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Definição - Miíases � “Infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, se alimentam dos tecidos vivos ou mortos do hospedeiro, de suas substâncias corporais líquidas ou do alimento por ele ingerido” � larvas de moscas que completam seu ciclo, ou pelo menos parte do seu desenvolvimento normal dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro vertebrado” Classificação - Miíases � Obrigatórias ou Primárias (Biontófagas) – causadas por larvas de dípteros que naturalmente se desenvolvem sobre ou dentro de hospedeiros vertebrados vivos. Ex.: Cochliomyia, Chrysomyia, Dermatobia, Oestrus � Facultativas ou Secundárias (Necrobiontófagas) – larvas de dípteros que se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição (vida livre), e eventualmente atingem tecidos necrosados de um hospedeiro vivo. Ex.: espécies das famílias Calliphoridae, Sarcophagidae, Muscidae e Fannidae � Pseudomiíases (Acidental) – larvas de dípteros ingeridos com o alimento e que passam pelo trato digestório sem se desenvolver, ocasionando distúrbios mais ou menos graves. Ex.: Stratiomidae, Syrphidae, Muscidae, Tephritidae (mosca-das- frutas, bicho-da-goiaba) Família Calliphoridae Gênero Cochliomyia Cochliomyia hominivorax (“mosca varejeira”) � robusta (8mm) � cor verde, com reflexos azul metálico em todo o tórax e abdome � mesonoto com 3 faixas negras longitudinais � olhos de cor avermelhada e resto da cabeça amarelo brilhante � pernas alaranjadas Família Calliphoridae Gênero Cochliomyia Cochliomyia macellaria � encontrada em tecidos necrosados ou cadáveres � larvas maduras com pigmentação na traquéia até a metade do primeiro segmento larval) � adultos: esclerito chamado basicosta é de cor clara � encontrada em tecidos vivos � larvas maduras com pigmentação na traquéia até a terceiro ou quarto segmento larval) � adultos: esclerito chamado basicosta é de cor negra Cochliomyia hominivorax 15mm Larvas Cochliomyia Biologia � > densidade nos meses chuvosos e quentes (< 6ºC não são vistas) � moscas são excelentes voadoras (11 milhas em 24 horas) � adultos só copulam UMA VEZ, 5 dias após nascimento � oviposição em aberturas naturais do corpo (narinas, vulva, ânus) ou em soluções de continuidade da pele (feridas recentes, incisão cirúrgica) (C. hominivorax) � C. macellaria ovipõe em tecidos necrosados ou cadáver � oviposição de 10 a 300 ovos em cada local, aglomerados uns aos outros (2800 ovos durante toda a vida (65 dias) – oviposição a cada 4 dias) Biologia � período de incubação: 12 a 20 horas � larvas se alimentam vorazmente dos tecidos (espiráculos em contato com o ar) � maturação das larvas: 4 a 8 dias → caem no solo (pupa) → em terra fofa ou debaixo das folhas → 8 dias (verão) → adultos � adultos se alimentam de néctar, suco de frutas, secreções de feridas � Distribuição geográfica: EUA, Antilhas e toda a América do Sul Família Calliphoridae Gênero Lucilia Lucilia sp. � tamanho médio � corpo todo verde metálico, acobreado ou com reflexos azuis � cerdas mesotonais desenvolvidas � miíases necrobiontófagas � espécies: L. cuprina, L. exímia, L. sericata Família Calliphoridae Gênero Lucilia � Comum nas áreas urbanas e suburbanas, encontrada principalmente em matéria orgânica de origem animal em decomposição � Ciclo evolutivo completo: 12 dias � Fêmeas produzem 2000 e 3000 ovos, distribuídos por 9-10 postura � Baixo valor epidemiológico � Após a introdução de Chrysomya spp no Brasil � � densidade populacional (pressão da competição) Lucilia Família Calliphoridae Gênero Chrysomyia � robustas (8mm) � cor metálica (desde o verde brilhante em tons amarelados até o azulado) � cerdas mesotoniais pouco desenvolvidas � duas faixas transversais escuras no mesonoto e três no dorso do abdome � três espécies de califorídeos do gênero Chrysomya: Chrysomya putoria, Chrysomya megacephala e Chrysomya albiceps. � introduzidas em 1975 e 1976 por embarcações que transportavam refugiados de Angola e de Moçambique, animais domésticos e diferentes tipos de alimentos → disseminaram-se em diversas regiões do país � moscas sinantrópicas � algumas espécies ovopositam em carcaças � larvas: saprófagas, desenvolvem-se em detritos orgânicos, podendo causar miíases primárias ou secundárias. Família Calliphoridae Gênero Chrysomyia Família Sarcophagidae � moscas de médias a grandes (10 mm) � cor acinzentada � mesotórax com 3 faixas negras longitudinais e abdome axadrezado � larvas com espiráculos com três fendas mais ou menos retas e quase paralelas Família Sarcophagidae Biologia - Sarcophagidae � fêmeas são larvíparas � depositam as larvas em cadáveres, matéria orgânica vegetal, fezes e em feridas necrosadas (até 50 larvas/ferida) � larvas invadem tecidos e se alimentam vorazmente (maduras em 10 dias) � período pupal – 10 a 15 dias Dermatobia hominis Família Oestridae Subfamília Cuterebrinae Dermatobia hominis Classificação Classe Insecta Ordem Diptera Subordem Cyclorrapha Família Cuterebridae Gênero Dermatobia Espécie Dermatobia hominis Mosca berneira Dermatobia hominis Distribuição geográfica - Zonas úmidas, do sul do México até o norte da Argentina - Brasil: em todos os estados, exceto Pará e Nordeste - regiões de vegetação abundante - T°C moderadamente alta (20 °C) - UR elevada (85 a 95%) Dermatobia hominis Morfologia - Mosca - Robusta - 14 a 17 mm de comp. - Cabeça e antenas amareladas com arista plumosa na face dorsal - Aparelho bucal atrofiado Morfologia - Mosca Dermatobia hominis Abdome azul metálico com curtos pêlos pretos Tórax castanho-escuro-azulado com polinosidade cinza Dermatobia hominis Morfologia - Mosca Parte superior da cabeça escurecida Dermatobia hominis Morfologia - Mosca pernas amarelas Asas castanho-claras e grandes; Dermatobia hominis Morfologia – Larva (Berne) - Extremidade anterior mais volumosa (com peças bucais) e posterior mais afilada (com orifício respiratório) - Segmentos anteriores com 2 fileiras de espinhos cada - Segmentos posteriores não possuem espinhos Morfologia – Larva (Berne) Dermatobia hominis Ganchos na extremidade anterior espinhos Morfologia – Berne Dermatobia hominis Dermatobia hominis Hospedeiros - Bovinos (+), caninos e homem - Ovinos e felinos (-) - Raramente, eqüinos Localização - Pele Nutrição Não se alimentam (vivem 8 a 12 d) Tecido subcutâneo Bernes em nódulos cutâneos de um bovino Berne em nódulo cutâneo de um ser humano Berne em saco conjuntival Dermatobia hominis Ciclo Biológico Dermatobia hominis Duração do Ciclo (de acordo com Neiva e F. Gomes) Da postura ao aparecimento da larva .................................7 dias Período larval anterior à penetração ..................................1-3 dias Período larval (no cão)...................................................... 35-41dias Período de pupa .............................................................. 64-67 dias Duração do imago ............................................................8-9 dias TOTAL ............................................................................120 dias Dermatobia hominis Insetos foréticos - Culicidae: Anopheles, Aedes, Psorophora; - Anthomyidae: Fannia; - Muscidae: Sarcopromusca, Stomoxys, Neivamyia, Musca, Synthesionyia; - Calliphoridae: Cochliomyia; -Tabanidae: Chrysops; - Tephritidae: Ceratitis ⇒ Carrapato Amblyomma 50 espécies Dermatobia hominis Saída das larvas dos ovos Ovos semelhantes a dedos humanos⇒⇒⇒⇒ unha = opérculo Dermatobia hominis PUPÁRIO Dermatobia hominis Importância ⇒ Miíases furunculosas cutâneas: dor, inquietação, irritação ⇒ Prurido, ulceração: miíases secundárias, invasão bacteriana, pus, abscessos ⇒ menor ganho de peso e produção de leite ⇒ desvalorização do couro ⇒ mortalidade de bezerros Dermatobia hominis Controle ⇒ Retirada das larvas - oclusão do orifício com esparadrapo, pedaçode fumo, toucinho - Aplicação de éter, clorofórmio, água obtida de fervura de um pedaço de fumo de rolo - Larva presa no material usado para oclusão ou quando morta ou enfraquecida sai com a pressão dos dedos - Incisão cirúrgica ⇒ Piretróides em pulverização ou brincos ⇒ Ivermectinas (200 ug/kg) Ação sobre as larvas e insetos foréticos Resumo � Moscas pequenas a grandes, de cor cinza, com 2 faixas negras no tórax e abdome axadrezado → Sarcophagidae � Moscas grandes, tórax cinza amarronzado e abdome azul metálico → Dermatobia hominis � Moscas médias, de cor verde-metálico → Calliphoridae � Toda verde, com 3 faixas negras longitudinais no tórax → Cochliomyia � Toda verde, com duas faixas escuras transversais no tórax e 3 no abdome - Chrysomyia � Toda verde ou acobreada → Lucilia Identificação de larvas Oestrus ovis Família Cuterebridae Subfamília Oestrinae Oestrus ovis Classificação Classe Insecta Ordem Diptera Subordem Cyclorrapha Família Oestridae Gênero Oestrus Espécie Oestrus ovis Mosca nasal das ovelhas, Oestro ovino Distribuição geográfica Oestrus ovis - Cosmopolita, em todas as regiões quentes e principalmente naquelas onde há criação de ovinos e caprinos; - Brasil: principalmente no RS e sul de Minas Nome da doença: Oestrose Oestrus ovis Morfologia - Mosca - Robusta - 10 a 12 mm de comprimento - Cabeça larga e de cor castanho- clara - Arista nua - Olhos grandes e castanhos - Peças bucais atrofiadas - Tórax: mesonoto com 4 listras longitudinais negras mal definidas; numerosos tubérculos pretos, pequenos, de tamanho mais ou menos uniforme - Abdome: manchas negras pequenas e pares, com polinosidade acinzentada, formando padrão irregular de acordo com a incidência de luz Morfologia - Mosca Oestrus ovis Oestrus ovis Morfologia – Larva (“bicho-da-cabeça”) - L3: 20 a 25 mm de comprimento; - Face dorsal convexa e com faixas transversais escuras cor de café; - Face ventral plana com séries de espinhos; - Extremidade anterior afilada e posterior quadrada (com 2 placas estigmáticas em forma de “D”, com um orifício central e muitas fendas ao redor) Face dorsal Face ventrall Oestrus ovis Morfologia – Larva Oestrus ovis Morfologia – Larva - Placas estigmáticas em “D” Oestrus ovis Biologia ⇒ Hospedeiros: Ovinos e caprinos; homem (raramente) Não se alimenta (vive de 5 a 30 dias) Pousada nas paredes (amanhacer e entardecer); ativa nas hrs mais quentes e ensolaradas Mosca Secreção da mucosa nasal inflamada Seios frontais Larva NutriçãoLocalização Oestrus ovis Localização: fossas nasais e seios frontais de ovinos Ciclo Biológico – Oestrus ovis Oestrus ovis Quadro clínico ⇒ Deposição de larvas pelas moscas: inquietação ⇒ Migração das larvas: irritação da mucosa: coriza, que pode se tornar purulenta (MIÍASE CAVITÁRIA) ⇒ Movimentos bruscos, marcha cambaleante e vertigem, caem ao chão, convulsão, ranger de dentes, salivação espumosa ⇒ Anorexia, emagrecimento, sonolência, tristeza, enfraquecimento e morte Oestrus ovis Quadro clínico ⇒ Larvas maduras em pequenas cavidades ósseas não conseguem sair ⇒ morrem ⇒ desintegram ⇒ liberação de substâncias tóxicas; ⇒ Larvas podem causar erosão dos ossos do crânio ⇒ atingem o cérebro ⇒ lesões cerebrais com sintomas neurológicos ⇒ Homem: conjuntiva e fossas nasais (larvas não se desenvolvem além do primeiro estágio) Oestrus ovis Controle ⇒ Injeção na cavidade nasal: - Cresol saponificado a 3% (40 mL em cada narina) - parafina líquida e tetracloroetileno ou bisulfito de carbono (2 mL em cada narina) - Trepanação (nem sempre bons resultados) ⇒ Neguvon injetado (88mg/kg), em pour on ou em pulverização (250mg/kg) ⇒ Ivermectina (200ug/kg) e closantel (10 mg/kg) ⇒ Inseticidas nas paredes e chão dos estábulos
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