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Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Direito Civil Prof.ª Patrícia Strauss Prof.ª Maitê Damé Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Queridos alunos, Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito carinho para que você possa absorver, de forma rápida, conteúdos de qualidade! Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! Com carinho, Equipe 1ª Fase Ceisc ♥ @prof.patriciastrauss @maitedame Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1. Direito das obrigações 1.1 Inadimplemento Disposições gerais: arts. 389 – 393, CC. O Código Civil dá grande importância para o inadimplemento das obrigações. Temos aqui a responsabilidade civil contratual. Temos dois tipos de inadimplemento: Inadimplemento relativo, parcial ou mora Descumprimento parcial Obrigação ainda pode ser adimplida Inadimplemento total ou absoluto Descumprimento total Obrigação não pode mais ser cumprida Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Como regra, de acordo com o artigo 389 não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. No entanto, (artigo 393) o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Caso fortuito é evento totalmente imprevisível. Força maior é evento previsível, porém inevitável. Na parte final do artigo 393 é dito que se a parte assumir o risco então mesmo em caso fortuito/força maior irá responder. 1.2 Mora (arts. 394 – 401, CC) Mora é atraso ou até mesmo o cumprimento incompleto da obrigação. A mora pode ser tanto do credor quanto do devedor. Estar em mora é não cumprir a obrigação no tempo, forma, objeto, enfim, a maneira como foi originalmente contratado. 1.2.1 Mora do devedor Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Atenção: Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora (artigo 396). Assim, se a obrigação não for cumprida em razão de algo que não seja culpa do devedor, não teremos a caracterização da mora. Esse aspecto é bem importante, já que informa que para que haja a mora, é necessário que haja a culpa do inadimplente. Se não houver culpa, não teremos mora. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1.2.2 Mora do credor Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Importante: Artigo 399, que trata sobre a responsabilidade do devedor que, em mora, responde pela impossibilidade de cumprimento do contrato, mesmo que essa impossibilidade resulta de caso fortuito ou força maior. Como com a mora (inadimplemento relativo) é possível o cumprimento da obrigação, podemos ter então a chamada purga da mora. Purga da mora é o cumprimento da obrigação que estava em atraso. Art. 401. Purga-se a mora: I – Por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; II – Por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. Súmula 562 STF: Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de correção monetária. Súmula 426 STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da citação. Súmula 530 STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1.3 Perdas e danos (arts. 402-405, CC) Segundo o artigo 402, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (danos emergentes), o que razoavelmente deixou de lucrar (lucros cessantes). A teoria adotada pelo CC é a teoria do dano direto e imediato, ou seja, somente o que for diretamente ligado ao inadimplemento será contado como perdas e danos Para a doutrina, as perdas e danos do CC apenas tratam de danos materiais. Caso outros danos venham a surgir do inadimplemento, podem também ser pedidos (danos morais, estéticos) entre outros. 1.4 Cláusula penal (arts. 408 – 416, CC) Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o inadimplemento obrigacional. Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma obrigação acessória. A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal compensatória. 1.4.1 Cláusula penal moratória Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a punição de quem está em mora. A doutrina entende que a multa moratória deve ter um teto de até 10%-20% sobre o valor da dívida. Já para contratos de consumo, o valor é de até 2%. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Assim, quando houver clausula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e o cumprimento da clausula penal moratória. 1.4.1 Cláusula penal compensatória Caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Neste caso não poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e também a multa compensatória. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Não é necessária a comprovação de culpa do devedor, para que se possa solicitar a incidência da cláusula penal. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Ainda que o prejuízo exceda o previsto na clausula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. e o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Assim, não se pode cumular multa compensatória com indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento da obrigação. Contudo, se no contrato estiver previsto tal possibilidade, a multa compensatória será já o mínimo de indenização. Cabe ao credor então comprovar o prejuízo excedente. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1.5 Arras ou sinal (arts. 417 – 420, CC) Como o próprio nome nos mostra, arras é um sinal dado em umcontrato, em dinheiro ou outro bem móvel entregue por uma parte à outra. Tal sinal irá constar em um contrato preliminar. São muito comuns em promessa de compra e venda de imóvel. Há dois tipos de arras: 1.5.1 Confirmatórias Quando não há a possibilidade de arrependimento quanto à celebração do contrato definitivo. Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. A parte que sofreu com o inadimplemento do outro poderá pedir indenização suplementar ou execução. Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. Como não há possibilidade de arrependimento, não cumprido o contrato, já incide as arras. Importante: Sem cláusula de arrependimento e com perdas e danos. 1.5.2 Penitenciais Quando consta no contrato a possibilidade de arrependimento. Aqui as arras terão função unicamente indenizatória, já que as partes podiam se arrepender, se assim quisessem. Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê- Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil las-á em benefício da outra parte, e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Importante: Com cláusula de arrependimento e sem perdas e danos. 2. Responsabilidade civil 2.1 Obrigação de indenizar (arts. 927 – 943, CC) A responsabilidade civil subjetiva é a regra dentro do Direito Civil. Ela é baseada na “teoria da culpa”, já que é necessária a verificação de culpa, para que se possa configurar tal requisito. Assim, para a verificação da responsabilidade civil subjetiva (regra) é necessário: conduta humana, culpa, nexo causal e dano. Já a responsabilidade objetiva está consagrada no parágrafo único do artigo 927. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Neste caso, para a configuração da responsabilidade objetiva são necessários: conduta humana, nexo causal e dano. Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no CC. 2.1.1 Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade civil indireta Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. O artigo 933 do CC prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já que informa que os terceiros serão responsabilizados, ainda que não haja culpa por parte deles. De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá direito de regresso contra o empregado que causou o dano. Há uma exceção: Relações entre ascendentes e descendentes incapazes não haverá direito de regresso. Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for incapaz. Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo 942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no artigo 932. Observação: Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC). De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. Assim, primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem condições financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz. Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e, se privar o incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização não terá lugar. Devido ao parágrafo único do 942, ainda há discussões que tratam sobre a responsabilidade do incapaz ser ou não subsidiária. No entanto, a jurisprudência e a doutrina dizem que sim, em decorrência do artigo 928, ela será subsidiária, não tendo aplicação o parágrafo único do art. 942. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 2.1.2 Responsabilidade civil por fato de animal Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Assim, há somente duas excludentes nas quais o dono/detentor não será responsabilizado: culpa da vítima e força maior. 2.1.3 Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua ruína O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do CC. Para que haja a configuração, é necessário se estabelecer que o imóvel necessitava de reparos de forma manifesta. A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção (construtora, por exemplo). 2.1.4 Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do prédio (defenestramento) Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o prédio. Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver habitando o prédio. Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá ajuizar regresso contra o ofensor. 2.2 Indenização (arts. 944 – 954, CC) A segunda parte da responsabilidade civil do CC trata sobre a indenização. Uma vez configurada a obrigação de indenizar se parte para a próxima etapa: indenização. Consoante o art. 944 a indenização se mede pela extensão do dano. Assim, quanto maior for o dano, maior será a indenização. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Já o art. 945 trata sobre a vítima ter contribuído para o evento danoso (fato ou culpa concorrente). Neste caso, a indenização será fixada levando em conta a contribuição da vítima. Há inúmeros artigos no CC que tratam sobre qual será a indenização a ser fixada, em caso da configuração da obrigação de indenizar: Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele. Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido. Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso. Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: I - O cárcere privado; II - A prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; III - A prisão ilegal. 3. Contratos 3.1 Evicção (arts. 447 – 457, CC) Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença judicial. Esta sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios. Requisitos da evicção: Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Direitos do evicto: Lembrando que evicto é aquele que perdeu a coisa em virtude de sentença judicial. A) Responsabilidade total (artigo 450 do CC): Salvo estipulação em contrário, o evicto tem direito: B) Responsabilidade parcial (artigo 449 do CC): Podem as partes excluir a responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. Contudo, mesmo com a existência de tal cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto (aquele que perdeu a coisa) a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, com algumas condições: C) Isenção de responsabilidade pelo vencedor (artigo 457 do CC): Quando o comprador sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a perder, não poderá demandar contra quem lhe vendeu. Observar: Evicção parcial (artigo 455). O que ocorre se houve evicção parcial e não total da coisa? Perda total ou parcial da propriedade Aquisição realizada de forma onerosa Anterioridade do direito daquele que ganhou a ação judicial Restituição integral do preço Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir Indenização pelas despesas dos contratos Pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção Custas judiciais e honorários do advogado Se não soube do risco da evicção Se informado, não assumiu o risco da evicçãoOU Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1 – Perda considerável: Poderá o evicto (quem perdeu parcialmente o bem) optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço do desfalque. 2 – Perda não for considerável: Pode apenas pleitear a indenização e não a rescisão do contrato. 3.2 Contrato de compra e venda: limitações A) Venda de ascendente a descendente Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. Entende o STJ que é necessária a prova do prejuízo dos demais herdeiros, para que se tenha a anulação. O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do Código Civil. B) Venda de parte indivisa em condomínio O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si. C) Venda entre os cônjuges É possível a venda entre cônjuges com relação aos bens excluídos da comunhão. Enunciado 152, CJF. É possível a venda entre cônjuges no regime da comunhão universal? Sim, pois há bens excluídos dessa comunhão, como os de uso pessoal, por exemplo. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 3.3 Contrato de doação 3.3.1 Restrições à doação A) Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em testamento, segundo o artigo 549 do CC. B) Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global, em que não pode todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo para a sua subsistência. Caso isso aconteça, teremos nulidade. C) Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser anulada a doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. 3.3.2 Revogação da doação: Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC. Por ingratidão do donatário: As hipóteses se encontram nos arts. 557 e 558 do CC. Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - Se cometeu contra ele ofensa física; III - Se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - Se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Observação: Quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a revogação da doação, de acordo com o artigo 558 do CC. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Qual é o prazo para que se peça a revogação por ingratidão? Dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador sobre o fato e que o donatário foi o autor. Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima, ou seja, somente o doador pode ajuizá‑la. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu, os herdeiros e sucessores podem prosseguir com a ação. Mas e no caso de homicídio doloso? Se o doador morreu, como vai ajuizar? É uma exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação. De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas doações puras. Não se admite, portanto, nas doações puramente remuneratórias, nas oneradas com encargo já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, e nas feitas para determinado casamento. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil1. Pessoa natural 1.1 Incapacidade Quem, embora tenha personalidade jurídica, não pode praticar atos da vida civil por si próprio. Incapacidade absoluta: Pessoa Natural Incapacidade Absoluta Art. 3º, CC Relativa Art. 4º, CC Capacidade Civil Plena Capacidade de Direito Nascituro Capacidade de Fato/Exercício Maioridade Art. 5º, CC Emancipação Art. 5º, § único, CC Voluntária Judicial Legal Pessoa com Deficiência Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 1. Menores de 16 anos; 2. Nenhum ato; 3. Suprimento: representação (pais, tutores); 4. Inobservância: nulidade (art. 166, I, CC). Incapacidade relativa: 1. Hipóteses: +16 e –18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos, aqueles que por causa transitória ou permanentes não manifestem a vontade e pródigos; 2. Certos atos ou maneira de praticar; 3. Suprimento: assistência (pais, tutores, curadores); 4. Inobservância: anulação (art. 171, I, CC). 1.2 Pessoa com Deficiência 1. Plenamente capaz; 2. Art. 6º, Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13. 146/15); 3. Tomada de Decisão Apoiada (art. 1.783-A, CC). 1.3 Capacidade Civil Plena Capacidade de direito + capacidade de fato. 1.4 Nascituro 1. A lei garante os direitos desde a concepção; 2. Não possui capacidade; 3. Proteção de direitos sucessórios e direitos de personalidade. 1.5 Capacidade de Direito 1. Art. 1º, CC; 2. Toda pessoa tem; 3. Inerente à personalidade; 4. Capacidade de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil; 5. Inicia no nascimento com vida (art. 2º, CC); Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 6. Termina com a morte (art. 6º, CC). 1.6 Capacidade de Fato/Exercício Possibilidade de exercer atos da vida civil por si próprio. Entretanto, nem toda pessoa possui. A aquisição pode se dar com a maioridade (art. 5º, CC), ao completar 18 anos, ou com a emancipação (art. 5º, § único, CC). Na emancipação, se antecipa a capacidade civil plena, mas segue incidindo regras do ECA. É irrevogável. Espécies de emancipação: 1. Voluntária: Ambos os pais, escritura pública, registro; 2. Judicial: Litígio, tutores e tutelados, registro; 3. Legal: Casamento; exercício emprego público efetivo; Colação de grau (universidade); Independência econômica. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 2. Tutela e curatela 2.1 Tutela Representação legal de -18 anos. Falta dos pais (morte, ausência ou destituição do poder familiar). Base legal: Art. 1.728 e ss. do CC, art. 759 e ss. do CPC e art. 36 e ss. da Lei nº 8.069/90. Espécies: 1. Testamentária (Art. 1.729 e 1.730, CC): Direito dos pais indicarem tutor aos filhos; Escritura pública ou outro documento autêntico. 2. Legítima (Art. 1.731, CC): Na falta de indicação pelos pais; Parentes consanguíneos. Tutela Espécies Legítima Dativa TestamentáriaIncapacidade Escusa Exercício Curatela Sujeitos Interdição Curador Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 3. Dativa (Art. 1.732, CC): Falta de indicação pelos pais; Falta de parente; Juiz indica pessoa idônea. Incapacidade (Art. 1.735, CC): Pessoas que não poderão exercer tutela. Escusa (Art. 1.736, CC): Via de regra, não pode ser recusada. Exceções: casos do art. 1.736, CC. Procedimento de escusa: simples petição (Art. 760, CPC). Prazo de 5 dias. Exercício (Art. 1.740 a Art. 1.752, CC): Os principais são administração dos bens e aceitar a herança (com autorização do juiz). 2.2 Curatela Representação legal de maiores de idade, mas incapazes. Necessidade de Ação de Interdição. Base legal: Art. 4º, II, III, IV do CC, art. 1.767 do CC e art. 747 e ss. do CPC. Sujeitos (Art. 4º, II, III, IV e 1.767 do CC): 1.1 Ébrios habituais e viciados em tóxicos; 1.2 Aqueles que não possam manifestar a vontade; 1.3 Pródigos. Interdição (Art. 747 e ss. do CPC): Reconhece situação de incapacidade. Fixa atos que não podem ser praticados. Realização de perícia. Nomeação de curador. Curador (Art. 1.775 do CC): Nomeado por sentença em Ação de Interdição. Ordem: 1. Cônjuge ou companheiro não separado; 2. Pai ou mãe; 3. Descendente mais apto; 4. Juiz nomeia. Importante: Aplica-se à curatela as disposições da tutela (Art. 1.774 do CC). Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 2.3 Prestação de contas Base legal: Art. 1.755 até art. 1.762 e art. 1.783 do CC. Tutores e curadores devem prestar contas ao juiz. De 2 em 2 anos ou sempre que o juiz exigir.Na curatela, se o curador for cônjuge e o regime for de comunhão universal, há dispensa. 3. Direitos de personalidade Rol exemplificativo.Proteção a pessoa já falecida – herdeiros buscam reparação do dano (art 12 e 20, §§ únicos). Relação com os DF e dignidade. Art. 52 – pessoa jurídica. Súmula 227, STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.” Art. 13 a 15, CC – direito ao próprio corpo. 1. Testamento vital; 2. Cirurgia de adequação sexual – possibilidade; 3. Crença religiosa – testemunhas de Jeová. Enunciado 528, das Jornadas de Direito Civil, que autoriza o chamado testamento vital ou biológico, que nada mais é do que uma autorização para a prática da suspensão do tratamento médico: “É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado "testamento vital", em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a sua vontade”. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Arts. 16 a 19, CC – direito ao nome. Transgêneros – possibilidade de alteração independentemente de cirurgia de adequação sexual – ADIN 4275. Nesse sentido, há a súmula 403, STJ que determina que “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. Súmula 221, STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. Arts. 20 e 21, CC – palavra, imagem, honra e vida privada. ADIN 4815, que dá ao art. 20, CC interpretação conforme a Constituição. Nesta ação, foi autorizada a publicação das “biografias não autorizadas”, ou seja, a possibilidade de publicação de obras biográficas literárias ou audiovisuais, independentemente do consentimento do biografado. O Presidente do STF a época (Ricardo Lewandowski) afirmou que “não é possível que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e publicação de biografias”, de forma que “a censura prévia está afastada, com plena liberdade de expressão artística, científica, histórica e literária, desde que não se ofendam os direitos constitucionais dos biografados”. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 4. Pessoa jurídica P e s s o a J u rí d ic a Direito público – art. 41 e 42, CC Direito Privado – art. 44, CC Personalidade jurídica - Art. 45, CC Atos constitutivos Registro no CRCPJ Registro no Registro Público de Empresas Mercantis Se por pessoa jurídica empresária Personalidade separada – art. 49-A, CC Sócio Pessoa jurídica Art. 50 Desconsideração da personalidade Abuso da personalidade Confusão patrimonial Desvio de finalidade Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 5. Domicílio: cumprimento das obrigações Domicílio Regra geral - art. 70, CC Local de residência habitual, com ânimo definitivo. Pluralidade de Domicílios - art. 71, CC Quando a pessoa tem mais de um domicílio. Qualquer deles será usado para cumprimento das obrigações. Domicílio Profissional - art. 72, CC Pessoa tem residência em um local e exerce profissão em outro. Utilizado para questões de caráter profissional. Local onde exerce a profissão. Sem Domicílio Habitual- art. 73, CC Pessoa que não tem domicílio certo. Ex: artista de circo. Cumprimento no local onde for encontrada. Mudança de Domicílio - art. 74, CC Quando muda o local de residência. Intenção manifesta de mudar-se. Domicílio necessário - art. 76, CC Incapaz Domicílio de seus pais ou representantes legais. Preso Local do cumprimento da pena. Servidor Público Local onde estiver lotado para exercer função. Militar Onde servir ou na sede do comando a que estiver subordinado. Marítimo Local onde o navio estiver matriculado. Agente diplomático - art. 77, CC Se o agente diplomático brasileiro for citado no exterior e alegar extraterritorialidade, deve indicar o lugar, no Brasil, em que tem domicílio. Não indicando: será acionado no DF ou no último lugar em que teve domicílio no Brasil. Foro de eleição - art. 78, CC Possibilidade de indicar, nos contratos escritos, o local de cumprimento das obrigações dali provenientes. Domicílio da Pessoa Jurídica Privado Sede das diretorias e administrações. Havendo filiais, cada uma responde pelas obrigações ali constituídas. Público Capitais do Estado, DF, União, sede do Município. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 6. Bens jurídicos Bens jurídicos Considerados em si mesmos Imóveis art. 79-81, CC Natureza solo (só ele) Acessão (o que se gruda ao bem imóvel por natureza) Natural Árvore Artificial Prédio Móveis art. 82-84, CC Por natureza Semoventes (movem-se sozinhos) Propriamente ditos Carro, celular, mesa (movimenta sem deterioração, com auxílio externo) Fungíveis e Infungíveis art. 85, CC Bem fungível é o que admite a substituição Soja, arroz, milho Bem infungível é o que não admite substituição Quadro do pintor famoso Consumíveis e Inconsumíveis art. 86, CC Consumíveis O uso importa na destruição (alimentos) ou estão a venda (livro da livraria) Inconsumíveis Suportam o uso continuado (carro, roupa) Divisíveis e Indivisíveis art. 87-88, CC Divisíveis Podem ser fracionados sem alterar a substância (grãos, $) Indivisíveis Não podem ser fracionados (cavalo) Singulares e Coletivos art. 89-91, CC Singulares Consideradas em sua individualidade, representadas por uma unidade (cavalo, livro, árvore) Coletivos Compostos de várias coisas singulares (biblioteca, floresta) Reciprocamente considerados Principal art. 92, CC Existe por si próprio (solo) Acessório Pressupõe a existência do principal (árvore) Benfeitorias art. 96 a 97 Necessárias – evitar estragos Úteis: melhora o uso Voluptuárias – recreação Pertenças art. 93, CC Móveis que não são parte integrante, mas se destinam, de modo duradouro, ao uso, serviço ou aformoseamento de outro. Bens públicos e particulares Particulares Iniciativa privada Públicos Pertencentes às pessoas de direito público interno (art. 98, CC) Bens de uso comum do povo Praças, ruas, etc. art. 103 – pode-se pagar pelo uso (pedágio) Bens de uso especial Prestação/execução de serviços públicos Bens dominicais Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 7. Bem de família B E M D E F A M ÍL IA Voluntário Vários bens Até 1/3 patrimônio líquido Escritura pública ou testamento Registro no CRImóveis Enquanto o casal existir ou os filhos forem menores de 18 anos Impenhorabilidade quanto a dívidas posteriores a instituição Salvo: derivadas do próprio bem – Impostos e condomínio Legal Lei 8009/90 Único bem Regra: impenhorabilidade Exceção: art. 3º, Lei Protege imóveis de pessoas solteiras, casadas ou viúvas – súmula 364, STJ Box de garagem – se tiver matrícula própria pode ser penhorado – súmula 449, STJ Se imóvel estiver locado a terceiro –súmula 486, STJ – mantém a impenhorabilidade Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 8. Planos da existência, validade e eficácia Capacidade dos negócios jurídicos gerarem efeitos. Pode depender de alguma “situação especial” (elementos acidentais do negócio jurídico). O negócio jurídico, para ser considerado como tal, deve cumprir certos requisitos mínimos. Os elementos estruturais estão presentes. Uma vez que o negócio seja existente, deve-se analisar se está perfeito ou se contém algum vício ou defeito inviabilizante. Os requisitos devem estar presentes. Quando está apto a produzir efeitos imediatos. A produção de efeitos pode estar limitada por elementos acidentais. E fi c á c ia Condição art. 121 Evento futuro e incerto Suspensiva Resolutiva Termo Evento futuro e certo Encargo ou modo Determinação que impõe um dever ou ônus ao beneficiário Plano da existência •Vontade •Agente •Objeto •Forma Plano da validade •Vontade = livre + boa-fé •Agente = capaz + legitimado •Objeto = lícito + possível + determinado •Forma = livre ou prescrita em lei Plano da eficácia •Elementos acidentais •Condição •Termo •Modo ou encargo •Consequências do inadimplemento negocial (juros, multas, perdas e danos) Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil D e fe it o s Erro Art. 138, CC pessoa engana-se sozinha Dolo Art. 145, CC artifício malicioso Coação Art. 151, CC ameaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada em temor de dano iminente e considerável ao paciente, seus familiares ou seus bens. Lesão Art. 157, CC prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes estado de perigo Art. 156, CC situação de perigo conhecida da outra parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo). Simulação Art. 167, CC declaração enganosa da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Fraude contra credores devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se tornar insolvente, com o intuito de prejudicar seus credores. Art. 158, CC – gratuita Art. 159, CC – onerosa In v a lid a d e s Nulo Art. 166 e 167, CC absolutamente incapaz; objeto ilícito, impossível ou indeterminável; motivo for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; não for observada solenidade essencial; objetivo fraudar lei imperativa; lei o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática Negócio simulado Anulável Art. 171, CC incapacidade relativa do agente; vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Não convalesce pelo decurso do tempo. Não pode ser confirmada pelas partes. Convalesce pelo decurso do tempo. Prazo de 4 anos – art. 178, CC. Pode ser confirmada pelas partes. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 9. Prescrição e decadência Prescrição Existe um direito Este direito é violado Nasce para o titular uma pretensão •Cobrança; Reparação civil; Indenização Deve ser exercida nos prazos dos arts. 205 e 206, CC Causas que impedem ou suspendem •Arts. 197 a 199, CC •Prazo não começa a contar Causas interruptivas •Art. 202, CC •Iniciou a contagem → ocorreu a causa →recomeça a contar do zero •Apenas uma vez Decadência Há prática de um ato/negócio •Pela parte •Por terceiro Em razão deste ato/negócio, nasce um direito Deve ser exercido no prazo estabelecido Geralmente o dispositivo que prevê o direito, já traz o prazo. Se não trouxer, art. 179, CC = 2 anos. Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 10. Direito matrimonial Capacidade para o casamento 16 a 18 anos – necessidade de autorização dos pais. Consentimento: se um dos pais permitir e o outro não, a solução é pedir autorização judicial. Não deve casar. Pode ser retirado até a celebração. Indivíduo emancipado → não precisa da autorizaçãodos genitores. Impossibilidade de casamento de menor de 16 anos (nova redação do art. 1.520, CC). Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Impedimentos: Art. 1.521, CC = não PODE casar. Matrimônio realizado com inobservância de impedimento = nulo (art. 1.548, II, CC) – interessados ou o MP poderão, a qualquer tempo, buscar a nulidade (art. 1.549, CC). Causa suspensiva: Art. 1.523, CC = não DEVE casar. Matrimônio realizado com inobservância de causa suspensiva = imposição do regime de separação obrigatória (art. 1.641, I, CC). Habilitação Corre perante o Registro Civil Momento de averiguar a capacidade e eventual impedimento. Definir o regime de bens. Celebração No cartório = 2 testemunhas Fora = 4 testemunhas + portas abertas Casamento civil – celebração por juiz de paz Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Casamento nulo e anulável: Nulo = celebrado com inobservância à impedimentos. Não prescreve. Anulável = situações do art. 1.550, CC. Prazos prescricionais exíguos. Enquanto estiver em vigência, produz efeitos. Depois da sentença = efeito retroativo (art. 1.563, CC) - dissolução do vínculo, como se nunca tivesse ocorrido (volta a ser solteiro). 11. Regime de bens Mutabilidade do regime de bens: Pedido motivado ao juiz, feito por ambos os cônjuges e com a garantia do direito de terceiros – art.1.639, § 2.º, CC. Pacto antenupcial: Escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a habilitação); dispor de regras patrimoniais (art. 1.653, CC). Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento de cláusulas que não sejam possíveis). Regime da CPB (art. 1.640, CC). Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime legal (comunhão parcial de bens). Outorga conjugal: Regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do CC. Exceção: No regime da separação convencional de bens; Na separação obrigatória a súmula 377, STF é aplicada; No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar a livre disposição dos bens. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 11.1 Comunhão parcial de bens Bens incomunicáveis: constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e 1.661). Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - As obrigações anteriores ao casamento; IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Bens comunicáveis: integram o patrimônio comum (art. 1.660). Art. 1.660. Entram na comunhão: I - Os bens adquiridos na constância do casamento por títutlo oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil V - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 11.2 Comunhão universal de bens Bens incomunicáveis: arts. 1.668. Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Os cônjuges, casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977, CC). 11.3 Participação final nos aquestos Existem cinco universalidades de patrimônios: 1. Os bens particulares que cada um possuía antes de casar; 2. Os bens que o outro já possuía; 3. O patrimônio adquirido por um dos cônjuges, em nome próprio, após o matrimônio; 4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após o casamento; 5. Os bens comuns, adquiridos pelo casal. http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil A participação ocorrerá sobre o patrimônio adquirido, de forma onerosa, pelo outro, mas através de um crédito e não pela constituição de condomínio sobre o patrimônio. Significa dizer que o direito não é sobre o patrimônio, mas sim sobre eventual saldo após as compensações dos acréscimos de cada um. Há uma expectativa de crédito (que só se configura ao final). Não se trata de meação, mas de crédito a receber. 11.4 Separação de bens Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao matrimônio). Existem dois patrimônios bem separados: o do marido e o da mulher. Não há qualquer comunicação de bens. Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro cônjuge. Separação obrigatória – incidência da súmula 377, STF. 12. União estável União estável = ato-fato jurídico = independe de vontade para que se configure. União pública, contínua e duradoura, com a intenção PRESENTE de formar família. Requisitos: art. 1.723, CC. Não há necessidade de coabitação. Súmula 382, STF. Aplicabilidade das regras de impedimentos (art. 1.723, § 1.º, CC). Não reconhecimento de uniões estáveis paralelas. Regime de comunhão parcial de bens. Concubinato = 1.727, CC – impedimento matrimonial. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 13. Dissolução do vínculo conjugal A possibilidade de julgamentos parciais no divórcio – art. 356, CPC/2015 Possibilidade de divórcio sem prévia partilha de bens. Divórcio extrajudicial: 1. Consenso; 2. Inexistência de filhos incapazes ou nascituros (novo CPC) – cabe, neste caso, emancipar os filhos menores de idade para a realização do divórcio extrajudicial – o CPC/2015 retirou o termo menores, deixando os incapazes e incluindo os nascituros; 3. Assistência de advogado. Divórcio no estrangeiro: O divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil sem que seja necessário proceder à homologação. Art. 961, § 5.º CPC + Prov. 53 CNJ = Apenas para divórcios consensuais simples. Havendo guarda, partilha, necessária a homologação do STJ. Dissolução CC - separação + divórcio Separação fática por 2 anos Divórcio direto 1 ano de casamento + separação judicial + 1 ano de trânsito em julgado Divórcio por conversão Constituição Federal Independentemente do tempo de casamento; independentemente do tempo de separação → cabe divórcio para romper vínculo (EC 66/2010). Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Separação e Divórcio Extrajudiciais: Lei 11.441/2007 + art. 733, CPC/2015. Requisitos: Consenso; Inexistência de filhos incapazes ou nascituros; Assistência de advogado. 14. Guarda Unilateral ou exclusiva, quando exercida por apenas um dos pais. Compartilhada, quando exercida por ambos em iguais condições. A guarda pode ser modificada se ficar provado que o guardião ou pessoas de sua convivência familiar não trata convenientemente a criança ou o adolescente. A guarda pode ser estabelecidaa terceira pessoa, desde o nascimento, se houver abandono afetivo (art. 1584, § 5.º, CC). Com a lei 13.058/2014 a guarda compartilhada tornou-se a regra! Residência base de moradia = art. 1.583, § 3.º Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 15. Parentesco P a re n te s c o NATURAL Biológico CIVIL Adoção Parentesco biológico permanece apenas para fins de impedimento matrimonial Afinidade Se estabelece entre o cônjuge e os parentes do outro (em razão do matrimônio). Permanente na linha reta (sogro e enteado). Extingue-se na linha colateral (limita-se ao segundo grau – cunhado) Afetividade Para sua configuração depende de laudo pericial. Pode prevalecer em detrimento do parentesco biológico (questões de reconhecimento de paternidade). Linhas Reta – relação de ascendência e descendência – INFINITO Colateral ou transversal – os parentes se relacionam por existir um parente ancestral comum – LIMITA-SE ao 4.º grau (sucessões); 3.º grau (casamento); 2.º grau (obrigação alimentar) Graus É a unidade de parentesco em cada linha, contada a partir de uma pessoa e seu parente imediatamente próximo Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 16. Alimentos Direito aos alimentos Prestação alimentícia já fixada Prestação alimentícia já fixada em favor de absolutamente incapaz Prestação alimentícia devida pelos pais aos filhos Prazos Não há prazos para se pleitear Cobrança = prescreve em 2 anos Cobrança = prescreve em 2 anos Cobrança = prescreve em 2 anos Início do prazo prescricional --------- ---- Vencimento Contra absolutamente incapaz (art. 198, I, do CC). Só se iniciará quando o menor completar 16 anos. Prescrição não corre entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar (art. 197, II, do CC). Só se iniciará quando o menor completar 18 anos ou ocorrer a emancipação. Alimentos gravídicos: fixados em benefício da mulher grávida, para que possa atender as necessidades especiais da gestação. Lei 11.804/2008 – depois do nascimento, convertem-se automaticamente em alimentos para a criança até que seja pedida revisão. Bem de família – não cabe alegação de impenhorabilidade. É irrenunciável – discussão renúncia x dispensa. Obrigação avoenga: caráter exclusivo, sucessivo, complementar e não-solidário. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Ordem: pai/mãe → na falta destes → avós → na falta destes → bisavós → na ausência de ascendentes → descendentes → na ausência destes → colaterais em 2.º grau (irmãos). Reciprocidade: Fixação ➔ necessidade x possibilidade → incidência da proporcionalidade Modificação ➔ a qualquer tempo, desde que haja alteração da necessidade ou possibilidade. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 17. Morte MORTE • Real • Presumida Presumida com decretação de ausência (art. 6º, 2 parte + art. 22 e ss., CC + art. 744, CPC) • Ausente = art. 22 • aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias, sem deixar representante ou procurador para administrar-lhe o patrimônio. • A lei prevê três fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão provisória e sucessão definitiva. Art. 744 e ss. CPC/2015’ Presumida sem decretação de ausência (art. 7º, CC) • Quando o corpo do de cujus não é encontrado • Hipóteses: • extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; • pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não sendo encontrado até dois anos após o término da guerra. Transmissão da herança aos herdeiros • Princípio da saisine • Todo unitário e indivisível • Aplicação das regras do condomínio • Possibilidade de utilização das ações possessórias Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 18. Liberdade de testar Princípio da liberdade limitada de testar – existe um percentual que não está sujeito à vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários. Havendo herdeiros necessários – art. 1.789 – dispõe da metade da herança. Herdeiros necessários: art. 1.845 – descendentes, ascendentes e cônjuge. Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros necessários: art. 1846, CC (herança ≠ legítima). MORTE • Real • Presumida Abertura da sucessão • Transmissão da herança aos herdeiros Lugar da abertura da sucessão • Regra • último domicílio do falecido (art. 1.785, CC) • Exceções: •Falecido sem domicílio certo = situação dos bens (art. 48, § único, I, CPC/2015) •Falecido sem domicílio certo e com bens em lugares diferentes = local de qualquer dos bens (art. 48, § único, II, CPC/2015) •Falecido com pluralidade de domicílios = qualquer deles (art. 71, CC) Capacidade hereditária •Legítima •Art. 1.798, CC •Testamentária •Arts. 1.798 + 1.799, CC Espécies de sucessão • Legítima • Herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge • Garantia da legítima (1/2 da herança) • Herdeiros facultativos: colaterais • Podem ser excluídos da sucessão – liberdade plena de testar • Testamentária • Herdeiro instituído – recebe % da herança • Herdeiro legatário – recebe bem certo, descrito e caracterizado Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Valor da parte disponível definido pela avaliação – art. 1.847. Havendo excesso, redução das disposições, nos termos dos arts. 1.966 a 1.968. Herança ≠ meação. Art. 1.850. Será plena a liberdade de testar se não houverem herdeiros necessários. 19. Herança HERANÇA Aceitação Confirma a transmissão ocorrida no momento da morte Espécies Expressa Por documento Tácita Atos próprios de herdeiro Presumida Art. 1807, CC - interessado em que o herdeiro aceite requer ao juiz, para que lhe intime a dizer, em prazo não superior a 30 dias, se aceita ou não a herança. Nesse caso, o silêncio é interpretado como manifestação da vontade Formas Direta Pelo próprio herdeiro Indireta Por procurador Pelos sucessores do herdeiro Pelo credor Renúncia Repúdio a herança Tem-se por não verificada a transmissão Sempre de forma expressa Escritura pública Termo judicial Efeitos Parte do herdeiro renunciante acresce aos herdeiros de mesma classe Ninguém representa herdeiro renunciante Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 19.1 Herança Jacente e Vacante 1. Com a morte, abre-se, de imediato, a sucessão, com a transmissão da herança. 2. Se o autor da herança não tiver deixado herdeiros, o patrimônio não pode ficar “solto”. 3. Cabe, então, ao juiz da Comarca em que tiver domicílio o finado tomar providências para proteger e arrecadar o patrimônio (art. 738 e ss., CPC/2015). 4. A guarda e administração dos bens ficará a cargo de um curador, que age como um verdadeiro administrador: arrecadando e conservando os bens que compõem a herança, bem como reivindicando o domínio (art. 739, CPC/2015). 5. Finalizada a arrecadação, serão expedidos editais, nos termos do art. 741, CPC/2015 – na internet, site do tribunal e na plataforma do CNJ, devendo permanecer por 3 meses. Em não havendo o site, a publicação deverá ocorrer na imprensa da Comarca, por 3 vezes, com intervalos de 1 mês entre cada uma. •Decorre de lei •Hipótestes: art. 1.814, CC •Independe de manifestação •Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário) •A exclusão depende da Ação de Indignidade •Prazo – 4 anos – abertura da sucessão •Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido •Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança INDIGNIDADE •Decorre da vontade do autor da herança •Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC •Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testament •Deve indicar a causa da deserdação •Só atinge aos herdeirosnecessários – descendentes, ascendentes e cônjuge •A exclusão depende da Ação de Deserdação – confirma a causa alegada no testament •Prazo – 4 anos – abertura do testamento •Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato de última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior. •Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança DESERDAÇÃO Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 6. Não havendo herdeiro habilitado, após um ano da publicação do edital, a herança será declarada vacante (art. 743, CPC/2015). 7. Uma vez sendo declarada, por sentença, a vacância, o cônjuge, companheiro ou herdeiros só poderão reclamar seu direito através de ação de petição de herança (art. 743, § 2.º, CPC/2015). 8. Após a declaração de vacância, podem os credores pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites da força da herança (art. 1.821, CC + art. 741, § 4.º, CPC/2015). 9. Mas essa declaração de vacância não faz com que os bens da herança se incorporem, desde logo, ao patrimônio do Município ou Distrito Federal (se localizados nos seus territórios) ou à União (se localizados em território federal). Para tanto, o art. 1.822, CC prevê o prazo de 5 anos da abertura da sucessão. 19.2 Petição de herança Pode ocorrer, por qualquer razão, que algum herdeiro não seja relacionado no inventário e na partilha. Nesse caso, sua condição jurídica de herdeiro não é reconhecida (filho a ser reconhecido de uma relação extraconjugal do de cujus). Nesse caso, para que esse herdeiro possa ter seu direito reconhecido e, então, receber parcela que lhe cabia na universalidade, deverá ingressar com uma ação judicial. Esse é o caso da petição de herança. A ação visa, portanto, o reconhecimento da qualidade de herdeiro e a satisfação quanto ao acervo hereditário, ou seja, contemplar o herdeiro – autor da ação – com sua quota parte na herança. Exemplos: 1. Alguém que se aposse ilegalmente da herança ou de parte dela; 2. Herança que é recolhida por parentes mais afastados do falecido e o interessado é de grau mais próximo, de classe preferencial; 3. A herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, e aparece testamento do de cujus, em que outra pessoa é nomeada herdeira; Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 4. O filho não reconhecido ingressa com ação de investigação de paternidade e, de forma cumulada, com a petição de herança. 20. Sucessão legítima FALECIDO SOLTEIRO DESCENDENTES • Mais próximos excluem os mais remotos • Existe direito de representação • Filhos sucedem por cabeça • Outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. ASCENDENTES • Mais próximos excluem os mais remotos • Não há direito de representação • Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. COLATERAIS • Mais próximos excluem os mais remotos • Ordem: Irmãos, sobrinhos, tios e demais colaterais • Existe direito de representação – FILHOS DE IRMÃOS • Irmão unilateral – peso 1 • Irmão bilateral – peso 2 Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Falecido casado ou convivente em união estável DESCENDENTES EM CONCORRÊNCIA COM O SOBREVIVENTE •Condicionado ao regime de bens •REGRA •Há concorrência •EXCEÇÃO •CUB •SOB •CPB, s/BP •Meação sobre bens comuns •Herança sobre bens particulares •% de concorrência •Divisão igualitária – até 3 filhos comuns •Divisão igualitária – qualquer número de filhos individuais •Reserva de ¼ da herança – mais de 3 filhos comuns ASCENDENTES EM CONCORRÊNCIA COM O SOBREVIVENTE • Independentemente do regime de bens •Meação sobre bens comuns •Herda sobre a totalidade da herança (outra metade dos bens comuns + totalidade de bens particulares) •% de concorrência •1/3 se concorrer com Pai e Mãe •½ se concorrer só com Pai ou só com Mãe ou se maior for o grau Sobrevivente como herdeiro universal •Não havendo descendentes, nem ascendentes •Direito real de habitação sobre o imóvel em que o casal residia Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 21. Sucessão testamentária Liberdade de dispor Limitada a 50% da herança Herdeiro necessário Plena Colaterais Disposições Patrimoniais Pessoais Reconhecimento de filho Perdão indigno Capacidade No ato de elaborar o testamento Pessoa capaz Maior de 16 anos Incapacidade superveniente não retira validade Formas ordinárias Público Próprio testador; 2 testemunhas; tabelião aprova; costurado e lacrado Particular Próprio testador; 3 testemunhas; Possível não observar requisitos se houver risco de vida – juiz analisa Cerrado Tabelionato; 2 testemunhas Codicilo Disposições de pequeno valor Formas especiais Marítimo e aeronáutico No diário de bordo Deve ser entregue a autoridade no desembarque Só tem validade se a pessoa falecer na viagem ou não convalescer dentro de 90 dias após desembarque Militar Ao oficial responsável Situação excepcional – aceito de viva voz Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 22. Revogação do testamento Revogar = modificar ou desconstituir, através de novo ato de vontade. Caducar = o ato perde a validade por uma causa que o esvazia, ou em razão de um fato que lhe retira o objeto. Nulidade = onde há um vício, embora as consequências sejam idênticas: deixa de existir a disposição testamentária. Depende de declaração judicial, enquanto a revogação é ato unilateral. O testamento é essencialmente revogável. É nula a cláusula de renúncia a faculdade de revogar testamento. Autor da herança testa Sabendo da existência de herdeiro necessário Autor da herança ultrapassa o limite da liberdade de dispor Autor da herança falece TESTAMENTO É CUMPRIDO = mas com redução das disposições ao limite da parte disponível Sucessão será legítima – 50% e testamentária – 50% Autor da herança testa Sem saber existência de herdeiro necessário Herdeiro necessário aparece após testamento Autor da herança falece TESTAMENTO NÃO É CUMPRIDO = rompe-se Sucessão será exclusivamente legítima R e d u ç ã o d e D is p o s iç õ e s T e s ta m e n tá ri a s A rt . 1 .9 6 6 , C C R o m p im e n to d e T e s ta m e n to A rt. 1 .9 7 3 , C C Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 22.1 Espécies de revogação Expressa: dá-se mediante a confecção de novo testamento, onde é indispensável mencionar a revogação do anterior, ou parte dele. Observa-se a mesma solenidade pra a celebração (art. 1.969 CC). Tácita: decorre do surgimento de novo testamento, cujos dizeres e o conteúdo apresentam-se incompatíveis com o anterior. Ante a contradição, permanece sempre a disposição mais recente. O simples fato de existir novo testamento não significa que tenha revogado o anterior. Ambos podem coexistir, desde que não sejam contraditórios, ou seja, desde que se complementem. 22.2 Formas de revogação 1. Total: revogação pura e simples: declara-se, em novo testamento, a revogação do anterior, não fazendo qualquer limitação ou reserva. 2. Parcial: limita-se ao tópico atingido – art. 1.970 CC 3. A revogação do testamento de reconhecimento de filho é válida, mas a declaração de reconhecimento permanece surtindo efeitos. 4. O novo testamento não atinge os legados, pois estes são especificações dos bens. 5. A superveniência de descendente revoga automaticamente o testamento – art. 1.973 – este dispositivo pressupõe a inexistência, ou conhecimento, de qualquer descendente. Situação irrelevante em face do teor do art. 1.974: “rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários.” 22.3 Efeitos da revogação 1. Priva-se o testamento de qualquer eficácia, se total, ou da eficácia na parte atingida, se parcial. 2. Passaa vigorar a sucessão (legítima) hereditária, em todos os seus efeitos. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 22.4 Ação para anulação do testamento 1. Proposta no juízo do inventário. 2. Testamento viciado ou com cláusulas proibidas. 23. Ritos/espécies de inventários R it o s Inventário judicial pelo rito tradicional – arts. 610 a 658, CPC/2015 Inventário judicial pelo rito do arrolamento sumário – art. 659, CPC/2015 Inventário judicial pelo procedimento do arrolamento comum – art. 664, CPC/2015 Inventário extrajudicial – Lei 11.441/2007 + art. 610, § 1.º, CPC/2015 Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 24. Posse 24.1 Efeitos da posse O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos podem ser de ordem material ou processual. Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião. Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato. POSSE É o domínio físico que alguém tem sobre a coisa, que vem a ser protegido pelo Direito, sendo, portanto, concedido efeitos jurídicos a este domínio. É o exercício de fato de um dos poderes inerentes a proprieda de. Teorias justificadoras Teoria subjetivist a ou subjetiva – Savigny –poder físico sobre a coisa (corpus) + vontade de ser dono desta coisa (animus domni) Teoria objetivista – Jhering – exige apenas o poder físico/fátic o sobre a coisa, dispensan do o “animus domni”, mas agindo, o agente, com o intuito de explorar a coisa de forma econômic a. Esta é a teoria adotada pelo Brasil, (art. 1.196, CC) Posse x Detenção Posse - o sujeito que possui o domínio físico da coisa age como se dono fosse Detenção – o sujeito possui o domínio físico da coisa, mas sabe que a coisa não é sua e pretende devolvê-la após o uso. O detentor tem a coisa em razão de uma situação de dependên cia econômic a ou de subordina ção. Classificação Direta e posse indireta – art. 1.197, CC Justa e injusta – art. 1.200, CC Boa e má-fé – art. 1.201, CC Com título e sem título Nova e posse velha Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 24.2 Percepção dos frutos Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de boa ou má-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao recebimento (ou não) dos frutos. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes (ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por antecipação. O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser responsabilizado no caso de perecimento do frutos não colhidos por sua culpa (reparação de danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas despesas de produção e custeio. Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo). Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos. Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após separados consideram-se colhidos. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira. 24.3 Retenção e indenização das benfeitorias – 1.219 a 1.222 Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já existente – com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias. São necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou deterioração da coisa principal (reparos realizados na viga; troca do telhado). São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da coisa (abertura de uma nova entrada para servir de garagem para a casa). São voluptuárias aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa (decoração do jardim). Art. 96, CC. Benfeitorias necessárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo direito de retenção. Benfeitorias úteis: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. Benfeitorias voluptuárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não tem direito a levantar as benfeitorias voluptuárias. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 24.4 Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda ou deterioração da coisa: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante (art. 1.218, 2ª parte). Exemplo: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse de João por ter ingerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal ocorrer por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele morreria, não terá João o dever de indenizar. CUIDADO, pois, neste caso, depende de PROVA! 24.5 Proteção possessória Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse. Importanteobservar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo proprietário detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade, se encontra na posse da coisa. Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes dispositivos: Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil § 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve. 24.6 Ações possessórias 1. Interdito proibitório – caso de ameaça ou risco ao exercício da posse do titular. Proteção de perigo iminente. 2. Ação de manutenção de posse – caso de turbação ou perturbação à posse, ou seja, houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor. Preservação da posse. 3. Ação de reintegração de posse – caso de esbulho ou retirada da posse, quando o atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse. Devolução da posse. Cabível sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do imóvel. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 25. Propriedade 25.1 Atributos da propriedade Estes quatro atributos da propriedade: Gozar, Reivindicar, Usar e Dispor, são resumidos na expressão GRUD. Art. 1.228, CC. Se uma pessoa tiver todos estes atributos terá a propriedade plena. Contudo, faltando algum deles ou, caso esses atributos sejam divididos entre duas ou mais pessoas, haverá a propriedade restrita. Direito de uso, ou seja, utilização da coisa conforme as permissões legislativas, ou seja, existem limites ao uso como, por exemplo, o direito de vizinhança, a desapropriação ou o tombamento. Direito de gozo ou fruição, ou seja, a possibilidade de retirar da coisa os frutos que ela produz (sejam eles naturais ou civis), como, por exemplo, a locação de um imóvel. Direito de disposição, ou seja, sendo o proprietário da coisa, poder transmiti-la a terceiro, seja por ato entre vivos (compra e venda) ou causa mortis (testamento), seja de forma onerosa (mediante pagamento) ou gratuita (negócio benéfico, sem pagamento). Direito de reinvindicação, ou seja, possibilidade de, através de ação petitória, com fundamento na propriedade, reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. A ação reivindicatória é a ação petitória mais comum, tratando-se de ação real fundada no domínio. Tartuce afirma que pode-se “afirmar que proteção da propriedade é obtida por meio dessa demanda, aquela em que se discute a propriedade visando à retomada da coisa, quando terceira pessoa, de forma injustificada, a tenha, dizendo-se dono”. O STJ tem entendido ser imprescritível tal ação, tendo em vista seu caráter declaratório. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 25.2 Formas de aquisição da propriedade imóvel Formas originárias: Ocorre sem que a propriedade venha com as características anteriores, sem que haja manifestação de vontade do antigo dono. Nesta modalidade, não existe transmissão. Formas derivadas: Ocorre quando há manifestação de vontade do antigo dono, transmitindo a propriedade a outra pessoa. Neste caso, a propriedade segue com as características anteriores. 25.2.1 Usucapião de bens imóveis Posse com a intenção de ser dono (posse ad usucapionem). Deve ser mansa e pacífica, ou seja, sem oposição. Lapso temporal prescrito em lei. Extraordinária: Art. 1.238 1. 15 anos de posse. 2. Dispensa a existência de justo título e boa-fé. 3. Redução de prazo: para 10 anos se o imóvel for utilizado para moradia habitual ou se tiver sido realizado obra ou serviço de caráter produtivo. Ordinária: Art. 1.242 1. 10 anos de posse 2. Justo título e boa-fé. Formas de aquisição a propriedade imóvel Formas originárias Acessões ilhas aluvião avulsão álveo abandonado plantações e construções Usucapião Formas derivadas Registro do título Sucessão hereditária Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 3. Redução de prazo: para 5 anos se o imóvel tiver sido adquirido, de forma onerosa, devidamente registrado e, posteriormente, tiver o registro cancelado e desde que os possuidores tenham estabelecido lá sua moradia ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Especial Rural: Art. 1.239 5 anos Área rural de até 50 hectares Produtividade ou moradia Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Especial Urbana: Art. 1.240 5 anos Área urbana de até 250 m² Moradia Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural Especial urbana por abandono do lar conjugal: Art. 1.240-A anos Área urbana de até 250 m² Moradia (posse direta) Usucapiente seja proprietário em conjunto com ex-cônjuge ou companheiro que tenha abandonado o lar Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Especial Urbana coletiva: Art. 10, Lei 10.257/01 Núcleos urbanos informais 5 anos Área por possuidor, inferior a 250 m² Não serem os possuidores proprietários de outro imóvel urbano ou rural. Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil 25.3 Formas de aquisição da propriedade móvel 25.3.1 Usucapião de bens móveis Usucapião ordinária: Prevista no art. 1.260, CC, exige posse ad usucapionem, lapso temporal de 3 anos, justo título e boa-fé. Usucapião extraordinária: Prevista no art. 1.261, CC, exige posse ad usucapionem, lapso temporal de 5 anos. Não exige justo título e nem boa-fé. 25.4 Perda da propriedade Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - Por alienação; II - Pela renúncia; Formas de aquisição da propriedade móvel Formas originárias Usucapião Ocupação Achado de tesouro Especificação Confusão Comistão Adjunção Formas derivadas Tradição Não há transferência da propriedade O alienante transfere o domínio ao adquirente Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem Direito Civil III - Por abandono; IV - Por perecimento da coisa; V - Por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. Alienação: Por esta forma, ao mesmo tempo em que a propriedade é adquirida (por aquisição derivada) por aquele que “compra”, é perdida por aquele que “vende”. Ex.: contrato de compra e venda; troca/permuta; doação. No caso de imóveis, há a necessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis para efetivar a transmissão e, no caso de móveis, há a necessidade da tradição. Renúncia: Ocorre quando o proprietário abre mão do seu direito. Ex.: renúncia da herança – art. 1804 e seguintes do CC. Para a eficácia da renúncia de bem imóveis, há que se ter o registro do título renunciativo. Abandono: Ocorre quando o dono abandona a coisa, deixa ela com a intenção de não tê-la mais para si. Também chamada de derrelicção, ou seja, ato praticado com a intenção de perder a propriedade. A propriedade originária da coisa
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