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MODELO DE CORTE ORTOGONAL A ferramenta possui forma de uma cunha. Aresta de corte é perpendicular à direção de velocidade de corte A medida que a ferramenta é forçada a entrar no material, o cavaco é formado por cisalhamento ao longo de um plano chamado, plano de cisalhamento. Figura 1 Cunha da ferramenta Fonte: Apostila curso de usinagem da Escola Politécnica da USP Figura 2 Aresta de corte da ferramenta Fonte: Apostila curso de usinagem UNB Determina a direção em que o cavaco flui na superfície da ferramenta Ângulo de saída (α) Fornece uma pequena folga entre o flanco da ferramenta e a superfície de trabalho Ângulo de folga MODELO DE CORTE ORTOGONAL A ferramenta no corte ortogonal possui dois parâmetros geométricos: - Ângulo de saída (α) - Ângulo de folga (α) Figura 3 Ângulos de referência Fonte: Apostila curso de usinagem UFRGS, Souza (2011). MODELO DE CORTE ORTOGONAL Razão de espessura de cavaco (r) – diferença proporcional entre a espessura do cavaco não deformado (to) e a espessura do cavaco deformado no plano do cisalhamento (tc) Figura 4 Razão da espessura de cavaco Fonte: Groover, 2014. 𝑟 = 𝑡𝑂 𝑡𝐶 Largura do cavaco (w) – não contribui substancialmente para a análise do corte ortogonal. (1) MODELO DE CORTE ORTOGONAL É possível estabelecer uma relação entre a razão de espessura de cavaco, ângulo de saída e ângulo do plano de cisalhamento. Supondo que ls seja o comprimento do plano de cisalhamento Figura 5 Vista lateral do plano ortogonal Fonte: Groover, 2014. 𝑡𝑂 = 𝑙𝑆. sin ∅ 𝑡𝐶 = 𝑙𝑆. cos ∅ − 𝛼 Substituindo em (1) 𝑟 = 𝑙𝑆. sin ∅ 𝑙𝑆. cos ∅ − 𝛼 𝑟 = sin∅ cos ∅ − 𝛼 tan∅ = 𝑟 . cos 𝛼 1 − 𝑟 . sin 𝛼 MODELO DE CORTE ORTOGONAL A deformação de cisalhamento (𝛾) que ocorre ao longo do plano de cisalhamento pode ser representada pela Figura 6. Na Figura 6 (a) a deformação é representada por uma série de placas paralelas que ilustram a formação seriada de cavaco. Cada cavaco formado pode ser representado individualmente pela Figura 6 (b). E a deformação por cisalhamento pode ser representada pela Figura 6 (c). Figura 6 Vista lateral do plano ortogonal Fonte: Groover, 2014. (a) (b) (c) 𝛾 = 𝐴𝐶 𝐵𝐷 = 𝐴𝐷 + 𝐷𝐶 𝐵𝐷 𝛾 = tan(∅ − 𝛼) + cot ∅ MODELO DE CORTE ORTOGONAL Em uma operação de usinagem que se aproxima do modelo do corte ortogonal, a ferramenta de corte tem ângulo de saída de 10º. A espessura do material que será removido (espessura do cavaco antes de sofrer a deformação ou espessura do cavaco indeformado) tO = 0,50 mm e a espessura do cavaco (após o corte) tC = 1,125 mm. Calcule o ângulo do plano de cisalhamento e a deformação de cisalhamento na operação. 𝑟 = 0,50 1,125 = 0,444 𝛾 = tan(25,4 − 10) + cot 25,4 Solução Razão de espessura do cavaco Ângulo do plano de cisalhamento tan∅ = 0,444 . cos 10 1−0,444 .sin 10 = 0,4738 ∅ = 25,4º Deformação de cisalhamento 𝛾 = 2,386 MODELO DE CORTE ORTOGONAL Existem diferenças entre o modelo de corte ortogonal e o processo de usinagem real: O processo de deformação por cisalhamento não ocorre ao longo de um plano de cisalhamento, mas dentro de uma região. Para o material se comportar de forma realista, a deformação por cisalhamento deve ocorrer dentro de uma zona fina de cisalhamento. Os experimentos de usinagem indicam que a espessura da zona de cisalhamento é de apenas alguns milésimos de polegada. MODELO DE CORTE ORTOGONAL Zona de cisalhamento sendo tão fina não há grande perda de precisão, na maioria dos casos, referindo-se a ela como um plano. Figura 7 Modelo realístico de formação de cavaco Fonte: Groover, 2014. Outra ação cisalhante ocorre no cavaco após esse ter sido formado, além da deformação por cisalhamento primário. Está ação cisalhante dita zona de cisalhamento secundária é resultante do atrito do cavaco que desliza ao longo da superfície de saída da ferramenta. Seu efeito aumenta com o aumento do atrito entre cavaco e ferramenta. MODELO DE CORTE ORTOGONAL O formato do cavaco depende do tipo de material que está sendo usinado e das condições de corte da operação. Figura 8 Tipos de formação de cavaco Fonte: Groover, 2010. Cavaco descontínuo Cavaco contínuo Cavaco contínuo Superfície irregular devido às descontinuidades do cavaco Bom acabamento típico Partícula de APC na superfície usinada Zona de elevada deformação por cisalhamento Zona de baixa deformação por cisalhamento (a) (b) (c) (d) MODELO DE CORTE ORTOGONAL Cavaco descontínuo Figura 9 Cavaco descontínuo Fonte: Groover, 2010. Superfície irregular devido às descontinuidades do cavaco Materiais frágeis usinados com velocidades de corte baixas; Tende a conferir textura irregular na região obtida na usinagem; Elevado atrito entre cavaco e ferramenta; Profundidade de corte elevada; Altas taxas de velocidade de avanço. MODELO DE CORTE ORTOGONAL Cavaco contínuo Figura 10 Cavaco contínuo Fonte: Groover, 2010. Bom acabamento típico Materiais dúcteis usinado em altas velocidades de corte e com avanços e profundidade de corte relativamente pequenos; Em geral são obtidos bom acabamento superficial na região de usinagem obtida; Ferramenta com aresta de corte afiada e baixo atrito ferramenta-cavaco; Cavacos longos e contínuos podem causar problemas para arrancar da região de usinagem; MODELO DE CORTE ORTOGONAL Cavaco contínuo Figura 11 Cavaco contínuo com APC Fonte: Groover, 2010. Partícula de APC aderida a superfície usinada Usinagem de materiais dúcteis com baixa velocidade de corte; Atrito ferramenta-cavaco tende a aderir parte do cavaco na superfície de saída da ferramenta (APC); Formação da APC é cíclica, se forma, aumenta, torna- se instável e quebra-se; É comum na formação da APC o cavaco por conta do atrito arrancar partes da ferramenta, o que reduz a vida útil da ferramenta; Aumenta a rugosidade da superfície usinada devido a incorporação de partículas da ferramenta e de cavaco. MODELO DE CORTE ORTOGONAL Cavaco contínuo Figura 12 Cavaco segmentado Fonte: Groover, 2010. Partícula de APC aderida a superfície usinada Possuem a aparência de dente de serra (formação cíclica do cavaco, que alterna elevada deformação por cisalhamento e baixa deformação por cisalhamento); Associados a materiais com reduzida usinabilidade (ligas a base de titânio, superligas a base de níquel e aços inoxidáveis austeníticos); Comum de ocorrer na usinagem de aços estruturais quando empregada alta velocidade de corte. Zona de elevada deformação por cisalhamento Zona de baixa deformação por cisalhamento
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