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Prof. Msc. Samuel H. Malcher Biomédico - Analista Clínico-Toxicológico CRBM 3767 (4ª Reg.) Manaus 2022 06 – DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO LABORATORIAL DAS DIABETES ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BIOMEDICINA DISCIPLINA: TÓPICOS INTEGRADORES II O QUE SÃO AS DIABETES? CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A OMS DIABETES MELLITUS (TIPO 1): INSULINO -DEPENDENTE DIABETES MELLITUS (TIPO 2): NÃO INSULINO -DEPENDENTE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL OUTRAS: MODY. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA AS DIABETES Glicemia de jejum (70 – 99 mg/dl) e TOTG após 2h de ingestão de glicose (< 140 mg/dl). NORMALIDADE Glicemia de jejum (100 – 125 mg/dl) e TOTG (140 – 199 mg/dl) após 2h. PRÉ-DIABETES Glicemia de jejum (> 125 mg/dl) e TOTG (> 200 mg/dl) após 2h DIABETES MONITORAMENTO CRÔNICO DAS DIABETES Glicemia de jejum, glicemia pós-prandial e curva glicêmica (2h): dosagem sérica e na urina. Proteínas glicadas: hemoglobina glicada (HbA1C) e frutosamina. Proteinúria: albumina (microalbuminúria). Em caso de complicações, realizar provas de função renal e perfil lipídico. Em situações de transplante do pâncreas, realizar dosagem de insulina e peptídeo C. MONITORAMENTO CRÔNICO DAS DIABETES GLICEMIA DE JEJUM TOTG HBA1C FRUTOSAMINA INSULINA DE JEJUM HOMA IR PEPTÍDEO - C EAS (GLICOSÚRIA) GLICEMIA SÉRICA DE JEJUM PARÂMETROS: Hipoglicemia: < 70 mg/dl Normalidade: 70 – 99 mg/dl Pós-prandial: 70 – 125 mg/dl Diabetes mellitus: > 125 mg/dl (em jejum) Tempo de jejum: 8 – 12h. Interferentes: Ácido ascórbico (hiperglicemia). Clorpropamida (hipoglicemia). Ingestão de álcool (hipoglicemia). Jejum prolongado (hipoglicemia). GLICEMIA SÉRICA DE JEJUM Valores aumentados: diabetes primárias, hipertireoidismo, alimentação excessiva, uso de medicamentos (vitamina C, corticosteroides e diuréticos), estresse, doenças crônicas. Valores diminuídos: jejum prolongado, neoplasias de células beta, alcoolismo, hipotireoidismo, uso de medicamentos, esgotamento físico, doenças infecciosas (parasitoses). TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG) TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG) VALORES NORMAIS: Em jejum: 70 - 110 mg/dl Após ingestão de glicose oral (100 mg): 30 min.: 90 – 160 mg/dl 60 min.: 90 – 160 mg/dl 120 min.: 75 – 140 mg/dl 180 min.: 70 – 120 mg/dl 240 min.: 70 - 110 mg/dl PARÂMETROS DIAGNÓSTICOS (APÓS 2H): Normalidade: < 140 mg/dl Pré-diabetes: 140 – 199 mg/dl Diabetes mellitus: > 199 mg/dl A OMS determina que a curva glicêmica deve ser usado como método diagnóstico, pois: - A dosagem de glicose sérica isolada falha em diagnosticar aproximadamente 30% dos casos de DM e pré-diabetes. - É o único método capaz de identificar indivíduos com pré-diabetes. - É necessária para confirmar ou excluir alterações de tolerância à glicose em indivíduos assintomáticos. Deve ser realizada em todos os indivíduos com glicemia de jejum entre 100-125mg/dL para determinar o status de tolerância à glucose. HEMOGLOBINA GLICADA (HBA1C) A molécula de hemoglobina, assim como a maioria das proteínas, se liga de forma não enzimática a açúcares como a glicose, formando uma Base de Schiff. Esta ligação é instável. Após uma série de reações, haverá a formação de um produto estável, denominado de hemoglobina glicada. HEMOGLOBINA GLICADA (HBA1C) Indicações: acompanhamento da DM tipo 1 e 2. Parâmetro importante no tratamento do diabetes . Ineficiente no rastreamento de pacientes assintomáticos para diabetes. VALORES DE REFERÊNCIA: Normalidade: 4,0 – 6,0% Para PCTs em tratamento: 6,5 – 7,0% Diabetes controlado: 7,0 – 8,0% Diabetes descompensado: > 8,0% A formação da HbA1C é diretamente proporcional a concentração de glicose no sangue. HEMOGLOBINA GLICADA (HBA1C) Interferentes pré-analíticos: Anemia hemolítica e hemorragias: podem resultar valores inapropriadamente diminuídos por encurtarem a sobrevida das hemácias. Grandes quantidades de vitaminas C e E: podem induzir resultados falsamente diminuídos por inibirem a glicação da hemoglobina. Hipertrigliceridemia, hiperbilirrubinemia, uremia, alcoolismo crônico, uso de opiáceos e medicamentos (AAS, ácido fólico): podem produzir resultados falsamente elevados. FRUTOSAMINA FRUTOSAMINA Nome genérico das proteínas cetoaminas ( glicose + grupamento amina das proteínas). Meia-vida: 2 a 3 semanas. Indicações: monitoramento glicêmico de curto prazo, principalmente em pacientes com hemoglobinopatias (período de 2 semanas). Interferentes: Ácido ascórbico (> 3 mg/dl) Hemoglobina (> 100 mg/dl) VALOR DE REFERÊNCIA: Em indivíduos saudáveis: 205 – 285 µmol/L INSULINA DE JEJUM Teste complementar para avaliação do metabolismo glicêmico. Indicações: estratificação de risco para diabetes e hipoglicemia. Resistência à insulina: diminuição da resposta celular à insulina. Causas podem ser hereditárias ou adquiridas (obesidade). INSULINA DE JEJUM INSULINA DE JEJUM INSULINA DE JEJUM VALORES DE REFERÊNCIA (GLICEMIA < 100 mg/dl): IMC (< 25): 2 – 13 mU/L IMC (25 – 30): 2 – 19 mU/L IMC (> 30): 2 – 23 mU/L AMOSTRAS HEMOLISADAS NÃO PODEM SER EMPREGADAS DEVIDO A RESULTADOS FALSAMENTE DIMINUIDOS! (Degradação da insulina) ÍNDICE HOMA - IR ÍNDICE HOMA - BETA HOMA B = 20 x Insulina de jejum (Glicemia de jejum x 0,0555) – 3,5 VALOR DE REFERÊNCIA: 167 - 175 Avaliação funcional do pâncreas. Diminuição: insuficiência de insulina. Aumento: hiperinsulinemia. PEPTÍDEO - C PEPTÍDEO - C VALOR DE REFERÊNCIA: 1,2 – 4,5 ng/ml Indicado para diferenciar as diabetes tipo 1 e 2. Finalidade: avaliar a função da célula pancreática na secreção de insulina na evolução do diabetes tipo 2. VALORES AUMENTADOS: diabetes mellitus tipo 2. VALORES DIMINUÍDOS: falência do pâncreas e diabetes mellitus tipo 1.