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Artigo Tendências da produção científica em odontologia no Brasil (1)

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54 Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008
Tendências da produção científica 
em odontologia no Brasil
Aldo Angelim Dias,1 Paulo Capel Narvai 2 e Delane Maria Rêgo3
Objetivo. Descrever a tendência da produção científica odontológica no Brasil, destacando-se
a área de saúde bucal coletiva, nos primeiros anos do século XXI.
Métodos. Os resumos de trabalhos apresentados nas reuniões da Sociedade Brasileira de Pes-
quisa Odontológica (SBPqO) de 2001 a 2006 foram avaliados em termos do seu desenho meto-
dológico (estudo agregado ou individuado; estudo observacional ou de intervenção; estudo
transversal ou longitudinal), natureza geral (revisões bibliográficas, estudos com seres huma-
nos ou pesquisas laboratoriais) e enquadramento em uma das 19 especialidades reconhecidas
pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Dos 10 406 trabalhos apresentados nesse período,
foram lidos 5 203 (50,0% do total). 
Resultados. Quanto ao desenho metodológico, 87,5% dos resumos eram do tipo operativo in-
dividuado e 12,5% do tipo agregado. Na classificação da natureza geral da pesquisa, 41,7% dos
resumos tratavam de estudos com seres humanos. Os resumos restantes (58,3%) tratavam de
pesquisas laboratoriais in vitro (31,1%), pesquisas laboratoriais in vivo (23,6%) e revisões bi-
bliográficas (3,6%). Com relação às áreas de conhecimento do CFO, apenas cinco atingiram per-
centuais de ocorrência superiores a 10,0%: dentística, periodontia, endodontia, odontopediatria
e saúde coletiva.
Conclusões. A produção científica odontológica brasileira no período de 2001 a 2006 foi
equilibrada, com crescente interesse na área de saúde bucal coletiva.
Odontologia, pesquisa/tendências, Brasil.
RESUMO
A pesquisa odontológica no Brasil ex-
perimentou um aumento quantitativo
significativo nos primeiros anos do sé-
culo XXI, expresso pela maior divul-
gação em revistas especializadas e por
apresentações em encontros científicos
(1). No entanto, esse aumento não foi
necessariamente acompanhado por
uma melhora na qualidade do que se
publica. Além disso, é comum que os re-
sultados de uma determinada pesquisa,
ainda que apresentados em encontros
científicos, nunca cheguem aos periódi-
cos, não se completando, dessa forma, 
o processo de produção-divulgação-
apropriação de conhecimentos.
Em um ensaio sobre a qualidade dos
artigos científicos publicados na área
da saúde, Szklo (2) menciona vários fa-
tores associados à má qualidade desse
material, desde a interpretação errô-
nea de dados e a análise equivocada
de associações estatísticas até a ocor-
rência de problemas elementares,
como resumos extensos demais e uso
excessivo de abreviações. Nesse que-
sito, o adequado delineamento da pes-
quisa é também um fator decisivo e
fundamental para o alcance dos objeti-
Palavras-chave
Investigación original / Original research
Dias AA, Narvai PC, Rêgo DM. Tendências da produção científica em odontologia no Brasil. Rev
Panam Salud Publica. 2008:24(1):54–60.
Como citar
1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Programa de Pós-Graduação, e Universi-
dade de Fortaleza (UNIFOR). Correspondência:
Rua Coronel Jucá 330, apto. 1202, Meireles, CEP
60170-320, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: aldo_
angelim@hotmail.com
2 Universidade de São Paulo (USP), Faculdade 
de Saúde Pública, São Paulo (SP), Brasil. E-mail:
pcnarvai@usp.br
3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Saúde (PPGCSA) e Departamento de Odontolo-
gia, Natal (RN), Brasil. E-mail: regodm@ufrnet.br
vos, ainda que nenhum delineamento
impeça erros (3).
A acessibilidade aos periódicos é
outro fator a ser considerado. A infor-
mação consultada pelos cirurgiões-
dentistas geralmente é definida pela fa-
cilidade de acesso, como apontado em
estudo de Amorim et al.(4). As autoras
concluíram que as três revistas mais
consultadas são de fácil acesso, tratam
de assuntos mais gerais e têm uma fle-
xibilidade maior na escrita do texto.
O objetivo deste artigo é descrever
as tendências das características quan-
titativas da produção científica odon-
tológica no Brasil, destacando-se a
área de saúde bucal coletiva, nos pri-
meiros anos do século XXI. Para tanto,
os resumos de trabalhos apresentados
nas reuniões da Sociedade Brasileira
de Pesquisa Odontológica (SBPqO)
foram avaliados em termos de sua
área de conhecimento e do tipo e deli-
neamento da pesquisa.
MATERIAIS E MÉTODOS
O material investigado constituiu-se
dos resumos dos trabalhos apresenta-
dos nas reuniões da SBPqO no período
de 2001 a 2006. Dos 10 406 trabalhos
apresentados nesse período, foram
lidos 5 203 resumos, correspondendo a
50,0% do total. Foram lidos todos os
resumos de numeração ímpar em cada
seção em que se divide a grade de
apresentação dos trabalhos durante o
evento (5–10). Como o número de tra-
balhos apresentados a cada ano não foi
o mesmo, exatamente a metade dos re-
sumos de cada ano foi lida. 
A SBPqO é um ramo da International
Association for Dentistry Research (Asso-
ciação Internacional para Pesquisa
Odontológica, IADR) e se reúne anual-
mente desde 1983. As pesquisas apre-
sentadas durante esses encontros
anuais servem como referência para o
perfil da pesquisa odontológica desen-
volvida no país (11). Nesse evento, são
apresentados trabalhos previamente
selecionados, oriundos de todas as re-
giões do Brasil e abrangendo todas as
áreas de conhecimento em odontolo-
gia. Admite-se, portanto, que é possí-
vel tomá-los como representativos do
conjunto da produção científica odon-
tológica no Brasil.
Os resumos foram lidos e classifi-
cados de acordo com dados coletados
a partir de um formulário específico
que incluía as seguintes categorias de
classificação: desenho metodológico,
natureza geral e pertinência a uma
determinada área de conhecimento
odontológico. Dentro dessas catego-
rias, incluíam-se outras subcategorias,
conforme descrito a seguir.
Para a definição do desenho meto-
dológico, foi utilizada a classificação
epidemiológica de Rouquayrol e Al-
meida Filho (12), que divide a pes-
quisa de acordo com: 1) o tipo opera-
tivo ou a natureza do grupo estudado;
2) a posição do investigador; e 3) a re-
ferência temporal. Essa proposta está
de acordo com a classificação da pes-
quisa sugerida por Lilienfeld (13) e
Miettinen (14) e vai ao encontro das
classificações sugeridas por autores
clássicos da área de epidemiologia,
como Rothman e Greenland (15), e por
autores da área de saúde bucal cole-
tiva, como Antunes e Peres (16).
Para o tipo operativo foram utili-
zadas as categorias “agregado” e “in-
dividuado”. A categoria agregado se
refere a coletivos humanos necessaria-
mente determinados por fatores so-
ciais ou coletivos. São exemplos de
agregados a população das escolas de
um município ou o conjunto de habi-
tantes de uma localidade. A categoria
individuado se refere a estudos onde
os sujeitos são analisados um a um, e
não como grupo, podendo englobar
pesquisas clínicas ou laboratoriais.
Quanto à posição do investigador,
as pesquisas foram classificadas como
“estudos observacionais” ou “estudos
de intervenção”, os quais determinam
a participação passiva ou ativa, respec-
tivamente, do pesquisador. Tal des-
crição pode ser utilizada em conjunto
com as categorias empregadas para
classificar o tipo operativo (agregado
ou individuado). Ainda na classifi-
cação do desenho metodológico, os es-
tudos foram agrupados quanto à re-
ferência temporal em “transversais” e
“longitudinais”.
Essas categorias, por permitirem in-
serção simultânea, possibilitam cruza-
mentos, de modo que, por exemplo, os
estudos de coorte ou prospectivos
podem ser classificados como pesqui-
sas individuadas, observacionais e
longitudinais. A mesma classificação
se aplica aos estudos de caso-controle
(sendo estes retrospectivos). Já os en-
saios clínicos podem ser classificados
como estudos individuados, de inter-
venção e longitudinais.
Quanto à natureza geral, os estudos
foram divididos em: 1) revisões biblio-
gráficas (incluindo as revisões simplese as sistemáticas com ou sem meta-
análise); 2) estudos com seres huma-
nos (pesquisas clínicas ou com sujeito
coletivo); e 3) pesquisas laboratoriais
(in vivo, quando realizadas em ani-
mais, e in vitro).
A classificação das pesquisas se-
gundo as áreas de conhecimento levou
em consideração o seu enquadra-
mento em uma das 19 especialidades
reconhecidas pelo Conselho Federal
de Odontologia (CFO) (17). Embora a
especialidade “saúde bucal coletiva”
extrapole, por sua natureza, o que se
poderia denominar de campo odonto-
lógico, uma vez que se constitui tam-
bém em uma área de conhecimento do
campo mais geral da “saúde coletiva”,
neste estudo é considerada como uma
especialidade odontológica para fins
analíticos. Os resultados foram expres-
sos como freqüência de cada categoria. 
RESULTADOS
Quanto ao desenho metodológico,
87,5% dos resumos eram do tipo ope-
rativo individuado e 12,5% do agre-
gado, o agregado. Com pequenas va-
riações durante o período analisado, a
freqüência dos estudos operativos in-
dividuados foi sempre acima de 80,0%,
com exceção do ano de 2005 (77,0%).
Em 2003, os estudos individuados al-
cançaram 97,0% (tabela 1). No quesito
“posição do investigador”, 48,8%
foram estudos de observação. Nesses,
por definição, o pesquisador não inter-
veio diretamente no fluxo dos aconteci-
mentos que tomou como objeto de pes-
quisa (tabela 2). Ainda quanto ao
desenho metodológico, na dimensão
“referência temporal” 52,9% foram es-
Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008 55
Dias et al. • Produção científica em odontologia Investigación original
tudos longitudinais e 47,1%, transver-
sais (tabela 3).
Com relação à segmentação das pes-
quisas nas áreas do conhecimento
odontológico definidas pelo CFO (17),
apenas cinco atingiram percentuais 
de ocorrência superiores a 10,0%: den-
tística, periodontia, endodontia, odon-
topediatria e saúde coletiva, nesta
ordem. A saúde coletiva chegou a to-
talizar 10,5% dos trabalhos pesquisa-
dos. Patologia, prótese dentária, cirur-
gia e traumatologia bucomaxilofaciais,
ortodontia e estomatologia tiveram
freqüências entre 4,7 e 9,8%. As outras
nove especialidades reunidas totaliza-
ram 9,6%. Nesse conjunto encontram-
se as cinco especialidades aprovadas
pelo CFO em 2002: odontologia do
trabalho, ortopedia funcional dos ma-
xilares, disfunção temporomandibular
e dor orofacial, odontologia para pa-
cientes com necessidades especiais e
odontogeriatria. A essas se somam ra-
diologia odontológica e imaginologia,
implantodontia, odontologia legal e
prótese bucomaxilofacial (tabela 4).
Na classificação da natureza geral da
pesquisa, 41,7% dos resumos tratavam
de estudos com seres humanos. O peso
maior nesse total, entretanto, foi dos
estudos de natureza clínica quando
comparados aos de base populacional.
Os resumos restantes (58,3%) tratavam
de pesquisas laboratoriais in vitro
(31,1%), pesquisas laboratoriais in vivo
(23,6%) e revisões bibliográficas (3,6%)
(tabela 5).
DISCUSSÃO
Desde meados dos anos 1970, um re-
presentativo campo intelectual se for-
mou no Brasil, no qual as ciências so-
ciais e a área de ensino e educação
tomaram como tema a saúde, que, por
sua vez, recebeu a influência de con-
junturas sociais, políticas e institucio-
nais. A esse respeito, Nunes (18) pon-
dera que há um campo aberto para
estudos sobre a construção científica na
área das ciências sociais em saúde. Isso
vem sendo realizado por meio de estu-
dos que buscam fundamentação na so-
ciologia, história e filosofia da ciência,
permitindo uma análise mais aprofun-
dada da produção científica. Apesar de
esse crescimento contemplar pratica-
mente todas as áreas de conhecimento
do campo mais geral da saúde, nota-se
que, na odontologia, ele tem aconte-
cido de forma mais lenta e gradual.
Ainda são poucos os relatos sobre a
quantidade e a qualidade dos trabalhos
científicos realizados na área odontoló-
gica no Brasil, embora haja um cresci-
mento gradativo do interesse por esses
estudos nos últimos anos, permitindo
56 Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008
Investigación original Dias et al. • Produção científica em odontologia
TABELA 1. Freqüência absoluta e relativa dos estudosa apresentados nas reuniões da So-
ciedade Brasileira de Pesquisa Odontológica conforme tipo operativo, Brasil, 2001 a 2006
Estudos agregados Estudos individuados
Ano n % n %
2001 117 17,0 570 83,0
2002 46 11,0 373 89,0
2003 38 3,0 1 214 97,0
2004 98 11,0 797 89,0
2005 170 23,0 572 77,0
2006 181 15,0 1 027 85,0
Total 650 12,5 4 553 87,5
a n = 5 203.
TABELA 2. Freqüência absoluta e relativa dos estudosa apresentados nas reuniões da So-
ciedade Brasileira de Pesquisa Odontológica conforme posição do investigador, Brasil,
2001 a 2006
Estudos observacionais Estudos de intervenção
Ano n % n %
2001 298 43,5 389 56,5
2002 187 44,6 232 55,4
2003 680 54,3 572 45,7
2004 362 40,4 533 59,6
2005 470 63,3 272 36,7
2006 570 47,2 638 52,8
Total 2 567 48,8 2 636 51,2
a n = 5 203.
TABELA 3. Freqüência absoluta e relativa dos estudosa apresentados nas reuniões da So-
ciedade Brasileira de Pesquisa Odontológica conforme referência temporal, Brasil, 2001 a 2006
Estudos transversais Estudos longitudinais
Ano n % n %
2001 395 57,5 292 42,5
2002 174 41,5 245 58,5
2003 576 46,0 676 54,0
2004 353 39,5 542 60,5
2005 378 51,0 364 49,0
2006 574 47,5 634 52,5
Total 2 450 47,1 2 753 52,9
a n = 5 203.
traçar um diagnóstico mais preciso do
que se produz em nosso país. Para esta
pesquisa, optamos por utilizar o
mesmo campo de ação empregado por
Cormack e Silva-Filho (11). Na análise
da produção apresentada na Reunião
Anual da SBPqO de 1997, os autores
concluíram que a pesquisa odontoló-
gica no Brasil estava voltada para as-
suntos que tratavam dos materiais de
uso odontológico, aspectos biológicos e
técnicas clínico-cirúrgicas. Tais temáti-
cas corresponderam a 88,3% dos trabal-
hos daquele ano. Apenas 11,7% das
pesquisas versaram sobre assuntos de
cunho social. A participação do setor
privado no financiamento dessa pro-
dução foi considerada inexpressiva
(1,7%); as instituições públicas, por sua
vez, despendiam suas verbas de forma
desvinculada da área social. Os autores
enfatizaram o fato de que, apesar de o
financiamento ser essencialmente rea-
lizado por instituições públicas, a
grande maioria das pesquisas se orien-
tava ao estudo de materiais odontológi-
cos com fins terapêuticos com pouco
ou quase nenhum alcance para a maior
parte da população (11). Já no presente
estudo, observamos um predomínio de
pesquisas clínicas ou com sujeitos cole-
tivos (41,7%). Entretanto, dentro dessa
categoria, a maior contribuição foi das
pesquisas de natureza clínica (30,2%)
em relação às pesquisas com sujeitos
coletivos (11,5%).
O alto percentual de pesquisas labo-
ratoriais (54,7%) deve ser visto com
atenção, já que muitos desses estudos
englobam benefícios que podem ser
aplicados diretamente à coletividade.
É o caso, por exemplo, das pesquisas
que visam a reduzir os custos na área
da prevenção, com o desenvolvimento
de novos produtos para escovação ou
de materiais restauradores mais aces-
síveis. Embora esses estudos sejam re-
alizados em um ambiente laboratorial,
podem ter aplicação na área de saúde
coletiva (19, 20). Antunes e Peres (16)
também afirmam que a observação clí-
nica e a pesquisa laboratorial se inte-
gram aos estudos epidemiológicos,
formando um tripé que sustenta os
conhecimentos utilizados para os pro-
gramas de saúde. Para Gadelha (21), o
desenvolvimento da sociedade está
intrinsecamente ligado ao conheci-
mento, à pesquisa e à expansão do sis-
tema de saúde em sua integralidade,
incluindo estudos que possam trazer
benefícios diretos ou indiretos para a
saúde bucal coletiva. 
Quanto ao desenho metodológico,
na dimensão referência temporal,
chama a atenção o fato de que 52,9%
dos estudos tenham sido classificados
como longitudinais. Esse índice se jus-
tifica pelo alto número de estudos la-
boratoriais (54,7%) e pesquisas clínicas
com seres humanos (30,2%) (tabela 5),que, geralmente, envolvem segui-
mento ao longo de um determinado
espaço de tempo.
Os resultados mostram que as áreas
que tratam diretamente das doenças
bucais de maior prevalência (cárie e
doença periodontal) também foram o
foco mais freqüente da pesquisa. É vá-
lido assinalar, porém, que houve uma
proximidade dos valores de freqüên-
cia relativa (entre 10,5 e 12,8%) obtidos
pelas cinco primeiras áreas, que ainda
incluíam a endodontia, a odontopedia-
tria e a saúde coletiva. Destaca-se a po-
sição ocupada pela saúde coletiva
(10,5%), superando todas as outras es-
pecialidades subseqüentes. Sua po-
sição limítrofe em relação à patologia
(9,8%), especialidade que estuda as-
pectos histopatológicos das alterações
do complexo bucomaxilofacial mostra,
de certa forma, uma tendência de re-
Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008 57
Dias et al. • Produção científica em odontologia Investigación original
TABELA 4. Freqüências absoluta e relativa dos estudosa apre-
sentados nas reuniões da Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica conforme área de conhecimento, Brasil, 2001 a
2006
Área n %
Dentística 665 12,8
Periodontia 609 11,7
Endodontia 593 11,4
Odontopediatria 562 10,8
Saúde coletiva 547 10,5
Patologia 510 9,8
Prótese buco-dentária 385 7,4
Cirurgia 317 6,1
Ortodontia 271 5,2
Estomatologia 245 4,7
Outras áreas 499 9,6
Total 5 203 100,0
a n = 5 203.
TABELA 5. Freqüência absoluta e relativa dos estudosa apre-
sentados nas reuniões da Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica conforme a natureza geral da pesquisa, Brasil,
2001 a 2006
Natureza da pesquisa n %
Estudos em humanos 2 170 41,7
Pesquisas clínicas 1 572 30,2
Pesquisas com sujeitos coletivos 598 11,5
Pesquisas laboratoriais 2 846 54,7
In vitro 1 618 31,1
In vivo 1 228 23,6
Revisões bibliográficas 187 3,6
Total 5 203 100,0
a n = 5 203.
versão da preocupação dos grupos
científicos em pesquisar apenas o dano
ou a lesão para estudar outros aspec-
tos que envolvem o adoecer humano, a
sua prevenção e a promoção da saúde.
Utilizando como categorias as áreas
de conhecimento do Conselho Nacio-
nal de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) do Ministério da
Ciência e Tecnologia do Brasil, ao invés
das especialidades do CFO, como no
presente estudo, Cavalcanti et al. (22)
obtiveram resultados semelhantes,
com a odontologia preventiva e social
(equivalente neste estudo à saúde cole-
tiva) em segundo lugar entre as áreas
mais estudadas (8,5%), tendo como
grupo de análise os trabalhos apresen-
tados na 20a Reunião Anual da SBPqO.
No estudo citado, as outras áreas onde
mais houve pesquisa foram materiais
dentários, endodontia, odontopedia-
tria e radiologia, nesta ordem.
No presente estudo, o mesmo racio-
cínio usado para explicar a posição
ocupada pela saúde coletiva pode
também ser utilizado para interpre-
tar o comportamento das três áreas
seguintes: prótese (7,4%), cirurgia
(6,1%) e ortodontia (5,2%). Essas áreas
sempre despertaram o interesse dos
cirurgiões-dentistas, mostrando-se,
nesta avaliação, ainda com ocorrên-
cia importante nos grupos estudados.
Se, durante décadas, a reabilitação, a
cirurgia e a ortodontia interceptora 
ou corretiva prevaleceram na pro-
fissão odontológica, tanto como objeto
de suas práticas quanto como objeto
de investigação científica, os resulta-
dos desta pesquisa indicam uma nova
tendência.
A estomatologia, uma área ainda
pouco explorada da odontologia (ape-
nas 369 cirurgiões-dentistas, ou 0,17%
do total de profissionais, são registra-
dos nessa especialidade no CFO) (23),
tem apresentado um aumento signifi-
cativo no número de pesquisas nos úl-
timos anos, o que justifica estar entre
as 10 áreas mais estudadas.
Todas as cinco especialidades regis-
tradas no CFO em 2002 ficaram entre
as áreas menos estudadas. A baixa
ocorrência provavelmente se deve a
dois fatores: a ausência de disciplinas
correlatas nos cursos de graduação em
odontologia e os poucos cursos de
pós-graduação lato e stricto sensu com
foco nessas áreas.
Amorim (24) obteve resultados se-
melhantes aos do presente estudo ao
analisar os três periódicos brasileiros
mais consultados pelos cirurgiões-
dentistas, entre 1990 e 2004. A autora
encontrou que 52,73% dos artigos
nesses periódicos estão concentrados
em apenas cinco áreas: dentística
(13,41%), saúde coletiva (11,25%), en-
dodontia (11,24%), estomatologia/
patologia (8,95%) e prótese (7,89%).
Destaca-se novamente a participação
significativa da área de saúde coletiva,
a segunda mais freqüente em periódi-
cos que, por sua vez, concentravam
52,74% do acesso e utilização pelos
cirurgiões-dentistas brasileiros.
Os resultados aqui descritos vão ao
encontro da observação de Barros (25)
e Birman (26), que afirmam que o pro-
gresso observado na saúde coletiva re-
flete a demanda crescente das univer-
sidades e principalmente do Sistema
Único de Saúde. Embora incipiente, tal
evolução quantitativa acena para uma
nova realidade, na qual o interesse
pelo social vem se consolidando como
objeto de estudo nas instituições de en-
sino e pesquisa.
Narvai e Almeida (27) avaliaram a
produção científica brasileira na área
de odontologia social e preventiva no
período de 1986 a 1993 e a associação
dessa produção com o sistema de
saúde e as políticas de saúde. Foram
examinados 386 artigos, publicados em
19 periódicos. Embora o trabalho tenha
se restringido à odontologia social e
preventiva, é relevante destacar que os
autores concluíram que cerca de 75%
da produção nessa área tiveram ori-
gem em universidades públicas.
Em comparação com a pesquisa de
Narvai e Almeida, na qual 56,7% dos
artigos eram originais e outros 30,3%
traziam revisões de literatura e en-
saios, neste estudo as revisões ficaram
em 3,6%, já que algumas categorias
das reuniões da SBPqO foram mais
dirigidas aos estudos sobre educação
em saúde, com maior tendência de se
apresentarem naquela classificação.
Embora seja importante, em função
de sua rapidez e chegada imediata 
ao público-alvo, a apresentação de
trabalhos em congressos e eventos
técnico-científicos, segundo Población
e Duarte (28), ainda se reveste de um
tratamento menos formal quando com-
parada à divulgação mais criteriosa, re-
presentada pela publicação em revistas
científicas (29). Assim, cabe enfatizar
que a divulgação em periódicos possi-
bilita que toda uma comunidade, que
lida com a construção e o progresso do
conhecimento, possa se beneficiar dos
resultados de cada investigação cientí-
fica, na medida em que faz alavancar
esse progresso e o submete à apre-
ciação de pares acadêmicos.
Foratini (30) assinala que, no Brasil,
muitos periódicos não preenchem cri-
térios de qualidade como impacto,
competitividade e internacionalidade.
Para Cury (31), a odontologia brasi-
leira ainda está em estado inicial, não
tendo incorporado os critérios interna-
cionais. No entanto, o autor admite
que a busca por parâmetros claros e
objetivos de qualidade deve ser a tô-
nica dos periódicos brasileiros.
Para Narvai (32), o aumento do nú-
mero de publicações em saúde bucal
coletiva, que se expressa também na
edição de livros, ainda não é suficiente
para consolidar essa área como uma
das mais produtivas, embora essa pa-
reça ser uma tendência a curto e médio
prazo.
Nessa perspectiva, Mashelkar (33)
afirma que a força econômica de um
país é confrontada com sua capacidade
autóctone de pesquisa. Dados do
CNPq (34) indicam que o setor saúde,
no período de 2000 a 2004, foi respon-
sável por 27% das linhas e 33,2% dos
grupos de pesquisa. Com relação ao
número de pesquisadores, a partici-
pação da área de saúde chegou a 32,9%
do total de pesquisadores da base do
CNPq no ano de 2004. Esses números
refletem uma participação importante
em todas as linhas de pesquisa, in-
cluindo a saúde pública, responsável
por 13,2% dos estudos realizados na-
quele ano. O aumento da produção de
pesquisa gera mais necessidade de di-
vulgação no meio científico.
Merece registro o fato de o CNPq ter
firmado, em 2004, uma parceria com o
Ministério da Saúde, por meio da qual
58Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008
Investigación original Dias et al. • Produção científica em odontologia
Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 24(1), 2008 59
Dias et al. • Produção científica em odontologia Investigación original
1 milhão de reais foram destinados es-
pecificamente ao financiamento de
projetos de pesquisa no campo da
saúde bucal coletiva (35). O edital no
038/2004 do CNPq/Ministério da
Saúde/Departamento de Ciência e
Tecnologia (CNPq/MS-DECIT) con-
templou 10 linhas de apoio sobre o
tema, desde modelos de atenção e ser-
viços de saúde bucal até impactos
epidemiológicos e estudos de risco
ocupacional em profissionais da área.
A iniciativa interministerial emergiu
num momento em que a saúde bucal
coletiva ganha destaque na discussão
das políticas públicas de saúde.
Silveira (36) pondera que os desafios
atuais da pesquisa odontológica brasi-
leira remetem ao incremento da publi-
cação em periódicos nacionais e es-
trangeiros e à “aplicação racional” dos
resultados “visando à melhoria de
qualidade da saúde das populações”.
CONCLUSÕES
Conclui-se que, no período de 2001 
a 2006, a pesquisa odontológica no
Brasil se caracterizou pelas seguintes
tendências:
• predomínio, quanto ao desenho me-
todológico, dos estudos de natureza
individuada, típicos de pesquisas
com enfoque clínico, para o estudo
de materiais e com impacto limi-
tado, mas não excludente, para as
coletividades humanas;
• apesar da pouca diferença per-
centual, predomínio dos estudos de
natureza intervencionista sobre os
observacionais, e dos estudos longi-
tudinais sobre os transversais;
• freqüência maior, quanto à área do
conhecimento, de pesquisas nas
áreas da dentística, da periodontia,
da endodontia e da odontopediatria
e participação significativa da área
de conhecimento da saúde bucal co-
letiva, que correspondeu à quinta
área com maior produção dentre 19
especialidades;
• quanto à natureza geral, freqüência
maior de estudos laboratoriais com
relação àqueles em humanos. As
pesquisas que usaram sujeitos coleti-
vos como unidade de análise foram
bem menos freqüentes do que as
pesquisas eminentemente clínicas.
A análise das reuniões da SBPqO
mostrou que, não obstante as reconhe-
cidas dificuldades encontradas para
produzir conhecimento na área da
saúde em países em vias de desenvol-
vimento, houve uma equilibrada pro-
dução no campo odontológico brasi-
leiro no período de 2001 a 2006, com
crescente interesse na área de saúde
bucal coletiva.
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Pesquisa Odontológica. São Paulo: SBPqO;
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gica (SBPqO). Resumos dos trabalhos. Em: 20a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontológica. São Paulo: SBPqO;
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gica (SBPqO). Resumos dos trabalhos. Em: 21a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontológica. São Paulo: SBPqO;
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Pesquisa Odontológica. São Paulo: SBPqO;
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Objective. To describe dental research trends in Brazil (especially population-based
oral health) in the early Twenty-first Century. 
Methods. The abstracts of studies presented at meetings of the Brazilian Society for
Dental Medicine Research (Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica) from 2001–
2006 were assessed in terms of methodological design (aggregate or population-based
and individual-based studies, observational and intervention studies, cross-sectional
and longitudinal studies); general type (literature review, studies with human sub-
jects, and laboratory studies); and classification into one of the 19 specialty categories
recognized by the Brazilian Federal Dentistry Council. Of the 10 406 abstracts pre-
sented in this period, 5 203 (50%) were reviewed. 
Results. Concerning methodological design, 87.5% of the abstracts referred to indi-
vidual-based studies, whereas 12.5% were of aggregate studies. Concerning the gen-
eral category, 41.7% referred to studies with human subjects. The remaining abstracts
(58.3%) described in vitro (31.1%) or in vivo (23.6%) laboratory research and literature
reviews (3.6%). Concerning the Council’s specialty categories, only five had a fre-
quency higher than 10.0%: esthetic dentistry, periodontics, endodontics, pediatric
dentistry, and population-based oral health.
Conclusions. Brazil’s scientific output in the field of oral health for the period 2001–
2006 was balanced, with increasing interest in the area of population-based oral health.
Dentistry, research/trends, Brazil.
ABSTRACT
Scientific output trends 
in oral health in Brazil
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