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Direito Civil - Revisão Turbo CEISC 37 Exame OAB

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Prévia do material em texto

Prof.ª Maitê Damé 
Prof.ª Patrícia Strauss 
 
 
 
 
 
Queridos alunos, 
 
Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito 
carinho para que você possa absorver, de forma rápida, 
conteúdos de qualidade! 
 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! 
Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! 
 
 
Com carinho, 
Equipe Ceisc ♥ 
 
 
 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 3 
 
1. Bem de Família 
 *Para todos verem: esquema 
BEM DE FAMÍLIA
Voluntário
Vários bens 
Até 1/3 patrimônio 
líquido
Escritura pública ou 
testamento
Registro no CRImóveis
Enquanto o casal existir ou os 
filhos forem menores de 18 anos
Impenhorabilidade quanto a dívidas 
posteriores a instituição
Salvo: derivadas do próprio bem –
Impostos e condomínio
Legal
Lei 8009/90
Único bem
Regra: 
impenhorabilidade
Exceção: art. 3º, Lei
Protege imóveis de pessoas solteiras, 
casadas ou viúvas – súmula 364, STJ
Box de garagem – se tiver matrícula própria pode 
ser penhorado – súmula 449, STJ
Se imóvel estiver locado a terceiro –súmula 486, 
STJ – mantém a impenhorabilidade
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 4 
2. Prescrição e Decadência 
 *Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P
R
E
S
C
R
IÇ
Ã
O
Existe um direito
Este direito é violado
Nasce para o titular uma pretensão
- Cobrança
- Reparação Civil
- Indenização
Deve ser exercida nos prazos dos arts.205 e 
206, CC
Causas que impedem ou suspendem
- Arts. 1779 a 199, CC
- Prazo não começa a contar
Causas interruptivas
- Art. 202, CC
- Iniciou a contagem – ocorreu a causa – recomeça a 
contagem do zero
-Apenas uma vez
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 5 
 
*Para todos verem: esquema 
 
 
3. Regime de Bens 
Mutabilidade do regime de bens: Pedido motivado ao juiz, feito por ambos os 
cônjuges e com a garantia do direito de terceiros – art.1.639, § 2.º, CC. 
Pacto antenupcial: Escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a 
habilitação); dispor de regras patrimoniais (art. 1.653, CC). 
Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento 
de cláusulas que não sejam possíveis). Regime da CPB (art. 1.640, CC). 
Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime 
legal (comunhão parcial de bens). 
 
Outorga conjugal: Regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do 
CC. 
 
 
D
E
C
A
D
Ê
N
C
IA
Há prática de um ato/negócio
Pela parte
Por terceiro
Em razão deste ato/negócio, 
nasce um direito
Deve ser exercido no prazo estabelecido
Geralmente o dispositivo que prevê o direito, já traz 
o prazo. Se não trouxer, art. 179, CC = 2 anos.
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se 
aplicam à decadência as normas que impedem, 
suspendem ou interrompem a prescrição.
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 6 
Exceção: 
• No regime da separação convencional de bens; 
• Na separação obrigatória a súmula 377, STF é aplicada; 
• No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar 
a livre disposição dos bens. 
 
3.1 Comunhão Parcial de Bens 
Bens incomunicáveis: constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e 
1.661). 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu 
lugar; 
II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; 
III - As obrigações anteriores ao casamento; 
IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito 
do casal; 
V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa 
anterior ao casamento. 
 
Bens comunicáveis: integram o patrimônio comum (art. 1.660). Art. 1.660. Entram na 
comunhão: 
 
I - Os bens adquiridos na constância do casamento por títutlo oneroso, ainda 
que só em nome de um dos cônjuges; 
II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou 
despesa anterior; 
III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os 
cônjuges; IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
IV - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos 
na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
 
3.2 Comunhão universal de bens Bens incomunicáveis 
 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar; 
II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, 
antes de realizada a condição suspensiva; 
III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas 
com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 7 
cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
 
• Os casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977, CC). 
 
3.3 Participação Final nos Aquestos 
Existem cinco universalidades de patrimônios: 
1. Os bens particulares que cada um possuía antes de casar; 
2. Os bens que o outro já possuía; 
3. O patrimônio adquirido por um dos cônjuges, em nome próprio, após o matrimônio; 
4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após o casamento; 
 
Os bens comuns, adquiridos pelo casal A participação ocorrerá sobre o patrimônio 
adquirido, de forma onerosa, pelo outro, mas através de um crédito e não pela constituição de 
condomínio sobre o patrimônio. Significa dizer que o direito não é sobre o patrimônio, mas sim 
sobre eventual saldo após as compensações dos acréscimos de cada um. 
Há uma expectativa de crédito (que só se configura ao final). Não se trata de meação, 
mas de crédito a receber. 
 
3.4 Separação de Bens 
Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao 
matrimônio). Existem dois patrimônios bem separados: o do marido e o da mulher. Não há 
qualquer comunicação de bens. 
Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro 
cônjuge. 
• Separação obrigatória – incidência da súmula 377, STF. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 8 
4. Morte 
 
 
*Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORTE
Presumida com 
decretação de 
ausência (art. 6º, 2 
parte + art. 22 e ss., 
CC + art. 774, CPC)
- Ausente: art. 22
- Aquele que desaparece 
de seu domicílio sem dar 
notícias, semdeixar 
representante ou 
procurador para 
administrar-lhe o 
patrimônio. 
- A lei prevê 3 fases: 
curadoria dos bens do 
ausente, sucessão 
provisória e sucessão 
definitiva. Art. 744 e ss do 
CPC. 
Presumida sem 
decretação de 
ausência (art. 7º, 
CC)
Quando o corpo do de 
cujus não é encontrado. 
Hipóteses:
- Extremamente provável 
a morte de quem estava 
em perigo de vida; 
Pessoa envolvida em 
campanha militar ou feito 
prisioneiro, não sendo 
encontrado até dois anos 
após o término da guerra.
Transmissão da 
herança aos 
herdeiros
- Princípio da saisine
- Todo unitário e 
indivisível 
- Aplicação das regras 
do condomínio
- Possibilidade de 
utilização das ações 
possessórias 
- Real 
- Presumida
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 9 
 *Para todos verem: esquema 
5. Liberdade de Testar 
Princípio da liberdade limitada de testar – existe um percentual que não está sujeito à 
vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários. 
Havendo herdeiros necessários – art. 1.789 – dispõe da metade da herança. Herdeiros 
necessários: art. 1.845 – descendentes, ascendentes e cônjuge. 
Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros necessários: art. 1846, CC 
MORTE
Abertura da sucessão
Transmissão da 
herança aos herdeiros
Lugar da abertura da 
sucessão
Regra
último domicílio do 
falecido (art. 1.785, CC)
Exceções:
Falecido sem domicílio
certo = situação dos bens 
(art. 48, § único, I, 
CPC/2015)
Falecido sem domicílio
certo e com bens em
lugares diferentes = local 
de qualquer dos bens (art. 
48, § único, II, CPC/2015)
Falecido com pluralidade
de domicílios = qualquer
deles (art. 71, CC)
Capacidade hereditária
- Legítima
- Art. 1.798, CC
- Testamentária
- Art. 1.798 + 1.799, 
CC
Espécies de Sucessão
- Legítima
- Herdeiros necessários: 
descendentes, ascendentes e 
cônjuge;
- Garantia da legítima (1/2 da 
herança);
- Herdeiros 
facultativos:colaterais;
- Podem ser excluídos da 
sucessão - liberdade plena de 
testar;
- Testamentária
- Herdeiro instituído - recebe 
% da herança
- Herdeiro legatário - recebe 
bem certo, descrito e 
caracterizado
- Real
- Presumida
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 10 
(herança ≠ legítima). 
 
Art. 1.850. Será plena a liberdade de testar se não houverem herdeiros necessários. 
 
 
6. Herança 
 *Para todos verem: esquema 
 
 
 
HERANÇA
Aceitação
Confirma a 
transmissão 
ocorrida no 
momento da 
morte
Espécies
Expressa
Por 
documento
Tácita
Atos próprios 
de herdeiro
Presumida
Art. 1807, CC -
interessado em 
que o herdeito 
aceite requer 
ao juiz, para 
que lhe intime a 
dizer, em prazo 
não superior a 
30 diasm se 
aceita ou não a 
herança. 
Nesse caso, o 
silêncio é 
interpretado 
como 
manifestação 
da vontade
Formas
Direta
Indireta
Renúncia
Repúdio a 
herança
Tem-se por não 
verificada a 
transmissão
Sempre de forma 
expressa
Escritura 
pública
Termo judicial
Efeitos
Parte do herdeiro 
renunciante acresce 
aos herdeiros de 
mesma classe
Ninguém representa 
herdeiro renunciante
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 11 
 *Para todos verem: esquema 
 
IND 
6.1 Herança Jacente e Vacante 
 
1. Com a morte, abre-se, de imediato, a sucessão, com a transmissão da 
herança. 
2. Se o autor da herança não tiver deixado herdeiros, o patrimônio não pode 
ficar “solto”. 
3. Cabe, então, ao juiz da Comarca em que tiver domicílio o finado tomar 
providências para proteger e arrecadar o patrimônio (art. 738 e ss., 
CPC/2015). 
4. A guarda e administração dos bens ficará a cargo de um curador, que age 
como um verdadeiro administrador: arrecadando e conservando os bens que 
compõem a herança, bem como reivindicando o domínio (art. 739, 
CPC/2015). 
5. Finalizada a arrecadação, serão expedidos editais, nos termos do art. 741, 
•Decorre de lei
•Hipótestes: art. 1.814, CC
• Independe de manifestação
•Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário)
•A exclusão depende da Ação de Indignidade
•Prazo – 4 anos – abertura da sucessão
•Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido
•Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança
INDIGNIDADE
•Decorre da vontade do autor da herança
•Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC
•Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testament
•Deve indicar a causa da deserdação
•Só atinge aos herdeiros necessários – descendentes, ascendentes e cônjuge
•A exclusão depende da Ação de Deserdação – confirma a causa alegada no
•testament
•Prazo – 4 anos – abertura do testamento
•Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato de 
última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior.
•Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança
DESERDAÇÃO
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 12 
CPC/2015 – na internet, site do tribunal e na plataforma do CNJ, devendo 
permanecer por 3 meses. Em não havendo o site, a publicação deverá 
ocorrer na imprensa da Comarca, por 3 vezes, com intervalos de 1 mês entre 
cada uma. 
6. Não havendo herdeiro habilitado, após um ano da publicação do edital, a 
herança será declarada vacante (art. 743, CPC/2015). 
7. Uma vez sendo declarada, por sentença, a vacância, o cônjuge, companheiro 
ou herdeiros só poderão reclamar seu direito através de ação de petição de 
herança (art. 743, § 2.º, CPC/2015). 
8. Após a declaração de vacância, podem os credores pedir o pagamento das 
dívidas reconhecidas, nos limites da força da herança (art. 1.821, CC + art. 
741, 
§ 4.º, CPC/2015). 
9. Mas essa declaração de vacância não faz com que os bens da herança se 
incorporem, desde logo, ao patrimônio do Município ou Distrito Federal (se 
localizados nos seus territórios) ou à União (se localizados em território 
federal). Para tanto, o art. 1.822, CC prevê o prazo de 5 anos da abertura da 
sucessão. 
 
 6.2 Petição de Herança 
Pode ocorrer, por qualquer razão, que algum herdeiro não seja relacionado no inventário 
e na partilha. Nesse caso, sua condição jurídica de herdeiro não é reconhecida (filho a ser 
reconhecido de uma relação extraconjugal do de cujus). 
 Nesse caso, para que esse herdeiro possa ter seu direito reconhecido e, então, receber 
parcela que lhe cabia na universalidade, deverá ingressar com uma ação judicial. Esse é o caso 
da petição de herança. 
 A ação visa, portanto, o reconhecimento da qualidade de herdeiro e a satisfação quanto 
ao acervo hereditário, ou seja, contemplar o herdeiro – autor da ação – com sua quota parte na 
herança. 
 
 
 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
 
 
 
 13 
Exemplos: 
 
1. Alguém que se aposse ilegalmente da herança ou de parte dela; 
2. Herança que é recolhida por parentes mais afastados do falecido e o 
interessado é de grau mais próximo, de classe preferencial; 
3. A herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, e aparece testamentodo 
de cujus, em que outra pessoa é nomeada herdeira; 
4. O filho não reconhecido ingressa com ação de investigação de paternidad e, 
de forma cumulada, com a petição de herança. 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
 Direito Civil 
14 
7. Posse 
 *Para todos verem: esquema 
 
 
POSSE
É o domínio físico que alguém tem sobre 
a coisa, que vem a ser protegido pelo 
Direito, sendo, portanto, concedido 
efeitos jurídicos a este domínio.
É o exercício de fato de um 
dos poderes inerentes a 
propriedade.
Teorias 
justificadoras
Teoria subjetivista ou subjetiva - Savigny
- Poder físico sobre a coisa (corpus) + vontade de ser dono 
desta coisa (animus domni).
Teoria objetivista - Jhering
- Exige apenas o poder físico/fático sobre a coisa, dispensando o 
"animus domni", mas agindo, o agente, com o intuito de explorar a 
coisa de forma econômica. Esta é a teoria adotada pelo Brasil (art. 
1.996, CC). 
Posse x 
Detenção
Posse: o sujeito que possui o domínio 
físico da coisa age como se dono fosse.
Detenção: o sujeito possu o domínio físico da 
coisa, mas sabe que a coisa não é sua e 
pretende devolvê-la após o uso.
O detentor tem a 
coisa em razão de 
uma situação de 
dependência 
econômica ou de 
subordinação
Classificação
Direta e posse 
indireta – art. 
1.197, CC
Justa e injusta –
art. 1.200, CC
Boa e má-fé - art. 
1.201, CC
Com título e sem 
título
Nova e posse 
velha
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
 Direito Civil 
15 
7.1 Efeitos da Posse 
O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos 
podem ser de ordem material ou processual. 
Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao 
direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião. 
Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos 
possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato. 
 
7.2 Percepção dos Frutos 
Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de 
boa ou má-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao 
recebimento (ou não) dos frutos. 
 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser 
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também 
restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são 
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem 
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se 
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 
 
O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes 
(ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por 
antecipação. 
O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como 
aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser 
responsabilizado no caso de perecimento do frutos não colhidos por sua culpa (reparação de 
danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas 
despesas de produção e custeio. 
Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo). 
Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos. 
Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha 
a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após 
separados consideram-se colhidos. 
Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
 Direito Civil 
16 
financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para 
vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira. 
 
7.3 Retenção e Indenização das Benfeitorias – 1.219 a 1.222 
Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa 
principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já 
existente – com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem 
ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias. 
São necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou 
deterioração da coisa principal (reparos realizados na viga; troca do telhado). 
São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da coisa (abertura de 
uma nova entrada para servir de garagem para a casa). 
São voluptuárias aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa 
(decoração do jardim). Art. 96, CC. 
Benfeitorias necessárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a 
estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor 
de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o 
dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo 
direito de retenção. 
Benfeitorias úteis: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas 
benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. 
Benfeitorias voluptuárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a 
estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a 
desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não 
tem direito a levantar as benfeitorias voluptuárias. 
 
7.4 Responsabilidade Pela Perda ou Deterioração da Coisa 
Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda 
ou deterioração da coisa: 
 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da 
coisa, a que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, 
ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando 
ela na posse do reivindicante. 
 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
 Direito Civil 
17 
Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do 
possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração 
da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova 
de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante 
(art. 1.218, 2ª parte). 
Exemplo: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse 
de João por ter ingerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal 
ocorrer por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele 
morreria, não terá João o dever de indenizar. CUIDADO, pois, neste caso, depende de 
PROVA! 
 
7.5 Proteção Possessória 
Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar 
das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse. 
Importante observar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo proprietário 
detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade, se encontra 
na posse da coisa. 
Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes dispositivos: 
 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho,e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de 
ser molestado. 
§ 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua 
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não 
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
§ 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á 
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de 
alguma das outras por modo vicioso. 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, 
contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. 
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não 
aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio 
serviente, ou daqueles de quem este o houve. 
 
 
 
 
 
 
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18 
7.6 Ações Possessórias 
Interdito proibitório – caso de ameaça ou risco ao exercício da posse do titular. 
Proteção de perigo iminente. 
Ação de manutenção de posse – caso de turbação ou perturbação à posse, ou seja, 
houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor. Preservação da posse. 
Ação de reintegração de posse – caso de esbulho ou retirada da posse, quando o 
atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse. Devolução da posse. Cabível 
sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do imóvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
8. Direito das Obrigações: Adimplemento e Extinção das 
Obrigações 
8.1 Do Pagamento 
 
Para que se tenha a liberação do vínculo obrigacional, com a extinção da obrigação é 
necessário que se cumpra o pagamento com seus 5 requisitos: quem paga, para quem se 
paga, o que se paga, onde se paga e quando se paga. Uma vez cumpridas tais exigências, 
teremos a extinção da obrigação através do pagamento. Se uma delas não for cumprida, 
poderá ser aplicado o ditado de que: “quem paga mal, paga duas vezes.” 
 
 *Para todos verem: esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.1 Requisitos 
 
8.1.1.1 De quem deve pagar: Artigos 304-307. 
Outras pessoas, além do devedor, podem pagar e outras pessoas além do credor 
podem receber. 
Quem paga;
Para quem se paga;
Qual o objeto do pagamento;
Lugar do pagamento;
Tempo do pagamento.
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20 
8.1.1.2 Quem paga: 
• Devedor 
• Terceiro interessado. (por exemplo: fiador): Ao pagar, se sub-roga nos direitos do credor 
primitivo. 
• Terceiro não interessado: (amigo, por exemplo). Ao pagar, não se sub-roga, mas tem 
direito de regresso contra o devedor. Isso se fizer o pagamento em seu nome. Se fizer 
em nome do devedor, será como uma doação e então não terá direito à reembolso. 
• Segundo o artigo 304 qualquer interessado poderá pagar a dívida e se o credor se 
opuser poderá o terceiro ajuizar ação de consignação em pagamento. 
• Se houver pagamento por terceiro não interessado, sem que o devedor saiba ou em 
oposição ao devedor não terá o terceiro direito de pedir o reembolso para o devedor, se 
este último tinha meios para ilidir a ação. 
 
8.1.1.3 Para quem se paga: 
 O pagamento será feito ao credor ou a quem de direito represente este credor. 
• Pagamento feito ao credor putativo terá validade se feito de boa-fé, ainda provado que 
depois não era credor. Aplicação da teoria da aparência (artigo 309). 
• Pagamento feito cientemente ao credor incapaz como regra não terá validade, mas se 
provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz, então será válido (artigo 
310). 
 
8.1.1.4 Objeto de pagamento e sua prova: Artigos 313 – 326 
 
• Objeto do pagamento: Art. 313 a 318 do Código Civil 
• Prova: Art. 319 a 326 do Código Civil 
 
8.1.1.5 Objeto 
• Com relação ao objeto de pagamento, o devedor e credor não são obrigados a pagar ou 
receber um objeto diferente do contratado, ainda que sejam mais valiosos. Da mesma 
forma, sendo a obrigação divisível, não podem credor/devedor partilhar a prestação se 
assim não se estipulou 
• É permitida a cláusula de escala móvel ou cláusula de escolamento, de acordo com o 
artigo 316: É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
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21 
• Extremamente relevante o artigo 317 que trata sobre a revisão contratual por fato 
superveniente: “Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção 
manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o 
juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da 
prestação.” 
 
 8.1.1.6 Prova 
O devedor que paga, tem direito à quitação regular e pode reter o pagamento, se não 
lhe for entregue a quitação. Quitação é a prova efetiva do pagamento. Seus requisitos se 
encontram no artigo 320: 
 
Artigo 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este 
pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu 
representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se 
de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. 
 
Desta forma, preferencialmente se espera que a quitação preencha os requisitos do 
“caput” do artigo 320. Contudo, caso não possua todos requisitos, poderá ainda assim o 
pagamento ser comprado por outros meios. 
 
8.1.1.7 Do lugar de pagamento: Artigos 327 – 330. 
 Como regra geral, se nada for estipulado, o pagamento será feito no domicílio do 
devedor. Assim, se nada for estipulado, o credor deverá ir até o devedor para buscar o 
pagamento. 
 Designados dois ou mais lugares, caberá ao credor escolher qual domicílio será 
efetuado o pagamento. 
Muito importante: 
 
Artigo 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do 
credor relativamente ao previsto no contrato. 
 
Temos uma importante relação com o Princípio da boa-fé objetiva. Temos aqui a 
aplicação da “SUPRESSIO” e da “SURRECTIO”. 
“Supressio” significa supressão, por renúncia tácita, pelo não exercício com o passar 
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22 
do tempo. 
Já a “SURRECTIO” significa que, ao mesmo tempo em que o credor, por exemplo, 
perde o direito do pagamento no domicílio estipulado, significa que o devedor ganha um novo 
domicílio para efetuar o pagamento. 
 
8.1.1.8 Do Tempo de Pagamento: Artigos 331-333 
 Como regra, a dívida deve ser paga no vencimento (artigo 331). No entanto, se não 
houver data de pagamento, o cumprimento da obrigação poderá ser exigido à vista (cuidar o 
contrato de mútuo, que tem regra própria no artigo 592 do CC). 
 Já o artigo 333 trata sobre a possibilidade de vencimento antecipado da dívida. Isso 
ocorre: 
 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro 
credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, 
ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
 
8.2 Da Consignação em Pagamento: 334 - 345 
Depósito feito pelo devedor ou terceiro de uma coisa devida, para que consiga se liberar 
da obrigação. É um instituto misto, já que também é tratado no Código de Processo Civil, 
artigos 539 e seguintes do CPC. 
O depósito pode ser feito de forma judicial ou em estabelecimento bancário da coisa 
devida (neste caso, é chamado de consignação extrajudicial). 
Uma vez julgada procedente a ação de consignação, teremos a liberação do devedor, 
que não será inadimplentee, assim, não terá contra ele as consequencias do inadimplemento. 
As hipóteses do pagamento em consignação são trazidas no artigo 335: 
A consignação tem lugar: 
 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar 
quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir 
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
 Como a consequência da consignação é a liberação do devedor, como se tivesse 
realizado o pagamento, para que a consignação tenha então FORÇA DE PAGAMENTO, é 
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23 
necessário que concorram em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os 
requisitos sem os quais não é válido o pagamento. 
 
8.3 Do pagamento com sub-rogação: Art. 346 - 351 
 A sub-rogação pode ser entendida como a substituição de uma pessoa por outra, 
realizada através do pagamento. 
 O exemplo que pode ser trazido é o caso do fiador que paga a dívida do devedor, para 
que não seja responsabilizado pelo pagamento. Ao fazer isso, o credor sai da relação 
obrigacional, já que recebeu o pagamento e o então fiador passa a ser o novo credor do 
devedor (que não pagou e então continuará devendo, mas agora para o novo credor, que era 
seu antigo fiador). 
 Importante destacar que na sub-rogação não há a EXTINÇÃO da dívida e sim a 
substituição de uma pessoa por outra através do pagamento. Não há o surgimento de nova 
dívida. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias 
do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
 
Há dois grandes tipos de sub-rogação: legal e convencional: 
*Para todos verem: esquema 
Sub-rogação legal ou automática (deriva 
da lei). Está no artigo 346:
I - do credor que paga a dívida do devedor 
comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que 
paga a credor hipotecário, bem como do 
terceiro que efetiva o pagamento para não ser 
privado de direito sobre imóvel; (alguém pode 
pagar a dívida para se afastar de eventual 
evicção).
III - do terceiro interessado, que paga a dívida 
pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou 
em parte.
Sub-rogação convencional (deriva do 
contrato). Está no artigo 347:
I - quando o credor recebe o pagamento de 
terceiro e expressamente lhe transfere todos os 
seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao 
devedor a quantia precisa para solver a dívida, 
sob a condição expressa de ficar o mutuante 
sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
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24 
8.4 Da imputação em Pagamento: Artigos 352-355 
Imputar significa escolher, eleger, indicar. Quando um devedor tiver várias dívidas com 
um mesmo credor, sendo elas líquidas e vencidas, este mesmo devedor poderá escolher qual 
delas ele quer pagar. 
Requisitos para a imputação: 
• Mesmo credor e devedor 
• Plural de dívidas 
• Líquidas e vencidas 
• Débitos da mesma natureza. 
 
Como regra, quem deverá escolher qual dívida será paga, é o devedor (artigo 352). Se o 
devedor nada fizer, então se transfere o direito de escolha ao credor (Artigo 353). Caso nem o 
devedor, nem credor se manifestem, então teremos a imputação legal, ou seja, a lei, no seu 
artigo 355, que diz quais serão as dívidas a serem pagas: Se o devedor não fizer a indicação 
do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e 
vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a 
imputação far-se-á na mais onerosa. Assim: 
1. Havendo capital e juros, primeiro se fará nos juros/ 
2. A imputação será feita na dívida vencida em primeiro lugar; 
3. Se todas forem vencidas na mesma data, então a imputação deverá ser feita na 
mais onerosa. 
 
8.5 Dação em pagamento: Artigo 356-359 
A dação ocorre quando o credor consente em receber objeto diferente do contratado. 
Assim, se exige uma obrigação previamente criada e um acordo posterior em que o credor 
aceita receber objeto diverso do contratado. 
Para que haja dação, podemos ter então a substituição de dinheiro por bens móvel ou 
imóvel, de uma coisa por outra, de dinheiro por fato etc. 
Muito importante: Artigo 359: 
 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a 
obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de 
terceiros. 
 
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25 
8.6 Novação : Artigo 360 – 367 
Através da novação temos a extinção da obrigação anterior, com a criação de uma nova. 
O principal efeito é a extinção da dívida antiga, com todos os seus acessórios e garantias. 
Como a novação extingue a obrigação primitiva, liberando as garantias, se o for feita 
novação sem o consentimento do fiador, ele estará exonerado. 
Além disso, é necessária a chamada “intenção de novar”. O animo de novar está 
expresso no artigo 361. 
Não é possível que haja novação de obrigações nulas e extintas (artigo 367). Assim, a 
obrigação meramente anulável pode ser objeto de novação. 
 
8.7 Compensação: Artigos 368 – 380 
Quando duas ou mais pessoas forem, ao mesmo tempo, credoras e devedora umas das 
outras, extinguindo-se a obrigação até onde se compensarem. 
 
8.8 Confusão: Artigos 381 – 384 
A confusão ocorre quando na mesma pessoa se confunde as figuras de credor e 
devedor. Pode ocorrer por um ato “inter vivos” ou “causa mortis”. Ela pode ser total ou parcial, 
ou seja, ocorrer com relação a toda a dívida ou somente de parte dela. Como exemplo, 
podemos pensar que alguém deve uma quantia ao seu pai. Esse pai então falece e esse filho 
irá receber herança. Teremos a extinção da dívida, já que o filho irá receber a herança. 
 
8.9 Remissão de dívidas: Artigos 385 – 388 
A remissão é o perdão da dívida que é concedida pelo credor ao devedor. No entanto, 
para que se tenha a liberação do devedor, é necessário que ele ACEITE o perdão. Assim, é um 
negócio jurídico bilateral. A remissão pode recair sobre a dívida inteira ou sobre parte dela. Há 
formas de perdão expresso (escrito) e também tácito. Um exemplo de remissão tácita ocorre no 
artigo 386, em que o credor devolve o título da obrigação (cheque, por exemplo) ao devedor. 
No entanto, se devolver, restituir o objeto empenhado (garantia do penhor) não significa que 
perdoou a dívida, mas sim que não quer mais a garantia – artigo 387. 
 
 
 
 
 
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26 
9. Direito das Obrigações: Inadimplemento 
Temos dois tipos de inadimplemento: 
 
 *Para todos verem: esquema
 
 
9.1 Cláusula penal (arts. 408 – 416, CC) 
Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o 
inadimplemento obrigacional 
Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma 
obrigação acessória. 
A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal 
compensatória. 
 
9.1.1 Cláusula penal moratória 
Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a 
punição de quem está em mora. 
 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em 
segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de 
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da 
obrigação principal. 
 
Assim, quando houver clausula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento 
Inadimplemento relativo, 
parcial ou mora
Descumprimento parcial
Obrigação ainda pode ser 
adimplida
Inadimplemento total ou 
absoluto
Descumprimento
total
Obrigação não pode mais sercumprida
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 27 
da obrigação e o cumprimento da clausula penal moratória. 
 
9.1.2 Cláusula penal compensatória 
Caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos. 
 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o 
da obrigação principal. 
Neste caso não poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e também a 
multa compensatória. 
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total 
inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do 
credor. 
Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir. 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a 
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade 
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do 
negócio. 
 
Não é necessária a comprovação de culpa do devedor, para que se possa solicitar a 
incidência da cláusula penal. 
 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue 
prejuízo. 
 
Ainda que o prejuízo exceda o previsto na clausula penal, não pode o credor exigir 
indenização suplementar se assim não foi convencionado. e o tiver sido, a pena vale como 
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 
Assim, não se pode cumular multa compensatória com indenização por perdas e danos 
decorrentes do inadimplemento da obrigação. Contudo, se no contrato estiver previsto tal 
possibilidade, a multa compensatória será já o mínimo de indenização. Cabe ao credor então 
comprovar o prejuízo excedente. 
10. Direito Contratual: Evicção (arts. 447 – 457, CC) 
Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença 
judicial ou ato administrativo. 
A sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da 
garantia em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios. 
 
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 28 
10.1 Requisitos da Evicção 
*Para todos verem: esquema 
 
 
10.2 Direitos do evicto 
Lembrando que evicto é aquele que perdeu a coisa em virtude de sentença judicial. 
Responsabilidade total (artigo 450 do CC): Salvo estipulação em contrário, o evicto tem 
direito: 
 
*Para todos verem: esquema 
 
10.2.1 Responsabilidade parcial (artigo 449 do CC) 
Podem as partes excluir a responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. 
Contudo, mesmo com a existência de tal cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto 
(aquele que perdeu a coisa) a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, com algumas 
condições: 
 
 
Restituição 
integral do 
preço
Indenização 
dos frutos 
que tiver sido 
obrigado a 
restituir
Indenização 
pelas 
despesas dos 
contratos
Pelos 
prejuízos que 
diretamente 
resultarem da 
evicção
Custas 
judiciais e 
honorários do 
advogado
Perda total ou 
parcial da 
propriedade
Anterioridade do 
direito daquele 
que ganhou a ação 
judicial
Aquisição 
realizada de forma 
onerosa
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 29 
*Para todos verem: esquema 
 
 
10.2.2 Isenção de responsabilidade pelo vendedor (artigo 457 do CC) 
Quando o comprador sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a 
perder, não poderá demandar contra quem lhe vendeu. 
Observar: Evicção parcial (artigo 455). 
 
O que ocorre se houver evicção parcial e não total da coisa? 
1 – Perda considerável: Poderá o evicto (quem perdeu parcialmente o bem) 
optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço do desfalque. 
2 – Perda não for considerável: Pode apenas pleitear a indenização e não a 
rescisão do contrato. 
11. Direito Contratual: Contrato de Compra e Venda 
São dois os elementos da compra e venda: coisa e preço: 
 
11.1 Preço 
O preço deve sempre ser pago em dinheiro ou redutível a dinheiro (cheque, cartão etc.). 
Há vários modos que o preço pode ser estabelecido. 
1) A fixação do preço pode ser dada a taxa de mercado ou bolsa, em certo e determinado 
dia e lugar. 
2) Pode ser estabelecido que terceiro fixe o preço. 
3) Pode ser fixado em função dos índices ou parâmetros. 
Observação: Preço que sua fixação fica ao livre arbítrio da outra parte: Nulo, segundo artigo 489 do 
CC. 
 
Se não soube do risco 
da evicção
Se informado, não 
assumiu o risco da 
evicção
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 30 
11.2 Coisa 
Pode ser a venda de algo que já existe ou de bens que virão a existir (coisa futura) 
conforme artigo 483 do CC. 
 
*Para todos verem: esquema 
 
*Para todos verem: esquema 
Bilateral
• Os dois lados possuem obrigações.
Oneroso
• Há perda patrimonial para os dois lados.
Consensual
Não solene
• É a regra.
Elementos
Coisa
Atual
Futura
Preço
Terceiro
Mercado/bolsa
Índices/parâmetros
Costumes
Outra parte
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 31 
O contrato de compra e venda será nulo se for deixado para depois a fixação do preço 
por uma das partes (Art. 489). 
 
11.3 Limitações ao contrato de compra e venda 
 
11.3.1 Venda de ascendente a descendente 
 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge 
se o regime de bens for o da separação obrigatória. 
 
Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a 
propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. Entende 
o STJ que é necessária a prova do prejuízo dos demais herdeiros, para que se tenha a 
procedência da ação de anulação. 
O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do 
Código Civil. 
 
11.3 Venda de parte indivisa em condomínio 
O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino 
a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou 
preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve 
ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do 
valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si. 
 
11.4 Contrato Estimatório 
É um contrato que também é chamado de consignação. O consignante entrega bens 
móveis à outra pessoa, chamado de consignatário, para que este os venda pelo preço 
ajustado. Ao ser vendido, o consignatário deve pagar o preço ao consignante. Caso não venda, 
deverá devolver o bem ao consignante. 
Ex: carro em uma revenda de carros. 
 
11.5 Contrato de doação 
É o contrato em que o doador transfere bens ou vantagens para o donatário. 
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 32 
*Para todos verem: esquema 
 
11.5.1 Natureza jurídica 
1 - Unilateral: só gera obrigações para uma das partes. 
2 - Consensual: se aperfeiçoa com a aceitação. 
3 - Solene: a doação deve ser feita por escritura pública ou instrumento particular. 
Contudo, em bens móveis de pequeno valor admite‑se a doação verbal, desde que a doação 
ocorra imediatamente. 
4 - Gratuito: somente uma das partes perde patrimônio. 
 
11.5.2 Restrições à doação 
1 - Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em 
testamento, segundo o artigo 549 do CC. 
A título de exemplo, se o doador tem o patrimônio de R$ 100.000,00 e faz uma doação 
de R$ 70.000,00, o ato será válido até R$ 50.000,00 (parte disponível) e nulo nos R$ 
20.000,00. 
 
2 - Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global, em que não 
pode todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo paraa sua subsistência. 
Caso isso aconteça, teremos nulidade. 
 
3 - Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser 
anulada a doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de 
Unilateral
•Somente um dos lados se obriga a alguma coisa 
Gratuito
•Há perda patrimonial para somente um dos lados.
Consensual
•É perfeito com a aceitação
Solene
•É a regra. Em caso de bens móveis de pequeno valor e que a tradição ocorra de forma 
imediata, será não solene (art 541 do CC). 
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 33 
dissolvida a sociedade conjugal. 
 
11.5.3 Revogação da doação 
Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e 
por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC. 
Por ingratidão do donatário: As hipóteses se encontram nos arts 557 e 558 do CC. 
A - Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio 
doloso contra ele; 
B - Ofensas físicas cometidas pelo donatário contra o doador; 
C - Se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
D - Podendo o donatário auxiliar com alimentos ao doador, e não o faz. 
 
Muito importante: Quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente, 
descendente, ou irmão deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a 
revogação da doação, de acordo com o artigo 558 do CC. 
Qual é o prazo para que se peça a revogação por ingratidão? Dentro de um ano, a 
contar de quando chegue ao conhecimento do doador sobre o fato e que o donatário foi o 
autor. 
Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima, ou seja, 
somente o doador pode ajuizá‑la. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu, os 
herdeiros e sucessores podem prosseguir com a ação. 
Mas e no caso de homicídio doloso? Se o doador morreu, como vai ajuizar? É uma 
exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação. 
De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas doações puras. 
Não se admite, portanto: nas doações puramente remuneratórias, nas oneradas com encargo 
já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, e nas feitas para 
determinado casamento. 
 
11.6 Contrato de Empréstimo 
Duas são as espécies de empréstimos: mútuo e comodato. 
 
 
 
 
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11.6.1 Contrato de Comodato 
Comodato é o empréstimo para uso, gratuito de coisas infungíveis. Pode ser bens 
móveis ou imóveis, mas precisa ser infungível. O contrato se perfectibiliza com a tradição da 
coisa. 
 
11.6.1.1 Características do Comodato 
A) Gratuidade do contrato. Se fosse oneroso, seria o contrato de locação. 
B) Infungibilidade do bem: restituição do mesmo objeto recebido como empréstimo. 
C) Contrato real, já que o aperfeiçoamento do contrato se dá com a tradição (e não com 
a aceitação). 
D) Contrato unilateral, já que após a tradição, só há obrigações para uma das partes, 
que é o comodatário (restituir a coisa) e não há obrigações para o comodante. 
E) Contrato não solene, já que não necessita forma especial para a sua celebração. 
 
11.6.1.2 Obrigações do comodatário 
A) Conservar a coisa – art. 582: 
O comodatário deve conservar a coisa como se fosse sua. Deve responder pelas 
despesas de conservação. 
O comodatário não pode nunca tentar cobrar do comodante as despesas comuns, feitas 
com o uso e gozo da coisa emprestada. 
 
B) Uso da coisa de forma adequada: 
Responde por perdas e danos se usar o bem fora do que foi contratualmente previsto, 
além de, também poder ser causa de resolução do contrato. 
 
C) Restituir a coisa: 
Deve ser restituída a coisa no prazo convencionado e não havendo este prazo, finda a 
razão pela qual ocorreu, o empréstimo deve ser restituído (empresta livros para o trabalho de 
conclusão de curso, e quando passado o evento, deverão ser devolvidos, por exemplo). 
 
11.6.2 Contrato de mútuo 
O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O bem é emprestado para consumo. O 
mutuário se obriga a restituir ao mutante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, 
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qualidade e quantidade. É empréstimo para consumo, pois o mutuário não está obrigado a 
devolver o mesmo bem, do qual se torna dono. 
Ex.: dinheiro. 
Neste tipo de empréstimo, o mutuante transfere o domínio, a propriedade, do bem ao 
mutuário. Isso não acontece no comodato. Além disso, o mutuário se torna PROPRIETÁRIO da 
coisa, correndo por conta desse, todos os riscos da tradição. 
 
11.6.2.1 Características do mútuo 
O mútuo é temporário, se entende que em algum momento o que foi emprestado será 
devolvido. Mas e se não houver prazo para a restituição do bem? O CC determina que: 
A) Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas 
B) De 30 dias, pelo menos, se o mútuo for de dinheiro 
C) Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. 
 
11.6.2.2 Mútuo com fins econômicos 
Destinando‑se o mútuo a fins econômicos, presumem‑se devidos juros, os quais, sob pena de 
redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406 do CC, permitindo‑se a capitalização. 
Obs.: Mútuo para um menor: 
O Código Civil protege o menor, dizendo que quem empresta para um menor, não 
poderá reaver o que emprestou. Contudo, há várias exceções, de quando o mutuante pode, 
portanto, reaver o que foi emprestado. São elas: 
a – O representante do menor ratificar o empréstimo; 
b – Se o menor, em caso de ausência do representante, se viu obrigado a contraí‑lo para 
os seus alimentos habituais; 
c – Se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho, caso em que a execução do 
credor não lhes poderá ultrapassar as forças; 
d – Se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
e – Se este obteve o empréstimo maliciosamente. 
 
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*Para todos verem: esquema 
 
12. Responsabilidade Civil 
A responsabilidade civil subjetiva é a regra dentro do Direito Civil. Ela é baseada na 
“teoria da culpa”, já que é necessária a verificação de culpa, para que se possa configurar tal 
requisito. Assim, para a verificação da responsabilidade civil subjetiva (regra) é necessário: 
conduta humana, culpa, nexo causal e dano. Já a responsabilidade objetiva está consagrada 
no parágrafo único do artigo 927. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos 
de outrem. 
 
Neste caso, para a configuração da responsabilidade objetiva são necessários: conduta 
humana, nexo causal e dano. 
Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no CC. 
 
Comodato
Unilateral
Gratuito
Uso
Bens infungíveis
Não transfere a 
propriedade
Real
Mútuo
Unilateral
Gratuito
Consumo
Bens fungíveis
Transfere 
propriedade
Real
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12.1 Casos de Responsabilidade Objetiva 
 
12.1.1 Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade 
civil indireta: 
 
 Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
- Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
- O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
- O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,moradores e 
educandos; 
- Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
 
 O artigo 933 do CC prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já que 
informa que os terceiros serão responsabilizados, ainda que não haja culpa por parte deles. 
 De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá 
direito de regresso contra o empregado que causou o dano. 
 Há uma exceção: Relações entre ascendentes e descendentes incapazes não haverá 
direito de regresso. Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for 
incapaz. 
Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo 
942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os 
co-autores e as pessoas designadas no artigo 932. 
 
Observação: Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC). 
 
 De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. Assim, 
primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem condições 
financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz. Mesmo 
assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e, se privar o 
incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização não terá 
lugar. 
Devido ao parágrafo único do 942, ainda há discussões que tratam sobre a 
responsabilidade do incapaz ser ou não subsidiária. No entanto, a jurisprudência e a doutrina 
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dizem que sim, em decorrência do artigo 928, ela será subsidiária, não tendo aplicação o 
parágrafo único do art. 942. 
 
12.2 Responsabilidade civil por fato de animal 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
Assim, há somente duas excludentes nas quais o dono/detentor não será 
responsabilizado: culpa da vítima e força maior. 
 
12.3 Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua 
ruína 
O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se 
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do 
CC. Para que haja a configuração, é necessário se estabelecer que o imóvel necessitava de 
reparos de forma manifesta. A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção 
(construtora, por exemplo). 
 
12.4 Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do 
prédio (defenestramento) 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o 
prédio. Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver 
habitando o prédio. 
Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido 
pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá 
ajuizar regresso contra o ofensor. 
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1) FGV - 2022 - OAB – XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Maurício, ator, 23 anos, e Fernanda, atriz, 25 anos, diagnosticados com Síndrome de Down, não curatelados, 
namoram há 3 anos. Em 2019, enquanto procuravam uma atividade laborativa em sua área, tanto Maurício quanto 
Fernanda buscaram, em processos diferentes, a fixação de tomada de decisão apoiada para o auxílio nas 
decisões relativas à celebração de diversas espécies de contratos, a qual se processou seguindo todos os 
trâmites adequados deferidos pelo Poder Judiciário. Assim, os pais de Maurício tornaram-se seus apoiadores e os 
pais de Fernanda, os apoiadores dela. Em 2021, Fernanda e Maurício assinaram contratos com uma emissora de 
TV, também assinados por seus respectivos apoiadores. Como precisarão morar próximo à emissora, o casal terá 
de mudar-se de sua cidade e, por isso, está buscando alugar um apartamento. Nesta conjuntura, Maurício e 
Fernanda conheceram Miguel, proprietário do imóvel que o casal pretende locar. Sobre a situação apresentada, 
conforme a legislação brasileira, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Maurício e Fernanda são incapazes em razão do diagnóstico de Síndrome de Down. 
b) Maurício e Fernanda são capazes por serem pessoas com deficiência apoiadas, ou seja, caso não fossem 
apoiados, seriam incapazes. 
c) Maurício e Fernanda são capazes, independentemente do apoio, mas Miguel poderá exigir que os apoiadores 
contra assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado. 
d) d) Miguel, em razão da capacidade civil de Maurício e de Fernanda, fica proibido de exigir que os apoiadores 
de ambos contra assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado. 
 
 
2) FGV - 2022 - OAB – XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Paulo é pai de Olívia, que tem três anos. Paulo é separado de Letícia, mãe de Olívia, e não detém a guarda da 
criança. Por sentença judicial, ficou fixado o valor de R$3.000,00 a título de pensão alimentícia em favor 
de Olívia. Paulo deixou de pagar a pensão alimentícia nos últimos cinco meses e, ajuizada uma ação 
de execução contra ele, não foi possível encontrar patrimônio suficiente para fazer frente às 
obrigações inadimplidas. Entretanto, Paulo é também sócio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias 
Ltda., sociedade que tem patrimônio considerável. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Tendo em vista a absoluta autonomia da pessoa jurídica em relação aos seus sócios, não é possível, em 
nenhuma hipótese, que, na ação de execução, Olívia atinja o patrimônio da pessoa jurídica Paulo Compra e 
Venda de Joias Ltda. 
b) É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, a fim de se atingir o patrimônio da sociedade 
Paulo Compra e Venda de Joias Ltda., independentemente de restar configurada a situação de abuso da 
personalidade jurídica. 
c) Ainda que se comprove o abuso da personalidade jurídica, a legislação apenas reconhece a hipótese de 
desconsideração direta da personalidade jurídica, não se admitindo a desconsideração inversa, razão 
pela qual não é possível que Olívia atinja o patrimônio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda. 
d) É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, a fim de que Olívia atinja o patrimônio da 
sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda., caso se considere que Paulo praticou desvio de finalidade 
ou confusão patrimonial. 
 
 
3) FGV - 2019 - OAB – XXIX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe vendeu o imóvel 
a preço de mercado. A escritura e o registro foram realizados de maneira usual. Em 05/09/2005, o imóvel foi 
alugado, e Aloísio passou a receber mensalmente o valor de R$ 3.000,00 pela locação, por um período de 6 anos. 
Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação reivindicatória movida por Elisabeth, que pleiteia a retomada do 
imóvel e a devolução de todos os valores recebidos por Aloísio a título de locação, desde o momento da sua 
celebração. Uma vez que Elisabeth é judicialmente reconhecida como a verdadeira proprietária do imóvel em 
10/10/2011, pergunta-se: é correta a pretensão da autora ao recebimento de todos os aluguéis recebidos por 
Aloísio? 
 
a) Sim. Independentemente da sentença de mérito, a própria contestação automaticamente transforma a posse 
de Aloísio em posse de má-fé desde o seu nascedouro, razão pela qual todos os valores recebidos pelo 
possuidor devem ser ressarcidos. 
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b) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, somente após uma sentença favorável ao pedido de Elisabeth, 
na reivindicatória, é que seus argumentos poderiam ser considerados verdadeiros, o que caracterizaria a 
transformação da posse de boa-fé em posse de má-fé. Como o possuidor de má-fé tem direito aos frutos, 
Aloísio não é obrigado a devolver os valores que recebeu pela locação. 
c) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth foi vitoriosa em seu pleito, a posse de 
Aloísio passa a ser qualificada como de má-fé desde a sua citação no processo – momento em que Aloísio 
tomou conhecimento dos fatos ao final reputados como verdadeiros, exigindo, em tais condições, a 
devolução dos frutos recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do contrato de locação. 
d) Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento judicial que pretendia, Aloísio não lhe deve qualquer valor, 
pois, sendo possuidor com justo título, tem, em seu favor, a presunção absoluta de veracidade quanto a sua 
boa-fé. 
 
 
4) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Liz e seu marido Hélio adquirem uma fração de tempo em regime de multipropriedade imobiliária no hotel-fazenda 
Cidade Linda, no estado de Goiás. Pelos termos do negócio, eles têm direito a ocupar uma das unidades do 
empreendimento durante os meses de dezembro e janeiro, em regime fixo. No ano seguinte à realização do 
negócio, as filhas do casal, Samantha e Laura, ficam doentes exatamente em dezembro, o que os impede de 
viajar. Para contornar a situação, Liz oferece à sua mãe, Alda, o direito de ir para o Cidade Linda no lugar deles. 
Ao chegar ao local, porém, Alda é barrada pela administração do hotel, sob o fundamento de que somente a 
família proprietária poderia ocupar as instalações da unidade. Você, como advogado(a), deve esclarecer se o ato 
é legal, assinalando a opção que indica sua orientação. 
 
a) O ato é legal, pois o regime de multipropriedade, ao contrário do condominial, é personalíssimo. 
b) O ato é ilegal, pois, como hipótese de condomínio necessário, a multipropriedade admite o uso das unidades 
por terceiros. 
c) O ato é ilegal, pois a possibilidade de cessão da fração de tempo do multiproprietário em comodato é 
expressamente prevista no Código Civil. 
d) O ato é legal, pois o multiproprietário tem apenas o direito de doar ou vender a sua fração de tempo, mas 
nunca cedê-la em comodato. 
 
 
5) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
Luiz, sem filhos, é casado com Aline sob o regime da comunhão universal. No ano de 2018, Luiz perdeu o pai, 
Mário. Como seu irmão, Rogério, morava em outra cidade e sua mãe, Catarina, precisava de cuidados diários, 
Luiz levou-a para morar junto dele e de Aline. Durante à pandemia de Covid-19, tanto Luiz, quanto Catarina 
contraíram a doença e foram internados. Ambos não resistiram e no dia 30 de junho, Luiz faleceu, sem deixar 
testamento. Catarina morreu no dia 15 de agosto, também sem deixar testamento. Tendo em vista a hipótese 
apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 
a) A herança de Catarina deve dividir-se entre Luiz (seu herdeiro de direito receberá o quinhão) e Rogério. 
b) Rogério será herdeiro de Catarina e, na sucessão de Luiz, serão chamadas Aline e Catarina (seu herdeiro, 
Rogério, receberá o quinhão como parte da herança deixada pela mãe). 
c) Aline não será herdeira de Rogério, em razão do casamento reger-se pela comunhão universal de bens. 
d) Rogério será herdeiro de Catarina e apenas Aline será herdeira de Luiz. 
 
 
6) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
João, Cláudia e Maria celebraram contrato de compra e venda de um carro com Carlos e Paula. Pelo respectivo 
contrato, Carlos e Paula se comprometeram, como devedores solidários, ao pagamento de R$ 50.000,00. Ficou 
estabelecido, ainda, solidariedade entre os credores João, Cláudia e Maria. Diante do enunciado, assinale a 
afirmativa correta. 
 
a) O pagamento feito por Carlos ou por Paula não extingue a dívida, ainda que parcialmente. 
b) Qualquer dos credores tem direito a exigir e a receber de Carlos ou de Paula, parcial ou totalmente, a dívida 
comum. 
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2022-oab-exame-de-ordem-unificado-xxxiv-primeira-fase
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c) Impossibilitando-se a prestação por culpa de Carlos, extingue-se a solidariedade, e apenas este responde pelo 
equivalente. 
d) Carlos e Paula só se desonerarão pagando a todos os credores conjuntamente. 
 
 
7) FGV - 2022 - OAB - XXXIV - Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Ivan, sócio da Soluções Inteligentes Ltda., celebra contrato de empreitada, na qualidade de dono da obra, com 
Demétrio, sócio da Construções Sólidas Ltda., tendo esta como a empresa empreiteira. A obra tem prazo de 
duração de 1 (um) ano, contratada a um custo de R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais), 
fracionados em 12 (doze) prestações mensais de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
O contratante, Ivan, necessita da obra pronta no prazo acordado. Em razão disso, acordou com Demétrio uma 
cláusula resolutiva expressa, informando que o atraso superior a 30 (trinta) dias importaria em extinção automática 
do contrato. Para se resguardar, Ivan exigiu de Demétrio que expusesse seu acervo patrimonial, mostrando o 
balanço contábil da empresa, de modo a ter convicção em torno da capacidade econômica da empreiteira para 
levar a cabo uma obra importante, sem maiores riscos. 
Transcorridos três meses de obra, que seguia em ritmo normal, em conformidade com o cronograma, Ivan teve 
conhecimento de que a empreiteira sofreu uma violenta execução judicial, impondo redução de mais de 90% 
(noventa por cento) de seu ativo patrimonial, fato que tornou ao menos duvidosa a capacidade da empreiteira de 
executar plenamente a obrigação pela qual se obrigou. 
Diante deste fato, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Ivan pode se recusar a pagar o restante das parcelas da remuneração da obra até que Demétrio dê garantia 
bastante de satisfazê-la. 
b) O dono da obra pode requerer a extinção do contrato, ao fundamento de que há inadimplemento anterior ao 
termo, pela posterior redução da capacidade financeira da empreiteira. 
c) A cláusula resolutiva expressa prevista no contrato é nula, pois o ordenamento não permite a resolução 
automática dos contratos, por inadimplemento, impondo-se a via judicial. 
d) A parte contratante tem direito de invocar a exceção de contrato não cumprido, em face do risco iminente de 
inadimplemento. 
 
 
8) FGV - 2021 - OAB – XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Valdeir e Max assinaram contrato particular de promessa de compra e venda com direito de arrependimento, no 
qual Valdeir prometeu vender o apartamento 901 de sua propriedade por R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). 
Max, por sua vez, se comprometeu a comprar o imóvel e, no mesmo ato de assinatura do contrato, pagou arras 
penitenciais de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). 
A escritura definitiva de compra e venda seria outorgada em 90 (noventa) dias a contar da assinatura da promessa 
de compra e venda, com o consequente pagamento do saldo do preço. Contudo, 10 (dez) dias antes da assinatura 
da escritura de compra e venda, Valdeir celebrou escritura definitiva de compra e venda, alienando o imóvel à Ana 
Lúcia que pagou a importância de R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais) pelo mesmo imóvel. Max, 
surpreendido e indignado, procura você, como advogado(a), para defesa de seus interesses. 
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Max poderá exigir de Valdeir a importância paga a título de arras mais o equivalente, com atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
b) Por se tratar de arras penitenciais, Max poderá exigir de Valdeir apenasR$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), e 
exigir a reparação pelas perdas e danos que conseguir comprovar. 
c) Max poderá exigir de Valdeir até o triplo pago a título de arras penitencias. 
d) Max não poderá exigir nada além do que pagou a título de arras penitenciais. 
 
 
9) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Érico é amigo de Astolfo, famoso colecionador de obras de arte. Érico, que está abrindo uma galeria de arte, 
perguntou se Astolfo aceitaria locar uma das pinturas de seu acervo para ser exibida na grande noite de abertura, 
como forma de atrair mais visitantes. Astolfo prontamente aceitou a proposta, e ambos celebraram o contrato de 
locação da obra, tendo Érico se obrigado a restituí-la já no dia seguinte ao da inauguração. O aluguel, fixado em 
parcela única, foi pago imediatamente na data de celebração do contrato. 
A abertura da galeria foi um grande sucesso, e Érico, assoberbado de trabalho nos dias que se seguiram, não 
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2022-oab-exame-de-ordem-unificado-xxxiv-primeira-fase
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providenciou a devolução da obra de arte para Astolfo. Embora a galeria dispusesse de moderna estrutura de 
segurança, cerca de uma semana após a inauguração, Diego, estudante universitário, invadiu o local e vandalizou 
todas as obras de arte ali expostas, destruindo por completo a pintura que fora cedida por Astolfo. As câmeras de 
segurança possibilitaram a pronta identificação do vândalo. 
De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Érico tem o dever de indenizar Astolfo, integralmente, pelos prejuízos sofridos em decorrência da destruição 
da pintura. 
b) Érico não pode ser obrigado a indenizar Astolfo pelos prejuízos decorrentes da destruição da pintura porque 
Diego, o causador do dano, foi prontamente identificado. 
c) Érico não pode ser obrigado a indenizar Astolfo pelos prejuízos decorrentes da destruição da pintura porque 
adotou todas as medidas de segurança necessárias para proteger a obra de arte. 
d) Érico somente estará obrigado a indenizar Astolfo se restar comprovado que colaborou, em alguma medida, 
para que Diego realizasse os atos de vandalismo. 
 
 
10) FGV - 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Vilmar, produtor rural, possui contratos de compra e venda de safra com diversos pequenos proprietários. Com o 
intuito de adquirir novos insumos, Vilmar procurou Geraldo, no intuito de adquirir sua safra, cuja expectativa de 
colheita era de cinco toneladas de milho, que, naquele momento, estava sendo plantado em sua fazenda. Como 
era a primeira vez que Geraldo contratava com Vilmar, ele ficou em dúvida quanto à estipulação do preço do 
contrato. Considerando a natureza aleatória do contrato, bem como a dúvida das partes a respeito da estipulação 
do preço deste, assinale a afirmativa correta. 
 
a) A estipulação do preço do contrato entre Vilmar e Geraldo pode ser deixada ao arbítrio exclusivo de uma das 
partes. 
b) Se Vilmar contratar com Geraldo a compra da colheita de milho, mas, por conta de uma praga inesperada, 
para cujo evento o agricultor não tiver concorrido com culpa, e este não conseguir colher nenhuma espiga, 
Vilmar não deverá lhe pagar nada, pois não recebeu o objeto contratado. 
c) Se Vilmar contratar com Geraldo a compra das cinco toneladas de milho, tendo sido plantado o exato número 
de sementes para cumprir tal quantidade, e se, apesar disso, somente forem colhidas três toneladas de 
milho, em virtude das poucas chuvas, Geraldo não receberá o valor total, em virtude da entrega em menor 
quantidade. 
d) A estipulação do preço do contrato entre Vilmar e Geraldo poderá ser deixada ao arbítrio de terceiro, que, 
desde logo, prometerem designar. 
 
 
11) FGV - 2018 - OAB - XXVII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 
Renata financiou a aquisição de seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando pontualmente todas as prestações. 
Entretanto, a recente perda de seu emprego fez com que não conseguisse manter em dia a dívida, tendo deixado 
de pagar, justamente, as duas últimas prestações (35ª e 36ª). O banco que financiou a aquisição, diante do 
inadimplemento, optou pela resolução do contrato. Tendo em vista o pagamento das 34 parcelas anteriores, pode-
se afirmar que a conduta da instituição financeira viola o princípio da boa-fé, em razão do(a) 
 
a) dever de mitigar os próprios danos. 
b) proibição de comportamento contraditório (venire contra factum proprium). 
c) adimplemento substancial. 
d) dever de informar. 
 
 
Revisão Turbo | 37° Exame da Ordem 
Direito Civil 
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Gabaritos das Questões: 
 
 
 
1 – C 2 – D 3 – C 4 - C 5 - B 6 - B 7 - A 8 - A 9 - A 10 - D 11 - C 
 
 
 
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Caderno de Questões – Direito Civil 
Maitê Damé e Patrícia Strauss

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