Buscar

direito civil turbo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
Direito Civil 
Prof.ª Patrícia Strauss 
Prof.ª Maitê Damé 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
Queridos alunos, 
Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito 
carinho para que você possa absorver, de forma rápida, 
conteúdos de qualidade! 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! 
Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! 
Com carinho, 
Equipe 1ª Fase Ceisc ♥ 
@prof.patriciastrauss 
@maitedame 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
1. Direito das obrigações 
1.1 Inadimplemento 
Disposições gerais: arts. 389 – 393, CC. 
O Código Civil dá grande importância para o inadimplemento das obrigações. Temos aqui 
a responsabilidade civil contratual. 
Temos dois tipos de inadimplemento: 
 
Inadimplemento 
relativo, parcial ou 
mora
Descumprimento 
parcial
Obrigação ainda 
pode ser 
adimplida
Inadimplemento total 
ou absoluto
Descumprimento 
total
Obrigação não 
pode mais ser 
cumprida
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Como regra, de acordo com o artigo 389 não cumprida a obrigação, responde o devedor 
por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. No entanto, (artigo 393) o devedor não responde pelos 
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles 
responsabilizado. 
Caso fortuito é evento totalmente imprevisível. Força maior é evento previsível, porém 
inevitável. Na parte final do artigo 393 é dito que se a parte assumir o risco então mesmo em 
caso fortuito/força maior irá responder. 
1.2 Mora (arts. 394 – 401, CC) 
Mora é atraso ou até mesmo o cumprimento incompleto da obrigação. A mora pode ser 
tanto do credor quanto do devedor. 
Estar em mora é não cumprir a obrigação no tempo, forma, objeto, enfim, a maneira como 
foi originalmente contratado. 
1.2.1 Mora do devedor 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que 
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, 
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e 
honorários de advogado. 
Atenção: Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora 
(artigo 396). Assim, se a obrigação não for cumprida em razão de algo que não seja culpa do 
devedor, não teremos a caracterização da mora. Esse aspecto é bem importante, já que informa 
que para que haja a mora, é necessário que haja a culpa do inadimplente. Se não houver culpa, 
não teremos mora. 
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
1.2.2 Mora do credor 
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela 
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e 
sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia 
estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. 
Importante: Artigo 399, que trata sobre a responsabilidade do devedor que, em mora, 
responde pela impossibilidade de cumprimento do contrato, mesmo que essa impossibilidade 
resulta de caso fortuito ou força maior. 
Como com a mora (inadimplemento relativo) é possível o cumprimento da obrigação, 
podemos ter então a chamada purga da mora. Purga da mora é o cumprimento da obrigação 
que estava em atraso. 
Art. 401. Purga-se a mora: 
I – Por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
II – Por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos 
efeitos da mora até a mesma data. 
Súmula 562 STF: Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a 
atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de 
correção monetária. 
Súmula 426 STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da 
citação. 
Súmula 530 STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de 
juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do 
instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada 
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
1.3 Perdas e danos (arts. 402-405, CC) 
Segundo o artigo 402, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele 
efetivamente perdeu (danos emergentes), o que razoavelmente deixou de lucrar (lucros 
cessantes). 
A teoria adotada pelo CC é a teoria do dano direto e imediato, ou seja, somente o que for 
diretamente ligado ao inadimplemento será contado como perdas e danos 
Para a doutrina, as perdas e danos do CC apenas tratam de danos materiais. Caso outros 
danos venham a surgir do inadimplemento, podem também ser pedidos (danos morais, estéticos) 
entre outros. 
1.4 Cláusula penal (arts. 408 – 416, CC) 
Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o 
inadimplemento obrigacional. 
Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma 
obrigação acessória. 
A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal 
compensatória. 
1.4.1 Cláusula penal moratória 
Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a 
punição de quem está em mora. 
A doutrina entende que a multa moratória deve ter um teto de até 10%-20% sobre o valor 
da dívida. Já para contratos de consumo, o valor é de até 2%. 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança 
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena 
cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Assim, quando houver clausula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento da 
obrigação e o cumprimento da clausula penal moratória. 
1.4.1 Cláusula penal compensatória 
Caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos. 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da 
obrigação principal. 
Neste caso não poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e também a multa 
compensatória. 
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da 
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. 
Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir. 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal 
tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, 
tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. 
Não é necessária a comprovação de culpa do devedor, para que se possa solicitar a 
incidência da cláusula penal. 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
Ainda que o prejuízo exceda o previsto na clausula penal, não pode o credor exigir 
indenização suplementar se assim não foi convencionado. e o tiver sido, a pena vale como 
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 
Assim, não se pode cumular multa compensatória com indenização por perdas e danos 
decorrentes do inadimplemento da obrigação. Contudo, se no contrato estiver previsto tal 
possibilidade, a multa compensatória será já o mínimo de indenização. Cabe ao credor então 
comprovar o prejuízo excedente. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
1.5 Arras ou sinal (arts. 417 – 420, CC) 
Como o próprio nome nos mostra, arras é um sinal dado em umcontrato, em dinheiro ou 
outro bem móvel entregue por uma parte à outra. Tal sinal irá constar em um contrato preliminar. 
São muito comuns em promessa de compra e venda de imóvel. 
 Há dois tipos de arras: 
1.5.1 Confirmatórias 
Quando não há a possibilidade de arrependimento quanto à celebração do contrato 
definitivo. 
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por 
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver 
o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária 
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
A parte que sofreu com o inadimplemento do outro poderá pedir indenização suplementar 
ou execução. 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, 
valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do 
contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 
Como não há possibilidade de arrependimento, não cumprido o contrato, já incide as 
arras. 
Importante: Sem cláusula de arrependimento e com perdas e danos. 
1.5.2 Penitenciais 
Quando consta no contrato a possibilidade de arrependimento. Aqui as arras terão função 
unicamente indenizatória, já que as partes podiam se arrepender, se assim quisessem. 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das 
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
las-á em benefício da outra parte, e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em 
ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. 
Importante: Com cláusula de arrependimento e sem perdas e danos. 
2. Responsabilidade civil 
2.1 Obrigação de indenizar (arts. 927 – 943, CC) 
A responsabilidade civil subjetiva é a regra dentro do Direito Civil. Ela é baseada na 
“teoria da culpa”, já que é necessária a verificação de culpa, para que se possa configurar tal 
requisito. Assim, para a verificação da responsabilidade civil subjetiva (regra) é necessário: 
conduta humana, culpa, nexo causal e dano. Já a responsabilidade objetiva está consagrada 
no parágrafo único do artigo 927. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado 
a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Neste caso, para a configuração da responsabilidade objetiva são necessários: conduta 
humana, nexo causal e dano. 
Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no CC. 
2.1.1 Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade civil indireta 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
O artigo 933 do CC prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já que 
informa que os terceiros serão responsabilizados, ainda que não haja culpa por parte deles. 
De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá 
direito de regresso contra o empregado que causou o dano. 
Há uma exceção: Relações entre ascendentes e descendentes incapazes não haverá 
direito de regresso. Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for 
incapaz. 
Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo 
942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os 
co-autores e as pessoas designadas no artigo 932. 
Observação: Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC). 
 De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. 
Assim, primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem 
condições financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz. 
Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e, se privar 
o incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização não terá 
lugar. Devido ao parágrafo único do 942, ainda há discussões que tratam sobre a 
responsabilidade do incapaz ser ou não subsidiária. No entanto, a jurisprudência e a doutrina 
dizem que sim, em decorrência do artigo 928, ela será subsidiária, não tendo aplicação o 
parágrafo único do art. 942. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
2.1.2 Responsabilidade civil por fato de animal 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
Assim, há somente duas excludentes nas quais o dono/detentor não será 
responsabilizado: culpa da vítima e força maior. 
2.1.3 Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua ruína 
O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se 
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do CC. 
Para que haja a configuração, é necessário se estabelecer que o imóvel necessitava de reparos 
de forma manifesta. A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção (construtora, por 
exemplo). 
2.1.4 Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do prédio 
(defenestramento) 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das 
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o prédio. 
Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver habitando 
o prédio. 
Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido 
pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá 
ajuizar regresso contra o ofensor. 
2.2 Indenização (arts. 944 – 954, CC) 
A segunda parte da responsabilidade civil do CC trata sobre a indenização. Uma vez 
configurada a obrigação de indenizar se parte para a próxima etapa: indenização. 
Consoante o art. 944 a indenização se mede pela extensão do dano. Assim, quanto maior 
for o dano, maior será a indenização. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Já o art. 945 trata sobre a vítima ter contribuído para o evento danoso (fato ou culpa 
concorrente). Neste caso, a indenização será fixada levando em conta a contribuição da vítima. 
Há inúmeros artigos no CC que tratam sobre qual será a indenização a ser fixada, em 
caso da configuração da obrigação de indenizar: 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta 
a duração provável da vida da vítima. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum 
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício 
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à 
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada 
e paga de uma só vez. 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização 
devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou 
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o 
trabalho. 
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a 
indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros 
cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, 
estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje 
àquele. 
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano 
que delas resulte ao ofendido. 
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, 
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso. 
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das 
perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação 
o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. 
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: 
I - O cárcere privado; 
II - A prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; 
III - A prisão ilegal. 
3. Contratos 
3.1 Evicção (arts. 447 – 457, CC) 
Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença judicial. 
Esta sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia 
em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios. 
Requisitos da evicção: 
 
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
Direitos do evicto: 
Lembrando que evicto é aquele que perdeu a coisa em virtude de sentença judicial. 
A) Responsabilidade total (artigo 450 do CC): Salvo estipulação em contrário, o evicto 
tem direito: 
 
 
B) Responsabilidade parcial (artigo 449 do CC): Podem as partes excluir a 
responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. Contudo, mesmo com a 
existência de tal cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto (aquele que perdeu 
a coisa) a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, com algumas condições: 
 
 
C) Isenção de responsabilidade pelo vencedor (artigo 457 do CC): Quando o comprador 
sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a perder, não poderá demandar 
contra quem lhe vendeu. 
Observar: Evicção parcial (artigo 455). 
O que ocorre se houve evicção parcial e não total da coisa? 
Perda total ou 
parcial da 
propriedade
Aquisição realizada 
de forma onerosa
Anterioridade do 
direito daquele que 
ganhou a ação 
judicial
Restituição 
integral do 
preço
Indenização 
dos frutos 
que tiver 
sido 
obrigado a 
restituir
Indenização 
pelas 
despesas 
dos 
contratos
Pelos 
prejuízos 
que 
diretamente 
resultarem 
da evicção
Custas 
judiciais e 
honorários 
do advogado
Se não soube do risco da 
evicção
Se informado, não assumiu o 
risco da evicçãoOU 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
1 – Perda considerável: Poderá o evicto (quem perdeu parcialmente o bem) optar entre a 
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço do desfalque. 
2 – Perda não for considerável: Pode apenas pleitear a indenização e não a rescisão do 
contrato. 
3.2 Contrato de compra e venda: limitações 
A) Venda de ascendente a descendente 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o 
regime de bens for o da separação obrigatória. 
Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a 
propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. Entende o 
STJ que é necessária a prova do prejuízo dos demais herdeiros, para que se tenha a anulação. 
O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do Código 
Civil. 
B) Venda de parte indivisa em condomínio 
O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino 
a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou 
preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve 
ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do 
valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si. 
C) Venda entre os cônjuges 
É possível a venda entre cônjuges com relação aos bens excluídos da comunhão. 
Enunciado 152, CJF. É possível a venda entre cônjuges no regime da comunhão 
universal? Sim, pois há bens excluídos dessa comunhão, como os de uso pessoal, por exemplo. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
3.3 Contrato de doação 
3.3.1 Restrições à doação 
A) Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em 
testamento, segundo o artigo 549 do CC. 
B) Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global, em que não pode 
todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo para a sua subsistência. Caso isso 
aconteça, teremos nulidade. 
C) Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser anulada a 
doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a 
sociedade conjugal. 
3.3.2 Revogação da doação: 
Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e 
por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC. 
Por ingratidão do donatário: As hipóteses se encontram nos arts. 557 e 558 do CC. 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: 
I - Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso 
contra ele; 
II - Se cometeu contra ele ofensa física; 
III - Se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
IV - Se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. 
Observação: Quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente, 
descendente, ou irmão deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a 
revogação da doação, de acordo com o artigo 558 do CC. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Qual é o prazo para que se peça a revogação por ingratidão? Dentro de um ano, a contar 
de quando chegue ao conhecimento do doador sobre o fato e que o donatário foi o autor. 
Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima, ou seja, somente 
o doador pode ajuizá‑la. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu, os herdeiros e 
sucessores podem prosseguir com a ação. 
Mas e no caso de homicídio doloso? Se o doador morreu, como vai ajuizar? É uma 
exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação. 
 De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas 
doações puras. Não se admite, portanto, nas doações puramente remuneratórias, nas oneradas 
com encargo já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, e nas feitas 
para determinado casamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil1. Pessoa natural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Incapacidade 
Quem, embora tenha personalidade jurídica, não pode praticar atos da vida civil por si 
próprio. 
Incapacidade absoluta: 
Pessoa 
Natural
Incapacidade
Absoluta
Art. 3º, CC
Relativa
Art. 4º, CC
Capacidade 
Civil Plena
Capacidade de 
Direito 
Nascituro
Capacidade de 
Fato/Exercício
Maioridade
Art. 5º, CC
Emancipação
Art. 5º, §
único, CC
Voluntária
Judicial
Legal
Pessoa com 
Deficiência
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
1. Menores de 16 anos; 
2. Nenhum ato; 
3. Suprimento: representação (pais, tutores); 
4. Inobservância: nulidade (art. 166, I, CC). 
Incapacidade relativa: 
1. Hipóteses: +16 e –18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos, aqueles 
que por causa transitória ou permanentes não manifestem a vontade e pródigos; 
2. Certos atos ou maneira de praticar; 
3. Suprimento: assistência (pais, tutores, curadores); 
4. Inobservância: anulação (art. 171, I, CC). 
1.2 Pessoa com Deficiência 
1. Plenamente capaz; 
2. Art. 6º, Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13. 146/15); 
3. Tomada de Decisão Apoiada (art. 1.783-A, CC). 
1.3 Capacidade Civil Plena 
Capacidade de direito + capacidade de fato. 
1.4 Nascituro 
1. A lei garante os direitos desde a concepção; 
2. Não possui capacidade; 
3. Proteção de direitos sucessórios e direitos de personalidade. 
1.5 Capacidade de Direito 
1. Art. 1º, CC; 
2. Toda pessoa tem; 
3. Inerente à personalidade; 
4. Capacidade de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil; 
5. Inicia no nascimento com vida (art. 2º, CC); 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
6. Termina com a morte (art. 6º, CC). 
 
1.6 Capacidade de Fato/Exercício 
Possibilidade de exercer atos da vida civil por si próprio. Entretanto, nem toda pessoa 
possui. 
A aquisição pode se dar com a maioridade (art. 5º, CC), ao completar 18 anos, ou com a 
emancipação (art. 5º, § único, CC). Na emancipação, se antecipa a capacidade civil plena, mas 
segue incidindo regras do ECA. É irrevogável. 
Espécies de emancipação: 
1. Voluntária: Ambos os pais, escritura pública, registro; 
2. Judicial: Litígio, tutores e tutelados, registro; 
3. Legal: Casamento; exercício emprego público efetivo; Colação de grau 
(universidade); Independência econômica. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
2. Tutela e curatela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Tutela 
Representação legal de -18 anos. 
Falta dos pais (morte, ausência ou destituição do poder familiar). 
Base legal: Art. 1.728 e ss. do CC, art. 759 e ss. do CPC e art. 36 e ss. da Lei nº 8.069/90. 
Espécies: 
1. Testamentária (Art. 1.729 e 1.730, CC): Direito dos pais indicarem tutor aos filhos; 
Escritura pública ou outro documento autêntico. 
2. Legítima (Art. 1.731, CC): Na falta de indicação pelos pais; Parentes 
consanguíneos. 
Tutela
Espécies
Legítima
Dativa
TestamentáriaIncapacidade
Escusa
Exercício
Curatela
Sujeitos
Interdição
Curador
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
3. Dativa (Art. 1.732, CC): Falta de indicação pelos pais; Falta de parente; Juiz indica 
pessoa idônea. 
Incapacidade (Art. 1.735, CC): Pessoas que não poderão exercer tutela. 
Escusa (Art. 1.736, CC): Via de regra, não pode ser recusada. Exceções: casos do art. 
1.736, CC. Procedimento de escusa: simples petição (Art. 760, CPC). Prazo de 5 dias. 
Exercício (Art. 1.740 a Art. 1.752, CC): Os principais são administração dos bens e 
aceitar a herança (com autorização do juiz). 
2.2 Curatela 
Representação legal de maiores de idade, mas incapazes. 
Necessidade de Ação de Interdição. 
Base legal: Art. 4º, II, III, IV do CC, art. 1.767 do CC e art. 747 e ss. do CPC. 
Sujeitos (Art. 4º, II, III, IV e 1.767 do CC): 
1.1 Ébrios habituais e viciados em tóxicos; 
1.2 Aqueles que não possam manifestar a vontade; 
1.3 Pródigos. 
Interdição (Art. 747 e ss. do CPC): Reconhece situação de incapacidade. Fixa atos que 
não podem ser praticados. Realização de perícia. Nomeação de curador. 
Curador (Art. 1.775 do CC): Nomeado por sentença em Ação de Interdição. Ordem: 
1. Cônjuge ou companheiro não separado; 
2. Pai ou mãe; 
3. Descendente mais apto; 
4. Juiz nomeia. 
Importante: Aplica-se à curatela as disposições da tutela (Art. 1.774 do CC). 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
2.3 Prestação de contas 
Base legal: Art. 1.755 até art. 1.762 e art. 1.783 do CC. 
Tutores e curadores devem prestar contas ao juiz. De 2 em 2 anos ou sempre que o juiz 
exigir.Na curatela, se o curador for cônjuge e o regime for de comunhão universal, há dispensa. 
 
3. Direitos de personalidade 
Rol exemplificativo.Proteção a pessoa já falecida – herdeiros buscam reparação do dano 
(art 12 e 20, §§ únicos). 
Relação com os DF e dignidade. 
Art. 52 – pessoa jurídica. 
Súmula 227, STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.” 
Art. 13 a 15, CC – direito ao próprio corpo. 
1. Testamento vital; 
2. Cirurgia de adequação sexual – possibilidade; 
3. Crença religiosa – testemunhas de Jeová. 
Enunciado 528, das Jornadas de Direito Civil, que autoriza o chamado testamento vital ou 
biológico, que nada mais é do que uma autorização para a prática da suspensão do tratamento 
médico: 
“É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado 
"testamento vital", em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde, 
ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a sua 
vontade”. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Arts. 16 a 19, CC – direito ao nome. 
Transgêneros – possibilidade de alteração independentemente de cirurgia de adequação 
sexual – ADIN 4275. 
Nesse sentido, há a súmula 403, STJ que determina que “Independe de prova do prejuízo 
a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou 
comerciais”. 
Súmula 221, STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente 
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de 
divulgação. 
Arts. 20 e 21, CC – palavra, imagem, honra e vida privada. 
ADIN 4815, que dá ao art. 20, CC interpretação conforme a Constituição. Nesta ação, foi 
autorizada a publicação das “biografias não autorizadas”, ou seja, a possibilidade de publicação 
de obras biográficas literárias ou audiovisuais, independentemente do consentimento do 
biografado. O Presidente do STF a época (Ricardo Lewandowski) afirmou que “não é possível 
que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e publicação de biografias”, de 
forma que “a censura prévia está afastada, com plena liberdade de expressão artística, científica, 
histórica e literária, desde que não se ofendam os direitos constitucionais dos biografados”. 
 
 
 
 
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
4. Pessoa jurídica 
 
 
 
 
 
 
P
e
s
s
o
a
 J
u
rí
d
ic
a
Direito público – art. 41 e 42, 
CC
Direito Privado – art. 44, CC
Personalidade jurídica - Art. 
45, CC
Atos constitutivos 
Registro no CRCPJ
Registro no Registro Público de 
Empresas Mercantis
Se por pessoa jurídica 
empresária
Personalidade separada – art. 
49-A, CC
Sócio 
Pessoa jurídica 
Art. 50
Desconsideração da 
personalidade
Abuso da personalidade
Confusão patrimonial 
Desvio de finalidade 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
5. Domicílio: cumprimento das obrigações 
 
Domicílio
Regra geral - art. 
70, CC
Local de residência 
habitual, com ânimo 
definitivo.
Pluralidade de 
Domicílios - art. 71, 
CC
Quando a pessoa tem 
mais de um domicílio. 
Qualquer deles será 
usado para 
cumprimento das 
obrigações.
Domicílio 
Profissional - art. 
72, CC
Pessoa tem residência em 
um local e exerce 
profissão em outro. 
Utilizado para questões de 
caráter profissional.
Local onde exerce 
a profissão.
Sem Domicílio 
Habitual- art. 73, 
CC
Pessoa que não tem 
domicílio certo. Ex: artista 
de circo.
Cumprimento no 
local onde for 
encontrada.
Mudança de 
Domicílio - art. 74, 
CC
Quando muda o local de 
residência. Intenção 
manifesta de mudar-se.
Domicílio 
necessário - art. 76, 
CC
Incapaz
Domicílio de seus pais ou 
representantes legais.
Preso
Local do cumprimento da 
pena.
Servidor Público
Local onde estiver lotado 
para exercer função.
Militar
Onde servir ou na sede do 
comando a que estiver 
subordinado.
Marítimo
Local onde o navio estiver 
matriculado.
Agente diplomático 
- art. 77, CC
Se o agente diplomático 
brasileiro for citado no exterior e 
alegar extraterritorialidade, deve 
indicar o lugar, no Brasil, em que 
tem domicílio.
Não indicando: será 
acionado no DF ou no 
último lugar em que teve 
domicílio no Brasil.
Foro de eleição -
art. 78, CC
Possibilidade de indicar, nos 
contratos escritos, o local de 
cumprimento das obrigações dali 
provenientes.
Domicílio da 
Pessoa Jurídica
Privado
Sede das diretorias 
e administrações.
Havendo filiais, 
cada uma responde 
pelas obrigações ali 
constituídas.
Público
Capitais do Estado, 
DF, União, sede do 
Município.
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
6. Bens jurídicos 
Bens 
jurídicos
Considerados 
em si mesmos
Imóveis
art. 79-81, CC
Natureza solo (só ele)
Acessão (o que se 
gruda ao bem imóvel 
por natureza)
Natural Árvore 
Artificial Prédio 
Móveis
art. 82-84, CC
Por natureza
Semoventes (movem-se 
sozinhos) 
Propriamente ditos
Carro, celular, mesa (movimenta 
sem deterioração, com auxílio 
externo)
Fungíveis e Infungíveis
art. 85, CC
Bem fungível é o que 
admite a substituição
Soja, arroz, milho
Bem infungível é o 
que não admite 
substituição 
Quadro do pintor famoso
Consumíveis e 
Inconsumíveis
art. 86, CC
Consumíveis
O uso importa na destruição 
(alimentos) ou estão a venda 
(livro da livraria)
Inconsumíveis 
Suportam o uso continuado 
(carro, roupa)
Divisíveis e Indivisíveis
art. 87-88, CC
Divisíveis 
Podem ser fracionados sem alterar a 
substância (grãos, $)
Indivisíveis Não podem ser fracionados (cavalo)
Singulares e Coletivos
art. 89-91, CC
Singulares
Consideradas em sua 
individualidade, representadas 
por uma unidade (cavalo, livro, 
árvore) 
Coletivos 
Compostos de várias coisas 
singulares (biblioteca, floresta)
Reciprocamente 
considerados
Principal 
art. 92, CC
Existe por si próprio 
(solo)
Acessório
Pressupõe a existência 
do principal (árvore)
Benfeitorias 
art. 96 a 97
Necessárias – evitar 
estragos 
Úteis: melhora o 
uso
Voluptuárias –
recreação 
Pertenças
art. 93, CC
Móveis que não são parte 
integrante, mas se 
destinam, de modo 
duradouro, ao uso, serviço 
ou aformoseamento de 
outro.
Bens públicos 
e particulares
Particulares Iniciativa privada
Públicos
Pertencentes às 
pessoas de direito 
público interno (art. 98, 
CC)
Bens de uso 
comum do 
povo
Praças, ruas, etc. art. 
103 – pode-se pagar 
pelo uso (pedágio)
Bens de uso 
especial
Prestação/execução 
de serviços públicos 
Bens 
dominicais
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
7. Bem de família 
 
 
 
 
 
 
 
B
E
M
 D
E
 F
A
M
ÍL
IA
Voluntário
Vários bens
Até 1/3 patrimônio líquido
Escritura pública ou testamento
Registro no CRImóveis
Enquanto o casal existir ou os filhos forem menores de 18 anos
Impenhorabilidade quanto a dívidas posteriores a instituição 
Salvo: derivadas do próprio bem – Impostos e condomínio
Legal
Lei 8009/90
Único bem
Regra: impenhorabilidade
Exceção: art. 3º, Lei
Protege imóveis de pessoas solteiras, casadas ou viúvas – súmula 
364, STJ
Box de garagem – se tiver matrícula própria pode ser penhorado –
súmula 449, STJ
Se imóvel estiver locado a terceiro –súmula 486, STJ – mantém a 
impenhorabilidade
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
8. Planos da existência, validade e eficácia 
 
 
Capacidade dos negócios jurídicos gerarem efeitos. Pode depender de alguma “situação 
especial” (elementos acidentais do negócio jurídico). 
 
 
 
 
 
 
 
O negócio jurídico, para ser 
considerado como tal, deve 
cumprir certos requisitos 
mínimos. Os elementos 
estruturais estão presentes. 
Uma vez que o negócio seja 
existente, deve-se analisar se está 
perfeito ou se contém algum vício ou 
defeito inviabilizante. Os requisitos 
devem estar presentes. 
Quando está apto a produzir 
efeitos imediatos. A produção de 
efeitos pode estar limitada por 
elementos acidentais. 
E
fi
c
á
c
ia
Condição
art. 121
Evento futuro e incerto
Suspensiva
Resolutiva 
Termo Evento futuro e certo
Encargo ou modo
Determinação que 
impõe um dever ou 
ônus ao beneficiário
Plano da existência
•Vontade
•Agente
•Objeto 
•Forma 
Plano da validade
•Vontade = livre + boa-fé
•Agente = capaz + 
legitimado
•Objeto = lícito + possível 
+ determinado
•Forma = livre ou prescrita 
em lei
Plano da eficácia
•Elementos acidentais
•Condição
•Termo 
•Modo ou encargo
•Consequências do 
inadimplemento negocial 
(juros, multas, perdas e 
danos)
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 
D
e
fe
it
o
s
Erro Art. 138, CC pessoa engana-se sozinha
Dolo Art. 145, CC artifício malicioso
Coação Art. 151, CC
ameaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada 
em temor de dano iminente e considerável ao 
paciente, seus familiares ou seus bens. 
Lesão Art. 157, CC
prejuízo resultante da enorme desproporção existente 
entre as prestações de um contrato, no momento de 
sua celebração, determinada pela premente 
necessidade ou inexperiência de uma das partes 
estado de perigo Art. 156, CC
situação de perigo conhecida da outra parte 
(elemento subjetivo) + onerosidade excessiva 
(elemento objetivo).
Simulação Art. 167, CC
declaração enganosa da vontade, visando aparentar 
negócio diverso do efetivamente desejado.
Fraude contra 
credores
devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se 
tornar insolvente, com o intuito de prejudicar seus 
credores.
Art. 158, CC –
gratuita
Art. 159, CC –
onerosa 
In
v
a
lid
a
d
e
s
Nulo Art. 166 e 167, CC
absolutamente incapaz;
objeto ilícito, impossível ou indeterminável;
motivo for ilícito;
não revestir a forma prescrita em lei;
não for observada solenidade essencial;
objetivo fraudar lei imperativa;
lei o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática
Negócio simulado
Anulável Art. 171, CC
incapacidade relativa do agente;
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de 
perigo, lesão ou fraude contra credores.
Não convalesce pelo decurso do tempo. 
Não pode ser confirmada pelas partes. 
Convalesce pelo decurso do tempo. 
Prazo de 4 anos – art. 178, CC. 
Pode ser confirmada pelas partes. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
9. Prescrição e decadência 
 
Prescrição
Existe um direito
Este direito é violado 
Nasce para o titular uma pretensão
•Cobrança; Reparação civil; 
Indenização
Deve ser exercida nos prazos dos 
arts. 205 e 206, CC
Causas que impedem ou suspendem
•Arts. 197 a 199, CC
•Prazo não começa a contar
Causas interruptivas
•Art. 202, CC
•Iniciou a contagem → ocorreu a 
causa →recomeça a contar do zero
•Apenas uma vez
Decadência
Há prática de um ato/negócio
•Pela parte 
•Por terceiro
Em razão deste ato/negócio, nasce um 
direito
Deve ser exercido no prazo 
estabelecido
Geralmente o dispositivo que prevê o 
direito, já traz o prazo. Se não trouxer, 
art. 179, CC = 2 anos.
Art. 207. Salvo disposição legal em 
contrário, não se aplicam à decadência 
as normas que impedem, suspendem 
ou interrompem a prescrição. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
10. Direito matrimonial 
 
 
 
 
 
 
Capacidade para o 
casamento
16 a 18 anos – necessidade de 
autorização dos pais.
Consentimento: se um dos pais permitir 
e o outro não, a solução é pedir 
autorização judicial. Não deve casar. 
Pode ser retirado até a celebração.
Indivíduo emancipado → não precisa da 
autorizaçãodos genitores.
Impossibilidade de casamento de 
menor de 16 anos (nova redação do art. 
1.520, CC). 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impedimentos: Art. 1.521, CC = não PODE casar. 
Matrimônio realizado com inobservância de impedimento = nulo (art. 1.548, II, CC) – 
interessados ou o MP poderão, a qualquer tempo, buscar a nulidade (art. 1.549, CC). 
Causa suspensiva: Art. 1.523, CC = não DEVE casar. 
Matrimônio realizado com inobservância de causa suspensiva = imposição do regime de 
separação obrigatória (art. 1.641, I, CC). 
Habilitação
Corre perante o Registro Civil
Momento de averiguar a 
capacidade e eventual 
impedimento. 
Definir o regime de bens.
Celebração
No cartório = 2 testemunhas
Fora = 4 testemunhas + 
portas abertas
Casamento civil – celebração 
por juiz de paz
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Casamento nulo e anulável: 
Nulo = celebrado com inobservância à impedimentos. Não prescreve. 
Anulável = situações do art. 1.550, CC. Prazos prescricionais exíguos. 
Enquanto estiver em vigência, produz efeitos. 
Depois da sentença = efeito retroativo (art. 1.563, CC) - dissolução do vínculo, como se 
nunca tivesse ocorrido (volta a ser solteiro). 
11. Regime de bens 
Mutabilidade do regime de bens: Pedido motivado ao juiz, feito por ambos os cônjuges 
e com a garantia do direito de terceiros – art.1.639, § 2.º, CC. 
Pacto antenupcial: Escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a 
habilitação); dispor de regras patrimoniais (art. 1.653, CC). 
Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento de 
cláusulas que não sejam possíveis). Regime da CPB (art. 1.640, CC). 
 Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime legal 
(comunhão parcial de bens). 
Outorga conjugal: Regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do 
CC. 
Exceção: 
 No regime da separação convencional de bens; 
 Na separação obrigatória a súmula 377, STF é aplicada; 
 No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar a 
livre disposição dos bens. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
11.1 Comunhão parcial de bens 
Bens incomunicáveis: constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e 
1.661). 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância 
do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em 
sub-rogação dos bens particulares; 
III - As obrigações anteriores ao casamento; 
IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior 
ao casamento. 
Bens comunicáveis: integram o patrimônio comum (art. 1.660). 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - Os bens adquiridos na constância do casamento por títutlo oneroso, ainda que só em 
nome de um dos cônjuges; 
II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa 
anterior; 
III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
V - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na 
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
11.2 Comunhão universal de bens 
Bens incomunicáveis: arts. 1.668. 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados 
em seu lugar; 
II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de 
realizada a condição suspensiva; 
III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
Os cônjuges, casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977, 
CC). 
11.3 Participação final nos aquestos 
Existem cinco universalidades de patrimônios: 
1. Os bens particulares que cada um possuía antes de casar; 
2. Os bens que o outro já possuía; 
3. O patrimônio adquirido por um dos cônjuges, em nome próprio, após o 
matrimônio; 
4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após o casamento; 
5. Os bens comuns, adquiridos pelo casal. 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
A participação ocorrerá sobre o patrimônio adquirido, de forma onerosa, pelo outro, mas 
através de um crédito e não pela constituição de condomínio sobre o patrimônio. Significa dizer 
que o direito não é sobre o patrimônio, mas sim sobre eventual saldo após as compensações 
dos acréscimos de cada um. 
Há uma expectativa de crédito (que só se configura ao final). Não se trata de meação, 
mas de crédito a receber. 
11.4 Separação de bens 
Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao matrimônio). 
Existem dois patrimônios bem separados: o do marido e o da mulher. Não há qualquer 
comunicação de bens. 
Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro cônjuge. 
Separação obrigatória – incidência da súmula 377, STF. 
12. União estável 
União estável = ato-fato jurídico = independe de vontade para que se configure. União 
pública, contínua e duradoura, com a intenção PRESENTE de formar família. 
Requisitos: art. 1.723, CC. Não há necessidade de coabitação. Súmula 382, STF. 
Aplicabilidade das regras de impedimentos (art. 1.723, § 1.º, CC). 
Não reconhecimento de uniões estáveis paralelas. 
Regime de comunhão parcial de bens. 
Concubinato = 1.727, CC – impedimento matrimonial. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
13. Dissolução do vínculo conjugal 
 
A possibilidade de julgamentos parciais no divórcio – art. 356, CPC/2015 
Possibilidade de divórcio sem prévia partilha de bens. 
Divórcio extrajudicial: 
1. Consenso; 
2. Inexistência de filhos incapazes ou nascituros (novo CPC) – cabe, neste caso, 
emancipar os filhos menores de idade para a realização do divórcio extrajudicial 
– o CPC/2015 retirou o termo menores, deixando os incapazes e incluindo os 
nascituros; 
3. Assistência de advogado. 
Divórcio no estrangeiro: O divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil 
sem que seja necessário proceder à homologação. Art. 961, § 5.º CPC + Prov. 53 CNJ = 
Apenas para divórcios consensuais simples. Havendo guarda, partilha, necessária a 
homologação do STJ. 
Dissolução
CC - separação + 
divórcio
Separação fática por 2 
anos
Divórcio direto
1 ano de casamento + 
separação judicial + 1 
ano de trânsito em 
julgado
Divórcio por 
conversão
Constituição Federal
Independentemente do tempo de 
casamento; independentemente do 
tempo de separação → cabe 
divórcio para romper vínculo (EC 
66/2010).
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Separação e Divórcio Extrajudiciais: Lei 11.441/2007 + art. 733, CPC/2015. 
Requisitos: Consenso; Inexistência de filhos incapazes ou nascituros; Assistência de 
advogado. 
14. Guarda 
Unilateral ou exclusiva, quando exercida por apenas um dos pais. Compartilhada, quando 
exercida por ambos em iguais condições. 
A guarda pode ser modificada se ficar provado que o guardião ou pessoas de sua 
convivência familiar não trata convenientemente a criança ou o adolescente. 
A guarda pode ser estabelecidaa terceira pessoa, desde o nascimento, se houver 
abandono afetivo (art. 1584, § 5.º, CC). 
Com a lei 13.058/2014 a guarda compartilhada tornou-se a regra! 
Residência base de moradia = art. 1.583, § 3.º 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
15. Parentesco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P
a
re
n
te
s
c
o
NATURAL Biológico
CIVIL
Adoção 
Parentesco biológico permanece apenas para fins de 
impedimento matrimonial
Afinidade 
Se estabelece entre o cônjuge e os parentes do outro 
(em razão do matrimônio). Permanente na linha reta 
(sogro e enteado). Extingue-se na linha colateral 
(limita-se ao segundo grau – cunhado)
Afetividade 
Para sua configuração depende de laudo pericial. Pode 
prevalecer em detrimento do parentesco biológico 
(questões de reconhecimento de paternidade).
Linhas 
Reta – relação de ascendência e descendência – INFINITO 
Colateral ou transversal – os parentes se relacionam por existir um 
parente ancestral comum – LIMITA-SE ao 4.º grau (sucessões); 3.º 
grau (casamento); 2.º grau (obrigação alimentar) 
Graus 
É a unidade de parentesco em cada linha, contada a partir de uma 
pessoa e seu parente imediatamente próximo
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
16. Alimentos 
 Direito 
aos 
alimentos 
Prestação 
alimentícia já 
fixada 
Prestação 
alimentícia já 
fixada em favor de 
absolutamente 
incapaz 
Prestação 
alimentícia devida 
pelos pais aos filhos 
 
 
Prazos 
Não há 
prazos para 
se pleitear 
Cobrança = 
prescreve em 2 
anos 
Cobrança = 
prescreve em 2 
anos 
Cobrança = 
prescreve em 2 anos 
 
 
Início do 
prazo 
prescricional 
---------
---- 
Vencimento Contra 
absolutamente 
incapaz (art. 198, I, 
do CC). Só se 
iniciará quando o 
menor completar 
16 anos. 
Prescrição não 
corre entre 
ascendentes e 
descendentes durante 
o poder familiar (art. 
197, II, do CC). Só se 
iniciará quando o 
menor completar 18 
anos ou ocorrer a 
emancipação. 
Alimentos gravídicos: fixados em benefício da mulher grávida, para que possa atender 
as necessidades especiais da gestação. Lei 11.804/2008 – depois do nascimento, convertem-se 
automaticamente em alimentos para a criança até que seja pedida revisão. 
Bem de família – não cabe alegação de impenhorabilidade. 
É irrenunciável – discussão renúncia x dispensa. 
Obrigação avoenga: caráter exclusivo, sucessivo, complementar e não-solidário. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Ordem: pai/mãe → na falta destes → avós → na falta destes → bisavós → na ausência 
de ascendentes → descendentes → na ausência destes → colaterais em 2.º grau (irmãos). 
Reciprocidade: 
Fixação ➔ necessidade x possibilidade → incidência da proporcionalidade 
Modificação ➔ a qualquer tempo, desde que haja alteração da necessidade ou 
possibilidade. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
17. Morte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORTE • Real 
• Presumida
Presumida com 
decretação de 
ausência (art. 6º, 2 
parte + art. 22 e ss., 
CC + art. 744, CPC)
• Ausente = art. 22
• aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias, sem 
deixar representante ou procurador para administrar-lhe o 
patrimônio.
• A lei prevê três fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão 
provisória e sucessão definitiva. Art. 744 e ss. CPC/2015’
Presumida sem 
decretação de 
ausência (art. 7º, CC)
• Quando o corpo do de cujus não é encontrado
• Hipóteses: 
• extremamente provável a morte de quem 
estava em perigo de vida;
• pessoa envolvida em campanha militar ou feito 
prisioneiro, não sendo encontrado até dois 
anos após o término da guerra.
Transmissão da 
herança aos herdeiros
• Princípio da saisine
• Todo unitário e indivisível
• Aplicação das regras do 
condomínio
• Possibilidade de utilização das 
ações possessórias
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18. Liberdade de testar 
Princípio da liberdade limitada de testar – existe um percentual que não está sujeito à 
vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários. 
Havendo herdeiros necessários – art. 1.789 – dispõe da metade da herança. 
Herdeiros necessários: art. 1.845 – descendentes, ascendentes e cônjuge. 
Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros necessários: art. 1846, CC 
(herança ≠ legítima). 
MORTE
• Real 
• Presumida
Abertura da 
sucessão
• Transmissão da herança aos herdeiros
Lugar da 
abertura da 
sucessão 
• Regra
• último domicílio do falecido (art. 1.785, CC) 
• Exceções:
•Falecido sem domicílio certo = situação dos bens (art. 48, § único, 
I, CPC/2015)
•Falecido sem domicílio certo e com bens em lugares diferentes = 
local de qualquer dos bens (art. 48, § único, II, CPC/2015)
•Falecido com pluralidade de domicílios = qualquer deles (art. 71, 
CC)
Capacidade 
hereditária
•Legítima
•Art. 1.798, CC
•Testamentária 
•Arts. 1.798 + 1.799, CC
Espécies de 
sucessão
• Legítima 
• Herdeiros necessários: descendentes, 
ascendentes e cônjuge
• Garantia da legítima (1/2 da herança)
• Herdeiros facultativos: colaterais
• Podem ser excluídos da sucessão –
liberdade plena de testar
• Testamentária 
• Herdeiro instituído – recebe % da 
herança
• Herdeiro legatário – recebe bem certo, 
descrito e caracterizado
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Valor da parte disponível definido pela avaliação – art. 1.847. Havendo excesso, redução 
das disposições, nos termos dos arts. 1.966 a 1.968. 
Herança ≠ meação. 
Art. 1.850. Será plena a liberdade de testar se não houverem herdeiros necessários. 
19. Herança 
 
HERANÇA
Aceitação 
Confirma a 
transmissão 
ocorrida no 
momento da 
morte
Espécies
Expressa
Por 
documento
Tácita
Atos próprios 
de herdeiro
Presumida 
Art. 1807, CC -
interessado em que o 
herdeiro aceite requer ao 
juiz, para que lhe intime a 
dizer, em prazo não 
superior a 30 dias, se 
aceita ou não a herança.
Nesse caso, o 
silêncio é 
interpretado 
como 
manifestação da 
vontade
Formas 
Direta 
Pelo próprio 
herdeiro
Indireta 
Por 
procurador
Pelos 
sucessores do 
herdeiro
Pelo credor 
Renúncia 
Repúdio a 
herança
Tem-se por 
não verificada 
a transmissão 
Sempre de 
forma 
expressa
Escritura 
pública 
Termo judicial 
Efeitos
Parte do herdeiro 
renunciante acresce 
aos herdeiros de 
mesma classe
Ninguém representa 
herdeiro renunciante
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
19.1 Herança Jacente e Vacante 
1. Com a morte, abre-se, de imediato, a sucessão, com a transmissão da herança. 
2. Se o autor da herança não tiver deixado herdeiros, o patrimônio não pode ficar 
“solto”. 
3. Cabe, então, ao juiz da Comarca em que tiver domicílio o finado tomar 
providências para proteger e arrecadar o patrimônio (art. 738 e ss., CPC/2015). 
4. A guarda e administração dos bens ficará a cargo de um curador, que age como 
um verdadeiro administrador: arrecadando e conservando os bens que 
compõem a herança, bem como reivindicando o domínio (art. 739, CPC/2015). 
5. Finalizada a arrecadação, serão expedidos editais, nos termos do art. 741, 
CPC/2015 – na internet, site do tribunal e na plataforma do CNJ, devendo 
permanecer por 3 meses. Em não havendo o site, a publicação deverá ocorrer 
na imprensa da Comarca, por 3 vezes, com intervalos de 1 mês entre cada uma. 
•Decorre de lei
•Hipótestes: art. 1.814, CC
•Independe de manifestação
•Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário)
•A exclusão depende da Ação de Indignidade
•Prazo – 4 anos – abertura da sucessão
•Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido
•Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança
INDIGNIDADE
•Decorre da vontade do autor da herança
•Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC 
•Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testament
•Deve indicar a causa da deserdação
•Só atinge aos herdeirosnecessários – descendentes, ascendentes e cônjuge
•A exclusão depende da Ação de Deserdação – confirma a causa alegada no 
testament
•Prazo – 4 anos – abertura do testamento 
•Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato
de última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior.
•Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança
DESERDAÇÃO
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
6. Não havendo herdeiro habilitado, após um ano da publicação do edital, a 
herança será declarada vacante (art. 743, CPC/2015). 
7. Uma vez sendo declarada, por sentença, a vacância, o cônjuge, companheiro 
ou herdeiros só poderão reclamar seu direito através de ação de petição de 
herança (art. 743, § 2.º, CPC/2015). 
8. Após a declaração de vacância, podem os credores pedir o pagamento das 
dívidas reconhecidas, nos limites da força da herança (art. 1.821, CC + art. 741, 
§ 4.º, CPC/2015). 
9. Mas essa declaração de vacância não faz com que os bens da herança se 
incorporem, desde logo, ao patrimônio do Município ou Distrito Federal (se 
localizados nos seus territórios) ou à União (se localizados em território federal). 
Para tanto, o art. 1.822, CC prevê o prazo de 5 anos da abertura da sucessão. 
19.2 Petição de herança 
Pode ocorrer, por qualquer razão, que algum herdeiro não seja relacionado no inventário 
e na partilha. Nesse caso, sua condição jurídica de herdeiro não é reconhecida (filho a ser 
reconhecido de uma relação extraconjugal do de cujus). 
Nesse caso, para que esse herdeiro possa ter seu direito reconhecido e, então, receber 
parcela que lhe cabia na universalidade, deverá ingressar com uma ação judicial. Esse é o caso 
da petição de herança. 
A ação visa, portanto, o reconhecimento da qualidade de herdeiro e a satisfação quanto 
ao acervo hereditário, ou seja, contemplar o herdeiro – autor da ação – com sua quota parte na 
herança. 
Exemplos: 
1. Alguém que se aposse ilegalmente da herança ou de parte dela; 
2. Herança que é recolhida por parentes mais afastados do falecido e o 
interessado é de grau mais próximo, de classe preferencial; 
3. A herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, e aparece testamento do 
de cujus, em que outra pessoa é nomeada herdeira; 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
4. O filho não reconhecido ingressa com ação de investigação de paternidade 
e, de forma cumulada, com a petição de herança. 
20. Sucessão legítima 
 
 
 
 
 
 
 
 
FALECIDO SOLTEIRO
DESCENDENTES
• Mais próximos excluem os mais remotos
• Existe direito de representação
• Filhos sucedem por cabeça
• Outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, 
conforme se achem ou não no mesmo grau. 
ASCENDENTES
• Mais próximos excluem os mais remotos
• Não há direito de representação
• Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os 
ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo 
a outra aos da linha materna. 
COLATERAIS
• Mais próximos excluem os mais remotos
• Ordem: Irmãos, sobrinhos, tios e demais 
colaterais
• Existe direito de representação – FILHOS 
DE IRMÃOS
• Irmão unilateral – peso 1
• Irmão bilateral – peso 2 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 
 
 
Falecido casado ou 
convivente em 
união estável
DESCENDENTES 
EM 
CONCORRÊNCIA 
COM O 
SOBREVIVENTE
•Condicionado ao 
regime de bens
•REGRA
•Há concorrência
•EXCEÇÃO
•CUB
•SOB
•CPB, s/BP
•Meação sobre bens 
comuns
•Herança sobre bens 
particulares
•% de concorrência
•Divisão igualitária –
até 3 filhos comuns 
•Divisão igualitária –
qualquer número de 
filhos individuais 
•Reserva de ¼ da 
herança – mais de 3 
filhos comuns
ASCENDENTES 
EM 
CONCORRÊNCIA 
COM O 
SOBREVIVENTE
• Independentemente 
do regime de bens
•Meação sobre bens 
comuns
•Herda sobre a 
totalidade da herança 
(outra metade dos 
bens comuns + 
totalidade de bens 
particulares)
•% de concorrência
•1/3 se concorrer 
com Pai e Mãe
•½ se concorrer só 
com Pai ou só com 
Mãe ou se maior for 
o grau
Sobrevivente 
como 
herdeiro 
universal
•Não havendo 
descendentes, 
nem ascendentes
•Direito real de 
habitação sobre o 
imóvel em que o 
casal residia
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
21. Sucessão testamentária 
Liberdade de dispor Limitada a 50% da herança Herdeiro necessário
Plena Colaterais 
Disposições Patrimoniais 
Pessoais Reconhecimento de filho
Perdão indigno
Capacidade No ato de elaborar o testamento Pessoa capaz
Maior de 16 anos
Incapacidade superveniente não 
retira validade
Formas ordinárias Público
Próprio testador; 2 testemunhas; tabelião aprova; 
costurado e lacrado
Particular Próprio testador; 3 testemunhas; Possível não observar 
requisitos se houver risco de vida – juiz analisa 
Cerrado 
Tabelionato; 2 testemunhas
Codicilo Disposições de pequeno valor
Formas especiais Marítimo e aeronáutico No diário de bordo
Deve ser entregue a autoridade no desembarque
Só tem validade se a pessoa falecer na viagem ou não 
convalescer dentro de 90 dias após desembarque
Militar Ao oficial responsável
Situação excepcional – aceito de viva voz
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
22. Revogação do testamento 
Revogar = modificar ou desconstituir, através de novo ato de vontade. 
Caducar = o ato perde a validade por uma causa que o esvazia, ou em razão de um fato 
que lhe retira o objeto. 
Nulidade = onde há um vício, embora as consequências sejam idênticas: deixa de existir 
a disposição testamentária. Depende de declaração judicial, enquanto a revogação é ato 
unilateral. 
O testamento é essencialmente revogável. 
É nula a cláusula de renúncia a faculdade de revogar testamento. 
 
Autor da herança testa
Sabendo da existência de 
herdeiro necessário
Autor da herança ultrapassa o 
limite da liberdade de dispor
Autor da herança falece
TESTAMENTO É CUMPRIDO 
= mas com redução das 
disposições ao limite da parte 
disponível
Sucessão será legítima – 50% 
e testamentária – 50%
Autor da herança testa
Sem saber existência de 
herdeiro necessário
Herdeiro necessário aparece 
após testamento
Autor da herança falece
TESTAMENTO NÃO É 
CUMPRIDO = rompe-se
Sucessão será exclusivamente 
legítima
R
e
d
u
ç
ã
o
 d
e
 D
is
p
o
s
iç
õ
e
s
 
T
e
s
ta
m
e
n
tá
ri
a
s
A
rt
. 
1
.9
6
6
, 
C
C
R
o
m
p
im
e
n
to
 d
e
 T
e
s
ta
m
e
n
to
A
rt. 1
.9
7
3
, C
C
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
22.1 Espécies de revogação 
Expressa: dá-se mediante a confecção de novo testamento, onde é indispensável 
mencionar a revogação do anterior, ou parte dele. Observa-se a mesma solenidade pra a 
celebração (art. 1.969 CC). 
Tácita: decorre do surgimento de novo testamento, cujos dizeres e o conteúdo 
apresentam-se incompatíveis com o anterior. Ante a contradição, permanece sempre a 
disposição mais recente. 
O simples fato de existir novo testamento não significa que tenha revogado o 
anterior. Ambos podem coexistir, desde que não sejam contraditórios, ou seja, desde que 
se complementem. 
22.2 Formas de revogação 
1. Total: revogação pura e simples: declara-se, em novo testamento, a revogação do 
anterior, não fazendo qualquer limitação ou reserva. 
2. Parcial: limita-se ao tópico atingido – art. 1.970 CC 
3. A revogação do testamento de reconhecimento de filho é válida, mas a declaração de 
reconhecimento permanece surtindo efeitos. 
4. O novo testamento não atinge os legados, pois estes são especificações dos bens. 
5. A superveniência de descendente revoga automaticamente o testamento – art. 1.973 – 
este dispositivo pressupõe a inexistência, ou conhecimento, de qualquer descendente. Situação 
irrelevante em face do teor do art. 1.974: “rompe-se também o testamento feito na ignorância de 
existirem outros herdeiros necessários.” 
22.3 Efeitos da revogação 
1. Priva-se o testamento de qualquer eficácia, se total, ou da eficácia na parte atingida, se parcial. 
2. Passaa vigorar a sucessão (legítima) hereditária, em todos os seus efeitos. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
22.4 Ação para anulação do testamento 
1. Proposta no juízo do inventário. 
2. Testamento viciado ou com cláusulas proibidas. 
 
 
23. Ritos/espécies de inventários 
 
R
it
o
s
Inventário judicial pelo rito tradicional – arts. 610 
a 658, CPC/2015
Inventário judicial pelo rito do arrolamento 
sumário – art. 659, CPC/2015
Inventário judicial pelo procedimento do 
arrolamento comum – art. 664, CPC/2015
Inventário extrajudicial – Lei 11.441/2007 + art. 
610, § 1.º, CPC/2015
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
24. Posse 
 
24.1 Efeitos da posse 
O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos 
podem ser de ordem material ou processual. 
Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao 
direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião. 
Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos 
possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato. 
POSSE
É o 
domínio 
físico que 
alguém 
tem sobre 
a coisa, 
que vem 
a ser 
protegido 
pelo 
Direito, 
sendo, 
portanto, 
concedido 
efeitos 
jurídicos a 
este 
domínio. 
É o 
exercício 
de fato de 
um dos 
poderes 
inerentes 
a 
proprieda
de. 
Teorias justificadoras
Teoria 
subjetivist
a ou 
subjetiva 
– Savigny
–poder 
físico 
sobre a 
coisa 
(corpus) + 
vontade 
de ser 
dono 
desta 
coisa 
(animus 
domni)
Teoria 
objetivista 
– Jhering
– exige 
apenas o 
poder 
físico/fátic
o sobre a 
coisa, 
dispensan
do o 
“animus 
domni”, 
mas 
agindo, o 
agente, 
com o 
intuito de 
explorar a 
coisa de 
forma 
econômic
a. Esta é 
a teoria 
adotada 
pelo 
Brasil, 
(art. 
1.196, 
CC)
Posse x Detenção 
Posse -
o sujeito 
que 
possui o 
domínio 
físico da 
coisa age 
como se 
dono 
fosse
Detenção 
– o sujeito 
possui o 
domínio 
físico da 
coisa, 
mas sabe 
que a 
coisa não 
é sua e 
pretende 
devolvê-la 
após o 
uso. 
O 
detentor 
tem a 
coisa em 
razão de 
uma 
situação 
de 
dependên
cia 
econômic
a ou de 
subordina
ção. 
Classificação 
Direta e 
posse 
indireta –
art. 1.197, 
CC
Justa e 
injusta –
art. 1.200, 
CC
Boa e 
má-fé –
art. 1.201, 
CC
Com título 
e sem 
título 
Nova e 
posse 
velha 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
24.2 Percepção dos frutos 
Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de boa ou 
má-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao recebimento (ou não) dos 
frutos. 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser 
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também 
restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são 
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem 
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de 
má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 
O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes 
(ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por 
antecipação. 
O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como 
aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser 
responsabilizado no caso de perecimento do frutos não colhidos por sua culpa (reparação de 
danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas 
despesas de produção e custeio. 
Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo). 
Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos. 
Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha 
a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após 
separados consideram-se colhidos. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações 
financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para 
vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira. 
24.3 Retenção e indenização das benfeitorias – 1.219 a 1.222 
Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa 
principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já 
existente – com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem 
ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias. 
São necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou 
deterioração da coisa principal (reparos realizados na viga; troca do telhado). 
São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da coisa (abertura de 
uma nova entrada para servir de garagem para a casa). 
São voluptuárias aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa 
(decoração do jardim). Art. 96, CC. 
Benfeitorias necessárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a 
estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor 
de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o 
dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo 
direito de retenção. 
Benfeitorias úteis: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas 
benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. 
Benfeitorias voluptuárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a 
estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a 
desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não 
tem direito a levantar as benfeitorias voluptuárias. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
24.4 Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa 
Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda 
ou deterioração da coisa: 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a 
que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda 
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do 
reivindicante. 
 Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do 
possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração 
da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova 
de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante 
(art. 1.218, 2ª parte). 
Exemplo: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse 
de João por ter ingerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal 
ocorrer por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele 
morreria, não terá João o dever de indenizar. CUIDADO, pois, neste caso, depende de PROVA! 
24.5 Proteção possessória 
Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar 
das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse. 
Importanteobservar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo proprietário 
detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade, se encontra 
na posse da coisa. 
Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes dispositivos: 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído 
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
§ 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria 
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
§ 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou 
de outro direito sobre a coisa. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á 
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras 
por modo vicioso. 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o 
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. 
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, 
salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de 
quem este o houve. 
24.6 Ações possessórias 
1. Interdito proibitório – caso de ameaça ou risco ao exercício da posse 
do titular. Proteção de perigo iminente. 
2. Ação de manutenção de posse – caso de turbação ou perturbação à 
posse, ou seja, houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor. 
Preservação da posse. 
3. Ação de reintegração de posse – caso de esbulho ou retirada da 
posse, quando o atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse. 
Devolução da posse. Cabível sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do 
imóvel. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
25. Propriedade 
25.1 Atributos da propriedade 
Estes quatro atributos da propriedade: Gozar, Reivindicar, Usar e Dispor, são resumidos 
na expressão GRUD. Art. 1.228, CC. Se uma pessoa tiver todos estes atributos terá a 
propriedade plena. Contudo, faltando algum deles ou, caso esses atributos sejam divididos entre 
duas ou mais pessoas, haverá a propriedade restrita. 
Direito de uso, ou seja, utilização da coisa conforme as permissões legislativas, ou seja, 
existem limites ao uso como, por exemplo, o direito de vizinhança, a desapropriação ou o 
tombamento. 
Direito de gozo ou fruição, ou seja, a possibilidade de retirar da coisa os frutos que ela 
produz (sejam eles naturais ou civis), como, por exemplo, a locação de um imóvel. 
Direito de disposição, ou seja, sendo o proprietário da coisa, poder transmiti-la a terceiro, 
seja por ato entre vivos (compra e venda) ou causa mortis (testamento), seja de forma onerosa 
(mediante pagamento) ou gratuita (negócio benéfico, sem pagamento). 
Direito de reinvindicação, ou seja, possibilidade de, através de ação petitória, com 
fundamento na propriedade, reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. A ação 
reivindicatória é a ação petitória mais comum, tratando-se de ação real fundada no domínio. 
Tartuce afirma que pode-se “afirmar que proteção da propriedade é obtida por meio dessa 
demanda, aquela em que se discute a propriedade visando à retomada da coisa, quando terceira 
pessoa, de forma injustificada, a tenha, dizendo-se dono”. O STJ tem entendido ser imprescritível 
tal ação, tendo em vista seu caráter declaratório. 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
25.2 Formas de aquisição da propriedade imóvel 
Formas originárias: Ocorre sem que a propriedade venha com as características 
anteriores, sem que haja manifestação de vontade do antigo dono. Nesta modalidade, não existe 
transmissão. 
Formas derivadas: Ocorre quando há manifestação de vontade do antigo dono, 
transmitindo a propriedade a outra pessoa. Neste caso, a propriedade segue com as 
características anteriores. 
25.2.1 Usucapião de bens imóveis 
Posse com a intenção de ser dono (posse ad usucapionem). Deve ser mansa e pacífica, 
ou seja, sem oposição. Lapso temporal prescrito em lei. 
Extraordinária: Art. 1.238 
1. 15 anos de posse. 
2. Dispensa a existência de justo título e boa-fé. 
3. Redução de prazo: para 10 anos se o imóvel for utilizado para moradia 
habitual ou se tiver sido realizado obra ou serviço de caráter produtivo. 
Ordinária: Art. 1.242 
1. 10 anos de posse 
2. Justo título e boa-fé. 
Formas de 
aquisição a 
propriedade 
imóvel
Formas 
originárias
Acessões 
ilhas
aluvião
avulsão
álveo abandonado
plantações e 
construções
Usucapião
Formas 
derivadas
Registro do 
título
Sucessão 
hereditária
 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
3. Redução de prazo: para 5 anos se o imóvel tiver sido adquirido, de 
forma onerosa, devidamente registrado e, posteriormente, tiver o registro cancelado e 
desde que os possuidores tenham estabelecido lá sua moradia ou realizado 
investimentos de interesse social e econômico. 
Especial Rural: Art. 1.239 
 5 anos 
 Área rural de até 50 hectares 
 Produtividade ou moradia 
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Especial Urbana: Art. 1.240 
 5 anos 
 Área urbana de até 250 m² 
 Moradia 
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
Especial urbana por abandono do lar conjugal: Art. 1.240-A 
 anos 
 Área urbana de até 250 m² 
 Moradia (posse direta) 
 Usucapiente seja proprietário em conjunto com ex-cônjuge ou companheiro que 
tenha abandonado o lar 
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Especial Urbana coletiva: Art. 10, Lei 10.257/01 
 Núcleos urbanos informais 
 5 anos 
 Área por possuidor, inferior a 250 m² 
 Não serem os possuidores proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
25.3 Formas de aquisição da propriedade móvel 
 
 
 
25.3.1 Usucapião de bens móveis 
Usucapião ordinária: Prevista no art. 1.260, CC, exige posse ad usucapionem, lapso 
temporal de 3 anos, justo título e boa-fé. 
Usucapião extraordinária: Prevista no art. 1.261, CC, exige posse ad usucapionem, 
lapso temporal de 5 anos. Não exige justo título e nem boa-fé. 
25.4 Perda da propriedade 
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: 
I - Por alienação; 
II - Pela renúncia; 
Formas de 
aquisição da 
propriedade 
móvel
Formas 
originárias
Usucapião
Ocupação
Achado de 
tesouro
Especificação 
Confusão
Comistão
Adjunção
Formas 
derivadas
Tradição 
Não há transferência da propriedade 
O alienante transfere o domínio ao adquirente 
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem 
Direito Civil 
III - Por abandono; 
IV - Por perecimento da coisa; 
V - Por desapropriação. 
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel 
serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de 
Imóveis. 
Alienação: Por esta forma, ao mesmo tempo em que a propriedade é adquirida (por 
aquisição derivada) por aquele que “compra”, é perdida por aquele que “vende”. Ex.: contrato de 
compra e venda; troca/permuta; doação. 
No caso de imóveis, há a necessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis para 
efetivar a transmissão e, no caso de móveis, há a necessidade da tradição. 
Renúncia: Ocorre quando o proprietário abre mão do seu direito. Ex.: renúncia da herança 
– art. 1804 e seguintes do CC. Para a eficácia da renúncia de bem imóveis, há que se ter o 
registro do título renunciativo. 
Abandono: Ocorre quando o dono abandona a coisa, deixa ela com a intenção de não 
tê-la mais para si. Também chamada de derrelicção, ou seja, ato praticado com a intenção de 
perder a propriedade. A propriedade originária da coisa

Outros materiais