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Ectoparasitas Filo Arthropoda “Os artrópodes constituem o maior grupo de organismos do reino animal, tanto em número de espécies como em número de indivíduos. Há mais de 1.000.000 espécies descritas, o que constitui cerca de 4/5 dos animais conhecidos” Características - Apêndices articulados, dispostos em pares · Antenas – órgãos do sentido · Mandíbulas – órgãos apreensores · Quelíceras – órgãos perfuradores · Patas – órgãos locomotores - Simetria bilateral - Corpo geralmente segmentado, constituído de anéis agrupados entre si, que são articulados exteriormente - Cabeça, tórax e abdômen nos insetos e cefalotórax e abdome nos ácaros - Exoesqueleto de quitina · Durante o desenvolvimento, os artrópodes realizam várias ecdises, ou seja, o exoesqueleto sofre mudas CARRAPATOS Classificação taxonômica - Filo Arthropoda - Classe Arachnida - Ordem Acari - Subordem Ixodida - Famílias Argasidae, Ixodidae e Nuttallielidae · Argasidae: carrapatos moles – não possuem exoesqueleto de quitina · Ixodidae: carrapatos duros – esqueleto rígido de quitina na superfície dorsal (nas fêmeas ocupa somente a porção anterior) · Nuttallielidae: características intermediárias entre Argasidae e Ixodidae ALIMENTAÇÃO - Sangue - Linfa e restos tissulares da derme e/ou epiderme lesada por diversas enzimas proteolíticas secretadas pela saliva Importância - Parasita animais e humanos, podendo veicular doenças de animais para os seres humanos · Maior importância vetorial em animais e segundo maior em humanos (perde para mosquitos) - Espoliação - Transmissão de patógenos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) - Paralisia do carrapato (neuroxina) - Dermatoses - É importante conhecer o ciclo para elaboras estratégias de controle - 70 espécies no Brasil Morfologia Orgão de Haller: detecta a presença do hospedeiro pelo odor da transpiração Escudo: nos Ixodídeos cobre o terço anterior nas fêmeas (ela precisa fazer ingurgitação) e toda a superfície dorsal dos machos. Os Argasídeos são desprovidos de escudo dorsal Festões: diferenciação dos gêneros e espécies Gnatossoma: capítulo. Nos argasídeos só é possível visualizar ventralmente Podossoma: região de inserção das pernas Opistossoma: região após o último par de pernas Placas adanais: geralmente os machos que possuem. Fêmeas não costumam ter - Na fase de ninfa, não há abertura genital A: Ixodídeos B: Argasidae Argasidae Nuttallielidae Gnatossoma: Argasidae Nuttallielidae Ixodidae localização Subterminal, não visível dorsalmente Terminal e anterior Terminal anterior, visível dorsalmente em todos os estágios Base Ventralmente é quadrangular Dorsalmente apresenta uma fenda transversal Dorsal e ventralmente muito variável, entretanto não apresenta fenda pALPOS Quatro artículos (segmentos) Três artículos Quatro artículos Idiossoma: Argasidae Nuttallielidae Ixodidae Tegumento Coriáceo, mamilonado, tuberculado, granulado e rugoso Coriáceo, apresentando vários espaços retorcidos Liso ou superficialmente estriado Escudo dorsal Ausente na maioria das espécies Pseudoescudo coriáceo com textura diferenciada do restante do idiossoma Presente. No restante do macho é completo; na larva, ninfa e fêmea é restrito à porção anterior do idiossoma festões Ausentes Ausentes Presentes na maioria das espécies placas espiraculares Pequenas Pequenas Grandes Argasidae Nuttallielidae Ixodidae coxas Sem espinhos Espinhos nas coxas I e II Com espinhos internos e externos na maioria pulvilos (fica na parte distal da perna) Ausentes ou rudimentares Ausentes Presentes em todos os estágios Pernas: Família Argasidae - Carrapatos moles ou “soft ticks” - Gêneros: · Argas · No Brasil: espécie A. miniatus parasitando aves (podem se adaptar a outros hospedeiros) · Desenvolvimento: - 1 hospedeiro na fase larval - 2 hospedeiros da fase ninfal - Número indefinido na fase adulta · Ornithodoros · No Brasil: O. brasiliensis, O. nattereri, O. rostratus, O. talaje, O. dunni, O, jul · Desenvolvimento: - Carrapatos adultos vivem escondidos no solo - Fêmeas pões os ovos sobre o solo - Larvas eclodidas mudam para ninfa ainda no ambiente - Ninfas buscam hospedeiros onde se alimentam por curto período de tempo (ninfa I, II, III, IV, V) - No local onde os carrapatos vivem ocorre a muda para adulto · Vetor de Borrellia duttoni, causadora da febre recorrente humana · Otobius · Espécie: O. megnini · Desenvolvimento: - Parasitam ouvido médio de bovídeos · Adulto não é hematófago Família Ixodidae - Gêneros: · Boophilus · Rhipicephalus · Haemaphysalis · Dermacentor · Amblyomma · Ixodes Morfologia externa - Macho não possui área porosa - Placas adanais (ventrais) – presentes em determinadas espécies, em alguns machos. Fêmeas não possuem - O Ixodes é o único em que o sulco anal é anterior ao ânus · Amblyomma: Peritrema em forma triangular com bordas arredondadas · Rhipicephalus (Boophilus) microplus: peritrema oval. · Rhipicephalus sanguineus: Peritrema com forma de vírgula. · Dermacentor: Peritrema em forma de disco de telefone Vista dorsal dos escudos e capítulos de algumas fêmeas Ixodidae, mostrando características dos gêneros: Chave para os gêneros mais comuns da família Ixodidae: Sulco anal anterior ao ânus Sulco anal posterior ao ânus Desenvolvimento - Ovo larva (hexápoda) ninfa (octópoda) adulto - Liberação dos ovos na região anterior, pois com a ingurgitação o poro genital ficará próximo ao capítulo Ciclo biológico - Carrapatos de 1 hospedeiro: 3 estágios alimentam-se no mesmo hospedeiro - Carrapatos de 2 hospedeiros: larva e ninfa se alimentam em um hospedeiro e adulto em outro Ambiente - Carrapatos de 3 hospedeiros: cada estágio em um hospedeiro Rhipicephalus microplus - Anteriormente Boophilis microplus - “Amigo do boi” – importância na manutenção da imunidade contra dois agentes que causam a tristeza parasitária bovina. Mas deve manter o equilíbrio, uma vez que uma população alta desse parasita pode causar problemas ao animal. - Possui importância econômica, com prejuízos na produção de leite e carne - Animais de origem europeia são mais sensíveis à infestação por carrapatos Morfologia - Macho · Coloração castanha · 1,75 – 2mm de comprimento · Possuem placas adanais - Fêmeas · Coloração cinza-chumbo · 2,34 – 2,85mm de comprimento · Quando ingurgitadas, podem atingir 13 mm de comprimento e 9,9 mm de largura - Na região posterior (ou terminal) possuem o cone epistossomalImagens fora da proporção real. As fêmeas são maiores Macho Fêmea Aspectos biológicos - Carrapato de 1 hospedeiro (monoxeno) – mudanças de fase irão ocorrer dentro do hospedeiro - Hospedeiros: · Parasita preferencialmente bovinos · Podem parasitar equinos, caprinos, ovinos, bubalinos e várias espécies de animais silvestres - Transmissores de Babesiose por Babesia bovis e Babesia bigemina em bovinos e Theileriose por Theileria equi em equinos Ciclo Após a eclosão dos ovos no ambiente, que varia de acordo com umidade e temperatura, a larva irá permanecer próxima ao local de eclosão por um período de tempo entre 5 a 7 dias para que seu exoesqueleto fique mais rígido e ela não morra por desidratação. Depois, irá subir na forrageira da pastagem e esperar o hospedeiro chegar. A larva percebe as vibrações causadas pelo hospedeiro quando ele anda na pastagem, além de detectar, por meio do órgão de Haller, o CO2 liberado pelo animal na transpiração do animal. Com isso, ela levanta as pernas e quando o animal bate nas folhas a larva sobe nele. A larva que ainda não se alimentou denomina-se neolarva. Ao se fixar no animal (preferem áreas finas e com muita irrigação sanguínea), alimenta-se, principalmente, de linfa e tecidos necrosados. Ao se encher de alimento, passa a se chamar metalarva¸ que irá sofrera muda para a fase de ninfa, denominada neoninfa. A neoninfa irá se alimentar e mudar para a fase de metaninfa. Nesse estágio, é possível começar a fazer a diferenciação entre macho e fêmea. O macho imaturo chama-se meandro e a fêmea, neógina. A partir do momento em que se alimentam, chegando à maturidade sexual, passam a ser denominados gonandro e partenógina. Depois da cópula, a partenógina irá se ingurgitar e passará a ser chamada de teleógina. Após a teleógina se encher de sangue, ela vai cair no solo os primeiros momentos da manhã e irá procurar um local sombreado e com umidade elevada, ficando longe da luz solar direta e da temperatura elevada. Após a oviposição, a fêmea morre. Rhipicephalus sanguineus - Parasita preferencialmente cães e gatos - Carrapato vermelho/marrom do cão - Hábito de viver nos locais onde o hospedeiro dorme - Geotropismo negativo – hábito de subir, afastar do solo. Sobe parede, muro. Quando for fazer o tratamento, deve tratar o ambiente também Aspectos biológicos - Carrapato de 3 hospedeiros · Todas as suas mudanças ocorrem no ambiente · Preferenciais: cães · Outros: gatos, roedores, aves, humanos, equinos e bovinos - Transmissor da Babesiose canina, Erliquiose, Hepazoonose e Febre maculosa brasileira - Carrapatos de hábitos nidícolas – fases de vida livre permanecem nas habitações ou locais de repouso de seus hospedeiros. Podem ficar em muros, em locais domiciliares/peridomiciliares. morfologia Dermacentor (anocentor) nitens Aspectos biológicos - Carrapatos de 1 hospedeiro · Preferencial: equinos · Podem parasitar asininos, bovinos, caprinos, felinos, caninos e animais silvestres - Localização no pavilhão auricular, divertículo nasal de equinos e região perianal e perineal - Transmissor de babesiose por Babesia caballli Morfologia - Base do capítulo retangular - Peritrema em forma de disco de telefone antigo Amblyomma spp. Aspectos biológicos - Carrapatos de 3 hospedeiros; - 30-33 espécies descritas no Brasil - Parasitam várias espécies de animais: domésticos, silvestres e o homem - Conhecido como “carrapato-estrela” - Associado a equinos e à infestação em capivaras Principais espécies - A. cajennense, A. sculptum, A. ovale, A. aureolatum Morfologia - Escudo com vários desenhos e colorações - Na fêmea, o escudo ocupa a região dorsal anterior - Ninfa e adultos com 4 pares de pernas Ninfa Macho Fêmea Ixodes Aspectos biológicos - Carrapatos de 3 hospedeiros - Hospedeiros: várias espécies de animais silvestres (principalmente marsupiais e pequenos roedores) - Transmissor (não principal) da febre maculosa brasileira - Principais espécies no Brasil: I. loricatus; I. luciae - I. holocylus – podem provocar “paralisia do carrapato” Morfologia - Sulco anal passa adiante do ânus – importante · Não é tão visível em fêmeas ingurgitadas Macho: - Apresenta placas ventrais Fêmea: Haemaphysalis Aspectos biológicos - Espécies: H. leporipalustris, H. kohlsi, H. cinnaberina - Hospedeiros: coelhos silvestres, pacas e cotias - Carrapatos de 3 hospedeiros Morfologia - Base do capítulo hexagonal - Projeção lateral no segundo segmento do palpo Ordem siphonaptera (pulgas e bichos de pé) Classificação taxonômica - Filo Arthropoda - Classe Insecta - Ordem Siphonaptera - Família: Pulicidae Gêneros: Ctenocephalides, Pulex, Xenopsylla - Família: Tungidae Gênero: Tunga – bicho de pé Características - Holometabólicas (grupo de insetos que inclui quatro estágios de vida – a fase de ovo ou embrionária, a fase larval, a fase de pupa e a fase adulta) - Na fase adulta são ectoparasitas e a larva é de vida livre - Podem atuar como parasitas, vetores de doenças e hospedeiros · Parasitas: causam espoliação sanguínea (Ctenocephalides spp.), irritação na pele (Pulex irritans) e lesões cutâneas (Tunga penetrans) · Hospedeiros e vetores de helmintos, como o Dypillidium caninum e de bactérias, como Yersinia pestis - Hábitos: · Vivem sobre o hospedeiro – Xenopsylla cheopis e Ctenocephalides spp · Penetram na pele do hospedeiro – fêmeas fertilizadas de Tunga penetrans · Vivem fora do hospedeiro e só o procura para se alimentar – Pulex irritans Morfologia - Insetos pequenos (até 3mm de comprimento) - Corpo achatado lateralmente - Ápteros (sem asas) - Último par de pernas mais longas e adaptadas ao salto - Aparelho bucal picador-sugador Ctenídeo genal: “dentes”, cerdas esclenotizadas Occipício: variação na disposição de cerdas Espermateca: estoca espermatozoides e ocorre a fecundação dos óvulos. Existente nas fêmeas - Macho possui “bunda arrebitada” - Fêmea possui “bunda caída”, espermateca e são maiores que os machos (pois abrigam ovos) Macho: Fêmea: Ciclo biológico - As larvas se alimentam de restos de matéria orgânica - A pupa sai do casulo por estímulos, como vibração do som, por exemplo - A fêmea produz a espermateca, que é onde estoca os espermatozoides que vão fertilizando os ovos que elas colocam - O ciclo varia de 12 a 18 dias Gênero Ctenocephalides - Pulga - Ectoparasitas de cães e gatos, podendo parasitar o homem - Possuem ctenídios pronotais e ctenídios genais · São estruturas que auxiliam a fixação no corpo do hospedeiro - Diferenciação de C. felis e C. canis: C. canis - Curvatura da cabeça mais acentuada; - Primeira cerda do ctenídio genal é bem menor que a segunda - A tíbia do último par de pernas possui uma cerda C. felis C. canis C. felis - Curvatura da cabeça mais aberta; - Primeira cerda quase do mesmo tamanho da segunda - A tíbia do último par de pernas possui duas cerdas Gênero Xenopsylla - Ectoparasita de roedores, podendo parasitar homens e outros animais - Responsável pela disseminação da peste bubônica ou peste negra – responsável pela morte de 1/3 da população da Europa na Idade Média - Não possuem ctenídeos - Possuem, na região da cabeça, um occipício, onde no ponto de interseção das cerdas observa-se um “V” ao traçar uma linha Xenopsylla cheopis Gênero Pulex - Encontrada em casas - Parasita preferencialmente humanos, provocando uma reação dérmica - Apresenta uma cerda abaixo dos olhos, denominada cerda ocular ou cerda infraorbitária - Apresenta uma cerda abaixo do occipício, denominada cerda occipital Gênero Tunga - “Bicho de pé” - Menor espécie conhecida (1mm) - Ataca animais e humanos - Machos e fêmeas virgens vivem no solo - Causa muita irritação e dependendo do grau de infestação pode levar à necrose, dificuldade de locomoção e perda dos dedos dos pés - Possui um tubérculo frontal - Tórax apresenta segmentos mais curtos Ordem phthiraptera - Piolhos - Elevada dependência do seu hospedeiro · O ciclo de vida é todo sobre o hospedeiro, sobrevivendo pouco tempo fora dele - Possuem preferência de localização no corpo do hospedeiro · As aves possuem vários tipos de piolho, sendo cada um com preferência em determinado local do corpo - Transmissão por proximidade, sobretudo em locais com alta densidade populacional, como em baias - 3500 espécies descritas biologia - Piolhos mastigadores se alimentam de descamações da pele, das penas e pelos, secreções sebáceas e epiderme. Alguns podem cortar a superfície da pele, ingerindo o sangue endurecido - Fêmea deposita de 50 a 100 ovos, geralmente em pencas (cachos), que ficam firmemente aderidos nas penas ou pelos dos hospedeiros. Os ovos aderidos são chamados de lêndeas - Fêmeas geralmente são maiores que os machos e estão em maior número - Apresentam elevada especificidade Ciclo de vida - Insetos hemimetábolos – não têm a fase de larva · Ovo – ninfa – adulto - Ovo – 1 a 2 semanas – ninfa eclode (muito semelhante ao adulto, menor e mais clara) - Transmissão por contágio direto - Ciclo biológico: 4 a 6 semanas, pois o piolho depende das condições oferecidas pelo hospedeiro - Maior nível de infestações no inverno: ficam mais próximos uns dos outros e os pelos estão maiores - Se o hospedeirotiver alguma enfermidade, a ninfa vai demorar mais para desenvolver Morfologia - Corpo achatado dorso-ventralmente, pernas robustas e garras adaptadas para se fixar fortemente nos pelos ou penas - Coloração: amarelo esbranquiçado a castanho. Após a alimentação, ficam escuros, quase pretos (quando se alimenta de sangue - Insetos pequenos, ápteros (sem asa e sem capacidade de salto), medindo de 0,3 a 11 mm de comprimento Importância - Ação sobre o hospedeiro: · Irritação (garras tarsais), intenso prurido · Alopecia, escoriação e auto-mutilação · Estresse, redução do peso (por redução do apetite devido ao estresse) e queda na produção · Espécies hematófagas: alta infecção anemia Subordem Anoplura x Mallophaga - Anoplura: possuem a cabeça mais estreita do que o tórax. Possui 1 garra tarsal - Mallophaga: cabeça mais larga que o tórax. É mastigador, então a mandíbula deve ser hipertrofiada para cortar as descamações da pele, a pena, etc. A cabeça deve ser maior para abrigar a mandíbula. Possui 2 garras tarsais · Mallophaga Amblycera: antenas abrigadas numa fenda na região da cabeça · Mallophaga Ischnocera: antenas externalizadas - Mamíferos podem ter infestação pelos dois tipos, já as aves apenas por Mallophaga Piolhos de aves - Aves não são parasitadas por piolhos hematófagos Piolhos de mamíferos Controle - Aplicação de inseticidas sobre o corpo do animal Ordem díptera - Moscas e mosquitos - Uma das maiores ordens da classe Insecta - Ciclo de vida Holometabólico (ovo – larva – pupa – adulto) - Nem todos parasitam animais. Alguns são pragas da agricultura - A maior parte apresenta asas, que constituem uma vantagem. São capazes de voar e possuem alta probabilidade de encontrar hospedeiros. Alguns têm alta capacidade de voo, podendo alcançar quilômetros de distância, enquanto outros possuem menos - Alguns gêneros e espécies apresentam importância parasitológica na fase adulta e outros na fase larval – miíase ou bicheira - Alguns são vetores, transmitindo doenças importantes – leishmaniose, tripanossomíase bovina, dengue - Por pousarem em muitos lugares, podem veicular patógenos nas patas, fezes, saliva e abdome. Ao pousarem nos alimentos, podem transmitir esses patógenos - Menos comum no inverno Subordem Cyclorrapha - Famílias de Interesse Veterinário: · Muscidae; · Fannidae; · Oestridae; · Calliphoridae; · Sarcophagidae. - Espécies de moscas com importância no Brasil: · Musca domestica · Stomoxys calcitrans · Haematobia irritans · Cochliomyia hominivorax · Cochliomyia macellaria · Dermatobia hominis · Oestrus ovis Gênero Musca - 26 espécies - Brasil: Musca domestica importância - Veiculação mecânica de patógenos (bactérias, fungos, vírus e cistos de protozoários) em suas patas - Regurgitação e defecação sobre alimentos - HI de Habronema e outros parasitos morfologia - Aparelho bucal lambedor sugador. O sangue deve estar extravasado para se alimentar de sangue, ela não pica o hospedeiro - 6 a 9 mm de comprimento - 4 faixas longitudinais pretas na parte dorsal do tórax - Abdome amarelado com faixa longitudinal negra no dorso - B e C – aparelho bucal picador sugador P: palpo - C: grande, em formato de espátula - A e B: não tão grande - Nervura nas asas com diferença de curvatura biologia - Desenvolvimento em matéria orgânica · Fezes de equinos, bovinos e suínos · Resíduos da avicultura · Restos de ração Ciclo biológico - Ciclo de ovo a adulto: 10 a 14 dias · Em temperaturas mais baixas, até 45 dias 1- Ovo 2- Larva de 1º estádio 3- Larva de 3º estádio 4- Pupa 5- Adulto emergindo do pupário 6- Calota do pupário deslocada Stomoxys calcitrans - Mosca do estábulo - Podem veicular mecanicamente a Tripanossomíase (carreia sangue infectado para o próximo hospedeiro), Vírus da AIE (anemia infecciosa equina) e Anaplasmose (uma das doenças do complexo tristeza parasitaria bovina) - Adultos medem de 4 a 7mm de comprimento - Coloração acinzentada, com 4 faixas longitudinais na parte dorsal do tórax - Aparelho bucal picador sugador Biologia - Oviposição e desenvolvimento de larvas em fezes de bovinos, equinos, suínos e ovinos, misturada à matéria orgânica vegetal - Vinhoto (resíduo da indústria sucroalcooleira) – relacionado a surtos em várias regiões do país - Cama de aviários - Silagem - Restos de ração - Ciclo biológico do ovo a adulto em 30 dias - Em baixas temperaturas o ciclo se prolonga meses Haematobia irritans - Mosca dos Chifres - Semelhante à S. calcitrans, mas são bem menores (metade do tamanho), os palpos são espatulados e quase tão longos quanto a probóscida rígida - 4-5 mm de comprimento - Asas com mesma distribuição de nervuras que Stomoxys. Biologia - Fecundação fêmeas partes mais baixas (face ventral, patas), para esperar o hospedeiro (ou outro animal) defecar - Bovino defeca moscas fêmeas voam rapidamente e depositam ovos embaixo da borda da massa fecal - Oviposição: durante o dia e/ou noite, mais frequente durante o dia (temperatura e umidade mais elevadas) - Maior concentração em machos adultos, por terem menor mobilidade e maior concentração de testosterona - Apresentam preferência por animais de pelagem escura - Fêmeas fazem 40 repastos sanguíneos/dia; machos fazem 25 (necessidade de sangue para maturação ovariana) - Infestação por 500 moscas pode levar a perda de 60 mL de sangue por dia Ciclo biológico - Ovos são colocados na interface fezes-solo - 3 estágios larvais – pupa – adulto - Ciclo completo de ovo a adulto dura, em média, 10-15 dias Família Calliphoridae - Varejeiras · Cochliomyia · Chrysomya · Lucilia · Calliphora - Tamanho: 4-16mm - Coloração azulada, esverdeada com reflexos metálicos - Miíase: infestação de tecidos por larvas de dípteros, em animal vivo “ A infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, se alimentam dos tecidos vivos ou mortos do hospedeiro, de suas substâncias corporais líquidas ou do alimento por ele ingerido“ – Neves, 2005 · Miíase primária ou obrigatória: causadas por larvas de moscas piontófagas, se alimentam de tecidos vivos · Miíase secundária: produzida por larvas necrobiontofica, que se alimenta de tecidos mortos, necrosados, que há em animais vivos ou em cadáveres (não é mais miíase) · Pseudomiíase: miíase cavitária, quando há ingestão de larvas Importância médico-veterinária - Patógenos que podem ser veiculados: · Entamoeba coli - diarreia · Shigela dysenteridae – diarreia · Bacillus anthracis – carbúnculo hemático · Mycobacterium tuberculosis – tuberculose - Algumas espécies apresentam importância forense, auxiliando no esclarecimento de crimes · Entomologia forense: estuda a sucessão de colonização de cadáveres por insetos - As larvas de algumas espécies de moscas desta família podem ser utilizadas para adiantar o processo de cicatrização de algumas feridas (Terapia larval/Bioterapia) · Desbridamento de úlceras de pressão, úlceras de estase venosa, úlceras neuropáticas nos pés, feridas traumáticas ou pós cirúrgicos Cochliomyia hominivorax - Cochliomyia hominivorax (biontófaga) – causa miíase cutânea primária - Foi erradicada em vários países, pois causa elevados prejuízos, sobretudo em bezerros Ciclo de Cochliomyia hominivorax Importância médico-veterinária - As larvas conseguem penetrar em cavidades do corpo originando miíases cavitárias (nasal, ocular, auricular, vaginal, anal, etc.) - Bezerros: miíases umbilicais (oviposição ocorre na ferida umbilical) e gengivais (gengiva dos animais em período de lactação) - Corte da cauda (caudectomia) em cães Cochliomyia macellaria - Cochliomya macellaria (necrobiontófaga) – causa miíase cutânea secundária · Causada por larvas que se desenvolvem, usualmente, em matéria orgânica em decomposição (lixo, esterco, cadáveres) mas podem atingir tecidos necrosados de hospedeiro vivo · Larvas são invasoras secundárias de ferimentos, podem se desenvolver em carnes de açougues e matadouros - As fêmeas realizam postura em tecidos necrosados, cadáveres em putefração, lixo, etc. As larvas necrobiontófagas sedesenvolvem nesses locais causando miíase obrigatória secundária - Atualmente parece ser rara no Brasil Chrsomya sp.. - Possuem coloração metálica, que pode variar de verde brilhante a tons amarelados e azulados - Não possuem manchas no tórax - São robustas, medindo, aproximadamente, 8 mm de comprimento - Originalmente dos trópicos do Velho Mundo, foram relatadas no Brasil: C. Putoria (granjas), C. megacephala (urbanas, feiras livres) e C. albiceps (animais em decomposição) - Se tornaram comuns e numerosas no sul, sudeste e centro do Brasil - Popularmente conhecidas como varejeiras. - Larvas são espiraladas e possuem “espinhos/projeções”. São necrobiontófagas/necrófagas Ciclo biológico Principais espécies - Chrysomya albiceps - Chrysomya megacephala - Chrysomya putoria Morfologia Biologia - As espécies introduzidas no Novo Mundo são causadoras de miíases secundárias em mamíferos - Risco de contaminação com agentes patogênicos, e vetores de agentes patogênicos - Alta capacidade reprodutiva e larvas muito agressivas - Importante papel ecológico: eliminação de carcaças - Entomologia forense (investigações médico-criminal) Família Oestridae Oestrus ovis - Miíase nasal em ovinos (Oestrose ou bicho da cabeça) - Moscas adultas medem 10-12 mm - Adultos não se alimentam - Depositam suas larvas em cavidade nasal de ovinos e caprinos. Ciclo biológico I. Mosca Vivípara deposita suas larvas de primeiro estádio no nariz II. Estas colonizam rapidamente as cavidades nasais, septo, turbinas e etmóide, e em seguida, mudam para larva de segundo estádio III. L2 migram para seios frontais, onde passam a L3 IV. L3 são expelidas e pupam no solo V. Adultos emergem da pupa *Desenvolvimento pode variar de 25 a 30 dias até 9 meses biologia - Larvas se alimentam de albumina, mucina e colágeno - Podem causar rinite ou sinusite Gênero Gasterophilus - Espécies: G. nasalis, G. intestinalis e G. haemorroidalis - Semelhantes a abelhas - Medem 9 a 15 mm Biologia - Ovos são colocados em pelos próximos à boca ou nos membros anteriores - Desenvolvem-se no estômago ou intestino Espécies - Gasterophilus nasalis: Localizam-se preferencialmente no piloro ou duodeno; - Gastreophilus intestinalis: Localizam-se no estômago ou duodeno; - Gastreophilus haemorroidalis: Localizam-se no estômago ou duodeno; Ciclo biológico Patogenia e sintomatologia - Podem provocar gastrite, ruptura do estômago, falta de apetite - Podem penetrar na pele humana Dermatobia hominis - Provoca miíase furunculosa em bovinos, outros animais domésticos e no homem - Fase larval é popularmente conhecida como “berne” Biologia - Mosca adulta não se alimenta - Fêmeas capturam outros insetos (que atuam como for éticos) e colocam seus ovos na região do abdome - Mais de 40 espécies de dípteros atuam como foréticos - Musca domestica, Fannia sp., Stomoxys calcitrans, Chrysomya putoria, Sarcopromusca - Mosca adulta vive cerca de 7-10 dias. Captura outros dípteros e coloca ovos em seu abdome Ciclo biológico Subordem Nematocera Aspectos gerais - Popularmente conhecidos como “mosquitos” - Asas longas e estreitas - Importantes causadores de doenças, tanto como parasita quanto como vetores - Antenas longas com 6 ou mais segmentos - Palpos com 4-5 segmentos - Após a pupação o adulto sai da pupa através de um corte longitudinal dorsal - Constitui o grupo dos mosquitos e borrachudos Importância - Ação irritativa · Prurido, coceira, reações de hipersensibilidade - Transmissão de doenças: malária, dengue, febre amarela, leishmaniose, encefalites, filarioses, etc Família Culicidae - Sem ocelos (estruturas que se parecem com os olhos, envolvidas com a percepção de luz) - Antenas com 15-16 segmentos - Probóscide alongada - Pernas longas - Conhecido como mosquito - Somente as fêmeas são hematófagas - Algumas espécies com hábitos de hematofagia diurno e outras com hábito noturno - Machos alimentam-se de seivas de plantas - Fêmeas colocam seus ovos em locais úmidos (plantas flutuantes) ou em água Espécies importantes - Anopheles darlingi e A. aquasalis: transmissão da malária - Culex quinquefasciatus: transmissão da Filariose linfática - Haemagogus: transmissor da febre amarela silvestre Biologia - Fêmeas são hematófagas - Possuem horários diferenciados de picada – noturnos, diurnos e crepusculares - Desenvolvimento holometabólico (ovo – larva L1, L2, L3, L4 – pupa – adulto) - Ovos são postos em coleções d’água (ocos de árvores, pneus, lagoas, açudes) Anopheles: · Postura em grandes coleções de água parada · Água com leve correnteza ou em água coletada de bromélias · Os ovos não resistem à dessecação · São postos isoladamente na superfície da agua · Possuem flutuadores laterais Aedes: · Coloca seus ovos à beira de pequenas coleções de vasos, latas, pet, etc · Evaporando-se a água, os ovos aderem às paredes do vaso e resistem ali por meses · A eclosão das larvas ocorre com a chuva · Os ovos de Aedes são postos isoladamente, mas não possuem flutuadores Adulto Larva Culex: · Ovos são colocados sempre em posição vertical, formando “jangadas” capazes de flutuar Controle - Químico - Mecânico – remoção do ambiente os locais com acúmulo de água - Biológico - Uso de repelentes (DEET) - Telas em janelas e portas Haemagogus sp.: · Haemagogus leucocelaenus · Envolvido na transmissão da febre amarela Sabethes sp.: · Sabethes chloropterus · Espécie envolvida na transmissão da febre amarela · Vive em ambiente silvestre, preferencialmente na copa das árvores Família Psychodidae - Flebotomíneos - Mosquito-palha; tatuquira; asa branca birigui; cangalha - Lutzomya: transmissores de leishmaniose (leishmaniose aguda tegumentar americana e leishmaniose visceral americana) · Lu. longipalpis: transmissor da Leishmania chagasi, que causa leishmaniose visceral americana (Leishmania chagasi) · Lu. umbratilis, Lu. flaviscutellata, Lu. whitmani: transmissores da leishmaniose tegumentar americana (Le. braziliensis, Le. amazonensis, Le. guyanensis) - Asa com formato lanceolar e com nervuras longitudinais e paralelas - Antenas longas com 16 segmentos - Não possuem ocelos - Quatro estágios larvais e com fase de pupa no mesmo local - Cerdas longas espalhadas ao longo do corpo - Pouca capacidade de vôo - Hábito noturno (algumas espécies podem ter hábito diurno), preferindo locais sombreados e ricos em matéria orgânica para fazer postura, como tocas de animais Biologia - Reprodução: solo úmido e matéria orgânica em decomposição Profilaxia - Uso de telas mosquiteiros - Uso de inseticidas (Piretróides) Família Simuliidae - Popularmente conhecidos como borrachudos - S. pertinax, S. amazonicum, S. perflavum - Fêmeas hematófagas – se alimentam de sangue de bovinos, equinos, ovinos, caprinos, aves - Parecem uma pequena mosca – adultos de 1 a 5 mm - Antenas com 11 segmentos, sem cerdas e mais curtas que outros Nematocera - Habitam áreas de cachoeiras e rios, pois só se desenvolvem em água corrente - Hábitos diurnos (crepuscular) - Fêmea adulta deposita ovos na vegetação emergente em cursos de água - Larvas adererem ao fundo das folhas - Pupas dentro do seu casulo aderidas à vegetação submersa - Adultos dent ro de bolhas de ar escapam para a superfície a partir da casca da pupa Larvas Larvas e pupas Família Ceratopogonidae - Mosquitos pólvora; Maruins - Espécies: Culicoides maruim; C. amazonicus; C.insignis - Transmissão de Filarioses e Viroses - Principal gênero – Culicoides; - Picada produz lesões eczematosas urticariformes - Causa dermatite em eqüinos, com perda de pele e pelo - Ovos postos em água doce ou salgada - As fêmeas fazem a postura em pedras, pedaços de pau, etc - Somente as fêmeas são hematófagas - Transmite filária, vírus da língua azul para bovinos e ovinos - Hábitos diurnos - Vive nos mangues e terrenos pantanosos, pois se desenvolvem em certo grau de salinidade morfologia - Pequenas dimensões – 1 a 4 mm - Antenas longas e peças bucaiscurtas - Asas manchadas - Vive nos mangues e terrenos pantanosos, pois se desenvolvem em certo grau de salinidade - Pigmentos nas asas que se distribuem de maneira variada (asa enfuscada) - Antenas com 14 segmentos com formato de contas de rosário, os primeiros segmentos antenais parecem bolas Culicoides Subordem Brachycera - Tabanidae (mutucas) - Moscas robustas de tamanho médio a grande (6 a 33 mm de comprimento), corpo sem cerdas - Coloração: castanho-cinza até preto-escuro, algumas são amarelas - Gêneros: Tabanus, Chrysops, Fidena Biologia - Somente fêmeas são hematófagas - Mais ativos nos dias quentes, ensolarados e sem ventos - Período larval geralmente é longo (1 ano ou mais em regiões de clima temperado) - O ciclo de vida pode levar de 2 meses até 2 anos, dependendo da espécie e da região geográfica Importância - Picada: infecção secundária, miíase - Redução da produção de leite, dos índices de produtividade - Vetores mecânicos: · Vírus da anemia infecciosa equina, estomatite vesicular, encefalite e peste suína, leucose bovina. Anaplasma marginale, Trypanosoma evansi, T. vivax · Carbúnculo, brucelose
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