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AÇÕES AFIRMATIVAS E A DEMOCRACIA CONTEMPORÂNEA
Para a compreensão da relação entre as ações afirmativas e democracia contemporânea, faz-se necessário apresentar a democracia de maneira histórica bem como a forma como as ações afirmativas interferem no meio social; Para este estudo, serão abordados os seguintes autores e obras: Adriana Maria Tonini e Antonio Marcelo Jackson Ferreira da Silva e o artigo “Ações afirmativas e democracia contemporânea na educação“, Flávia Obino Corrêa Werle e o artigo “PolÌticas de avaliação em larga escala da educação básica”, José Matias Pereira e o artigo “Politicas Públicas de Educação no Brasil”.
Adriana Maria Tonini e Antonio Marcelo Jackson Ferreira da Silva no artigo “Ações afirmativas e democracia contemporânea na educação“ compreendem a democracia a partir da etimologia da palavra como “governo do povo”, então historicamente, o ato de governar seria o trabalhar em prol da cidade-estado, porém as assembleias que determinavam as ações do governo tinham como participação apenas parcela da população que tinham o direito de estar lá bem como os que poderiam fazer parte do governo. As decisões do governo em prol da burguesia e das demandas por ela criados, fez com que o direito politico fosse relacionado à produção econômica, fomentando na indagação sobre a desigualdade social, criando divergências entre pensadores e resultando na criação de ações afirmativas que buscassem defender o direito de minorias, estas minorias seriam reconhecidas pelo impacto econômico que sofriam pelo pertencimento a raça, etnia e/ou sexo. 
Observa-se que na contemporaneidade a concepção de democracia precisa ser analisada de maneira mais ampla; ao garantir o direito da escolha de representantes, a população se afastou das decisões do poder, não participando dos debates diretos de assuntos de interesse público, distanciando do conceito original de democracia. No que tange a liberdade, a politica contemporânea tem seu foco em garantias de direitos individuais que podem ser ameaçadas pelo poder politico, distanciando da ação politica compartilhada. A ideia de ações em defesa da minoria parecia ir contra a concepção de democracia, tendo em vista que esta era compreendida como uma forma de governo em que se levasse em conta a minoria. As ações afirmativas buscavam criar mecanismos que permitissem indivíduos marginalizados conceberem uma nova realidade que antes era aceitar o meio como era, sem novas perspectivas.
No campo da educação, algumas ações afirmativas, foram indispensáveis para o acesso a educação de forma democrática; Uma das ações desenvolvidas como pode ser constatado no artigo “PolÌticas de avaliação em larga escala da educação básica” de Flávia Obino Corrêa Werle ao retratar a isenção para estudantes de escola pública da taxa de pagamento da inscrição do ENEM, prova de avaliação do ensino médio bem forma de entrada para o ensino superior. Apesar do Enem, ser uma prova única, para todos os estudantes, ainda havia a disparidade econômica, social e educacional, adquiridos ao longo da vida acadêmica até o ensino médio, que poderia fazer com que os estudantes não apresentassem as mesmas chances. Com ações afirmativas como o sistema de cotas, como pode ser constatado por Tonini e Silva, o direito da “escola para todos” ainda que distante, poderia se aproximar de seu objetivo. Porém, mesmo que os estudantes que fazem parte da minoria conseguissem passar para a graduação, muitos não tinham possibilidades financeiras de se mudarem para a cidade onde ficava a instituição de ensino que passaram e acabavam por não continuar o ensino, o que pode ser facilitado através da Educação a distancia como pode ser constatado no artigo “Politicas Públicas de Educação no Brasil” de José Matias Pereira, os autores percebem a EAD como uma possibilidade de inclusão social, pois possibilitam o acesso por alunos em áreas geográficas sem instituição de ensino superior.
Tendo em vista Tonini e Silva, portanto, podemos compreender que as ações afirmativas visam proporcionar meios para que a população possa obter mesmas oportunidades e direitos, proporcionando assim uma democracia eficaz, em que os governantes possam ser um regime liberal e de soberania popular, dando poder ao povo, diminuindo a marginalização de classes que estiveram nesta posição ao longo da história, em que o governo agia em prol da minoria com maior aquisição econômica. Ações afirmativas, portanto, são imprescindíveis para o exercício democrático.

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