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atividade 1 Antropologia - UAM

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CONFLITOS E CONVERGÊNCIAS ENTRE OS PRINCIPAIS ELEMENTOS 
CULTURAIS BRASILEIROS E A CONTRIBUIÇÃO AFRICANA NA CONSTRUÇÃO 
DA CULTURA. 
 
RESUMO: 
Este trabalho propõe olhar para a construção cultural do Brasil através da 
formação das religiões, das misturas de influencias culinárias, da música e da dança 
originárias da miscigenação dos muitos povos que aqui atracaram desde a 
colonização dos brancos portugueses. Em especial, destacar um dos conflitos mais 
fervorosos que é o conflito religioso e que marca a história desde o nascimento da 
civilização. Também incluir a importância da cultura dos negros africanos na 
composição cultural nacional desde a escravidão dos mesmos até a vivência cotidiana 
dos dias atuais. 
 
Palavras-chave: Formação cultural. Conflito religioso. Influência cultural. 
 
ABSTRACT: 
This work proposes to look at the cultural construction of Brazil through the 
formation of religions, the mixtures of culinary influences, music and dance originating 
from the miscegenation of the many peoples who docked here since the colonization 
of the white Portuguese. In particular, to highlight one of the most fervent conflicts, 
which is the religious conflict and which has marked history since the birth of 
civilization. Also include the importance of the culture of black Africans in the national 
cultural composition since their slavery to the daily experience of today. 
 
Keywords: Cultural formation. Religious conflict. Cultural influence. 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
O Brasil abriga hoje muitas nacionalidades sendo, por isso, a cultura brasileira 
muito rica e diversa, resultado da colonização que promoveu o encontro de povos 
muito diferentes, e colocou em contato culturas opostas recriando códigos de conduta, 
refazendo valores e crenças e criando também novas formas de se relacionar. Os três 
principais povos formadores dessa identidade cultural foram os negros, os indígenas 
e os brancos portugueses. O objetivo deste trabalho é mostrar a importância que 
esses três grupos, principalmente os negros tiveram na constituição cultural do Brasil. 
Suas tradições, hábitos, modo de vestir, religião, língua e etc. foram impressos na 
identidade brasileira e perpetuam até os dias de hoje. Também mostrar como o conflito 
religioso permanece, quase que intacto, até os dias atuais. O motivo de escolher 
enfatizar o grupo africano em específico se deu pela vontade de destacar os detalhes 
sobre a contribuição histórica deste povo na personalidade brasileira. Considero ser 
importante ressaltar que o encontro cultural ocorrido no território brasileiro não foi 
apenas historicamente extraordinário, mas também, trágico e conflitante, tendo em 
vista que houve o extermínio de milhares de indígenas, fora isso ainda foram 
colocados em cativeiro estes e os africanos, que já sabemos, foram feitos escravos 
desde o primeiro século, e as marcas deixadas pela escravidão são vistas até os dias 
de hoje na sociedade brasileira. Em primeiro lugar o texto expôs a importância de 
reconhecermos a pluralidade cultural do país, levando em consideração que com 
tantas misturas étnicas fica impossível sintetizar em uma única cultura toda a 
diversidade cultural existente. A seguir a proposta foi chamar a atenção para a 
relevância das religiões na constituição nacional e mostrar que esta também não se 
manteve pura por conta da diversidade de povos habitando o mesmo espaço. Foi feita 
também uma leve comparação entre os três principais grupos religiosos e a exposição 
dos conflitos entre si, tal qual a breve compatibilidade entre elas. Mais adiante foi 
falado sobre as religiões de origem africana e quando começaram a ser reconhecidas 
como patrimônio cultural no Brasil. 
Ao final foram citadas algumas das palavras adicionadas ao léxico brasileiro 
que são de origem africana. Também foi mencionado a herança deixada pela cultura 
africana através das músicas, da dança e da culinária que conseguiu manter intactos 
alguns pratos oriundos desse povo, mas que teve também, em alguns casos, mescla 
de influências por conta da variedade de povos e do tempo em que estas vêm sendo 
passadas de geração em geração. 
 
Desenvolvimento: 
 
Em primeiro lugar deve-se reconhecer que falar de cultura brasileira no singular 
é esquecer-se das consequências que a miscigenação entre os povos trouxe. Já era 
considerado antropologicamente um sistema de repartição das culturas por critério 
racial, tendo a cultura indígena, que já residia no que hoje é considerado território 
brasileiro, e após a colonização inserindo novas culturas nesse contexto cultural, 
como a cultura africana, a cultura dos brancos, e as culturas mestiças por conta das 
relações entre esses povos. Mesmo que o critério de separação cultural mude, é 
essencial reconhecer a pluralidade cultural brasileira. Entre os elementos culturais 
estão a música popular, as danças, as festas tradicionais, as comidas típicas de cada 
região, e a religião. Festas tradicionais como o Carnaval, pelo qual o Brasil é 
reconhecido internacionalmente, que tem origem europeia, sendo herança do entrudo 
português e das mascaradas italianas, foram adotadas e, com o tempo, acrescidas de 
elementos que trouxeram originalidade e acabaram criando raiz sólida na cultura 
popular, sendo comemorada anualmente e passada de geração em geração. A festa 
de São João que tem caráter religioso, As Cavalhadas e o Festival de Parintins são 
outros exemplos de festas oriundas da mistura de influências que se tornaram 
comemorações tradicionais. 
 Outro elemento cultural importante na formação dessa identidade é a religião, 
que também sofreu miscigenação e reúne referências do catolicismo, do candomblé, 
do cristianismo e das religiões indígenas. Por causa da grande diversidade religiosa 
sempre existiu e persiste até os dias atuais os conflitos entre esses grupos. Dessa 
diversidade, o cristianismo compõe, até então, a maior parte da formação moral do 
país, isso é visto na constituição das leis brasileiras que foram criadas, ainda se tem 
a vertente católica que constitui o maior grupo religioso brasileiro. Dentro ainda do 
cristianismo pode-se formar dois grandes subgrupos, o protestantismo e o 
pentecostalismo, grupos aparentemente muito parecidos em suas ideias básicas, mas 
que constantemente entram em choque por conta das diferenças doutrinárias. O 
Catolicismo Romano foi, por um longo período, a religião dominante no país, só com 
a chegada de um grupo de refugiados franceses apoiados pelo rei Henrique II e 
Calvino que houve a primeira tentativa de implantar o protestantismo no Brasil. 
Tentativa essa que foi fracassada devido a desentendimentos internos com relação a 
liturgia, o que deu ao Catolicismo Romano mais dois séculos de monopolização e 
dominação religiosa. Em 1624, chegam os holandeses e uma segunda tentativa de 
implantação da religião protestante é colocada em prática e consolidada em 1630 
dominando Olinda e Recife, o protestantismo era, até então a maior religião não-
católica no território brasileiro. Não se pode negar a relevância que o pentecostalismo 
teve e tem na formação da identidade cultural nacional. Este foi introduzido aqui pelo 
ítalo-americano Luis Francescon, no Paraná e em São Paulo, e em Belém, no Pará 
pelos suecos Daniel Berg e Adolph Gunnar Vingren. As duas maiores igrejas 
consolidadas no Brasil até então eram a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã 
no Brasil. 
Os pentecostais e os protestantes sempre tiveram uma relação instável devido 
às diferenças em seus usos e costumes. Enquanto o protestantismo carrega uma 
mensagem de conversão e é mais liberal, o pentecostalismo tem como centro 
manifestações espirituais, milagres e cura divina. Com a segunda explosão 
pentecostal e o pós guerra nos anos 50 o campo religioso também mudou e cada vez 
mais igrejas pentecostais abriram desestabilizando a relação frágil com os 
protestantes,tornando a religião motivo de competição. Apesar dos conflitos entre 
pentecostais e protestantes não é incomum vermos esses dois grupos unidos contra 
um “inimigo” em comum, o catolicismo. Até os dias de hoje é possível observar como 
os não-católicos e os católicos agem de forma aversiva entre si por conta das 
diferenças doutrinárias e litúrgicas dos dois grupos. 
Após as rupturas sociais nos anos 50 ainda houve o desenvolvimento das 
religiões de origem africana, como o candomblé e o xangô, que deixaram para traz as 
formas tradicionais de organização da vida e buscaram entender e se adaptar à vida 
em sociedade a partir de um modelo simbólico já existente, onde o pentecostalismo 
tinha como função a prática religiosa como forma de adaptação do homem do campo 
à cidade grandes. É inegável a contribuição dos negros para a cultura brasileira nas 
artes, na religião, na indústria, e pouco se fala sobre a agregação desses elementos 
culturais desse grupo na formação da identidade nacional, pois foi apenas a partir do 
século XX que os rituais, manifestações e costumes dos negros africanos foram 
considerados expressões nacionais. Enquanto os europeus viam o país apenas como 
colônia de exploração, os negros povoaram o Brasil, mesmo que forçosamente. O 
negro é um civilizador mesmo em posição de escravo. 
Os africanos não tinham liberdade para se expressar, mas suas crenças 
religiosas e seus costumes sobreviveram apesar da opressão. Além dos valores 
espirituais, sua culinária, música e danças também atravessaram as barreiras 
temporais e se encontram em contato com o cotidiano do brasileiro até hoje, 
principalmente entre os nordestinos. A herança africana misturada com as crenças 
indígenas converteu-se numa expressão cultural brasileira única. A dança e a música 
sempre fizeram parte do dia a dia dos negros, para eles estes elementos tinham um 
grande poder de comunicação e uma forte ligação com o mundo espiritual. Entre os 
diversos tipos de músicas que fazem parte da cultura brasileira, o samba é o que mais 
representa a identidade musical daqui. De influência africana, nasceu nas casas de 
baianas, no Rio de Janeiro e gerou ao longo do tempo derivações como o samba-
canção, a bossa nova, samba-enredo entre outros, e geralmente é associado ao 
Carnaval, mas com o passar dos anos ganhou seu próprio espaço. Uma dança 
africana muito comum era o batuque, que era acompanhada de tambores e 
instrumentos básicos de percussão, foi e é, até hoje, considerada pelas autoridades 
eclesiásticas um costume imoral pelo fato de as mulheres movimentarem muito o 
corpo, principalmente o quadril. A Capoeira, de origem africana, uma mistura de luta, 
dança, música e cultura popular, foi adaptada e refinada desde o seu aparecimento, 
e é uma expressão característica das artes maciais e da dança brasileira. Inicialmente 
era praticada à noite nas senzalas enquanto os escravos estavam acorrentados pelas 
mãos, por isso se pratica apenas usando os pés, também era utilizada para proteger 
de roubos as mercadorias a serem vendidas. 
Em relação a língua, uma gama gigantesca de palavras originadas da cultura 
africana foi incorporada ao vocabulário nacional: Ogum, orixás, Oxalá, macumba, 
xangô, assim como pratos típicos da culinária desse povo como o vatapá, baba de 
moça, a cocada, o acarajé, a farofa, a canjica, a cachaça entre outros. Dos pratos 
herdados dos negros das senzalas, a feijoada é sem dúvida o mais conhecido, feito a 
partir das sobras de carne que os senhores não comiam se tornou um dos pratos mais 
saborosos da culinária brasileira. Falando de culinária brasileira, outro elemento 
cultural valioso, há também uma grande variedade de pratos típicos provenientes da 
cultura indígena e forte influência da cozinha portuguesa e italiana. A chegada dos 
colonizadores portugueses foi como um intercâmbio de informação, modo de fazer, 
etc. Estes mostraram aos nativos indígenas a cerveja, as carnes secas, e os alimentos 
que se conservavam durante o longo período de travessia pelo oceano, os indígenas, 
por sua vez, mostraram o cultivo da mandioca, do milho, de frutas, verduras e 
legumes. Com tantas influências cada região desenvolveu sua cultura alimentar, mas 
se for pra escolher algum alimento que represente o Brasil, sem dúvida o feijão e o 
arroz são a cara do país, com diferença no tipo do grão e no modo de preparo a 
depender da região, esses são consumidos em todo o território nacional. 
 
CONCLUSÃO: 
 
Pôde-se observar que os principais elementos constituintes da identidade 
cultural brasileira são a religião, a música popular, a dança, e a culinária. Ao longo do 
tempo os variados tipos de culturas dentro desses elementos vêm-se mesclando e 
gerando novos elementos que vão sendo adicionados às tradições nacionais, virando, 
assim, patrimônio imaterial. A pluralidade criada pelo cruzamento das diversas raças 
resididas aqui é que cria, desde o início da colonização, tantos choques culturais, 
principalmente no âmbito religioso. Os portugueses atracaram aqui e, sem ter em 
conta os habitantes nativos, dominou toda a riqueza local e o povo. Os negros, 
escravizados, como única opção tiveram que encontrar sua identidade como 
brasileiros, assim construíram um legado cultural, importantíssimo na formação da 
identidade nacional, que abarca desde a religião até as artes e a ciência. Apesar da 
falta de liberdade de expressão estes conseguiram manter até hoje muitas de suas 
tradições, costumes e rituais. 
 
REFERÊNCIAS 
 
PORFÍRIO, Francisco. Cultura brasileira; Brasil escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira.htm. Acesso em: 10 maio 
2022. 
 
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo, 2007. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira.htm
SANTOS, Maria Arlete. Contribuição do negro para a cultura brasileira. 
Revista Temas em Educação e Saúde, Araraquara, v.12, n.2, p. 217-229, jul./dez. 
2016. ISSN: 1517-7947. 
 
CAMPOS, Leonildo Silveira. Pentecostalismo e Protestantismo “Histórico” no 
Brasil... Horizonte, Belo Horizonte, v. 9, n. 22, p. 504-533, jul./set. 2011 - ISSN: 
2175-5841. 
 
FIORIN, José Luiz. A construção da identidade nacional brasileira. 
BAKHTINIANA, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 115-126, 1o sem. 2009. 
 
OLIVEIRA, Rafael de Souza. Pentecostalismo e Protestantismo... DISCERNINDO 
- Revista Teológica Discente da Metodista v.1, n.1, p. 143-153, jan.dez.2013,

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