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Assim, tendo em vista a tendência de utilização de blockchains nos títulos de crédito, discuta neste fórum como essa tecnologia pode ser útil para os títulos de crédito, como os títulos virtuais atualmente são emitidos e trocados, se a implementação do blockchain implementação aumentaria a segurança da transação de títulos de créditos virtuais, ou se representaria algo inviável no atual cenário jurídico e econômico brasileiro. O cenário ideal considerando a implantação do blockchain envolve o máximo de benefícios que a rede pode oferece, que são a rastreabilidade de produtos, aplicação de restrições, automação do pagamento via contratos inteligentes, redução da interação humana e transparência nos processos de aquisição, - lembrando que em 1995 aqui no Brasil esse pensamento trouxe as urnas eletrônicas para acabar com fraudes eleitorais.- tendo o mínimo de problemas, os desafios são, evitar problemas de desenvolvimento nos contratos inteligentes e surgimento de legislação restritiva. A tecnologia do Blockchain não se limita a setores predominantemente voltados a matemática e computação. Pois até na medicina já se tem algumas aplicações, como em prontuário eletrônico, registros e informações médicas e até acompanhamento das medicações desde o seu ponto de origem até o hospital (SARA, 2021). Outro segmento que vem sendo bastante utilizado inclusive pelo Brasil, é a agricultura. Através do Blockchain, agora é possível acompanhar o trajeto dos alimentos de forma automatizada e em tempo real. Também é possível distribuir os registros de partes da produção, ou seja, toda a cadeia de produção torna-se publica para os demais produtores e, inclusive, para os clientes. Outros exemplos de utilizações do Blockchain no segmento agrícola são melhoramento de qualidade dos produtos, melhores preços, possíveis crowdfundings em produções agrícolas, assim como também é um estímulo a práticas mais sustentáveis. (T. RODRIGO, 2021) Segundo Swan (2015, p.1), o blockchain “funcionaria como o livro razão das transações”. Ulrich (2014) diz que, quando há novas operações, elas são verificadas contra a blockchain que já existe, atestando que o mesmo Bitcoin não seja gasto por mais de uma vez. Blockchain é além de tudo o sistema de compartilhamento da rede Bitcoin, tendo um papel de contabilidade pública com acesso disponível a todos os usuários podendo, portanto, ser verificada pelos computadores dos usuários. Boff e Ferreira (2016) reforçam que a tecnologia blockchain poderia melhorar a transparência da relação sociedade e Estado. Estima-se que desde 2016, os investimentos em empresas do mercado financeiro que utilizam da Blockchain como sua principal ferramenta foi de U$ 23,2 bilhões, aproximadamente R$ 130 bilhões (HALL, 2021). O setor financeiro é um dos líderes em adoção dessa tecnologia em seus empreendimentos, pois facilita o gerenciamento de dados dentro da própria empresa, aumenta a transparência, diminui os custos e, principalmente, aumenta a segurança nos negócios (LIKOS, 2021). A autenticação das transações é protegida pelas assinaturas digitais correspondentes a cada usuário, permitindo que todos tenham controle total sobre o envio dos Bitcoins. A segurança empregada nas transações com Bitcoin está na transparência de que cada usuário pode fazer a validação, sempre que uma operação acontece tem algum usuário por trás fazendo a confirmação. Existem dois tipos de registros na base de dados do blockchain: blocos e transações individuais. De acordo com Purchio (2017), as moedas virtuais, a qual o Bitcoin está inserido, permitem transações financeiras instantâneas que até o momento são imunes a fraudes. Como em seu processo de troca permite o rastreio desde o início até o fim, é impossível existir um Bitcoin falso. Assim, a tecnologia do Blockchain é à prova de fraudes. Pois, ao tentar modificar o hash presente no bloco para fraudar as bitcoins ou quaisquer informações que estiverem salvas, o hash se torna inválido. Com isso, os outros computadores da rede não validarão essa transação. Por isso, o Blockchain se torna tão atrativo para implementações em áreas que necessitam dessa segurança e privacidade de dados. Portanto, o Blockchain surge como a alternativa mais viável para dirimir essa avalanche de corrupção que assola o país há décadas. No entanto, no Brasil, a instabilidade e insegurança não são de competência apenas do âmbito público administrativo. Todas as consequências geradas pelas decisões do Poder Público acabam afetando diretamente a vida privada, pois não há como dissociar as duas esferas, o público-privado. O ambiente de rede blockchain pode contribuir na redução de custos de transação de compras públicas, mas precisa conseguir operacionalizar os atributos chave que envolvem essa tecnologia, como uma automatização de contratos inteligentes, rastreamento compartilhado e a habilitação de chaves públicas compartilhadas, para ter eficiência e eficácia. Mas há fatores externos a implantação que devem ser considerados, a instituição de um marco legal que garanta o uso da tecnologia sem judialização e a facilitação do uso com sistematização simplificada. Quando o dinheiro é colocado em um banco, o governo garante a sua segurança, mas não se pode dizer a mesma coisa quando se trata das corretoras de criptomoedas. A ideia por trás da criação das criptomoedas é a de ser independente de terceiros, ou seja, não depender de uma corretora para garantir a segurança do dinheiro. As corretoras são alvos mais frequentes de ataques hacker; sendo assim, a maneira mais segura de guardar as criptomoedas é transferi-las para as carteiras e garantir que estas estejam seguras. As grandes vantagens do uso do Bitcoin trazem ainda uma enorme possibilidade de desburocratizar o sistema monetário, facilitando e articulando uma maior movimentação por conta deste fato. (T. RODRIGO, 2021) Assim, através do art. 24, IX da CF/88, é possível identificar sobre o que trata esse objetivo fundamental. É estabelecido que “cabe aos entes federativos legislar sobre educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação”. Neste artigo, compreende-se que uma das formas de desenvolvimento nacional se dá, entre outras coisas, através da tecnologia, desenvolvimento e inovação. Assim, tecnologias com a aplicabilidade capazes de fornecer meios de aprimoramento para com a prática jurídica além de benéficas para os operadores do direito e a sociedade, são válidas juridicamente. (T. RODRIGO, 2021) Importante mencionar que a blockchain não possui uma definição consolidada e aceita universalmente. Como ela engloba diversas dimensões tecnológicas, legais, operacionais e regulamentares, ela pode ser utilizada de inúmeras formas, sendo esse um dos principais motivos de seu grande potencial. (T. RODRIGO, 2021) A implantação de um ambiente de rede blockchain tem potencial de contribuição na redução dos custos de transação presentes nos processos de compras públicas; contudo, é necessário que se consiga operacionalizar atributos-chave que envolvem a tecnologia, como a automatização de contratos inteligentes, o rastreamento compartilhado e a habilitação de chaves públicas compartilhadas, para obter melhores resultados em termos de eficiência e eficácia; existem fatores externos à implantação que precisam ser considerados – a instituição de um marco legal que garanta o uso da tecnologia sem judicialização e a facilitação do uso com sistematização simplificada – pois podem influenciar no output o cenário ideal considerando a implantação da blockchain envolve máximo de benefícios que uma rede blockchain pode oferecer – rastreabilidade de produtos, aplicação de restrições, automação do pagamento via contratos inteligentes, redução da interação humana e transparência nos processos de aquisição – com o mínimo de problemas – os desafios aqui são evitar problemas de desenvolvimento nos contratos inteligentes e surgimento de legislação restritiva, bem como dispensar a necessidade de mudança do perfil da equipe de compras.Tal cenário é o 6º mais provável de acontecer, de acordo com os especialistas.