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ORÇAMENTO EMPRESARIAL CONCEITOS PRELIMINARES Puc Minas Prof.: Maurílio Silva Fevereiro/2020 ORÇAMENTO EMPRESARIAL O processo orçamentário envolve a elaboração de planos detalhados de operações a serem cumpridas na empresa com o objetivo de lucro. Esses planos envolvem a previsão dos custos e despesas dentro da estrutura das políticas existentes, além de fixar padrões para a atuação dos gestores com responsabilidades no negócio. Portanto, orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação e apresentá-los em forma de relatórios gerenciais, permitindo aos gestores terem uma visão do futuro da organização (de forma quantitativa) e poderem acompanhar de forma sistemática o cumprimento ou não do que foi orçado. O Orçamento Empresarial é o Planejamento e Controle de Resultados Empresariais. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Um conjunto de planos e políticas que, formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à Administração conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em seguida, executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos.” (MOREIRA, 1989, p. 15) Para Welsch (1983): [...] um enfoque sistemático e formal à execução das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração, envolvendo a preparação e utilização de: - objetivos globais e de longo prazo da empresa; - um plano de resultados a longo prazo, desenvolvido em termos gerais; - um plano de resultados a curto prazo detalhado de acordo com diferentes níveis relevantes de responsabilidade (divisões, filiais, produtos, mercado, projetos, etc.); - um sistema de relatórios periódicos de desempenho, para os vários níveis de responsabilidade. Org. com fins lucrativos Org. com fins sociais Objetivos (curto e longo prazos) APLICAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS Razão da existência, direção efetiva das atividades, possibilidade de aferição da eficácia organizacional. ORÇAMENTO EMPRESARIAL – PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS PARA QUÊ? ORÇAMENTO EMPRESARIAL – conceitos e implantação PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS Recursos - Materiais - Tecnológicos - Humanos - Financeiros - Ambientais - Foco nos objetivos - Necessidade de aplicação eficaz dos recursos disponíveis Resultados - Produtos - Serviços - Sustentabilidade NECESSIDADE DE PLANEJAMENTO E CONTROLE APLICAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS OFERTA SociedadeFEEDBACK O MERCADO ALTERA A DEMANDA E EXIGE AÇÕES CORRETIVAS NA GESTÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Distinções fundamentais no estudo e aplicação do Planejamento e Controle de Resultados: - O MECANISMO: refere-se aos formatos e métodos de preenchimento dos formulários e cálculos; - AS TÉCNICAS: dizem respeito aos enfoques e métodos especiais de desenvolvimento de dados para uso no processo decisório. Podem variar desde as mais simples às mais complexas. Como exemplo podemos citar a projeção do volume de vendas, o enfoque na solução do problema vendas-produção-estoque, a análise do ponto de equilíbrio, a alocação de recursos, as análises dos fluxos de caixa e, os orçamentos variáveis. - OS FUNDAMENTOS: estão relacionados diretamente à execução efetiva do processo de administração. São condições ambientais internas com as quais a administração deve estar firmemente comprometida. FUNDAMENTOS PARA O ESTUDO E APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -Envolvimento administrativo: apoio, confiança, participação e orientação da administração no processo; -Adaptação organizacional: o plano deve estar alinhado à estrutura organizacional no que diz respeito aos conjuntos de autoridade e responsabilidade; -Contabilidade por áreas de responsabilidade: deve haver um controle tal capaz de medir o desempenho e responsabilizar os níveis/áreas por resultados; -Orientação para objetivos: aceitação, por parte da administração, de que o futuro da empresa e suas subdivisões será favorecido pelos objetivos e padrões de desempenho previamente definidos; -Comunicação integral: acesso a todos os níveis de cada área de responsabilidade à informações completas e sem restrições, a respeito do desempenho; -Expectativas realistas: deve-se evitar, tanto o conservadorismo exagerado quanto expectativas irracionais; -Oportunidade: deve haver um calendário definido para o planejamento formal, os relatórios de desempenho e demais atividades correlatas; -Aplicação flexível: o orçamento não pode ser uma “camisa-de-força” e impedir que a empresa aproveite de oportunidades de negócio, mesmo que não estejam contempladas no plano inicial; -Reconhecimento dos esforços individuais e do grupo: a valorização de bons desempenhos, bem como a adoção de acertos em pontos deficientes, de forma a motivar as pessoas no processo; -Acompanhamento: é essencial a análise de desempenhos tanto favoráveis quanto desfavoráveis e o uso dessa análise para um melhor desempenho futuro, inclusive com aplicação de ações de sucesso em outras áreas. VANTAGENS DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -Desenvolvimento da sofisticação da Administração em seu uso; -Elaboração de um plano (orçamento) realista de vendas; -Estabelecimento de objetivos e padrões realistas; -Comunicação adequada de atitudes, políticas e diretrizes pelos níveis administrativos superiores; -Obtenção de flexibilidade administrativa no uso do sistema; -Atualização do sistema de acordo com o dinamismo do meio em que a Administração atua. LIMITAÇÕES DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -O plano de resultados baseia-se em estimativas e estas estimativas devem apoiar-se em todos os fatos conhecidos e em julgamentos pessoais adequados. O processo de estimação de receitas e de despesas não pode ser visto como uma ciência exata; -Um programa de planejamento e controle de resultados deve ser permanentemente adaptados às circunstancias existentes, respeitando as novas circunstâncias surgidas nos ambientes interno e externo. A empresa deve ser ágil neste processo de adaptação; -A execução de um plano de resultados não é automática. Sua eficácia depende do apoio e comprometimento dos executivos responsáveis em sua execução; -O plano de resultados não deve tomar o lugar da administração. Ele deve ser visto como um instrumento que pode ajudar o desempenho do processo de administração. PASSOS ESSENCIAIS NUM PROGRAMA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -Avaliação do efeito em potencial de todas as variáveis relevantes para a empresa -Análise ambiental interna e externa (pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças) -Especificação dos objetivos gerais da empresa -De acordo com o que sugere a análise ambiental -Deve evitar a definição específica de metas quantitativas -Deve focar fatores genéricos, tais como potencialidades econômicas a longo prazo, atitudes em relação aos clientes, qualidade dos produtos e serviços, relações industriais, atitudes em relação aos proprietários, etc. -Deve expressar a missão, a visão e a postura ética da empresa -Estabelecimento de objetivos específicos para a empresa -Definição de objetivos específicos para o curto e longo prazos, para cada uma das principais subdivisões da empresa (centros de responsabilidade) -Formulação e avaliação das estratégias da empresa -Definir os planos de ação que constituem as melhores alternativas para alcançar os objetivos gerais e específicos já estabelecidos -Deve focar as áreas críticas para o sucesso da empresa -Preparação das premissas de planejamento -Articulação e comunicação dos objetivos gerais e específicos da empresa, bem como as estratégias correspondentes -Deve possibilitar a “explosão” dos planos gerais em planos para cada um dos centros de responsabilidade da empresa -Envolve a participação significativa de todos os níveis da Administração no processo de planejamento PASSOS ESSENCIAIS NUM PROGRAMADE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -Preparação e avaliação dos planos de projetos -Definição de planos voltados para a particularidade de cada projeto (ampliação de instalações físicas, investimentos em geral, entrada e saída de linhas de produtos/serviços, etc.) -Preparação e avaliação de um plano de resultados de curto e longo prazos -Cada centro de responsabilidade deve apresentar dois planos (um de curto e outro de longo prazo) com convergências entre si -Os dois planos devem ter convergência com os objetivos gerais e específicos da empresa -A resultante é um plano amplo, de longo e curto prazo, para a empresa como um todo, com garantia de harmonia entre os esforços dos diversos níveis -Realização de análises suplementares (tomada de decisões para ajustes) -Simulações de planos e orçamentos, análise do ponto de equilíbrio (custo- volume-lucro), análise de custos marginais, cálculos de retorno sobre investimentos, etc. -Execução de planos -Reuniões periódicas para discussão dos planos e respectivas ações, de forma a orientar e motivar as pessoas de cada área de responsabilidade -Elaboração, disseminação e utilização de relatórios de desempenho -Relaciona-se aos efeitos (resultados) -Implementação de medidas de acompanhamento -Relaciona-se às causas e respectivas medidas corretivas FREQUÊNCIA E PRAZOS NO PROGRAMA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS -Planejamento Periódico de Resultados -Fixação de períodos padrão (um ou cinco anos) para as projeções, com manutenção/re-estudo uma vez por ano para o caso de cinco anos e com planejamento formal sempre ao final de cada exercício, para o caso de um ano. Em ambos os casos, os trabalhos acontecem nos quatro, três ou dois últimos meses do ano. -Planejamento Contínuo de Resultados -Aplicado quando acredita-se que planos realistas somente podem ser feitos para curtos períodos e é desejável ou necessário re-planejar e refazer projeções continuamente por forças de circunstâncias. -Normalmente prepara-se um plano de resultados semestral ou anual e a cada mês encerrado, abandona-se este e acrescenta-se um mês ao plano, re- planejando as projeções de todo o novo período (seis meses ou um ano). PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Em gestão, podemos compreender as metas como uma função administrativa de planejamento, a execução dos planos e das ações, de acordo com o processo orçamentário, como uma função administrativa de direção, e a comparação dos resultados como uma função administrativa de controle. Em outras palavras, o orçamento envolve: PLANEJAMENTO DIREÇÃO CONTROLE. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS O PLANEJAMENTO é um conjunto de metas estabelecidas de acordo com as ações individuais e coletivas. O Planejamento é definido como o processo de reflexão precedido da ação dirigido para a tomada de decisões com vistas no futuro. Para os autores, o processo de planejamento pode ser dividido em cinco etapas: 1. Estabelecer os objetivos da empresa. 2. Avaliar os possíveis cenários relacionando os fatores internos e externos que poderão afetar as operações da empresa. 3. Avaliar os recursos existentes para o uso eficiente (mão de obra, máquinas, investimentos, tecnologia, estoque, capital etc.). 4. Definir a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos. 5. Delinear um programa de ação e discriminar os recursos necessários. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Em síntese, o processo de planejamento deve responder às seguintes perguntas: O que deve ser feito? Quando deve ser feito? Como deve ser feito? Quem deve fazê-lo? Para Sanvicente e Santos (1983), planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades. O processo de planejamento pode ser dividido em três atividades: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS - Planejamento estratégico: avalia os riscos e oportunidades que o setor produtivo oferece e os pontos fortes e fracos da organização, com vistas a definir as diretrizes políticas, os objetivos e os princípios da empresa. - Planejamento programa: é um planejamento de longo prazo, normalmente de três a dez anos. - Planejamento orçamentário: é elaborado com um nível de detalhes superior às necessidades mais imediatas. Normalmente é o primeiro ano do planejamento de longo prazo, previsto e acompanhado mensalmente. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS A DIREÇÃO pode ser compreendida como o “tomar cuidado” para que as ações individuais e grupais sejam coordenadas da melhor forma possível. E essa direção deve ser bem orientada através das reuniões dos comitês de avaliação. O CONTROLE é um sistema de verificação do desempenho obtido com os objetivos traçados, de forma que ações corretivas possam ser implementadas. Sua existência é fundamental tanto para a execução de planejamento de curto como de longo prazo. Embora a maior ênfase esteja nas atividades de controle das operações de curto prazo, nas situações de planejamento de longo prazo ele permite verificar os avanços realizados e a necessidade de rever suas metas. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Para Welsch (1983, p. 29), “controle é exercer continuamente um controle dinâmico, agressivo e flexível das operações, para assegurar conformidade realista com os planos e objetivos”. Desta forma, o controle tem a função de assegurar que as atividades sejam executadas em conformidade com os planos traçados. A figura a seguir demonstra a relação entre os elementos no processo de planejamento e, posteriormente, o controle durante a sua execução. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Tipos de Orçamentos Existem diversos tipos de orçamento para serem utilizados, conforme a realidade da empresa e o seu campo de atuação. Dentre eles citam-se: orçamento estático, orçamento flexível, orçamento de tendências e orçamento base zero. O orçamento estático é baseado a partir de um determinado volume de produção e vendas que a empresa deseja atingir. Se ocorrerem mudanças no ambiente do sistema empresa, os orçamentos para um determinado período perdem sua validade, já que estarão “engessados” de acordo com o volume de produção e vendas que outrora fora definido. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS Segundo Padoveze (1997, p. 383), “caso a empresa, durante o período, considere que tais volumes não serão atingidos, parcela significativa das peças orçamentárias tende a perder valor para o processo de acompanhamento, controle e análise das variações”. O orçamento estático é mais apropriado para planos com metas a serem atingidas em curto prazo, como períodos bimestrais ou trimestrais, mais facilmente observadas em sazonalidade ou moda. Esse tipo de orçamento torna-se inviável para períodos de um ano ou mais, pois os ajustes tornam-se necessários e o estático não possui essa “flexibilidade”. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS O orçamento flexível pode ser ajustado de acordo com as necessidades da empresa e com as mudanças de mercado. Como o período do exercício social nas empresas é de 12 meses, muitas vezes a empresa precisa realizar ajustes no seu plano orçamentário para equilibrar seus objetivos e metas de resultados. Por isso, o orçamento não pode estar “engessado”. Vamos tomar como exemplo empresas do ramo eletrodoméstico, em que o governo, por um decreto, reduz a alíquota do IPI no mês de junho de um determinado ano. Desta forma, a redução da alíquota do IPI reduz o preço de venda do produto, o que leva ao possível aumento da procura no mercado. Desse modo, todas as previsões de vendas e de volume de produção precisam ser revistas para esse exercício social, pois será necessária maior aquisição de insumos, resultando no aumento de seus custos, além de outros custos e despesas que poderão ser necessários. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS O orçamento de tendências é uma prática orçamentáriaque utiliza dados passados para projetar o futuro, pois situações ocorridas no passado, decorrentes da estrutura organizacional já existente, servem de base para projetar situações futuras, uma vez que corre-se o risco de que tais situações possam acontecer novamente. Nesse aspecto é importante fazer uma média dos acontecimentos em um período de alguns exercícios sociais. Tal prática tem fornecido bons resultados em várias organizações empresariais. Mas, para haver sucesso neste tipo de planejamento orçamentário, deve-se levar em consideração que a realidade é muito dinâmica e que constantemente novos elementos surgem no processo, e que também devem ser previstos. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS O orçamento base zero (OBZ) é uma proposta conceitual que, apesar de ser muito pouco difundida entre os gestores das empresas, tem apresentado uma contribuição relevante para o processo orçamentário. A própria expressão base zero tem relação com a ideia de reavaliação de todos os programas e despesas propostos. Esse orçamento surgiu como uma contrapartida ao orçamento de tendências, pois, enquanto este se apoia em dados passados, o orçamento base zero parte de um novo estudo da empresa no mercado. Consiste em buscar novos elementos e nunca deve partir da observação dos dados passados. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS O OBZ serve como instrumento de questionamento das atividades existentes e de reflexão para a criação de outras mais eficazes, por isso é considerado também como uma metodologia gerencial para o planejamento e controle orçamentário. O OBZ muda a concepção de que o orçamento é igual ao já realizado, com alguns acréscimos e supressões. Mas, por quê? Porque, para alguns estudiosos do tema, eles podem conter ineficiências que o orçamento de tendências pode perpetuar. ORÇAMENTO EMPRESARIAL – ESTRUTURA/ETAPAS Objetivos e Metas empresariais Orçamento de vendas Orçamento de despesas operacionais Orçamento de produção Produtos Segmentos mercadológicos Despesas administrativas Despesas com vendas Despesa tributária Despesas financeiras Matérias-primas Mão-de-obra direta C. I. Fabricação Custo dos produtos vendidos Regional
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