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M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Cláudia Possebon Wagner de Souza Ribeiro Sistemas de informação gerencial Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189) Possebon, Cláudia Sistemas de informação gerencial / Cláudia Possebon, Wagner de Souza Ribeiro. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2020. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-3175-9 (ePub/2020) e-ISBN 978-85-396-3176-6 (PDF/2020) 1. Gestão da informação 2. Sistemas de informação 3. Sistemas integrados de gestão (ERP) 4. Sistemas de integração logística (SCM) 5. Gestão de relacionamento de clientes (CRM) 6. Inteligência de mer- cado 7. Segurança da informação 8. Tecnologia da Informação (TI) – Planejamento estratégico I. Ribeiro, Wagner de Souza II. Título. III. Série. 20-1095t CDD – 658.4038 BISAC BUS083000 Índice para catálogo sistemático 1. Gestão da informação 658.4038 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL Cláudia Possebon Wagner de Souza Ribeiro M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br) Administrativo João Almeida Santos (joao.santos@sp.senac.br) Comercial Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br) Acompanhamento Pedagógico Ariadiny Carolina Brasileiro Maciel Designer Educacional Alexsandra Cristiane Santos da Silva Revisão Técnica Sergio de Oliveira Nascimento Coordenação de Preparação e Revisão de Texto Luiza Elena Luchini Preparação de Texto Ana Luiza Candido Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Stephanie dos Reis Baldin Ilustrações Stephanie dos Reis Baldin Imagens iStock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2020 5 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Sumário Capítulo 1 Princípios do sistema de informação gerencial (SIG), 7 1 Dado, informação e conhecimento, 8 2 Função dos sistemas de informação gerencial nas empresas, 13 Considerações finais, 16 Referências, 17 Capítulo 2 O desenvolvimento estratégico dos SIG, 19 1 O papel da área de SIG, 20 2 Conceitos de estratégia, 22 3 O uso da informação no planejamento estratégico, 23 Considerações finais, 28 Referências, 29 Capítulo 3 Classificação e características dos sistemas de informação, 31 1 Sistemas de informação, 32 Considerações finais, 40 Referências, 40 Capítulo 4 ERP – conceitos, 41 1 A história e o desenvolvimento dos sistemas integrados de gestão, 42 2 Características gerais dos sistemas ERP, 44 3 Vantagens e desvantagens do ERP, 48 4 Pontos de atenção na implementação de um sistema de informação ERP (ou qualquer outro sistema de informação), 51 Considerações finais, 52 Referências, 52 Capítulo 5 ERP – funcionalidades, 53 1 Principais funcionalidades do ERP, 54 Considerações finais, 63 Referências, 64 Capítulo 6 ERP – modelos de serviço, 65 1 Principais modelos de uso e contratação, 66 2 Principais fornecedores de ERP, 69 Considerações finais, 76 Referências, 76 Capítulo 7 O avanço do marketing e o CRM, 79 1 Fundamentos do marketing, 80 2 O papel e a função do marketing, 86 3 O marketing digital, 87 Considerações finais, 90 Referências, 91 Capítulo 8 A gestão de relacionamento de clientes – CRM, 93 1 Conceitos básicos de CRM, 93 2 O uso e os benefícios do CRM nas empresas, 100 Considerações finais, 102 Referências, 102 6 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Capítulo 9 Sistemas de integração logística – SCM, 103 1 A integração da cadeia de fornecedores, 104 2 EDI, 106 3 WMS, 109 4 RFID, 114 Considerações finais, 117 Referências, 118 Capítulo 10 Sistemas e ferramentas colaborativas, 121 1 O que são ferramentas colaborativas?, 122 2 Benefícios para as empresas, 129 Considerações finais, 131 Referências, 131 Capítulo 11 Data mining, data warehouse e BI, 133 1 Inteligência de negócios, 134 2 A mineração de dados, 136 3 Processo de tomada de decisão, 142 Considerações finais, 145 Referências, 145 Capítulo 12 Big data e inteligência artificial, 147 1 Grandes volumes de dados, 148 2 Métodos de manipulação de dados, 151 3 Inteligência artificial (IA), 154 Considerações finais, 161 Referências, 162 Capítulo 13 Sistemas eletrônicos e de e-commerce, 163 1 Sistemas de negócios, 164 2 Fundamentos do e-commerce, 169 3 Sistemas para internet, 174 Considerações finais, 177 Referências, 178 Capítulo 14 O CIO e o planejamento estratégico de TI, 179 1 O papel do CIO, 180 2 O planejamento estratégico de TI, 184 3 Índices de acompanhamento: KPI e BSC, 189 Considerações finais, 193 Referências, 194 Capítulo 15 Qualidade e processo de negócio, 195 1 A qualidade e os sistemas de informação, 196 2 A gestão dos processos de negócios, 202 Considerações finais, 207 Referências, 208 Capítulo 16 Questões éticas e de segurança da informação, 209 1 Questões éticas dos SIG, 210 2 Elementos de segurança da informação nos SIG, 219 Considerações finais, 228 Referências, 228 Sobre os autores, 231 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Princípios do sistema de informaçãogerencial (SIG) Esta obra tem por objetivo explorar os conceitos mais importantes que fazem parte do contexto de um sistema de informação gerencial, desde as premissas teóricas básicas a respeito do que é um sistema propriamente dito até o sistema gerencial de mercado, de relaciona- mento com os clientes, de marketing e de ferramentas de mercado. Neste capítulo, abordaremos as noções fundamentais relativas a da- dos, informação, conhecimento e sistemas, para que, de modo estrutu- rado, possamos obter o entendimento sobre os sistemas de informação gerencial, sua aplicabilidade, importância e função nas empresas. 8 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Dado, informação e conhecimento Dado, informação e conhecimento são elementos com os quais nos deparamos frequentemente em nosso dia a dia, em casa, nas empre- sas, escolas, etc. É comum ouvirmos expressões como “processamen- to de dados”, “sistemas de informação” e “gestão do conhecimento”. Nosso objetivo inicial é explorarmos os conceitos de dado, informa- ção e conhecimento e entendermos sua relação com os sistemas de informação gerencial. 1.1 Dado Muitos autores discutiram e exploraram o conceito de dado. Apresentamos algumas considerações a seguir. De acordo com o Dicionário Michaelis [s. d.], dado é “o princípio ou base para se entrar no conhecimento de um assunto”. Para Rosini e Palmisano (2003, p. 154), no contexto corporativo, o dado “é um ele- mento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar”. Já Shedroff (1999, p. 172) afirma que: [...] dados são códigos que constituem a matéria-prima da infor- mação, ou seja, é a informação não tratada que ainda não apre- senta relevância. Eles representam um ou mais significados de um sistema que isoladamente não pode transmitir uma mensagem ou representar algum conhecimento. Consolidando essas reflexões, podemos afirmar, resumidamente, que, no cenário empresarial, os dados são ocorrências que acontecem dentro das organizações e que ainda não foram organizadas de modo que possam ser entendidas e utilizadas para um determinado propósito. 9Princípios do sistema de informação gerencial (SIG) M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nem sempre o dado é um registro físico. Ele pode estar na me- mória de uma pessoa ou ser uma imagem. Por exemplo, pode ser o som de um fenômeno natural, uma pegada ou a sombra de um objeto (HASHIMOTO, 2003). Acompanhe um exemplo: Tabela 1 – Tabela de preços C PR M A R$ 1.238,00 50 B R$ 1.422,00 60 Esta tabela, por si só, é formada por um conjunto de dados, mas ape- nas com ela não é possível precisar nenhum contexto ou significado. 1.2 Informação De forma similar ao que ocorre com o termo “dado”, existem tam- bém várias publicações em torno do conceito de informação. Segundo Rosini e Palmisano (2003, p. 24), a informação consiste no “dado configurado de forma adequada ao entendimento e à utilização pelo ser humano”. Caiçara Jr. (2006, p. 22) aponta que o termo “infor- mação vem do latim ‘informare’, que significa ‘dar forma’”. As informa- ções também podem ser definidas como “dados apresentados em uma forma significativa e útil” (LAUDON; LAUDON, 2004, p. 7). Portanto, podemos concluir que a informação é a organização dos dados de forma que tenham significado e utilidade. 10 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1.2.1 Tipos de informação Segundo Batista (2005), as informações são a base para a tomada de decisões, bem como o resultado direto dessas ações, e podem ser classificadas como: • Informações operacionais: de acordo com Batista (2005, p. 54), “são geradas no dia a dia da empresa em nível operacional e ad- quiridas internamente com finalidade de controle e com frequên cia”. Alguns exemplos dessas informações são os formulários de vendas e compras, as notas fiscais e as requisições internas. • Informações gerenciais: para Batista (2005, p. 54): […] são aquelas utilizadas para tomada de decisões em nível tático ou gerencial, com finalidade de acompanhamento e planejamento. Como devem apresentar características de quantidade, oportu- nidade, conteúdo e qualidade, normalmente as encontramos nos sistemas de informação [das empresas]. São exemplos de informações gerenciais os relatórios gerenciais de vendas e de acompanhamento da produção. 1.2.2 Qualidade da informação A palavra “qualidade” pode ser aplicada a vários contextos. De ma- neira geral, todos querem qualidade. Na perspectiva dos sistemas de informação, quando falamos de qualidade da informação, associamos esse conceito à ausência de erros. Tendo isso em mente, que características da informação podem es- tar relacionadas à qualidade? Uma informação atualizada, precisa e de fácil compreensão faz sentido e é útil, valorizada e facilmente trabalha- da pelos profissionais. 11Princípios do sistema de informação gerencial (SIG) M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Segundo O’Brien (2004, p. 25), a qualidade da informação possui al- guns atributos como tempo, conteúdo e forma, os quais descrevemos a seguir: • Dimensão do tempo: a informação deve ser fornecida quando for necessária, atualizada, quantas vezes for solicitada, englobando períodos passados, presentes e futuros. • Dimensão de conteúdo: a informação deve estar isenta de erros, relacionada às necessidades de informações de um receptor específico para uma situação específica – apenas a informação que for necessária deve ser fornecida – a informação pode ter um alcance amplo ou estreito, ou um foco interno ou externo – a integridade dos dados deve ser assegurada. • Dimensão da forma: a informação deve ser fornecida de uma forma que seja fácil de compreender, detalhada ou resumida, em sequência predeterminada, em forma narrativa, numérica, gráfica ou outras, em documentos impressos, monitores de vídeo ou outras mídias. O quadro 1 apresenta um resumo desses atributos. Quadro 1 – Resumo dos atributos da qualidade da informação Resumo dos atributos da qualidade da informação Conteúdo Forma Tempo Precisão Clareza Oportunismo Relevância Detalhe Atualidade Completude Apresentação Frequência Concisão Meios Período Escopo Desempenho Fonte: adaptado de O’Brien (2004). 12 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1.3 Conhecimento O conhecimento está além da informação, pois não só detém umsignificado, como também uma aplicação. IMPORTANTE O conhecimento é um conjunto de informações armazena- das por intermédio da experiência ou da aprendizagem (a posteriori), ou através da introspecção (a priori). No sentido mais lato do termo, trata-se da posse de múltiplos dados inter-relacionados que, por si sós, têm um menor valor qualitativo. (CONHECIMENTO, 2010) A informação é o elemento fundamental para a funcionalidade dos sistemas, entretanto, o conhecimento é o resultado de um estágio su- perior, o qual tem o potencial de produzir novas ideias e de ampliar o saber, enquanto a informação, isoladamente, não o tem. Portanto, o co- nhecimento exige a capacidade de identificar o que é importante e com isso gerar saber. Se a informação é o dado trabalhado, então podería- mos dizer que o conhecimento é a informação trabalhada. O quadro 2 apresenta um comparativo que resume as diferenças entre dado, infor- mação e conhecimento: Quadro 2 – Dado, informação e conhecimento Dado • Simples observação sobre o estado do mundo • Facilmente estruturado e obtido por máquinas • Frequentemente quantificado Informação • Dados dotados de relevância e propósito • Requer unidade de análise • Exige consenso em relação ao significado e à mediação humana Conhecimento • Informação valiosa da mente humana que inclui reflexão, síntese, contexto • De difícil estruturação Fonte: adaptado de Davenport e Prusak (1998, p. 18). 13Princípios do sistema de informação gerencial (SIG) M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2 Função dos sistemas de informação gerencial nas empresas Para abordarmos apropriadamente a função dos sistemas de infor- mação gerencial nas empresas, é importante, inicialmente, retomarmos alguns conceitos relacionados a esses sistemas, os quais explorare- mos nos próximos tópicos. 2.1 Sistema Apesar de ser um assunto abordado com grande frequência em computação, o termo “sistema” tem um conceito mais amplo e aplica- -se a diversas outras áreas (temos, por exemplo, sistemas de transpor- tes, de comunicações, escolares, de energia elétrica, etc.). Conforme Polloni (2003, p. 23 apud CAIÇARA JR., 2006, p. 59), po- demos definir sistema como um “conjunto de partes coordenadas que concorrem para realização de um conjunto de objetivos”, ou, segundo Caiçara Jr. (2006, p. 69): […] o sistema é a disposição das partes de um todo que, de ma- neira coordenada, formam uma estrutura organizada com a fina- lidade de executar uma ou mais atividades ou, ainda, um conjunto de eventos que se repetem ciclicamente na realização de tarefas predefinidas. 2.2 Sistemas de informações Assim como a respeito dos demais conceitos que abordamos ante- riormente, muitos autores também fizeram suas considerações envol- vendo os sistemas de informações. Oliveira (2001, p. 277), por exemplo, os define como “o processo de transformação de dados em informa- ções”. Já Stair (1998, p. 11) afirma que “sistema de informação é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam 14 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .(entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback”. Por fim, Gil (1999, p. 14) define que: […] os sistemas de informação compreendem um conjunto de re- cursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações. Podemos definir um sistema de informações como “o processo de gerar informações para a tomada de decisão, através de dados coleta- dos, processados e transformados” (OLIVEIRA, 2001, p. 277). O sistema de informações é composto basicamente de três macro- atividades: a entrada, que é formada pela coleta e captura dos dados brutos; o processamento, que converte os dados de entrada em um for- mato mais útil e apropriado para ser utilizado; e a saída, que transfere as informações processadas às pessoas ou processos que as utiliza- rão. A saída pode conter um mecanismo de feedback, quando há um re- torno de informações para melhoria/refinamento dos dados de entrada. Segundo Turban, McLean e Wetherbe (2004, p. 39), um sistema de informações fundamentado em computador (chamado de forma gené- rica apenas de sistema da informação): [...] é um método que utiliza tecnologia de computação para exe- cutar algumas de todas as tarefas desejadas. Pode ser composto de apenas um computador pessoal e software, ou incluir milhares de computadores de diversos tamanhos com centenas de impres- soras e outros equipamentos, bem como redes de comunicação e banco de dados. 2.2.1 Classificação dos sistemas de informações Segundo Laudon e Laudon (1999), os sistemas de informações po- dem ser classificados de acordo com uma perspectiva funcional e com os grupos de usuários, conforme os níveis gerenciais e os tipos de deci- são que eles suportam: 15Princípios do sistema de informação gerencial (SIG) M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Sistema de apoio executivo (SAE): utilizado pelos executivos e gerentes sênior para apoiar decisões de longo prazo no nível es- tratégico das empresas. Exemplos de questões que podem ser respondidas pelo SAE são: Em que tipos de negócios podemos entrar? Como estão nossos concorrentes? Que novas aquisi- ções poderíamos fazer? Onde poderíamos abrir novas unidades e quais poderiam ser vendidas/fechadas? • Sistema de informação gerencial (SIG): utilizado internamente pelos gerentes médios no nível gerencial para apoiar as funções de planejamento, controle e/ou decisão gerencial. Em geral, aten- de às demandas de curto e médio prazo. Teremos a oportunidade de explorar no próximo capítulo os conceitos e exemplos relacio- nados ao SIG. • Sistema de apoio a decisões (SAD): também utilizado no ní- vel gerencial, dá suporte às tomadas de decisões não usuais, que se alteram com rapidez ou que não são especificadas com antecedência. Uma situação que pode exemplificar a aplicação desse sistema é: Como definir o transporte mais adequado de acordo com o requerimento de entrega de um cliente e as taxas de frete oferecidas? • Sistema de trabalhadores do conhecimento (STC): aplicado no nível de conhecimento da organização e utilizado por profissionais especializados, como médicos, advogados, engenheiros e cientis- tas, esse sistema promove a criação de novos conhecimentos e asseguram que estes serão integrados à empresa. • Sistema de automação de escritório: também aplicado no nível de conhecimento, porém utilizado por diversas camadas funcio- nais da empresa, comunicando-se com clientes, fornecedores e outras organizações externas. Diz respeito aos sistemas que gerenciam e manipulam documentos (edições via software ou eletrônicas/web). 16 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo. • Sistema de processamento de transações (SPT): é o sistema in- tegrado básico que atende ao nível operacional da organização. Exemplos: registro de pedidos de vendas, sistemas de reservas de hotéis, folha de pagamento, manutenção do registro de fun- cionários, etc. 2.3 Sistemas de informação gerencial Oliveira (2001, p. 40) compara diversas definições de “sistemas de informação gerencial” e defineos como “o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados”. Considerando a tomada de decisões, Oliveira (2000, p. 171) define os sistemas de informação gerencial como: […] um método formal de tornar disponíveis para a administração, oportunamente, as informações precisas necessárias para facilitar o processo de tomada de decisão e para dar condições para que as funções de planejamento, controle e operação da organização sejam executadas eficazmente. Tomando como base as definições apresentadas e também os con- ceitos expostos anteriormente sobre sistema e informação, podemos definir os sistemas de informação gerencial como os sistemas que apoiam e fornecem aos gestores as informações necessárias para que possam tomar decisões de forma efetiva, com o objetivo de gerenciar suas organizações com eficácia. Considerações finais Neste capítulo, estudamos o que são dados, informação e conhe- cimento, bem como definimos os sistemas de informação gerencial e como todos esses conceitos são aplicados e se relacionam entre si. 17Princípios do sistema de informação gerencial (SIG) M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A qualidade do sistema gerencial, sem dúvida, é um diferencial e aquelas empresas que possuem um SIG implementado de maneira só- lida têm um maior potencial para se destacarem diante da concorrência. Referências BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistemas de informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2005. CAIÇARA JR., Cícero. Sistemas integrados de gestão ERP: uma abordagem gerencial. 20. ed. Curitiba: IBPEX, 2006. CONHECIMENTO. In: CONCEITO DE, 2010. Disponível em: https://conceito.de/ conhecimento. Acesso em: 1o nov. 2019. DADO. In: MICHAELIS, [s. d.]. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/ moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/dado/. Acesso em: 9 dez. 2019. DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. GIL, Antônio de Loureiro. Sistema de informações contábil-financeiros. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. HASHIMOTO, Alberto N., O que é conhecimento. Kmol, 1o fev. 2003. Disponível em: https://kmol.pt/artigos/2003/02/01/o-que-e-conhecimento/. Acesso em: 28 dez. 2019. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. O’BRIEN, James A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de informações gerenciais. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001. OLIVEIRA, Jayr Figueiredo. Sistema de informação: um enfoque gerencial inserido no contexto empresarial e tecnológico. São Paulo: Editora Érica, 2000. https://conceito.de/conhecimento https://conceito.de/conhecimento 18 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ROSINI, Alessandro M.; PALMISANO, Angelo. Administração de sistemas de informação e a gestão do conhecimento. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. SHEDROFF, Nathan. Information interaction design: a unified field theory of design. In: JACOBSON, Robert (ed.). Information design. Cambridge: MIT Press, 1999. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teoria da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. TURBAN, Efraim; MCLEAN, Ephraim; WETHERBE, James C. Tecnologia da informação para gestão. Tradução de Renate Schinke. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. 19 Capítulo 2 O desenvolvimento estratégico dos SIG Os sistemas de informação gerencial (SIG), além de configurarem uma categoria específica entre os sistemas de informação (SI), que considera a perspectiva dos grupos de usuários, podem também re- presentar componentes humanos e tecnológicos para cumprir funções específicas nas empresas. Este capítulo tem como objetivos: mostrar a importância e os bene- fícios da adoção dos SIG como ferramenta no processo decisório da administração estratégica; apresentar o conceito de estratégia; e de- monstrar como a informação é uma peça fundamental para o planeja- mento estratégico das empresas. 20 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 O papel da área de SIG A importância dos sistemas de informação vai além da simples co- leta de dados, que depois serão transformados em informações. Uma organização que mantém suas informações bem adminis- tradas por meio das funcionalidades efetivas de um SIG poderá pro- porcionar aos seus gestores maior agilidade e assertividade, para que possam realizar suas tomadas de decisão. Em outras palavras, quanto mais rápido e melhor for o acesso do gestor, mais adequada será sua análise para a tomada de decisão. A informação é o insumo essencial para as tomadas de decisão. Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 450): […] o que caracteriza, na empresa, o sistema de informações ge- renciais, não é o fato de se dispor de um conjunto de informações arrumadas de forma inteligível, mas sim sua integração, consis- tência, processamento e comunicação, incluindo a forma de apre- sentação e o acesso dos administradores ao sistema, bem como a sua eficácia e utilidade gerencial para ações e providências admi- nistrativas em tempo hábil. Para Oliveira (2000), os sistemas de informação produzem insumos fundamentais para que o gestor execute com êxito os processos de tomada de decisão. Para que essa estratégia seja implementada com sucesso, devem ser observados os seguintes pré-requisitos: • Deve ser feito um planejamento contemplando os níveis estra- tégico, tático e operacional, estabelecendo todos os centros de responsabilidade da empresa. • Depois, é necessário um levantamento contínuo e imediato dos resultados da gestão empresarial. • Como terceiro passo, deve-se comparar os resultados efetivos com dados constantes no processo de planejamento. 21O desenvolvimento estratégico dos SIG M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Os desvios identificados durante o processo de comparação do “planejado versus realizado” devem ser tratados e regularizados pelos centros de responsabilidade da empresa. Os benefícios proporcionados por um sistema de informaçãogeren- cial não são mensuráveis quantitativamente, uma vez que não é possí- vel dimensionar as melhorias implementadas no processo decisório da empresa. Mas, segundo Oliveira (2000), existe uma lista de hipóteses sobre potenciais benefícios que os SIG podem trazer após sua implan- tação, conforme o quadro 1. Quadro 1 – Benefícios dos sistemas de informação para a empresa Redução de custos das operações Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos, a partir das constantes mutações nos fatores ambientais Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço Otimização na prestação dos seus serviços aos clientes Melhoria na produtividade, tanto setorial quanto global Melhoria na interação com seus fornecedores Melhoria nos serviços realizados e oferecidos Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa Melhoria na tomada de decisão, por meio do fornecimento de informações mais rápidas e precisas Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas Fornecimento de melhores projeções dos efeitos de decisão Redução dos custos operacionais Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações Redução de mão de obra burocrática Melhoria na estrutura do poder, propiciando maior poder para aqueles que entendem e controlam o sistema Redução dos níveis hierárquicos Redução do grau de concentração da decisão na empresa Fonte: adaptado de Oliveira (2000, p. 31). 22 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Um aspecto importante que precisa ser observado é que o planeja- mento e o controle estão fundamentados na tomada de decisão, que, por sua vez, depende de informações adequadas e confiáveis. Por isso, cabe aos executivos terem consciência sobre a necessidade de desenvolver um SI que contemple as informações fundamentais para os processos decisórios. 2 Conceitos de estratégia A palavra “estratégia” vem do grego e em sua origem estava rela- cionada com o modo de guerrear de líderes militares. Mais tarde, seu significado passou a ser mais abrangente e ganhou várias definições. Segundo Camargos e Dias (2003, p. 27-39), um dos primeiros usos do termo foi feito há aproximadamente 3.000 anos pelo general chinês Sun Tzu, que afirmava que “todos os homens podem ver as táticas pe- las quais eu conquisto, mas o que ninguém consegue ver é a estratégia a partir da qual grandes vitórias são obtidas”. Para Pasquale (2012, p. 107): [...] para alcançar os objetivos é necessário determinar qual a es- tratégia a ser adotada. Ainda, as estratégias consistem nas ações que a organização deve realizar para atingir seus objetivos. São estabelecidas com base nos objetivos a alcançar e influenciadas pela missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização. Já para Oliveira (2004, p. 424), estratégia é: [...] caminho, maneira, ou ação formulada e adequada para al- cançar preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante o seu ambiente. 23O desenvolvimento estratégico dos SIG M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Enquanto para Porter (1996, p. 68), “estratégia é a criação de uma posição única valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades”. De modo objetivo, podemos definir estratégia como planos, méto- dos, manobras ou estratagemas usados para alcançar um objetivo ou resultado específico. Transportando esses conceitos para o âmbito organizacional, con- forme Munhoz (1993), podemos definir a estratégia empresarial como o conjunto dos objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e os planos para atingir esses objetivos, definindo o tipo de negócio desen- volvido pela empresa e também sua missão (atual ou futura). 3 O uso da informação no planejamento estratégico Neste tópico, abordaremos os conceitos de planejamento e como a informação pode e deve ser utilizada para consolidar a definição da estratégia pelas empresas. 3.1 O que é planejamento? Para que uma empresa conquiste seus objetivos, é preciso esta- belecer planos que descrevam a forma como irá atingi-los. Esses pla- nos dizem respeito, entre outros aspectos, a como a organização deve aplicar seus recursos, como os funcionários deverão atuar, buscando o alinhamento aos objetivos e processos definidos, e também como serão feitas as medições de performance, visando estruturar ações corretivas, caso sejam necessárias. Conforme Stoner e Freeman (1985), é fundamental a elaboração de planos para que a organização defina seus objetivos e os melhores caminhos para atingi-los. 24 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Além disso, os planos permitem que: • a organização levante e aplique os recursos necessários para a consecução de seus objetivos; • os membros da organização executem atividades compatíveis com os objetivos e os métodos escolhidos; • o progresso feito rumo aos objetivos seja acompanhado e medido, para que medidas corretivas possam ser tomadas se o ritmo do progresso for insatisfatório. (STONER; FREEMAN, 1985, p. 6-7) IMPORTANTE Planejamento é: Ação de preparar um trabalho, ou um objetivo, de forma sistemática; planificação. Ação ou efeito de planejar, de elaborar um plano. Determinação das etapas, procedimen- tos ou meios que devem ser usados no desenvolvimento de um trabalho, festa, evento. (PLANEJAMENTO, [s. d.]) A fase inicial do planejamento caracteriza-se pela definição de ob- jetivos para a organização ou para o maior departamento da empresa. Esse processo é então replicado para as unidades menores até que to- das as áreas da empresa sejam alcançadas. Os prazos para a elaboração dos planos variam de acordo com o nível da área e o tamanho da organização. Os planos estratégicos para as unidades de negócios de uma grande empresa multinacional, por exemplo, tendem a ser definidos em um prazo maior (de cinco a dez anos), enquanto o planejamento para pequenas empresas ou para as unidades/departamentos intermediários de uma grande empresa ge- ralmente são feitos em prazos curtos e estão mais relacionados às ati- vidades operacionais e cotidianas. 25O desenvolvimento estratégico dos SIG M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 3.2 Planejamento estratégico Aproximando os conceitos de planejamento e de estratégia apresen- tados nos itens anteriores, podemos definir o planejamento estratégico como um processo de planejamento em longo prazo formalizado pela empresa para estabelecer e atingir os seus objetivos organizacionais. Com base no planejamento estratégico, são determinadas as políti- cas e os programas estratégicos necessários para se atingir os objeti- vosespecíficos estabelecidos. Na figura 1, temos alguns pontos impor- tantes trazidos pelo planejamento estratégico. Figura 1 – Pontos importantes do planejamento estratégico Processo Planejamento é um processo, sendo, portanto, perma- nente, vivo, dinâmico e capaz de incorporar as mudanças do ambiente. Deve durar enquanto a empresa existir. Mobilização Construção do futuro AmbienteComportamento proativo Este processo aglutina forças e mobiliza a empresa como um todo, em direção ao sucesso. Planejar não é prever ou advinhar o futuro, mas sim construí-lo. A empresa, mais do que o direito, tem o dever de escolher seu futuro e mobilizar forças para construí-lo. O ambiente é a principal fonte de vida de uma empresa, portanto, o planejamento estratégico deve enfatizar a sintonia entre a empresa e seu ambiente. Para a empresa construir o futuro desejado, não basta reagir. É fundamental "proagir", ou seja, antecipar, fazer acontecer, em vez de esperar que aconteça. Fonte: adaptado de Pagnoncelli e Vasconsellos Filho (1992, p. 249). 26 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3.2.1 Benefícios do planejamento estratégico de TI Existem diversos benefícios que podemos identificar com a adoção de um planejamento estratégico bem estruturado e consistente. No quadro 2, estão resumidos alguns deles. Quadro 2 – Benefícios do planejamento estratégico Agiliza decisões Melhora a comunicação Aumenta a capacidade gerencial para tomar decisões Promove uma consciência coletiva Determina uma única direção Orienta um programa de qualidade Melhora o relacionamento da organização com seu ambiente interno e externo Aumenta a delegação Promove o engajamento dos funcionários Reduz custos operacionais Facilita a criação de diferenciais e competências visando à melhoria de performance Possibilita uma visão clara das oportunidades de aumento de receitas e lucratividade Fonte: adaptado de Vieira (2012, p. 93-94). A utilização de um conjunto de informações com alto nível de qua- lidade e a elaboração de um planejamento estratégico consistente po- tencializam o aumento das receitas das empresas e promovem a redu- ção de custos e, consequentemente, o aumento da lucratividade. 3.3 O uso da informação como diferencial estratégico Segundo Pires e Carpinetti (2000), a competitividade faz parte do co- tidiano da sociedade atual, principalmente entre as organizações. Por estarem inseridas em um ambiente competitivo, as empresas precisam ter estratégias que as diferenciem das demais. A diferenciação é um fa- tor essencial ao desenvolvimento de produtos e à prestação de serviços e é uma condição fundamental para qualquer estratégia competitiva. 27O desenvolvimento estratégico dos SIG M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Sobre competitividade, Schuelter e Coelho (2010) afirmam que di- versos fatores podem afetar os resultados dos trabalhos realizados nos processos organizacionais, sendo que, dentre eles, merece des- taque a informação, que tem sido fator essencial em todas as orga- nizações e representa um grande diferencial na busca por vantagem competitiva em qualquer ramo de atividade. De acordo com Brito e Vasconcelos (2004), a vantagem competiti- va se orienta pela busca da lucratividade crescente e por isso as em- presas procuram antecipar-se na percepção de tendências de merca- do à frente dos concorrentes. Lourenço, Villela e Freitas (2010) salientam que a maior vantagem que uma empresa pode possuir é a informação, pois este é um recur- so supremo que possibilita a geração de tantos outros novos conheci- mentos que podem ser somados ao processo produtivo, constituindo, assim, uma vantagem competitiva. Fidelis e Cândido (2006) enfatizam que o uso da informação como diferencial estratégico competitivo nas organizações requer um conhe- cimento para coletar, trabalhar, interpretar e gerir essa ferramenta. O desenvolvimento e o controle total dessas habilidades são necessários para que as empresas alcancem uma melhor posição no mercado em relação aos concorrentes. Caso a empresa não utilize a informação como estratégia competi- tiva, ela será facilmente derrotada pela concorrência. É importante des- tacar que mesmo elevados investimentos em tecnologia da informação não são garantia de sucesso, pois é preciso alta capacidade diante dos concorrentes, não apenas investimentos. A vantagem competitiva só será obtida pela empresa que souber conciliar informação com o seu uso inteligente. Nesse sentido, “o gerenciamento da informação é um conjunto es- truturado de ações que incluem o modo como as empresas obtêm, distribuem e usam a informação e o conhecimento” (DAVENPORT, 1998, p. 173). 28 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .NA PRÁTICA Apesar de a concorrência com a China ter feito diversas empresas do setor têxtil fecharem as portas, outras, como o grupo Marisol, vêm ga- nhando força. A companhia, que inicialmente mantinha em seu portfó- lio marcas para jovens e adultos, abriu mão desses nichos para focar exclusivamente no mercado infantil. A empresa também decidiu mu- dar sua unidade de produção fabril de Santa Catarina para o Ceará, em 2013. Todas as decisões estratégicas foram tomadas após uma revi- são feita por uma consultoria externa. Atualmente, a empresa produz 18 milhões de peças de roupas e 3 milhões de pares de calçados por ano e aposta em estratégias de crescimento (OLIVEIRA, 2016). Em sua apresentação na Fiesc, o presidente da Marisol, Giuliano Do- nini, expôs a estratégia de desenvolvimento de marca adotada pela empresa. Ele relatou o case da marca Lilica Ripilica, que se tornou Top Of Mind Nacional, sendo reconhecida por 102 milhões de brasileiros, o correspondente a 65% da população do país. Segundo o empresário, uma das ações foi a criação de uma persona- gem em uma série animada, exposta em um canal infantil de TV a cabo e em redes sociais. A série já foi vista por 1,6 milhão de pessoas apenas nas plataformas digitais e é líder nos segmentos de meninas, meninos e mães de 25 a 49 anos. O sucesso permitiu o licenciamento da marca, com uma parceria com a também catarinense Condor, que utilizou a personagem em uma linha de produtos para higiene dental. Como podemos perceber, este case demonstra ações contundentes tomadas pela empresa modificando seu portfólio de produtos e reorga- nizando sua linha de produção. Essas ações foram decididas com base em um levantamento de informações realizado por uma consultoria in- dependente e é um exemplo prático da utilização de informações para a estruturação de um planejamento estratégico consistente. Considerações finais A informação é uma ferramenta estratégica essencial às organiza- ções e ao processo de tomada de decisão. 29O desenvolvimento estratégico dos SIG M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.O uso adequado e eficiente da informação proporciona a sustenta- bilidade da empresa e se torna um forte diferencial organizacional, pois a informação possibilita o conhecimento da estrutura da organização, do negócio e do ambiente no qual o tomador de decisão está inserido. A gestão da informação eficaz será também uma facilitadora à obtenção, à distribuição e à utilização da informação. Para o nível executivo, a percepção é a de que as informações ne- cessárias para a tomada de decisão estão disponíveis em sistemas in- formatizados. Por esse motivo, é fundamental que os gestores tenham como ponto de atenção a adoção da tecnologia como aliada para prover acuracidade, agilidade e qualidade adequadas para o fluxo de informa- ções necessárias para o processo de tomada de decisão na empresa. Por fim, mas não menos importante, o uso eficaz da informação está baseado na existência de um plano estratégico que contenha missão, objetivos, metas, planos de ação e posterior acompanhamento durante sua execução. Referências BRITO, Luiz Artur Ledur; VASCONCELOS, Flávio Carvalho de. A heterogeneidade do desempenho, suas causas e o conceito de vantagem competitiva: proposta de uma métrica. Revista de Administração Contemporânea, v. 8, n. spe, p. 107- 129, 2004. CAMARGOS, Marcos Antonio; DIAS, Alexandre Teixeira. Estratégia, adminis- tração estratégica e estratégia corporativa: uma síntese teórica. Caderno de Pesquisas em Administração, v. 10, n. 1, p. 27-39, 2003. DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998. FIDELIS, Joubert Roberto Ferreira; CÂNDIDO, Cristiane Missias. A adminis- tração da informação integrada às estratégias empresariais. 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Capítulo 3 Classificação e características dos sistemas de informação Dentro de uma empresa podemos encontrar diferentes tipos de sis- temas de informação, cada um deles com objetivos, ferramentas e pú- blicos bem definidos. Neste capítulo, aprofundaremos nossos estudos sobre os sistemas de informação gerencial, que também são conheci- dos como sistemas de apoio à decisão. O sistema de informação gerencial – do inglês, management infor- mation system (MIS) – tem como principal objetivo suportar a tomada de decisão de modo que ela seja a mais assertiva possível, trazendo, como consequência, maior competividade, diminuindo os erros, princi- palmente os acidentes, e motivando os funcionários. 32 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Ao longo deste capítulo, esperamos que você reflita sobre as van- tagens para as empresas de um sistema de informação gerencial bem implementado. Apresentaremos também quais são as opções disponí- veis no mercado. 1 Sistemas de informação Para nos ajudar a situar onde os sistemas de informação gerencial são enquadrados, vamos revisar alguns conceitos apresentados no capítulo 1. Os sistemas de informação se classificam de acordo com a área funcional e com o nível organizacional a que se destinam. No quadro 1, estão descritas as características dos principais sistemas de processa- mento de informação, segundo Laudon e Laudon (2004): Quadro 1 – Características dos principais sistemas de informação TIPO DE SISTEMA INFORMAÇÕES DE ENTRADA PROCESSAMENTO INFORMAÇÕES DE SAÍDA USUÁRIOS SAE Dados agregados, externos e internos Gráficos, simulações, interatividade Projeções, resultados de consultas, tendências Gerentes seniores, executivos SAD Indicado para baixo volume de dados ou banco de dados maciços já otimizados para análise; modelos analíticos e ferramentas típicas de análise de dados Interatividade, simulações, análise Relatórios específicos, análises de decisão e consultas Profissionais especialistas, assessores da gerência (cont.) 33Classificação e características dos sistemas de informação M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. TIPO DE SISTEMA INFORMAÇÕES DE ENTRADA PROCESSAMENTO INFORMAÇÕES DE SAÍDA USUÁRIOS SIG Sumário das transações, alto volume de dados, versões simplificadas Relatórios de rotina, modelos simples, análise de baixo nível Relatórios sumarizados e exceções Gerentes médios STC Especificações de projeto, base de conhecimentos Modelagens, simulações Modelos, gráficos Profissionais especialistas, pessoal técnico Automação de escritório Documentos, cronogramas Gerenciamento de documentos, programação, comunicação Documentos, cronogramas, correspondência Funcionários de escritório SPT Operaçõestransacionais, eventos Classificação, listagem, junção, atualização Relatórios detalhados, listas, resumos Operadores, supervisores Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2004, p. 42). Conforme a descrição do quadro, verifica-se que um sistema de in- formação gerencial atenderá o gerente médio, que está entre a linha executiva e o operacional da empresa. Os sistemas de informação podem ainda ser classificados de acor- do com a área funcional, por exemplo: sistema de informação financei- ra e contábil; sistema de informação industrial; sistema de informação de marketing; sistema de recursos humanos. Portanto, dentro de cada área, é possível ter diferentes sistemas de informação de acordo com o nível organizacional. Isso significa que cada área pode ter o seu próprio sistema de informação gerencial, conforme descrevem Laudon e Laudon (2004): 34 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Sistemas de informações gerenciais financeiras e contábeis: ajudam os gerentes a supervisionar e controlar os recursos fi- nanceiros da empresa. • Sistemas de informações gerenciais industriais: analisam e mo- nitoram custos e recursos de fabricação e produção. • Sistemas de informações gerenciais de marketing: dão suporte à pesquisa de mercado, a campanhas de propaganda e à deter- minação de preços. • Sistemas de informações gerenciais de recursos humanos: au- xiliam a monitorar e analisar o recrutamento, a alocação e a re- muneração dos funcionários. Quanto aos tipos de sistemas de informação gerencial (SIG), pode- mos destacar dois deles, que se baseiam em diferentes tipos de tecno- logia: sistemas especialistas e sistemas integrados. 1.1 Sistemas especialistas Os sistemas especialistas compõem um ramo da inteligência artificial que busca simular o conhecimento humano. De modo inte- rativo, eles servem de apoio para a tomada de decisão, fazendo e res- pondendo questionamentos, dando recomendações, até que juntos (usuário e máquina) consigam chegar à análise final de uma determi- nada situação. Trataremos de outros ramos da inteligência artificial no capítulo 12. Para entendermos melhor, pensemos em uma situação práti- ca: imagine que em uma indústria há um problema na área de ma- nutenção que precisa de uma ação rápida antes que um grave aci- dente ocorra. Usando um sistema especialista na área em questão, alguém poderia tomar uma decisão sem precisar da intervenção do 35Classificação e características dos sistemas de informação M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. especialista responsável pela área, que pode, por algum motivo, não estar disponível naquele momento. Dessa maneira, seria minimizado o tempo para a solução do problema, já que qualquer pessoa poderia, com a ajuda do sistema, decidir o que fazer. Outra área em que os sistemas especialistas estão ganhando força é na venda de apólices de seguros. Considere como exemplo a venda de um seguro para veículos: o corretor de seguros, por meio de pergun- tas simples, como idade do motorista, CEP da residência, número de filhos, quanto o carro roda por dia, etc., poderá gerar uma apólice que não precisará da aprovação de um superior para ser emitida. Aliás, o próprio cliente já poderá ter uma ideia do que estará contemplado na cobertura de seu seguro e que valores deverá pagar respondendo es- sas perguntas pela internet. Assim, os sistemas especialistas agilizam a emissão das propostas, diminuem a possibilidade de erros e aumen- tam a lucratividade com um número menor de pessoas envolvidas para fazer a emissão de uma apólice. Saindo do mundo empresarial, podemos pensar também na me- dicina, que talvez tenha sido até hoje a área que mais se beneficiou dos sistemas especialistas, principalmente em localidades remotas e carentes onde um médico especialista pode não estar disponível. Um profissional da saúde, não necessariamente um médico, diante das inúmeras possibilidades de diagnóstico para doenças com os mesmos sintomas, poderia se apoiar em um sistema especialista para direcionar suas perguntas ao paciente e, dessa maneira, redu- zir o leque de opções para um diagnóstico e também para os possí- veis tratamentos. Mas qual é a estrutura de um sistema especialista? Basicamente, ela apresenta uma interface com o usuário, um motor de inferência e se relaciona com uma base de dados, conforme apresentado na figura 1. 36 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 1 – Estrutura de um sistema especialista Motor de inferência Banco de dados Dessa maneira, em um sistema especialista, temos três possíveis personagens, de acordo com Laudon e Laudon (2004): • o usuário final, que irá interagir com a máquina; • o especialista do assunto, que será responsável pela alimentação do banco de dados com o seu conhecimento; • o engenheiro de conhecimento, que é um especialista em siste- mas com talento especial para extrair informações e perícia de outros profissionais e convertê-lo, como foi descrito pelo perito, em uma série de regras ou estruturas. A interface com o usuário deve ser a mais parecida possível com a linguagem natural para que a interação entre máquina e ser humano seja eficiente. Todo sistema especialista é baseado em regras do tipo SE à ENTÃO (“se acontecer isso, então faça aquilo”). O que diferencia um sistema especialista de um sistema tradicional é a quantidade de regras com as quais cada um deve lidar. Enquanto um sistema tradicional trabalha com algumas poucas dezenas de regras, um sistema especialista pode ter facilmente milhares de regras. Além disso, no caso dos sistemas especialistas, as regras tendem a ser interconectadas e incorporadas em grau muito maior, como demonstrado na figura 2. 37Classificação e características dos sistemas de informação M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 2 – Exemplo de regras em um sistema especialista A B C D A -> B Se renda > 150.000 reais por ano, perguntar sobre pagamentos da casa, senão SAÍDA Se pagamento da casa < 5% da renda ao longo de 10 anos, perguntar sobre prestação, senão SAÍDA Se pagamento da prestação é inferior a 30% da renda mensal, conceder crédito, senão SAÍDA I Crédito de até 100.000 reais Se D perguntar sobre trabalho Se anos de trabalho >= a 10 anos, conceder linha de crédito de até 300.000 reais, senão executar G B C E F Se outras dívidas menores que 5% da renda ao longo de 10 anos, executar F, senão executar I H F Conceder linha de crédito D Crédito de até 300.000 reais FD E Se anos de trabalho <10, perguntar sobre outras dívidas G H Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2011, p. 379). No entanto, os sistemas especialistas não são adequados para resolver qualquer tipo de problema. Eles se enquadram bem em con- textos em que o conhecimento é bem delimitado, ou seja, onde todasas possíveis variáveis de uma situação são conhecidas e as soluções são sempre as mesmas para um dado conjunto de informações que foi inserido. Se as regras mudam constantemente, o esforço e o custo para a criação de um sistema especialista não valerão a pena. Um exemplo disso seria um assistente para a configuração de máquinas que a cada modelo lançado tenha as variáveis de configuração altera- das drasticamente. 38 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Outro ponto que impossibilita o uso de um sistema especialista é quando o conhecimento não pode ser representado na forma de regras do tipo SE à ENTÃO. Um exemplo clássico dessa condição seria o co- nhecimento contido em uma enciclopédia. PARA PENSAR Você acredita que um sistema especialista pode eliminar completa- mente a necessidade do especialista real? 1.2 Sistemas integrados Toda empresa, por menor que seja, atualmente faz uso de tecno- logia para controlar suas principais atividades. As áreas que mais as utilizam são as de finanças, recursos humanos, marketing e produção (industrial). Dependendo do nicho de mercado, as empresas menores talvez tenham outras áreas para controlar (por exemplo, distribuição) e talvez não tenham nenhuma das citadas (por exemplo, produção). Ao passo que uma empresa cresce, é comum que seus sistemas se tornem mais complexos. No entanto, também é comum que os siste- mas cresçam de maneira não planejada e isoladamente um dos outros. A consequência disso é que dificilmente o trabalho será coeso, o que prejudica o cumprimento das metas estabelecidas pela empresa. Para entendermos melhor, imagine a seguinte situação: uma em- presa realizou uma grande venda, mas o sistema financeiro não foi alertado de que uma alta comissão deveria ter sido paga ao vendedor, tampouco o sistema de recursos humanos soube que essa comissão deveria ter sido incluída na folha de pagamento. Como evitar uma situ- ação como essa? Fazer entradas manuais em cada um dos sistemas? Os resultados desse cenário são perda de competividade, desperdício de recursos e ocorrência de erros. 39Classificação e características dos sistemas de informação M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Para eliminar esses problemas, as empresas começaram a buscar o desenvolvimento de sistemas integrados. No entanto, geralmente esses sistemas estão escritos em linguagens diferentes e se relacio- nam com bancos de dados diferentes, o que dificulta a integração. Essa dificuldade motivou as organizações a procurar pacotes de softwares comercializados no mercado. Podemos ter diferentes tipos de sistemas integrados de acordo com o foco de cada um deles, vejamos como Caiçara Jr. (2006) os descreve: • ERP (do inglês, enterprise resource planning ou planejamento de recursos empresariais): […] é um sistema integrado de gestão adquirido na forma de pa- cotes comerciais de softwares que permitem a integração entre dados dos sistemas de informação transacional e dos processos de negócios de uma organização. (CAIÇARA JR., 2006, p. 82) • CRM (do inglês, customer relationship management ou gerencia- mento do relacionamento com o cliente): Segundo o Gartner Group, que é uma consultoria americana es- pecializada em pesquisa sobre as tendências da utilização da tecnologia de informação, CRM pode ser definido como uma es- tratégia de negócio voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. (GARTNER GROUP apud CAIÇARA JR., 2006, p. 162) • SCM (do inglês, supply chain management ou gerenciamento da cadeia de suprimentos): “a principal aplicação de um sistema SCM consiste em planejar, fornecer, fabricar e entregar produtos de modo econômico e integrado” (CAIÇARA JR., 2006, p. 167). • BI (do inglês, business intelligence ou inteligência nos negócios): “no BI, a ideia é que o tomador de decisão tenha em mãos, no momento que desejar, todas as informações relevantes para su- portar o processo de decisão” (CAIÇARA JR., 2006, p. 169). Mas os outros sistemas também não buscam a mesma coisa que o BI? A resposta é sim, mas o BI é mais sofisticado e consegue 40 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .transformar o volume de dados de todas as aplicações (por exem- plo, planilhas eletrônicas ou caixas de e-mails, que nem sempre estão disponíveis para os demais sistemas) em informações de qualidade para a tomada da decisão estratégica em tempo hábil. É importante mencionar que nem sempre a implementação de um sistema do mercado alcança o sucesso esperado na empresa, pois isso depende de uma série de fatores, como treinamento, aceitação da nova cultura por parte dos funcionários e adaptação das rotinas da empresa aos módulos da solução de mercado adquirida, uma vez que a flexibili- dade desses pacotes costuma ser mínima. Ainda assim, buscar a integração dos sistemas é uma necessidade real e por isso aprofundaremos os estudos sobre os sistemas mencio- nados aqui nos próximos capítulos. Considerações finais Neste capítulo, aprendemos sobre os tipos de sistemas de informa- ção, como eles podem ser classificados e os benefícios que podem tra- zer para as empresas que os adotam. Em especial, abordamos os sistemas de informações gerenciais que visam ao apoio à tomada de decisão dos níveis gerenciais dos diversos departamentos das empresas, entre eles, os sistemas espe- cialistas, que são um ramo da inteligência artificial, e os sistemas inte- grados como módulos de softwares prontos, disponíveis no mercado. Referências CAIÇARA JR., Cícero. Sistemas integrados de gestão ERP: uma abordagem gerencial. 20. ed. Curitiba: IBPEX, 2006. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 41 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 4 ERP – conceitos Até agora, apresentamos os conceitos gerais sobre os sistemas de informação gerencial, partindo do menor elemento, que é o dado, e en- tendendo como as empresas evoluíram e sentiram a necessidade de criar sistemas, primeiro manuais e depois informatizados, para poder gerenciar seus negócios, principalmente seus departamentos internos, como o financeiro, de recursos humanos, de marketing, entre outros. Também já introduzimos o que seriam os diferentes sistemas inte- grados e os benefícios que cada um traz, facilitando a administração, a tomada de decisão e, por consequência, a competitividade. 42 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ibid a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .A partir deste capítulo, daremos mais detalhes sobre cada sistema integrado. Começaremos pelo ERP, mas, antes, contaremos um pouco de história. 1 A história e o desenvolvimento dos sistemas integrados de gestão Antes de 1960, os sistemas eram baseados em mainframes, gran- des computadores com alto poder de processamento para a época, mas totalmente centralizados, ou seja, as aplicações normalmente não dialogavam entre si. O início dos anos 1970 foi marcado pelos MRP (material require- ment planning). Eles foram os predecessores dos ERP, porque já eram um conjunto de sistemas, conhecidos como pacotes, que conversavam entre si e possibilitavam o planejamento e a administração dos mais diversos processos na área de produção. Os MRP evoluíram para os MRP II (material resource planning), agora já abrangendo os recursos de manufatura (CAIÇARA JR., 2006). Resumidamente, podemos dizer que a diferença entre o MRP I e o MRP II está na descrição do processo de como um produto será feito. Como descrevem as siglas, no MRP (R = requirement), a preocupação é com o planejamento do material necessário para a produção, enquanto no MRP II (R = resource), planeja-se também todos os recursos que afetam a produção do produto, envolvendo também as áreas de finan- ças e vendas, além de engenharia, pessoal e compras. Em 1972, na Alemanha, é fundada a empresa Systemanalyse und Programmentwicklung (SAP), cujo nome pode ser traduzido literalmen- te como “sistemas, aplicações e produtos para processamento de da- dos” (CAIÇARA JR., 2006, p. 84). A SAP, desde a sua fundação, buscou o desenvolvimento de produ- tos que fossem capazes de integrar as diversas aplicações dentro de 43ERP – conceitos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. uma empresa e saiu na frente com o lançamento do sistema R/2. Pode- -se dizer que este foi o primeiro ERP lançado no mercado. IMPORTANTE O ERP não substituiu os sistemas MRP. Ele passou a agregar vários outros sistemas de uma empresa, inclusive o MRP, que já integrava o processo de manufatura. A evolução do sistema R/2 foi o sistema R/3, que já trabalhava com uma arquitetura cliente/servidor, ou seja, descentralizada, ao contrário dos primeiros mainframes. Isso aconteceu em meados da década de 1990. Para entendermos melhor e já começarmos a compreender qual é o principal benefício de um sistema ERP, na arquitetura cliente/servidor, o banco de dados (que reside no servidor) é comum a todas as aplica- ções (clientes) e todos enxergam e acessam as mesmas informações. A figura 1 ilustra os principais argumentos de venda da SAP para o sistema R/3. Figura 1 – Principais características do sistema R/3 da SAP Negócios para empresas em redes Arquitetura cliente/servidor Integração em tempo real Mais de mil processos de negócios predefinidos para todas as áreas funcionais R/3 Portabilidade e segurança Modular e flexível Compatível com o ano 2000 e o euro Fonte: adaptado de Caiçara Jr. (2006, p. 85). 44 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .O que aconteceu nesse momento foi uma junção de oportunida- des: ao mesmo tempo que o mercado buscava uma maneira de in- tegrar os sistemas de maneira confiável, o mundo passou a viver o “drama” do bug do milênio, e era preciso encontrar uma solução para esse problema. PARA SABER MAIS O bug do milênio foi uma situação que ocorreu porque muitas aplica- ções, por economia de espaço em memória, que era um recurso caro nos primeiros sistemas, não previram datas com ano posterior ao ano 2000. Assim, datas no formato dd/mm/aa precisaram ser reescritas e os dados convertidos para o formato dd/mm/aaaa ou corria-se o ris- co de uma pane em determinadas situações. Por exemplo, uma data dd/mm/00 poderia significar um grande erro no processamento. Foram milhares e milhares de linhas de código que precisaram ser corrigidas no mundo inteiro. Esse trabalho foi feito por todas as empresas que tiveram algum tipo de sistema ao longo dos anos 1990. Ora, se já era preciso mexer no legado de aplicações, por que não iniciar a reestruturação correta de todo o ambiente? Assim, em alguns casos, os sistemas antigos foram deixados de lado e as empresas co- meçaram, no início dos anos 1990, a buscar no mercado os pacotes de software ERP e a integrar de maneira adequada os sistemas por meio da nova tecnologia. 2 Características gerais dos sistemas ERP Antes de falarmos sobre sistemas ERP, que são aplicações comer- ciais, vamos relembrar alguns itens que as empresas buscam alcançar com a implantação de um sistema integrado. 45ERP – conceitos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Para Caiçara Jr. (2006, p. 81): […] muitos benefícios tangíveis e intangíveis são advindos da inte- gração de sistemas, dentre eles: a. Benefícios tangíveis: • redução de pessoal (ou realocação em funções mais apropriadas ao negócio); • aumento de produtividade; • aumento das receitas/lucros; • entregas pontuais. b. Benefícios intangíveis: • aprimoramento de processos; • padronização de processos; • satisfação de clientes; • flexibilidade e agilidade. Agora sim, falando do ERP, “ele se destacou por suportar as ativida- des de backoffice que são as atividades de controle interno, vitais para o funcionamento da empresa” (CAIÇARA JR., 2006, p. 86). Exemplos disso são as atividades típicas dos sistemas financeiro, de recursos humanos, de vendas e de produção. A figura 2 apresenta o funcionamento de um sistema ERP. 46 Sistemas de informação gerencial Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 2 – Sistema ERP Banco de dados centralizados Funções de pedidos Previsões de venda Pedidos de devolução Alterações de preço Dinheiro em caixa Contas a receber Crédito ao cliente Receita Horas trabalhadas Custo do trabalho Requisitos de cada cargo Matérias-primas Programações de produção Datas de expedição Capacidade de produção Compras Manufatura e produção Recursos humanos Vendas e marketing Finanças e contabilidade Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2014, p. 296). Muitas das características de um sistema ERP também podem ser encontradas em um sistema integrado que foi desenvolvido pela própria equipe de TI da empresa. No entanto, para ser considerado um ERP, por definição, o sistema deve ser um software comercial adquirido pronto no mercado. Além dessa, outras características definem um ERP, como: • Banco de dados único: como os dados serão compartilhados por todos na empresa, a única maneira de garantir sua qualidade é não alocando a mesma informação em lugares diferentes. Essa é a característica principal que define um ERP. • Estrutura modular: para um ERP, cada departamento da empresa é visto como um módulo.
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