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Tema 3 - Projeções Orçamentárias

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19/09/2022 19:48 Projeções Orçamentárias
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03391/index.html# 1/63
Projeções Orçamentárias
Prof. Cristóvão Marinho
Descrição
Projeção, a partir do orçamento, do resultado e da situação patrimonial no final do período considerado, e
previsão do comportamento dos fluxos financeiros durante a execução orçamentária.
Propósito
Elaborar demonstrações financeiras projetadas é o propósito final do processo orçamentário e é
extremamente eficaz para a prevenção de revezes financeiros de uma empresa.
Objetivos
Módulo 1
Demonstrações contábeis projetadas
Analisar três tipos de demonstrações contábeis: balanço patrimonial, demonstração do resultado do
período (exercício) e demonstração dos fluxos de caixa.
Módulo 2
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Análise das demonstrações contábeis projetadas
Aplicar as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis.
1 - Demonstrações contábeis projetadas
Demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, são relatórios que
evidenciam a situação patrimonial de uma empresa em determinada data e seus desempenhos,
econômico e financeiro, em determinado período. Em outras palavras, pode-se dizer que as
demonstrações contábeis mostram, de forma consolidada, a situação dos bens, dos direitos e das
obrigações de uma empresa em determinada data, bem como os fluxos de entrada e saída de
recursos financeiros do caixa e o resultado do confronto entre receitas e despesas em determinado
período.
Introdução
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Ao �m deste módulo, você será capaz de analisar três tipos de
demonstrações contábeis: balanço patrimonial, demonstração do
resultado do período (exercício) e demonstração dos �uxos de caixa.
Primeiras palavras
Projetar as demonstrações contábeis é uma das mais relevantes aplicações da contabilidade, pois uma das
grandes dificuldades “dos gestores de empresas é prever, com antecedência, quais os gastos financeiros
incorridos nas atividades operacionais. A contabilidade tem uma contribuição específica (importantíssima)
para tais projeções” (SOUZA, 2014, p. 251).
Além disso, ter um bom conhecimento das demonstrações contábeis é importante porque as informações
delas extraídas são o principal meio de comunicação da empresa, tanto no ambiente interno quanto no
externo.
Projeção das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis projetadas são elaboradas por meio da compilação dos dados e das inter-
relações entre todas as partes que compõem o orçamento, formando um ambiente informacional que
permite aos gestores realizarem diversas simulações, representando uma das grandes vantagens do
planejamento estratégico.
A adoção de premissas vinculadas a cenários de mercado (oferta e procura), política de crédito, política de
estoque, configurações da capacidade instalada, opções de investimentos, configurações de qualidade e
custo dos produtos e serviços são alguns exemplos de variáveis que podem ser simuladas.
Cada peça que compõe o orçamento traz as informações necessárias para que sejam projetadas as
demonstrações contábeis. Entretanto, existem outros dados que também devem ser considerados no
processo de elaboração das projeções, por exemplo (PADOVEZE, 2015):
P i ã d i lê i t i i l
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Previsão de equivalência patrimonial.
Ajustes de avaliação patrimonial.
Resultados de outras receitas e despesas.
Outros resultados abrangentes.
Impostos sobre o lucro.
Distribuição de resultados.
Saldo de caixa.
Bancos e aplicações financeiras.
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Com base nos resultados das simulações, os gestores podem promover ajustes finos nos planos
orçamentários, na perspectiva de atingir melhores resultados.
Por meio das simulações, são geradas as condições para
alterar as estratégias, senão antes dos concorrentes, pelo
menos em conjunto com eles, e essa agilidade trará maior
competitividade à empresa, gerando maior facilidade de
adaptação no ambiente de negócios.
(BERNARDINELLI et al., 2007, p. 3)
Saldo de impostos a recuperar.
Saldo de impostos a recolher sobre lucros.
Outras contas a receber ou a realizar não objeto de orçamentos anteriores.
Outras contas a pagar não objeto de orçamentos anteriores.
Dividendos ou lucros a pagar, além das informações contidas nas peças orçamentárias.
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A projeção das demonstrações contábeis conclui o processo orçamentário e produz três relatórios
clássicos da contabilidade: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração
dos fluxos de caixa, que sintetizam e antecipam os possíveis impactos da execução dos orçamentos sobre
o resultado e o patrimônio da empresa.
O gráfico 1 apresenta o esquema conceitual do processo de elaboração das demonstrações contábeis
projetadas:
Gráfico 1: Projeção das demonstrações contábeis: esquema conceitual. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Deve-se observar que a projeção das demonstrações contábeis se refere ao orçamento financeiro e,
portanto, envolve somente valores monetários. Ou seja, os cálculos das quantidades, os rateios e as
apropriações dos custos aos produtos já foram feitos quando o orçamento operacional foi elaborado.
Vamos a um exemplo que engloba os conceitos de orçamento.
Premissas do exemplo (planejamento)
Os gestores e os investidores consideram satisfatório o histórico dos resultados operacionais que a
empresa XYZ apresentou até o ano de 20XX e entendem que existe uma boa perspectiva de expansão dos
negócios em decorrência de três principais fatores:
O aumento do consumo dos produtos da empresa ocorrido nos últimos três anos.
A previsão de ingresso, no mercado nacional, de um novo fornecedor do principal insumo
utilizado no processo produtivo, que atualmente é importado de países asiáticos.
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Com base nessas perspectivas, o conselho de administração da empresa aprovou, para o ano de 20XX, a
aquisição de um imóvel próprio, a ser ocupado pela própria empresa, e a substituição/modernização de
todas as máquinas do parque produtivo.
Orçamento de vendas
A elaboração do orçamento de vendas é uma das etapas mais importantes do planejamento orçamentário,
pois esse orçamento é a maior fonte de receitas da empresa e não se pode conceber um negócio sem
vendas. O orçamento de vendas indica as bases do orçamento de produção, ou seja, determina o volume de
atividade que a empresa terá durante o período a que se refere.
Premissas do exemplo
Com base no exercício financeiro de 20XX, já encerrado, estima-se que, para o período de 20XX+1 a 20XX+3,
as vendas sejam anualmente incrementadas em 5,3%, 8,3% e 27% respectivamente, com destaque para o
último período, que considera os efeitos decorrentes do investimento que será realizado em 20XX+2
(substituição das máquinas).
Esses percentuais foram obtidos com base em entrevistas realizadas com os integrantes das equipes de
vendas, com os executivos da empresa e com analistas de mercado e já consideram um aumento médio de
4,0% a.a. nos preços, referente à variação da inflação projetada com base no Índice de Preços por Atacado
(IPCA). A tabela 1 apresenta o orçamento de vendas da empresa XYZ:
XYZ - Orçamento de vendas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Produto / Ano
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
A sinalização de aumento dos valores dos fluxos de caixa, com boas perspectivas de
capitalização e retorno sobre os investimentos.
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XYZ - Orçamento de vendas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Produto A 1.300 1.400 1.500 1
Produto B 600 610 680 8
Produto C 500 550 600 7
Produto D 600 600 550 7
Produto E 800 840 1.000 1
Total 3.800 4.000 4.330 5
Variação % anual - 5,3% 8,3% 2
Tabela 1: Orçamento de vendas XYZ. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de produção
Com base no orçamento de vendas, elabora-se o orçamento de produção, que engloba três suborçamentos:
matérias-primas (tabela 3);
mão de obra direta (tabela 5); e
custos indiretos de fabricação (tabela 7).
Orçamento de matérias-primas
Normalmente, o orçamento de matérias-primas é elaborado a partir do orçamento de vendas e é iniciado
com a especificação dos tipos, das quantidades e dos preços de compra das matérias-primas que
compõem cada produto. A tabela 2 exemplifica a especificação do Produto A, bem como as quantidades
que foram consumidas em 20XX.
Produto A
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Produto A
Especificação técnicas
Preço unitário de
compra (R$ 1,00)
C
1Tipo de matéria-
prima
Quantidade (taxa) Unidade de medida
MP01 3 metro 1,20 3
MP02 5 metro 0,90 4
MP03 4 quilograma 1,50 6
Total 1
Tabela 2: Especificação das matérias-primas do Produto A. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Premissas do exemplo
Para o início de 20XX+2 está previsto o ingresso, no mercado nacional, de um novo fornecedor do principal
insumo utilizado no processo produtivo, que atualmente é importado de países asiáticos. Com isso, prevê-
se uma redução de 15% no preço do insumo, com impacto de -8% no custo médio dos produtos.
Além das matérias-primas que compõem o Produto A, os demais produtos são compostos por diversas
outras matérias-primas. Dessa forma, considere que as projeções de gastos com matérias-primas (Tabela
3) representam valores gerais, derivados da consolidação de diversas considerações como preções
específicos de determinados insumos e simulações feitas pelos gestores, com destaque para aqueles que
atuam no setor de compras da empresa.
XYZ - Orçamento de matérias-primas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Produto / Ano
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
Produto A 520 560 550 7
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XYZ - Orçamento de matérias-primas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Produto B 240 250 250 3
Produto C 200 220 220 2
Produto D 180 180 150 2
Produto E 240 250 280 3
Total 1.380 1.460 1.450 1
Tabela 3: Orçamento de matérias-primas. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
A etapa seguinte consiste em calcular o orçamento de mão de obra direta (tabela 7).
Orçamento de mão de obra direta (MOD)
No que se refere ao objetivo de preparar as demonstrações contábeis projetadas, a elaboração do
orçamento de mão de obra direta consiste, basicamente, em sintetizar as estimativas dos custos referentes
à força de trabalho diretamente envolvida com os processos produtivos.
A elaboração do orçamento de MOD passa por três etapas:
Estimar a quantidade de mão de obra necessária.
Projetar as taxas horária e de custos.
Calcular o custo total.
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Em alguns casos, estimar os custos com MOD pode ser trabalhoso por envolver diferentes departamentos e
categorias de trabalhadores, com salários e jornadas diferenciadas (noturna, fim de semana, feriados) e
implicações nos cálculos.
Com o objetivo de facilitar os cálculos envolvidos no orçamento de MOD, são utilizados dois tipos de taxa:

Taxa de tempo
Representa o tempo médio que cada departamento gasta para fabricar uma unidade do produto,
considerando a compilação dos tempos dos diversos processos envolvidos.

Taxa de valor
Representa, por departamento, o custo médio da hora de MOD, considerando a compilação dos custos das
diferentes categorias de trabalhadores envolvidos na produção.
A tabela 4 evidencia as taxas aplicadas aos cálculos dos custos de MOD em 20XX:
Departamento Taxa Produto A Produto B P
Corte e montagem
Tempo 
R$/hora 
Custo R$
- 
- 
-
0,20 
7,00 
1,40
0
7
3
Pintura
Tempo 
R$/hora 
Custo R$
0,40 
5,20 
2,08
0,50 
5,20 
2,60
0
5
3
Acabamento
Tempo 
R$/hora 
Custo R$
0,50 
7,50 
3,75
0,70 
7,50 
5,25
0
7
3
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Departamento Taxa Produto A Produto B P
Total
Horas/minutos 
Custo R$
00:54 
5,83
01:24 
9,25
0
9
Quantidade produzida 
Custo total do produto com MOD
34.700 
R$ 202.301,00
22.000 
R$ 203.500,00
2
R
Custo total com MOD R$ 953.151,00
Tabela 4: Aplicação de taxas de MOD. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Repare que o valor do custo total com MOD em 20XX (R$953.151) é a base para projeção do orçamento de
MOD para o período de 20XX+1 a 20XX+3 (vide tabela 5).
Repare também que, na tabela 4, os totais relativos aos tempos de produção foram convertidos do padrão
decimal (base 10) para o padrão sexagesimal (base 60).
Ainda com base na tabela 4, é possível verificar que o Produto A demora 54 minutos para ser produzido e
tem um custo R$5,83 de MOD; o Produto B demora 1 hora e 24 minutos para ser produzido e tem um custo
R$9,25, e assim sucessivamente.
Premissas do exemplo
A projeção do orçamento de MOD considerou os gastos com 45 funcionários, englobando salários,
encargos sociais e benefícios. Os salários foram reajustados anualmente em 5,45%, sempre no mês de
março. O percentual de reajuste tomou por base a média dos cinco últimos dissídios coletivos da categoria.
Em janeiro de 20XX+1 foi considerada a concessão de um abono de 3,5% sobre o salário e foi considerado
um reajuste anual de 4,0% para os benefícios. Também foi orçada a demissão de dois funcionários em
janeiro de 20XX+2 e a contratação de quatro em janeiro de 20XX+3.
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Após considerar todas as variáveis envolvidas, chega-se à tabela 5, que evidencia o orçamento de MOD:
XYZ - Orçamento de mão de obra direta (MOD) 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Produto / Ano
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
Vencimentos 
Salário bruto 
Abono natalino
772,00 
706,50 
65,50
840,39 
768,64 
71,75
847,81 
774,51 
73,30
9
8
7
Encargos sociais 
Férias + 1/3 
INSS 
FGTS
123,12 
54,36 
25,36 
43,4
104,14 
29,23 
27,63 
47,28
104,93 
29,45 
27,84 
47,64
1
3
2
5
Benefícios 
Auxílio alimentação 
Auxílio transporte 
Seguro
58,03 
42,10 
11,35 
4,58
60,97 
43,78 
12,40 
4,79
61,43 
44,11 
12,49 
4,83
6
4
1
5
Total MOD 953,15 1.005,50 1.014,17 1
Tabela 5: Orçamento de mão de obra direta. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Saiba mais
Uma questão controversa acerca da MOD é a classificação que deve ser dada aos encargos sociais.
Existem duas correntes de pensamento: uma entende que os custos com encargos sociais devem ser
considerados MOD porque todos os custos relacionados com pessoal devem ser incluídos; e a outra
defende que esses custos sejam considerados como indiretos de fabricação porque não influenciam na
natureza do trabalho executado e a inclusão desses encargos aumenta os custos administrativos de
controle (SANVICENTE, 2009).
Orçamento de custos indiretos de fabricação (CIF)
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Quanto à possibilidade de identificação e apropriação aos produtos, os custos de fabricação se dividem em
diretos e indiretos. Veja:
Custos diretos
São aqueles que podem ser apropriados com precisão aos produtos porque há uma medida objetiva de seu
consumo no processo de fabricação.
Custos indiretosAqueles que não se consegue identificar com exatidão a que produtos pertencem e dependem de rateio
para serem apropriados. O parâmetro utilizado para apropriar os CIF é o “critério de rateio”.
O orçamento de CIF é um dos mais complexos, devido à heterogeneidade dos itens envolvidos e à
dificuldade para se correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção (SANVICENTE,
2009).
Para apropriar os CIF é preciso que se estabeleça um critério de rateio. Entretanto, deve-se ter em mente
que, por mais preciso e bem elaborado que seja, qualquer critério de rateio adotado tem, em maior ou menor
grau, certo nível de arbitrariedade.
Os rateios podem assumir determinado grau de complexidade notadamente quando são aplicados a
produtos que passam por diversificadas etapas de produção em diferentes setores (departamentos).
Atenção!
Considerável parte do trabalho da contabilidade de custos é dedicada à busca de critérios de rateio que
minimizem o nível de arbitrariedade na alocação dos custos, a fim de dotar os produtos do mais exato valor
de custo possível. Esse custo é um dos fatores preponderantes para que se possa estabelecer os preços de
venda, notadamente em mercados competitivos com estreitas margens de ganho.
Um critério bastante simplista, aqui apresentado para efeito didático, é ratear os CIF proporcionalmente ao
total dos custos diretos. A tabela 6 apresenta a aplicação desse critério de rateio e sintetiza os custos dos
três suborçamentos que compõem o orçamento de produção (matérias-primas, MOD e CIF) para o exercício
encerrado em 31/12/20XX:
Custos diretos
Matérias-primas MOD Critério de rateio
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Total custos diretos %
Produto A 520,00 202,30 722,30 3
Produto B 240,00 203,50 443,50 1
Produto C 200,00 192,40 392,40 1
Produto D 180,00 121,20 301,20 1
Produto E 240,00 233,75 473,75 2
Total 1.380,00 953,15 2.333,15 1
Tabela 6: Rateio dos CIF. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Premissas do exemplo
Com exceção da depreciação, os itens que compõem o orçamento de CIF foram anualmente reajustados
em 4,0%, referentes ao IPCA médio anual previsto para o período. Em 20XX+3, os gastos com aluguel
cessarão em função da aquisição de um imóvel a ser ocupado pela empresa e, no mesmo ano, está prevista
também a redução dos gastos com manutenção e energia elétrica, em função da aquisição de novas
máquinas. A tabela 7 apresenta o orçamento de CIF:
XYZ - Orçamento de custos indiretos de fabricação (CIF) 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Item de CIF
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2
Aluguel do galpão 55,00 57,20 59,49
Energia elétrica 83,00 86,32 89,77
Manutenção
(máquinas/equipamentos)
15,00 15,60 16,22
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XYZ - Orçamento de custos indiretos de fabricação (CIF) 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Limpeza e conservação 18,00 18,72 19,47
Combustíveis e
lubrificantes
35,00 36,40 37,86
Supervisores e auxiliares 45,00 46,80 48,67
Depreciação 14,00 15,00 18,00
Total 265,00 276,04 289,48
Tabela 7: Orçamento de custos indiretos de fabricação. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de produção consolidado
Somando-se os custos com matérias-primas (MP) e mão de obra direta (MOD) com os custos indiretos de
fabricação (CIF), obtém-se o custo total do orçamento de produção, conforme apresentado na tabela 8:
Orçamento de produção 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Tipo de custo / Ano
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
MP 
MOD 
CIF 
Total
1.380,00 
953,15 
265,00 
2.598,15
1.460,00 
1.005,50 
276,04 
2.741,54
1.450,24 
1.014,17 
289,48 
2.753,89
1
1
2
3
Tabela 8: Orçamento de produção. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
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Orçamento de despesas
O orçamento de despesas inclui a previsão de todos gastos necessários para a gestão e o funcionamento
da empresa, exceto aqueles referentes às operações de produção. Trata-se de um orçamento amplo, que
normalmente é elaborado por departamento e com a participação de todos os gestores.
Os itens que compõem o orçamento de despesas são predominantemente fixos,
pois não estão vinculados aos volumes de produção.
O orçamento de despesas é parte integrante do orçamento operacional e inclui quatro diferentes grupos de
despesas de mesma natureza:

Despesas administrativas

Despesas comerciais

Despesas tributárias

Despesas �nanceiras
Despesas administrativas
Aluguel; celular; internet; energia elétrica; água; limpeza; segurança; salários, encargos e benefícios do
pessoal administrativo (auxílios alimentação, refeição e transporte) etc.
Despesas comerciais
Esse orçamento está intimamente ligado ao orçamento de vendas e pode ser subdividido em dois
subgrupos:
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Despesas de vendas
Publicidade; divulgação; brindes; diárias e passagens; assessoria de imprensa; salários e comissões de
vendedores etc.
Despesas de distribuição
Combustível e lubrificantes; manutenção de veículos; depreciação de veículos; salários e encargos; fretes;
seguros etc.
Despesas tributárias
Impostos e taxas em geral.
Despesas �nanceiras
Juros, multas e taxas bancárias.
Premissas do exemplo
As projeções das despesas administrativas de vendas acompanharam o incremento anual das vendas no
período, que foi de 5,3%, 8,3% e 27%, respectivamente. Entretanto, a partir do exercício de 20XX+3, o
crescimento das despesas administrativas foi suavizado em função do investimento feito na aquisição de
um imóvel que será ocupado pela empresa e acarretará a cessação do pagamento dos aluguéis.
A projeção das despesas de vendas não incidiu sobre o item depreciação, calculado em função da vida útil
das máquinas e equipamentos, tampouco sobre a inadimplência, estimada em 2% do volume anual de
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vendas. Com o financiamento, estima-se um aumento de 25% das despesas financeiras a partir de 20XX+2.
Considerando-se todas as premissas, chega-se ao orçamento de despesas apresentado na tabela 9:
Orçamento de despesas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Despesa
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
Despesas
administrativas
150,00 157,96 170,53 1
Aluguel 18,00 18,95 19,70 -
IPTU 2,80 2,95 3,19 3
Celular e internet 5,40 5,69 6,46 6
Energia elétrica 8,40 8,85 9,58 1
Água 4,30 4,53 4,90 5
Limpeza 8,20 8,63 9,35 1
Segurança 16,90 17,80 19,27 2
Salários 37,00 39,00 42,40 4
Encargos sociais 10,00 10,50 11,20 1
Refeição 21,00 22,11 23,95 2
Transporte 18,00 18,95 20,53 2
Despesas
comerciais
216,00 227,55 250,22 2
Despesas de
vendas
142,30 149,81 162,72 1
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Orçamento de despesas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
    Publicidade 19,80 20,85 22,58 2
    Eventos de
divulgação
9,50 10,00 10,83 1
    Diárias e
passagens
11,30 11,90 12,89 1
    Assessoria de
imprensa
8,70 9,16 9,92 1
    Salários e
comissões
28,80 30,30 32,85 4
    Encargos sociais 7,20 7,60 8,20 1
    Inadimplência 57,00 60,00 65,45 7
Despesas de
distribuição
73,70 77,74 87,50 1
    Combustível e
lubrificantes
15,00 15,80 17,11 2
    Manutenção de
veículos
5,60 5,90 6,39 7
    IPVA 2,50 2,63 2,85 3
    Depreciação de
veículos
1,80 2,02 2,50 3
    Salários 26,80 28,04 30,01 3
    Engcargos
sociais
6,00 6,50 7,40 8
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Orçamento de despesas 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
    Fretes 12,00 12,64 16,68 2
    Seguros 4,00 4,21 4,56 6
Despesas
tributárias
426,00443,58 485,84 6
Simples Nacional 426,00 443,58 485,84 6
Despesas
financeiras
54,00 56,92 71,41 9
Juros 45,00 47,39 61,15 8
Multas 7,00 7,42 7,98 8
Taxas 2,00 2,11 2,28 2
Total 846,00 886,00 978,00 1
Tabela 9: Orçamento de despesas. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de capital
O orçamento de capital está intimamente relacionado ao planejamento estratégico de longo prazo, pois
envolve decisões de investimentos com valores expressivos que agregam elementos ao ativo permanente,
tendem a aumentar a capacidade produtiva e a competitividade, bem como influenciam os fluxos de caixa e
os demais orçamentos, produzindo efeitos que podem se estender por muitos exercícios financeiros.
Atenção!
Em ambientes competitivos, muitas vezes os gestores têm que alterar a estratégia de atuação da empresa
em função de mudanças no ambiente.
Para implementar tais alterações, normalmente é necessário que sejam realizados investimentos que
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impactam o capital de giro e a estrutura que garante a liquidez.
Nessa perspectiva, a decisão de investir em ativos permanentes se contrapõe à manutenção do nível de
liquidez, pois imobilizar ativos tende a reduzir a solvência a curto e médio prazos.
Por envolver valores expressivos, influenciar o nível de liquidez e produzir efeitos
de longo prazo, as opções de investimentos em ativos permanentes são avaliadas
por meio de técnicas como payback descontado, taxa interna de retorno e valor
presente líquido.
Premissas do exemplo
Alinhado com o planejamento estratégico de longo prazo, no orçamento de investimentos foram incluídos
recursos para aquisição, no ano de 20XX+2, de um imóvel que será ocupado pela empresa e de um conjunto
de novas máquinas que substituirá o atual.
Os gestores esperam que a partir de 20XX+3 os investimentos aumentem em 15% o volume de vendas. Os
investimentos serão realizados por meio de financiamento bancário. A tabela 10 apresenta os investimentos
orçados para o período 20XX a 20XX+3:
Orçamento de investimentos 
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
Item
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 20XX+2 2
Imóvel 
Máquinas
750,00 
450,00
Tabela 10: Orçamento de investimentos. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Elaboração das demonstrações
contábeis projetadas
Estando prontos os orçamentos projetados, o passo seguinte é projetar a DRE, o balanço patrimonial e a
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demonstração dos fluxos de caixa.
Demonstração do resultado do período (exercício)
projetada
A demonstração do resultado do período, comumente chamada de demonstração do resultado do exercício
(DRE), engloba todas as receitas e os gastos incorridos pela empresa no período a que se refere,
normalmente um ano, e é elaborada no final do exercício financeiro.
A demonstração do resultado orçada (DRO) nada mais é do que uma projeção da DRE. Entretanto, há uma
diferença fundamental entre as duas, pois enquanto a DRE mostra o que aconteceu (realizado), a DRO
evidencia o que deverá acontecer em decorrência da execução dos planos orçamentários (previsto).
Mais do que uma obrigação imposta pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) para as
organizações brasileiras que possuem acionistas, a elaboração da demonstração do resultado do exercício
é uma necessidade das empresas em geral, pois sua estrutura permite conhecer, de forma clara e objetiva,
qual foi o resultado obtido pela empresa em determinado período.
A tabela 11 (com valores em R$ mil) apresenta a DRE do exercício de 20XX e as DRO para os três exercícios
compreendidos entre os períodos de 20XX+1 a 20XX+3, indicando as fontes das quais os dados foram
extraídos.
Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
Item Fonte
DRE DRO
20XX 20XX+1 2
RECEITA BRUTA DE
VENDAS
Tab. 1 3.800,00 4.000,00 4
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Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
(-) Tributos sobre
vendas
Tab. 9 426,00 443,58 4
= RECEITA LÍQUIDA 3.374,00 3.556,42 3
(-) Custos dos
produtos vendidos
Tab. 8 2.598,15 2.741,54 2
= RESULTADO
BRUTO
775,85 814,88 1
(-) Despesas de
vendas e
distribuição
Tab. 9 216,00 227,55 2
(-) Despesas
administrativas
Tab. 9 150,00 157,96 1
(-) Despesas
financeiras líquidas
Tab. 9 54,00 56,92 7
= RESULTADO
OPERACIONAL
355,85 372,46 5
Tabela 11: DRE 20XX - DRO 20XX+1 a 20XX+3. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Demonstração dos �uxos de caixa
A projeção dos fluxos de caixa é uma importante atividade que, com maior ou menor nível de formalização,
é realizada pela maioria das empresas. Essa projeção tem como principal objetivo prever os efeitos que a
execução do orçamento pode causar sobre a liquidez da empresa e indicar o ritmo de sincronização que
deve ser mantido entre os desembolsos e os ingressos de recursos no caixa, para que haja equilíbrio
financeiro.
Um fluxo de caixa bem projetado é capaz de impedir que ocorram insuficiências e excessos de recursos
financeiros, um aspecto fundamental da boa gestão empresarial, pois a falta ou o excesso de recursos em
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caixa são duas situações diametralmente opostas que podem provocar adversidades e perdas às
organizações.
Atenção!
É por intermédio da gestão do orçamento de caixa que as empresas conseguem liquidar suas operações,
conduzir suas estratégias e determinar o rumo dos negócios.
De forma objetiva, projetar o fluxo de caixa consiste em estimar os valores e os momentos em que
ocorrerão as entradas e as saídas de caixa, promovendo a compatibilização entre o regime contábil de
competência, característico do orçamento, e o regime de caixa.
Regime contábil
Regime contábil é um procedimento que estabelece as regras para registro das variações ou alterações
patrimoniais. Os regimes contábeis podem ser:
• Regime de caixa: estabelece que as receitas e as despesas sejam reconhecidas no momento do efetivo
ingresso e da efetiva saída dos recursos financeiros do caixa, respectivamente.
• Regime de competência: estabelece que as receitas e as despesas sejam reconhecidas quando ocorrerem os
seus respectivos fatos geradores, independentemente do momento do ingresso ou da saída dos recursos
financeiros no caixa.
Premissas do exemplo
O saldo inicial de 20XX refere-se ao valor final disponível apresentado no balanço patrimonial encerrado em
31/12/20XX-1, que não faz parte do escopo do exemplo. Os recebimentos de clientes consideram uma
inadimplência de 2%.
Em 20XX+2 foi feita uma distribuição de lucros no valor de R$1,2 milhão e, no mesmo ano, foram
registradas duas entradas extraordinárias: uma de R$375 mil referente à venda das máquinas que foram
substituídas por novas; e outra, no valor de R$1,2 milhão, referente ao empréstimo bancário contratado para
compra do imóvel e das máquinas. Ainda em 20XX+2 foi registrada uma saída de R$1,2 milhão referente ao
pagamento do imóvel e das máquinas.
Finalmente, no ano de 20XX+3, observa-se um aumento do item financiamento, em função do início da
amortização do empréstimo contratado para compra do imóvel e das máquinas. A tabela 12 (valores em R$
mil) apresenta o fluxo de caixa da empresa XYZ:
Demonstração dos fluxos de caixa - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
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Demonstração dos fluxos de caixa - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
Despesa Fonte
Realizado Projetado
20XX 20XX+1 2
SALDO INICIAL 150 430 7
ENTRADAS 3.724 3.920 5
Recebimento de
clientes
Tab. 1 3.724 3.920 4
Venda das
máquinas
Premissa - - 3
Financiamento Tab. 10 - - 1
SAÍDAS 3.444 3.628 5
Gastosoperacionais
Tab. 8 1.645 1.736 1
Folha de
pagamento
Tab. 8 953 1.006 1
Despesas
administrativas
Tab. 9 150 158 1
Despesas
comerciais
Tab. 9 216 228 2
Despesas
tributárias
Tab. 9 426 444 4
Despesas
financeiras
Tab. 9 54 57 7
Financiamento Tab. 9 - - 5
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Demonstração dos fluxos de caixa - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
Compra imóvel e
máquinas
Tab. 10 - - 1
Distribuição de
lucro
Planejamento - - 1
TOTAL 430 722 5
Tabela 12: Demonstração dos fluxos de caixa. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial (BP) é uma demonstração contábil que tem como finalidade evidenciar, quantitativa e
qualitativamente, o patrimônio e o patrimônio líquido de uma empresa em determinada data. Funciona
como se fosse uma “fotografia” do conjunto de bens, direitos e obrigações que uma empresa tem em
determinado instante.
Por isso, dizemos que o BP é uma demonstração estática.
Além de ser uma exigência legal, o BP é uma importante ferramenta de análise gerencial que permite:
Saber a posição financeira e patrimonial de uma empresa em um determinado momento.
Conhecer as fontes dos recursos que financiam a empresa.
Fornecer informações relevantes para as partes interessadas no negócio da empresa.
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Saiba mais
Embora, comumente, o balanço patrimonial seja relacionado às empresas, esse tipo de demonstração pode
se referir a qualquer entidade a que possa ser associado um patrimônio, por exemplo, organizações não
governamentais, pessoas físicas, fundações, autarquia etc.
O BP é constituído por duas partes. A primeira é composta pelo ativo (bens e direitos); e a segunda pelo
passivo (obrigações) e pelo patrimônio líquido (diferença entre o ativo e o passivo).
As contas que compõem o BP são classificadas e ordenadas visando facilitar a interpretação e a análise
dos elementos patrimoniais, por parte dos usuários que têm interesse na situação econômica e financeira
da empresa.
Premissas do exemplo
São muitas as considerações acerca do BP.
Do ativo
Conhecer o tamanho da entidade (pequena, média ou grande).
Identificar a parte do patrimônio que pertence aos proprietários.
Identificar a parte do patrimônio que pertence a terceiros.
As disponibilidades foram baseadas nos fluxos de caixa e levaram em conta uma
inadimplência média de 2% (tabela 12).
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Do passivo
A obrigação para com fornecedores considera um prazo médio de pagamento de 60 dias e foi calculado
com base no orçamento de consumo de matérias-primas (tabela 3).
XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
ATIVO 20XX 20XX+1 20XX+2 2
ATIVO
CIRCULANTE
1.673 2.032 2.316 3
O contas a receber teve origem nas vendas e considerou um prazo médio de recebimento de
60 dias (tabela 1).
O estoque de matérias-primas considerou um giro de 60 dias e foi baseado no orçamento de
consumo (tabela 3).
Considerou-se que, em média, o estoque de produtos acabados corresponde a 10% dos
produtos destinados à venda (tabela 1).
Considerou-se que o ativo imobilizado sofre uma depreciação em torno de 2 e 3% a.a., com
pequenas variações, cabendo registrar que em 20XX+2 a empresa substituiu suas máquinas
e adquiriu um imóvel para uso próprio (tabela 10).
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XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
Disponibilidades 430 722 559 1
Contas a receber
(clientes)
633 667 1.083 1
Estoques 610 643 675 8
    Matérias-primas 230 243 242 3
    Produtos
acabados
380 400 433 5
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
510 493 1.315 1
Imobilizado 510 493 1.315 1
    Veículos 120 118 115 1
    Máquinas e
equipamentos
390 375 450 4
    Imóveis - - 750 7
TOTAL DO ATIVO 2.183 2.525 3.631 4
Tabela 13: Balanço patrimonial. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
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Projeção das demonstrações contábeis
No vídeo, após a exposição das estruturas orçamentárias que você assistirá, será apresentado um caso em
que é elaborada uma DRE projetada.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O orçamento traz as informações necessárias para que sejam projetadas as demonstrações contábeis.
Entretanto, existem outros dados que também devem ser considerados no processo de elaboração das
projeções, como
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os dados das demonstrações contábeis divulgadas pelos concorrentes não são considerados no
processo de elaboração das demonstrações contábeis projetadas, tampouco a política social do país
em que elas estão sendo elaboradas. Entretanto, a distribuição de resultados é uma informação que
A a taxa interna de retorno dos concorrentes.
B o balanço patrimonial dos concorrentes.
C a DRE dos concorrentes.
D a política social do país.
E a distribuição de resultados.
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não consta do orçamento, mas deve ser considerada na elaboração das projeções, pois reduz o nível de
liquidez da empresa, com reflexos na demonstração dos fluxos de caixa e no balanço patrimonial.
Questão 2
Entre as alternativas a seguir, assinale a que melhor relata os efeitos da falta ou do excesso de recursos
em caixa, duas situações diametralmente opostas.
Parabéns! A alternativa C está correta.
As boas práticas de gestão das disponibilidades financeiras recomendam que o saldo mantido em
caixa deve ser o menor possível. Ou seja, não deve haver falta nem excesso de dinheiro no caixa.
Quando falta dinheiro no caixa, há redução do nível de liquidez, o que faz com que a empresa procure
fontes de financiamento. Além disso, nessa situação, quase sempre ocorrem atrasos nos pagamentos,
acarretando juros e multas. Quando há excesso de dinheiro no caixa, sem utilização, a empresa
normalmente perde oportunidades de realizar investimentos que poderiam melhorar o resultado; há
A
Sobrar dinheiro no caixa é sempre bom, pois possibilita atender a qualquer imprevisto
que venha a ocorrer e garante a liquidez da empresa.
B
Falta de dinheiro no caixa não é problema, pois atualmente as empresas dispõem de
diversas fontes de financiamento que podem ser utilizadas para suprir as suas
necessidades.
C
Falta de dinheiro no caixa pode levar à redução da liquidez e o excesso pode levar à
perda de oportunidades de investimentos e causar desvalorização do dinheiro.
D
Em empresas que não são bem administradas, os ritmos de entrada e saídas de
recursos no caixa são sincronizados, razão pela qual os saldos de caixa são quase
sempre muito baixos.
E
Sobrar dinheiro no caixa indica que a empresa é financeiramente saudável e bem
administrada, pois a tendência é que nunca falte dinheiro em empresas desse tipo.
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2 - Análise das demonstrações contábeis
projetadas
Ao �m deste módulo, você será capaz de aplicar as principais
técnicas de análise das demonstrações contábeis.
Primeiras palavras
Estando prontas as demonstrações contábeis projetadas, os gestores se dedicam a analisá-las, visando
atenuar os riscos e as incertezas das decisões. Tal ação de análise, sob o ponto de vista da administração
científica, instrumentaliza tecnicamente o processo de tomada de decisões.
A análise das demonstrações financeiras constitui um dos estudos mais
importantes da administraçãofinanceira e desperta enorme interesse tanto
também a redução do poder aquisitivo do dinheiro, principalmente em economias com inflação
elevada.
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para os administradores internos da empresa, como para os diversos
segmentos de analistas externos.
(ASSAF NETO, 2021, p. 77)
Dominar as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis é um diferencial fundamental na
formação de profissionais que atuam ou pretendem atuar em áreas direta ou indiretamente relacionadas à
contabilidade, como é o caso da área orçamentária.
Principais técnicas de análise das
demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis projetadas antecipam para os gestores uma visão dos resultados do negócio,
permitindo que sejam realizadas avaliações e alterações anteriores à implementação dos orçamentos,
visando atingir os resultados planejados. Nessa perspectiva, as demonstrações contábeis assumem
especial importância, principalmente porque sinalizam, entre outros aspectos, as expectativas da evolução
patrimonial e do retorno que será obtido em decorrência dos investimentos realizados na empresa.
De acordo com Ribeiro (2018), a tarefa do analista contábil começa quando termina a tarefa do contador,
sendo que o processo de análise se inicia a partir das demonstrações contábeis, das quais o analista coleta
dados para calcular indicadores, que serão posteriormente interpretados.
O analista de demonstrações contábeis não é vidente nem adivinho. O que ele
faz é analisar dados concretos, aplicando fórmulas, de acordo com sua
experiência contábil, e, a partir disso, é capaz de avaliar o presente com base
no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos
últimos períodos analisados.
(RIBEIRO, 2018, p. 4)
Para analisar as demonstrações contábeis podem ser utilizadas algumas técnicas, por exemplo: relação
custo, volume e resultado; análise vertical; análise horizontal; e análise de indicadores (índices).
Análise da relação custo / volume /
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resultado (CVR)
A análise custo/volume/resultado (CVR), também chamada de custo/volume/lucro (CVL) é uma técnica que
possibilita a compreensão da relação existente entre os produtos, seus custos, o volume produzido e o
resultado, gerando informações de interesse dos gestores da empresa, do investidor e do mercado em
geral.
Em mercados competitivos, calcular e controlar custos ganha relevância, o que faz com que as empresas
dediquem especial atenção à gestão de custos que, nesse contexto, ficam sendo uma das variáveis com
maior poder de manipulação.
Para lidar com a gestão de custos, a CVR apresenta-se como uma técnica eficiente e prática que pode ser
utilizada por qualquer empresa, possibilitando que os gestores tenham uma compreensão dos efeitos que o
mercado pode causar sobre a sua produção (FIORIN; BARCELLOS; VALLIN, 2014).
A análise CVR está diretamente relacionada à intenção que as empresas normalmente têm de produzir o
volume máximo que o mercado é capaz de absorver dos produtos, observando a capacidade instalada
disponível e os custos envolvidos, tendo como objetivo maximizar o retorno sobre o capital investido — o
resultado.
De forma objetiva, o uso da técnica CVR traduz-se no cálculo do ponto de equilíbrio, cujo uso pode aumentar
sensivelmente o entendimento e a utilidade de estimativas e procedimentos orçamentários, fornecendo
informações valiosas para vários tipos de decisões administrativas (WELSCH, 1985).
Um importante conceito relacionado ao cálculo do ponto de equilíbrio é o de margem de contribuição. Trata-
se de um dos mais importantes indicadores, pois apresenta o valor destinado à cobertura dos custos fixos.
Ponto de equilíbrio
Também é chamado de break-even point ou ponto de ruptura.
A margem de contribuição é representada pela diferença entre o preço de venda e a
soma dos custos e das despesas variáveis, e pode ser calculada para cada unidade
ou no total.
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Por unidade, a margem de contribuição reflete a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e
despesas variáveis unitários do produto. A margem de contribuição total é o resultado da multiplicação da
margem de contribuição unitária pela quantidade vendida.
A margem de contribuição (MC) é calculada por meio da seguinte fórmula:
MC = Valor das vendas - (Custos variáveis + Despesas variáveis)
Existem três diferentes tipos de ponto de equilíbrio:
contábil (PEC);
financeiro (PEF); e
econômico (PEE).
Ponto de equilíbrio contábil (PEC)
O ponto de equilíbrio representa o momento no qual as receitas totais se igualam aos gastos totais. Acima
desse ponto há lucro e abaixo, prejuízo operacional (ASSAF NETO, 2021). O PEC considera os dados
decorrentes dos registros oficiais da empresa.
O ponto de equilíbrio contábil (PEC) é calculado por meio da seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Ponto de equilíbrio �nanceiro (PEF)
O ponto de equilíbrio financeiro não considera nos cálculos os itens de gastos que não geram desembolso,
como a depreciação, a amortização e a exaustão que diminuem o patrimônio, mas não geram saída do
caixa.
Por excluir das despesas e dos custos fixos os valores que não representaram saídas de recursos do caixa,
o ponto de equilíbrio financeiro é atingido com volumes de produção e vendas menores que os necessários
para atingir os outros dois pontos de equilíbrio: contábil e econômico.
PEC =
 Custos e despesas fixas 
 Margem de contribuição 
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[...] ocorre de nem sempre os custos e despesas fixos serem desembolsáveis,
como é o caso das depreciações. Assim, pode ocorrer de, mesmo debaixo do
Ponto de Equilíbrio contábil, ser possível à empresa arcar com seus encargos
que exigem desembolso. Tem-se aí o Ponto de Equilíbrio financeiro.
(ASSAF NETO, 2021, p. 203)
O ponto de equilíbrio financeiro (PEF) é calculado por meio da seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Ponto de equilíbrio econômico (PEE)
O ponto de equilíbrio econômico considera o retorno mínimo desejado pela empresa, representado pelo
custo de oportunidade do investimento feito, ou seja, um lucro mínimo que compense o investimento
realizado (ASSAF NETO, 2021).
O ponto de equilíbrio econômico (PEE) é calculado por meio da seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Exemplo de aplicação de CVR
A relação CVR envolve os conceitos volume e custos, fixos e variáveis, e sua aplicação pode ser mais bem
representada por meio de um exemplo simplificado.
PEF =
( Custos fixos  +  Despesas fixas ) −  Custos e despesas não desembolsáveis 
 Margem de contribuição unitária 
PEE =
( Custos fixos  +  Despesas fixas ) +  Retorno esperado 
 Margem de contribuição unitária 
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A empresa XYZ tem uma capacidade de produzir 150 mil unidades. A DRE projetada para o exercício
financeiro de 20XX indica os valores apresentados na tabela 14, e o diretor comercial deseja saber o ponto
de equilíbrio e os potenciais de lucro e prejuízo:
Previsões
(+) Receita bruta com vendas (100.000 unidades a R$ 40 cada) 4.000.000
(-) Custos e despesas Fixos Variáveis
    Matéria-prima direta 900.000
    Mão de obra direta 600.000
    Custos indiretos de
fabricação
500.000 700.000
    Despesas com venda 200.000 550.000
    Outras despesas 100.000 250.000
Total 800.000 3.000.000 3.800.000
Resultado operacional 200.000
Tabela 14: Custos e despesas 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Rotacione a tela. 
Volume
(quantidade)
Receita R$
Cust. + Desp.
Variáveis
Cust. + Desp. Fixos
C
T
PEE =
( Custos fixos  +  Despesasfixas ) +  Retorno esperado 
 Margem de contribuição unitária 
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Volume
(quantidade)
Receita R$
Cust. + Desp.
Variáveis
Cust. + Desp. Fixos
C
T
0 0 0 800.000,00 8
10.000 400.000,00 300.000,00 800.000,00 1
20.000 800.000,00 600.000,00 800.000,00 1
30.000 1.200.000,00 900.000,00 800.000,00 1
40.000 1.600.000,00 1.200.000,00 800.000,00 2
50.000 2.000.000,00 1.500.000,00 800.000,00 2
60.000 2.400.000,00 1.800.000,00 800.000,00 2
70.000 2.800.000,00 2.100.000,00 800.000,00 2
80.000 3.200.000,00 2.400.000,00 800.000,00 3
90.000 3.600.000,00 2.700.000,00 800.000,00 3
100.000 4.000.000,00 3.000.000,00 800.000,00 3
110.000 4.400.000,00 3.300.000,00 800.000,00 4
120.000 4.800.000,00 3.600.000,00 800.000,00 4
130.000 5.200.000,00 3.900.000,00 800.000,00 4
140.000 5.600.000,00 4.200.000,00 800.000,00 5
150.000 6.000.000,00 4.500.000,00 800.000,00 5
Tabela 15: Evolução da relação custo/volume/resultado. 
por: Cristóvão Marinho.
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Gráfico 2: Relação custo/volume/lucro. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Na tabela 15, é possível observar que, quando a empresa produzir e vender 80 mil unidades, o valor das
receitas será de R$3,2 milhões e se igualará ao valor dos custos e despesas (R$3,2 milhões), gerando um
resultado nulo. Esse é o ponto de equilíbrio contábil!
O potencial de prejuízo está na faixa entre R$10 se a quantidade produzida e vendida for de 79.999 unidades
(uma unidade abaixo do ponto de equilíbrio) e R$800 mil se nenhuma unidade for produzida e vendida.
• Receita = R$40 x 79.999 un. = R$3.199.960
• Custo e despesa variável unitário = R$3.000.000 ÷ 100.000 un. = R$30
• Custo e despesa variável total = R$30 x 79.999 un. = R$2.399.970
• Custos e despesas fixos = R$800.000
• Receita – Custos e despesas = R$3.199.960 - R$2.399.970 - R$800.000 = - R$10
Sob a ótica gerencial, os gestores devem avaliar se o retorno satisfaz as expectativas dos investidores
diante do capital investido (R$3,8 milhões) e dos riscos envolvidos.
No exemplo, para um volume de vendas estimado em 100 mil unidades, o resultado operacional previsto é
de 5,26% (R$200.000 ÷ R$3.800.000 = 0,0526).
Como a capacidade instalada é de 150 mil, havendo demanda, os gestores podem considerar elevar a
produção para esse nível. Nesse caso, o resultado seria:
• Receita = R$40 x 150.000 un. = R$6.000.000
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• Custo e despesa variável unitário = R$3.000.000 ÷ 100.000 un. = R$30
• Custo e despesa variável total = R$30 x 150.000 un. = R$5.300.000
• Custos e despesas fixos = R$800.000
• Receita – Custos e despesas = R$6.000.000 - R$5.300.000 = R$700.000
Nesse caso, para um volume de vendas estimado em 150 mil unidades, o resultado operacional previsto é
de 13,21% (R$700.000 ÷ R$ 5.300.000 = 0,1321).
Repare que um aumento de 50% na produção e nas vendas (de 100 mil para 150 mil) provoca um acréscimo
de 151% no resultado (de 5,26% para 13,21%).
Para além das importantes informações propiciadas pela análise CVR, o processo de tomada de decisão
deve levar em conta, entre outros fatores, a capacidade de investimento, os fluxos de caixa, as despesas e
receitas não operacionais, a incidência de impostos, as contribuições e as participações.
Análise horizontal (AH)
A principal finalidade da análise horizontal é evidenciar o comportamento (crescimento ou redução) de itens
das demonstrações contábeis durante determinado período, por exemplo: receita de vendas, resultado,
passivo, ativo, disponibilidades etc.
O nome análise horizontal remete à ideia de se avaliar, ao longo do tempo (normalmente anos ou meses), a
evolução dos saldos das contas que são apresentadas nas linhas das demonstrações contábeis.
Resumindo
Em outras palavras, pode-se dizer que a análise horizontal promove a comparação entre os diferentes
valores assumidos por um mesmo item de uma demonstração contábil em diferentes instantes.
Com base na análise horizontal, gestores e investidores conseguem avaliar o desempenho da empresa ao
longo do tempo, em termos de crescimento ou redução, expresso em percentual, e compará-lo com o
desempenho dos concorrentes.
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A análise horizontal é realizada por meio da aplicação da seguinte fórmula:
AH = (valor atual da conta/valor base da conta) - 1 x 100
Vejamos agora um exemplo de AH e, para isso, suponha a série do saldo inicial da conta disponibilidade
apresentada a seguir:
Conta 20XX 20XX+1 20XX+2 2
Disponibilidade 430 722 559 1
20XX+1 + 20XX 20XX+2 + 20XX+1 20XX+3 + 20XX+2
(722 ÷ 430) - 1 x 100 = 67,9% (559 ÷ 722) - 1 x 100 = -22,6% (1458 ÷ 559) - 1 x 100 = 160,8%
Tabela 16: Exemplo de análise horizontal. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
No que se refere ao comportamento do disponível no período analisado, a análise horizontal indica que
ocorreram as seguintes variações: de 20XX para 20XX+1 houve um aumento de 67,9%; de 20XX+1 para
20XX+2 houve um aumento de 22,6%; e de 20XX+2 para 20XX+3 houve um aumento de 160,8%.
Análise vertical (AV)
A análise vertical, também conhecida como análise de estrutura, é utilizada para identificar a porcentagem
de participação de determinado item no resultado, em se tratando da análise de uma demonstração de
resultado ou, na composição do patrimônio, em se tratando da análise de um balanço patrimonial.
O nome análise vertical remete à ideia de avaliar as colunas das demonstrações contábeis, medindo
percentualmente a participação de cada conta em relação ao todo a que pertence, o que permite verificar o
nível de importância (peso) de cada conta dentro da demonstração financeira a que pertence.
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Realizando-se a análise vertical dos balanços patrimoniais e das demonstrações dos resultados de períodos
anteriores é possível identificar as variações relativas ocorridas ao longo do tempo, tanto em termos de
composição patrimonial quanto de resultado.
Assim procedendo-se, horizontaliza-se a análise vertical, o que torna possível não apenas identificar a
eventual existência de itens discrepantes em relação às proporções médias normais, mas também balizar a
elaboração das demonstrações projetadas.
A análise vertical é realizada por meio da aplicação da seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Exemplo de AV
Suponha os seguintes dados do grupo ativo circulante, extraídos do balanço patrimonial de 20XX da
empresa XYZ:
Grupo/Item Valor R$ mil Cálculo Part. % P
ATIVO
CIRCULANTE
1.673 1.673 ÷ 1.673 x 100 100% -
Disponibilidades 430 430 ÷ 1.673 x 100 25,7% -
Contas a receber
(clientes)
633 633 ÷ 1.673 x 100 37,8% -
AV =
 Item 
 Grupo do Item 
× 100
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Estoques 610 610 ÷ 1.673 x 100 36,5% 1
    Matérias-primas 230 230 ÷ 610 x 100 - 3
    Produtos
acabados
380 380 ÷ 610 x 100 - 6
Tabela 17: Exemplo de análise vertical. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
A AV indica a participação percentual de cada item que compõe o Ativo Circulante. Repare que o item
Estoque pode assumir a condição de grupo, para efeito de análise dos dois itens que o compõem: Matérias-
primas e Produtos acabados.
É possível calcular também a participação percentual de itens de qualquer nível em relação a qualquer
grupo, desde que esteja contido nele.
No exemplo, o subitem Matérias-primas representa 37,7% do grupo Estoque e 13,7% do grupo Ativo
Circulante (230 ÷ 1.673 x 100).
A AV permite a elaboração de gráficos que conseguem rapidamente dar uma visão da composição dos
gruposque compõem as demonstrações contábeis, como demonstrado por meio dos Gráficos 3 e 4,
referentes aos dados da Tabela 16:
Gráfico 3: Distribuição % do Ativo Circulante e Gráfico 4: Distribuição % dos Estoques. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Análise de indicadores
Indicadores, também chamados de índices, são quocientes obtidos por meio da divisão entre os valores que
constam em contas, subgrupos ou grupos de contas que compõem as demonstrações contábeis, tais como
ativo circulante, disponível, estoques, receitas, passivo circulante, capital próprio etc. Os quocientes
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sinalizam aspectos referentes à condição econômico-financeira da empresa, em termos da viabilidade e
continuidade do negócio.
A técnica de análise financeira por quocientes é um dos mais importantes
desenvolvimentos da Contabilidade, pois é muito mais indicado comparar,
digamos, o ativo corrente com o passivo corrente do que simplesmente
analisar cada um dos elementos individualmente.
(IUDÍCIBUS, 2017, p. 203)
Conforme a sua natureza e aplicação, os indicadores se dividem em diversos grupos, por exemplo: liquidez,
atividade, endividamento e rentabilidade. Nesse sentido, Assaf Neto (2021, p. 78) afirma: “Para melhor
compreensão do significado dos indicadores econômico-financeiros, assim como visando estabelecer
melhor metodologia de avaliação dos diversos aspectos do desempenho da empresa, dividem-se os índices
em grupos homogêneos de análise”.
Indicadores de liquidez
Medem a capacidade de pagamento de uma empresa. Para que se possa realizar uma análise mais
consistente da condição financeira da empresa, deve-se levar em conta o conjunto de indicadores de
liquidez como um todo.
Refere-se à relação entre o ativo circulante e o passivo circulante. Mede a capacidade de pagamento
da empresa em curto prazo.
Rotacione a tela. 
Liquidez corrente 
 Liquidez corrente  =
 Ativo circulante 
 Passivo circulante 
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Esse indicador é semelhante ao de liquidez corrente, mas sem considerar os estoques e as despesas
pagas antecipadamente, que são itens do ativo circulante sem liquidez imediata. Se esse indicador
apresentar um valor baixo, pode significar que o volume dos estoques está elevado e que a empresa
necessita de mais capital de giro.
Rotacione a tela. 
Refere-se à relação entre os recursos financeiros disponíveis e as obrigações de curto prazo. Mede a
capacidade de pagamento da empresa com base no dinheiro disponível em caixa, bancos e
aplicações de liquidez imediata.
Rotacione a tela. 
Refere-se à capacidade de pagamento da empresa a longo prazo.
Liquidez seca 
 Liquidez seca  =
 Ativo circulante  −  Estoque  −  Despesas antecipadas 
 Passivo circulante 
Liquidez imediata 
 Liquidez imediata  =
 Disponibilidades 
 Passivo circulante 
Liquidez geral 
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Rotacione a tela. 
Indicadores de atividade
Demonstram o tempo médio que a empresa demora para receber suas vendas, pagar suas compras e
renovar seus estoques. Colocando nas palavras de Assaf Neto (2021), os indicadores de atividade medem
os tempos envolvidos em um ciclo operacional, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou
mercadorias até o recebimento das vendas realizadas.
Indica o tempo médio necessário para que estoques da empresa se renovem completamente. Serve
como medida de eficiência da gestão dos estoques.
Rotacione a tela. 
Indica o tempo médio em que a empresa recebe suas vendas realizadas a prazo.
 Liquidez geral  =
 Ativo circulante  +  Realizável a longo prazo 
 Passivo circulante + Exigível a longo prazo 
Prazo médio de estocagem (PME) 
PME =
 Estoque médio 
 Custo do produto vendido 
∗ 360
Prazo médio de recebimento (PMR) 
PMR =
 Contas a receber das vendas a prazo (média) 
 Vendas anuais a prazo 
∗ 360
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Rotacione a tela. 
Indica o tempo médio que a empresa demora para pagar aos fornecedores as obrigações (dívidas)
decorrentes das compras feitas a prazo.
Rotacione a tela. 
Indicadores de endividamento (estrutura de
capital)
Medem a composição da estrutura das fontes passivas de recursos de uma empresa, em termos da
participação dos recursos de terceiros em relação ao capital próprio, indicando o nível de endividamento e a
capacidade que a empresa tem de honrar os compromissos financeiros.
Indica, em termos percentuais, o endividamento da empresa perante terceiros. Representa também a
fração do ativo total financiada por recursos de terceiros.
Rotacione a tela 
Prazo médio de pagamento (PMP) 
PMP =
 Contas a pagar a fornecedores ( média )
 Compras anuais a prazo 
∗ 360
Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais 
 Part. cap. terc. sobre recursos totais  =
 Exigivel total 
 Exigivel total + Patrimônio líquido 
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Rotacione a tela. 
Indica a dependência da empresa em relação a recursos de terceiros. Iudícibus (2017) esclarece que
se esse indicador, durante vários anos, for consistente e acentuadamente maior que um, sinaliza
uma dependência exagerada de recursos de terceiros.
Rotacione a tela. 
Indica a composição do endividamento total, destacando a fração do endividamento total que vence
a curto prazo.
Rotacione a tela. 
Indicadores de rentabilidade
Mostram a rentabilidade de uma empresa em relação aos capitais investidos, evidenciando o grau de êxito
econômico-financeiro. A rentabilidade é medida em função dos investimentos dos proprietários (capital
próprio) e de terceiros (capital de terceiros). Os indicadores de rentabilidade são calculados com base em
valores extraídos do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.
Participação de capitais de terceiros sobre o capital próprio 
 Part. cap. terc. sobre capital próprio  =
 Exigível total 
 Patrimônio líquido 
Participação das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total 
 Part. dív. curto prazo sobre endividamento total  =
 Passivo circulante 
 Exigível total 
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Os indicadores de rentabilidade são fundamentais para se saber o real desempenho econômico-financeiro
de uma empresa, pois demonstrar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade bastante
reduzida.
Afirmar que a General Motors teve um lucro de, digamos, R$5 bilhões em 2015,
e que a empresa Zafira Ltda. teve um lucro de R$200 em 2015 pode
impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a General Motors
é uma empresa muito grande e a outra muito pequena, e só; não refletirá,
todavia, qual das duas deu maior retorno relativo.
(IUDÍCIBUS, 2017, p. 119)
Marion (2019) alerta que tanto o valor do ativo como o patrimônio líquido, utilizados para cálculo dos
indicadores de rentabilidade, devem, preferencialmente, ser a média do período. Isso porque não foi o ativo
final, tampouco o ativo inicial que gerou o resultado, mas suas respectivas médias no período que se está
analisando. Idem para o patrimônio líquido.
Evidencia a rentabilidade da empresa no período ao qual a apuração do lucro líquido se refere.
Na literatura, é comum que a taxa de retorno sobre investimento (TRI) seja referenciada em inglês
como return on investment (ROI).
Rotacione a tela. 
Taxa de retorno sobre investimentos (TRI) 
TRI =
 Lucro líquido 
 Ativo total 
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) 
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Evidencia a rentabilidade dos proprietários no período ao qual a apuração do lucro líquido se refere.
Na literatura, a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) é comumente referenciada em
inglês, como return on equity (ROE).
Rotacione a tela. 
Evidencia a proporção entre o volume das vendas realizadas em determinado período e os
investimentos totais efetuados na empresa no mesmo período (média do ativo total). Em outras
palavras, pode-se dizer que esse indicador demonstra quanto a empresa vendeu para cada R$1 de
investimento total, em determinado período.
Rotacione a tela. 
Evidencia, em determinado período, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada R$1
vendido.
 TRPL  =
 Lucro líquido 
 Patrimônio líquido 
Giro do ativo 
 Giro do ativo  =
 Vendas líquidas 
 Ativo total 
Margem líquida 
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Rotacione a tela. 
Exemplo prático de análise de indicadores
O diretor financeiro da empresa XYZ solicitou que, com base no balanço patrimonial de 20XX, nos balanços
projetados para o período de 20XX+1 a 20XX+3 e na DRO projetada para o mesmo período, fossem
calculados os seguintes indicadores: liquidez seca; prazo médio de estocagem; participação do capital de
terceiros sobre recursos totais; e taxa de retorno sobre investimentos. Vejamos novamente as tabelas 11 e
13.
Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
Item Fonte
DRE DRO
20XX 20XX+1 2
RECEITA BRUTA DE
VENDAS
Tab. 1 3.800,00 4.000,00 4
(-) Tributos sobre
vendas
Tab. 9 426,00 443,58 4
= RECEITA LÍQUIDA 3.374,00 3.556,42 3
(-) Custos dos
produtos vendidos
Tab. 8 2.598,15 2.741,54 2
= RESULTADO
BRUTO
775,85 814,88 1
 Margem líquida  =
 Lucro líquido 
 Vendas líquidas 
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Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
(-) Despesas de
vendas e
distribuição
Tab. 9 216,00 227,55 2
(-) Despesas
administrativas
Tab. 9 150,00 157,96 1
(-) Despesas
financeiras líquidas
Tab. 9 54,00 56,92 7
= RESULTADO
OPERACIONAL
355,85 372,46 5
Tabela 11: DRE 20XX - DRO 20XX+1 a 20XX+3. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
ATIVO 20XX 20XX+1 20XX+2 2
ATIVO
CIRCULANTE
1.673 2.032 2.316 3
Disponibilidades 430 722 559 1
Contas a receber
(clientes)
633 667 1.083 1
Estoques 610 643 675 8
    Matérias-primas 230 243 242 3
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XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3 
(Valores em R$ mil)
    Produtos
acabados
380 400 433 5
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
510 493 1.315 1
Imobilizado 510 493 1.315 1
    Veículos 120 118 115 1
    Máquinas e
equipamentos
390 375 450 4
    Imóveis - - 750 7
TOTAL DO ATIVO 2.183 2.525 3.631 4
Tabela 13: Balanço Patrimonial. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Liquidez seca 
Ano Cálculo Indicador (quociente)
20XX (1.673 - 610) ÷ 613 = 1,73
LS =
 Ativo circulante  −  Estoque  −  Despesas antecipadas 
 Passivo circulante 
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Liquidez seca 
20XX+1 (2.032 - 643) ÷ 542 = 2,56
20XX+2 (2.316 - 675) ÷ 660 = 2,48
20XX+3 (3.688 - 855) ÷ 678 = 4,18
Tabela 18: Cálculo do índice de liquidez seca. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Prazo médio de estocagem 
Ano Cálculo Indicador (quociente)
20XX ((610 + 610) ÷ 2) ÷ 2.598 x 360 = 85 dias
20XX+1 ((610 + 643) ÷ 2) ÷ 2.741 x 360 = 82 dias
20XX+2 ((643 + 675) ÷ 2) ÷ 2.753 x 360 = 87 dias
20XX+3 ((675 + 855) ÷ 2) ÷ 3.167 x 360 = 88 dias
Tabela 19: Cálculo do prazo médio de estocagem. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Como não foi informado o estoque do ano 20XX-1, para 20XX considerou-se o estoque do ano. Entretanto,
sempre que for possível, visando obter maior precisão dos cálculos, deve-se considerar a média.
LS =
 Ativo circulante  −  Estoque  −  Despesas antecipadas 
 Passivo circulante 
PME =
 Estoque médio 
 Custo do produto vendido 
∗ 360
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Participação do capital de terceiros sobre os recursos totais Participação do capital de terceiros sobre os recursos totais 
Ano Cálculo Indicador (quociente)
20XX (613 + 290) ÷ (613 + 290 + 1.280) 0,41
20XX+1 (542 + 318) ÷ (542 + 318 + 1.665) 0,34
20XX+2 (660 + 1.164) ÷ (660 + 1.164 + 1.807) 0,50
20XX+3 (678 + 1.271) ÷ (678 + 1.271 + 3.028) 0,39
Tabela 20: Cálculo da participação o capital de terceiros sobre os recursos totais. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Taxa de retorno sobre o investimento (TRI) 
Ano Cálculo Indicador (quociente)
20XX 356 ÷ ((2.183 + 2.183) ÷ 2) 0,16
20XX+1 372 ÷ ((2.183 + 2.525) ÷ 2) 0,16
20XX+2 598 ÷ ((2.525 + 3.631) ÷ 2) 0,19
20XX+3 1.159 ÷ ((3.631 + 4.977) ÷ 2) 0,27
Tabela 21: Cálculo da taxa de retorno sobre investimento. 
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Como não foi informado o valor do ativo total do ano 20XX-1, para 20XX considerou-se o ativo total do ano.
Entretanto, sempre que for possível, visando obter maior precisão dos cálculos, deve-se considerar a média.
 Part.cap.terc.rec.totais  =
 Exigível Total 
 Exigível Total  +  Patrimônio Líquido 
 Part.cap.terc.rec.totais  =
 Exigível Total 
 Exigível Total  +  Patrimônio Líquido 
 TRI  =
 Lucro líquido 
 Ativo total 
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Análise das demonstrações contábeis
projetadas
No vídeo, após a exposição das técnicas de análise das demonstrações financeiras projetadas, é
apresentado um caso prático de análise de um balanço patrimonial projetado. Confira!
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A empresa X fabrica um único produto: cadeiras para escritório. Embora sua capacidade instalada seja
de 100 mil unidades por ano, em 20XX+1, as projeções apontam para uma venda de 40 mil unidades.
O preço unitário previsto de venda é de R$1.000, as estimativas dos custos e despesas variáveis
unitários atingem R$500, e os custos e despesas fixos totais R$10.000.000:
O diretor de vendas solicitou que fosse calculada a quantidade no ponto de equilíbrio contábil. Marque
a alternativa correta.
A 20 mil unidades
B 25 mil unidades
C 30 mil unidades
D 35 mil unidades
E 40 mil unidades
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Para calcular o valor no ponto de equilíbrio contábil, aplica-se a fórmula:
Rotacione a tela. 
PEC =
 Custos e despesas fixas 
 Margem de contribuição 
 MC = 1.000 − 500 20.000 =
10.000.000
1000 − 500
Questão 2
Em relação às demonstrações contábeis, o que a análise horizontal evidencia?
Parabéns! A alternativa E está correta.
A análise horizontal caracteriza-se por evidenciar, em termos percentuais, o crescimento ou a redução
dos itens (contas) das demonstrações contábeis durante um determinado período. Os itens analisados
podem ser dos mais variados tipos, por exemplo: receita de vendas, resultado, passivo, ativo,
disponibilidades, estoques, patrimônio líquido, custo da mercadoria vendida, ativo permanente etc.
A O resultado em determinado período.
B A consolidação das demonstrações do período.
C O giro de estoque do período.
D Os riscos aos quais a empresa está submetida.
E O crescimento ou redução dos itens.
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Considerações�nais
Com este estudo, foi possível perceber a grande importância que representa para a formação profissional
saber ler, projetar, analisar e interpretar as demonstrações contábeis.
Conhecemos as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis, vimos alguns exemplos de
aplicações do ponto de equilíbrio, da análise horizontal, da análise vertical e da análise de indicadores.
Ainda, percebemos que o processo de análise e interpretação não deve levar em conta dados isolados, mas
sim o conjunto composto por todas as informações produzidas pelas técnicas de análise.
Finalmente, vimos que, além das informações trazidas pelos diferentes orçamentos, para que sejam
projetadas as demonstrações contábeis, são necessárias outras informações, providas pela contabilidade,
que encontra na projetação das demonstrações contábeis uma das suas mais relevantes aplicações.
Projeção e análise de demonstrações
contábeis
Neste podcast, o especialista desenvolve uma narrativa acerca da elaboração e análise das demonstrações
contábeis projetadas, destacando a interação com o processo de tomada de decisões.
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Referências
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
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, ç p ,
BERNARDINELLI, A. B. et al. A utilização das demonstrações financeiras projetadas e simuladas e suas
contribuições ao processo decisório - segundo a percepção dos gestores de uma indústria química. In:
CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 7., São Paulo, 2007. Anais [...]. São Paulo: USP,
2007, p. 1-16.
FIORIN, I.; BARCELLOS, S. S.; VALLIM, C. R. Gestão de custos através da análise CVL: um estudo de caso em
uma agroindústria de laticínios. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS - ABC, 11., Natal, 2014. Anais [...].
[S. l.]: ABC, 2014.
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
PADOVEZE, C. L. Planejamento orçamentário. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análises de balanços. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2.
ed. 19. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
SOUZA, A. B. de. Curso de administração financeira e orçamento: princípios e aplicações. São Paulo: Atlas,
2014.
WELSCH, G. A. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1985.
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Pesquise o artigo Planejamento estratégico e orçamento empresarial como ferramentas de controle e
gestão em uma empresa do setor alimentício, de Clari Schuh, Tanise Wickert Schuh, Taciana Rodrigues de
Souza, Redvânia Vieira Xavier e Clóvis Antônio Kronbauer, e veja como o planejamento estratégico e
orçamentário é utilizado como ferramenta de gestão e controle e como a projetação das demonstrações
contábeis se insere nesse contexto.
Para saber mais sobre a utilização das técnicas de análise das demonstrações contábeis, leia o artigo
Análise das demonstrações contábeis: Um estudo comparativo da rentabilidade de três instituições
financeiras listadas na B3, de Pâmela dos Santos da Silva, Antonielle Pagnussat, Elizeu Martins de Oliveira
Júnior, Daniele Romanin da Silva Cunha, publicado na Revista Científica da Ajes.
Lendo o artigo Análise financeira e o processo decisório nas microempresas: o caso de uma indústria
metalúrgica, de Deise Helen Fim, Edicreia Andrade dos Santos e Simone Soares, pode-se perceber como a
análise das demonstrações contábeis é importante para as microempresas.
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