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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER – PARTE 2 
PRÉ-EDITAL DPU 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Direito Civl.........................................................................................................02 
2. Direito Empresarial...........................................................................................60 
3. Direito Processual Civil.....................................................................................83 
4. Direito Internacional........................................................................................122 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL1 
 
 
PARTE I – ASSUNTOS MARCANTES E “DECOREBAS” DO CÓDIGO CIVIL 
- Princípios norteadores do CC/2002: OPERABILIDADE, SOCIALIDADE E ETICIDADE. 
- Teoria Tridimensional do Direito – Miguel Reale – o Direito é fato, valor e norma. 
 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - LINDB 
 
- A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB trata-se de norma de sobredireito, ou 
seja, de uma norma jurídica que visa a regulamentar outras normas (lei sobre leis ou lex legum). 
- Vacatio legis no Brasil: 45 dias, salvo disposição em contrário. Vacatio legis nos Estados estrangeiros: 
3 meses. 
- Princípio da Vigência Sincrônica: a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entra em vigor a um 
só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data 
estipulada para sua entrada em vigor (Art. 1º). OBS: Não se aplica às leis orçamentárias, cujo vigor 
se inicia no 1° dia do ano. 
- Princípio da obrigatoriedade das leis: Se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação do seu 
texto, destinada a correção, o prazo de vacatio legis começa a correr da nova publicação. As correções 
a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
#LEMBRAR: É vedada a denominada repristinação tácita, somente sendo admitida a modalidade 
expressa (art. 2º, §3º, LINDB). 
 
#NÃOESQUECER: Não se esqueça da diferença de AB-ROGAÇÃO e DERROGAÇÃO: 
 
Ab-rogação Derrogação 
Revogação TOTAL de uma lei Revogação PARCIAL de uma lei 
 
 
 
1 Por Diego Alves e Bruna Daronch 
#ATENÇÃO: Vejamos as regras trazidas pela LINDB sobre a lei aplicável no caso de conflito aparente 
de leis: 
- A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras cobre começo e fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
- Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro 
domicílio conjugal. 
- A lei do país em que estiverem situados qualifica os bens e regula as relações a eles concernente. 
- Para qualificar e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que se constituírem. 
- A sucessão por morte ou por ausência é regulada pela lei do país em que era domiciliado o morto ou 
desaparecido. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira 
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não for mais 
favorável a lei pessoal do de cujus. A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para 
suceder. 
- Sociedades e fundações obedecem a lei do Estado em que se constituírem. 
- Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
 
#QUADRO-RESUMO: 
 
Começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de família 
Domicílio 
Impedimentos dirimentes e formalidades de 
celebração do casamento realizado no Brasil 
Lei brasileira (domicílio) 
Celebração do casamento de estrangeiros Perante autoridades diplomáticas ou 
consulares do país de ambos os nubentes 
(nacionalidade) 
Invalidade do casamento, quando os 
nubentes tiverem domicílio diverso 
Primeiro domicílio conjugal (domicílio) 
 
Regime de bens matrimonial, legal ou 
convencional 
Domicílio dos nubentes (se for diverso, 
primeiro domicílio conjugal) 
Domicílio do cônjuge e dos filhos não 
emancipados 
Domicílio do chefe da família (salvo caso de 
abandono) 
Pessoa sem domicílio Residência ou onde se encontrar 
Bens (para qualificá-los e reger as relações a 
ele concernentes) 
Onde estão situados (lex rei sitae) 
 
Bens móveis trazidos ou destinados a 
transporte para outros lugares 
Domicílio do proprietário 
 
Penhor Domicílio do possuidor da coisa apenhada 
Obrigações (para qualificá-las e regê-las) Onde se constituírem (locus regit actum) Obs.: 
a obrigação contratual reputa-se constituída 
no local de residência do PROPONENTE 
Sucessão por morte ou por ausência Domicílio do defunto ou desaparecido (DDD), 
qualquer que seja a natureza e a situação dos 
bens 
Sucessão de bens estrangeiros situados nos 
Brasil 
Lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos 
filhos brasileiros, ou de quem os represente, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei 
pessoal do de cujus 
Capacidade para suceder Domicílio do herdeiro ou legatário 
Organizações destinadas a fins de interesse 
coletivo, como as sociedades e as fundações 
Onde se constituírem (locus regit actum) 
 
Réu domiciliado no Brasil ou quando a 
obrigação tiver de ser cumprida no Brasil 
Autoridade judiciária brasileira 
(domicílio ou lex loci executionis) 
Ações relativas a imóveis situados no Brasil Autoridade judiciária brasileira (lex rei sitae) 
Celebração do casamento de brasileiros e 
atos de Registro Civil e de tabelionato, 
inclusive o registro de nascimento e de óbito 
dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido 
no país da sede do Consulado 
Autoridades consulares brasileiras 
(nacionalidade) 
 
 
PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL 
 
- Início da personalidade: Podemos destacar três teorias principais que tentam explicar esse 
dispositivo: 
 
NATALISTA 
PERSONALIDADE 
CONDICIONAL 
CONCEPCIONISTA 
A personalidade jurídica 
só se inicia com o 
nascimento. 
O nascituro não pode 
ser considerado pessoa. 
Só será pessoa quando 
nascer com vida. 
A personalidade civil 
começa com o 
nascimento com vida, 
mas o nascituro 
titulariza direitos 
submetidos à 
condição suspensiva 
(ou direitos 
eventuais). 
A personalidade 
jurídica se inicia 
com a concepção, 
muito embora 
alguns direitos só 
possam ser 
plenamente 
exercitáveis com o 
nascimento. 
O nascituro é pessoa 
desde o momento 
em que ele é 
concebido (o 
nascituro é um 
sujeito de direitos). 
O nascituro tem apenas 
expectativa de direitos. 
O nascituro possui 
direitos sob condição 
suspensiva (evento 
futuro e incerto de 
nascer com vida). 
O nascituro possui 
direitos. 
Sílvio Rodrigues, Caio 
Mário, Sílvio Venosa. 
Washington de Barros 
Monteiro, Arnaldo 
Rizzardo. 
Silmara Chinellato e 
a grande maioria da 
doutrina. 
 
CAPACIDADE DE DIREITO (todos têm) + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA 
 
Diferentemente, a Legitimidade é específica, traduzindo uma pertinência subjetiva (Calmon de 
Passos) para a prática de certos e determinados atos. Exemplo: Uma pessoa pode ser CAPAZ, mas não 
ter LEGITIMIDADE para a prática de certo ato. Seria o caso de dois irmãos que, a despeito de serem 
maiores e capazes, não podem casar entre si. 
 
- São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES: APENAS os menores de 16 (dezesseis) anos, sendo 
REPRESENTADOS por terceiros. 
#NOVIDADE: Muita atenção com a prova objetiva. O Estatuto da Pessoa com Deficiência revogou as 
demais hipóteses de incapacidade absoluta do Código Civil. Atualmente, apenas os menores 
impúberes. 
 
- São RELATIVAMENTE INCAPAZES: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios 
habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade; os pródigos, sendo ASSISTIDOS por terceiros. 
 
REFORÇANDO: NÃO SE CHAMA MAIS, NO BRASIL, PESSOA COM DEFICIÊNCIA DE INCAPAZ. 
 
#LEMBRAR: A capacidade dos indígenas será regulada por legislaçãoespecial. 
 
- COMORIÊNCIA: se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar 
se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos (art. 8º, CC). 
- Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Em se tratando de morto, terá legitimação para 
requerer a medida o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o 
quarto grau. Eis o que se chama de dano por ricochete, previsto no art. 12, § único do CC/02. A 
legitimidade, no caso, é do próprio familiar. 
- Em se tratando de divulgação de escritos, transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a 
utilização da imagem do morto, são partes legítimas para requerer a proteção o cônjuge, os 
ascendentes ou os descendentes. 
- Limitação com base na vocação hereditária: os legitimados para a propositura de ação indenizatória 
em razão de morte de parentes são o cônjuge ou companheiro(a), os descendentes, os ascendentes 
e os colaterais, de forma não excludente e ressalvada a análise de peculiaridades do caso concreto que 
possam inserir sujeitos nessa cadeia de legitimação ou dela excluir (REsp 1291845/RJ). Por isso, o STJ 
já rechaçou a legitimidade ativa do noivo em relação à pretensão indenizatória (REsp 1076160/AM). 
- ADI 4815, julgada pelo STF: Ação direta julgada procedente para dar interpretação conforme a 
Constituição aos arts. 20 e 21 do Código Civil, sem redução de texto, para, em consonância com os 
direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção 
científica, declarar inexigível autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas 
literárias ou audiovisuais, sendo também desnecessária autorização de pessoas retratadas como 
coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes). 
- Decai em 3 anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por 
defeito do ato respectivo, contado o prazo da PUBLICAÇÃO da sua inscrição no registro. 
- Decai em 3 anos o direito de anular as decisões da pessoa jurídica que tem administração coletiva, 
quando violarem a lei ou o estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. 
- É de 3 anos o prazo decadencial para que o sócio minoritário de sociedade limitada de administração 
coletiva exerça o direito à anulação da deliberação societária que o tenha excluído da sociedade, 
ainda que o contrato social preveja a regência supletiva pelas normas da sociedade anônima. Esse 
prazo está previsto no art. 48 do Código Civil. Para a fixação do quórum deliberativo assemblear 
necessário à aprovação da exclusão de sócio minoritário de sociedade limitada, não se pode computar 
a participação deste no capital social, devendo a apuração da deliberação se lastrear em 100% do 
capital restante, ou seja, tão somente no capital social daqueles legitimados a votar. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.459.190-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/12/2015 (Info 575). 
- TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Exige-se o abuso da 
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial (art. 50, 
CC). Obs: Teoria Menor é utilizada pelo CDC. 
- DESCONSIDERAÇÃO INVERSA: a pessoa se utiliza da pessoa jurídica para esconder bens pessoais. 
#NÃOCONFUNDIR: 
Desconsideração 
INDIRETA 
Desconsideração 
INVERSA/INVERTIDA 
Desconsideração 
EXPANSIVA 
Uma empresa 
controladora comete 
fraudes por meio de 
empresa controlada ou 
coligada em prejuízo de 
terceiro. 
Sócio esconde patrimônio 
na sociedade. 
Atingir patrimônio do 
sócio oculto da sociedade. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica constitui 
abuso da personalidade jurídica? 
Enunciado 282: O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para 
caracterizar abuso de personalidade jurídica. PARA FINS CIVIS. 
Súmula nº 435, STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu 
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da 
execução fiscal para o sócio-gerente. PARA FINS TRIBUTÁRIOS: DÍVIDA TRIBUTÁRIA E NÃO 
TRIBUTÁRIA. 
Enunciado 281: A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde 
da demonstração de insolvência da pessoa jurídica. 
 
Obs: Seria possível a desconsideração de pessoa jurídica com fins não lucrativos? Enunciado 284: As 
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos estão abrangidas 
no conceito de abuso da personalidade jurídica. 
� O encerramento irregular das atividades da empresa devedora autoriza, por si só, que se busque 
os bens dos sócios para pagar a dívida? • Código Civil: NÃO • CDC: SIM • Lei Ambiental: SIM• CTN: 
SIM 
 
- ASSOCIAÇÃO: não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos; o estatuto poderá 
instituir categorias de associados com vantagens especiais; a qualidade de associado é intransmissível, 
se o estatuto não dispuser o contrário; é possível a exclusão do associado havendo justa causa, 
reconhecida em procedimento que assegure a ampla defesa e o contraditório (eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais); compete privativamente à assembleia geral destituir os administradores e 
alterar o estatuto. 
- É dispensável o requisito temporal (pré-constituição há mais de um ano) para associação ajuizar ação 
civil pública quando o bem jurídico tutelado for a prestação de informações ao consumidor sobre a 
existência de glúten em alimentos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.600.172-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
- A associação não tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que vierem a se 
agregar somente após o ajuizamento da ação de conhecimento. STJ. 2ª Turma. REsp 1.468.734-SP, Rel. 
Min. Humberto Martins, julgado em 1º/3/2016 (Info 579). 
- FUNDAÇÕES: são instituídas por escritura pública ou testamento; se o estatuto não for elaborado no 
prazo assinalado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência será do 
Ministério Público; alteração do estatuto da fundação: deliberação de 2/3 dos competentes para gerir 
e representar a fundação, não contrarie ou desvirtue o fim da fundação e seja aprovada pelo órgão do 
Ministério Público em 45 dias (caso este denegue, o juiz poderá suprir, a requerimento do 
interessado). 
#NOVIDADELEGISLATIVA: A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de 
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; 
 
- DOMICÍLIO: o domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual é o lugar onde for 
encontrada; têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 
 
Incapaz Servidor 
público 
Militar Marítimo Preso 
Domicílio do 
representante 
ou assistente 
Onde exerce as 
funções 
Exército/PM: Onde 
servir 
Obs: Militar da 
Marinha ou 
Aeronáutica: onde 
estiver 
subordinado 
Navio está 
registrado 
Onde 
cumprir a 
pena 
 
- BENS: para fins legais, são considerados imóveis os direitos reais sobre imóveis e as ações que os 
asseguram, bem como o direito à sucessão aberta; não perdem o caráter de imóveis as edificações 
que, separadasdo solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, bem como 
os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem; para fins legais, 
são considerados móveis as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos 
móveis e as ações correspondentes, e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações; 
não são considerados benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a 
intervenção do proprietário, possuidor ou detentor; os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 
#LEMBRAR: Modalidades de bens acessórios: 
� Frutos: são bens que saem do principal sem diminuir sua quantidade. → Naturais: que decorrem da 
essência. Ex.: frutas. → Industriais: que decorrem da atividade humana. Ex.: cimento → Civis: que são 
rendimentos. Ex.: juros, aluguel, etc. 
� Produtos: são bens que saem do principal diminuindo este. Ex.: pepita de ouro de uma mina. 
� Pertenças: não constituem parte integrante, servem de modo duradouro ao uso, serviço ou 
embelezamento de outro bem. Como não são parte integrante são independentes. Podem ser bens 
móveis incorporados a bens imóveis ou incorporados a bens móveis, ambos pela vontade do homem 
(ascensão intelectual). Em regra, a pertença não segue o bem principal, salvo se resultar da lei, 
manifestação da vontade ou circunstâncias do caso. #JÁCAIUNADPU 
� Partes integrantes: são bens acessórios que estão unidos ao bem principal formando com o último 
um todo indivisível. Não tem autonomia (diferente das pertenças), ou seja, só tem funcionalidade com 
o principal. Ex.: lâmpada no lustre. 
� Benfeitorias: são acréscimos e melhoramentos introduzidos no bem principal, sendo certo que 
podem ser de três tipos: → Necessárias: conservação e manutenção do bem. → Úteis: facilitam o uso. 
Ex.: corrimão da escada. → Voluptuárias: mero deleite ou recreio. Ex.: sauna, piscina. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre 
exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de 
passagem. Os moradores possuem legitimidade para ajuizar ação de reintegração de posse contra a 
empresa alegando que a rua que está sendo invadida representa uma servidão de passagem. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.582.176-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016 (Info 590). 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro 
de Habitação, como está afetado à prestação de um serviço público, deve ser tratado como bem 
público, sendo, pois, imprescritível (insuscetível de usucapião). STJ. 3ª Turma. REsp 1.448.026-PE, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/11/2016 (Info 594). 
 
� DOS FATOS JURÍDICOS: 
- A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, 
nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou 
da obrigação comum. 
- A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes 
de realizada a condição a que ela estiver subordinada. 
- É necessária a ESCRITURA PÚBLICA para a VALIDADE dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior 
a 30 VEZES O SALÁRIO MÍNIMO. 
- Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
- CONDIÇÃO: Cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do 
negócio jurídico a evento futuro e incerto. São proibidas as condições que privarem de todo efeito o 
negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes (condições puramente 
potestativas). 
- TERMO: Evento futuro e certo, sendo que o termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição 
do direito. 
- ENCARGO: O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto, no negócio jurídico, como condição suspensiva. 
 
Condição suspensiva “se” Termo “quando” Encargo “para que” 
Suspende a aquisição e o 
exercício do direito. Não tem 
direito adquirido. 
Suspende o exercício, mas 
não a aquisição do direito. 
Tem direito adquirido. 
Não suspende a aquisição 
nem o exercício do direito. 
Tem direito adquirido. 
 
� DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 * O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. 
 * O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, 
o negócio jurídico seria realizado, embora de modo diverso. 
 * O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder 
civilmente até a importância do proveito que teve; se o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
 * Coação: fundado temor de dano iminente e considerável à pessoa, família ou aos bens. A análise 
é feita no caso concreto, não levando em consideração a ideia do homem médio. 
 * Estado de perigo: ocorre quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de 
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
Exige-se o DOLO DE APROVEITAMENTO. 
 * Lesão: ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga 
a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. NÃO EXIGE O DOLO DE 
APROVEITAMENTO. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, 
ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
#SELIGANADIFERENÇA: 
 
ESTADO DE PERIGO LESÃO 
EXIGE DOLO DE APROVEITAMENTO NÃO SE EXIGE DOLO DE 
APROVEITAMENTO 
 
 * Fraude contra credores: os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se 
os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão 
ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Só os credores que já o 
eram ao tempo desses atos poderão pleitear a anulação. Serão igualmente anuláveis os contratos 
onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser 
conhecida do outro contratante. Anulados os negócios jurídicos, a vantagem resultante reverterá em 
proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
#LEMBRAR: A anulação deve ser requerida por meio de ação pauliana e ação revocatória. 
 
*É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico por defeito. 
No caso de coação, o prazo corre do dia em que cessar. No caso de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, o prazo corre do dia em que se realizou o negócio jurídico. 
- São NULOS os negócios jurídicos: celebrados por pessoa absolutamente incapaz; que tiver objeto 
ilícito, impossível ou indeterminado; o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; não 
revestir a forma prescrita em lei; for preterida alguma solenidade que a lei considera essencial para a 
sua validade; tiver por objetivo fraudar a lei imperativa; a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-
lhe a prática, sem cominar-lhe sanção (nulidade virtual). 
- É NULO o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e 
na forma. SIMULAÇÃO É VÍCIO SOCIAL. 
- O negócio jurídico NULO não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. 
- Além dos casos expressamente declarados em lei, são ANULÁVEIS os negócios jurídicos: por 
incapacidade relativa do agente; por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores. 
- Quando a lei estabelecer que determinado ato é anulável, mas sem estabelecer prazo, este será de 
dois anos, a contar da conclusão do ato. 
 
#IMPORTANTE! O menor, entre 16 e 18 anos,não pode, para eximir-se de um a obrigação, invocar a 
sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, 
declarou-se maior. 
 
#ATENÇÃO #SELIGANADIFERENÇA: 
 
NULIDADE ANULABILIDADE 
Negócio é nulo. No CC/16 se falava em 
nulidade absoluta. No CC/02 nulidade é 
sempre absoluta 
Negócio é anulável. No CC/16 se 
falava em nulidade relativa. No CC/02 
anulabilidade é sempre relativa 
Ação declaratória de nulidade – (1) 
majoritária - imprescritível, com base 
no art. 169 do CC, jurisprudência e 
doutrina. (2) prescreve em 10 anos, que 
é prazo geral de prescrição no art. 205 
CC. Caio Mário. (3) declaração de 
nulidade é imprescritível, mas para 
desafazer os efeitos patrimoniais, teria 
um prazo de 10 anos. – Stolze e 
enunciado 536/CJF. Ex tunc 
Ação anulatória – prazo especial. 
Estão espalhados no Código Civil (ex: 
vícios de consentimentos – prazo de 
04 anos). Há um prazo geral, quando 
não houver prazo específico – art. 
179, CC- 2 anos. Ex. a anulação da 
venda de ascendente para descente. 
Art. 496. Súmula 494, STF, está 
superada. Ex nunc 
Hipóteses: (1) art. 166 + 167 (2) casos 
expressos espalhados pelo CC -
nulidades expressas (3) quando a lei 
proíbe a prática de um ato e não sem 
estabelecer sanção – nulidade virtual. 
Art. 166, VII. 
Hipóteses: art. 171 (1) incapacidade 
do agente (2) vícios de 
consentimento do CC (3) casos 
expressos (ex: fraude contra 
credores). 
Interesse público (norma de ordem 
pública). Coisa julgada erga omnes 
Interesse particular (norma de 
ordem privada) 
Coisa julgada inter partes 
Juiz deve declarar de ofício Juiz não pode declarar de ofício 
Não pode ser 
sanado/suprido/convalidado, mas pode 
ser objeto de conversão. 
Pode ser suprido/sanado – 
confirmação ou 
assentimento/convalidado 
(gênero). Ex. simples decurso do 
tempo 
Por fim, conclui-se que, se ação 
anulatória não é proposta no 
prazo legal, o NJ anulável 
continuará gerando efeitos. 
Pontes de Miranda denominava 
de eficácia interimística os 
efeitos que o ato produz até que 
seja invalidado. 
 
- PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: Respeitada a intenção das partes, a 
invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável. 
- Não são convalidáveis os negócios jurídicos celebrados com o intuito de alterar o quadro societário 
de sociedade empresária por meio da falsificação de assinatura de sócio, ainda que o próprio sócio 
prejudicado pelo falso tenha, por escritura pública, concedido ampla, geral e irrevogável quitação, a 
fim de ratificar os negócios jurídicos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.368.960-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
- ABUSO DE DIREITO: titular do direito, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo 
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. A RESPONSABILIDADE CIVIL PELO 
ABUSO DE DIREITO É OBJETIVA! 
- Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil pelos danos causados a 
impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção, deferida judicialmente, 
de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida extrauterina. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.467.888-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592) 
- PRESCRIÇÃO: Não corre a prescrição: entre cônjuges, na constância da sociedade conjugal; entre 
ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; entre tutelados ou curatelados e seus tutores 
ou curadores, durante a tutela ou curatela; contra os absolutamente incapazes; contra os ausentes do 
país em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; contra os que se acharem servindo 
nas Forças Armadas; pendendo condição suspensiva; não estando vencido o prazo; pendendo ação de 
evicção. Quando a ação de originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a 
prescrição antes da respectiva sentença definitiva. Interrompem a prescrição: despacho do juiz, 
mesmo incompetente, que determinar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da 
lei processual; por protesto, nas condições do item antecedente; por protesto cambial; pela 
apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; por qualquer 
ato judicial que constitua em mora o devedor; por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, 
que importe reconhecimento do direito pelo devedor (confissão de dívida). 
- Prazos prescricionais importantes: 10 anos, quando a lei não haja fixado prazo menor; 1 ano, a 
pretensão do segurado contra o segurador, ou deste contra aquele; 3 anos, a pretensão de 
ressarcimento de enriquecimento sem causa; de responsabilidade civil e do seguro DPVAT; em 5 anos, 
a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
- É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, 
de indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner. Aplica-se, neste caso, o 
art. 8º do Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio, 
perdas e avarias de carga. Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC, considerando que se trata de norma 
geral e, por isso, não revogou o art. 8º do DL nº 116/1967, que é considerado norma especial. Aplica-se 
à presente situação a Súmula 151 do STF que, apesar de antiga, continua vigente: Súmula 151-STF: 
Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda 
de carga transportada por navio. STJ. 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 24/5/2016 (Info 586). 
- A pretensão de ressarcimento veiculada em ação de locupletamento pautada no art. 48 do Decreto 
nº 2.044/1908 prescreve em 3 anos, contados do dia em que se consumar a prescrição da ação 
executiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1.323.468-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/3/2016 
(Info 580). 
- Prescreve em 10 anos (art. 205 do CC) a pretensão de cobrar dívida decorrente de conserto de 
automóvel por mecânico que não tenha conhecimento técnico e formação intelectual suficiente para 
ser qualificado como profissional liberal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.546.114-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 17/11/2015 (Info 574). 
- DECADÊNCIA: Não se aplicam à decadência as normas que suspendem, impedem ou interrompem a 
prescrição, salvo no caso dos absolutamente incapazes. Pode ser legal ou convencional. É nula a 
renúncia à decadência fixada em lei. 
- O prazo decadencial para herdeiro do cônjuge prejudicado pleitear a anulação da fiança firmada sem 
a devida outorga conjugal é de dois anos, contado a partir do falecimento do consorte que não 
concordou com a referida garantia. STJ. 4ª Turma. REsp 1.273.639-SP, Rel. Luis Felipe Salomão, julgado 
em 10/3/2016 (Info 581). 
 
- CASOS ESPECIAIS DE PRESCRIÇÃO 
 
a) Prazo para demandar por abandono afetivo - O STJ, julgando o Resp 1298576/RJ, decidiu que o 
prazo prescricional para se formular pretensão indenizatória por abandono efetivo começa a fluir com 
a maioridade do interessado. 
b) O STJ, com base em diversos precedentes, tem decidido que o prazo prescricional para a cobrança, 
amparada para ação monitória fundada em cheque prescrito é de 5 anos (Resp 1339.874/RS). 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão 
estampada na cártula. 
 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao 
vencimento do título. 
 
c) O prazo prescricional para a cobrança de seguro DPVAT é de 3 anos – #SELIGANASÚMULA: Súmula 
405 STJ.Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do 
caráter permanente da invalidez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende de laudo 
médico, exceto nos casos de invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento 
anterior resulte comprovado na fase de instrução. 
 
d) STJ, no Resp 1139030/RJ, entendeu que o prazo prescricional aplicável à PRETENSÃO de cobrança 
de cotas condominiais é de cinco anos. 
e) Pretensão indenizatória contra a Fazenda Pública - segundo o Professor Rodrigo Leite, após 
oscilação em sua jurisprudência, com acórdãos que ora aplicavam o prazo de três anos do CC, ora 
aplicavam o prazo de cinco anos do decreto nº 20910/32, o tema foi submetido a julgamento sob a 
sistemática dos recursos repetitivos, prevalecendo a tese de que é de cinco anos o prazo para se 
deduzir pretensão de reparação civil contra a Fazenda Pública. 
f) Em relação à suspensão e à interrupção de prazo prescricional em contrato de seguro, foi 
considerada correta pela banca CESPE a seguinte alternativa na prova do TJDFT, aplicada em 2016: “O 
prazo prescricional anual é suspenso com o pedido administrativo do pagamento, voltando a correr 
pelo tempo restante a partir da eventual negativa da seguradora, mas se há pagamento parcial o prazo 
é interrompido voltando a correr por inteiro.” 
 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
- Se a obrigação for solidária, convertendo-se em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade. Atenção: isso não ocorre com a obrigação indivisível. 
- A um dos credores solidários NÃO pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. 
 
#SELIGANASDIFERENÇAS: 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS/INDIVISÍVEIS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
A origem está na natureza da prestação. Decorrem da lei ou da vontade das partes. 
Por isso, sua origem é considerada objetiva, 
referente à prestação (cavalo ou dinheiro). 
Por isso, sua origem é considerada 
subjetiva, referente às pessoas (credor e 
devedor). 
 
Obrigação alternativa Obrigação facultativa 
Obrigação composta. Obrigação simples (existe uma obrigação, 
já que a outra prestação é meramente 
Ou seja: obrigação “a” ou “b”. facultativa, cabendo ao devedor cumprir, 
se quiser). 
Ou seja: há um dever + faculdade (2º 
opção do devedor). 
O credor pode exigir quaisquer das 
obrigações. 
Essa faculdade não pode, em nenhuma 
hipótese, ser exigida pelo credor. 
#PARA LEMBRAR: Facultativa vem de 
faculdade. 
 Ex: obrigação de entregar um cavalo ou, 
se o devedor quiser, pode pagar em 
dinheiro. Portanto, o credor não pode 
exigir o dinheiro, mas tão somente a 
entrega do cavalo. 
 
- CESSÃO DE CRÉDITO: Dispensa a concordância do devedor; não tem eficácia em relação ao devedor 
enquanto a este não for notificada; cessão pro soluto: cedente responde pela existência e legalidade 
do crédito, mas não pela solvência; cessão pro solvendo: cedente responde pela solvência do devedor; 
salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
- ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: Exige a concordância do credor (consentimento expresso); Silêncio = recusa; 
o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoas que competiam ao devedor primitivo. 
- TEORIA DA IMPREVISÃO: Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta 
entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido 
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
- A quitação sempre poderá ser feita por instrumento particular. 
- Vencimento antecipado de dívidas: no caso de falência do devedor, ou do concurso de credores; se 
os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; se cessarem, 
ou se tornarem insuficientes, as garantias de débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se 
negar a reforça-las. 
- PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO: opera-se de pleno direito em favor do credor que paga a dívida 
do devedor comum; do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a o credor hipotecário; terceiro 
que efetiva o pagamento da hipoteca para não ser privado do direito sobre o imóvel; do terceiro 
juridicamente interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. 
A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, 
em relação à dívida, contra o devedor principal de os fiadores. 
- DAÇÃO EM PAGAMENTO: o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
- NOVAÇÃO: ocorre quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a 
anterior; quando novo devedor sucede ao antigo, ficando quite com o credor; quando, em virtude de 
obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A novação 
por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente do consentimento deste. 
Extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não 
podem ser objeto de novação as obrigações nulas ou extintas; as anuláveis podem. 
- Não cumprida a obrigação, responde o devedor por: perdas e danos; juros; atualização monetária e 
honorários de advogado. 
- MORA: considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser 
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Mora ex lege: ocorre de pleno 
direito quando do advento do termo; mora ex persona: não havendo termo, a mora se constitui 
mediante interpelação judicial ou extrajudicial. O devedor em mora responde pela impossibilidade da 
prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem 
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação 
fosse oportunamente desempenhada. 
- Incorre de pleno direito o devedor na CLÁUSULA PENAL, desde que, culposamente, deixe de cumprir 
obrigação ou se constitua em mora. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder 
o da obrigação principal. 
- CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA x MORATÓRIA: Não se pode cumular multa compensatória 
prevista em cláusula penal com indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento da 
obrigação. Enquanto a cláusula penal moratória manifesta com mais evidência a característica de 
reforço do vínculo obrigacional, a cláusula penal compensatória prevê indenização que serve não 
apenas como punição pelo inadimplemento, mas também como prefixação de perdas e danos. A 
finalidade da cláusula penal compensatória é recompor a parte pelos prejuízos que eventualmente 
decorram do inadimplemento total ou parcial da obrigação. Tanto assim que, eventualmente, sua 
execução poderá até mesmo substituir a execução do próprio contrato. Não é possível, pois, cumular 
cláusula penal compensatória com perdas e danos decorrentes de inadimplemento contratual. Com 
efeito, se as próprias partes já acordaram previamente o valor que entendem suficiente para recompor 
os prejuízos experimentados em caso de inadimplemento, não se pode admitir que, além desse valor, 
ainda seja acrescido outro, com fundamento na mesma justificativa – a recomposição de prejuízos. 
Ademais, nessas situações sobressaem direitos e interesses eminentemente disponíveis, de modo a 
não ter cabimento, em princípio, a majoração oblíqua da indenização prefixada pela condenação 
cumulativa em perdas e danos. REsp 1.335.617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/3/2014. 
- CLÁUSULA PENAL NO CONTRATO ADVOCATÍCIO: é lícita para situações de mora e/ou 
inadimplemento (ex: multa pelo atraso no pagamento dos honorários). Não é permitida para as 
hipóteses de renúncia ou revogação do mandato (ex: multa pelo fato de o cliente ter decidido revogar 
o mandato e constituir outro advogado). STJ. 4ª Turma. REsp 1.346.171-PR, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão,julgado em 11/10/2016 (Info 593). 
 
#SELIGANASTABELAS: 
 
Cláusula penal Perdas e danos 
- o valor é fixado antecipadamente pelos 
próprios contratantes. 
- por se tratar de uma estimativa feita pelos 
contratantes, pode ficar aquém de seu 
montante real. 
- O credor não precisa comprovar o prejuízo. 
- o valor é fixado pelo juiz, com base nos 
prejuízos alegados e provados. 
- por abrangerem o dano emergente e o lucro 
cessante, possibilitam o completo 
ressarcimento do prejuízo. Princípio da 
reparação INTEGRAL. 
- deve ser comprovado, exaustivamente, o 
prejuízo. 
Semelhanças: destinam-se a ressarcir os prejuízos sofridos pelo credor em razão do 
inadimplemento do devedor. 
 
 
 
 
Cláusula penal Multa simples ou cláusula penal pura 
- constitui prefixação da responsabilidade 
pela indenização decorrente da inexecução 
culposa da obrigação. 
- constituída de determinada importância, 
que deve ser paga em caso de infração de 
certos deveres, como a imposta pelo 
empregador ao empregado, ao infrator das 
normas de trânsito, etc. Não tem a finalidade 
de promover o ressarcimento de danos, nem 
tem relação com o inadimplemento 
contratual. 
 
Cláusula penal Multa penitencial 
- instituída em benefício do CREDOR, a quem 
compete escolher entre cobrar a multa 
compensatória OU exigir o cumprimento da 
prestação. 
- instituída em benefício do DEVEDOR, a quem 
compete escolher entre pagar a multa 
penitencial ou cumprir a prestação. 
 
Cláusula penal Arras penitenciais (dá direito de 
arrependimento) 
- atua como elemento de coerção, para evitar 
o inadimplemento contratual. 
- por admitirem o arrependimento, facilitam o 
descumprimento da avença, pois as partes 
sabem que a pena é reduzida, consistindo na 
perda do sinal dado ou em sua devolução + 
equivalente (dobro), nada mais podendo ser 
exigido a título de perdas e danos (art. 420). 
- pode (deve) ser reduzida pelo juiz, em caso 
de inadimplemento parcial da obrigação ou 
de montante manifestamente excessivo. (art. 
413) 
- não podem ser reduzidas pelo juiz. (mas, a 
doutrina diverge: Enunciado 165 do CJF: “Em 
caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 
413 ao sinal, sejam as arras confirmatórias ou 
penitenciais”). 
- torna-se exigível apenas se ocorre o 
inadimplemento do contrato. 
- são pagas por antecipação no início do 
contrato. 
- aperfeiçoa-se com a simples estipulação no 
instrumento (caráter convencional). 
- aperfeiçoam-se com a entrega de dinheiro ou 
outro bem móvel (caráter real). 
Semelhanças: têm natureza acessória e visam a garantir o adimplemento da obrigação, 
constituindo seus valores prefixação das perdas e danos. 
 
Arras confirmatórias Arras penitenciais 
Confirmam o NJ Atuam como pena convencional 
Mínimo de indenização Prefixação de perdas e danos 
Não dá direito de arrependimento Dá direito de arrependimento 
(contrato é passível de resolução) 
Como não cabe arrependimento, a lei concede a 
suplementação de perdas e danos. 
Como a lei concede o arrependimento, a lei não 
concede a suplementação de perdas e danos. 
 
 
CONTRATOS EM GERAL 
 
- Proibição da pacta corvina: não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
- Ações edilícias: redibitória e quanti minoris. 
 
ABATIMENTO RESOLUÇÃO 
Ação Quanti Minoris ou Estimatória Ação Redibitória 
Sentença de natureza condenatória Sentença de natureza constitutiva negativa 
(desconstitutiva) 
 
- VÍCIO REDIBITÓRIO: a coisa recebida em virtude de contrato comutativo ou de doação onerosa pode 
ser rejeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem impróprias para o uso a que é destinada, ou 
lhe diminuam o valor. Ao invés de rejeitar, é possível pedir o abatimento proporcional do preço. 
PRAZOS: 30 dias, se a coisa móvel; 1 ano, se imóvel, ambos contados da entrega efetiva; se já estava 
na posse, o prazo contar-se-á da alienação, reduzido à metade; no caso de vício oculto, o adquirente 
tem os mesmos prazos (30 dias/ 1 ano), desde que os vícios se revelem no prazo máximo de 180 dias, 
se móvel, ou de 1 ano, se imóvel, fluindo do conhecimento do defeito. 
- Mediante cláusula expressa, as partes podem reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela 
evicção. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
- RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se 
a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a 
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. A 
resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do 
contrato. 
- EVICÇÃO: é a garantia que socorre o adquirente em face do alienante, na ocasião em que o bem é 
reavido pelo verdadeiro titular. Requisitos: a) perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da 
coisa alienada; b) contrato oneroso; c) boa-fé do adquirente (desconhecimento da litigiosidade da 
coisa); c) perda da posse ou domínio. Segundo o STJ, não depende de sentença judicial. 
- A pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao prazo 
prescricional de 3 anos. Em outras palavras, é de 3 anos o prazo prescricional para que o evicto (que 
perdeu o bem por evicção) proponha ação de indenização contra o alienante. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.577.229-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/11/2016 (Info 593). 
- Vamos analisar as formas de extinção dos contratos: 
RESILIÇÃO RESOLUÇÃO RESCISÃO 
Opera-se quando há o 
desfazimento de um 
contrato por simples 
MANIFESTAÇÃO DE 
VONTADE de uma ou de 
ambas as partes 
Opera-se quando houver 
INADIMPLEMENTO, ou seja, 
quando uma das partes 
descumpre o contrato: 
absoluto, relativo ou 
violação positiva do 
contrato (deveres anexos) 
Tem dois sentidos: 
TEORIA CLÁSSICA 
(FRANCESCO MESSINEO): 
opera-se quando houver 
LESÃO ou ESTADO DE 
PERIGO. Ou seja: Vícios do 
NJ. 
TEORIA PRAGMÁTICA 
(jurisprudência brasileira): 
mesmo sentido de resolução. 
 
TEORIA MODERNA: Gênero 
das espécies resilição e 
resolução. 
“NÃO DÁ MAIS” - não 
interessa mais o vínculo 
contratual 
 
Aplica-se, especialmente, a 
contratos de atividades ou 
serviços por tempo 
indeterminado. 
Normalmente, os contratos 
trazem uma cláusula 
resolutiva expressa. 
 
EXEMPLOS: resilição de 
contrato de linha de celular 
ou de canal por assinatura 
ou renúncia de mandato ou 
manifestação do locatário 
de não continuar na locação. 
 
Pergunta de prova oral: que 
nome se dá ao ato jurídico 
que concretiza uma 
resilição? Depende do tipo 
de resilição: 
BILATERAL: é o DISTRATO 
UNILATERAL: é a DENÚNCIA 
Havendo uma cláusula 
resolutória EXPRESSA, a 
resolução é imediata. 
 
Lembrar que o leasing, ainda 
que tenha cláusula expressa, 
exige a NOTIFICAÇÃO. 
O que é EXCEPTIO NON 
ADIMPLENTI CONTRACTUS? 
Trata-se de uma defesa 
conferida à parte 
demandada, no sentido de 
apontar o descumprimento 
prévio da prestação cabível à 
parte adversa. 
REQUISITO: notificação 
prévia, para a denúncia, 
(artigo 473, parágrafo único) 
SEM CLÁUSULA EXPRESSA, 
o inadimplemento demanda 
uma notificação para a 
resolução. 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATOS EM ESPÉCIE 
 
� COMPRA E VENDA: é lícita a compra e venda entre os cônjuges, com relação a bens excluídos da 
comunhão. 
� RETROVENDA: o vendedor da coisa pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo decadencial 
de 3 anos, restituído o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, 
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de 
benfeitorias necessárias. O direito à retrovenda é cessível a herdeiros e legatários, podendo ser 
exercido contra o terceiro adquirente. 
� VENDA ACONTENTO: realizada sob uma condição suspensiva, de modo que não se reputará 
perfeita enquanto o adquirente não manifestar o seu agrado. Até o momento dessa manifestação, as 
obrigações do comprador são de mero comodatário. 
� PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa 
que aquele vai vender, ou dar em pagamento; o direito de preferência será exercido em 180 dias, se 
móvel, e em 2 anos, se imóvel; não se pode ceder e nem passa aos herdeiros, diferentemente da 
retrovenda. 
� VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: na venda de coisa MÓVEL, o vendedor pode reservar para si 
a propriedade, até que o preço seja integralmente pago; será estipulada por escrito e depende de 
registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros; no caso de mora, poderá o vendedor 
mover contra o comprador a ação de cobrança, ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: 
- É nulo o contrato firmado entre particulares de compra e venda de imóvel de propriedade da União 
quando ausentes o prévio recolhimento do laudêmio e a certidão da Secretaria do Patrimônio da 
União (SPU), ainda que o pacto tenha sido registrado no Cartório competente. Antes de o ocupante 
vender o domínio útil do imóvel situado em terreno de marinha, ele deverá obter autorização da União, 
por meio da SPU, pagando o laudêmio e cumprindo outras formalidades exigidas. Somente assim esta 
alienação será possível de ser feita validamente. STJ. 2ª Turma. REsp 1.590.022-MA, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 9/8/2016 (Info 589). 
- O direito de preferência previsto no art. 504 do CC aplica-se ao contrato de compra e venda celebrado 
entre condômino e terceiro, e não àquele ajustado entre condôminos. Art. 504. Não pode um 
condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por 
tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver 
para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de 
decadência. STJ. 4ª Turma. REsp 1.137.176-PR, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 16/2/2016 (Info 577). 
- É válida cláusula inserta em contrato de promessa de compra e venda de imóvel situado em terreno 
de marinha que estipule ser da responsabilidade do promitente-adquirente o pagamento do laudêmio 
devido à União, embora a referida cláusula não seja oponível ao ente público. STJ. 4ª Turma. REsp 
888.666-SE, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 15/12/2015 (Info 575). 
 
#SELIGANASÚMULA: SÚMULA 543 do STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de 
compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata 
restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva 
do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa 
ao desfazimento. Segunda Seção, aprovada em 26/8/2015, DJe 31/8/2015. 
 
� DOAÇÃO: pode ser feita por escritura ou por instrumento particular. Admite-se a doação verbal, se, 
versando sobre bens móveis e de pequeno valor, for seguida da tradição. A doação de ascendente a 
descendente, ou de um cônjuge a outro, importará adiantamento de herança. A doação que excede a 
legítima é nula. 
- A cláusula de incomunicabilidade imposta a um bem transferido por doação ou testamento só produz 
efeitos enquanto viver o beneficiário, sendo que, após a morte deste, o cônjuge sobrevivente poderá 
se habilitar como herdeiro do referido bem, observada a ordem de vocação hereditária. A cláusula de 
incomunicabilidade imposta a um bem não interfere na vocação hereditária. Assim, se o indivíduo 
recebeu por doação ou testamento bem imóvel com a referida cláusula, sua morte não impede que 
seu herdeiro receba o mesmo bem. STJ. 4ª Turma. REsp 1.552.553-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 24/11/2015 (Info 576). 
- Para aferir a eventual existência de nulidade em doação pela disposição patrimonial efetuada acima 
da parte de que o doador poderia dispor em testamento, a teor do art. 1.176 do CC/1916, deve-se 
considerar o patrimônio existente no momento da liberalidade, isto é, na data da doação, e não o 
patrimônio estimado no momento da abertura da sucessão do doador. AR 3.493-PE, Rel. Min. 
Massami Uyeda, julgado em 12/12/2012. 
� MÚTUO: empréstimo de coisas fungíveis. 
� COMODATO: empréstimo de coisas infungíveis. 
- O comodante pode fixar aluguel de forma unilateral em caso de mora do comodatário na restituição 
da coisa emprestada, desde que em montante não superior ao dobro do valor de mercado. O art. 582, 
2ª parte, do CC dispõe que o comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, 
até restituir a coisa, o aluguel que for arbitrado pelo comodante. A natureza desse aluguel é de uma 
autêntica pena privada, e não de indenização pela ocupação indevida do imóvel emprestado. O 
objetivo central do aluguel não é transmudar o comodato em contrato de locação, mas sim coagir o 
comodatário a restituir o mais rapidamente possível a coisa emprestada, que indevidamente não foi 
devolvida no prazo legal REsp 1.175.848-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino. Julgado em 
18/9/2012. 
� MANDATO: pode ser instituído por instrumento particular; ainda que instituído por instrumento 
público, o substabelecimento pode ser feito por instrumento particular; pode ser expresso ou tácito, 
verbal ou escrito; a outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado; 
em termo gerais, só confere poderes de administração. 
� TRANSPORTE: cláusula de incolumidade – a responsabilidade contratual do transportador por 
acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
� FIANÇA: o contrato de fiança é feito por escrito e não admite interpretação extensiva; pode ser 
estipulada ainda que sem o consentimento do devedor ou contra a sua vontade; as obrigações nulas 
não podem ser suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do 
devedor. BENEFÍCIO DE ORDEM: o fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, 
até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Ao alegar o benefício 
de ordem, o fiador deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, 
quantos bastem para solver o débito. 
 
#SELIGANASÚMULA: SÚMULA 549 STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de 
contrato de locação. Segunda Seção, aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015. 
 
- É lícita cláusula em contrato de mútuo bancário que preveja expressamente que a fiança prestada 
prorroga-se automaticamente com a prorrogação do contrato principal. REsp 1.253.411-CE, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/6/2015, DJe 4/8/2015. 
- O fiador de mútuo bancário não tem legitimidade para, exclusivamente e em nome próprio, pleitear 
em juízo a revisão e o afastamento de cláusulas e encargos abusivos constantes do contrato principal. 
REsp 926.792-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/4/2015, DJe 17/4/2015. 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
- O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem a 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. A indenização será equitativa e não terá 
lugar quando privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
- A responsabilidade dos pais por filho menor (responsabilidade por ato ou fato de terceiro) é 
objetiva, nos termos do art. 932, I, do CC, devendo-se comprovar apenas a culpa na prática do ato 
ilícito daquele pelo qual são os pais responsáveis legalmente (ou seja, é necessário provar apenas a 
culpa do filho). Contudo, há uma exceção: os pais só respondem pelo filho incapaz que esteja sob sua 
autoridade e em sua companhia; assim, os pais, ou responsável,que não exercem autoridade de fato 
sobre o filho, embora ainda detenham o poder familiar, não respondem por ele. Desse modo, a mãe 
que, à época de acidente provocado por seu filho menor de idade, residia permanentemente em local 
distinto daquele no qual morava o menor - sobre quem apenas o pai exercia autoridade de fato - não 
pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda do ato ilícito, mesmo considerando que ela não 
deixou de deter o poder familiar sobre o filho. STJ. 3ª Turma. REsp 1.232.011-SC, Rel. Min. João Otávio 
de Noronha, julgado em 17/12/2015 (Info 575). 
- #MUITOIMPORTANTE: Na responsabilidade civil extracontratual, se houver a fixação de 
pensionamento mensal, os juros moratórios deverão ser contabilizados a partir do vencimento de 
cada prestação, e não da data do evento danoso ou da citação. Não se aplica ao caso a súmula 54 do 
STJ, que somente tem incidência para condenações que são fixadas em uma única parcela. Se a 
condenação for por responsabilidade extracontratual, mas o juiz fixar pensão mensal, neste caso, 
sobre as parcelas já vencidas incidirão juros de mora a contar da data em que venceu cada prestação. 
Sobre as parcelas vincendas, em princípio não haverá juros de mora, a não ser que o devedor atrase o 
pagamento, situação na qual os juros irão incidir sobre a data do respectivo vencimento. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.270.983-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/3/2016 (Info 580). 
- O fato de a vítima de ato ilícito com resultado morte possuir, na data do óbito, idade superior à 
expectativa média de vida do brasileiro não afasta o direito de seu dependente econômico ao 
recebimento de pensão mensal, que será devida até a data em que a vítima atingiria a expectativa de 
vida prevista na tabela de sobrevida (Tábua Completa de Mortalidade) do IBGE vigente na data do 
óbito, considerando-se, para os devidos fins, o gênero e a idade da vítima. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.311.402-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18/2/2016 (Info 578). 
- A Google não é responsável pelos prejuízos decorrentes de violações de direito autoral levadas a 
efeito por usuários que utilizavam a rede social Orkut para comercializar obras sem autorização dos 
respectivos titulares, uma vez verificado (a) que o provedor de internet não obteve lucro ou contribuiu 
decisivamente com a prática ilícita e (b) que os danos sofridos antecederam a notificação do provedor 
acerca da existência do conteúdo infringente. REsp 1.512.647-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 13/5/2015, DJe 5/8/2015. 
- Danos morais em favor de Nascituro e Recém-nascido: Não há dúvidas sobre a possibilidade de 
recém-nascido sofrer dano moral, eis que a jurisprudência já reconheceu danos morais até para o 
nascituro (REsp 1291247/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 19/08/2014, DJe 01/10/2014). A jurisprudência tem, de regra, conferido soluções diversas a ações i) 
ajuizadas pelo falecido, ainda em vida, tendo o espólio assumido o processo posteriormente; ii) 
ajuizadas pelo espólio pleiteando danos experimentados em vida pelo de cujus; e iii) ajuizadas pelo 
espólio, mas pleiteando direito próprio dos herdeiros (como no caso). 2. Nas hipóteses de ações 
ajuizadas pelo falecido, ainda em vida, tendo o espólio assumido o processo posteriormente (i), e nas 
ajuizadas pelo espólio pleiteando danos experimentados em vida pelo de cujus (ii), a jurisprudência 
tem reconhecido a legitimidade do espólio. 3. Diversa é a hipótese em que o espólio pleiteia bem 
jurídico pertencente aos herdeiros (iii) por direito próprio e não por herança, como é o caso de 
indenizações por danos morais experimentados pela família em razão da morte de familiar. Nessa 
circunstância, deveras, não há coincidência entre o postulante e o titular do direito pleiteado, sendo, 
a rigor, hipótese de ilegitimidade ad causam. (REsp 1143968/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, 
QUARTA TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 01/07/2013) 
- No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: no pagamento das 
despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; na prestação de alimentos às 
pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. No caso 
de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos 
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove 
haver sofrido. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou 
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à 
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu (o prejudicado, se 
preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez). 
 
#SELIGA: Em sede de responsabilidade, se houver condenação na ação judicial, é imprescindível ter 
conhecimento do termo a quo dos juros moratórios e correção monetária. Detalhe: diferencia-se 
conforme o tipo de dano. Aí vem o Dizer o Direito e sintetiza nessas tabelas: 
DANOS MATERIAIS 
Juros MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA 
1)Responsabilidade 
extracontratual: os juros fluem a 
partir do EVENTO DANOSO (art. 
398 do CC e Súmula 54 do STJ). 
2) Responsabilidade contratual: 
2.1) Obrigação líquida (mora ex re): 
contados a partir do VENCIMENTO. 
2.2) Obrigação ilíquida (mora ex 
persona): contados a partir da 
CITAÇÃO. 
Incide correção monetária a partir da 
data do efetivo PREJUÍZO (Súmula 43 
do STJ). 
 
DANOS MORAIS 
Juros MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA 
1)Responsabilidade extracontratual: 
os juros fluem a partir do EVENTO 
DANOSO (art. 398 do CC e Súmula 54 
do STJ). 
2) Responsabilidade contratual: 
2.1) Obrigação líquida (mora ex re): 
contados a partir do VENCIMENTO. 
2.2) Obrigação ilíquida (mora ex 
persona): contados a partir da 
CITAÇÃO. 
A correção monetária do valor da 
indenização do dano moral incide 
desde a data do ARBITRAMENTO 
(Súmula 362 do STJ). 
 
DIREITO DAS COISAS 
 
- Quem é possuidor? Aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes 
à propriedade. Detentor: aquele que, achando-se em relação de dependência para com o outro, 
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
- É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. É de boa-fé a posse se o possuidor 
ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Salvo disposição em contrário, 
entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. 
 
#LEMBRAR: A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres. 
 
- Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância, assim como não autorizam a sua 
aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
 
MANUTENÇÃO DE 
POSSE 
REINTEGRAÇÃO DE 
POSSE 
INTERDITO PROIBITÓRIO 
Turbação Esbulho Ameaça à posse. 
 
#LEMBRAR: Os atos de defesa, ou de desforço (autotutela da posse) não podem ir além do 
indispensável à manutenção ou restituição da posse. 
 
- Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser 
exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam 
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, 
o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das 
águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e 
sejam animados pela intenção de prejudicar outrem(VEDAÇÃO AO ABUSO DE DIREITO). § 3o O 
proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade 
pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4o O 
proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na 
posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas 
nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
interesse social e econômico relevante. (DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL). § 5o No caso do parágrafo 
antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença 
como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
- A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação possessória. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
- 1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é 
possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque, 
perante o Poder Público, ele exerce mera detenção. 2) particular invade imóvel público e deseja 
proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá direito, em tese, à proteção possessória. É 
possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical, 
pois entre ambos a disputa será relativa à posse. STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594). 
- O ex-mutuário de imóvel dado em garantia hipotecária em financiamento do Sistema Financeiro da 
Habitação (SFH) não tem direito à retenção pelas benfeitorias realizadas no bem antes da adjudicação. 
Quanto às benfeitorias realizadas após a adjudicação, deve-se analisar se há boa-fé ou má-fé na posse. 
Havendo má-fé do ex-mutuário possuidor (o que é a regra), ele não tem direito de retenção pelas 
benfeitorias realizadas no imóvel após a adjudicação, mas poderá ser indenizado pelas benfeitorias 
necessárias (art. 1.220 do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.399.143-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
- É cabível o ajuizamento de ações possessórias por parte de invasor de terra pública contra outros 
particulares. A ocupação de área pública, sem autorização expressa e legítima do titular do domínio, 
não pode ser confundida com a mera detenção. Aquele que invade terras e nela constrói sua moradia 
jamais exercerá a posse em nome alheio. Não há entre ele e o proprietário uma relação de 
dependência ou subordinação. Ainda que a posse não possa ser oposta ao ente público, senhor da 
propriedade do bem, ela pode ser oposta contra outros particulares, tornando admissíveis as ações 
possessórias entre invasores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.484.304-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 
10/3/2016 (Info 579). 
- USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO: REGULAR/COMUM = Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem 
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, 
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a 
qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. POR POSSE-TRABALHO = 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver 
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter 
produtivo. 
- USUCAPIÃO ORDINÁRIA: REGULAR/COMUM = Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel 
aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
- USUCAPIÃO POR POSSE-TRABALHO = Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste 
artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do 
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a 
sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
- USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL ESPECIAL RURAL - usucapião agrária ou pro labore - art. 191, caput 
CF, art. 1239 CC, lei 6969/1981: Não são exigidos o justo título e a boa-fé. Doutrina e jurisprudência NÃO 
ADMITEM, neste caso, A ADIÇÃO da posse, pois requer requisitos personalíssimos incompatíveis com 
a aludida soma. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como 
seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-
lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
#IMPORTANTE: Não obsta o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato de a área do 
imóvel ser inferior a correspondente ao "módulo urbano" (a área mínima a ser observada no 
parcelamento de solo urbano por determinação infraconstitucional). STJ. 4ª Turma. REsp 1.360.017-RJ, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 5/5/2016 (Info 584). STJ. 4ª Turma. REsp 1.040.296-ES, 
Rel. originário Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/6/2015 (Info 
566). Preenchidos os requisitos do art. 183 da Constituição Federal, o reconhecimento do direito à 
usucapião especial urbana não pode ser obstado por legislação infraconstitucional que estabeleça 
módulos urbanos na respectiva área em que situado o imóvel (dimensão do lote). STF. Plenário. RE 
422349, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/04/2015 (Info 783 STF). 
 
- USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL URBANA – URBANA INDIVIDUAL OU PRO MISERO: Art. 
183 CF, art. 1240 CC e art. 9º Estatuto da Cidade. “Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana 
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja 
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão 
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º - Esse direito 
não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão 
adquiridos por usucapião.” Entende-se por "área urbana" o imóvel edificado ou não, inclusive 
unidades autônomas vinculadas a condomínios edilícios. 
- USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA POR ABANDONO DO LAR: Art. 1.240-A DO CC. Aquele que exercer, 
por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel 
urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 
1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
- USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA COLETIVA: Art. 10 da lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. Art. 10. As 
áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa 
renda para sua MORADIA, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível 
identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas 
coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
Aqui, há acessio possessiones. 
 
#OLHAOGANCHO: O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de 
Habitação, como está afetado à prestação de um serviço público, deve ser tratado como bem público, 
sendo, pois, imprescritível (insuscetível de usucapião). STJ. 3ª Turma. REsp 1.448.026-PE, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 17/11/2016 (Info 594).- O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome de um 
terceiro no DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art. 1.261 
do CC) já que, com a sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.582.177-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 593). 
- A decisão que reconhece a aquisição da propriedade de bem imóvel por usucapião prevalece sobre a 
hipoteca judicial que anteriormente tenha gravado o referido bem. REsp 620.610-DF, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em 3/9/2013. 
- A alegação da União de que determinada área constitui terreno de marinha, sem que tenha sido 
realizado processo demarcatório específico e conclusivo pela Delegacia de Patrimônio da União, não 
obsta o reconhecimento de usucapião. REsp 1.090.847-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
23/4/2013. 
- O § 5º do art. 219 do CPC ("O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição") não autoriza a declaração, de 
ofício, da usucapião. Não confundir prescrição aquisitiva (sinônimo de usucapião) com prescrição 
como extinção da pretensão. REsp 1.106.809-RS, Rel. originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para 
acórdão Min. Marco Buzzi, julgado em 3/3/2015, DJe 27/4/2015. 
 
 
BEM DE FAMÍLIA 
 
#SELIGANALEGISLAÇÃO: Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução 
civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: I - em razão dos créditos 
de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias (REVOGADO 
PELA LC 150/15); II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à 
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo 
contrato; III -- pelo credor de pensão alimentícia; IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, 
taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - para execução de hipoteca sobre o 
imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido 
com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização 
ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de 
locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 
 
- O art. 3º da Lei nº 8.009/90 traz as hipóteses em que o bem de família legal pode ser penhorado. O 
inciso V afirma que o imóvel poderá ser penhorado, mesmo sendo bem de família, se ele foi dado 
como hipoteca (garantia real) de uma dívida em favor da entidade familiar e esta, posteriormente, 
não foi paga. Neste caso, o bem de família poderá ser alienado e seu produto utilizado para satisfazer 
o credor. Vale ressaltar que não é necessário que a hipoteca esteja registrada no cartório de Registro 
de Imóveis. Assim, a ausência de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis não afasta a 
exceção à regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90. Em outras palavras, o 
fato de a hipoteca não ter sido registrada não pode ser utilizado como argumento pelo devedor para 
evitar a penhora do bem de família. STJ. 3ª Turma. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de 
Noronha, julgado em 14/6/2016 (Info 585). 
- A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo fato de o 
imóvel pertencer à sociedade empresária. STJ. 4ª Turma. EDcl no AREsp 511.486-SC, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em 3/3/2016 (Info 579). 
- Na execução civil movida pela vítima, não é oponível a impenhorabilidade do bem de família adquirido 
com o produto do crime, ainda que a punibilidade do acusado tenha sido extinta em razão do 
cumprimento das condições estipuladas para a suspensão condicional do processo. Aplica-se, no caso, 
a exceção prevista na primeira parte do inciso VI do art. 3º da Lei nº 8.009/90 ("por ter sido adquirido 
com produto de crime"). A Lei nº 8.009/90 permite a penhora do bem de família adquirido com 
produto de crime sem que para isso precise existir condenação na esfera criminal. STJ. 4ª Turma. REsp 
1.091.236-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 15/12/2015 (Info 575). 
 
SISTEMA FINANCEIRO HABITACIONAL 
 
- No contrato de financiamento habitacional regido pelo Plano de Comprometimento da Renda – PCR 
(Lei nº 8.692/93) as parcelas que irão ser pagas pelo mutuário deverão ser fixadas em um valor que 
não ultrapasse 30% da sua renda bruta mensal. Em caso de redução da renda, a Lei determina que o 
mutuário deverá procurar a instituição financeira e renegociar as condições de amortização. Assim, 
a parcela irá ser reduzida para ficar no máximo legal, mas haverá dilação do prazo de liquidação do 
financiamento. Determinado mutuário adquiriu uma casa por meio de financiamento bancário regido 
pelo SFH em conformidade com o PCR. Houve uma redução de sua renda mensal e, em razão disso, 
ele ajuizou ação de consignação em pagamento pedindo a quitação e extinção de suas obrigações tão 
somente por meio da consignação dos valores que ele unilateralmente entende como devidos. Esta 
ação deverá ser julgada improcedente. A solução prevista pela Lei para esta situação é a renegociação 
da dívida, com a redução negociada das parcelas mediante prolongamento do prazo de pagamento. 
STJ. 4ª Turma. REsp 886.846-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 586). 
- A cláusula contratual que impõe ao comprador a responsabilidade pela desocupação de imóvel que 
lhe é alienado pela CEF não é abusiva. Não há abusividade porque a alienação se dá por preço 
consideravelmente inferior ao valor real do imóvel, exatamente pela situação peculiar que o imóvel 
possa se encontrar. A obrigação do adquirente de ter que tomar medidas para que o terceiro desocupe 
o imóvel é um ônus que já é informado pela CEF aos interessados antes da contratação. Tal informação 
consta expressamente no edital de concorrência pública e no contrato que é celebrado. A rápida 
alienação do imóvel, no estado em que se encontre, favorece o SFH porque libera recursos financeiros 
que serão revertidos para novas operações de crédito em favor de famílias sem casa própria. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.509.933-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/10/2016 (Info 592). 
- O ex-mutuário de imóvel dado em garantia hipotecária em financiamento do Sistema Financeiro da 
Habitação (SFH) não tem direito à retenção pelas benfeitorias realizadas no bem antes da adjudicação. 
Quanto às benfeitorias realizadas após a adjudicação, deve-se analisar se há boa-fé ou má-fé na posse. 
Havendo má-fé do ex-mutuário possuidor (o que é a regra), ele não tem direito de retenção pelas 
benfeitorias realizadas no imóvel após a adjudicação, mas poderá ser indenizado pelas benfeitorias 
necessárias (art. 1.220 do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.399.143-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 7/6/2016 (Info 585). 
- A CEF não tem responsabilidade sobre vícios de construção quando atua meramente como agente 
financeiro em sentido estrito, assim como as demais instituições financeiras públicas e privadas; A CEF 
terá responsabilidade quando atuar como agente executor de políticas federais para a promoção de 
moradia para pessoas de baixa ou baixíssima renda, ou seja, quando participar da elaboração do 
projeto com suas especificações, escolheu a construtora e/ou negociou os imóveis, ou seja, quando 
realiza atividade distinta daquela própria de agente financeiro estrito senso (REsp 897.045/RS). 
- Por outro lado, em relação ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, a CEF será 
responsabilizada quanto à reparação dos referidos vícios ou à devolução dos valores adimplidos pelos 
arrendatários que não mais desejem residir em imóveis com precárias condições de habitabilidade. 
(REsp 1352227/RN). 
- É obrigatória a contratação de seguro habitacional perante o SFH. Contudo, não há obrigatoriedade

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