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Troca e Permuta

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Conceito
1. Negócio jurídico em que as partes se obrigam a entregar reciprocamente coisas, que não sejam dinheiro.
Características
1. Contrato bilateral: Nada impede, porém, que se apresente na modalidade plurilateral (ou multilateral), caso concorram mais de dois contratantes
2. Contrato oneroso: a cada benefício recebido corresponde um sacrifício patrimonial.
3. Contrato comutativo: as obrigações devem equivaler-se juridicamente.
4. Contrato paritário: as partes devem estar em iguais condições de negociação, estabelecendo livremente as cláusulas contratuais.
5. Contrato não solene: a menos que envolva, por exceção, bens imóveis, em que, conforme preceituado pelo art. 108 do Código Civil de 2002, haverá a imprescindibilidade do registro para a validade da estipulação contratual.
6. Contrato típico: disciplinado na legislação civil.
7. Contrato instantâneo, já que seus efeitos são produzidos de uma só vez, podendo materializar-se tanto como um contrato de execução imediata quanto de execução diferida, a depender da situação fática, em que a produção concentrada de efeitos se dê ipso facto à avença ou em data posterior à celebração (em função da inserção de um termo limitador da sua eficácia).
Permuta de valores desiguais
1. Quando a contraprestação pelo bem ofertado em troca for parcialmente em dinheiro, estará desvirtuada a permuta? A depender do enfoque que se vislumbre, pode-se ter efetivamente uma permuta (ex.: a troca de uma casa por um apartamento, complementando a diferença em dinheiro) ou uma compra e venda com pagamento parcialmente in natura (ex.: a venda de uma fazenda com o recebimento de um apartamento como parte do pagamento). Segundo a doutrina de Eduardo Espínola, é possível visualizar três teorias:
· Verificação de qual o maior valor exato, se da coisa ou do saldo, caracterizando-se objetivamente, no primeiro caso, a permuta, e, no segundo, a compra e venda;
· Verificação da efetiva intenção das partes, apreciada de acordo com as circunstâncias;
· Consideração da permuta como regra geral para a entrega recíproca de bens (permuta com saldo), a não ser que a importância paga como saldo seja de tal maneira superior à coisa objeto do contrato que, indubitavelmente, o pagamento em dinheiro deve ser considerado o objeto principal.
3. Qualquer desses três parâmetros podem ser adotados no caso concreto.
Disciplina jurídica
1. Dada a semelhança existente entre o contrato de compra e venda e a troca ou permuta, toda a disciplina normativa aplicável ao primeiro poderá ser invocada à segunda, a saber, as regras sobre vícios redibitórios, evicção etc.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
2. Inciso I: solução adotada para o estabelecimento das despesas do negócio jurídico.
3. Inciso II: se os valores são iguais, não há necessidade da referida anuência, pela impossibilidade de haver prejuízo para os demais descendentes. E, embora o Código não mencione, também será dispensável tal anuência se o bem recebido pelo ascendente, na troca, tiver valor superior ao por ele entregue, pois haverá, na hipótese, aumento de seu patrimônio, não tendo os demais descendentes legítimo interesse para discordar do negócio”. 
Referências:
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil – Contratos – v. 4 – 5. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.

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