Buscar

Caso Prático - Matéria Seminário de Investigação II

Prévia do material em texto

CASO PRÁTICO 2
ANÁLISE METODOLÓGICA DO EXPERIMENTO DE MILGRAM
O experimento de Milgram está descrito em sua obra denominada “Obediência à autoridade: uma visão experimental”, a partir de pesquisa experimental realizada entre 1960 e 1963, onde o autor descreve sobre a obediência à autoridade, isto é, sobre o cumprimento de ordens dadas, e por consequência, executadas, mesmo que sejam absurdas.
Segundo Ferreira (2019, p. 01), Milgram buscava compreender quais circunstâncias levavam os homens a cometer barbáries, e para tanto, passou a observar sobre a capacidade de obedecer a um superior, mesmo que para isso fosse necessário violar a integridade e inferir dor ao outro. A partir dessas conjecturas, Milgram passa a descrever seu experimento.
O autor da supracitada obra não faz nenhum tipo de declaração sobre a base epistemológica ou metodológica de sua pesquisa, sendo, portanto, considerado um experimento empírico-experimental. Ainda sobre o desenvolvimento do experimento de Milgram vale destacar a pergunta para a qual o referido cientista buscou resposta: “pode ser que Eichmann e milhões de seus cúmplices estavam apenas seguindo ordens? Será que devemos chamá-los todos de cúmplices?”
De acordo com o Ferreira (2019, p. 02):
O estudo foi divulgado como se fossem os processos da memória que estivem sendo investigados e, no laboratório, o argumento implicava sobre a relações entre aprendizagem e punição, visando a correção de um comportamento considerado incorreto e, assim, Milgram trouxe um total de 40 homens cobaias ao seu laboratório e estes faziam o papel de um professor que aplicava choques no aluno, sempre que ele errava a resposta,
Então, o experimento de Milgram pode ser considerado, quanto à sua abordagem, um estudo de cunho qualitativo, dada a declaração do próprio Milgran apud Ferreira (2019, p. 04):
Pessoas comuns, simplesmente fazendo seu trabalho, e sem qualquer animosidade pessoal, podem tornar-se agentes de processos terrivelmente destrutivos. Além disso, mesmo quando os efeitos nocivos de seu trabalho se tornam claros e eles são orientados a continuar ações incompatíveis com seus padrões fundamentais de moralidade, relativamente poucas pessoas têm os recursos necessários para resistir à autoridade.
	Quanto às hipóteses da pesquisa as mesmas se referem à reação de 40 homens trazidos como cobaias a um laboratório; esses eram obrigados a aplicar choques em seus alunos, desde que para isso errassem a resposta a uma pergunta. Sendo assim, o objetivo da pesquisa era descobrir se os homens, desempenhando o papel de professor teriam coragem de infligir dor ao outro, mesmo que entre eles não houvesse nenhum tipo de animosidade.
	As variáveis levantadas por Milgran, de acordo com Ferreira (2019) dão conta de que todos os participantes chegaram ao choque de 300v, e 65% chegaram ao choque de 400v.
A conclusão de Milgram sobre o experimento é que o homem, dependendo do seu posicionamento obedece à autoridade de outrem, sem ousar desafiar tal autoridade. Para Milgram (1983, p. 118) “num esforço para evitar esse evento desagradável, muitas pessoas acham que a alternativa menos dolorosa é a obediência”. Isto é, o homem busca justificar sua atitude delegando a “culpa” ao “mandante” da ordem, esquecendo que ele é o “executor” da ordem, e que por livre arbítrio poderia escolher não executar a ordem.
Referências
Ferreira, C. (2019) O experimento de obediência que chocou o mundo. Sociedade dos Psicólogos. Disponível em: https://spsicologos.com/2018/02/24/o-experimento-de-obediencia-que-chocou-o-mundo/. Acesso em: 05.03.2022.
 
Milgram, S. (1983) Obediência à autoridade: uma visão experimental. Rio de Janeiro: F. Alves, 1983.

Continue navegando