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A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

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A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber;
No ensaio sociológico e metodológico sobre o contexto de surgimento do capitalismo moderno Weber desenvolve e justifica a tese de que o modo de vida ascético do calvinismo teve uma influência decisiva no surgimento do capitalismo moderno. A "ética protestante” é interpretada – ao contrário de tentativas de explicação mono causais - como uma mola propulsora “co-decisiva” de um processo historicamente único, mas universalmente significativo de racionalização. Os métodos e os resultados da análise sociológica e metodológica presentes nessa obra determinam a discussão sobre o tema até hoje. Weber parte do fato empírico de que no final do século XIX protestantes foram especialmente bem sucedidos do ponto de vista econômico. Ele atribui isso principalmente ao “espírito do capitalismo", à conduta com motivação religiosa própria do puritanismo e do protestantismo (ascetismo intra-mundano). A "ética protestante “correspondia a uma ética profissional que foi entendida no sentido de predestinação como um fim em si mesmo. A profissão torna-se uma vocação que corresponde aos critérios normativos do capitalismo moderno: a organização do trabalho racional e a valorização do capital. A "tese do protestantismo" de Weber provocou um intenso debate sobre os conceitos básicos e a abordagem metodológica das ciências sociais. Inicialmente a obra foi sobre tudo interpretada como uma refutação de uma concepção materialista da história. Depois de várias tentativas de refutação Weber esclareceu com precisão suas ideias em uma série de "anti-críticas". Recentemente voltou-se às afirmações metodológicas básicas da obra, na medida em que se voltou a questionar os complexos contextos e critérios de surgimento da conduta capitalista.
Relembrando Marx Weber: Resumo de “A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPIRITO DO CAPITALISMO”
MAX WEBER:
Karl Emil Maximilian Weber nasceu em 1864, em Munique, Alemanha. Durante esse período, o autor vivenciou importantes acontecimentos históricos como a segunda revolução industrial; o processo de unificação até o fim do Império Alemão [1]; Pela Dinastia Bismark [2]; e pela 1º Guerra Mundial.
Durante sua vida, o autor freqüentava sanatórios devido ao seu colapso mental em 1897, quando seu pai faleceu, sofrendo de depressão, ansiedade e insônia. Após esse colapso, o jovem Weber acaba afastando-se da faculdade em que trabalhava para cuidar de sua saúde até seu retorno em 1903(Max Weber Biography, 2014).
Um ano após seu retorno ao ensino universitário, em 1904, ele realiza palestras sobre seus artigos, que logo em seguida serão compilados no livro “A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo”.
A obra aborda as influências do calvinismo no capitalismo moderno. Um tempo depois da publicação, Weber estava produzindo obras para dar continuidade a essa pesquisa para outras vertentes e religiões. Porém, ele contraiu uma gripe e acabou morrendo em Munique em 1920(Max Weber Biography, 2014).
Durante sua vida, Weber foi economista, jurista e considerado um dos fundadores da sociologia que o ocidente conhece atualmente. Ele influenciou diversos campos de estudo, como administração, filosofia, economia e ciências políticas.
PENSAMENTOS DE MAX WEBER NA SOCIOLOGIA
Antes de apresentar a obra A Ética Protestante e O Espírito Do Capitalismo e Os Três Tipos de Dominação Legítima de Weber, é importante mostrar o método de pesquisa que permeia ambos os textos.
Pioneiro de uma abordagem diferente da sociologia, Weber acreditava que o sociólogo precisava entender os “tipos ideais” e as “ações sociais” presentes na sociedade. Em sua obra inacabada Economia e Sociedade, o autor apresenta para o leitor essa interpretação.
Tipos ideais
A definição simples de “tipos ideais” seria semelhante a uma “caricatura” ou um “exagero da realidade”. Tentando entender a sociedade, o sociólogo precisava “caricaturar” seu recorte de pesquisa, ou seja, seu objeto de estudo, para que as características principais destaquem-se, enquanto as partes menos importantes fossem completamente invisíveis. Assim facilitaria o papel do sociólogo para a compreensão da sociedade (BODART, 2010).
Ação social
Outro conceito importante para o entendimento do pensamento de Weber é o de “ação social”. Em sua visão, o indivíduo possui uma capacidade de agir, e suas ações seriam determinadas por sua visão de mundo que surgiam por um entendimento coletivo (CABRAL, 2016). Segundo o autor, o sociólogo precisa entender essas ações sociais que é orientada por essa estrutura coletiva de entendimento. Ele divide em quatro tipos:
A ação social racional com relação a fins, onde a ação é racional que determinando um objetivo, ou seja, um fim toma as atitudes racionalmente mais eficientes;
A ação racional com relação a valores, na qual é guiada por um valor, seja ele, religioso, político, moral, ético, etc.;
A ação social afetiva, em que é movida por uma emoção ou sentimento como medo ou inveja; Ação social tradicional é motivada por uns costumes ou hábitos antigos (CABRAL, 2016).
A ÉTICA PROTESTANTE [3] E O “ESPIRITO” DO CAPITALISMO
A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo é a obra mais famosa de Weber. Publicada em 1905, essa obra é a compilação de dois artigos independentes que foram escritos no ano anterior da sua publicação, em 1904, enquanto o jovem Weber fazia uma viagem aos EUA (Max Weber Biography, 2014).
No livro, o autor tenta compreender o capitalismo moderno do âmbito cultural religioso. Ou seja, em suas análises, ele consegue estabelecer uma relação e suas influências entre a cultura capitalista moderna e o puritanismo adotado pelas igrejas e seitas protestantes dos séculos XVI e XVII(WEBER, 2007).
Enquanto Weber coletava dados sobre a sua região, Alemanha, ele percebeu uma característica interessante entre a posição econômica das pessoas e as suas religiões.
Ele descobriu que a maioria dos “homens de negócio”, os bem sucedidos, eram protestantes. Em contrapartida, os que não eram tão sucedidos em comparação, eram católicos. Além disso, as regiões que mais “desenvolveram” culturalmente também eram concentradas em ambientes de maioria protestante. Para delimitar até que ponto essa relação atingia, Weber realiza uma análise macro da Europa, que ele considera como a mesma trajetória histórica que a Alemanha.
O resultado foi o mesmo.
Regiões com predominância protestante como Alemanha e Inglaterra tinham o capitalismo mais difundido e “desenvolvido”. Enquanto isso, regiões de maioria católica como é o exemplo de Portugal e Espanha, não eram tão “desenvolvidos”.
Assim, ele percebe que a reforma protestante não eliminou o controle da igreja sobre a vida cotidiana, mas trouxe uma nova forma de controle, mais opressiva e imposta (WEBER, 2007).
O “Espírito” do capitalismo
Para tentar explicar essa relação, Weber define o que seria o “espírito” do capitalismo que ele considera como uma espécie de ideias e hábitos que favorecem uma procura racional individualista de ganho econômico (WEBER, 2007).
Para exemplificar de maneira mais palpável possível, Weber busca um personagem famoso da época, Benjamim Franklin, e mostra através de suas frases como ele representa esse espírito:
“A preguiça anda tão devagar, que a pobreza facilmente a alcança.”
“Cuidado com as pequenas despesas: uma fenda diminuta pode fazer afundar um grande navio.”
“Cedo na cama, cedo no batente. Faz o homem saudável, próspero e inteligente.”
“Você pode adiar, mas o tempo não posterga.”
Essas frases de Franklin deixam evidente que o sistema capitalista deixa os homens dominados pela busca de dinheiro (WEBER, 2007). Esse sistema requer uma devoção para fazer dinheiro. A profissão é vista como um dever e da necessidade de se dedicar ao trabalho produtivo como um fim de si mesmo. Uma vocação para todo esse modo de vida (WEBER, 2007).
Vocação do capitalismo e o puritanismo inglês
A vocação que o capitalismo necessita, é semelhante à interpretação luterana de vocação [4] na Bíblia, que compõe o pensamento raiz do protestantismo ascético[5]. Para Lutero, vocação é a valorização da realização do dever nos afazeres seculares como a mais elevada forma de atividade que o indivíduo pode exercer.
Ou seja, o único modo de vida para Deus é no desempenho das obrigações impostas pela sua posição no mundo (WEBER, 2007). Essa interpretação justifica o estilo de vida de produção, como algo aceitável e conformado por essa vida de cumprimento do dever individual.
Quando a religião protestante ascético subdividiu-se em: calvinismo, petismo, metodismo e as seitas (baseadas nos movimentos batistas), os dogmas sofreram certas alterações. Todas essas formas tiveram um papel importante no desenvolvimento do capitalismo, porém, o calvinismo destacou-se.
No calvinismo, a predestinação, dogma principal, que dizia que uma ínfima parcela os homens serão escolhidos para a Graça e que ninguém saberia quem seria tornou uma atitude individualista nas relações.
Na Inglaterra, o puritanismo, vertente do calvinismo, confere uma justificação para a vocação luterana e para a busca de riqueza. Para o puritano, a acumulação de riqueza é vista como algo positivo, diferente do catolicismo, e a busca para sempre trabalhar mais e mais uma coisa positiva.
O tempo
O tempo torna-se importante. Em “A mulher maravilha”, filme de super-heroína estreado em 2017, mostra em uma conversa entre os protagonistas a importância que o tempo tomou em nossa sociedade. O protagonista mostra para a heroína (que vive em uma ilha sem contato com a sociedade) um relógio de pulso e explica que ele diz à hora de dormir, quando acordar, comer. Então a heroína afirma: “não acredito que você deixa uma coisa desse tamanho controlar a sua vida”. Essa afirmação demonstra como o tempo, em uma sociedade capitalista, é uma das coisas mais importantes e que o puritanismo inglês também acredita. Perder tempo, para um Calvino, dormindo mais que o necessário para a saúde é motivo de condenação moral.
Nessa visão, Deus quer é o trabalho racional na vocação. Perda de oportunidade de enriquecer é um conflito com a finalidade da vocação. Atividades sem propósito racional ou como um meio de diversão, como o esporte, são abomináveis. Assim, a sociedade torna uma grande fábrica de produção como o filme, “tempos modernos” e que a busca sempre é acumulação de riquezas.
Enfim, podemos determinar que a influência dos dogmas do puritanismo favoreceu o desenvolvimento da vida econômica do homem moderno. A aversão que a sociedade tinha sobre o acumulo de riqueza e esses requisitos para uma sociedade capitalista foi alterando inglês que ofereceu uma justificativa divina para esse tipo
O Império Alemão foi instituído em 1871, após a unificação dos Estados-nações da região. O Império considerado uma cópia idêntica com o da Roma Antiga, por seu sistema de reis vassalos. O Império era constituído de 27 territórios constituintes da aristocracia com uma produção econômica fortemente rural. Durou 47 anos e era comparada com o Império da Roma Antiga.
A dinastia Bismark é um apelido para o período em quem Otton Von Bismark foi o chanceler do Império Alemão. Considerado um chanceler de ferro, Bismark foi o estadista mais importante da Alemanha e controlou a região com sua visão conservadora, aristocrata e monarquista. O seu declínio veio com o novo Kaiser, Guilherme II que tirou ele do poder em 1890 e 8 anos depois morreu em Hamburgo.
 “Ética Protestante” tem relação a uma das áreas de pesquisa de Weber de “desencantamento do mundo” que é um processo histórico que a sociedade passa. O pensamento foi reduzida a um sistema racional lógico, com conflitos de ideológicos com fins instrumentais. O sujeito moderno passou a tomar atitudes voltadas para a razão, em vez de crenças, tradições e magia. As religiões sofreram o que ele denomina de desencantamento religioso, que é a perda dessa metafísica das religiões para uma abordagem ideológica de éticas e dogmas para, por exemplo, a conquista de uma Graça.
No alemão original, Beruf pode tanto ter o significado de “vocação” como de “profissão” para Lutero.
Ascetismo é uma filosofia de vida que busca práticas com o objetivo de crescimento espiritual. Muitas vezes, essa prática consiste em deixar de lado os desejos e prazeres para esse objetivo.
O manifesto comunista
O manifesto comunista idealizado por Karl Max e Friedrich Engels, foi publicado pela primeira vez em 1848. Escrito em uma linguagem simples e de fácil entendimento, com uma estrutura básica com uma breve introdução, três capítulos e uma conclusão curta, apresentando os principais ideais do comunismo. Foi escrito com base em reuniões de comunistas de diversos locais, e traduzido e publicado em vários idiomas.
A obra foi escrita em uma época em que a burguesia e o capitalismo imperavam, assim, condições de trabalho desiguais e desumanas, em que a exploração da mão de obra era algo “comum”. O manifesto veio mostrar a busca – até hoje raramente bem-sucedida – da igualdade social e na distribuição de recursos. Uma verdadeira idealização de mundo utópico que, para Marx, era como uma sociedade saudável deve ser sem pobreza miséria ou fome.
Capítulos do livro
Primeiro
Na estrutura básica do manifesto, o primeiro capítulo “Burgueses e Proletários” lista as diferenças e a evolução das duas classes ao longo do tempo, lançando uma crítica ao capitalismo. O manifesto visava mostrar que as classes menos favorecidas, como os desempregados, mendigos eram partes excluídas e esquecidas pela sociedade.
Segundo
O segundo capítulo abordava a relação entre os partidos e o proletariado, e mostrava seus pontos em comum, como a queda superioridade burguesa e a transferência do poder do político ao proletariado.
Terceiro
O próximo falava sobre os regimes comunista e socialista e apresentava críticas a três tipos de socialismo: o socialismo reacionário, que tinha um ponto de vista burguês visando continuar com o método de produção e troca, o socialismo conservador, que visava uma reforma e não uma revolução e o socialismo e comunismo crítico-utópico que buscava uma mudança por meio de exemplos e não por lutas políticas.
Conclusão
A conclusão se dá com as principais ideias do Manifesto, destacando questões sobre propriedade privada e buscando informar o quanto era importante uma união em prol de uma causa, com a célebre frase: “Proletários de todos os países, uni-vos.”
Com uma encomenda de elaborar um texto que mostrasse de uma maneira clara e objetiva os ideais do comunismo, a obra é um conjunto de ideias, de verdades acreditadas pelos revolucionários da época para a compreensão das transformações sociais. Pensando por este sentido, o Manifesto é mais um monumento que um documento. Uma escrita simples e concisa que queria “ter o poder de uma arma para mudar o mundo, colocando no lugar da velha sociedade burguesa uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada membro é a condição para o desenvolvimento de todo”.

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