Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Ana Beatriz Grecco – Turma V HEMATOLOGIA: ANEMIAS Causas? • Doenças inflamatórias • Anemias ferroprivas • Efeito colateral de medicamentos • Doenças genéticas Conceitos iniciais: Formação das células sanguíneas: • Todas as células sanguíneas vêm de uma única origem, a medula óssea, ou stem cell – célula tronco. • A célula tronco se diferencia em diversos ramos: linfócitos, monócitos, macrófagos, granulócitos, hemácias e plaquetas. ERITROPOIESE: caminho das hemácias Rim → produz eritropoetina → estimula linhagem vermelha na medula óssea → produz eritroblastos (célula jovem), anterior a hemácia Eritroblastos → formação da Hb e perda do núcleo → joga na circulação Reticulócitos → perdeu o núcleo, mas ainda tem hemoglobina. Precisa perder os retículos endoplasmáticos para se tornar a hemácia. → baço → hemácias (limpa os reticulócitos) Os reticulócitos são os marcadores da PRODUÇÃO de hemácias. Paciente anêmico: diminuição de hemoglobinas. Resposta fisiológica das anemias: Rim: aumenta a eritopoetina (pois a hipoxia aumenta e “entende-se” que não se tem hemácias), → aumenta a eritroblastos → reticulócitos aumentam. Divide-se as anemias em grupos: • Perda exagerada das hemácias • Sem reticulócitos • Quando a medula não funciona → sem eritroblastos ANEMIA HIPERPROLIFERATIVA: Medula óssea consegue responder → proliferação de reticulócitos → reticulocitose -> a pré-hemácia • Anemia hemolítica • Sangramento agudo ANEMIA HIPOPROLIFERATIVA: A medula não consegue responder → sem produção de reticulócitos • Anemias carenciais (sem matéria prima) o Ferro o B12 o Ácido fólico • Anemias de doença crônica o Renal o Inflamatória Hemácias: saco de hemoglobina Formação da hemoglobina: • Protoporfirina (proteína que a mitocôndria produz) + ferro → HEME • 4 HEME + globina (codificação genética) → HEMOGLOBINA Problemas ligados a formação da hemoglobina: • Sem protoporfirina → sideroblástica • Sem ferro → ferropriva/doença crônica • Sem globina → talessemia/anemia falciforme o Talessemia → defeito na quantidade de cadeia de globina o Anemia falciforme → defeito na qualidade (autoimune) Hemoglobinas microcísticas: pouco conteúdo no interior da célula, as hemácias são menores → sideroblastica, ferropriva, crônica, talessemia. Pode ser hipocromica – poucas cores Sem protoporfirina → bastante ferro (que não se liga) → “SIDERO” – muito ferro (2 anemias microcíticas estão diminuídas e 2 aumentadas) DIAGNÓSTICO: Hemograma completo Linhagem vermelha: • Hm – 4-6 milhões/mm • Hb – 12-17g/dl – melhor para diagnóstico • Ht – 36-50% (geralmente 3x o valor da anemia) o Hematócrito → menos fidedigno porque pode variar conforme a hidratação do paciente Tamanho: • VCM – 80-100 – tamanho médio das hemácias • HCM – 28-32, hemoglobina corpuscular média • CHCM – 32-35, concentração de HCM o Os dois servem para dar cor, qualquer um dos dois alterados pode ser hipercromica – esferocitose – ou hipocromica • RDW – 10-14%, índice de anisocitose, alto em anemias carenciais 2 Ana Beatriz Grecco – Turma V • Reticulócitos → 0,5-2% - reticulocitose, se prolifera ou não CLASSIFICAÇÃO: Anemias microcíticas: VCM BAIXO • Ferropriva • Doença crônica • Talassemia • Sideroblástica – forma hereditária Anemias normocíticas: • Ferropriva • Doença crônica • Insuficiência renal • Anemias hemolíticas – problemas fora da medula • Anemia aplásica Anemias macrocíticas: VCM ALTO • Megaloblástica • Etilismo crônico • Sideroblástica – forma adquirida ANEMIA FERROPRIVA Quadro clínico: • Síndrome anêmica: palidez, cefaleia, angina, astenia, sonolência... • Carência nutricional: o Qualquer carência: glossite, quelite angular o Carência Fe: perversão de apetite (PICA – pagofagia – come terra e chupa gelo), coiloníquia (unha em forma de colher), disfagia (Plummer-Vinson – fibrose) Diagnóstico: Ciclo do ferro: importante para diferenciar o tipo de microcítica, pois no fim muitas se resumem ao ferro. • Intestino – absorção do ferro na dieta. • Muito ruim de absorção → substância ácida consegue melhorar na absorção. • O ferro fica preso no enterócito, é carreado pela TRANSFERINA (proteína que leva o ferro até a medula – produzida no fígado – e lá ele forma as hemácias) → 120 dias de hemácias → baço → hemocaterese. • Separa a hemoglobina – fígado se livra da globina, a protoporfirina vira bilirrubina e sai pelas fezes, o ferro tem dois caminhos: o Volta pra MO pela transferrina. o Vira ferritina – guardado em forma proteica, reserva de ferro. • O ferro entra e não sai do organismo – por isso é ruim de absorver. Não há via de eliminação. Balanço negativo do ferro – perde mais do que ganha. Causas: perda sanguínea crônica, parasitas, crescimento acelerado... Consequências: • Depleção dos estoques → ferritina • Com isso aumenta-se a produção de Transferrina → TIBC aumenta (capacidade de combinação do ferro com a transferrina – cada transferrina se liga à 2 ferros) • Ferro sérico diminui – não produz corretamente as hemoglobinas → Hb começa a cair → diminui a produção de hemácias (demora) • Anemia começa como normocítica → depois vira microcítica → depois vira hipocrômica. • Saturação da transferrina (ferro/TIBC) → normal entre 30-40%. Representa a quantidade de ferro. HEMOGRAMA: • Início normo/normo • Clássico micro/hipo • RDW alto • Trombocitose (mudança de hemóstase) Índice de ferro: • Ferritina baixa (estoque) • Transferrina alta (transporte) • TIBC alto • Receptor solúvel da transferrina • Ferro sérico baixo – ferro • Saturação de transferrina – baixo • Protoporfirina – pode estar elevada – se não tiver ferro, sobra a protoforfirina (questão conceitual). CONDUTA Investigar a causa • Crianças: desmame precoce, ancilostomíase (eosinofilia) • Adultos: hipermenorreia, sangramento GI crônico... o Mais de 50 anos: colono e EDA Iniciar sulfato ferroso • Dose: 300mg (ou 60mg Fe elementar) 3x/dia • Como avaliar a resposta: contagem de reticulócitos • Duração: 6 meses – 1 ano → tem que repor estoque. o Ferritina > 50mg/ml • Se o paciente estiver com Hb de 11,9, ainda tem que dar o sulfato ferroso, pois significa que os estoques estão baixos. ANEMIA DE DOENÇA CRONICA: 3 Ana Beatriz Grecco – Turma V Doenças crônicas: • Infecciosas • Inflamatórias • Neoplásicas Citoquinas → chegam ao fígado → liberação de hepcidina → aprisionamento do ferro nos estoques e redução da absorção intestinal do ferro. Laboratório: • Anemia: normo/normo • Ferro sérico – diminuído • Saturação da transferrina – diminuída • Ferritina – elevada • Transferrina, TIBC, receptor solúvel da transferrina – diminuída o Difere da ferropriva. TRATAMENTO: • Tratar a doença base • Eritropoetina – casos selecionados Diagnóstico diferencial das anemias microcíticas: ferropriva e doença crônica Exames para confirmar: ferritina e TIBC (diferenciam as duas) ANEMIA SIDEROBLÁSTICA Falha na síntese do heme – secundária ao álcool, chumbo, forma hereditária • Podem ser microcíticas e hipocromicas • Ferro sérico – alto • Ferritina alta • Transferrina normal Diagnóstico: • Aspirado de MO - >15% de sideroblastos em anel • Sangue periférico: pontos de ferro no citoplasma – corpúsculos de Pappenheimer Tratamento: • Tratar causa base • Vitamina B6 • Desferoxamina TALASSEMIA Defeito na quantidade de cadeia de globina 4 HEME + 4 GLOBINA → HEMOGLOBINA • HbA – 97% - aaBB • HbA2 – 2% - aaDD – alta afinidade com oxigênio • HbF – 1 % - aaYY – fetal • Cadeia B baixa – Betalassemia • Cadeia A baixa – Alfatalassemia – todos os tipos caem, pois todos tem Alfa na composição. BETATALASSEMIA: • B0 – sem produção • B+ - baixa produção Hemácia pequena com sobra decadeia alfa – tóxica • Eritropoiese ineficaz – hemólise na MO • Hemólise – baço e fígado • Anemia micro/hipo com RDW normal • Acúmulo de ferro • Diagnóstico: eletroforese de Hb o Diminui HbA, e aumenta HbA2 e HbF Formas clínicas: Betatalassemia major – B0B0, B0B+ - Cooley • Anemia hemolítica grave depois de 6 meses de idade • Hepatoesplenomegalia/ baixa estatura • Expansão de MO – deformidades • Tratamento: ácido fólico (combustível da medula que acaba) / quelante Fe / esplenectomia / Tx MO Betatalassemia intermedia – B+B+ • Clinicamente brando • Tratamento: ácido fólico e quelante do Fe Betatalassemia Minor – B+B, B0B – traço • Somente anemia micro/hipo • Acompanhamento ALFATALASSEMIA • Deleção de um ou mais genes alfa – normal são 4 • Hemácia pequena e com sobra de cadeias beta e gama – tóxicas • Clínica, laboratório e tratamento semelhantes à betatalalassemia • Sintomas só com mais de 3 deleções – já ao nascimento – a hemoglobina fetal depende da alfa Formas clínicas: Carreador assintomático – aaa- • Deleção de apenas uma cadeia Alfatalassemia minor – aa— • Só microcitose e hipocromia • Eletroforese de Hb normal • Diagnóstico de Hb normal • Portadores de traço alfa-talassemico 4 Ana Beatriz Grecco – Turma V Alfatalassemia intermédia – a--- → doença da hemoglobina H • Anemia hemolítica moderada/grave • Eletroforese de Hb: 5-40% de Hb H Hidropsia fetal (----) • Incompatível com a vida • Eletroforese de Hb: 80% de Hb Bart – não libera oxigênio Adendo: Deficiência de vitamina B12: Valores elevados de homocisteína e ácido metilmalonico. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Anemia macrocítica • Produz grandes eritoblastos • Deficiência de ácido fólico e/ou vitamina B12 Folato (ácido fólico) ingerido é inativo – MTHF → ativado pela vitamina B12 → THF ativo → Pronto para formar o DNA Sem B12 → sem ativar o folato → sem matéria prima para DNA → falha na síntese do DNA • Problema com a célula em si, e não com a hemoglobina. O bloqueio da síntese leva a anemia com célula grande → a célula aumenta porque não tem divisão celular, fica aumentada Na MO: MEGALOBLASTOS (células que não se dividiram) • Ocorre eritropoiese ineficaz – hemólise na medula – atacada por macrófagos pois entende-se que não são normais No sangue periférico: MACROCITOSE. A doença não é sistêmica, pois as hemácias têm vida de 120 dias → afeta somente as células que possuem alto poder de proliferação e vida curta. • Pancitopenia leve – plaqueta acaba afetada • Neutrófilos hipersegmentados. Metabolismo do “Folhato” • Intestino: “verde”, dieta • Circulação: MTHF • Célula: B12 (enzima) • DNA: THF • A vitamina B12 coloca o radical metil do MTHF na homocisteína, transformando em metionina. • Ácido fólico: depende e B12 e consome homocisteína → Marcadores Causas de deficiência de folato: • Má nutrição: alcoólatra, criança • Necessidade aumentada: gestante, hemólise crônica Metabolismo da Cobalamina (B12) • Origem “animal” – Prt + B12 • Estômago: proteína, B12 → quebra das ligações deixando a B12 livre → ligante R (saliva) se liga a B12 até o duodeno • Duodeno/pâncreas: ligante R e B12 é quebrada novamente pelas proteases pancreáticas, e o fator intrínseco do estomago se liga a B12 no duodeno (eles “viajaram” juntos até o duodeno • Íleo terminal: fator intrínseco + B12 conseguem ser absorvidos. Causas de deficiência da B12: • Anemia perniciosa: anemia autoimune contra a célula parietal (contra o fator R) • Gastrectomia • Vegetariano estrito • Pancreatite crônica • Doença ileal • Diphyllobotrium latum (larva fêmea do peixe) Quadro clínica deficiência de B12 e ácido fólico: • Síndrome anêmica • Glossite + quelite + diarreia Deficiência de B12: exclusivas • Síndrome neurológicas – neuropatias, mielopatias, demências o Perda da sensibilidade vibratória o Fraqueza envolvendo o neurônio motor o Degeneração combinada de medula • Por que a vitamina b12 pode causar sintomas neurológicos? o A B12 catalisa a reação do ácido metilmalônico em succinil-CoA → sem a B12 o ácido metilmalônico causa toxicidade neuronal. Laboratório: • Anemia macrocítico (VCM >110) / neutrófilos hipersegmentados • RDW elevado e normocrômica • Plaquetas e leucócitos baixos – pancitopenia leve • LDH e bilirrubina indireta aumentada – eritropoiese ineficaz • Carência de B12 ou folato? o Aumento da homocisteína: os dois causam o Aumento do ácido metilmalônico: só a B12 5 Ana Beatriz Grecco – Turma V TRATAMENTO Deficiência de B12: • Repor B12 IM Deficiência de ácido fólico: • Repor folato VO Avaliar com reticulócitos (ambos). ANEMIAS HEMOLÍTICAS Anemias – passo inicial • Hiperproliferativa X hipoproliferativa • Reticulócitos > 2% X reticulócitos <=2 Hiper: • Hemólise – está se proliferando muito para compensar • Sangramento agudo Reconhecendo a hemólise: • Destruição precoce, prematura, que acaba com as hemácias antes do tempo. • O processo fisiológico é a hemocaterese. • Clínica: o Anemia + icterícia (fica amarelo porque forma a bilirrubina) o Litíase biliar o Esplenomegalia • Laboratório: o Aumento de reticulócitos (reticulocitose) o VCM N ou aumentado o Bilirrubina indireta (ainda não chegou no fígado) e LDH aumentado o Diminuição da haptoglobina – se ligam com as globinas, levam direto para o fígado, por isso sai do sangue e fica baixo. Problema da anemia hemolítica: complicação e descompensação. → CRISES ANEMICAS Crises anêmicas: 1. Sequestro esplênico: • Geralmente crianças com anemia falciforme • Obstrução da drenagem esplênica, o sangue entra e não sai, acaba sequestrando as hemácias, e os macrófagos destroem as hemácias de forma abrupta. • Tratamento: retirada do baço • Falcemico <2anos, aumento do baço + anemia grave. 2. Aplásica: • Medula que não produz as células vermelhas • Causas: parvovírus B19 – autolimitado – percursores eritroides 3. Megaloblástica: • Aumento de turnover: déficit de folato • Acaba o “combustível” 4. Hiper-hemolítica (incomum) Investigando a hemólise: Raciocínio: várias formas de hemólise No ponto prático: a hemácia foi destruída por um fator dela ou por um mecanismo imune – opsonização? Se houve ataque imune, há anticorpos ligados com as hemácias, então faz-se o teste para ver se estão ligados. Coombs direto: • Positivo – imune – autoimune (AHAI) • Negativo – não imune – congênitas ou adquiridas Congênita: componentes essenciais • Membrana – esferocitose • Enzimas – deficiência de G6PD • Hemoglobina – talassemia, falciforme Adquirida: • Intravascular X Extravascular (baço) – hiperesplenismo, trauma, SHU... ESFEROCITOSE HEREDITÁRIO Esferócitos: hipercromia, hemácia pequena. Esferócito não é patognomônico de esferocitose, pois anemias autoimunes podem cursar com esferocitoses. Diminuição de Espectrina / Anquirina: alteração na membrana → perda da “ancoragem” das hemácias. → aspecto maciço. Clínica: hemólise + esferócitos + hipercromia + coombs negativo. Diagnóstico: teste da fragilidade osmótica → hemácia sensível aos meios de baixa osmolaridade. Tratamento: cura? Problema de ordem genética. • Alteração hematológica → não cura, defeito genético • Quadro clínico → esplenectomia! A partir de 4 anos. Obs: AHAI seria em surtos e Coombs (+) Reticulócitos altos: significa medula funcionando, se o reticulócito estiver baixo, significa que a medula está baixa. Se o VCM estiver alto, significa que o folato está faltando → pode ocorrer uma crise megaloblástica. 6 Ana Beatriz Grecco – Turma V DOENÇAS FALCIFORMES Defeito qualitativo da hemoglobina Problema na cadeia Beta da hemoglobina → alteração no cromossomo 11 → troca ácido glutâmico por valina • Hemoglobina S → HbS (faz a hemácia assumirformato de foice) • Gene de natureza homozigótica → não é porque recebe o traço que irá manifestar a doença, pois precisa dos dois genes. • Traço Falciforme – heterozigoto – AS (toda pessoa que tenha hemoglobina S) • Anemia falciforme – homozigoto – SS ANEMIA FALCIFORME Definição: eletroforese com HbS > 85-90% As “HbS” não podem se “encostar” a princípio, pois fora um “bastão” por polimerização dentro da hemácia e faz elas mudarem de forma. Situações de estresse que faz a reação ocorrer: hipóxia, desidratação, diminuição do pH, aumento da temperatura → polimerização/ afoiçamento → célula em foice ou drepanócitos. Quadro clínico: • Hemólise – hemácia mais frágil, pode ocorrer dentro do vaso, não precisa do baço. • Inflamação – hemólise • Vaso oclusão – formato “duro” da hemácia dentro dos vasos • Doença isquêmica • Agudo: crises vaso-oclusivas • Crônico: disfunção de órgãos. o Crianças: nenhuma manifestação ao nascer, pois a hemoglobina fetal protege as hemácias. • Adendo: a anemia falciforme é a anemia hemolítica que não deixa o baço grande pois até os 5 anos ele já sofreu autoesplectomia. AGUDO: crises-oclusivos. • Síndrome mão-pé → Dactilite: 6m-3anos (HbF protege no início) • Crises álgicas → ossos longos, vértebras, arcos costais – Diagnóstico diferencial: osteomielite (lembrar Salmonella) – abdominal, hepática, priapismo. • Síndrome torácica aguda – infecção, TEP, embolia gordurosa. Condição multifatorial → febre, dor torácica, tosse, infiltrado... muito confundido com PAC. • Sistema nervoso central → AVEi (<15anos) ou AVEh (adultos). Posso fazer doppler intracraniano anualmente nesses pacientes jovens. • Alterações mais graves: 3Ps → pulmão, priapismo e parênquima cerebral. CRÔNICO: disfunção de órgãos • Baço: autoesplenectomia até 5 anos → risco de sepse pneumocócica. • Corpúsculos de Howell-Jolly → núcleo não removido. Não é patognomico para quem não tem baço. o Se baço continua palpável: pensar em outra doença falciforme (S-talassemica?) • Rim: proteinúria nefrótica → GEFS, hematúria (papila) o Traço falciforme: pode ter como única alteração a hematúria. • Retinopatia + oesteonecrose (fêmur) → hemoglobinopatia SC. • Úlceras cutâneas TRATAMENTO: Terapia aguda: • Hidratação e O2 → aliviar os fatores que levam a agudização e estresse. o Vaso alterado → não pode hidratar demais, e O2 apenas se hipoxemia. • Analgesia → opioide para dor intensa. Deixar de tratar a dor pode piorar por ser um fator de estresse. • Febre: o ATB – cefalosporina 3ª o Internar: <3anos ou de maior risco (Hb<5, choque e sepse) • Transfusão sanguínea: o Evitar ao máximo a transfusão o Fazer em: crises – anêmicas ou álgica refratária, manifestações graves (síndrome torácica, priaprismo ou AVE) – com via exsanguineotransfusão parcial. • Priapismo >3-4h → avaliar drenagem de corpo cavernoso. Terapia crônica: • Evitar infecção: PEN V oral: 3m-5anos / vacina: pneumo, hemófilos, meningo, influenza, HBV. • Folato: 1-2mg/dia • Transfusão crônica: o Doppler transcraniano – velocidade fluxo ACM > 200 cm/s. o AVE prévio: manter HbS < 30-50%. • Hidroxiureia – aumenta a HbF e diminui a aderência das hemácias o Anemia grave – Hb<6 por 3 meses o Crises álgicas - >= 3 crises/ano com internação o Síndrome torácica aguda/priapismo/AVE o Lesão crônica de órgãos: rim, retina... 7 Ana Beatriz Grecco – Turma V • Transplante de medula: o Jovens com doença grave – curativo Resumo: tratamento a longo prazo: atualizar o calendário vacinal, prescrever folato e hidroxiureia. ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE (AHAI) DX: Coombs (+) / esferócitos AC quentes (IgG) – 75% • Extravascular – baço • Causas: o Idiopática (maioria) o Secundária: HIV/Lúpus/linfoma/LLC o Drogas: penicilina, sulfa, metildopa • Tratamento: Corticoide, esplenectomia, rituximabe (anti-CD20) AC frios (IgM): • Intravascular – crioaglutininas • Causas: o Mycoplasma o Mieloma • Tratamento: o Evitar exposição ao frio o Rituximabe DEFICIENCIA DA G6PD • Diminuição da NADPH – Lesão por estresse oxidativo – droga X infecção • Coombs (-) / hemoglobinúria • Alterações: corpúsculos de Heinz / células mordidas (bite cells) • Tratamento: suporte e evitar medicamentos. o Ácido nalidíxico o Sulfa – primaquina – dapsona
Compartilhar