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Hidráulica Aplicada

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AUTOMOTIVA
Hidráulica 
aplicada
Hidráulica aplicada
9 788583 930495
ISBN 978-85-8393-560-5
Esta publicação integra uma série da 
SENAI-SP Editora especialmente criada 
para apoiar os cursos do SENAI-SP. 
O mercado de trabalho em permanente 
mudança exige que o profissional se 
atualize continuamente ou, em muitos 
casos, busque qualificações. É para esse 
profissional, sintonizado com a evolução 
tecnológica e com as inovações nos 
processos produtivos, que o SENAI-SP 
oferece muitas opções em cursos, em 
diferentes níveis, nas diversas 
áreas tecnológicas.
Hidráulica 
aplicada
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
 Hidráulica aplicada / São Paulo: SENAI-SP Editora, 2019.
 112 p. : il.
 Inclui referências
 ISBN 978-85-8393-560-5
 
 1. Hidráulica 2. Válvulas 3. Fluidos I. Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial II. Título.
 CDD 627
Índice para o catálogo sistemático:
1. Análise de circuito1. Hidráulica 627
SENAI-SP Editora
Avenida Paulista, 1313, 4o andar, 01311 923, São Paulo – SP
F. 11 3146.7308 | editora@sesisenaisp.org.br | www.senaispeditora.com.br
AUTOMOTIVA 
Hidráulica 
aplicada
Departamento Regional 
de São Paulo
Presidente 
Paulo Skaf
Diretor Superintendente Corporativo 
Igor Barenboim
Diretor Regional 
Ricardo Figueiredo Terra
Gerência de Assistência 
à Empresa e à Comunidade 
Celso Taborda Kopp
Gerência de Inovação e de Tecnologia 
Osvaldo Lahoz Maia
Gerência de Educação 
Clecios Vinícius Batista e Silva
Colaboração 
Alexandre Santos Muller 
Hans Weiss Filho 
Murilo Cesar Silva
Material didático utilizado nos cursos do SENAI-SP.
Apresentação
Com a permanente transformação dos processos produtivos e das formas de 
organização do trabalho, as demandas por educação profissional multiplicam-se 
e, sobretudo, diversificam-se.
Em sintonia com essa realidade, o SENAI-SP valoriza a educação profissional 
para o primeiro emprego, dirigida a jovens. Privilegia também a qualificação 
de adultos que buscam um diferencial de qualidade para progredir no mercado 
de trabalho. E incorpora firmemente o conceito de “educação ao longo de toda 
a vida”, oferecendo modalidades de formação continuada para profissionais já 
atuantes. Dessa forma atende às prioridades estratégicas da Indústria e às prio-
ridades sociais do mercado de trabalho.
A instituição trabalha com cursos de longa duração como os cursos de Aprendi-
zagem Industrial, os cursos Técnicos e os cursos Superiores de Tecnologia. Ofe-
rece também cursos de Formação Inicial e Continuada, com duração variada nas 
modalidades de Iniciação Profissional, Qualificação Profissional, Especialização 
Profissional, Aperfeiçoamento Profissional e Pós-Graduação.
Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que integra uma série 
da SENAI-SP Editora, especialmente criada para apoiar os alunos das diversas 
modalidades.
Sumário
1. Lei de Pascal 9
Área 9
Força 11
Pressão 12
Princípio da Lei de Pascal 15
Vazão 18
Hidrostática 21
2. Equipamentos de proteção individual (EPIs) 23
Portaria SIT no 25 de 15 de outubro de 2001 23
Certificado de Aprovação (CA) 23
Grupos de responsabilidades 24
Principais equipamentos 25
3. Hidráulica aplicada 31
Vantagens e desvantagens 33
Válvulas para hidráulica 33
4. Válvulas direcionais 38
Utilidade das válvulas 38
Válvula unidirecional 39
Válvula direcional de 2/2 vias 40
Válvula direcional de 2/2 vias acionada por pressão e retorno por mola 42
Válvula direcional de 4/3 vias com centro normalmente fechado 44
Válvula direcional de 6/3 vias acionada por alavanca e retorno por mola 46
5. Válvulas de controle da pressão 49
Válvula de alívio 50
Válvula de equilíbrio ou contrabalanço 51
Válvula redutora de pressão 51
Válvula redutora de choque hidráulico 52
Válvula de controle de vazão 53
Símbolos das válvulas mais comuns 54
Tipos de acionamento das válvulas 55
6. Bomba hidráulica 59
Funcionamento geral 60
Desempenho 60
7. Acumuladores 65
Tipos de acumuladores 65
8. Filtros 67
Materiais de construção do filtro e condições de trabalho 68
Tipos de construção do filtro 68
9. Fluido hidráulico 70
Funções do fluido 70
Principais propriedades 73
Condições básicas para medição do fluido 77
Consequências do nível errado do fluido 82
 Substituição do fluido ATF 84
10. Circuito hidráulico 91
Componentes 91
Simbologia 91
Diagrama hidráulico 96
11. Manômetro 98
Modelos 98
Instalação do manômetro 102
Diagnóstico com o manômetro 106
Situações para aplicação do manômetro 107
Referências 108
1. Lei de Pascal
Área 
Força 
Pressão 
Princípio da Lei de Pascal 
Vazão 
Hidrostática 
A Lei de Pascal embasa todo o funcionamento e o diagnóstico dos fluidos. Para 
compreender seu conceito, é necessário conhecer a relação entre três grandezas:
• área;
• força;
• pressão.
Área
Área é a medida linear para dimensionar superfícies. A medida-padrão utilizada 
para medir distâncias é o metro quadrado (m2). Na mecânica automobilística, a 
unidade mais usada é o centímetro quadrado (cm2).
Nas Figuras 1 e 2 estão ilustrados dois exemplos de cálculo de área.
Exemplos
• Círculo com 10 cm de diâmetro.
Para calcular a área de um círculo aplica-se a seguinte equação:
A = π × r2
10 LEI DE PASCAL
Onde:
A = área (utilizar como padrão cm2);
p (letra grega Pi) = constante 3,14;
r2 = raio ao quadrado.
• Cálculo da área do círculo:
A = 3,14 × 5 cm2 × 5 cm2
A = 3,14 × 25 cm2
A = 78,5 cm2
Figura 1 – Cálculo da área do círculo.
• Cálculo da área do retângulo.
Para calcular a área do retângulo, deve-se multiplicar as duas medidas 
(base e altura) do retângulo uma pela outra.
A = B × C
Onde:
B = 10 cm;
C = 8 cm.
A = 10 cm × 8 cm = 80 cm2
O
r
HIDRÁULICA APLICADA 11
B
C
Figura 2 – Cálculo da área do retângulo. 
Força
A força estabelece uma relação proporcional entre qualquer força aplicada a um 
corpo e o movimento produzido por ela. Essa definição está na segunda Lei de 
Newton, também conhecida como Lei Fundamental da Dinâmica. 
As unidades mais comuns para medir a força aplicada a um corpo são:
• Newton metro (N/m);
• quilograma-força metro (kgf∙m).
Observação
1 kgf m = 9,80 N∙m
A equação para calcular o momento de força, mais conhecido como torque, 
aplicado na alavanca é:
M = F × S
Onde:
M = torque;
F = força aplicada;
S = comprimento da alavanca.
12 LEI DE PASCAL
Figura 3 – Alavanca.
SAIBA MAIS
A maioria das chaves para soltar e apertar os parafusos das rodas dos 
veículos tem, em média, 35 cm (0,35 m) de comprimento. Estudos 
realizados pelas montadoras demonstraram que uma pessoa adulta 
consegue aplicar uma força média de até 30 kgf. 
Aplicando a equação M = F × S, tem-se: 
M = 30 kgf (F) × 0,35 m (S)
M = 10,5 kgf∙m
O torque aplicado de 10,5 kgf.m corresponde, aproximadamente, ao 
torque especificado pela maioria das montadoras para o aperto das 
rodas. Assim, quando uma pessoa aperta a roda do veículo usando a 
própria força, ela aplica o torque recomendado. 
Cada montadora adequa o comprimento de sua chave de acordo com 
as atualizações dos estudos realizados por ela.
Pressão 
A pressão é a relação entre a força aplicada e a área da superfície que está sen-
do submetida a essa força. Ela está diretamente ligada à eficiência do sistema 
hidráulico.
HIDRÁULICA APLICADA 13
A mecânica automobilística costuma utilizar diversas unidades de medida de 
pressão em razão de existirem também vários equipamentos de medição que 
operam com diferentes unidades de medida. Outro motivo é que cada fabricante 
se baseia em distintas normas técnicas. Isso, muitas vezes, obriga o operador a 
converter a unidade de medida do equipamento, de acordo com o manual de 
reparação disponível no momento.
Como a força aplicada é representada pela unidade Newton (N) e a área, em metro 
ao quadrado (m2), arelação entre as duas unidades de medida tem como resultado 
a unidade Newton por metro quadrado, representada pela unidade N/m2.
A unidade também é conhecida na indústria como Pascal (Pa) e é usada em seus 
múltiplos: 
• quilopascal (kPa);
• megapascal (MPa). 
Com isso, chega-se à seguinte equivalência:
• 1 Pa = N/m2;
• 1 kPa = 1.000 Pa = 103 Pa;
• 1 MPa = 1.000.000 Pa = 106 Pa.
Unidades para medir pressão
As unidades de pressão utilizadas no Brasil não fazem parte do Sistema Inter-
nacional de Unidades (SI). Esse fato não causa problema na compreensão das 
grandezas constatadas na medição porque o SI regulamenta as unidades de me-
dida para cada grandeza com base em valores e fatos específicos. 
Como as unidades de pressão apresentadas anteriormente não atendem aos re-
quisitos para serem listadas como padrão SI, o Quadro 1 relaciona as unidades 
usuais na reparação automotiva.
14 LEI DE PASCAL
Quadro 1 – Unidades de medida da pressão
Descrição Unidade
Atmosfera atm
Pressão barométrica bar
Libra por polegada ao quadrado (pound per square inch) psi
Metro de coluna de água mca
Milímetro na escala de mercúrio mmHg
Quilograma-força por centímetro ao quadrado kgf/cm2
De acordo com o documento disponível no site do Instituto Nacional de Metrologia, 
Qualidade e Tecnologia (Inmetro), órgão que formula e executa a política nacional 
de metrologia, normalização industrial e certificação da qualidade no Brasil:
[algumas] unidades fora do SI [são] utilizadas para atender às neces-
sidades específicas de determinados grupos, por diferentes motivos. 
Ainda que seja preferível utilizar as unidades do SI, [...] os autores 
que veem vantagens particulares em utilizar essas unidades fora do SI 
devem ter liberdade para fazê-lo, caso as considerem mais apropriadas 
para suas necessidades.
Tipos de pressão
A pressão pode ser classificada de cinco formas, considerando-se a situação e a 
forma de medição:
• pressão absoluta;
• pressão estática; 
• pressão dinâmica; 
• pressão relativa; 
• pressão atmosférica.
Pressão absoluta
A pressão absoluta é a soma da pressão atmosférica mais a sobrepressão (aquela 
indicada pelo manômetro).
HIDRÁULICA APLICADA 15
Pressão estática
A pressão estática é a pressão do sistema quando este está parado, por exemplo, 
a pressão exercida pela água parada em uma tubulação.
Pressão dinâmica
É a pressão existente em um sistema em funcionamento (dinâmico), como a 
pressão exercida pela água em uma tubulação quando existe fluxo.
A pressão dinâmica é sempre menor do que a pressão estática, pois é obtida 
subtraindo-se da pressão estática as perdas de carga do sistema.
Pressão relativa
Na pressão relativa, também conhecida como sobrepressão (aquela indicada pelo 
manômetro), a pressão atmosférica não está incluída.
Pressão atmosférica
A pressão atmosférica é exercida por uma coluna de mercúrio (Hg) de 76 cm de 
altura a 0ºC de temperatura, ao nível do mar (barômetro de Torricelli).
Princípio da Lei de Pascal
O princípio da Lei de Pascal surgiu em 1663, quando o filósofo, físico e matemá-
tico francês Blaise Pascal (1623-1662) identificou o comportamento dos líquidos 
submetidos ao aumento da pressão.
Pascal identificou duas características dos fluidos:
• ocupam totalmente o espaço interno de um reservatório, independentemente 
de seu formato;
• são pouco compressíveis.
16 LEI DE PASCAL
A partir disso, Pascal constatou que, ao aumentar a pressão de um líquido manti-
do dentro de um reservatório e em repouso, essa pressão aumentava igualmente 
em todos os pontos do reservatório. A Figura 4 mostra a representação desse 
fenômeno.
Força de aplicação
Figura 4 – Aumento da força interna no interior do reservatório.
Observação
O aumento da força é diretamente proporcional ao aumento da área do 
reservatório ou tubo em que o fluido está confinado.
Breve histórico
A Lei de Pascal começou a ser empregada no início da Revolução Industrial, 
quando o mecânico Joseph Bramah inventou uma prensa hidráulica. Logo em 
seguida, outro dispositivo muito útil até os dias atuais, o elevador hidráulico, 
também foi desenvolvido seguindo a Lei de Pascal.
Relação entre força, pressão e área
A equação a seguir expressa a relação entre força, pressão e área:
P = F
A
HIDRÁULICA APLICADA 17
Onde:
P = pressão;
F = força;
A = área.
Exemplo de cálculo da força no interior do reservatório
Ao se considerar:
Força de aplicação = 10 kgf
Área do reservatório A1 = 1 cm2.
Área do reservatório A2 = 20 cm2.
É possível calcular a força (F1) na entrada do reservatório A1:
10 kgf × 1 cm2 = 10 kgf/cm2
E o aumento da força (F2) com o aumento da área no reservatório A2:
10 kgf × 20 cm2 = 200 kgf/cm2
A Figura 5 apresenta a relação entre as áreas dos tubos.
Figura 5 – Relação entre as áreas dos tubos.
1. Se o pistão se move 10 centímetros,
desloca 10 centímetros cúbicos de líquido
(1 cm² x 10 cm = 10 cm³)
2. 10 centímetros cúbicos de
líquido movimentarão somente
1 centímetro neste pistão
10 cm
1 cm
1 cm²
10
100
10 cm³
3. A energia transferida será 
igual a 10 quilos x 10 centímetros
ou 100 kgf . cm
4. Neste ponto também teremos
uma energia de 100 kgf . cm
(1 cm x 100 kgf )
18 LEI DE PASCAL
Observações
• A distância percorrida pelos êmbolos dos cilindros é inversamente 
proporcional à área. Ou seja, ao analisar o êmbolo A1, nota-se uma 
pequena força de aplicação e uma grande distância percorrida.
• O êmbolo A2 percorre uma pequena distância, mas é capaz de 
elevar um grande peso.
Vazão
Vazão é a quantidade de fluido que passa pela tubulação ou pelo canal por um 
determinado tempo.
Ligada aos conceitos de pressão, força e área, a vazão do fluido é o produto/
resultado entre essas três grandezas.
A vazão de um fluido serve de parâmetro para o reparador identificar problemas 
nos sistemas hidráulicos.
No mercado industrial existem diversos processos para medição da vazão de um 
fluido, mas no ramo automobilístico o método mais comum consiste na relação 
volume × tempo.
Observação
A vazão também pode ser obtida multiplicando-se a área seccional pela 
média da velocidade do fluido.
Vazão volumétrica
A vazão volumétrica é a quantidade em volume que escoa através de uma seção 
durante um intervalo de tempo medido. Representada pela letra Q, ela é expressa 
pela equação:
Q = V × t
HIDRÁULICA APLICADA 19
Onde:
V = volume;
t = tempo.
Unidades de vazão volumétrica
As unidades de vazão volumétrica mais utilizadas são: 
• l/h – litro por hora; 
• l/min – litro por minuto;
• m3/h – metro cúbico por hora;
• m3/s – metro cúbico por segundo; 
• GPM – galão por minuto. 
Medidores de vazão
Os medidores de vazão geralmente são tubos graduados ligados ao circuito hi-
dráulico que será medido. Quando se coloca esse sistema para funcionar, deter-
mina-se um tempo-padrão (conforme a unidade de medida de vazão volumétrica 
do equipamento) de funcionamento do sistema. Em seguida, basta observar o 
valor indicado no equipamento.
De acordo com o volume a ser controlado, existem equipamentos na mesma 
proporção. 
Exemplos
• Para volumes com pressão de até 10 kgf/cm2 são utilizados equi-
pamentos com mangueiras do tipo engate rápido, como os apre-
sentados na Figura 6. 
20 LEI DE PASCAL
Figura 6 – Medidor de vazão e pressão. 
• Para volumes com pressão acima de 10 kgf/cm2 são usados equi-
pamentos mais reforçados e que resistem ao aumento de tempera-
tura e pressão. A Figura 7 apresenta esse tipo de equipamento.
Figura 7 – Medidor de vazão.
M
in
as
 T
es
te
Pl
an
at
c
HIDRÁULICA APLICADA 21
Observação
Para medir a pressão em qualquer circuito hidráulico é obrigatório usar 
equipamentos de proteção individual (EPIs) e, caso ocorram vazamen-
tos, realizar as medidas de contenção para minimizar danos à natureza.
Hidrostática
A hidrostática estuda o equilíbrio dos líquidos e gases, sujeitos à ação da gravi-
dade. Ou seja, hidro (líquido) + estática = corpo em equilíbrio.
A compreensão do fundamento da hidrostática, também conhecido como 
Teoremade Stevin, é muito importante. Com ele é fácil saber como a pressão se 
comporta em qualquer ponto de uma tubulação abastecida com fluido e é possí-
vel auxiliar o reparador quando ele precisa confirmar se a pressão do fluido em 
repouso está de acordo com a recomendação do fabricante do sistema como na 
pressão residual do sistema de injeção eletrônica veicular.
Segundo o fundamento da hidrostática, a diferença de pressão entre dois pontos 
do fluido (pontos A e B) em repouso é igual ao produto do peso específico do 
fluido pela diferença entre os dois pontos avaliados (ponto H). 
A Figura 8 mostra a representação do fundamento da hidrostática.
Figura 8 – Exemplo do fundamento da hidrostática.
A
H
B
22 LEI DE PASCAL
A fórmula para o cálculo da pressão hidrostática é:
PH = Patm + dgh
Onde:
PH = pressão hidrostática em Pa;
Patm = pressão atmosférica em Pa;
d = densidade do líquido em kg/m3;
g = aceleração em m/s2;
h = medida da altura da coluna de líquido em metros (m).
Aplicação do Teorema de Stevin
Uma das aplicações do Teorema de Stevin é em vasos comunicantes. 
Se um líquido estiver em recipientes interligados, cada um com formas e capa-
cidades aleatórias, a altura do líquido será igual em todos eles depois de estabe-
lecido o equilíbrio. Isso ocorre porque a pressão exercida pelo líquido depende 
apenas da altura da coluna.
Na Figura 9, a altura H ilustra a pressão hidrostática (PH).
Figura 9 – Vasos comunicantes.
HA
HB
H
A
B
2. Equipamentos de proteção 
individual (EPIs)
Portaria SIT nº 25 de 15 de outubro de 2001 
Certificado de Aprovação (CA) 
Grupos de responsabilidades 
Principais equipamentos
Equipamento de proteção individual (EPI) é qualquer dispositivo de uso pessoal 
destinado a proteger a integridade física e saúde do trabalhador. O uso do EPI 
no Brasil é regulamentado pela Norma Regulamentadora 6 (NR 6) da Portaria 
no 3.214 de 1978, do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).
Portaria SIT nº 25 de 15 de outubro de 2001 
De acordo com a NR 6, a definição para equipamento de proteção individual é 
a seguinte:
Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora (NR), consi-
dera-se equipamento de proteção individual (EPI) todo dispositivo ou 
produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à pro-
teção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
Certificado de Aprovação (CA)
Todo e qualquer equipamento de proteção deve possuir o Certificado de Apro-
vação (CA), emitido pelo Ministério do Trabalho, e com validade determinada 
de acordo com cada equipamento.
24 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)
Grupos de responsabilidades 
Segundo o Ministério do Trabalho, todos os envolvidos na execução de qualquer 
tarefa que possibilite risco ao operador têm responsabilidades. 
Observação
O Ministério do Trabalho poderá alterar essas responsabilidades caso 
seja necessário.
Obrigações do empregador 
Tanto o empregador como o empregado têm obrigações.
As obrigações do empregador, inseridas pela Portaria SIT no 107, de 25 de agosto 
de 2009, são:
• ter o equipamento adequado ao risco da atividade; 
• exigir o uso do equipamento; 
• fornecer somente equipamentos aprovados pelos órgãos competentes;
• treinar o operador sobre o uso correto, a guarda e a conservação do EPI;
• substituir imediatamente o equipamento quando danificado ou extraviado;
• providenciar para que a higienização e a manutenção periódica sejam feitas; 
• comunicar ao MTSP qualquer irregularidade observada;
• registrar o fornecimento do equipamento ao trabalhador em livros, fichas ou 
sistema eletrônico.
Obrigações do empregado
Dentre as obrigações do empregado estão (alterado pela Portaria SIT no 194, de 
7 de dezembro de 2010): 
• usar o equipamento apenas para a finalidade a que se destina;
• responsabilizar-se pela guarda e pela conservação;
• comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento im-
próprio para uso; 
• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
HIDRÁULICA APLICADA 25
Muitos empregados, com a desculpa de que não se acostumam com o equipa-
mento e que este atrapalha o exercício da função, deixam de utilizá-lo e, conse-
quentemente, expõem-se a um ambiente de trabalho inseguro.
Nesses casos, o empregador pode obrigar o empregado a usar o equipamento, 
sob pena de advertência e suspensão. Havendo reincidências, o empregado pode 
sofrer punições mais severas, como demissão por justa causa.
Entretanto, para a Justiça do Trabalho, o fato de o patrão comprovar – por meio 
de ficha de entrega de EPI – que o empregado recebeu o equipamento não o 
exime de pagar uma eventual indenização. A norma estabelece que cabe ao em-
pregador fiscalizar a utilização do EPI. 
Principais equipamentos
Os principais EPIs para o setor automotivo são:
• óculos de segurança;
• calçados de segurança;
• protetor auditivo;
• creme protetor.
Óculos de segurança
Os óculos de segurança, um dos EPIs mais importantes, são produzidos em material 
plástico e protegem os olhos contra diversos danos, como os relacionados a seguir:
• impactos de partículas volantes;
• luminosidade intensa;
• radiação ultravioleta;
• radiação infravermelha.
26 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)
Figura 1 – Óculos de segurança.
Observação
Nas tarefas em circuitos hidráulicos, o maior risco de acidente é o de 
alguma mangueira do circuito hidráulico ou da conexão se romper, 
arremessando o fluido em qualquer direção. Isso poderá ocasionar 
queimaduras, danos aos olhos e até mesmo um incêndio. Daí a impor-
tância de se utilizar os óculos de segurança.
Limpeza dos óculos de segurança
Os procedimentos para limpar os óculos de segurança são: 
1. Antes da higienização, inspecionar os óculos para que possíveis danos ou 
trincas sejam identificados.
2. Lavar com água e sabão neutro.
3. Para a assepsia, utilizar 1 ml de água sanitária misturado a 1 l de água.
4. Não esfregar a superfície dos óculos.
5. Usar um pano macio para a secagem. 
6. Guardar os óculos em local limpo e seco.
Sô
ni
a 
Re
gi
na
 d
e 
O
liv
ei
ra
HIDRÁULICA APLICADA 27
Calçados de segurança
Os calçados de segurança são produzidos com materiais em couro e são resis-
tentes a produtos químicos, protegendo o empregado contra os seguintes riscos:
• impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;
• agentes provenientes de energia elétrica;
• agentes térmicos;
• agentes abrasivos e escoriantes;
• agentes cortantes e perfurantes;
• respingos de produtos químicos.
Como todo EPI, o calçado de segurança deve conter o número do Certificado de 
Aprovação válido e legível para seu controle de estado. 
Figura 2 – Calçado de segurança.
Conservação do calçado de segurança
As recomendações para manter o calçado de segurança em perfeitas condições 
de uso estão relacionadas a seguir: 
• mantê-lo limpo;
• secá-lo longe do calor, quando estiver úmido; 
• guardá-lo em lugar limpo e seco.
Sô
ni
a 
Re
gi
na
 d
e 
O
liv
ei
ra
28 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)
Observação
A aplicação de película protetora à base de silicone aumenta a durabi-
lidade e mantém a boa aparência do calçado.
Protetor auditivo
O protetor auditivo protege a audição do empregado, evitando que ele escute sons 
altos, como os provocados por motores, bombas e equipamentos. 
Esse equipamento de proteção é composto de duas almofadas de material plástico 
macio e autoadaptável.
No momento da utilização, é importante que o empregado não misture as almo-
fadas dos lados direito e esquerdo. Apesar de cada trabalhador ter o seu próprio 
equipamento, a mudança da almofada pode levar bactérias e alergias de uma orelha 
para a outra. Para o profissional não se confundir, basta fazer um nó próximo à 
almofada da direita, por exemplo. 
Figura 3 – Protetor auditivo.
Há um limite da intensidade de ruídos a que o empregado pode ser exposto sem 
que tenha problema de saúde. Essa limitação auditiva, aplicada para sons contí-
nuos ou intermitentes, está regulamentadade acordo com o Anexo I da Norma 
Regulamentadora 15 (NR 15), da Portaria no 3.214, de 8 de junho de 1978 – MTSP. 
A Tabela 1 resume o nível de ruído e o tempo máximo de exposição a ele.
Sô
ni
a 
Re
gi
na
 d
e 
O
liv
ei
ra
HIDRÁULICA APLICADA 29
Tabela 1 – Tolerância auditiva
Nível de ruído (dB) Tempo máximo de exposição
85 8 horas
90 4 horas
95 2 horas
100 1 hora
105 30 minutos
110 15 minutos
115 7 minutos
A Figura 4 apresenta os ruídos comuns ao dia a dia do trabalhador.
Sons da 
natureza
Sussurros Conversa
normal
Motor de
automóvel
Britadeira Decolagem
de avião
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
dB
Figura 4 – Exemplos de ruídos.
Limpeza do protetor auditivo
A limpeza do protetor auditivo deve ser feita com água morna e sabão neutro, 
antes e depois de seu uso. 
30 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)
Creme protetor
O creme protetor precisa ser utilizado nas tarefas em que o empregado fica ex-
posto a qualquer substância conhecida ou não, a fim de evitar irritações e ataque 
dos agentes químicos. 
Os procedimentos para o correto uso do creme protetor são:
1. Aplicar sobre a pele, em grande quantidade, instantes antes de realizar o 
trabalho. 
2. Esfregar até ser totalmente absorvido pela pele.
3. Hidráulica aplicada
Vantagens e desvantagens 
Válvulas para hidráulica
A hidráulica aplicada está presente em diversos sistemas automotivos e vem 
sendo aprimorada para atender às exigências das montadoras. 
Exemplos
• Freio – através do fluido, as pastilhas são pressionadas contra o 
disco de freio, parando as rodas.
A Figura 1 mostra a representação de um sistema de freio.
Figura 1 – Sistema de freio.
• Arrefecimento – o líquido de arrefecimento sob pressão mantém a 
temperatura do motor no padrão estabelecido pelo fabricante por 
meio de uma válvula de controle, chamada de válvula termostática.
A Figura 2 apresenta o esquema de funcionamento de uma válvula 
termostática do sistema de arrefecimento.
Pastilha 
de freio
Pinça
de freio
Disco de freio
Tubulação
Cilindro
32 HIDRÁULICA APLICADA
Figura 2 – Válvula termostática do sistema de arrefecimento.
• Limpador dos vidros – ao acionar um motor elétrico, o líquido é 
lançado em forma de spray no vidro, o que facilita a limpeza pelas 
palhetas.
• Direção com assistência hidráulica – o fluido é pressurizado através 
de uma bomba até o mecanismo da caixa de direção, aumentando 
a eficiência do conjunto. 
A Figura 3 mostra a representação de uma direção com assistência 
hidráulica.
Figura 3 – Direção com assistência hidráulica.
MOTOR FRIO
Válvula
fechada
Válvula
aberta
Cera
expansiva Cera expansiva
Fluxo do líquido Fluxo do líquido
MOTOR QUENTE
Reservatório
de �uido
Palheta
Rotor
Conexão da 
mangueira
de retorno
Conexão da 
mangueira
de pressão
Válvula de 
alívio
HIDRÁULICA APLICADA 33
• Transmissão automática – o fluido é responsável por acoplar o motor 
à transmissão, acionar as embreagens e lubrificar todo o conjunto.
Vantagens e desvantagens 
Como todo sistema funcional, a automação através da hidráulica apresenta van-
tagens e desvantagens, se comparada aos sistemas mecânicos ou elétricos.
Vantagens
As vantagens da automação através da hidráulica são: 
• ajuste preciso da velocidade de acionamento;
• instalação relativamente simples;
• por ter baixa inércia, permite a inversão do movimento de forma rápida e suave;
• excelente relação peso/potência;
• sistema autolubrificado.
Desvantagens
As desvantagens da automação através da hidráulica são: 
• altamente inflamável;
• perda de rendimento por aquecimento, vazamentos internos e atritos;
• elevado custo inicial de implantação. 
Válvulas para hidráulica
As válvulas para hidráulica controlam ou direcionam a passagem do fluido atra-
vés das tubulações, acionando os atuadores do sistema (cilindros ou motores). 
Construída normalmente em aço e em forma cilíndrica, a válvula possui diversos 
diâmetros pelos quais o fluido é direcionado de acordo com a necessidade de 
controle ou acionamento.
34 HIDRÁULICA APLICADA
A Figura 4 mostra a válvula de uma transmissão automática atual.
Figura 4 – Exemplo de válvula. 
Observação
O acionamento da válvula pode ser feito de maneira mecânica, manual 
ou elétrica.
Símbolos de identificação
As válvulas possuem as mais diversas formas, o que dificulta a compreensão de 
seu uso prático. Para facilitar esse entendimento, foram criados símbolos que 
identificam as principais características das válvulas:
• número de posições funcionais; 
• tipo de acionamento;
• número de orifícios funcionais.
Funções das válvulas
As válvulas desempenham três funções básicas:
• controle da direção;
• controle de vazão;
• controle de pressão.
HIDRÁULICA APLICADA 35
Identificação
As válvulas são identificadas, em geral, por seu modelo (opcional) e pelo número 
de posições de funcionamento disponíveis.
A Figura 5 apresenta uma válvula direcional com duas posições e dois furos para 
utilização.
Figura 5 – Identificação da válvula. 
Nomenclatura 
Na representação dos circuitos hidráulicos existem nomenclaturas comuns a 
todos, conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – Descrição de nomenclaturas
P Orifício de pressão: bomba.
T Orifício de retorno: tanque.
A Orifício de trabalho: receptor.
B Orifício de trabalho: receptor.
L Orifício de fuga.
Número de 
posições operacionais
Número de 
furos operacionais
Descrição 
(Opcional)
VÁLVULA DIRECIONAL 2 / 2
36 HIDRÁULICA APLICADA
Tipos de operação
Todas as válvulas podem ser operadas de duas formas:
• Ação direta, ou diretamente operada – a pressão do fluido atua diretamente 
sobre a abertura da válvula.
• Válvula pilotada – possui uma válvula que auxilia a abertura da válvula 
principal. Normalmente é usada em circuitos de grandes vazões e pressões 
hidráulicas.
Simbologia da válvula
Existem inúmeras simbologias para representar o funcionamento da válvula, e 
cada símbolo procura ilustrar de forma objetiva sua função.
A Figura 6 mostra a identificação da simbologia.
1 – Sentido do �uxo do �uido
2 – Sentido bloqueado/fechado
3 – Identi�cação de aplicação, no caso 
 P = pressão da bomba
4 – Mudança do sentido do �uxo do �uido
5 – Posição de acionamento 1
6 – Posição de acionamento 2
Figura 6 – Identificação da simbologia.
HIDRÁULICA APLICADA 37
Observações
• O número de quadrados (itens 5 e 6) indica a quantidade de posi-
ções da válvula.
• É importante reforçar que as válvulas sempre estarão ilustradas nos 
circuitos hidráulicos na posição off – desligado.
4. Válvulas direcionais
Utilidade das válvulas 
Válvula unidirecional 
Válvula direcional de 2/2 vias 
Válvula direcional de 2/2 vias acionada por pressão e 
retorno por mola 
Válvula direcional de 4/3 vias com centro normalmente 
fechado 
Válvula direcional de 6/3 vias acionada por alavanca e 
retorno por mola
Válvulas direcionais são amplamente utilizadas no setor automobilístico. Para a 
representação de seu funcionamento são utilizadas figuras esquemáticas.
Utilidade das válvulas
As quatro principais utilidades das válvulas são:
• controlar o líquido de limpeza do vidro dianteiro (esguicho), evitando que 
ele retorne para o reservatório e prejudique o funcionamento;
• direcionar o fluido no interior da transmissão automática no momento exato 
para que o sistema funcione corretamente;
• controlar a pressão do sistema de freio, redirecionando o fluido para acumu-
ladores de pressão;
• direcionar a pressão, no lado correto do pistão, da caixa de direção com as-
sistência hidráulica.
HIDRÁULICA APLICADA 39
A Figura 1 demonstra o acionamento de um pistão que se movimenta em 
ambas as direções. Uma válvula direcional é usada para que ocorra a mudança 
de direção.
Recuo do
êmbolo
Aplicação de pressão
Avanço do
êmbolo
Figura 1 – Válvula em funcionamento.
Como existe uma diversidade enorme de aplicações das válvulas, são tomadas 
como exemplos a válvula unidirecional e as válvulas direcionais 2/2 e 4/3 para 
demonstraçãodo conceito de interpretação da simbologia das válvulas e conse-
quente entendimento dos circuitos hidráulicos.
Válvula unidirecional
A válvula unidirecional, também conhecida como válvula de uma (1) via, evita 
que o fluido retorne para o reservatório. Isso impede o aumento de tempo que 
o componente levaria para funcionar pelo fato de a tubulação estar sem fluido.
O símbolo da válvula de uma (1) via é apresentado na Figura 2.
40 VÁLVULAS DIRECIONAIS
Figura 2 – Símbolo da válvula de uma (1) via.
Caso a aplicação de pressão ocorra no lado (A), a válvula bloqueará o fluxo do 
fluido. Se a aplicação de pressão ocorrer no lado (B), a válvula permitirá o fluxo 
do fluido.
Dessa maneira, é possível usar, por exemplo, a válvula de uma (1) via na man-
gueira que leva o líquido do sistema de limpeza para o vidro dianteiro, mantendo 
sempre cheia a tubulação do sistema. 
Válvula direcional de 2/2 vias
Na válvula 2/2, se o circuito está desligado, a pressão vinda da bomba (P) não 
passa para o orifício de trabalho (A), como mostra a Figura 3.
Figura 3 – Válvula 2/2 vias.
HIDRÁULICA APLICADA 41
Funcionamento
Na posição ligada, a pressão (P) passa para o orifício (A). Para compreender essa 
posição, deve-se imaginar que a válvula se movimentou e que os orifícios (A) e 
(P) estão na mesma posição, pois representam a tubulação do circuito. A Figura 4 
ilustra esse esquema.
Figura 4 – Válvula 2/2 na posição ligada.
Observação
A Figura 4 nunca será ilustrada nos circuitos hidráulicos; serve apenas 
para demonstrar como a válvula funciona.
Exemplo 
Em uma bomba hidráulica de um sistema de direção com assistência 
hidráulica, a válvula de alívio, ao receber uma pressão acima do valor 
estabelecido, vence a força de uma mola calibrada – que desvia o fluxo 
de fluido para o reservatório. Esse esquema é apresentado na Figura 5, 
no qual:
• foi utilizada uma válvula 2/2 controlada pela mola calibrada;
• ao analisar o circuito da bomba, percebe-se a aplicação física das 
válvulas direcionais;
• na bomba, a válvula 2/2 é a válvula de alívio – composta pela esfera 
de vedação e da mola calibrada.
42 VÁLVULAS DIRECIONAIS
Figura 5 – Direção com assistência hidráulica.
Simbologia hidráulica da válvula
Figura 6 – Válvula 2/2 controlada por mola calibrada.
Válvula direcional de 2/2 vias acionada por pressão e 
retorno por mola
A válvula 2/2 acionada por acréscimo de pressão e retorno por mola foi larga-
mente utilizada nas transmissões automáticas com controle hidráulico.
Reservatório
de �uido
Palheta
Rotor
Conexão da 
mangueira
de retorno
Conexão da 
mangueira
de pressão
Válvula de 
alívio
 A
P
HIDRÁULICA APLICADA 43
A Figura 7 mostra a representação de uma válvula 2/2.
Figura 7 – Válvula 2/2.
Funcionamento
Na Figura 8, com o aumento da pressão regulada (representada pela seta), a 
força da mola de retorno é vencida e a pressão vinda da bomba (P) alimenta o 
circuito de aplicação (A) da marcha adequada.
Figura 8 – Válvula 2/2 acionada.
Quando a pressão regulada diminui devido à necessidade de troca da marcha 
(em que se utiliza outro conjunto de válvulas), a força da mola de retorno instala 
a válvula 2/2 na posição de bloqueio. A Figura 9 representa esse processo.
44 VÁLVULAS DIRECIONAIS
Figura 9 – Válvula 2/2 na posição de bloqueio.
Válvula direcional de 4/3 vias com centro normalmente 
fechado
A pressão está disponível na entrada (P), que corresponde ao fornecimento vindo 
da bomba do circuito.
Nessa posição não existe pressão nos orifícios (A) e (B). Caso seja medida qualquer 
pressão nesse estado da válvula, significa que ela está com defeito. A Figura 10 
mostra essa representação. 
Figura 10 – Válvula direcional 4/3.
Na válvula 4/3 existem duas mudanças de estado possíveis. Trata-se de uma 
válvula 4/3 com centro normalmente fechado, como a mostrada na Figura 11.
HIDRÁULICA APLICADA 45
Figura 11 – Válvula 4/3 desligada.
Funcionamento
Ao acionar a válvula na posição de ligação (P – A) e (B – T), ela se comportará 
da seguinte maneira:
• Funcionamento entre (P – A) – nessa posição, a pressão (P) atinge o orifício 
(A). Ocorre, com isso, uma pequena queda de pressão em função do fluxo 
pelo orifício (A), mas a pressão (P) se mantém estável e maior do que (A).
• Funcionamento entre (B – T) – nessa posição deve ocorrer uma pequena pres-
são no orifício (B) e nenhuma pressão no orifício (T). Isso indica que a pressão 
da bomba (P) passou para o orifício (A), acionou o componente e o fluido que 
estava mantendo-o parado foi deslocado para o orifício (B), e, em seguida, para 
o orifício (T). Ou seja, foi para o tanque/reservatório do circuito.
Figura 12 – Válvula 4/3 na posição P – A e B – T.
46 VÁLVULAS DIRECIONAIS
A Figura 13 ilustra o comportamento da válvula 4/3 ao acioná-la na posição de 
ligação (P – B) e (A – T).
Figura 13 – Válvula 4/3 na posição P – B e A – T.
• Funcionamento entre (P – B) – nessa posição, a pressão (P) atinge o orifí-
cio (B) e ocorre uma pequena queda de pressão em função do fluxo pelo ori-
fício (B), mas a pressão (P) se mantém estável e maior do que (B). A posição 
(P – B), nesse caso, tem como função inverter o fluxo definido por (P – A).
• Funcionamento entre (A – T) – como a pressão, então, está no orifício (B), 
o retorno do fluido se dá pelo orifício (A) passando pelo orifício (T) para o 
tanque/reservatório do circuito.
Observação
As Figuras 12 e 13 nunca serão ilustradas nos circuitos hidráulicos; 
servem apenas para demonstrar como a válvula funciona. Nota-se que 
as letras não se movimentam.
Válvula direcional de 6/3 vias acionada por alavanca e 
retorno por mola
A válvula 6/3 apresentada na Figura 14 pode ser utilizada para acionar, em ambas 
as direções, um cilindro hidráulico. O retorno é realizado pela mola de retorno 
(mola à direita). A alavanca mantém a válvula na posição de repouso por força 
da mola montada junto à sua base
HIDRÁULICA APLICADA 47
.
Figura 14 – Válvula 6/3 na posição de repouso.
Observação 
A operação da válvula varia de acordo com a tarefa a ser realizada. 
Operação 
Descreve-se a seguir um resumo de operação.
• Funcionamento (P1 – B) e (A – T):
1. Ao acionara a alavanca, a pressão (P1) alimenta o orifício (B). 
2. O fluido movimenta o componente.
3. Localizado na linha de retorno do componente (ou linha de compensação), 
o fluido retorna pelo orifício (A) até o tanque (T).
Figura 15 – Válvula 6/3 na posição de acionamento P1 – B.
48 VÁLVULAS DIRECIONAIS
• Funcionamento (P1 – A) e (B – T):
1. Nesta posição, o fluxo de fluido é invertido, ou seja, a pressão (P1) alimenta 
o orifício (A).
2. O fluido movimenta o componente em direção oposta.
3. O fluido que na posição anterior era de aplicação, então, é direcionado até o 
tanque (T) através do orifício (B).
Figura 16 – Válvula 6/3 na posição de acionamento P1 – A.
5. Válvulas de controle da 
pressão
Válvula de alívio 
Válvula de equilíbrio ou contrabalanço 
Válvula redutora de pressão 
Válvula redutora de choque hidráulico 
Válvula de controle de vazão 
Símbolos das válvulas mais comuns 
Tipos de acionamento das válvulas
As válvulas de controle da pressão determinam a correta pressão do sistema 
hidráulico de acordo com a necessidade do equipamento. 
As quatro funções básicas das válvulas de controle da pressão são:
• esvaziar a bomba em caso de emergência;
• determinar a pressão de trabalho do circuito;
• controlar a pressão máxima do circuito;
• estabelecer uma pressão diferenciada em parte do circuito.
O funcionamento das válvulas de controle da pressão está baseado na resistência 
mecânica de uma mola que se opõe ao movimento da válvula, chamada de mola 
de contrapressão.
O aumento da pressão da bomba vence progressivamente a carga calibrada (for-
ça) da mola de contrapressão. A mola se comprime cada vez mais permitindo, 
por exemplo, que o fluido retorne ao tanque.
A Figura 1 mostra o funcionamento de uma válvula reguladora de pressão.
50 VÁLVULAS DE CONTROLE DA PRESSÃO
Figura 1 – Válvula reguladorade pressão.
Válvula de alívio
A válvula de alívio possui duas funções: 
• limitar a pressão de um circuito ou parte dele para o padrão estabelecido;
• evitar sobrepressões que certamente danificam algum componente do circuito.
Como característica de montagem, a válvula de alívio sempre está logo após a 
linha de pressão da bomba, e sua saída, ligada ao tanque.
A válvula de alívio de ação direta é representada na Figura 2.
Figura 2 – Válvula de alívio de ação direta.
Pressão da
contramola
Tanque
Pressão
da bomba
HIDRÁULICA APLICADA 51
Válvula de equilíbrio ou contrabalanço
A principal função da válvula de equilíbrio é evitar o retorno livre do componen-
te pela força do peso deste. Ela é auxiliada pela válvula de retenção, que permite 
o fluxo de fluido ao elevar o pistão.
A Figura 3 apresenta um circuito com válvula de equilíbrio.
Figura 3 – Circuito com válvula de equilíbrio.
Válvula redutora de pressão
A válvula redutora ou reguladora de pressão é a única que opera normalmente 
aberta. Seu funcionamento consiste em restringir a saída de pressão.
M
52 VÁLVULAS DE CONTROLE DA PRESSÃO
Em geral, a válvula redutora de pressão é construída com um carretel (tubo 
cilíndrico de diversos diâmetros) apoiado na mola de contrapressão. A Figura 4 
mostra esse tipo de válvula.
Figura 4 – Válvula redutora de pressão.
Observações 
• Quando a pressão é superior à sua calibragem, a força da mola é 
vencida, movimentando o carretel.
• Quando a pressão é inferior à calibragem, a pressão piloto mantém 
o carretel na posição que restringe a passagem do fluido, reduzindo 
a pressão desse circuito.
Válvula redutora de choque hidráulico
Essa válvula redutora evita dois tipos de choques hidráulicos:
• por pressão;
• por compressão.
O choque hidráulico (também conhecido como golpe de aríete) deve ser evitado 
para que não ocorram quebras nos componentes do circuito hidráulico. 
A causa do choque hidráulico é o aumento rápido e demasiado da pressão do 
circuito. 
A diferença entre as cargas das duas molas de contrapressão reduz os picos de 
pressão produzidos pela bomba, principalmente em bombas que alteram de 
forma brusca sua rotação. São exemplos dessa oscilação as bombas das direções 
automobilísticas com assistência hidráulica. 
HIDRÁULICA APLICADA 53
Quando a pressão hidráulica aumenta rapidamente, vence a força da mola de 
baixa resistência, permitindo que a pressão reduza um pouco. No entanto, se 
ainda assim a pressão estiver acima do ideal, ela irá atuar sobre a mola de alta 
resistência e mover o acumulador. Como o volume do acumulador é grande, a 
pressão cairá rapidamente. O controle do choque hidráulico ocorre justamente 
em meio ao equilíbrio entre as duas molas de resistência e a pressão do circuito.
A Figura 5 ilustra uma válvula redutora de choque hidráulico.
Figura 5 – Válvula redutora de choque hidráulico.
Válvula de controle de vazão
Essa válvula modifica a vazão da bomba variável alterando a seção da tubulação. 
Ela regula a velocidade dos atuadores, como o cilindro ou motor, e permite o uso 
de componentes de velocidades distintas. 
Vantagens e desvantagens
A principal vantagem das válvulas de controle de vazão é:
• Controlar o volume do fluido, o que permite mudanças de utilização.
Mola de
alta resistência
Válvula de
(2) vias com orifício
Mola de 
baixa resistência
Acumulador
54 VÁLVULAS DE CONTROLE DA PRESSÃO
E suas principais desvantagens são: 
• Custo elevado. 
• Quando o circuito possui mais de um atuador, ele é muito complexo se com-
parado com a válvula reguladora de pressão.
Classificação
As válvulas de controle de vazão são classificadas em: 
• reguladoras de vazão;
• redutoras de vazão. 
Reguladoras de vazão
Com a variação da pressão, elas mantêm a vazão constante, caso a temperatura 
do fluido também permaneça igual. 
Redutoras de vazão 
Caso a pressão de linha seja alterada, a vazão também será. Por causa das osci-
lações de vazão, essa válvula só é utilizada em circuitos que não necessitam de 
controle muito preciso.
Símbolos das válvulas mais comuns
Os símbolos das válvulas mais comuns são mostrados no Quadro 1 
HIDRÁULICA APLICADA 55
Quadro 1 – Símbolos das válvulas de controle de vazão
Estranguladora
Compensadora a P e T, com válvula de 
retenção
Redutora com válvula de retenção 
Tipos de acionamento das válvulas
Os principais tipos de acionamento das válvulas podem ser: 
• manual;
• mecânico; 
• elétrico; 
• pneumático direto.
56 VÁLVULAS DE CONTROLE DA PRESSÃO
Acionamento manual 
Quadro 2 – Acionamento manual
Acionamento geral
Acionamento por botão
Acionamento por alavanca
Acionamento por pedal
Acionamento mecânico 
Quadro 3 – Acionamento mecânico
Acionamento por mola
Acionamento por rolete
Acionamento por came
HIDRÁULICA APLICADA 57
Acionamento elétrico
Quadro 4 – Acionamento elétrico
Eletroímã com um enrolamento ativo
Eletroímã com dois enrolamentos ativos no 
mesmo sentido
Eletroímã com dois enrolamentos ativos no 
sentido contrário
Eletroímã e válvula de pré-comando 
pneumático
Acionamento pneumático direto
Quadro 5 – Acionamento pneumático direto
Acionamento positivo 
(acréscimo de pressão)
Acionamento negativo 
(decréscimo de pressão)
Acionamento por pressão 
diferencial
58 VÁLVULAS DE CONTROLE DA PRESSÃO
Observação
Definido o tipo de acionamento, o retorno da posição da válvula pode 
ser feito pelo próprio acionador, por efeito de mola e, ainda, por mé-
todos mecânicos ou pneumáticos.
6. Bomba hidráulica
Funcionamento geral 
Desempenho
A bomba hidráulica converte energia mecânica em energia hidráulica e sua 
principal função é fornecer vazão de fluido. 
Observação
A bomba não fornece pressão ao sistema. A pressão é obtida pela dimi-
nuição da área da tubulação do circuito e do volume total que o sistema 
comporta. A pressão é produzida porque o volume de fluido que a bom-
ba fornece é maior do que o volume total da tubulação e do sistema. 
A Figura 1 mostra um modelo de bomba hidráulica.
Figura 1 – Bomba hidráulica autoescorvante.
60 BOMBA HIDRÁULICA
Funcionamento geral
A produção de vazão do fluido pela bomba é obtida em duas etapas, relacionadas 
a seguir:
• sucção;
• pressurização. 
Sucção
Ao entrar em funcionamento, a bomba faz com que a pressão da tubulação 
fique abaixo da pressão atmosférica. Com isso, o fluido é sugado até o interior 
da bomba.
Pressurização
O fluido que está, então, no interior da bomba é empurrado para a tubulação do 
circuito hidráulico. 
O volume de fluido admitido pela bomba é pressurizado a cada volta que ela dá. 
Rapidamente, o volume pressurizado pela bomba fica maior do que o volume 
total do circuito e, assim, é gerada a pressão do sistema.
Desempenho
De maneira geral, o desempenho da bomba hidráulica é medido pelos seguintes 
índices: 
• rendimento total;
• pressão de trabalho. 
A vazão (descarga volumétrica) é o resultado final e serve de parâmetro para o 
dimensionamento da bomba em função das características do sistema.
HIDRÁULICA APLICADA 61
Ela é a quantidade de fluido que a bomba pressuriza em determinado tempo e 
rotação. Como a velocidade influi no volume de saída, o mais comum é dimen-
sionar o desempenho da bomba por meio de seu deslocamento.
Deslocamento 
Deslocamento é a quantidade de fluido pressurizado pela bomba por ciclo.
Fórmula para cálculo do deslocamento
QB =
Vg n nv
1.000
Onde:
QB = vazão da bomba (l/min);
Vg = volume admitido pela bomba (cm
3/rotação);
n = rotação;
nv = rendimento volumétrico (0,91 a 0,93).
O deslocamento teórico da bomba é sempre maior do que o deslocamento real. 
A pressão na linha de saída da bomba interfere em seu desempenho. À medida 
que a pressão aumenta, o volume da saída tende a diminuir. Esses fatores podem 
ocorrer devido ao crescente vazamento interno, normal em todas as bombas.
Unidades de medida 
As unidades de medida do desempenho da bomba hidráulica mais usadas são: 
• litros por minuto (l/min);
• centímetros cúbicos por minuto (cm3/min);
•metros cúbicos por minuto (m3/min).
62 BOMBA HIDRÁULICA
Tipos de deslocamento da bomba hidráulica
Em relação ao tipo de deslocamento, existem dois tipos de bombas:
• deslocamento não positivo;
• deslocamento positivo.
Deslocamento não positivo 
O deslocamento não positivo produz uma vazão contínua, mas sua vedação 
interna é deficiente e, por isso, ocorrem perdas de vazão significativas quando 
a pressão aumenta. 
A Figura 2 apresenta uma bomba de deslocamento não positivo.
Figura 2 – Bomba de deslocamento não positivo: centrífuga.
Na Figura 2, a bomba centrífuga tem como característica permitir o fluido pelo 
centro. Por meio da força centrífuga em conjunto com as pás do rotor interno, a 
bomba direciona o fluido para a saída.
Saída
Entrada
HIDRÁULICA APLICADA 63
Deslocamento positivo
A bomba de deslocamento positivo não apresenta perda de fluido por vazamento 
interno. Ela produz uma vazão pulsativa que não se altera com o aumento da 
pressão.
Exemplo
A bomba de engrenagens fornece 5,5 l/min a 10 bar e 5 l/min a 200 bar.
Tipos de construções das bombas de deslocamento positivo
Os tipos de construção das bombas de deslocamento positivo são analisados a 
seguir.
• Engrenagens de dentes internos – o afastamento entre os dentes das engre-
nagens produz vácuo. Na outra extremidade da bomba, o engrenamento dos 
dentes irá pressurizar o fluido para a saída.
Figura 3 – Bomba de engrenagens internas. 
• Gerotor – apresenta funcionamento semelhante ao da bomba de engrenagens 
internas, mas a vedação ocorre nas pontas dos dentes da engrenagem motora.
1
2
3
4
6
5
Vedação em forma 
de meia-lua
Engrenagem 
externa
Engrenagem
interna
1 – Entrada do �uido
2 – Quando os dentes se afastam,
 o vácuo é produzido
3 – Devido ao vácuo, o �uido preenche
 toda a câmara
4 – O �uido é transportado através dos
 dentes da engrenagem interna
5 – Com o início do engrenamento dos
 dentes, o �uido é pressurizado
6 – Saída do �uido
64 BOMBA HIDRÁULICA
Carcaça
Elemento gerotor
Saída Entrada
Rotor externo
Figura 4 – Bomba gerotor.
• Lóbulos – funcionam de modo similar ao das bombas de engrenagens, mas 
sua vantagem é que têm maior volume de deslocamento.
Saída
Entrada
Figura 5 – Bomba de lóbulos.
• Engrenagens de dentes externos – nesse caso, os dentes externos forçam o 
fluido a entrar na bomba e ser pressurizado para a saída.
Figura 6 – Bomba de engrenagens de dentes externos.
7. Acumuladores
Tipos de acumuladores
Acumuladores são componentes que, através da compressão do fluido hidráu-
lico em câmara separada do circuito de aplicação, evitam trancos e aplicações 
abruptas do fluido.
O fluido entra no acumulador, vencendo a força de uma mola de contrapressão 
e comprimindo um gás ou levantando um peso. 
Tipos de acumuladores 
O tipo de acumulador mais comum na mecânica automobilística é o acumulador 
por mola de contrapressão. 
Já em automação industrial, o acumulador mais comum é o do tipo bexiga.
Vantagens do tipo bexiga
O tipo bexiga apresenta as seguintes vantagens:
• perfeita separação entre a câmara de líquido e a de fluido;
• o elemento separador (bexiga) praticamente não apresenta inércia; 
• alta eficiência volumétrica, chegando a 75% do volume da garrafa.
66 ACUMULADORES
Aplicações do tipo bexiga
O tipo bexiga apresenta como aplicações mais comuns:
• compensador de vazamentos;
• fonte de potência auxiliar;
• compensador de volume;
• eliminador de pulsações;
• absorvedor de choques;
• dispositivo de sustentação.
8. Filtros
Materiais de construção do filtro e condições de trabalho 
Tipos de construção do filtro
Os filtros são componentes vitais para qualquer sistema hidráulico, pois retêm 
as partículas sólidas que estão suspensas no fluido. As partículas são originadas 
do desgaste dos componentes mecânicos e não devem circular com o fluido. 
Quando circulam, acarretam graves danos. 
Para separá-las, são usados diversos procedimentos de filtração.
Figura 1 – Detalhe do elemento filtrante.
Os filtros de aplicação hidráulica possuem em seu interior malhas de metal para 
apoio estrutural. Essas malhas evitam que o filtro dobre com o aumento brusco 
da pressão do circuito.
A composição dos elementos filtrantes varia de acordo com os fabricantes. Eles 
levam em conta os seguintes fatores:
AC
TB
R 
68 FILTROS
• fluido a ser controlado;
• pressão e vazão do sistema;
• custo final;
• durabilidade média.
Materiais de construção do filtro e condições de trabalho
O Quadro 1 mostra, de forma geral, a relação entre os materiais de construção 
do filtro e as condições de trabalho. 
Quadro 1 – Comparação entre material e condições de trabalho
Material de 
construção Durabilidade
Pressão de 
trabalho
Capacidade 
de retenção
Eficiência de 
filtragem
Custo de 
produção
Fibras de 
vidro Grande Alta Alta Alta Médio
Celulose 
(papel) Média Média Alta Média Pequeno
Tela 
metálica Pequena Pequena Pequena Média Alto
Tipos de construção do filtro
Os filtros são classificados basicamente de acordo com sua posição de montagem, 
o que obriga mudanças construtivas.
Os filtros podem ser: 
• de tubulação ou pressão; 
• de aspiração. 
Filtro de tubulação ou pressão
O filtro de tubulação ou pressão é instalado logo após a bomba e tem como fun-
ção proteger todos os componentes do circuito. Devido à instalação, esses filtros 
estão preparados para suportar altas pressões de trabalho.
HIDRÁULICA APLICADA 69
Os filtros podem ser subdivididos em duas faixas de pressão de trabalho:
• filtros de baixa pressão – até 25 bar;
• filtros de alta pressão – acima de 25 bar.
A
B
A
B
Figura 2 – Filtro de pressão.
Filtro de aspiração
O filtro de aspiração é usado quando as partículas sólidas suspensas no fluido 
possam vir a danificar a bomba. Isso acontece quando o fluido alimenta diferen-
tes circuitos hidráulicos ou quando os tanques acumulam resíduos metálicos.
A maioria das bombas não é eficiente na produção de vácuo para recolher o flui-
do. Assim, os filtros de aspiração devem possuir grande área filtrante para não 
reduzir o desempenho do sistema. Logo, o ideal é que a bomba esteja no mesmo 
nível do tanque, submersa no fluido.
Os símbolos empregados no filtro são apresentados na Figura 3. 
A
B
A
B
Figura 3 – Filtro de aspiração.
Observação
Todos os elementos filtrantes são altamente prejudiciais ao meio ambiente 
quando descartados de forma incorreta. Daí a importância de recolhê-los, 
deixar que escorram em local apropriado e destiná-los para a reciclagem.
9. Fluido hidráulico
Funções do fluido 
Principais propriedades 
Condições básicas para medição do fluido 
Consequências do nível errado do fluido 
Substituição do fluido ATF
O fluido hidráulico é, depois da eletrônica, o componente que mais evoluiu na 
automação industrial, principalmente no setor automobilístico.
Por ser extremamente prejudicial ao meio ambiente, o fluido deve ser mantido 
em local seco, ao abrigo do sol e sobre bacias de contenção para evitar possíveis 
vazamentos das embalagens. 
Em caso de vazamento, é preciso realizar as medidas de contenção e recolhi-
mento do fluido. 
Observação 
É indispensável que o trabalhador use todos os EPIs necessários para 
manusear o fluido hidráulico.
Funções do fluido
O fluido é fabricado de acordo com cada atividade de trabalho.
As principais funções do fluido durante o funcionamento do sistema são:
• transmitir pressão;
• lubrificar; 
• retirar calor;
HIDRÁULICA APLICADA 71
• vedar; 
• limpar.
Transmitir pressão 
Trata-se de uma função primária na qual o fluido transmite a pressão aplicada 
instantaneamente ao circuito. Para produzir bons resultados, o fluido pode ser 
comprimido a cerca de 0,5% de seu volume a uma pressão de 70 bar.
Lubrificar 
O fluido forma uma película protetora entre as superfícies dos componentes, o 
que evita o contato entre metais e reduz o desgaste desses componentes, além de 
impedir a produção de calor pelo atrito.
O filme de óleo ou película de lubrificação variade acordo com a pressão do 
circuito e da temperatura de trabalho – que deve ser mantida de acordo com a 
especificação do fabricante. O modo de controlar essa folga dentro do especifi-
cado é conservar as medidas dos componentes dentro das dimensões originais.
A Figura 1 apresenta o filme de lubrificação.
Figura 1 – Filme de lubrificação.
Retirar calor 
O atrito entre o fluido, as paredes da tubulação, as válvulas e os êmbolos, entre 
outros, somado à resistência ao movimento imposta pelos componentes, pode 
Filme
de óleo
Válvula
de controle
72 FLUIDO HIDRÁULICO
gerar calor a níveis indesejáveis. O fluido deve dissipar rapidamente esse calor 
ao circular pelo tanque ou locais com grande volume de fluido.
A Figura 2 mostra a representação da troca de calor no tanque.
Figura 2 – Troca de calor no tanque.
Vedar
Muitos componentes hidráulicos não têm vedação devido à grande pressão de 
trabalho do circuito. Para manter o filme de óleo necessário à vedação do com-
ponente, o nível de vazamento interno é controlado com o ajuste mecânico do 
componente e a viscosidade do fluido – obedecendo-se às instruções de uso 
determinadas pelo fabricante.
Exemplo
O Quadro 1 demonstra a folga média de uma válvula de controle de 
mudança em um sistema de transmissão automática.
Quadro 1 – Folga da válvula de controle
Folga da válvula 0,02 a 0,05 mm
Filme de óleo (folga radial) 0,03 mm
Limpar 
O fluido possui detergentes para remover oxidações. Elas são causadas por pon-
tos de calor excessivo nos locais de pequenos volumes em que o fluido esteja. 
HIDRÁULICA APLICADA 73
O detergente varia de acordo com a aplicação do fluido, a temperatura de ope-
ração e o trabalho realizado.
Exemplo
O fluido que alimenta um sistema de direção veicular é semelhante, 
mas não necessariamente igual a um fluido do sistema de transmissão 
automática.
Principais propriedades
O fluido hidráulico deve manter as propriedades básicas com o aumento da 
pressão e da temperatura e com o desgaste dos componentes. 
Para atender às diversas exigências de funcionamento, o fluido tem característi-
cas específicas que permitem sua utilização por longos períodos de tempo. Essas 
características são: 
• viscosidade; 
• índice de viscosidade;
• prevenção contra ferrugem; 
• resistência à oxidação; 
• fluidez;
• densibilidade.
Viscosidade
A viscosidade mede a resistência do fluido. Para cada aplicação é necessária uma 
viscosidade compatível. 
O Quadro 2 mostra as características entre fluidos de diferentes viscosidades.
74 FLUIDO HIDRÁULICO
Quadro 2 – Características da viscosidade
Viscosidade baixa Viscosidade elevada
Pode reduzir o rendimento da bomba devido a 
uma operação lenta do atuador.
Dificuldade em separar o óleo do ar no 
reservatório. 
Sob carga elevada, tende ao travamento. Maior queda de pressão devido à resistência do fluido.
Vazamento interno elevado. O consumo de energia é maior por causa 
das perdas por atrito do fluido. 
Alta resistência ao fluxo.
Índice de viscosidade
O índice de viscosidade é um número extraído da experiência adquirida em 
testes em laboratório que relaciona a variação da viscosidade com a variação da 
temperatura. Quanto maior é o índice de viscosidade, menos sensível é o fluido 
às oscilações de temperatura.
Os índices de viscosidade são apresentados na Figura 3.
Menos viscoso
0 - 5 90 -140
Mais viscoso
Figura 3 – Exemplos de índices de viscosidade.
Nas aplicações de automação industrial, geralmente os fluidos têm alto índice 
de viscosidade para que nem ela nem o funcionamento do atuador se alterem. 
O fluido mais utilizado em automação é de base mineral, ou seja, extraído de 
fontes minerais. 
O fluido sintético (produzido em laboratório) tem maior durabilidade, mas seu 
custo é muito elevado.
No setor automobilístico, o fluido possui uma enorme faixa de aplicação e para 
cada uma existe um índice de viscosidade específico. O Quadro 3 ilustra as prin-
cipais características de sistemas automobilísticos.
HIDRÁULICA APLICADA 75
Quadro 3 – Características de sistemas automobilísticos
Sistemas Características
Direção com assistência 
hidráulica
Pouca alteração da viscosidade para evitar a mudança de 
velocidade do atuador (caixa de direção).
Freio hidráulico Pouca variação da viscosidade, evitando a mudança de velocidade do atuador (cilindros auxiliares e pinças de freio).
Transmissão automática
Ampla alteração da viscosidade por causa das grandes 
diferenças de temperatura e de atuadores. 
Grande variação do volume (cerca de 30%) sem perder suas 
características.
Motor a combustão interna
Ampla alteração de viscosidade por causa das grandes 
diferenças de temperatura e distintos esforços dos atuadores:
• grande esforço – árvore de manivelas;
• esforço moderado – árvore de comando das válvulas;
• pequeno esforço – haste das válvulas.
Prevenção contra ferrugem
A ferrugem é o resultado da oxidação do ferro quando em contato com o oxi-
gênio presente na água e no ar atmosférico. A corrosão propriamente dita é a 
reação química entre um ácido e um metal. 
As consequências podem ser vazamentos, engripamento e até arranque de mate-
rial. Para que isso não aconteça, o fabricante do fluido adiciona, a cada aplicação, 
aditivos específicos: 
• antioxidantes;
• antidesgastantes; 
• detergentes;
• antiespumantes.
Resistência à oxidação
Oxidação é a reação química entre o óleo e a água. Ela forma ácidos, vernizes e 
borra. O resultado é a mudança de viscosidade do fluido, que diminui a capaci-
dade de lubrificação, entope orifícios e prende válvulas.
Essa reação cria um círculo vicioso muito prejudicial ao sistema hidráulico.
76 FLUIDO HIDRÁULICO
Observação
No sistema de transmissão automática, a oxidação é um dos maiores 
causadores de grandes danos ao próprio sistema. 
Oxidação
+
Aumento de 
viscosidade
Produzem
Borra
e
verniz
Figura 4 – Círculo vicioso da oxidação.
Fluidez
A fluidez de um fluido indica a temperatura mínima em que o óleo ainda es-
coa. É uma informação importante, pois cada sistema opera nas mais diversas 
temperaturas.
Densibilidade
Densibilidade ou antiemulsificação é a capacidade que o fluido tem de se separar 
da água. Essa informação é fundamental, pois a umidade do ar e a condensação 
interferem na qualidade de qualquer fluido.
HIDRÁULICA APLICADA 77
Pequenas quantidades até podem ser toleradas nos sistemas hidráulicos, mas o 
fluido deve conter aditivos que isolem ou separem a água.
Condições básicas para medição do fluido
Cada montadora possui um procedimento específico para medir o nível do 
fluido. Devido à variação do volume (cerca de 30%) na maioria dos modelos, o 
nível deve ser verificado com a transmissão em sua operação normal de trabalho 
entre 80ºC e 95ºC. No entanto, é importante verificar a temperatura correta no 
respectivo manual de reparações da transmissão.
As condições comuns a todas as transmissões automáticas são:
• piso nivelado;
• motor aquecido (uso do veículo durante 20 km);
• posição da alavanca em P ou N, dependendo do veículo;
• motor funcionando em marcha lenta.
Métodos para medição do nível
As três formas de medir o nível do fluido nas transmissões automáticas atuais são:
• medição por vareta;
• verificação através de bujão medidor de nível; 
• verificação com vareta específica.
Medição por vareta
É o método mais comum e consiste em verificar o nível por meio de marcações 
graduadas na vareta de medição, conforme representação da Figura 5.
78 FLUIDO HIDRÁULICO
H
21 3 4 5
C
1 – Vareta indicadora do nível
2 – Indicação de nível máximo: �uido quente (hot)
3 – Indicação de nível mínimo: �uido quente (hot)
4 – Indicação de nível máximo: �uido frio (cold)
5 – Indicação de nível mínimo: �uido frio (cold)
Figura 5 – Vareta indicadora do nível.
Observações
• O nível correto é quando a marca do fluido estiver entre os valores 
mínimo e máximo com o fluido quente.
• As indicações de mínimo e máximo com o fluido frio (abaixo de 
65ºC) são utilizadas quando o fluido é totalmentesubstituído ou 
na reforma da transmissão.
• Nunca se deve colocar a transmissão automática em funcionamen-
to se o nível estiver abaixo do mínimo com o fluido frio.
• Alguns modelos de transmissão informam também a marcha certa 
para a verificação, tipo de fluido e temperatura de operação.
• Para medir a temperatura do fluido, usar um termômetro instalado 
no lugar da vareta medidora ou uma ferramenta de diagnóstico – 
scanner.
Verificação através de bujão medidor de nível 
Nas transmissões francesas (AL4 ou DP0) e no modelo JF506 da fabricante 
JATCO, que equipa a linha Volkswagen, a verificação consiste em remover o 
bujão de nível com a transmissão na faixa de temperatura normal de funciona-
mento, estabelecida pela montadora.
Um bujão medidor do nível é mostrado Figura 6.
HIDRÁULICA APLICADA 79
1 – Bujão para esvaziamento do �uido
2 – Transmissão automática
3 – Bujão para veri�car o nível
1
2
3
Figura 6 – Bujão medidor do nível.
Os procedimentos para verificar o nível são. 
1. Remover o bujão, localizado na parte superior da transmissão.
2. Adicionar 0,5 litro de fluido especificado.
3. Efetuar todas as trocas de marchas através da alavanca seletora – com a trans-
missão na fase de aquecimento entre 58ºC e 68ºC.
4. Remover o bujão de verificação do nível (3).
5. Deixar o fluido escorrer até formar um fio de óleo gota a gota. Caso seja re-
colhido 0,5 litro, o nível está correto.
6. Repetir a etapa até encontrar o fio de óleo especificado.
Observação 
O bujão para esvaziar só será utilizado na remoção total do fluido, no 
momento da reforma ou retirada da transmissão do veículo.
7. Realizar um teste de rodagem, trocando frequentemente as marchas e em 
todos os regimes de carga/rotação. Assim, a eletrônica da transmissão consegue 
80 FLUIDO HIDRÁULICO
se autoadaptar, comparando os valores encontrados com o predefinido pela 
montadora.
Observação
Para remover o bujão correto na transmissão JF506, deve-se ficar atento 
e não retirar o parafuso de suporte da cinta de aplicação. Ele está loca-
lizado na parte inferior desse bujão. 
NÃO 
MEXER
Bujão de veri�cação
do nível
Figura 7 – Detalhe do bujão de verificação do nível.
A nova geração de transmissões transversais utiliza um bujão lateral para medir 
o nível, como mostra a Figura 8. 
Figura 8 – Bujão lateral medidor do nível.
Bujão de medição do nível
HIDRÁULICA APLICADA 81
Os procedimentos para medir o nível por meio do bujão lateral são:
1. Remover a tampa de abastecimento da transmissão.
2. Adicionar 0,5 litro de fluido especificado.
3. Ligar o motor para evitar perda de fluido.
4. Fazer todas as trocas de marchas com a alavanca seletora. A transmissão 
precisa estar na fase de aquecimento, abaixo de 65ºC.
5. Com a transmissão na faixa de temperatura ideal de funcionamento, entre 
85°C e 95°C, remover o bujão lateral de verificação do nível.
6. Deixar o fluido escorrer até formar um fio de óleo gota a gota. Caso seja re-
colhido 0,5 litro, o nível está correto.
7. Repetir a etapa até encontrar o fio de óleo especificado.
Observação
O bujão para esvaziar, na parte inferior da transmissão, só será utilizado 
para remover totalmente o fluido, no momento da reforma ou retirada 
da transmissão do veículo.
8. Fazer o teste de rodagem trocando as marchas e em todos os regimes de carga/
rotação. Com isso, a eletrônica da transmissão consegue se autoadaptar, compa-
rando os valores encontrados com o predefinido pela montadora.
Observações
• Para medir a temperatura do fluido, o ideal é instalar a ferramenta 
de diagnóstico – scanner. 
• Nunca usar o termômetro, sob risco de o equipamento ficar enros-
cado no interior da transmissão.
Verificação com vareta específica 
Método que compara, via scanner e vareta medidora, as informações do sensor 
de pressão do fluido e da distância em milímetros marcada pelo fluido na vareta 
para determinar o nível.
82 FLUIDO HIDRÁULICO
Observação 
A vareta medidora é uma ferramenta específica da montadora que não 
vem no veículo.
O Gráfico 1 determina o nível do fluido.
Temperatura
N
ív
el
 d
e 
ac
ei
te
 (m
m
)
0.0
60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
Gráfico 1 – Gráfico comparativo entre temperatura e nível.
Observação
À medida que a temperatura do fluido aumenta, seu volume tam-
bém acresce proporcionalmente. Isso aumenta a altura registrada na 
vareta indicadora.
Consequências do nível errado do fluido
O nível do fluido fora dos limites definidos pelas montadoras provoca panes. 
Em caso de ele estar abaixo do mínimo, ocorrem os seguintes problemas: 
• falta de pressão, por ausência do fluido;
• patinação das embreagens;
• aquecimento devido ao aumento da patinação;
• maior atrito.
HIDRÁULICA APLICADA 83
O nível acima do máximo, por sua vez, acarreta as seguintes consequências: 
• vazamento devido ao aumento do volume do fluido;
• espuma que produz cavitação e patinação;
• aquecimento.
Depois da entrada de água no interior da transmissão, o nível acima do máximo 
é a segunda maior causa da quebra total da transmissão automática. No início, a 
transmissão até funciona, mas à medida que a temperatura aumenta, o volume 
do fluido também se eleva. 
A Figura 9 demonstra o passo a passo dessa pane. 
Figura 9 – Pane devido ao nível alto de fluido.
84 FLUIDO HIDRÁULICO
 Substituição do fluido ATF
Essa substituição talvez seja o tema mais discutido dos sistemas veiculares atuais. 
De um lado, boa parte dos fabricantes e donos de montadoras afirma que seus 
fluidos são do tipo Long Live, ou seja, não precisam de manutenção. 
Do outro, estão os reparadores, com aproximadamente 30 anos de experiência 
em veículos com transmissão automática. Eles defendem que a maioria dos flui-
dos das transmissões automáticas deve ser substituída quando o veículo atinge 
entre 40.000 km e 60.000 km rodados.
Desgastes mecânicos
Quando novo, o fluido da transmissão automática (ATF, do inglês automatic 
transmission fluid) é translúcido, de cor avermelhada, esverdeada ou amarela-
da – a depender do fabricante e do modelo da transmissão. Conforme é usado, 
o fluido recebe as partículas sólidas dos seguintes componentes:
• buchas e mancais – bronze ou latão;
• retentores e vedadores – fragmentos de borracha;
• engrenagens e discos de aplicação – aço;
• pistões e acumuladores – alumínio.
Observação 
O fluido sofre uma deterioração natural e todas as partículas sólidas 
ficam suspensas no fluido ATF, alterando seu aspecto físico. 
A quantidade de partículas sólidas suspensas não deve ultrapassar 3% do volume 
do circuito em operação. Quando estiver acima disso, no processo de troca, o 
novo fluido preencherá as câmaras da transmissão, limpando todos os compo-
nentes, retirando boa parte da sujeira das embreagens de aplicação e acrescendo 
a folga do conjunto. Entretanto, os vazamentos aumentarão, a marcha não será 
aplicada e o veículo não mais se movimentará.
É comum o cliente entregar o veículo funcionando e, após a substituição do 
fluido, ele não se movimentar mais. Portanto, substituir ou não o fluido da trans-
missão automática é uma decisão que necessita de conhecimentos específicos. 
HIDRÁULICA APLICADA 85
Observação 
À medida que a transmissão é utilizada, o fluido sofre alterações de cor, 
odor e viscosidade inicial. As mudanças não são sinais de problemas; 
o fluido apenas está em processo de desgaste, recebendo as partículas 
sólidas.
 Análise do fluido
A seguir será analisado o estado geral do fluido, a partir de sua coloração. Não se 
trata de um diagnóstico químico, mas de uma análise visual que fornece infor-
mações para o reparador decidir se é ou não possível substituir o fluido.
Para verificar o estado do fluido, retirar aproximadamente 1 litro do cárter e 
armazená-lo em local limpo e livre de umidade.
As condições em que o fluido se encontra são: 
• Fluido novo – ele é comprovado através de corantes que facilitam sua identi-
ficação; sempre será translúcido.
• Usado,entretanto em boa condição – tem coloração escura, mas ainda translú-
cida, seu odor aumenta e não apresenta partículas sólidas suspensas no fluido. 
• Prazo de substituição ultrapassado – possui cor escura, opaca e não tem gran-
des alterações no odor. A substituição do fluido não é recomendada.
• Usado e com indício de superaquecimento – tem coloração escura, opaca, 
forte odor e sem partículas sólidas. Quando o problema é diagnosticado no 
início, não apresenta códigos de falhas eletrônicas e está no nível correto, o 
fluido pode ser substituído.
• Contaminação por líquido – o fluido é de cor clara (roseada) e possui grande 
alteração de viscosidade. Essas características são geralmente causadas por 
um vazamento no trocador de calor da transmissão automática – que usa o 
sistema de arrefecimento do motor para diminuir a temperatura do fluido 
da transmissão automática. Não se deve substituir o fluido (devolver a quan-
tidade removida), e sim recomendar o reparo imediato da transmissão e do 
sistema de arrefecimento do motor.
86 FLUIDO HIDRÁULICO
Observações
• O fluido hidráulico, seja qual for sua aplicação, é altamente preju-
dicial ao meio ambiente. Por isso, deve ser mantido em local seco, 
ao abrigo do sol e sobre bacias de contenção – evitando possíveis 
vazamentos das embalagens. 
• Em caso de vazamento, tomar as medidas de contenção e de reco-
lhimento do fluido.
• Utilizar todos os EPIs necessários para o manuseio do fluido 
hidráulico.
A contaminação por líquido de arrefecimento ou água é o problema que mais 
danifica uma transmissão automática. Ela ataca os componentes relacionados a 
seguir: 
• buchas e mancais, já que reage quimicamente com eles; 
• rolamentos, por não permitir uma perfeita lubrificação – em casos extremos, 
o rolamento trava e danifica a carcaça;
• discos de aço, pois sem a lubrificação correta entram em superaquecimento; 
• discos de fricção, pois o líquido reage com o material de fricção que é vulca-
nizado (colado), se descola e os discos se despedaçam por completo;
• conversor de torque, por operar com temperaturas mais elevadas e, devido à 
nova viscosidade, não trocar calor corretamente;
• bomba de fluido, pois sem lubrificação é rapidamente danificada;
• filtro do fluido, pois ele será entupido rapidamente.
Observação 
É comum a reforma da transmissão não ser viável devido aos altos 
custos e grande quantidade de componentes envolvidos.
Condições para a substituição do fluido ATF
As condições que devem ser observadas para substituir de forma segura o fluido 
ATF são:
HIDRÁULICA APLICADA 87
• o nível do fluido deve estar correto e dentro do prazo de utilização (confirmar 
no manual de reparação da transmissão);
• o sistema eletrônico não deve conter códigos de falhas;
• remover uma porção de fluido para analisar se está translúcido, livre de par-
tículas sólidas e sem odor forte;
• quando possível, providenciar a substituição do filtro, que deve ser aberto 
para verificação da presença de verniz, o que indica superaquecimento.
Observação 
Quando se identifica qualquer tipo de problema no fluido, é preciso 
devolver a quantidade retirada do sistema e recomendar que a trans-
missão seja reformada. 
Fluidos para transmissão automática 
No sistema de transmissão automática, o fluido hidráulico foi o item que mais 
evoluiu nos últimos 30 anos. E é comumente chamado de ATF.
Até meados da década de 1980, as transmissões automáticas possuíam um tan-
que. Na automobilística, ele é chamado de cárter e, somado aos componentes 
da transmissão automática. O tanque chegava a ter até 15 litros de fluido, o que 
ocasionava os seguintes problemas: 
• custo elevado de construção;
• necessidade de grandes locais para armazenamento do fluido;
• peso elevado do conjunto da transmissão automática;
• grande variação de viscosidade devido às diferenças de temperatura;
• pressão hidráulica menor por causa da qualidade do fluido da época.
Benefícios 
Com a adição da eletrônica nas transmissões automáticas atuais e a evolução 
das propriedades dos fluidos (produzidos principalmente por fabricantes inter-
nacionais que não fornecem dados sobre as melhorias), o volume foi reduzido 
para cerca de 8 litros a 10 litros. Os principais benefícios desse progresso são: 
88 FLUIDO HIDRÁULICO
• redução de peso;
• aumento da vida útil do fluido;
• pouca variação da viscosidade devido a volumes menores de fluido;
• pressão hidráulica mais elevada, o que proporciona mudanças rápidas; 
• componentes como bomba e conversor de torque menores e mais eficientes.
Principais fluidos
Os principais fluidos para as transmissões automáticas, desenvolvidos pelas 
montadoras, são:
• Dexron: designação GM para o ATF de seus veículos automáticos.
• Dexron II: ATF melhorado com controle de viscosidade superior e inibidores 
de oxidação adicionais. 
• Dexron IIE: fluido GM criado especialmente para suas primeiras transmissões 
eletrônicas.
• Dexron III: substitui o fluido Dexron IIE e possui melhor controle de oxi-
dação e corrosão. Ele foi desenvolvido para ser usado nas transmissões GM 
eletrônicas.
• Dexron III (H): introduzido em 2003, é um nível superior com novos aditivos 
resistentes a alto impacto.
• Dexron III/Saturn: ATF diferenciado quimicamente para utilização em veí-
culos Saturn, uma divisão da GM.
• Dexron IV: desenvolvido para uso em baixíssimas temperaturas, mas atual-
mente sem aplicação.
• Dexron V: sem aplicação até hoje. 
• Dexron VI: introduzido em 2006 para as transmissões GM Hydra-Matic 
6L60/6L80 6-marchas com tração traseira. Ele pode ser usado como substituto 
dos ATF Dexron III e III (H). Atualmente, o fluido Dexron VI equipa a nova 
geração de transmissões GM.
• Type F: introduzido pela Ford em 1967 e utilizado também pela Toyota.
• Type CJ: especial para a linha Ford C6. É similar ao Dexron II e não deve ser 
usado em carros com Type F.
• Type H: mais um ATF designado pela Ford e que não é igual ao Type F ou 
Type CJ.
HIDRÁULICA APLICADA 89
• Mercon: designação atual da Ford, introduzido em 1987. É similar ao Dexron II. 
• Mercon V: é o nível mais alto da Ford atualmente. Foi introduzido em 1997 
e não deve ser utilizado em veículos anteriores da Ford.
• 7176: em sua estreia, o ATF versão Chrysler foi produzido para seus veículos 
de tração dianteira Front Wheel Drive (FWD).
• 7176D (ATF+2): introduzido em 1997, programa aditivos que permitem 
circulação do fluxo em baixas temperaturas.
• 7176E (ATF+3): implementa melhor estabilidade para o ponto de ruptura 
das propriedades do ATF. Usa uma base lubrificante de qualidade superior. 
Indicado para as caixas de quatro marchas e não deve ser substituído por ATF 
tipo Merkon ou Dexron.
• ATF+4 (ATE): introduzido em 1998, é sintético e substituto do ATF+3 ante-
rior. Usado primariamente para os veículos 2000 e 2001, pode substituir e ser 
utilizado também nas transmissões anteriores (exceto nas minivans anteriores 
a 1999, inclusive as equipadas com a 41TE/AE). Nesse último caso, o ATF+3 
é o indicado por ter características que evitam a trepidação do conversor de 
torque em determinadas situações.
• ATF+5: desenvolvido para veículos a partir de 2002.
Observação
A coloração vermelha original do ATF+4 original não é permanente. 
Diferente dos outros, ele muda de cor até ficar escuro e marrom e 
possui um odor peculiar que se modifica com o tempo. Por esse mo-
tivo, não se deve basear na coloração e no cheiro. O correto é cumprir 
sempre o prazo de troca regular do fabricante, desde que não exceda 
60 mil quilômetros.
Fluidos para aplicações específicas 
• BMW LT71141 ou LA2634 ATF: especialmente formulado para transmissões 
BMW.
• Genuine Honda ZL ATF: desenvolvido para transmissões automáticas Honda.
• Mitsubishi Diamond SP-II & SP-III: criado especialmente para a Mitsubishi.
• Nissan J-Matic: especialmente desenvolvido para as transmissões Nissan.
90 FLUIDO HIDRÁULICO
• Toyota Type T, T-III & T-IV: é o fluido original formulado pela fábrica para 
transmissões Lexus/Toyota.