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Gestação Gemelar Conceito - “Gemelalidade é a presença simultânea de 2 ou mais fetos na cavidade uterina” - Realizar US para definir a corionicidade (número de placentas): • Podem ser monocoriônicas ou dicoriônicas:—> isso estabelece o prognóstico gestacional • Monocoriônica = monozigótica = “gêmeos idênticos” • Dicoriônica = dizigótico = “gêmeos não idênticos” Importância - Aumento da incidência - Aumento da morbimortalidade perinatal - Gestação de alto risco - Prematuridade em 60% - Com a morte de 1 gêmeo há ainda maior risco de prematuridade - Risco perinatal é maior em monocoriônicas Nomenclatura Obstétrica - Produto da gemelalidade = 1 gêmeo - Gestação gemelar = Gesta 1 - Parto referência gestacional = Para 1 Incidência - Dupla: 1/85 - Tripla: 1/8000 - Monocoriônica: 1/250 Classificação - Dizigótica (75%): • 2 espermatozóides e 2 óvulos • Gêmeos fraternos (não idênticos) • São necessariamente DI-DI (Dicorionica/ diamniótica) • A genética é diferente (os sexos podem ser diferentes) - Monozigótica (25%): • 1 espermatozoide e 1 óvulo (com divisão igual) • São considerados idênticos (mesma genética e mesmo sexo) • Podem ser: • Dicoriônica/diamniótica: • 20-25% • Clivagem precoce no estágio de mórula • Monocoriônica: • Diamniotica (Mono-Di) - 75% (clivagem do blastocisto) • Monoamniotica (Mono-Mono) - 2% • Siameses <1% Complicações frequentes - Exacerbação das queixas gestacionais habituais - Agravamento da anemia materna - Comprometimento da duração gestacional - Defeitos congênitos - Aumento no volume amniótico - Hipertensão induzida pela gestação (pré eclampsia induzida por 2 placentas) - Diabetes gestacional (também ocorre pela presença de 2 placentas) - Ganho de peso Complicações exclusivas dos monocoriônicos - Complicações vasculares: • Síndrome Transfusão feto-fetal (STFF): • Um bebê faz anemia (oligodramnio) e o outro policitemia (polidramnio) • Anastomose arterio-arterial (TRAP): • Um gêmeo, sem sistema cardíaco funcional chamado de “feto Acárdico”, recebe sangue do gêmeo que apresenta desenvolvimento normal, chamado de “feto bomba”. Isso provoca num aumento do débito cardíaco, colocando o “feto bomba” em risco de insuficiência cardíaca. Se a Sequênia TRAP não for tratada, o feto normal morrerá em 50% a 75% dos casos. • O feto acárdico pode nascer com uma série de anormalidades congênitas (inclusive apenas com a parte inferior do corpo) • Acardia • Forma crônica da STFF (TAPS): • A grande diferença entre a STFF e a TAPS está no calibre dos vasos. Os vasos mais calibrosos (geralmente centrais na placenta) provocam uma transfusão aguda de um volume grande de sangue. Nesta situação teremos uma Transfusão Feto-Feto (STFF). Já no caso de vasos de pequeno calibre, geralmente localizados na periferia da placenta, teremos uma transfusão lenta, causando um problema crônico de Anemia em um feto e Policitemia no seu co-irmão (TAPS) • Clinicamente a apresentação será bastante distinta. No caso da transfusão feto- feto teremos uma situação de oligoâmnio no feto doador e polidrâmnio no feto receptor. A diferença de líquido amniótico é a chave para o diagnóstico da transfusão aguda e volumosa de sangue. • Já nos casos de TAPS a transfusão é lenta, portanto um feto não fica hipervolêmico e nem o outro hipovolêmico. Há bastante tempo para a compensação de volume sanguíneo por a transfusão é bastante lenta. A única alteração que será perceptível nos casos de TAPS é uma alteração na velocidade de pico s istól ica da artér ia cerebral média. No feto doador veremos um aumento da velocidade enquanto que n o f e t o r e c e p t o r e s t a velocidade estará diminuída - Gemelalidade imperfeita - Entrelaçamento dos cordões Diagnóstico - Clínico: • História: • História familiar de gemelalidade • História pessoal de gemelalidade • Palpação: • AFU maior do que a IG • Palpação de diversas pequenas partes fetais • Duplicidade de dorso e apresentação • Ausculta: • Duplicidade de focos de BCF • Frequências cardíacas fetais diferentes (diferença de no mínimo 15 BCF) - Eletrônico: • USG obstétrica: • Exame fundamental • Quanto mais precoce, melhor • Informa a corionicidade Diagnóstico Diferencial - Erro de idade gestacional - Gestação de mola hidatiforme - Polidrâmnio em feto único - Macrossomia fetal no diabetes gestacional - Tumoração anexai - Leiomiomatose Conduta pré-natal - Sempre considerar gemelaridade como gestação de alto risco - Diagnóstico de corionicidade até o 1º trimestre - Acompanhamento quinzenal até 32 semanas - Após 32ª semana: Acompanhamento semanal - Vigilância fetal seriada: • USG obstétrica: • Crescimento, VLA, Doppler • Corionicidade e amniocidade • Anatomia fetal (ecocardiografia de cada um dos gêmeos) • Avaliação do comprimento do colo uterino entre 22-26 semanas • CTG Atenção para assistência ao parto - Maternos: • Antecedentes obstétricos (paridade, cicatrizes prévias, etc) • Intercorrências na gestação atual - Fetais: • Malformações • Corionicidade • Apresentação do primeiro gêmeo (se o primeiro gêmeo estiver em apresentação cefálica pode ser feito parto via vaginal) Momento do parto - Momento provável (mas incerto) do parto: • Gestações di-di: 38 sem • Gestações mono-di: 36 semanas (parto de Risco) • Gestações mono-mono: 32 sem (parto de Alto Risco) - Diagnóstico de certeza da apresentação fetal - Diagnóstico de crescimentos discordantes Escolha da via do parto - Parto vaginal em 50% dos gemelares - Se ambos cefálicos = via vaginal - Se o 1º cefálico e o 2º não cefálico (com peso fetal >1500g) = via vaginal - Se monoamniotica, multifetal, siameses ou alterações vasculares = cesariana eletiva - Se 1º não cefálico, pesos diferentes em >20%, prematuro extremo ou vitalidade comprometida = cesariana não eletiva Cuidados na assistência ao parto - Após o nascimento do 1º gêmeo: • Não tracionar o cordão umbilical • Não manipular o fundo uterino • Aguardar a descida natural do 2º gêmeo • Amniotomia se necessário (2º feto insinuado) - Após o nascimento do 2º gêmeo: • Não tracionar o cordão • Massagem uterina suave • Profilaxia da HPP • Exame dos anexos fetais - Revisão do canal do parto e avaliação do globo uterino de segurança - Cuidado pós-parto com ocitócitos (prevenção da HPP)
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