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I E II

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
PEDAGOGIA 
 
 
 
 
O BRINCAR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
CAMILA GIOTTA DE SOUZA 
MISSIANE MATIAS CORDEIRO 
THAINÁ DOS SANTOS BARRETO 
VICTORIA MOREIRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 SÃO PAULO 
 2022 
 
 
SÚMARIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEÇÃO l – APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO ENTRE AS 
CRIANÇAS A PARTIR JEAN PIAGET E VYGOTSKY 
 
 A aprendizagem e o desenvolvimento está presente, ainda que de forma implícita, em todas 
as diferentes teorias psicológicas que se ocupam em estudar o comportamento, o 
pensamento ou o psiquismo humano. Mas que isso, as diversas combinações desses dois 
fenômenos condicionam posturas teórico-metodológicas muito distintas e, por 
conseguinte, práticas pedagógicas que se opõem em diversos aspectos. Assim sendo, a 
compreensão dessa relação pode facilitar, sobremaneira, o entendimento dos demais 
conceitos ou princípios envolvidos nas concepções em discussão. 
 É sabido que todo conhecimento implica, necessariamente, uma relação entre dois polos, o 
sujeito que busca conhecer e o objeto a ser conhecido, as concepções psicológicas que 
priorizam o processo de desenvolvimento e da aprendizagem estão automaticamente 
privilegiando o sujeito a uma organização interna; diminuem, portanto, o papel ou a 
relevância do objeto, do meio físico e social, da experiência. 
 A teoria proposta por Piaget pode ser qualificada, em princípio, como interacionista, ele 
acreditava que o conhecimento não é imanente nem ao sujeito nem ao objeto, sendo, isto 
sim, construído pela interação entre esses dois polos. Contudo, na medida em que Piaget 
defendia a tese segundo a qual o processo de construção do conhecimento é desencadeado 
pela ação do sujeito por intermédio de seu inatismo é possível afirmar que a postura teórica 
piagetiana é de natureza interacionista, com fortes tendências para o primado do sujeito. 
 Inicialmente, Piaget se propôs a estudar o processo de desenvolvimento do pensamento, e 
não a aprendizagem em si, ele observava a aprendizagem infantil não como o intuito de 
diferenciá-la do desenvolvimento, mas para obter uma resposta á questão fundamental de 
ordem epistemológica que se refere a natureza da inteligência, qual seja: como se constrói 
o conhecimento? É importante destacar que, de acordo com Piaget o sujeito do 
conhecimento não é um individuo particular qualquer, mas ele teoriza sobre um sujeito 
ideal, universal e atemporal. 
 Para Piaget o conhecimento compreenderia duas grandes fases: a exógena e a endógena, a 
primeira define-se como a fase da constatação, da abstração empírica e a segunda é a fase 
da compreensão, do estabelecimento de relações, das explicações. Nessa perspectiva, todas 
as estruturas de conhecimento precedem á ação, sendo que, do nível sensório-motor ao 
nível operatório-formal, assiste-se a uma reorganização contínua dessas estruturas que se 
encaminham para as formas de pensamento cada vez mais ricas. 
 Piaget identificou dois tipos de aprendizagem: um em sentido estrito e outro sentido amplo. 
No sentido estrito, aprendizagem refere-se aos conteúdos adquiridos em função da 
experiência, já a aprendizagem em sentido amplo, compreende as aquisições que não são 
derivadas, diretamente, da experiência, mas construídas por processos dedutivos. 
 Segundo Piaget e Gréco (1974, p. 53): ‘’mesmo se a transitividade se aprende (o que 
significa, pois, dizer em função da experiência), seu emprego, uma vez o mecanismo 
constituído, dá lugar a aquisições novas que como tais não se devem mais á experiência’’. 
É sabido que, somente a partir do nível operatório (cujo início se dá por voltar dos 7-8 anos 
de idade), a dedução passa a constituir uma fonte de aquisições independente da 
experiência. Entretanto, os estágios precedentes, podem-se observar aquisições que não 
são produzidas pela experiência, são aprendizagens possibilitadas por um sistema não 
propriamente dedutivo, mas por um sistema dotado de organização suficiente para dar 
lugar a conhecimentos novos. 
 Sem dúvidas, Piaget assumiu uma postura interacionista ao analisar a relação entre 
desenvolvimento e aprendizagem. Basta lembrar que o conhecimento, segundo ele, seria 
constituído na interação do sujeito com o mundo externo (objetos e pessoas). Contudo, fica 
patente em sua teoria a destacada importância ao aspecto funcional do pensamento, o que 
denota prioridade ao processo de desenvolvimento. 
 
Para Vigotski a relação entre desenvolvimento e aprendizagem é sem dúvidas, uma questão 
teórica central nos estudos de natureza psicológica, o autor sistematizou de forma clara e 
objetiva sua proposta quanto a isso. Ressaltando a importância e as implicações teórico-
práticas da combinação desses dois processos, ele lembrou que os problemas encontrados 
na análise psicológica do ensino não podem ser corretamente enfrentados e resolvidos sem 
que se refira á relação entre aprendizagem e desenvolvimento. Na sua opinião, essa relação 
ainda não havia sido suficiente discutida, permanecendo obscura por estar baseada em 
pressupostos vagos, possuir falhas quanto á avaliação crítica desses postulados e apresentar 
zonas de ambiguidade e contradição. 
Assim como Piaget, Vigotski explicou essa relação pautado em princípios interacionistas, 
entretanto, enquanto Piaget superestimou as funções do sujeito no processo de construção 
do conhecimento, Vigotski ressaltou a unidade dialética entre os dois polos, preservando, 
no entanto, a identidade de cada um. Segundo ele, as concepções correntes que tratavam da 
relação entre desenvolvimento e aprendizagem podiam ser englobadas em duas grandes 
posições teóricas. 
A primeira fundamenta-se no pressuposto de que o desenvolvimento é um processo 
maturacional, que ocorre antes e independentemente da aprendizagem. Esta, por sua vez, 
consiste num processo puramente externo, que não desempenha papel ativo no 
desenvolvimento; apesar de utilizar os progressos feitos pelo desenvolvimento, a 
aprendizagem não o influencia nem o direciona. Como disse Vigotski (1988 p. 90), ‘’o 
aprendizado forma uma superestrutura sobre o desenvolvimento, deixando este último 
essencialmente inalterado’’. De acordo com essa perspectiva, é preciso haver determinado 
nível de desenvolvimento para que certos tipos de aprendizagem sejam possíveis. 
A segunda grande proposição teórica que trata da relação entre desenvolvimento e 
aprendizagem, defendida especialmente pelos behavioristas ou comportamentalistas, 
postula que aprendizagem é sinônimo de desenvolvimento, entendendo-se por 
desenvolvimento a acumulação de respostas aprendidas. De acordo com essa concepção, o 
desenvolvimento ocorre simultaneamente á aprendizagem, em vez de precedê-la. Vigotski 
(ibidem, p.91) identificou um ponto comum entre essa posição teórica e a de Piaget: 
[…] em ambas o desenvolvimento é concebido como elaboração e substituição de respostas inatas. 
Ou, como James expressou: ‘’Em resumo, não existe melhor maneira de descrever a educação do 
que considerá-la como a organização dos hábitos de conduta e tendências comportamentais 
adquiridos’’. O desenvolvimento reduz-se primariamente á acumulação de todas as respostas 
possíveis. Considerando-se qualquer resposta adquirida como uma forma mais complexa ou como 
um substituto de uma resposta inata. 
Para Vigotski, entretanto, apesar dessa similaridade entre a primeira e a segunda abordagem, 
há uma significativa diferença em seus pressupostos no que se refere às relações temporais 
entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem. Enquanto o primeiro ponto de vista 
de Piaget que sustenta os ciclos de desenvolvimento antecede os ciclos de aprendizagem os 
teóricos do segundo grupo defendem a tese de que os dois processos são coincidentes,ocorrendo simultaneamente e de forma sincronizadas, desenvolvimento e a aprendizagem 
sobrepõem-se constantemente, como duas formas geometricamente iguais. 
O autor diz que esses dois fenômenos são distintos e interdependentes, um tornando o outro 
possível e seus estudos orientaram-se no sentido de explicar a relação entre 
desenvolvimento e aprendizagem, ressaltando o importante papel da competência 
linguísticas na interação entre esses dois processos já que é por meio da apreensão e 
internalização da linguagem que a criança se desenvolve. Para Vigotski, a aprendizagem 
está presente desde o inicio da vida da criança, toda situação de aprendizagem tem sempre 
um histórico precedente, ao mesmo tempo que produz algo inteiramente novo no 
desenvolvimento da criança. Nessa perspectiva, a inteligência é definida como a habilidade 
para aprender, desprezando as teorias que concebem a inteligência como um conjunto de 
aprendizagens prévias, já efetuadas. 
De acordo com VYGOTSKY (1991, p.122): 
“É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu 
conhecimento do mundo adulto e é também nela que surgem os 
primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana, a 
capacidade de imaginar (...). Buscando a criança cria situações 
fictícias, transformando com algumas ações o significado de 
alguns objetos). 
Através do lúdico as crianças deixam o método tradicional de ensino para trás e aprendem 
brincando, ou seja, fazendo relação dos conteúdos programáticos com os jogos e as 
brincadeiras, e não utilizando o quadro negro e giz em sala, mas aprendendo os conteúdos 
das disciplinas numa forma prazerosa e divertida. O prazer pelas brincadeiras está 
presente em todos nós, algumas disciplinas como à matemática não sejam tão amadas 
quantos as brincadeiras pelas crianças na idade escolar, porém, as brincadeiras se fazem 
presente, tornando- se um obstáculo a ser vencido, pois devemos vencer a dificuldade. 
Nos modelos teóricos que utilizam testes psicológicos padronizados, a análise do 
desenvolvimento fica limitada às tarefas que as crianças são capazes de realizar sozinhas, 
na concepção vigotskiana, o conceito de desenvolvimento se amplia na medida em que 
inclui um segundo nível, denominado ‘’zona de desenvolvimento proximal’’, por meio do 
qual é possível explicar as dimensões do aprendizado escolar. 
O brincar dentro do processo educativo pode construir- se numa atividade muito rica, na 
medida em que professores e alunos interagem construindo conhecimentos, o educador é 
um ser que pode mediar a qualquer momento a aprendizagem de seus alunos, fazendo da 
escola um ambiente propício para a relação professor/aluno ser mais criativa. Criar em 
sala de aula para que o aluno possa ser um ser crítico, aberto a sugestões que possa fazer 
indagações, permitindo - se construir o seu conhecimento, o professor passa a construir 
conhecimento junto com a criança, criando uma relação de troca de conhecimentos e uma 
relação de interação, assim o ensino terá mais qualidade, porque o indivíduo é 
considerado como um ser social, capaz de desenvolver- se dentro de uma sociedade numa 
relação de troca. 
De acordo com Vigotski, há dois níveis de desenvolvimento, o primeiro chamado ‘’nível 
de desenvolvimento real’’ ou ‘’efetivo’’, compreende as funções mentais da criança 
resultantes de determinados ciclos de desenvolvimento já completados em outras palavras, 
esse nível é composto pelo conjunto de informações que a criança tem em seu poder. 
Quando se utilizam, por exemplo, testes de inteligência a fim de avaliar a idade mental de 
uma criança, opera-se, quase sempre, com o nível de desenvolvimento que ela já alcançou 
e o segundo nível é o de desenvolvimento potencial, definido pelos problemas que a 
criança consegue resolver com o auxilio de pessoas mais experientes. 
Além desses níveis, segundo o autor existe uma ‘’zona de desenvolvimento proximal’’, 
que se refere a distância entre o nível de desenvolvimento real determinado pela solução 
de problemas independentemente da ajuda alheia e o nível de desenvolvimento potencial, 
determinado com base na solução de problemas sob a orientação de adultos capazes. A 
zona de desenvolvimento proximal constitui-se por aquelas funções que ainda não estão 
maduras, mas sim em processo de maturação, que ainda se encontram em um estágio 
embrionário. 
Nesse sentido, a capacidade de duas crianças que aparentam ter o mesmo nível de 
desenvolvimento real pode varias bastante ao se considerar os aspectos de 
desenvolvimento que ainda estão por se completar para que passam efetuar aprendizagens 
características do próximo estágio. Orientando-se pelo raciocino trilhado por Vigotski 
sobre a interação entre desenvolvimento e aprendizagem, é possível avaliar não apenas o 
nível de desenvolvimento que a criança apresenta até o momento, mas também, o que é 
mais importante, os processos que ainda estão ocorrendo. Vigotski (1988, p. 113) disse: 
O que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos poderá fazê-los amanhã por si 
só. A área de desenvolvimento potencial permite-nos, pois, determinar os futuros passos 
da criança e a dinâmica do seu desenvolvimento e examinar não só o que o 
desenvolvimento já produziu, mas também o que produzirá no processo de maturação. 
No âmbito escolar, é o professor o responsável por mediar o processo de aprendizagem 
sendo assim, ele quem guia o indivíduo usando a comunicação e estimulando a 
criatividade do seu aluno. Uma criança que, em seu processo encontra dificuldades em 
aprender, em lidar com as novas propostas pode estar transformando suas más- relações 
familiares para o espaço escolar. É importante que o professor tenha consciência de que a 
criança traz consigo a bagagem natural cultural e traz todas as referências afetivas. No 
aspecto social, destaca- se o ambiente, a quantidade e a qualidade de estímulos recebidos e 
o valor dado a aprendizagem pela família e/ou meio social comunitário. 
Concluímos então que na perspectiva de Piaget e Vigotski, o papel se altera 
qualitativamente no que diz respeito aos processos de desenvolvimento e aprendizagem, 
os dois iniciaram suas pesquisas mais ou menos na mesma época e na concepção piagetiana 
e aquele proposto por Vigotski tais discrepâncias podem ser pensadas pela retomada de 
alguns aspectos que se acredita fundamentais para a compreensão das teorias, clarificando, 
paralelamente os propósitos deste estudo. Tanto Piaget quanto Vigotski trouxeram 
contribuições de importância aos profissionais que se ocupam dos complexos processos 
de desenvolvimento e aprendizagem do ser humano, mesmo tratando de dois autores 
considerados interacionistas, eles desenvolveram leituras fundamentais dos mesmos 
processos, portanto, são na verdade suficientes para produzir condutas pedagógicas muito 
distintas para o conhecimento aprofundado. 
 
OS PILARES BÁSICOS DO PENSAMENTO DE VYGOTSKY 
O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas estruturas são moldadas ao longo da 
história do homem, de seu desenvolvimento individual e nas relações com o meio; 
O funcionamento psicológico tem como base as relações sociais, dentro de um contexto 
histórico e cultural; 
A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana; 
A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos (signos). Entre 
o homem e o mundo existem elementos mediadores, que são ferramentas auxiliares da 
atividade humana. 
Segundo Piaget “Cada uma segue as suas próprias, sem parecer sentir necessidade de 
regular as diferentes condutas a partir de uma referência única” (1992, p.15) 
A sabedoria muitas vezes é encontrada nunca caixa de areias nas brincadeiras inocentes, 
não está no topo de uma graduação, durante o período da Educação infantil é quando a 
criança começa a realizar atividades que envolvam brincadeiras, também com jogos e a 
música, tudo que ela precisa saber acontece e aprendena infância. 
A criança é curiosa e imaginativa, sempre experimentando o mundo e precisando explorar 
todas suas possibilidades, toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar- 
se um adulto muito mais equilibrado emocionalmente e fisicamente, pois ela adquire 
experiência no momento da brincadeira e oportunidade que ajudam a aprender de uma 
forma de convivência mais rica. 
Jean Piaget divide o desenvolvimento cognitivo em 4 estágios principais: sensório-motor, 
pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. É na transição entre eles que há 
maiores chances de acontecer o desequilíbrio entre assimilação e acomodação. 
A divisão proposta pelo biólogo não é estanque, ou seja, não necessariamente uma criança 
com dois anos de idade automaticamente terá passado do estágio sensório-motor para o 
pré-operatório
Ela serve como um guia para o trabalho do educador, que tem parâmetros para saber quando 
encaminhar uma criança para a equipe de apoio pedagógico ou para o Atendimento 
Educacional Especializado (AEE). 
 
1. ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR 
Faixa etária: do nascimento aos 18-24 meses de idade 
A criança possui uma inteligência prática, baseada na manipulação e percepção 
de objetos concretos. Ela só se manifesta quando há objetos ao alcance dos bebês. 
É neste estágio que há um aumento na capacidade sensorial e motora. Nos 
primeiros meses de vida, o bebê se adapta a partir de reflexos, desenvolvendo aos poucos 
a consciência e a intencionalidade das ações motoras. 
Ele também se concentra apenas no que pode perceber imediatamente pelos 
sentidos. Se um objeto não está à vista, para a criança ele não existe. 
Outra característica deste estágio do desenvolvimento cognitivo é a passagem de 
uma percepção egocêntrica do mundo para um maior interesse nas outras pessoas. O bebê 
adquire progressivamente uma consciência sobre o mundo externo e sobre como os outros 
percebem este mundo. 
 
2. ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO 
Faixa etária: dos 2 aos 7 anos de idade 
O desenvolvimento de representações mentais internas acontece trabalhando 
intensamente. É com o pensamento representativo que a criança conseguirá aprimorar o 
pensamento lógico, característico do estágio seguinte. 
Este estágio do desenvolvimento cognitivo é marcado pela comunicação verbal. É 
comum a criança falar tudo o que se passa em sua mente, sem considerar o que as pessoas 
dizem. A conversa passa a ganhar mais coerência com a idade, quando meninos e meninas 
passam a prestar mais atenção no que é dito pelos outros. 
As crianças passam a manipular símbolos verbais para se referir a objetos e ações e, 
com o tempo, adquirem a capacidade de mobilizar conceitos. Elas ainda não conseguem 
se concentrar em vários aspectos de uma situação, mas prestam bastante atenção em um 
único aspecto observável de um objeto. 
Nesta fase há uma experimentação intencional e ativa da linguagem e de objetos, 
o que contribui para o próximo estágio do desenvolvimento cognitivo. 
 
3. ESTÁGIO OPERATÓRIO-CONCRETO 
Faixa etária: dos 7 aos 11 anos de idade 
As crianças são capazes de manipular mentalmente representações internas, 
mobilizando ideias e memórias para realizar operações mentais. Elas começam a 
formular regras internas sobre como o mundo funciona e as utilizam para orientar o 
raciocínio. 
Conceitos como números e relações são mais facilmente compreendidos e a 
linguagem se torna mais socializada. A criança também adquire maior autonomia em 
relação aos adultos, estabelecendo seus próprios valores morais. 
 
4. ESTÁGIO OPERATÓRIO-FORMAL 
Faixa etária: a partir dos 11 anos de idade 
No último estágio do desenvolvimento cognitivo, as crianças conseguem 
realizar operações mentais que envolvem abstrações e símbolos que não 
necessariamente têm formas concretas. Ou seja, elas têm a capacidade do raciocínio 
abstrato. 
Elas também são capazes de se colocar no lugar dos outros, imaginar a 
perspectiva das outras pessoas sobre determinadas situações. 
A característica mais importante dessa fase é o desenvolvimento do pensamento 
hipotético-dedutivo. As crianças aprimoram suas habilidades de formular hipóteses 
para explicar e resolver problemas. 
 
 
 
 
 
 
SEÇÃO ll – JOGO, BRINQUEDO E AS BRINCADEIRAS NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 Como vimos na primeira seção existe diversas formas de aprendizagem e também o que 
são chamadas de estratégias de aprendizagens, ou seja, técnicas ou métodos que os 
alunos usam para adquirir a informação. Podemos concluir que jogo, brinquedo e 
brincadeiras também fazem parte desse meio. 
 Com a utilização do jogo em sala de aula o aluno aprende a respeitar regras, a criar, 
inventar, discutir e transformar o mundo onde está inserido, através do jogo o aluno 
conhece sistema de regras na qual se pode ganhar ou perder. Quando o professor 
apresenta jogos educativos para crianças que possuem dificuldades na aprendizagem 
perceberá resultados satisfatório, pois durante a utilização dos jogos a criança precisa de 
raciocínio rápido, agilidade e também aprende a tomar decisões no decorrer dessa 
atividade participativa. 
 Os benefícios dos jogos educativos são: estimulam o aprendizado para trabalhar em 
equipe, estimulam a aprender com os erros, melhoram a coordenação motora, 
desenvolvem a criatividade e também é usado como ferramenta para melhorar o ensino 
e aprendizagem. O jogo tem um papel no processo de aprendizado de domino social e 
no desenvolvimento psicomotor da criança, é possível exercitar os processos mentais e 
o desenvolvimento da linguagem e hábitos sócios. 
 Outro método de aprendizagem bem conhecido na educação infantil é o brinquedo, que 
criança não tem um brinquedo em casa? Muitas crianças antes mesmo de nascer já 
ganham seu primeiro brinquedo e a mãe aguarda ansiosamente para o dia em que verá 
seu filho se desenvolvendo com ele, pois sabemos que os brinquedos são de vital 
importância para a aprendizagem da criança, ele proporciona o desenvolvimento 
simbólico, a autoestima, a imaginação e a capacidade de raciocínio. 
 Quando falamos de brincar logo pensamos no brinquedo que é a essência da infância e 
seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento e 
também a estimulação da afetividade na criança. 
 O brinquedo supõe uma relação íntima com o sujeito, uma indeterminação quanto ao 
uso, ausência de regras. O jogo pode ser visto como um sistema linguístico que funciona 
dentro de um contexto social, um sistema de regras, um objeto (KISHIMOTO,1999). 
 O brinquedo é o objeto real ou imaginário que antecipa os dados da realidade, seu 
conceito é um objeto ou uma atividade lúdica, voltada única e especialmente para o lazer, 
e geralmente associada a crianças, também usado algumas vezes para descrever objetos 
com a mesma finalidade voltada para adultos. Mas na pedagogia, um brinquedo é 
qualquer objeto que a criança possa usar no ato de brincar. Através do brinquedo adquire 
sociabilidade, começa a conhecer o mundo, instiga a imaginação, busca satisfazer sua 
curiosidade de tudo conhecer e trava desafios. 
 Desenvolve o cognitivo, emocional, social e psicológico, para Wallon (1979, p.45) “a 
criança aprende muito ao brincar”. Não e apenas para distrair e sim para aprender, uma 
excelente ferramenta. 
 Já de acordo com Oliveira (1995, p.36) “no brinquedo a criança comporta- se de forma 
mais avançada do que nas atividades na vida real e também aprende; objeto e 
significado”. 
 Os brinquedos são parceiros silenciosos, com o contato desafiam as crianças, permitindo 
que conheçam com mais clareza as importantes funções mentais, sedo assim, um 
instrumento de extrema importância que auxilia na aprendizagem e na construção do 
conhecimento. Não é apenas um objeto que as crianças usam para um momento de 
brincadeira, mas um objeto capas de ensinar e tornar aquele momento mais feliz. É a 
riqueza do imaginário infantil,através dele a criança libera seus sentidos, em todas as 
ocasiões, fazendo assim com que a criança tenha mais segurança no aprender. 
 É nítida a importância dos brinquedos em cada passo do desenvolvimento infantil, pois 
são grandes aliados no processo de desenvolvimento cognitivo e motor. Os objetivos 
são: incentivar habilidade psicomotoras e aprender novos movimentos. 
 O último método de aprendizagem que falaremos a respeito é as brincadeiras, as mais 
comuns são: Corre cotia, quente ou frio, estátua, pular corda, morto e vivo, esconde-
esconde, amarelinha e etc. 
 Por meio dessas brincadeiras as crianças são estimuladas de maneira divertida e 
espontânea, fixando conhecimentos tanto no âmbito individual como no coletivo, é uma 
grande ferramenta de aprendizagem para as crianças, porém alguns acreditam que são 
perda de tempo, pois a criança não se desenvolve brincando. 
 Um exemplo de brincadeira é “morto e Vivo” um dos participantes é escolhido para 
comandar, enquanto os outros formam uma reta, onde fique, mas fácil do comandante 
acompanhar. A criança escolhida dará orientações aos colegas com as palavras “morto” 
e “Vivo”, assim quando ouvirem “morto” deverão se agachar e ao ouvirem “Vivo” 
deverão se levantar. O jogo vai ficando mais complexo, a criança deverá prestar bastante 
atenção já que se não seguirem as instruções corretamente estarão eliminados e vence o 
que ficar por último. Essa brincadeira é uma excelente maneira de executar o equilíbrio, 
coordenação motora, a agilidade, condicionamento físico, a concentração e expressão 
corporal dos pequenos, também pode ser realizada em qualquer lugar com espaço 
suficiente, assim além de proporcionar alegria e divertimento, a criança se desenvolve 
brincando. 
 Portanto, concluímos que através do lúdico as crianças deixam o método tradicional de 
ensino para trás e aprendem brincando, ou seja, fazendo relação dos conteúdos 
programáticos com os jogos e as brincadeiras, e não utilizando o quadro negro e giz em 
sala, mas aprendendo os conteúdos das disciplinas numa forma prazerosa e divertida. 
 Kishimoto diz (1996, p. 36): 
 “O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse 
instrumento para situações de ensino- e aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se 
considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquire noções espontâneas, 
em processos interativos, envolvendo o ser humano 
 Inteiro com suas cognições, afetividade, corpo interações sociais, o brinquedo desempenha um 
papel de grande relevância para desenvolvê-la.”. 
 O prazer pelas brincadeiras está presente em todos nós, algumas disciplinas como à 
matemática não sejam tão amadas quantos as brincadeiras pela criança na idade escolar, 
porém, as brincadeiras se fazem presente, tornando- se um obstáculo a ser vencido, pois 
devemos vencer a dificuldade. 
 O brincar dentro do processo educativo pode construir- se numa atividade muito rica, na 
medida em que professores e alunos interagem construindo conhecimentos, o educador 
é um ser que pode mediar a qualquer momento a aprendizagem de seus alunos, fazendo 
da escola um ambiente propício para a relação professor/aluno ser mais criativa. 
 Criar em sala de aula para que o aluno possa ser um ser crítico, aberto á sugestões que 
possa fazer indagações, permitindo - se construir o seu conhecimento. O professor passa 
a construir conhecimento junto com a criança, criando uma relação de troca de 
conhecimentos e uma relação de interação, assim o ensino terá mais qualidade, porque 
o indivíduo é considerado como um ser social, capaz de desenvolver- se dentro de uma 
sociedade numa relação de troca. 
 Em um jogo de regras a criança não é capaz de aceitar regras já exigentes, seguindo suas 
próprias regras, em sua fase de desenvolvimento é muito fácil perceber a presença do 
egocentrismo, por exemplo, é muito difícil aceitar a regra de outra pessoa, construindo 
ela mesma sua própria regra. Segundo Piaget: 
“Cada uma segue as suas próprias, sem parecer sentir necessidade de regular as diferentes condutas 
a partir de uma referência única”. (1992, p.15) 
 A sabedoria muitas vezes é encontrada nunca caixa de areias nas brincadeiras inocentes, 
não está no topo de uma graduação, durante o período da Educação infantil é quando a 
criança começa a realizar atividades que envolvam brincadeiras, também com jogos e a 
música, tudo que ela precisa saber acontece e aprende na infância. 
 A criança é curiosa e imaginativa, sempre experimentando o mundo e precisando 
explorar todas suas possibilidades, toda criança que brinca vive uma infância feliz, além 
de tornar- se um adulto muito mais equilibrado emocionalmente e fisicamente, pois ela 
adquire experiência no momento da brincadeira e oportunidade que ajudam a aprender 
de uma forma de convivência mais rica. 
 Independente da época, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da 
vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento de alegria, de 
sonhos, onde a realidade e faz-de-conta se confundem (KISHIMOTO,1999). 
 O conhecimento que o aluno já trás consigo e a realidade vivida, precisa fazer parte do 
processo de aprendizagem, a brincadeira é fundamental para a criança em sua fase de 
desenvolvimento, pois é nesse momento que ela vai construindo seu conhecimento. A 
partir do momento que os educadores adotam o brincar na prática pedagógica, eles 
interagem com seus alunos formando uma relação de troca de conhecimentos, segundo 
Vygotsky constituindo o sócio- interacionismo. 
É através da brincadeira que a criança vive e reconhece a sua realidade, consegue 
adquirir conhecimento, supera limitações e desenvolve como indivíduo. Podemos dizer 
que a brincadeira não é apenas uma dinâmica interna da criança, mas uma atividade 
dotada de um significado social que necessita de aprendizagem. Tudo gira em torno da 
cultura lúdica, pois a brincadeira torna- se possível quando apodera elementos da cultura 
para criar uma situação imaginária de reprodução com a realidade. 
 
SEÇÃO lll – CANTOS TEMÁTICOS

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