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Arquitetura de Computadores

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Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 1 
 
SUMÁRIO 
Base Computacional .............................................................................................................................. 6 
Introdução .................................................................................................................................................. 6 
1 - A evolução dos computadores ..................................................................................................... 6 
Desenvolvimento do computador em quatro gerações .............................................................................. 6 
Primeira geração: válvulas termiônicas .................................................................................................. 6 
Segunda geração: transistores ............................................................................................................... 7 
Terceira geração: circuitos integrados.................................................................................................... 7 
Quarta geração: microprocessadores .................................................................................................... 8 
Computação no cotidiano ........................................................................................................................... 8 
Tendências ................................................................................................................................................. 9 
2- Sistema computacional .................................................................................................................. 9 
Hardware e Software .................................................................................................................................. 9 
Conceitos ............................................................................................................................................... 9 
Principais componentes de hardware dos computadores ........................................................................ 10 
Processador ......................................................................................................................................... 11 
Memória principal ................................................................................................................................. 12 
Placa-mãe ............................................................................................................................................ 12 
Periféricos ............................................................................................................................................ 13 
Dispositivos de entrada ........................................................................................................................ 13 
Dispositivos de saída............................................................................................................................ 14 
Software ................................................................................................................................................... 14 
Tendências ............................................................................................................................................... 15 
3 - O papel do sistema computacional............................................................................................. 15 
O sistema operacional .............................................................................................................................. 15 
Funções do sistema operacional .............................................................................................................. 16 
Histórico ................................................................................................................................................... 17 
Tendências ............................................................................................................................................... 18 
4 - Comunicação em rede e sistema computacional ...................................................................... 18 
Origem da internet .................................................................................................................................... 18 
A internet .................................................................................................................................................. 19 
Rede de redes ...................................................................................................................................... 19 
Internet discada .................................................................................................................................... 19 
Endereço IP e roteador ........................................................................................................................ 20 
E-mail e páginas disponíveis na rede ................................................................................................... 21 
Páginas de pesquisa, chats e programas de troca de mensagens ...................................................... 21 
Interação entre usuários ....................................................................................................................... 22 
Banda larga, streaming e aplicativos .................................................................................................... 22 
Tendências ............................................................................................................................................... 23 
Considerações finais ................................................................................................................................ 23 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 2 
 
Referências .............................................................................................................................................. 23 
Explore + .................................................................................................................................................. 24 
Componentes de Hardware ................................................................................................................. 25 
Introdução ................................................................................................................................................ 25 
1 - Estrutura básica de um computador ........................................................................................... 25 
Sistemas de computação ......................................................................................................................... 25 
Linguagem de programação..................................................................................................................... 26 
Sistemas, dados e informação ............................................................................................................. 26 
Tipos de linguagens ............................................................................................................................. 26 
Organização de um sistema de computação ........................................................................................... 27 
Barramento ........................................................................................................................................... 28 
Processadores ..................................................................................................................................... 31 
Ciclo de instruções ............................................................................................................................... 32 
Tendências ...............................................................................................................................................33 
2 - Subsistemas de processamento, memória e entrada e saída ................................................... 34 
Subsistemas de processamento .............................................................................................................. 34 
Memória ................................................................................................................................................... 34 
Tipos de memória ................................................................................................................................. 34 
Registradores ....................................................................................................................................... 35 
Memória cache ..................................................................................................................................... 35 
Princípio da localidade ......................................................................................................................... 36 
Memória principal (MP) ........................................................................................................................ 37 
Memória secundária ............................................................................................................................. 40 
Subsistema de entrada e saída (E/S) ....................................................................................................... 41 
Objetivos e funções .............................................................................................................................. 41 
Dispositivo e interface .......................................................................................................................... 41 
Disco magnético ................................................................................................................................... 44 
Driver de dispositivo ............................................................................................................................. 45 
Tendências ............................................................................................................................................... 46 
3 - Sistema operacional.................................................................................................................... 47 
Sistema operacional ................................................................................................................................. 47 
Definição .............................................................................................................................................. 47 
Tipos de sistemas operacionais ........................................................................................................... 48 
Tendências ............................................................................................................................................... 50 
Considerações finais ................................................................................................................................ 51 
Referências .............................................................................................................................................. 51 
Explore + .................................................................................................................................................. 52 
Representação de Dados .................................................................................................................... 56 
Introdução ................................................................................................................................................ 56 
1 - Sistemas de computação ............................................................................................................ 56 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 3 
 
Unidades de informação .......................................................................................................................... 56 
Múltiplos e submúltiplos ....................................................................................................................... 58 
Representação das informações no computador ..................................................................................... 61 
2 - Sistemas de numeração e operações aritméticas ..................................................................... 62 
Sistemas de numeração ........................................................................................................................... 62 
Bases de numeração ........................................................................................................................... 62 
Posicional ............................................................................................................................................. 63 
Não posicional ...................................................................................................................................... 64 
Operações aritméticas com números inteiros em qualquer base ............................................................. 64 
Adição .................................................................................................................................................. 64 
Subtração ............................................................................................................................................. 66 
Computação útil ................................................................................................................................... 67 
3 – Conversão .................................................................................................................................. 68 
Conversão entre sistemas de numeração ................................................................................................ 68 
De uma base X para outra Y ................................................................................................................ 69 
Casos especiais ................................................................................................................................... 70 
Lógica booleana ....................................................................................................................................... 71 
4 - Representação de dados ............................................................................................................ 73 
Tabelas de representação de dados ........................................................................................................ 73 
ASCII .................................................................................................................................................... 73 
Unicode ................................................................................................................................................ 74 
Evolução dos caracteres ...................................................................................................................... 75 
Considerações finais ................................................................................................................................ 76 
Referências .............................................................................................................................................. 77 
Explore + .................................................................................................................................................. 77 
Lógica Digital ........................................................................................................................................ 78 
Introdução ................................................................................................................................................78 
1 - Operações básicas da álgebra booleana ................................................................................... 78 
Portas lógicas e lógica booleana .............................................................................................................. 78 
Tabela-verdade ........................................................................................................................................ 79 
Operadores e portas lógicas básicas ....................................................................................................... 80 
Portas lógicas ....................................................................................................................................... 80 
O operador e a porta OR (OU) ............................................................................................................. 80 
O operador e a porta AND (E) .............................................................................................................. 82 
O operador e a porta NOT (NÃO) ........................................................................................................ 85 
Outras portas lógicas fundamentais ......................................................................................................... 86 
A porta NOR (Não OU)......................................................................................................................... 86 
A porta NAND (Não E) ......................................................................................................................... 87 
A porta XOR (Ou exclusivo) ................................................................................................................. 89 
A porta XNOR (coincidência) ............................................................................................................... 90 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 4 
 
2 - Portas e operações lógicas......................................................................................................... 92 
Expressões lógicas .................................................................................................................................. 92 
Avaliação de uma expressão lógica ......................................................................................................... 94 
Equivalência de funções lógicas .............................................................................................................. 95 
Conceito ............................................................................................................................................... 95 
3 - Expressões lógicas e diagramas lógicos.................................................................................... 97 
Considerações finais .............................................................................................................................. 103 
Referências ............................................................................................................................................ 103 
Explore + ................................................................................................................................................ 103 
Processamento em Paralelo .............................................................................................................. 104 
Introdução .............................................................................................................................................. 104 
Computação de alto desempenho por meio do processamento em paralelo .............................. 104 
Evolução dos computadores .................................................................................................................. 104 
Questões de desempenho ................................................................................................................. 104 
Paralelismo em nível de instruções e processadores superescalares ................................................... 105 
Superescalar e pipeline ...................................................................................................................... 105 
Execução de uma instrução em pipeline ............................................................................................ 105 
Pipelines profundos ............................................................................................................................ 106 
Superescalar X superpipeline ............................................................................................................. 106 
Tipos de organizações de processadores paralelos ..................................................................... 108 
Múltiplos processadores ......................................................................................................................... 108 
Arquitetura clássica ............................................................................................................................ 108 
Tipos de processadores paralelos – taxonomia de Flynn................................................................... 109 
Multiprocessadores simétricos ........................................................................................................... 109 
Coerência de cache ............................................................................................................................... 110 
Arquiteturas de acesso à memória ..................................................................................................... 111 
Desempenho do hardware ............................................................................................................. 113 
Computadores multicore ........................................................................................................................ 113 
Desempenho do hardware ..................................................................................................................... 113 
Desempenho do software ...................................................................................................................... 114 
Organização multicore ........................................................................................................................... 115 
Níveis de cache e cache compartilhada ............................................................................................. 115 
Multithreading simultâneo................................................................................................................... 116 
Considerações finais .............................................................................................................................. 118 
Referências ............................................................................................................................................ 118 
Explore + ................................................................................................................................................ 118 
Arquitetura Cisc X Risc ...................................................................................................................... 119 
Introdução .............................................................................................................................................. 119 
Características da arquitetura CISC .............................................................................................. 119 
Arquitetura CISC .................................................................................................................................... 119 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 5 
 
O conceito da arquitetura ................................................................................................................... 119 
Origem................................................................................................................................................119 
Características ................................................................................................................................... 120 
Múltiplo endereçamento ..................................................................................................................... 120 
Analogia da hamburgueria ................................................................................................................. 120 
Características da arquitetura RISC .............................................................................................. 122 
Arquitetura RISC .................................................................................................................................... 122 
O conceito da arquitetura ................................................................................................................... 122 
Origem................................................................................................................................................ 123 
Premissas e características ................................................................................................................ 123 
Pipeline............................................................................................................................................... 124 
Convertendo o código ........................................................................................................................ 124 
Retorno à analogia da hamburgueria ..................................................................................................... 125 
Tendências ............................................................................................................................................. 127 
Considerações finais .............................................................................................................................. 127 
Referências ............................................................................................................................................ 127 
Explore + ................................................................................................................................................ 128 
 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 6 
 
Arquitetura de Computadores 
Base Computacional 
Introdução 
O século XX trouxe muitas inovações nos diversos campos da ciência e tecnologia. Uma das que 
mais alterou o estilo de vida e a sociedade foi a invenção e o desenvolvimento dos computadores. O 
tema abordará a história e a evolução dos computadores. 
Vamos apresentar os componentes de um sistema computacional, o conceito de hardware e 
software, seus tipos e como a interação entre eles abre caminhos para soluções inovadoras. Trata os seus 
componentes e as tendências que os saltos evolutivos trouxeram. 
Nesse material, você verá o papel do sistema operacional, seu histórico, funções e tendências no 
mercado. O estudo discorre sobre a relação entre a comunicação de rede e os sistemas computacionais, 
trazendo um histórico desde a internet discada até os tempos atuais. 
Vamos lá! 
1 - A evolução dos computadores 
Desenvolvimento do computador em quatro gerações 
Primeira geração: válvulas termiônicas 
Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, foi desenvolvido o primeiro 
computador eletrônico da história. Trata-se do ENIAC, um computador integrador numérico eletrônico, cujos 
números impressionam. 
Veja a seguir uma foto deste modelo: 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Componentes: 170.000 válvulas termiônicas. 
Peso: Cerca de 30 toneladas. 
Espaço utilizado: Sala de 150m². 
Capacidade de processamento (número de cálculos por segundo): 1 bilhão de vezes menor 
que a dos celulares usados hoje em dia. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 7 
 
Para evoluirmos desse verdadeiro elefante até os computadores atuais, foi preciso substituir as 
válvulas, já que elas eram pesadas e espaçosas. 
É possível que você esteja se perguntando: o que tornou isso viável? 
Quem possibilitou isso foi o transistor, cuja criação iniciou a era da microeletrônica. 
Segunda geração: transistores 
Os primeiros transistores ocupavam apenas alguns milímetros, precisando de bem menos energia 
que as válvulas. Assim, foi possível reduzir o tamanho de rádios, equipamentos eletrônicos em geral e 
computadores. 
Na imagem, um transistor. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Terceira geração: circuitos integrados 
Na década de 1960, o próximo salto de evolução foi dado com a criação dos circuitos integrados 
(CI): pastilhas de silício que contêm um circuito eletrônico miniaturizado. É o que, de forma comum, 
chamamos de chip de computador. 
Na imagem, um circuito integrado. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Com o uso de transistores e CI, os computadores ficaram menores e cada vez mais baratos. 
Em meados da década de 1970, houve a eclosão dos computadores pessoais (denominados 
PCs, sigla em inglês para Personal Computers). 
Duas famosas empresas do setor, aliás, surgiram nesse período: 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 8 
 
Microsoft Corporation 
Empresa de maior faturamento em programas de computador, conhecida pelo sistema operacional 
Windows e pelo conjunto de ferramentas chamado de Office. Fundada em 1975, nos Estados 
Unidos, por Bill Gates (um dos homens mais ricos do mundo) e Paul Allen. 
Apple Inc. 
Em 1976, vendeu 200 unidades do seu primeiro PC, o Apple I. No ano seguinte, contudo, o Apple 
II vendeu milhares de unidades. A organização, então, abriu seu capital na bolsa de Nova York. 
Quarta geração: microprocessadores 
A década de 1980 presenciou a proliferação de PCs cada vez mais potentes, baratos e conectados 
por meio do surgimento das redes locais de computadores e da internet: a rede mundial. 
Além disso, um novo equipamento aparecia nos lares: o videogame, um tipo de computador 
especializado, cujos programas são jogos eletrônicos com ênfase nos gráficos e na interação com os 
usuários. 
Após o fim do século XX, os computadores já eram tão pequenos e potentes que se encontravam 
embarcados em diversos equipamentos cotidianos, como automóveis, aviões e videogames, além de se 
tornar mais comum a presença dos laptops (microcomputadores pessoais portáteis) nas casas das pessoas. 
Não tardou muito para que eles fossem integrados a televisões e celulares. Nos anos 2010, essa 
integração passou a ser feita por intermédio de smartphones e smart TVs. 
Computação no cotidiano 
Hoje em dia, muitos celulares já são, de fato, computadores pessoais portáteis, plenamente 
conectados pela rede de telefonia móvel (celular). Nossa dependência em relação a eles para as tarefas do 
cotidiano já é tão forte que nem percebemos quando os utilizamos, inclusive estranhando sua ausência. 
Afinal, usamos computadores para: 
1 – Comunicação; 
2 – Meios de transporte; e 
3 – Transações bancárias e comerciais. 
Atualmente, até o dinheiro não é guardado mais em cofres. Os saldos bancários são armazenados 
digitalmente nos servidores dos bancos. Se todos os correntistas de um banco solicitassem retirar 
inteiramente o dinheiro guardado nele, não haveria cédulas suficientes no cofre para atendê-los. 
Saiba mais 
Para demonstrar a evolução desse conceito, foi desenvolvido um sistema de troca de dinheiro independente 
dos bancos. Proposto em 2008, o coin utiliza uma cadeia de transações descentralizada que qualquer pessoa pode 
auditar: o blockchain. Com essa tecnologia, é possível receber e enviar dinheiro sem precisar de bancos, além de 
todas as suas transações serem verificáveis por qualquer pessoa com acesso à internet. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 9 
 
Tendências 
O ramo da Ciência da Computação está em amplo desenvolvimento. Segundo o portal Statista, em 
2019, cinco das seis maiores companhias do mundo(em valor de mercado) eram do ramo da computação: 
1 – Apple; 
2 – Microsoft; 
3 – Amazon; 
4 – Alphabet (Google); e 
5 – Facebook. 
Na área da tecnologia, estudos e pesquisas continuam sendo realizados em busca de um novo salto 
de desenvolvimento. 
Exemplo 
Computadores quânticos usam as características da mecânica quântica a fim de permitir a solução de 
problemas muito complexos para PCs convencionais. 
 
2- Sistema computacional 
Hardware e Software 
Os computadores são feitos com um conjunto de componentes dividido em dois grandes grupos: 
1 – Hardware (HW): Componentes físicos, ou seja, o que pode ser visto e tocado; e 
2 – Software (SW): Programas executados no computador. 
Apresentaremos, a seguir, os diversos tipos de hardware presentes em um computador e os tipos de 
software mais importantes. Além disso, entenderemos como a interação entre eles permite que nossos PCs 
sejam capazes de resolver quase todos os problemas, abrindo o caminho para soluções inovadoras e não 
planejadas. 
Conceitos 
A grande propagação dos computadores se deve à implementação de diversas funções genéricas 
(hardware) e ao uso delas para gerar programas úteis a muitas pessoas (software). O hardware forma a 
base para o que conseguimos extrair de um sistema computacional. 
Exemplo 
Se você tentar se conectar à internet em um computador sem placa de rede, não conseguirá. Isso se deve à 
falta do hardware, que é o responsável por dar uma capacidade de conexão à internet: a placa de rede. 
Para exemplificarmos os conceitos de hardware e software, podemos fazer uma analogia com a linha 
de produção de um automóvel. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 10 
 
A montadora constrói um modelo, colocando nele: 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Isso equivale ao hardware do computador. O automóvel tem todas essas possibilidades já descritas, 
mas não sabemos de antemão como ele vai ser usado. Sua função, afinal, dependerá do motorista que o 
comprar. A pessoa pode resolver usar o carro para viajar nos finais de semana, ir ao trabalho e voltar todo 
dia – ou até para trabalhar como motorista de aplicativo. A função do carro só será decidida pelo motorista. 
Isso equivale ao software de nosso computador. Da mesma maneira, os programas executados definem 
como o computador vai ser usado. 
No entanto, se o motorista quiser usar seu veículo para levar um reboque, só vai conseguir fazer isso 
se possuir um engate, já que ele não tem essa capacidade instalada. De forma análoga, um computador só 
consegue executar programas se tiver o hardware necessário para tal. 
Principais componentes de hardware dos computadores 
Vamos conhecê-los a seguir: 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 11 
 
Processador 
Também conhecido como CPU (Central Processing Unit ou Unidade Central de Processamento, em 
português), processador é o cérebro do computador, pois recebe as instruções e as executa 
sequencialmente. Seu principal componente é a unidade lógica e aritmética, responsável por operações 
como adicionar e subtrair. 
A execução das instruções em um processador é regulada pela presença de um pulso de frequência 
constante denominado clock, que é medido em Hertz (Hz) – número de pulsos por segundo. 
Uma das principais características de um processador é a velocidade com que consegue 
executar instruções. Isso depende diretamente da frequência do clock. 
Como vimos, os processadores foram criados na década de 1970. Inicialmente, eles tiveram sua 
velocidade aumentada, gerando uma competição acirrada entre as produtoras de microprocessadores. Era 
comum medir a qualidade do CPU pela velocidade de seu clock. Entendia-se que um processador de 1800 
MHz era melhor que um de 1600 MHz. 
Saiba mais 
Overclocking, por sua vez, é o processo para customizar a velocidade do clock do processador acima de sua 
frequência de uso normal. Tal prática deixa o computador mais rápido, pois uma maior quantidade de operações pode 
ser realizada ao mesmo tempo. Há certos riscos envolvidos no overclocking, como danos ao processador e 
sobreaquecimento. 
O aumento de clock a cada geração de processadores seguiu ao longo dos anos, até que, por conta 
de interferências físicas entre seus componentes, ficou inviável a continuação desse procedimento. A 
solução dada pelos projetistas foi colocar diversos miniprocessadores (chamados de núcleos) dentro de um 
mesmo chip de processador. Em termos práticos, é como se houvesse dois, quatro ou até mais 
processadores trabalhando em um mesmo chip. 
Essa técnica é conhecida como multicore, mas, em função do número de núcleos, também é 
chamada de: 
Dual core (dois núcleos); e 
Quad core (quatro núcleos) 
Atualmente, a maioria dos processadores de mercado (inclusive os de celulares) utiliza ao menos 
quatro cores e frequências de clock de alguns bilhões de pulsos por segundo (GHz). 
Além do clock e do número de núcleos, outra característica importante do processador é a sua 
memória cache. Veja como ela funciona: 
1 - Ela funciona como uma pequena parte da memória principal dentro do próprio chip do 
processador. 
2 - As informações são lidas ou escritas na memória cache com muito mais velocidade que nos 
pentes de memória. 
3 - Por isso, uma boa quantidade dela consegue acelerar a velocidade do processador. 
Por fim, outra característica importante a ser considerada na avaliação do processador é seu encaixe 
(conhecido como pinagem). Para permanecer encaixado na placa-mãe, ele conta com pinos cujo formato 
deve corresponder ao dos buracos disponíveis (chamados de soquete). 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 12 
 
Memória principal 
A memória principal é parte fundamental do computador, pois se trata do espaço onde são 
armazenados os dados e os programas executados no processador. Ela funciona como uma série de células 
em que cada uma armazena um conjunto de oito bits (chamado de um byte). Essas células funcionam como 
caixas de correio: cada uma tem seu endereço, embora só armazene uma carta por vez. 
A memória também é chamada de RAM (em seu formato mais comum) por permitir o acesso a 
qualquer endereço em qualquer ordem. 
Disso resulta o nome Memória de Acesso Aleatório (em inglês, Random Access Memory). 
Normalmente, as memórias RAM são vendidas em pentes de memória. 
A memória RAM é volátil, ou seja, seus dados são apagados quando o sistema fica sem 
energia. 
Vejamos, a seguir, as principais características de uma memória RAM: 
1 - Capacidade de armazenamento: Se possui 4 GB (quatro gigabytes) de armazenamento, a 
memória RAM conta com 4 bilhões dessas células, podendo armazenar até 32 bilhões de bits de 
dados. 
2 - Velocidade de comunicação com o barramento: Trata-se da velocidade com que a memória 
consegue transferir os dados para o processador. Por exemplo, uma memória de 400 MHz 
consegue transferir dados para o processador com uma taxa de até 3200 Mbps (3 bilhões e 200 
milhões de bits por segundo). 
Placa-mãe 
A placa-mãe consiste em um circuito elétrico impresso e uma série de componentes conectados nela. 
Os principais são: 
 
Fonte: Estácio de Sá 
A função básica da placa-mãe é conectar o processador, a memória principal e os periféricos (outros 
componentes não essenciais do computador). Essas conexões são chamadas de barramentos. 
Conforme a tecnologia se desenvolve, a placa-mãe começa a integrar em si periféricos que, até 
então, precisavam ser encaixados nela, como placas de vídeo, placas de rede, placas controladoras de 
portas seriais e paralelas. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 13 
 
Atenção! 
As placas-mãe dos celulares atuais são circuitos altamente complexos, contando com processador, memória, 
controladora de vídeo, controladora de tela touchscreen, acelerômetros, GPS e placa de rede sem fio e celular. Todos 
eles estão diretamente integrados à suaplaca-mãe. 
Periféricos 
Por se conectarem à parte central do computador, seus demais componentes são chamados, em 
geral, de periféricos. Muitos mostram ser tão relevantes que não seríamos capazes de imaginar sistemas 
computacionais sem eles. 
O primeiro computador usava apenas uma série de lâmpadas como saída e alguns cartões 
perfurados como entrada. Inicialmente, são necessários apenas dois instrumentos nesse processo, embora 
haja outro que também precisa ser apontado. 
Dispositivos de entrada 
Usados para interagir com o computador. Os mais comuns são: 
1. Tela touchscreen: permite a seleção de elementos sem precisar de um mouse. 
2. Teclado: segue um padrão já difundido das máquinas de escrever, facilitando seu uso e sua 
aceitação. 
3. Mouse: abre novos rumos por permitir a indicação de pontos na tela e a seleção deles, o que 
gerou um grande impacto no desenvolvimento de interfaces gráficas. 
4. Microfone: capta o áudio. 
5. Câmera: capta áudio com vídeo. 
6. Placa de rede: recebe os dados transmitidos pela rede. 
Veja na imagem os dispositivos listados: 
 
Fonte: Estácio de Sá 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 14 
 
Dispositivos de saída 
Eles leem os resultados por computador. Os mais usuais são: 
1 - Sistema de vídeo: Composto, geralmente, por uma placa de vídeo e um monitor ou uma tela. 
2 - Alto-falantes ou caixas de som: Emite sons e sinais sonoros. 
3 - Impressora: Imprime documentos elaborados no computador. 
4 - Placa de rede: Envia os dados pela rede. 
Mesmo com a operacionalidade garantida por esses dispositivos, ainda existe o seguinte problema: 
a memória principal perde as informações quando se desliga o computador, ou seja, ela é volátil. 
Mas é possível resolver esse tipo de problema? 
A resposta é: sim. Precisamos de um sistema de armazenamento persistente que não perca as 
informações após esse desligamento. 
Para isso, são usadas as memórias secundárias. 
Mais conhecidas como HD (Hard Disk ou Disco Rígido, em português), elas possuem essa 
nomenclatura porque sua tecnologia predominante envolve discos magnéticos lidos e escritos por um 
cabeçote. 
Atualmente, essa tecnologia tem sido substituída por Discos de Estado Sólido (SSD), que são muito 
mais rápidos e menos propensos a falhas e desgaste por não haver partes móveis mecânicas neles. 
As principais características das memórias secundárias são similares às da principal: 
1 - Capacidade de armazenamento: Normalmente medida em GB (gigabytes ou bilhões de bytes) 
ou TB (terabytes ou trilhões de bytes). 
2 - Velocidade de transmissão: Depende do barramento que o liga à placa-mãe. 
Hoje, a principal tecnologia de barramento de memória secundária é o SATA2, que é capaz de atingir 
taxas de transmissão de 3 Gb/s (3 gigas por segundo). 
Software 
As possibilidades criadas pela presença de um hardware no computador requerem a execução de 
um conjunto de programas, trazendo, assim, suas funcionalidades à tona, que definem o software. 
Costuma-se dividi-lo em dois tipos: 
1 - Software finalísticos ou de aplicação: 
Geralmente, são rodados de forma consciente nos computadores, entregando as funcionalidades 
desejadas por seu usuário. Observe alguns exemplos a seguir: 
Navegadores de internet: Chrome, Firefox e Internet Explorer; 
Planilhas: Excel e Libreoffice Calc; 
Editores de texto: Word e Libreoffice Writer; 
Jogos eletrônicos: LoL e Fortnite. 
 
2 - Software de sistema: 
Permitem que os finalísticos rodem em muitas máquinas com hardwares diversificados. Os 
softwares de sistema incluem os drivers dos dispositivos instalados no computador, ou seja, 
programas que controlam como se acessa e comanda determinado periférico. 
Exemplo: Uma placa de rede. 
O principal software de sistema é o conhecido sistema operacional. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 15 
 
Tendências 
A área de desenvolvimento de hardwares e softwares mostra diversos casos de sucesso. O 
surgimento de Circuitos Integrados (CI), microprocessadores, placas de vídeo, mouse, touchscreen, USB e 
muitos outros hardwares gerou saltos evolutivos no desenvolvimento dos computadores, alguns chegando 
a mudar drasticamente a sua forma de uso. 
Você consegue se imaginar usando um computador sem mouse ou touchscreen? 
No ramo de softwares, diversos programas mudaram a forma como trabalhamos e nos divertimos, 
tais como: 
1 - Jogos eletrônicos; 
2 - Sistemas operacionais com interface gráfica (Windows); 
3 - Aplicativos para realizar diversas tarefas cotidianas (e-bank, e-commerce e e-mail); 
4 - Navegador de internet (web browser); 
5 - Planilhas; 
6 - Editores de texto. 
Observe seu cotidiano e tente responder: quando foi a última vez que você enviou uma carta pelo 
correio? 
O campo de desenvolvimento nessa área é muito amplo e inesperado. Sempre surgem grandes 
ideias que, uma vez concretizadas, passam a valer milhões ou bilhões de dólares. Vejamos as grandes 
ideias responsáveis pelo aumento vertiginoso de valor das cinco maiores empresas de computação do 
mundo: 
Apple: PCs e, posteriormente, iPods e iPads. 
Microsoft: DOS e Windows (sistemas operacionais). 
Facebook: Redes sociais. 
Alphabet: Mecanismo de busca na internet (Google). 
Amazon: Sistema de vendas on-line com grande qualidade de serviço e sem lojas físicas. 
3 - O papel do sistema computacional 
O sistema operacional 
Sabemos que o sistema operacional (OS) é um dos principais – e o mais conhecido – softwares de 
sistema. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 16 
 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Responsável por conhecer o hardware instalado no computador, ele possui diversas funções 
importantes. 
Como exemplo, temos: fornecer aos programas acessibilidade ao processador e garantir 
transparência no acesso aos periféricos. 
Neste módulo, destacaremos a importância do sistema operacional, além de descrevermos sua 
evolução. 
Funções do sistema operacional 
Vamos entender as funções do sistema operacional analisando o seguinte exemplo: 
Pense em um automóvel. Imagine-se como um motorista (programa) ciente de que precisa acelerar, 
frear, passar as marchas e virar para a direita e a esquerda a fim de chegar a seu destino. Como motorista 
(programa), você, então, é capaz de dirigir um automóvel (hardware) até um destino. 
Mas o que aconteceria se, em vez de um carro, você estivesse a bordo de uma motocicleta ou de 
um carro de Fórmula 1? 
Note que os conceitos de acelerar, frear e virar são parecidos, mas a forma com que são 
executados é completamente diferente. O sistema operacional funcionaria, então, como um 
intermediário que sabe como executar cada operação em seu veículo específico (hardware), para 
que programas possam ser genéricos e independentes do hardware no qual estão sendo executados. 
Imagine, agora, que você decide entrar em um carro de Fórmula 1. Como motorista (programa), em 
vez de descobrir como se troca de marcha, precisa apenas pedir ao OS que o faça. Desse modo, o sistema 
operacional recebe o pedido e o executa. 
Confira agora algumas funções do OS! 
1 - Servir como uma camada de abstração entre o hardware e a aplicação do usuário. 
2 - Cuidar da alocação do armazenamento e da memória principal. Ao pedir para executar um 
programa, o OS deve alocar espaço na memória tanto para ele quanto para os dados que ele 
precisará manipular. 
3 - Nos computadores atuais, diversos programas executam simultaneamente. Por uma solicitação 
do usuário, alguns o fazem em primeiro plano, enquanto outros rodam em segundo (ou em 
background). Exemplo: Sempre que iniciamos o computador, mandamos executar alguns 
programas, como antivírus e demais programas de comunicação, a saber: Skype, Discord e 
WhatsApp. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 17 
 
4 - Informar quando e quais programas ganham acesso ao uso do processador. 
5 - Escolher quando determinados programas devempassar o uso do processador para 
outro programa. Este subsistema do OS é chamado de escalonador. Como os processadores 
atuais são normalmente compostos por muitos núcleos, para decidir a alocação de seu tempo a 
cada programa, o escalonador precisa levar em conta: 
Todos os núcleos disponíveis. 
Características de cada programa a ser executado. 
O Sistema Operacional é um programa intermediário que: gerencia os recursos de hardware do 
computador, fornece acesso a eles para os demais programas. 
Peça fundamental de um computador, o OS é carregado quando o ligamos. Mas os sistemas 
computacionais carregam, primeiramente, um programa chamado BIOS (Basic Input/Output System). 
Ele fica gravado em uma memória não volátil, geralmente em um chip da placa-mãe. 
Ao ligarmos o computador, a memória está vazia, pois é volátil. Se não houvesse o BIOS, não seria 
possível carregar o OS (que está em uma memória secundária, geralmente, o disco rígido) em memória 
para ser executado. 
Atenção! 
O sistema operacional ainda é um programa. Portanto, sua execução depende desse carregamento em 
memória. 
Histórico 
Os primeiros sistemas operacionais eram específicos para as máquinas que os empregavam. 
Basicamente, eles serviam de interface entre os programas do usuário e o hardware. Veja sua evolução 
histórica! 
Anos 1970 
Surge o Unix, um OS de uso geral muito difundido por ter sido distribuído gratuitamente para o setor 
acadêmico e o público nos Estados Unidos. 
Como ele não possuía uma interface gráfica, todos os seus comandos eram dados via console a 
partir de um texto. 
Exemplo: 
Se estiver em um Windows, segure a tecla Windows + R, digite cmd e aperte Enter. No Linux, 
segure as teclas Ctrl + Alt + T. Você verá o terminal aparecer. Podem ser dados ali comandos de 
texto para executar programas em sua máquina. 
Anos 1980 
A Microsoft começa a vender seu Sistema Operacional, o MS-DOS, presente nos computadores 
comercializados pela International Business Machine Corporation (IBM). Com isso, esse sistema 
ganhou uma grande projeção no mundo da computação. 
Microsoft: a Microsoft, porém, destaca-se em relação à sua concorrente direta ao apresentar um 
novo OS. O Windows, afinal, permite a execução de programas em janelas ou quadros que se 
superpunham a uma área de trabalho. O Sistema Operacional Windows chegou a ocupar 90% do 
mercado dos PCs. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 18 
 
Apple: a empresa Apple, por sua vez, lança uma versão de seu OS que contém: interface gráfica 
e conceito de ícones para representar programas. 
Século XX 
Vemos o nascimento de OS para os dispositivos móveis (mobiles) que surgiam: 
Smartphones; 
Tablets; 
SmartTVs. 
A Apple lança um sistema operacional exclusivo para seus aparelhos: o iOS. 
Enquanto isso, a Google e alguns parceiros desenvolvem o OS Android. Ambos disputam o 
mercado de OS para mobile e destronam a Microsoft, que, apesar de desenvolver o Windows 
Mobile, depois, desiste dessa competição. 
Tendências 
Os sistemas operacionais são fundamentais para o bom funcionamento dos sistemas 
computacionais. Com a integração de computadores a celulares e tablets, existe um grande foco no 
desenvolvimento e na melhoria de OS para mobile. Os principais são: 
Android; e 
iOS. 
Cálculos indicam a existência de mais de 8 bilhões de celulares no mundo. Essa quantidade é maior 
que o número de indivíduos na Terra, cuja população é formada por 7,5 bilhões de pessoas. Enquanto isso, 
o número de microcomputadores pessoais é estimado em cerca de 2 bilhões de unidades. 
4 - Comunicação em rede e sistema computacional 
Origem da internet 
Na década de 1960, os computadores já eram uma realidade consolidada. Desse modo, o 
Departamento de Defesa Norte-Americano resolveu iniciar os estudos para a construção de uma rede de 
comunicação capaz de permitir trabalhos em conjunto de pessoas muito distantes geograficamente. Assim, 
a ARPANET foi criada. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Evolução da ARPANET, uma rede de armazenamento de dados que, inicialmente, conectava algumas 
universidades e alguns centros de pesquisa. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 19 
 
Pensado para possibilitar uma troca de informações, o conceito de sistemas computacionais em rede 
necessariamente evoluiu, permitindo, hoje em dia, a interação com diversas aplicações, o que era uma 
realidade até então impensável para sistemas isolados. 
A internet 
Rede de redes 
Na concepção original dos computadores, não se planejava fazer com que vários deles se 
comunicassem entre si. Eles foram pensados apenas como máquinas programáveis para solucionar 
problemas. 
Nas décadas de 60 e 70 acontecia o nascimento da comunicação em rede. 
1960 
Na década de 1960, surgiu a ideia de conectar computadores espalhados pelos centros acadêmicos 
norte-americanos. 
1970 
A ARPANET foi montada para permitir o trabalho de pesquisa em conjunto por pessoas nas duas 
costas dos Estados Unidos. Essa ligação foi efetivada em 1970, surgindo, dessa forma, a primeira 
rede a integrar a internet. 
No entanto, conectar computadores não era fácil. Foi necessário: 
1 - Comunicação entre computadores: Lançar meios de comunicação (como fios de cobre ou 
enlaces de rádio) entre os dois computadores. 
2 - Protocolos de comunicação: Criar protocolos para que ambos pudessem entender como falar 
entre si, pois eles precisam de um hardware para enviar e receber dados em rede. 
Conforme outras redes iam se juntando, crescia a rede de redes (que passou a ser chamada de 
internet em 1986). Os computadores pessoais já estavam entrando no mercado, e as pessoas queriam se 
conectar de suas casas. 
Internet discada 
Por uma questão de simplicidade, as empresas de telefonia assumiram o papel de prover conexão à 
internet para os usuários domésticos. 
Surgia, assim, o modem de internet discada, que se conectava como se estivéssemos fazendo um 
telefonema e atingia taxas de transmissão de 14400 bps. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 20 
 
Endereço IP e roteador 
Uma das barreiras a serem vencidas para interligar tantas máquinas foi a forma de endereçamento, 
ou seja, como identificar unicamente um computador com o qual se deseja falar. A solução foi dar um 
endereço – como o da sua casa, por exemplo – para cada máquina. Trata-se de um processo denominado 
endereço IP, abreviação de Internet Protocol (ou Protocolo de Internet, em português). 
O endereço IP consistia em uma sequência de quatro números entre 0 a 255 (representados em 8 
bits). 
127.0.0.1 
192.168.1.1 
8.8.8.8 
Em posse do endereço de destino, um pacote (também chamado de datagrama) é enviado através 
das diversas redes existentes entre o remetente e o destino. Nas fronteiras delas, existem os roteadores, 
que funcionam como agências de correio e escolhem a rota que o pacote seguirá para chegar a seu destino. 
Dessa forma, passando de roteador em roteador, o pacote de dados consegue alcançá-lo com a sua 
mensagem. 
Exemplo de estrutura de roteamento 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Internet - Rede Mundial de Computadores. 
Tier 3 Network - Rede de camada 3, que costuma prover acesso à internet para a maioria dos 
usuários caseiros. 
Metro-fiber - Fibra ótica metropolitana, geralmente usada por empresas para ter acesso de banda 
larga à internet. 
Ethernet - Rede local cabeada. 
PSTN - Public Switched Telephone Network - Rede de telefonia local, base de conexão inicial à 
internet. 
Leased line - Linha (alugada) que fornece conexão dedicada à PSTN. 
Router - Roteador. 
PABX - Private Automatic Branch Exchange - Serviço de ramais telefônicos locais, geralmente 
usados em empresas. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
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Cable Operator - Empresa de serviço de televisão a cabo que também pode prover acesso à 
internet. 
Cable plant - Interligação do caboaté a casa do assinante. 
Cable customer - Assinante do serviço de TV a cabo. 
DSLAM - Digital Subscriber Line Access Multiplexer - Multiplexador que permite o uso de linhas 
telefônicas convencionais para acesso à internet (banda larga). 
ADSL - Assymetrical Digital Subscriber Line - Tecnologia para transmissão de dados em banda 
larga sobre o par trançado de cobre (linha telefônica comum). 
ADSL customer - Assinantes de linha ADSL (geralmente telefone mais acesso à internet via 
empresa telefônica). O triple play indica que também há sinal de televisão e que todo o serviço é 
feito via internet (roteador na entrada da casa). 
POTS - Plain Old Telephone Service - Linha telefônica comum. Nas origens de acesso à internet, 
os modems enviavam sinais por meio de uma ligação telefônica convencional entre o usuário e o 
provedor de serviço de acesso à internet. 
 
E-mail e páginas disponíveis na rede 
A conexão de tantos usuários em rede não trouxe só dificuldades técnicas a serem superadas como 
também – e principalmente – propiciou a criação de oportunidades para outros mercados e outras 
tecnologias. 
Inicialmente, os correios eletrônicos (e-mail) eram transmitidos por rede em uma analogia direta com 
o sistema de correios em que se baseou o conceito da ARPANET. Passadas três décadas, o sistema 
tradicional de correios raramente transporta cartas, limitando-se a encomendas e boletos. A maior parte do 
tráfego de correio é eletrônico. 
Da mesma forma, quando se desenvolveu o conceito de páginas disponíveis na rede (originalmente 
chamado de World Wide Web: WWW) e se criou um navegador capaz de passear por essa rede de páginas, 
surgiu o que a maior parte das pessoas entende ser a internet. 
Essa tecnologia mudou a maneira como: 
Fazemos comércio (por meio de sites de e-commerce); 
Vamos ao banco (internet banking); 
Acessamos serviços públicos (a maioria está disponível na rede); 
Adquirimos informação. 
Páginas de pesquisa, chats e programas de troca de mensagens 
Para organizar a procura por tanta informação e pelas páginas disponíveis na World Wide Web, o 
software de busca Google se mostrou vitorioso entre diversos concorrentes. 
Atualmente, é possível buscar qualquer página ou tópico na web. Isso tornou a Google uma 
das empresas mais ricas do mundo. 
Após alguns anos, as pessoas se acostumaram a ficar sentadas diante de seus computadores, 
estando conectadas à internet em grande parte do dia. Com essa nova realidade, a comunicação por e-mail 
ficou lenta, pois podia levar dias para que uma troca de mensagens fosse realizada. Surgiram, então, os 
servidores de chat, nos quais os usuários podiam interagir entre si em tempo real. O IRC, por exemplo, é 
usado até hoje. Também foram desenvolvidos programas de trocas de mensagem, como o ICQ. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 22 
 
IRC 
Internet Relay Chat – Protocolo de comunicação usado na internet para troca de arquivos e bate-papo. 
Comentário 
Ao longo dos anos, com a criação de smartphones, o ICQ (e seus demais concorrentes) foram naturalmente 
substituídos por versões mais modernas, como WhatsApp, Telegram e Discord. 
Interação entre usuários 
Com a conexão de diversos usuários domésticos, uma nova geração que crescia na década de 1990 
via seus jogos eletrônicos começarem a permitir uma interação entre usuários. 
Inicialmente, essa interação foi realizada em redes locais (chamadas de LAN), o que impulsionou o 
surgimento de LAN houses: lojas onde era possível jogar em rede usando os computadores e a LAN dos 
estabelecimentos. Em um processo de evolução natural, as empresas começaram a realizar jogos por meio 
da internet. 
 Com sua Battle.net, a Blizzard Entertainment pavimentou o caminho para o surgimento do que é 
conhecido como e-sports: jogos competitivos entre usuários de computador via internet. 
Battle.net 
Serviço criado em 1997 pela Blizzard Entertainment para o game Diablo, com o objetivo de prover serviços de 
jogo multijogador on-line pela internet. Esse conceito superou o de jogos e redes locais, os quais, até então, 
predominavam. Hoje em dia, a maioria dos jogos multijogadores já funciona via internet, como foi pioneiramente 
proposto pelo Battle.net. 
Blizzard Entertainment 
Sediada na Califórnia, esta empresa de jogos eletrônicos norte-americana foi criada em 1991 sob o nome 
Silicon & Synapse. Ela é conhecida por jogos como Lost vikings, Warcraft, Starcraft, Diablo e Overwatch. 
Banda larga, streaming e aplicativos 
Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias de transmissão, como a fibra ótica, o aumento da 
banda de internet disponível ao usuário doméstico permitiu que novos serviços fossem oferecidos, como 
música e vídeo via internet. 
Atualmente, testemunhamos a gradual – embora inevitável – substituição da televisão por serviços 
de streaming, como: 
Netflix 
YouTube 
De fato, a profissão de influenciador digital já é algo rentável. 
Novos conceitos de programas surgiram quando passamos a estar conectados em nível pessoal. Os 
celulares se tornaram computadores de bolso, e a tecnologia de comunicação de dados permite, hoje, 
transmissões até de vídeo (acima de 1 Mbps – bilhão de bits por segundo). Por isso, as pessoas estão cada 
vez mais conectadas a todo momento. 
Os aplicativos de mensagem, as redes sociais e até os jogos migraram para os celulares. Dessa 
forma, surgiram aplicativos colaborativos para: 
1 - Waze: Evitar engarrafamentos nas cidades grandes. 
2 - Uber: Locomover-se, substituindo, serviços de táxi. 
3 - Tinder: Buscar relacionamentos. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
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Tendências 
A conexão em rede dos computadores mudou o paradigma de uso dessas máquinas, moldando 
diversos hábitos de nossa sociedade. Atualmente, o mundo caminha em direção à conectividade plena. A 
maioria dos aplicativos já é planejada para trabalhar conectada à internet ou contém funcionalidades 
adicionais que dependem de tal conexão. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Cientistas e engenheiros trabalham em soluções para entregar uma rede de comunicação que 
permita o acesso à internet de qualquer ponto do planeta. O chamado Projeto Starlink é encabeçado pelo 
futurista Elon Musk e por sua empresa SpaceX. 
Considerações finais 
Visitamos os principais eventos históricos que culminaram na criação dos computadores, observando 
seu desenvolvimento desde o início até os dias atuais. 
Como pudemos observar, hoje em dia, os computadores estão por toda parte e são responsáveis 
pelas empresas de maior valor de mercado no mundo. Por isso, a área de Ciência da Computação oferece 
diversas possibilidades de emprego, provando estar em franca expansão. 
Além disso, entendemos o funcionamento básico de um computador e demonstramos de que forma 
ocorreu a evolução da intercomunicação dos sistemas computacionais. 
Referências 
HOUAISS. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. CD-ROM, 2002. 
PATTERSON, D. A.; HENESSY, J. L. Organização e projeto de computadores: a interface 
hardware/software. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
SHANNON, C. E. A mathematical theory of communication. Bell System Technical Journal, v. 27, p. 
379-423, 1947. 
STATISTA. The 100 largest companies in the world by market value in 2019. Statista, 2019. 
TURING, A. M. On computable numbers, with an application to the entscheidungs problem. 
Proceedings of the London Mathematical Society, v. 42, p. 230-265, 1937. 
ZELENOVSKY, R.; MENDONÇA, A. PC: um guia prático de hardware e interfaceamento. 3. ed. Rio 
de Janeiro: MZ Editora, 2003. 
 
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Marcio Quirino - 24 
 
Explore + 
Confira as indicações que separamos especialmente para você! 
Busque e assista aos vídeos: 
Processador (CPU) – principais características. Dell Suporte Brasil, 2016. 
Introdução ao roteamento de pacotes IP. Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR 
(NIC.br), 2014. 
Pesquisee leia as matérias e os artigos: 
DANIELE, A. Saiba por que o Dia da Informática é comemorado em 15 de agosto. Revista Exame. 
Publicado em: 15 ago. 2014. 
HAUTSCH, O. O que é um transistor e por que ele é importante para o computador? TecMundo. 
Publicado em: 8 fev. 2010. 
JORDÃO, F. Como funciona um Circuito Integrado. TecMundo.Publicado em: 21 out. 2013. 
PRESSE, F. SpaceX lança primeiros satélites para rede que vai prover internet do espaço. G1. 
Publicado em: 24 maio 2019. 
Busque e assista ao filme: 
The imitation game. Direção: Morten Tyldum. Estados Unidos: Black Bear Pictures, 2014. 114 min. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
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Componentes de Hardware 
Introdução 
Um sistema de computação é um conjunto de um conjunto de componentes principais e 
subcomponentes, que são fundamentais para o funcionamento do computador. Dessa forma, há uma 
estrutura básica, comum a todos eles, mas que possuem especificações distintas, de acordo com a intenção 
de uso do computador. 
Compreender a importância e a correta utilização dos componentes de hardware dos computadores 
é de grande relevância para que sejam escolhidos os sistemas primários e subsistemas adequados para a 
necessidade de uso do usuário. 
Assim, neste conteúdo, você compreenderá quais são os componentes vitais de um computador. 
Também aprenderá quais são os principais subsistemas de hardware de um computador e seus princípios 
básicos. Por fim, compreenderá o básico sobre o que é um sistema operacional e qual a sua função em um 
computador. 
1 - Estrutura básica de um computador 
Sistemas de computação 
A área conhecida como implementação de computadores se relaciona, em geral, com a 
abordagem de aspectos que são desnecessários ao programador. Por exemplo, a tecnologia usada na 
construção da memória, a frequência do relógio, sinais de controle para iniciar as micro-operações etc. 
A implementação de computadores difere do conceito de arquitetura de computadores, cujo termo 
se relaciona, em geral, ao tratamento de pontos que são de interesse do programador, a saber, conjunto de 
instruções do processador, tamanho da palavra, modos de endereçamento de instruções, entre outros. A 
implementação de computadores e a arquitetura de computadores estão inseridas no domínio mais geral 
dos sistemas de computação. Podemos citar como alguns exemplos de sistema: 
Sistema jurídico 
Sistema nervoso 
Sistema de informação 
Sistema familiar 
Sistema social 
Sistema solar 
A definição de computação pode ser entendida como a realização de cálculos de forma ordenada ou 
apenas a manipulação de valores. 
Partindo dessa definição, como você definiria um sistema de computação? 
Resposta 
Um sistema de computação é um conjunto de partes coordenadas que concorrem para a realização do objetivo 
de computar (dados). 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 26 
 
Antes de avançarmos, é necessário que você conheça algumas definições de termos importantes: 
Dados: Constituem um conjunto de fatos em estado bruto a partir dos quais conclusões podem ser 
tiradas. 
Informação: É a inteligência e o conhecimento derivados dos dados. 
Outro termo importante que devemos incluir no vocabulário é o data processing ou, processamento 
de dados que consiste em uma série de atividades ordenadamente realizadas (receita de bolo), com o 
objetivo de produzir um arranjo determinado de informações a partir de outras obtidas inicialmente. 
Veja a seguir as etapas de um processamento de dados: 
 
Etapas do processamento de dados. Fonte: Estácio de Sá 
Linguagem de programação 
Sistemas, dados e informação 
Um algoritmo pode ser formalizado em comandos de uma linguagem de programação, entendida 
pelo sistema de computação. Por exemplo, um algoritmo para soma de 100 números (1 a 100) está 
exemplificado, a seguir - exemplo adaptado de Monteiro (2007, p. 9): 
1 - Escrever e guardar N = 0 e SOMA = 0 
2 - Ler número da entrada 
3 - Somar valor do número ao de SOMA e guardar resultado como SOMA 
4 - Somar 1 ao valor de N e guardar resultado como novo N 
5 - Se valor de N for menor que 100 então passar para item 2 
6 - Se não for, imprimir valor de SOMA 
7 – Parar 
 
Tipos de linguagens 
Um programa pode ser escrito em diferentes tipos de linguagens, por exemplo, Assembly, Pascal, C, 
Cobol, Basic etc. 
Uma linguagem de máquina (código de máquina) é formada por sequências de bits que representam 
as operações. Dessa forma, temos a seguinte comparação: 
Linguagem de baixo nível de abstração 
Usa os chamados mnemônicos ao invés de bits. Está relacionada diretamente à arquitetura do 
processador. Pode ser conhecida como linguagem de montagem e Assembly. 
Linguagem de alto nível de abstração 
Possui um nível de abstração relativamente elevado, mais afastado da linguagem de montagem e 
mais próximo à linguagem humana. 
Exemplos: Pascal, Fortran, C++, Delphi. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
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Organização de um sistema de computação 
A organização funcional de um sistema de computação (S.C.) possui os seguintes componentes: 
Dispositivo de entrada 
Dispositivo de saída 
Processador 
Memória principal (primária) 
Memória secundária 
Veja a seguir qual é a relação de funcionamento entre estes componentes: 
 
Componentes de um sistema de computação. Fonte: Estácio de Sá 
 
A Arquitetura de John von Neumann (pronuncia-se fon Noiman) foi concebida a partir de 1946, 
precursora da arquitetura que conhecemos hoje. Ela possibilita a uma máquina digital armazenar seus 
programas no mesmo espaço de memória que os dados, permitindo, assim, a manipulação de tais 
programas. 
John von Neumann (1903-1957) foi um matemático húngaro, considerado um dos grandes gênios 
da humanidade. 
Possui contribuições em diversas áreas do conhecimento, desde a Economia, Teoria dos Jogos, 
Computação até a Física Nuclear. 
A arquitetura a seguir é um projeto modelo de um computador digital de programa armazenado que 
utiliza uma unidade de processamento (CPU) e uma de armazenamento (memória) para comportar, 
respectivamente, instruções e dados, conforme ilustrado. 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
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Projeto modelo de um computador digital. Fonte: Estácio de Sá 
Barramento 
Fundamentalmente, todo sistema de computação (computador) é organizado (funcionalmente) em 
três grandes módulos ou subsistemas: 
1 - Processador 
2 - Memória 
3 - Entrada/saída (E/S) 
Como se trata de componentes eletrônicos, a comunicação e o controle entre eles realizam-se por 
sinais elétricos que percorrem fios. Estes fios são chamados, em conjunto, de barramento. 
 
Organização funcional de um S.C. Fonte: Estácio de Sá 
 
A partir do que foi apresentado e com base em seus conhecimentos, você sabe definir qual é a função 
do barramento? 
Resposta 
Barramento é um conjunto de fios que têm por função transportar sinais de informação e sinais de controle 
e comunicação entre os componentes interligados. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 29 
 
Sinais de informação 
São bits, transportados entre o processador e demais componentes (memória ou periféricos), vice-versa. 
Sinais de controle e comunicação 
Pulsos, que surgem em duração e intervalo de tempo distintos conforme sua função. Cada um deles serve a 
um propósito diferente. 
Veja a seguir os tipos de barramento: 
1 - Barramento de dados (BD): São bidirecionais, transportam bits de dados entre o processador 
e outro componente, vice-versa. 
2 - Barramento de Endereços (BE): São unidirecionais, transportam bits de um endereço de 
acesso de memória ou de um dispositivo de E/S, do processador para o controlador do barramento. 
3 - Barramento de Controle (BC): Possuem fios que enviam sinais específicos de controle e 
comunicação durante uma determinada operação. 
A soma dos fios do BC, do BD e do BE é igual aototal de pinos do processador ou total de furos do 
soquete, ou seja: Totalpinos = BD + BE + BC. 
Em uma operação de transferência ou acesso (seja para leitura ou para escrita, exemplificado na 
(figura A), o barramento é único, embora dividido em grupos de fios que realizam funções diferentes (figura 
B): 
Figura A 
Uma operação de acesso do processador à memória principal. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Figura B 
Divisão do barramento em grupos de fios com funções diferentes. 
 
Fonte: Estácio de Sá 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 30 
 
 
Operação de transferência. Fonte: Estácio de Sá 
Se o processador precisar de um dado específico ao longo da execução de uma instrução, ele saberá 
o endereço dele, que, por exemplo, é o endereço 37 em decimal, 0000100101 em binário [com o barramento 
de endereços (BE) possuindo 10 fios]. Ao acessar o endereço especificado através do barramento de 
endereços, o processador, então, realizará uma operação de leitura, transferindo o dado, por exemplo, 7510, 
que se encontra no interior da célula de memória, pelo barramento de dados (BD). O barramento de controle 
(BC) será responsável pelos sinais de controle (exemplificados a seguir). 
Após o dado chegar ao processador e ser processado, um dado resultante desse processamento 
poderá agora seguir pelo BD, para ser armazenado em um endereço de memória, em uma operação 
denominada operação de escrita. O exemplo aqui descrito encontra-se ilustrado na figura a seguir: 
 
Funcionamento dos BE, BD e BC. Fonte: Estácio de Sá 
Com a finalidade de complementar os estudos a respeito de barramentos, vejamos o vídeo a seguir. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 31 
 
Processadores 
Os processadores são projetados com a capacidade de realizarem diretamente (pelo hardware) 
pequenas e simples (primitivas) operações, tais como: 
1 - Executar operações aritméticas com 2 números (somar, subtrair, multiplicar, dividir); 
2 - Mover um número (dado) de um local para outro; 
3 - Mover um número (dado) de dispositivo de entrada ou de saída; 
4 - Desviar a sequência de controle. 
A execução de um comando em linguagem de alto nível (por exemplo, Pascal), como X = A + B 
requer, primeiro, sua conversão para instruções de máquina e, em seguida, sua execução propriamente dita 
(figura), ou seja, somar o valor indicado por A com o valor indicado por B e armazenar o resultado no local 
indicado por A. 
 
Uma mesma instrução em linguagens diferentes. Fonte: Estácio de Sá 
Os processadores, então: 
Interpretam: O que fazer (qual a operação – no exemplo anterior, a operação era SOMAR). 
Executam: A operação (como fazer– algoritmo para completar a operação propriamente dita). 
 
Instrução de máquina 
Ações que podem ser realizadas por meio de instruções de máquina de acordo com Monteiro (2007, p.181): 
1 - Transferir uma palavra de acordo de uma célula para outra; 
2 - Efetuar a soma entre dois operandos, guardando o resultado em um deles ou em um terceiro operando; 
3 - Desviar incondicionalmente para outro endereço fora da sequência; 
4 - Testar uma condição. Se o teste for verdadeiro, então desviar para outro endereço fora da sequência; 
5 - Realizar uma operação lógica AND entre dois valores; 
6 - Parar a execução de um programa; 
7 - Adicionar 1 ao valor de um operando; 
8 - Transferir um byte de dados de uma porta de E/S para a MP; 
9 - Transferir um byte de dados da MP para uma porta de E/S; 
10 - Substituir o operando por seu valor absoluto. 
Uma instrução de máquina consiste no conjunto de bits que identifica uma determinada operação 
primitiva a ser realizada diretamente pelo hardware, por exemplo, 1001 00111 00001. 
 
Apostila de Arquitetura de Computadores 
 
Marcio Quirino - 32 
 
Podemos citar como exemplos de operações primitivas: 
Operações aritméticas– Somar, subtrair, multiplicar e dividir; 
Operações lógicas– AND, OR, XOR; 
Operações de entrada e saída de dados; 
Operações de desvio de controle; 
Operações de movimentação de dados. 
Ciclo de instruções 
Você sabe a diferença entre conjunto de instrução e ciclo de instrução? 
Conjunto de instruções são todas as possíveis instruções que podem ser interpretadas e 
executadas por um processador. Por exemplo, o Intel 8080 tinha 78 instruções de máquina, o Pentium 4 
tinha 247; 
Ciclo de instruções é um conjunto de instruções de máquina sequencialmente organizadas para a 
execução de um programa. 
 
Ciclo de instrução. Fonte: Estácio de Sá 
O formato básico de uma instrução de máquina é constituído de duas partes. Vamos conferir! 
Código de operação (C.Op.): Identificação da operação a ser realizada. 
Operando(s) (Op.): Pode ter 1, 2 ou 3. 
 
Instruções de máquina com um, dois e três operandos. Fonte: Estácio de Sá 
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Tendências 
Desde a sua criação, o progresso tecnológico da computação foi um dos fatos mais extraordinários 
da humanidade. Hoje, por menos de R$1.000,00 é possível comprar um telefone celular com um 
desempenho equivalente ao computador mais rápido do mundo comprado em 1993 por US$50 milhões. 
Esse rápido progresso veio dos avanços na tecnologia usada para construir computadores e das inovações 
no design de computadores. 
Reflita sobre o que virá no futuro, e sobre que tipos de conhecimentos devem ser adquiridos para 
almejar a vanguarda da atuação na área de computação. 
 
Evolução no design de computadores. Fonte: Estácio de Sá 
Questão 1 
A sequência básica de execução de operações primitivas é a definição de: 
Ciclo de instrução. 
As etapas básicas de um ciclo de instrução podem ser simplificadas para o acrônimo BDE: Buscar instrução 
na memória. Decodificar a operação a ser realizada e buscar operando, se houver. Executar a operação. 
Questão 2 
Um sistema de computação (S.C.) possui um processador que endereça 4 Mega (M) de endereços de memória 
principal no máximo. Qual é a largura de seu barramento de endereços (BE) em bits? 
22 bits. 
A quantidade de endereços de memória a serem endereçados pelo barramento de endereços é obtida da 
seguinte forma: N = 2L 
Sendo: 
N = Quantidade de endereços. 
L = Largura (quantidade) de bits do BE ou de cada endereço. 
Temos: 
N = 4 Mega endereços (não estamos considerando o conteúdo de cada célula, apenas a quantidade de células 
existentes). 
Cálculo de L: 
 
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Marcio Quirino - 34 
 
A tabela a seguir expressa alguns prefixos usados para abreviar valores em computação, nos valores em 
potência de 2 e em potência de 10. 
Unidade Valor em potência de 2 Valor unitário Valor em potência de 10 Valor unitário 
1k (quilo) 210 1024 103 1.000 
1M (mega) 220 1.048.576 106 1.000.000 
1G (giga) 230 1.073.741.824 109 1.000.000.000 
1T (tera) 240 1.099.511.627.776 1012 1.000.000.000.000 
 
Desmembrando o valor 4 do prefixo M, podemos escrever o valor 4 da seguinte maneira: 22 = 4 
Podemos escrever o prefixo Mega (M) da seguinte maneira: 220 = Mega 
Juntando: 4 Mega endereços = 22 × 220 
Repetindo a base e somando os expoentes: 222 
Assim: 4 M = 222 = 22 bits 
2 - Subsistemas de processamento, memória e entrada e saída 
Subsistemas de processamento 
Um processador ou Unidade Central de Processamento – UCP (Central Process Unit – CPU) possui 
basicamente duas funções principais: 
1 - Função processamento: Responsável pelo processamento dos dados. 
2 - Função controle: É a parte funcional que realiza as atividades de buscar a instrução; interpretar 
as ações; gerar os sinais de controle para ativar as atividades requeridas (dentro ou fora do 
processador). 
Memória 
Tipos de memória 
A memória é um sistema constituído de vários componentes, cada um com velocidades, custos e 
capacidades diferentes. Todos, no entanto, com mesma função – armazenar e recuperar valores, quando 
desejado. 
Existem diferentes tipos de memória, para diferentes

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