metas Resultados
Fonte: adaptado (BRASIL, 2017a).
Nos objetivos específicos serão discriminados todos os problemas 
elencados para resolução; na estratégia, descreve-se qual será a forma 
de compartilhamento do conhecimento com os participantes da ação 
de educação permanente em saúde. A ação diz respeito em como será 
executada essa estratégia, os responsáveis são as pessoas facilitadores 
do processo, que atuarão na elaboração e condução das ações. Já os 
parceiros são pessoas ou instituições que podem contribuir no processo 
de compartilhamento de conhecimento e resolução dos problemas; o 
período de execução é o período ao qual aquela ação será realizada e 
o problema solucionado. Já os indicadores, são formas de monitorar e 
avaliar se as ações estão sendo efetivas e cumprindo seu objetivo, as 
32
metas são projeções que se pretendem alcançar com determinada ação. 
Por fim, o resultado são os produtos finais da ação proposta no início da 
matriz.
Após realizar o planejamento e a estruturação do plano de ação é 
necessário definir como será o monitoramento e a avaliação das ações 
que foram propostas. O monitoramento é realizado com a finalidade 
de acompanhar, periodicamente, as ações propostas no plano de ação, 
acompanhando as estratégias de execução, os custos financeiros, os 
prazos estipulados, entre outras variáveis. Para monitorar é interessante 
questionar sobre o que está sendo realizado, considerando a atividade 
proposta no plano de ação, se as mesas estão sendo desenvolvidas 
conforme o planejado ou se houve a necessidade de adaptações e 
adequações em alguma delas.
A avaliação também deve ser realizada por meio dos indicadores 
elencados na matriz para implementação do plano de educação 
permanente em saúde, quais foram os efeitos das ações propostas, 
o que a intervenção alcançou, se houve transformação da realidade 
como esperado, se os efeitos são mesmos advindos das intervenções 
propostas, por exemplo. “Ambos, monitoramento e avaliação, são 
usados como práticas reflexivas para melhorar a intervenção e subsidiar 
decisões gerenciais” (BRASIL, 2017b, p.14).
Executar os passos do plano de ação é muito importante para sua 
efetivação e consolidação. Por isso, é essencial que estes passos estejam 
claros e delimitados para que as ações sejam planejadas e executadas 
da maneira mais eficiente possível.
Ao final do plano de ação de educação permanente em saúde, espera-
se que todo o processo de diagnóstico situacional, de elaboração das 
ações, aplicabilidade da árvore de problemas, da matriz de ação, sejam 
implementadas ações educativas efetivas que possam, realmente, 
transformar a realidade social ao qual aquele território está inserido, 
33
proporcionando um pensamento e conhecimento crítico e reflexivo 
voltado para melhoria das ações e serviços de saúde, tanto para os 
profissionais quanto para os usuários dos serviços.
Implementar um plano de ação requer disciplina, colaboração e 
responsabilidade de todos os envolvidos no processo, assim como para 
seu monitoramento e avaliação é de extrema importância que o plano 
seja acompanhado por profissionais e gestores comprometidos com o 
processo de mudança da realidade.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de 
Monitoramento e Avaliação do SUS. Planejamento estratégico do Ministério da 
Saúde: 2011 – 2015: resultados e perspectivas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/
Aids e das Hepatites Virais. Cinco passos para elaboração de plano de educação 
permanente em saúde para as IST, HIV/Aids e Hepatites Virais. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2017a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente transmissíveis, do HIV/
Aids e das Hepatites Virais. Cinco passos para o monitoramento e avaliação das 
ações de IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2017b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS de nº 198 de 13 de fevereiro 
de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como 
estratégia do Sistema Único de Saúde [...]. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
34
Diretrizes da educação 
permanente em saúde
Autoria: Bruna Argôlo Soares
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
Objetivos
• Descrever as diretrizes da educação permanente em 
saúde.
• Compreender a importância dos Polos de Educação 
Permanente em Saúde.
• Caracterizar o processo de trabalho nos polos de 
educação permanente em saúde.
35
1. Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS), garante a saúde como um direito de 
todos e dever estatal, atuando como um bem público conquistado por 
meio das lutas sociais. Dessa forma, o direto a saúde deve ser garantido 
da melhor qualidade possível, livre de danos aos usuários.
Nessa perspectiva, a educação permanente em saúde vem para 
aprimorar e auxiliar no compartilhamento de conhecimento e 
aprimoramento intelectual e técnico dos profissionais da saúde, com 
vistas a melhorar a assistência ao indivíduo usuário do SUS e de outros 
sistemas privados de prestação de serviços de saúde.
1.1 Pacto pela saúde e o Sistema Único de Saúde
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado e implementado pela Lei nº 
8080 de 19 de setembro de 1990 (BRASIL, 1990). Essa lei “dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes” (BRASIL, 
1990 p. 1). Em seu art. 14, essa lei define a criação de Comissões 
Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições 
de ensino profissional e superior, com a finalidade de articular 
estratégias e métodos para formação e educação dos recursos humanos 
do SUS.
O SUS é pautado em seus princípios doutrinários e organizacionais. 
Dentre os princípios doutrinários temos a universalidade que 
corresponde ao acesso em todos os níveis de complexidade, a 
integralidade, que garante um conjunto de ações e serviços com 
objetivos de prevenção e cura, individuais e da comunidade, de 
acordo com cada necessidade e complexidade e, ainda, a equidade, 
considerando que o cidadão tem suas necessidades e particularidades, 
elas devem ser atendidas mediante cumprimento de todos os princípios, 
36
oferecendo-lhe assistência de qualidade e resolutividade de acordo com 
suas especificidade.
Esses princípios se integramà Educação Permanente em Saúde (EPS) no 
momento que o profissional de saúde deve estar capacitado a atender 
os indivíduos em todos os seus aspectos, suas necessidades e em todos 
os níveis de complexidade disponíveis no sistema de saúde ao qual esse 
indivíduo está inserido.
Segundo a Portaria ministerial nº 1996 de 20 de agosto de 2007 (BRASIL, 
2007), as novas diretrizes e estratégias para a implementação da Política 
Nacional de EPS, devem ser adequadas às diretrizes operacionais do SUS 
e ao regulamento do Pacto pela Saúde.
O pacto pela saúde contempla o pacto firmado entre os gestores do 
SUS, em suas três dimensões: pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. 
Esses pactos foram firmados e implementados a partir da publicação da 
portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006 (BRASIL, 2006), apresentando 
diretrizes e perspectivas para melhorias dentro do SUS, incluindo as 
ações de educação em saúde e educação para o trabalho.
Essa portaria descreve que a:
Educação permanente parte essencial de uma política de formação e 
desenvolvimento dos trabalhadores para a qualificação do SUS e que 
comporta a adoção de diferentes metodologias e técnicas de ensino-
aprendizagem inovadoras. (BRASIL, 2006 p. 39)
Nas três dimensões do pacto pela saúde, estão contempladas ações 
de educação premente em saúde presencial e à distância, abordando 
as áreas de conhecimento, como a saúde do idoso e o fortalecimento 
da atenção básica por meio da EPS, descrevendo os financiamentos 
disponíveis para cada área, assim como fomentando sobre a 
importância da educação popular em saúde para ampliar e qualificar a 
participação social no SUS.
37
Além de incentivar a implementação da Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde, o pacto pela saúde ainda descreve a 
importância do ensino e da troca de saberes e experiências para com os 
profissionais em seus diversos locais de atuação na saúde, assim como 
da importância da educação popular, dando autonomia para que o 
indivíduo também seja responsável pela sua saúde, prevenindo doenças 
e promovendo saúde em seu conceito ampliado, com o bem-estar físico, 
mental, social e espiritual, assim como considerando os determinantes 
e condicionantes que podem influenciar no processo saúde-doença do 
indivíduo.
1.2 Diretrizes da educação em saúde
As diretrizes sobre educação permanente em saúde foram 
implementadas por meio da publicação da Portaria nº 198 de13 de 
fevereiro de 2004 (BRASIL, 2004, [s.p.]), que “Institui a Política Nacional 
de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único 
de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o 
setor”. Essa portaria publicou, além de instruções para implementação 
da educação permanente em saúde (EPS), as diretrizes que compõem 
essa política.
A implementação da política, necessita de trabalho conjunto entre o 
sistema de saúde municipal, estadual e federal e as instituições de 
ensino e pesquisa, evidenciando a formação para o Sistema Único 
de Saúde e para o aperfeiçoamento teórico e prático/técnico dos 
profissionais da saúde, agregando desenvolvimento individual e, 
também, da instituição de saúde ao qual o profissional está inserido, 
entre ações e serviços de saúde entre as instituições e o controle social.
Para que a Política de educação Permanente em Saúde seja 
implementada efetivamente, é necessário conhecimento e 
aprimoramento sobre as diretrizes para a educação em saúde, que 
38
servem como base e auxiliam para a efetivação da EPS no âmbito do SUS 
e dos demais sistemas de saúde.
Tais diretrizes constam no pacto pela saúde do Ministério da Saúde, 
publicado em 2006 (BRASIL, 2006). Este documento traz, em seu interior, 
diversas atribuições e condutas para que os gestores das esferas 
municipal, estadual e federal implementem os objetivos dos pactos nas 
três esferas, e consta, ainda, um trecho descrevendo as diretrizes para a 
educação em saúde que serão descritas a seguir.
• Primeira diretriz: diz respeito ao avanço na implementação 
da Política Nacional de Educação Permanente, por meio da 
aprendizagem dos conceitos de formação e educação permanente 
em saúde, e adequando-os aos diferentes contextos, lógicas e 
especificidades de cada local onde a política será implantada.
• Segunda diretriz: considera a educação permanente em saúde 
parte primordial de uma política voltada para a área da formação e 
desenvolvimento dos trabalhadores, com objetivo de qualificá-los 
e que comporte assim, a incorporação de diversas metodologias 
e técnicas para ensino-aprendizagem e compartilhamento de 
conhecimentos, que sejam inovadores e concisas para melhor 
aproveitamento das temáticas de EPS trabalhadas.
• Terceira diretriz: considera a Política de Educação Permanente 
em Saúde uma estratégia importante incorporada ao SUS para 
o desenvolvimento e para a formação teórica e prática dos 
trabalhadores desse sistema e do setor saúde, orientada sempre 
pelos princípios do SUS e da educação permanente em saúde.
• Quarta diretriz: apresenta-se, também, como diretriz (quarta), o 
compromisso de discutir a avaliar os processos e desdobramentos 
necessários para implementar a política de educação permanente 
em saúde, além de realizar os ajustem necessários. Dessa forma, 
promove atualizações constantes conforme as experiências aos 
39
quais essa política passou em seu processo de implementação em 
cada território, seja no Estado ou município, sempre agregando e 
integrando os locais nesse processo de implementação.
• Quinta diretriz: busca revisar as normatizações vigentes que 
institui a política e que fazem menção a ela, incentivando e 
contemplando a descentralização das atividades de planejamento, 
monitoramento, avaliação e execução orçamentária da EPS para 
trabalhadores do SUS, direcionando as competências de cada 
gestor (municipal, estadual e federal) dentro das atividades acima 
mencionadas.
• Sexta diretriz: descrita no pacto pela saúde, ressalta a 
importância de monitorar e avaliar o planejamento, a programação 
e acompanhamento das atividades educativas de EPS, assim como 
acompanhar as alocações de recursos financeiros, materiais e 
humanos, frisando o fortalecimento e a qualificação para o SUS e 
atendimento das necessidades sociais da população. Além disso, 
essa diretriz considera suas peculiaridades e características para 
alcançar uma prestação de serviço de saúde adequada a cada local 
que o profissional de saúde estará inserido.
• Sétima diretriz: retrata a necessidade de cooperação técnica para 
desenvolvimento das ações para formação e desenvolvimento dos 
profissionais da saúde que estarão diretamente com os usuários 
do SUS, articulando diálogos entre os gestores das três esferas de 
governo, assim como articulação com as instituições de ensino e 
pesquisa, serviços de assistência à saúde e também, o controle 
social, contemplando ações no campo da formação técnica e do 
trabalho em saúde.
Ter conhecimento e saber implementar as diretrizes para educação 
em saúde são de extrema importância, seja para a área gestores 
e profissionais que trabalham nos sistemas de saúde, seja no SUS 
ou sistema privado, pois a implementação da política de educação 
40
permanente colabora diretamente com a melhoria da assistência 
prestada à população usuária desses sistemas, e que tem direito a uma 
prestação de serviço de qualidade e resolutividade.
Entender as diretrizes da educação permanente em saúde é de 
fundamental importância para a elaboração do plano de ação em 
educação permanente em saúde, que será utilizado para implementar 
as estratégias delimitadas em cada território de maneira eficaz e 
resolutiva para os indivíduos que acessam os serviços de saúde e para 
os profissionais, melhorando e aprimorando sua capacitação teórica e 
prática.
Figura 1 – Diretrizes para educação em saúde
Fonte: elaborada pela autora.
Entender as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente 
em saúde é fundamental para sua implementação e gerenciamento,41
monitoramento e avaliação das ações propostas, a fim de aprimorar o 
conhecimento e melhorar a assistência prestada aos usuários.
1.3 Colegiado de gestão regional
A Portaria nª 1996 de 20 de agosto de 2007 (BRASIL, 2007, p. 1) 
foi publicada para definir “novas diretrizes e estratégias para a 
implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 
adequando-a às diretrizes operacionais e ao regulamento do Pacto pela 
Saúde”.
Em seu art. 1º, parágrafo único traz as atribuições e condições para a 
implementação da política nacional de educação permanente em saúde:
A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde deve considerar 
as especificidades regionais, a superação das desigualdades regionais, as 
necessidades de formação e desenvolvimento para o trabalho em saúde 
e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações formais de 
educação na saúde. (BRASIL, 2007, p. 8)
Ainda conforme a portaria, a condução dessa política será feita pelos 
Colegiados de Gestão Regional, com a participação das Comissões 
Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES), através dos Polos 
de Educação Permanente em Saúde. Esse Colegiado de Gestão, deve 
implementar o processo de planejamento regional para a educação 
permanente em saúde (EPS) e definir as responsabilidades e atribuições 
de cada esfera da gestão (municipal, estadual e federal) e apoio para 
o processo de planejamento das ações locais. Todas essas atribuições 
e responsabilidades assumidas, devem ser descritas nos Termos de 
Compromissos e os Planos de Saúde das instituições participantes.
O Colegiado de Gestão Regional tem por atribuição no âmbito da EPS 
(BRASIL, 2007):
42
I. Construir e definir o Plano de Ação Regional de Educação 
Permanente em Saúde, coletivamente, para cada região, 
obedecendo as diretrizes nacionais, estaduais e municipais 
para educação em saúde que devem constar nos Termos 
de Compromisso de gestão, com objetivo de formação e 
desenvolvimento dos trabalhadores da saúde.
II. Dispor o Plano Regional de Educação Permanente em Saúde 
à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovação e 
homologação.
III. Estabelecer pacto com a gestão responsável pelo provimento de 
recursos financeiros no âmbito regional, recurso este que poderá 
ser distribuído pelo Estado, ou por municípios que constam na 
abrangência territorial dentro do plano.
IV. Promover a participação da Comissão de Integração Ensino-
Serviço, assim como dos gestores, dos serviços de saúde, 
das instituições atuantes na área de formação para saúde e 
desenvolvimento de pessoal para o setor saúde, participação dos 
colaboradores e trabalhadores da área da saúde, dos movimentos 
sociais, e dos concelhos de saúde da área de abrangência sob 
gestão do Colegiado de Gestão Regional.
V. Realizar o acompanhamento, monitoramento e avaliação 
das ações e estratégias de educação em saúde propostas e 
implementadas na região.
VI. Avaliar com periodicidade a composição e o trabalho das 
Comissões de Integração Ensino-Serviço e, caso haja necessidade 
propor alterações em sua composição e/ou estratégia de trabalho.
1.4 Comissões Permanentes de Integração Ensino-
Serviço
Para compor e articular os Colegiados de Gestão Regional foram definias 
Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço, com objetivo 
de articular o planejamento de ações entre as instituições de ensino 
43
e pesquisa, as instituições do setor saúde e os trabalhadores que a 
compõe.
Articular esses setores, traz para a educação permanente em saúde 
um grande avanço, visto que para ampla participação e definição das 
ações do Plano de Ação de Educação Permanente em saúde, todos 
os atores devem estar envolvidos no processo, são eles: gestores 
municipais, estaduais e federais, instituições de ensino e pesquisa, 
instituições parceiras, instituições de saúde, profissionais da área da 
saúde e o controle social, levando em consideração as características 
e peculiaridades das diferentes regiões onde essas comissões serão 
implantadas.
A Portaria nº 1196/2007(CIES) (BRASIL, 2007) traz, ainda, a definição da 
Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço:
As Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) 
são instâncias Intersetoriais e interinstitucionais permanentes que 
participam da formulação, condução e desenvolvimento da Política de 
Educação Permanente em Saúde. (BRASIL, 2007, p. 9)
As Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) serão 
compostas por gestores das três esferas de gestão: trabalhadores do 
Sistema Único de Saúde, instituições de ensino com cursos na área 
da saúde, e movimentos sociais juntamente com o controle social do 
território adscrito sob gestão dessas comissões.
São atribuições dessas comissões (BRASIL, 2007):
I. Auxiliar e cooperar com os Colegiados de Gestão Regional para 
a construção dos Planos Regionais de Educação Permanente em 
Saúde da sua área territorialmente delimitada.
II. Realizar articulação com as instituições de ensino e saúde para 
propor estratégias de intervenção no que diz respeito à formação 
44
de trabalhadores seguindo os princípios e diretrizes constantes no 
Plano Regional para a Educação Permanente em Saúde.
III. Incentivar a cooperação entre as instituições formadoras e 
capacitadoras dos trabalhadores do setor saúde, incentivar à 
condução e desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde, 
aumentando sua abrangência e capacidade pedagógica para toda 
rede de educação e saúde.
IV. Auxiliar no acompanhamento, monitoramento e avaliação das 
ações propostas para a Educação Permanente em Saúde que 
foram implementadas a partir do Plano de Ação de Educação 
Permanente em Saúde.
V. Dispor de apoio e cooperação aos gestores para as discussões 
sobre Educação Permanente em Saúde, no campo das 
intervenções, no planejamento e desenvolvimento de ações 
que auxiliem no cumprimento das ações e responsabilidades 
assumidas nos Termos de Compromisso de Gestão.
O conhecimento e articulação dessas comissões, junto aos gestores, 
engrandecem e favorecem a implementação da Política Nacional de 
Educação Permanente em Saúde, refletindo diretamente na assistência 
prestada aos usuários dos sistemas de saúde, com uma atenção 
qualificada em todos os níveis de complexidade, considerando os 
determinantes e condicionantes que influenciam no seu processo-
doença da população assistida e objetivando aprimoramento e 
capacitação dos profissionais envolvidos no processo de educar e de 
assistência à saúde.
1.5 Polos de Educação Permanente em Saúde
A criação dos Polos de Educação Permanente em Saúde foi publicada 
por meio da Resolução nº 335, de 27 de novembro de 2003 do Conselho 
Nacional De Saúde, aprovando a “Política Nacional de Formação e 
Desenvolvimento para o SUS: Caminhos para a Educação Permanente 
45
em Saúde” e a estratégia de “Pólos ou Rodas de Educação Permanente 
em Saúde, ” como instâncias locorregionais e interinstitucionais de 
gestão da Educação Permanente” (BRASIL, 2003).
Esses polos, tem como característica a integração entre as instituições 
de educação e de saúde, fomentando a formação e intervenção 
para realidade e são responsáveis, também, por articular e gerir os 
estudantes e docentes nos cenários das práticas nos serviços de saúde, 
atuando para fortalecer e levar educação superior e profissional aos 
profissionais.
Esses polos devem funcionar como articuladores dentro do Sistema 
Único de Saúde, a fim de promoverem modificações práticas de saúde 
e também na educação na saúde, com rodas de conversas, momentos 
para debates, sendo uma ferramenta de construção coletiva. Devem, 
ainda, trabalhar com a perspectiva de construção dos espaços locais, 
com a capacidade de planejar e executar a formação profissional e o 
desenvolvimento das equipes que prestam serviços para a saúde, dos 
atores sociais e dos setores intersetoriais.
Um exemplo de Polo de educação permanente em saúde é o da Bahia 
que em 2003 criou oito polos de educação permanente em saúde paraformar a rede de trabalhadores do SUS no âmbito estadual, esses polos 
estão localizados nas macrorregiões do estado, recebendo recursos 
financeiros do ministério da saúde a fim de financiar os planos de ação 
de educação permanente desses polos.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. 
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, 
a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. Brasília: D.O.U., 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 5 set. 2020.
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46
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 335, de 27 
de novembro de 2003. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: https://
conselho.saude.gov.br/resolucoes/2004/Reso335.doc. Acesso em: 5 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio 
à Descentralização. Coordenação-Geral de Apoio à Gestão Descentralizada. 
Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. 
Brasília: D.O.U., 2006. Disponível em: https://saude.mppr.mp.br/arquivos/File/
volume1.pdf. Acesso em: 3 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.996, de 20 de 
agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política 
Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 
2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/
prt1996_20_08_2007.html. Acesso em: 6 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na 
Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de 
Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível 
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_
permanente_saude_fortalecimento.pdf. Acesso em: 6 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198, de 13 de fevereiro de 2004. Institui 
a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema 
Único de Saúde [...]. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: https://www.
nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1832.pdf. Acesso em: 6 set. 2020.
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47
Financiamento e avaliação da 
educação em saúde
Autoria: Bruna Argôlo Soares
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
Objetivos
• Descrever como funciona o financiamento da 
educação permanente em saúde.
• Compreender como se dá o processo continuado de 
avaliação da educação permanente em saúde.
• Apresentar a forma de avaliação dos processos de 
educação permanente em saúde.
48
1. Introdução
A educação permanente em saúde (EPS) é uma importante ferramenta 
para atualização e compartilhamento de conhecimentos para os 
trabalhadores do Sistema Único de Saúde e dos demais sistemas 
complementares. Seu objetivo de ressignificar conceitos e práticas 
profissionais é de importância ímpar quando falamos de qualidade da 
assistência ao usuário, pois um profissional capacitado e atualizado 
dentro de suas condutas, consegue prestar atendimento de maior 
qualidade e resolutividade.
As práticas de educação em saúde envolvem diversos atores em sua 
participação, como: os profissionais da saúde, com a valorização da 
prevenção e promoção da saúde, assim como de ações curativistas; 
os gestores das três esferas de gestão (municipal, estadual e federal) 
que devem apoiar e fomentar as ações de educação permanente em 
saúde e prover financiamento, monitoramento e avaliação das ações 
da EPS; e a população que, por meio da aquisição e construção de 
seu conhecimento, aumentam sua autonomia nos cuidados de saúde 
individuais e coletivos. Dessa forma, é de extrema relevância que esses 
atores trabalhem em conjunto para atingirem o objetivo final, que é a 
melhoria da assistência à saúde da comunidade.
1.1 Financiamento na área da saúde
Para entender o financiamento em educação permanente em saúde, 
primeiro, precisamos entender como se dá o financiamento para a 
saúde dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A Constituição de 
1988, no art. 198, definiu a organização do sistema de saúde como 
descentralizada, com direção única em cada nível de governo (BRASIL, 
1988). Nos três níveis de governo, há uma direção: no Governo Federal, 
o Ministério da Saúde, nos Estados e Distrito Federal, as secretarias 
49
estaduais de saúde, e nos municípios, as secretarias municipais de 
saúde.
Em 1990 foi sancionada a Lei nº 8080 (BRASIL, 1990a, [s.p.]) que “dispõe 
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, 
a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes”, 
descrevendo os princípios doutrinários (universalidade, integralidade 
e equidade) e organizacionais (descentralização, hierarquização, 
regionalização e participação popular).
A descentralização é o princípio organizacional do SUS que diz 
respeito à redistribuição de responsabilidades e atribuições para 
as três esferas de gestão: a municipal, a estadual e a federal. Nesse 
princípio, cada esfera de gestão, tem sua autonomia no que tange 
suas decisões e atividades, desde que respeite os princípios gerais do 
SUS e a participação da sociedade. No SUS, a responsabilidade pela 
saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser 
fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e 
financeiras para exercer suas funções sem, necessariamente, precisar de 
autorização ou deliberação da instância maior.
Para descrever especificadamente como deve ser o financiamento para 
a área da saúde foi sancionada a Lei nº 8142 de 28 de dezembro de 1990 
(BRASIL, 1990b, [s.p.]) que “dispõe sobre a participação da comunidade 
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde”. 
Nessa Lei estão descritos os tipos de repasses financeiros e instancias 
responsáveis pelo monitoramento e avaliação dessas transferências de 
recursos.
Como legislação importante, temos, ainda, a Emenda Constitucional 
29/2000 que foi um marco histórico fundamental do financiamento 
da saúde, e definiu e dividiu a vinculação de recursos financeiros da 
Seguridade Social, com percentuais mínimos de investimento da Receita 
50
Corrente Líquida (RCL) para os Estados (12%) e os municípios (15%) 
(CNM 2018).
O financiamento em saúde era executado de forma que, para a 
recepção dos recursos federais, o Ministério da Saúde, por meio do 
Fundo Nacional de Saúde, abria para cada bloco uma conta bancária 
e, no caso do bloco de investimento, uma conta financeira para cada 
um dos projetos aprovados com plano de aplicação e prestação de 
contas específicas. Isso, muitas vezes, poderia ser confundido com a 
transferência de recursos financeiros realizada por meio do instrumento 
tipo convênios.
Figura 1 – Financiamento na saúde: modelo anterior à Portaria n. 
3.992/2017
Fonte: adaptada de BRASIL (2018).
51
A Portaria de n. 3.992 do Ministério da Saúde publicada em 28 de 
dezembro 2017 (BRASIL, 2017), alterou as normas sobre financiamento 
e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços 
públicos de saúde do SUS. Os recursos para manutenção da prestação 
dos serviços das ações e do serviço de saúde serão transferidos para 
uma única conta denominada de Bloco de Custeio. Já os recursos 
para investimento em saúde serão transferidos para uma única conta 
denominada Bloco de Investimento (BRASIL, 2018).
As ações e os serviços aos quais serão destinados estes recursos 
financeiros, devem constar no plano de saúde do município recebedor 
e na Programação Anual de Saúde que deverão ser aprovadas pelo 
Conselho de Saúde do município.
 
Figura 2 – Financiamento na saúde: modelo implementado pela 
Portaria n. 3.992/2017
Fonte: adaptada de Brasil (2018).
52
É muito importante conhecer as formasde financiamento do SUS, pois, 
a partir desses recursos financeiros é que será possível a execução das 
ações previstas no Plano de Ação em Educação Permanente em Saúde, 
e também, prover os insumos necessários para a assistência em saúde 
para a população.
1.2 Financiamento na área da saúde Educação 
Permanente em Saúde
A Portaria nº 1996 de 20 agosto de 2007, que “dispõe sobre as diretrizes 
para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente 
em Saúde”, traz em seu art. 2º que a condução dessa política se dará 
por meio dos Colegiados de Gestão Regional que terão, além de outras 
funções, a de “Pactuar a gestão dos recursos financeiros no âmbito 
regional, que poderá ser realizada pelo Estado, pelo Distrito Federal e 
por um ou mais municípios de sua área de abrangência” (BRASIL, 2007, 
[s.p.]).
O financiamento do componente federal para implementação e 
execução da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde é 
realizado por meio da transferência automática de recursos financeiros 
para o Bloco de Gestão do SUS. Esses recursos serão pactuados pela 
Comissão Intergestores Bipartite (CIB), mediante critérios para a 
distribuição, a alocação e o fluxo dos recursos financeiros no âmbito da 
gestão estadual.
Dessa forma, são estabelecidos três grupos de critérios para a alocação 
de recursos financeiros destinados à Educação Permanente de Saúde 
(ESP). O primeiro grupo de critérios, diz respeito à aceitação sobre 
as políticas de saúde que fazem propostas sobre modificações das 
formas de assistência à saúde. “Quanto maior a adesão à essas políticas 
maiores será a necessidade de investimentos na área de qualificação 
e desenvolvimento dos profissionais da saúde para atuares de forma 
53
diferenciada” (BRASIL, 2007, [s.p.]). Para esse grupo de critérios, a 
distribuição dos recursos financeiros para Educação Permanente em 
Saúde, equivalente a 30% (trinta por cento) do total de recursos para a 
EPS (BRASIL, 2007).
O segundo grupo de critérios trata-se da quantidade de profissionais 
que trabalham no setor de saúde para o Sistema Único de Saúde e o 
quantitativo da população total do Estado. Dessa forma, quanto mais 
profissionais estiverem trabalhando no setor saúde e quanto maior a 
população atendida pelo SUS, maior será a necessidade de provimento 
de recursos financeiros para as ações de formação profissional. 
Na distribuição de recursos financeiros federais para a Educação 
Permanente em Saúde, o peso desse grupo é de 30% (trinta por cento) 
do total de recursos disponíveis (BRASIL, 2007).
O terceiro conjunto de critérios para o financiamento da EPS, diz 
respeito à diminuição das desigualdades regionais. Para esse grupo, 
estabeleceu-se como critério o índice de Desenvolvimento Humano 
(IDHM) e a concentração de instituições de ensino com cursos da área 
da saúde. Justifica-se que “quanto menor o IDHM, maiores serão as 
barreiras sociais que deverão ser enfrentadas para prestar atendimento 
voltado à saúde da população e para a formação e desenvolvimento 
dos trabalhadores da área da saúde” (BRASIL, 2017, [s.p.]). Diferente 
e inversamente a isso, quanto menor a quantidade de instituições de 
ensino na área da saúde, maior será a dificuldade e maior serão os 
custos para formar os profissionais envolvidos no processo de saúde e 
doença dos indivíduos que serão atendidos. O peso desse último grupo 
de critérios na distribuição dos recursos financeiros federais para a 
Educação Permanente em Saúde equivale a 40% (quarenta por cento) 
do total de recursos financeiros disponíveis para financiamento (BRASIL, 
2017).
54
Figura 3 – Critérios para financiamento em Educação Permanente 
em Saúde
Fonte: elaborada pela autora.
Cabe ao Colegiado de Gestão Regional fomentar a criação de 
recursos que assegurem, de forma legal, a gestão correta dos 
55
recursos financeiros para cada região de saúde responsável por sua 
administração. Mas, caso haja necessidade, permita remanejamento 
desses recursos financeiros de acordo com a necessidade de cada nível 
de gestão (municipal, estadual e federal) do SUS e em consonância com 
o pactuado nas diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde.
A previsão dos recursos financeiros destinados à educação permanente 
em saúde, deve estar descrito no Plano de Ação Regional de Educação 
Permanente em Saúde, construído coletivamente pelo Colegiado de 
Gestão Regional com apoio das Comissões de Integração Ensino-Serviço, 
consolidando um processo de planejamento das ações de educação 
na saúde. O plano de ação, deve estar em consonância com a Portaria 
nº 2135 de 25 de setembro de 2013, que aprova orientações gerais 
relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS e que 
revogou a Portaria nº 3.332, de 28 de dezembro de 2006.
1.3 Avaliação do processo em Educação Permanente em 
Saúde
Monitorar e avaliar as ações propostas nos planos de ação em 
educação permanente é de extrema importância, pois, por meio desse 
monitoramento e avaliação é possível delimitar se as ações propostas 
estão surgindo efeito, e se é necessário ou não realizar alguma mudança 
ou adequação dessas ações.
Avaliar os processos em educação permanente, significa estar sempre 
atendo às variáveis que podem influenciar no desenvolvimento 
das EPS nos setores da área da saúde e quais os efeitos que essas 
variáveis podem gerar. Dessa forma, a avaliação deve ser uma etapa 
indispensável da educação em saúde, pois tem o objetivo de melhorar 
as ações cada vez mais e aprimorá-las, o que reflete, diretamente, 
na capacitação teórica e prática dos trabalhadores do setor saúde e, 
consequentemente, na assistência prestada por eles à população.
56
A avaliação dos processos educativos da educação permanente em 
saúde, tem a função primordial de buscar o aperfeiçoamento das 
ações e, ainda, a reorientação do processo caso seja necessário. Essa 
análise das ações é de importância fundamental para mensurar os 
resultados obtidos, situando os educadores e os educandos sobre as 
potencialidades e fragilidades das propostas educativas pactuadas nos 
planos de ação em educação permanente em saúde em consonância 
com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. As 
informações coletadas e explanadas por meio da avaliação podem 
subsidiar adequações e novas propostas educativas e pedagógicas para 
ampliar a capacitação dos profissionais.
Assim como todo o processo de construção das ações em educação 
permanente em saúde, a avaliação possui algumas dificuldades 
atreladas ainda, principalmente ao conceito tradicional da abordagem 
pedagógica para as ações em EPS, é necessário, ainda, uma execução 
efetiva do monitoramento e avaliação que transpasse as barreiras 
desses conceitos e considerem o aprendizado e o conhecimento como 
resultantes, também, de experiências dos sujeitos envolvidos.
Smeke e Oliveira (2009) trazem uma importante reflexão sobre a 
avaliação do processo em educação em saúde:
As dificuldades em estabelecer estratégias avaliativas podem estar 
atreladas às formas de organização das propostas de EPS como um todo 
e decorre, especialmente, de fatores como ausência de planejamento, em 
especial de um plano pedagógico institucional de educação em saúde; 
fatores culturais; ações educativas focalizadas no tecnicismo reducionista; 
diminuto contingente de trabalhadores, com sobrecarga de trabalho; 
questões econômicas e financeiras; e ainda processos de trabalho 
compartimentados entre concepção e execução. (SMEKE; OLIVEIRA, 2009)
As propostas de avaliação da educação permanente em saúde, da 
educação para o trabalho, ainda necessitam avançar e transpassar a 
lógica puramente quantitativa e de avaliação “escolar” para a avaliar 
57
o impacto que as ações de EPS causam no processo de trabalho do 
profissional da saúde e as transformações que a educação gera no 
conhecimento e na assistência ao usuário do sistema de saúde.
O monitoramento das ações da EPS, deve acompanhar criteriosa e 
rotineiramente as ações que foram propostas no plano

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