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As Diferentes Faces da Exclusão e Inclusão: Perspectivas Históricas, Geográficas e Sociológicas Prof. Me. Pedro Dias Exclusão na perspectiva histórica Significado e Etimologia da palavra Etimologia: do latim excludere: prefixo ex significa fora; cludere remete a fechar. Ou seja, “fechar para fora”. Significado de acordo com o dicionário Michaelis: 1. Ato de excluir-se. 2. Excluir: elidir (suprimir, eliminar); não admitir; não conceder direito de inclusão; deixar fora; omitir; pôr de lado; afastar; privar da posse do direito de algo. Exclusão na História Democracia excludente em Atenas COM PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: HOMEM NASCIDO EM ATENAS, PAIS E MÃES ATENIENSES SEM PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: MULHERES ESCRAVOS ESTRANGEIROS Exclusão na História Patrícios x Plebeus Fonte: https://www.estudokids.com.br/irmaos-graco/ Irmãos Tibério e Caio Graco: atuaram no Tribuno da Plebe e defenderam medidas como a reforma agrária, preço acessível do trigo, lei de distribuição de alimentos. Exclusão na História Idade Média CLERO NOBREZA SERVOS Exclusão na História Renascimento: movimento artístico, cultural, científico e político que trouxe novas ideias e ações para a sociedade. Houve a revelação e a inclusão de perspectivas que impactam o mundo até o período atual. Dante Alighieri Luís de Camões Galileu Galilei Giordano Bruno Dante Aligheri Fonte: (http://www.ues b.br/noticias/curso- sobre-a-poesia-de- dante-alighieri-nos- 700-anos-de-sua- morte/) Luís de Camões Fonte: (https://brasilescola.uol.com.b r/literatura/luis-camoes.htm) Galileu Galilei Fonte: (https://segredosdomu ndo.r7.com/descobert as-de-galileu-galilei- invencoes/) Giordano Bruno Fonte: Fonte: (https://www.pensador.co m/autor/giordano_bruno/) Exclusão na História Estado laico (Voltaire) Liberdade de expressão e de imprensa (Voltaire) Tripartição do poder (Montesquieu) Importância da educação para a sociedade (Rousseau) Igualdade perante à lei (Rousseau) Defesa do fim da escravidão (Montesquieu) Iluminismo Exclusão na História (ENEM – 2017) Fala-se muito, nos dias de hoje, em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII – em 1789, precisamente – que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração foi imposta como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo. FORTES, L. R. S. O iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a: a) Modernização da educação escolar. b) Atualização da disciplina moral cristã. c) Divulgação de costumes aristocráticos. d) Socialização do conhecimento científico. e) Universalização do princípio da igualdade civil. Exclusão na História (ENEM – 2017) Fala-se muito, nos dias de hoje, em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII – em 1789, precisamente – que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração foi imposta como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo. FORTES, L. R. S. O iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a: a) Modernização da educação escolar. b) Atualização da disciplina moral cristã. c) Divulgação de costumes aristocráticos. d) Socialização do conhecimento científico. e) Universalização do princípio da igualdade civil. Exclusão na História O movimento sufragista e os direitos feministas. - Primeiro movimento feminista. Contexto: consolidação das mudanças sócio-políticas da Revolução Francesa em países europeus e nos Estados Unidos. - União Nacional pelo Sufrágio Feminino (Millicent Fawcett) - Movimento sufragista britânico - União Social e Política das Mulheres (Emmeline Pankhurst) - 1918: conquista do voto feminino na Inglaterra. Após a 1ª Guerra Mundial, as mulheres foram essenciais para a reconstrução dos países europeus assolados pelos conflitos. Exclusão na História O movimento sufragista no Brasil 1891 Menção ao voto feminino na constituinte para promulgação da Constituição 1910 Partido Republicano Feminino (Professora Leolinda Daltro) 1923 Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (Bertha Lutz) 1928 Rio Grande do Norte: aboliu as distinções entre os sexos para participação política 1932 Voto feminino é regulamentado Exclusão na História A participação feminina na política atualmente 85% 15% Integrantes da Câmara dos Deputados por Gênero Masculino Feminino 88% 12% Porcentagem de Prefeitos(as) no Brasil (2022) Homens Mulheres Exclusão na História Indicação de leitura Título: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? Autora: Djamila Ribeiro Editora: Companhia das Letras Título: Mulheres, Raça e Classe Autora: Angela Davis Editora: Boitempo Fonte: https://www.goodreads.com/bo ok/show/39670206-quem-tem- medo-do-feminismo-negro Fonte: https://outraspalavras.net/outrosqui nhentos/mulheres-raca-e-classe/ Exclusão na História Escravidão - Cerceamento da liberdade do indivíduo. - Ausência de direitos básicos: renda, educação, saúde, alimentação digna. - Fim da escravidão Exclusão social. Exclusão na História Escravidão R$2.796 R$1.608 R$0 R$500 R$1.000 R$1.500 R$2.000 R$2.500 R$3.000 Brancos Negros Renda Média Salarial (2019) 9,50% 14,10% 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% Brancos Negros Taxa de Desocupação - 2019 Fonte: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil – IBGE (2019) INTERVALO Exclusão na perspectiva sociológica Abordagem durkheimiana (Émile Durkheim) Exclusão social Forma patológica da sociedade moderna em crise, que não possui valores e referências morais para uma parte de seus membros. Fenômeno perturbador resultante da divisão forçada do trabalho social. Abordagem durkheimiana A ausência e o enfraquecimento das regras provocam desregulações e disfunções sociais que fazem os indivíduos se sentirem desestruturados, desorganizados ou desligados da sociedade. A diferença de poder econômico não é o critério básico para se pensar em incluídos e excluídos. Os desempregados são um dos grupos considerados excluídos por essa abordagem. Robert Castel Fenômeno da desfiliação como a situação oposta à forte integração do indivíduo à sociedade. O indivíduo não encontra lugar socialmente reconhecido na estrutura social, torna-se economicamente desnecessário e, em consequência, desprovido de poder político e considerado pelos demais um inútil. Preocupação central é o risco de fratura da sociedade, é com a "capacidade de uma sociedade (...) para existir como um conjunto ligado por relações de interdependência" (CASTEL, 1995, p. 30). Fonte: www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/gale ria/detalhe.php?foto=534&evento=6 Abordagem weberiana Teoria da estratificação social • Classe: padrão material de existência dos indivíduos (ordem econômica). • Status (ou estamento): prestígio, posição social, estilo de vida, instrução formal (ordem social). • Partido: capacidade de controle de uma organização (ordem política). Tipos de diferenciação social Abordagem weberiana Pertencimento ou não a estratos sociais diferentes. Vida em sociedade é caracterizada por situações assimétricas que geram conflitos sociais. Relações sociais possuem características diferentes de prestígio social, econômico e político distribuídas pela sociedade. Relações de desigualdade são sempre relações de poder. Fonte: www.istockp hoto.com/br /fotos/exclu s%C3%A3o -social Abordagem weberiana Causas da exclusão social • Formas de concorrência e competição nos diversos tipos de mercado. • Relações fechadas de certos círculos onde indivíduos monopolizam e/ou restringem determinados bens, saberes e estilos de vida. • Desigual atribuição de funções e distribuição de poderes e recompensas pela via político- partidária. Bourdieu: Exclusão social e exclusão escolar Preocupa-se com as relações simbólicas. Posição social dos indivíduos é constituída pela lógica simbólica e pela lógica econômica. Economia de bens simbólicos influencia e sofre influência da economia de bens materiais. Bens simbólicos: conjunto de práticas sociais regidas pelo poder e que fazem parte da dominação social. Eles geram e legitimam hierarquias e divisões sociais. Bourdieu: Exclusão social e exclusão escolar Relação entre exclusão social e exclusão escolar: Escola se insere nas relações de forças entre as classes sociais, nas relações de dominação e nas estratégias de distinção dos grupos sociais. A escola não só reproduz a estrutura social e a desigualdade social, como a reforça, através da internalização de saberes vindos do padrão social das classes dominantes. Por meio de classificações escolares (por exemplo, avaliações), a escola seleciona socialmente alguns estudantes que obterão sucesso, o restante, mesmo que consiga concluir o período todo escolar, lida com defasagens e um diploma desvalorizado (exemplo: histórico escolar com notas baixas). A exclusão social como não cidadania Redução de direitos. Segundo Adulis e Fischer (1998), “exclusão dos direitos humanos e sociais considerados básicos e universais para a maior parte das sociedades contemporâneas”. Para Schwartzman (2004): “o conceito de exclusão é, portanto, inseparável do de cidadania, que se refere aos direitos que as pessoas têm de participar da sociedade e usufruir certos benefícios considerados essenciais”. Fonte: midiamax.uol.com.br/cotidiano/20 16/falta-acessibilidade-em- pracas-mas-sobra-ma-educacao A exclusão social como não cidadania Sposati (1999) Acessos ou dos “não acessos” a direitos civis e sociais. Padrões necessários à inclusão: • Autonomia; • Qualidade de vida; • Desenvolvimento humano; • Equidade. José de Souza Martins A sociedade que exclui é a mesma que inclui e integra. O problema da exclusão nasce com a sociedade capitalista e é típico dela. A dinâmica social e suas contradições não empurram as pessoas para fora da sociedade, mas sim para condições e situações degradantes no interior da mesma. Perspectiva da contradiçãoEnfoque da análise da noção de exclusão José de Souza Martins Ter ou não, respectivamente, "o privilégio de exercer direitos e de ter acesso ao que de básico que esta sociedade pode oferecer em termos materiais e culturais" (MARTINS, 2002, p. 132). Diferença entre incluídos e excluídos “A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte A gente não quer só comida A gente quer bebida, diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida como a vida quer” “Comida” – Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Sérgio Brito Referências ADULIS, Dalberto; FISCHER, Rosa Maria. Exclusão social na Amazônia Legal: a experiência das organizações na sociedade civil. ln: Revista de Administração, São Paulo, v. 33, n. l, jan.-mar./1998, p. 20-33. CASTEL, Robert. Les metamorphoses de la question sociale: une chronique du salarial. Paris: Fayard, 1995. LEAL, Giuliana Franco. Abordagens da exclusão social no Brasil na virada do milênio. Estudos de Sociologia, [S.l.], v. 1, n. 16, p. 137- 156, mar. 2014. ISSN 2317-5427. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revsocio/article/view/235309. Acesso em: 11 mar. 2022. MARTINS, José de Souza. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais. Petrópolis: Vozes, 2002. PEREIRA, Gilson Ricardo Medeiros; ANDRADE, Maria da Conceição Lima de. A miséria do mundo e as faces da exclusão social e escolar. Atos de Pesquisa em Educação, [S.l.], v. 3, n. 1, p. 89-101, ago. 2008. ISSN 1809-0354. Disponível em: https://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/802. Acesso em: 11 mar. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2008v3n1p89-101. SCHWARTZMAN, Simon. Pobreza, exclusão social e modernidade: uma introdução ao mundo contemporâneo. São Paulo: Augurium, 2004. SILVA, Manuel Carlos Silva. Desigualdade e exclusão social: de breve revisitação a uma síntese proteórica. Configurações [on-line], 5/6, 2009, 15 de fevereiro de 2012. Disponível em: http://journals.openedition.org/configuracoes/132; DOI: https://doi.org/10.4000/configuracoes.132. Acesso em: 10 mar. 2022. SPOSATI, Aldaíza. Exclusão social abaixo da linha do Equador. ln: VÉRAS, Maura Padini Bicudo (ed.). Por uma Sociologia da exclusão social: o debate com Serge Paugam. São Paulo: Educ, 1999. p. 126-138. INTERVALO Exclusão na perspectiva geográfica Formas de exclusão social Medievalização socioespacial Segregação socioespacial Globalização Exclusão digital Segregação socioespacial “A segregação socioespacial é um processo que fragmenta as classes sociais em espaços distintos da cidade. Nesse sentido, o cotidiano das pessoas que habitam esses lugares é marcado pela insegurança, violência, moradias precárias, falta de infraestrutura e acesso aos serviços básicos e ao lazer.” (CAVALCANTE; ARAÚJO, 2017, p. 140) Marginalização de determinadas pessoas ou grupos sociais por fatores econômicos, culturais, históricos e raciais no espaço das cidades. Segregação socioespacial Espaço urbano diretamente relacionado à lógica capitalista (o espaço urbano como mercadoria). Distribuição desigual da estrutura de serviços na malha urbana – transporte coletivo, educação, saúde e oportunidades de emprego. • Acesso desigual aos serviços, lugares, espaços públicos da cidade. • Deterioração e diminuição dos espaços públicos. Fonte: CARLOS, 2013. Segregação socioespacial Importância de medidas por parte do poder público. Planejamento urbano pode diminuir ou aumentar essas desigualdades em processos como a gentrificação. Fonte: www.courb.org/o-que-e-gentrificacao-e-por-que-voce- deveria-se-preocupar-com-isso/ Fragmentação espacial “[...] a divisão da cidade em partes (fragmentos) que podem ser individualizadas, a partir da identificação dos diversos padrões de uso e ocupação do solo, bem como dos níveis de provimento das infraestruturas, mais particularmente das redes de mobilidade de matéria (pessoas e bens) e informação. Esses níveis, por sua vez, definem o grau de integração de cada uma das partes com as demais e, até mesmo, com as de outras cidades do país e do exterior.” (LACERDA, 2012, p. 22) Fonte: www.nexojornal.com.br/expresso/2019/08/18/Estes- n%C3%BAmeros-mostram-a-alta-da-desigualdade-de- renda-no-Brasil Fragmentação espacial Milton Santos: Processo de periferização não foi acompanhado pela ampliação da rede de transporte público. Horas passadas dentro de um ônibus ou metrô podem ser consideradas como um “prolongamento da jornada de trabalho” (SANTOS, 1990, p. 85). Imobilidade dos pobres, o que se configura quase em uma situação de isolamento. Deslocamentos básicos motivados pelo trabalho e pelo consumo. Fonte: www.nexojornal.com.br/expresso/2019/08/ 18/Estes-n%C3%BAmeros-mostram-a- alta-da-desigualdade-de-renda-no-Brasil “Favela no Brasil, poblacione no Chile, villamiseria na Argentina, cantegril no Uruguai, rancho na Venezuela, banlieue na França, gueto nos Estados Unidos: as sociedades da AméricaLatina, da Europa e dos Estados Unidos dispõem todas de um termo específico para denominar essas comunidades estigmatizadas, situadas na base do sistema hierárquico de regiões que compõem uma metrópole, nas quais os párias urbanos residem e onde os problemas sociais se congregam e infeccionam, atraindo a atenção desigual e desmedidamente negativa da mídia, dos políticos e dos dirigentes do Estado.” (WACQUANT, 2005, p. 7) Medievalização socioespacial O termo deriva da similaridade que encontramos com os feudos da Idade Média. “Modelos” distintos de habitar em ambientes de segurança. Alto crescimento caótico urbano fez com que infraestruturas entrassem em falência em grandes metrópoles. Altos impostos e custo de vida de centros urbanos acarretaram uma desvalorização em termos imobiliários. Muitos imóveis foram abandonados, no caso de São Paulo. Fonte: RAMIREZ; PELLUCIO, 2018. Medievalização socioespacial Qualidade de vida considerada melhor em outros bairros da Grande São Paulo, menos ruídos, mais áreas verdes. Mudança na localização das moradias por parte dos grupos familiares de maior renda e de renda média moderada. Valorização dessas outras áreas – empreendimentos imobiliários que prometem segurança, lazer, qualidade ambiental, com restrição de circulação (segregação social). Fonte: RAMIREZ; PELLUCIO, 2018. Globalização Ampliação das desigualdades. Mais exclusão social e violência. Fragmentação territorial. Desemprego. Contaminação ambiental. Fonte: g1.globo.com/mundo/noticia/2016/04/turquia-envia- sirios-ilegalmente-de-volta-zona-de-guerra-diz-ong.html Exclusão digital Em países como o Brasil, a inclusão digital ainda não é uma realidade. Infoexclusão Apartheid Consequências sociais, econômicas e culturais da distribuição desigual do acesso a computadores e internet. Desigualdades entre ricos e pobres no mundo digital. Exclusão de oportunidades de acesso às novas tecnologias da comunicação e informação. Exclusão digital Mídia, por vezes, é um meio de se conquistar e obter direitos sociais, como, por exemplo, os aplicativos que orientam e direcionam benefícios (Bolsa Família, Auxílio Emergencial etc.). Somente o acesso às mídias e tecnologias de informação e comunicação não basta para que os direitos dos cidadãos sejam assegurados, porém o não acesso agrava muito a exclusão e desigualdade social. Fonte: www.guiadopc.com.br/artigos/39306/home-office- para-quem-pandemia-revela-exclusao-digital.html Referências CARLOS, Ana Fani Alessandri. A prática espacial urbana como segregação e o direito à cidade como horizonte utópico. In: VASCONCELOS, Pedro de Almeida; CORRÊA, Roberto lobato; PINTAUDI; Silvana Maria (orgs.). A cidade contemporânea: a segregação espacial. São Paulo: Contexto, 2013. 4, 95-110. CAVALCANTE, Lana de Souza; ARAÚJO, Manoel Victor Peres. Segregação socioespacial no ensino de Geografia: um conceito em foco. ACTA Geográfica, Boa Vista, ed. esp. 2017. p. 140- 159. Disponível em: https://revista.ufrr.br/actageo/article/view/4775. Acesso em: 13 mar. 2022. LACERDA, Norma. Fragmentação e integração: movimentos de reestruturação espacial das metrópoles brasileiras. In: RIBEIRO, Ana Clara Torres; LIMONAD, Ester; GUSMÃO, Paulo Pereira de. (org.). Desafios ao planejamento. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2012. p. 21-42. RAMIREZ, Ivete Maria Soares Ramirez; PELLUCIO, Gabrielle. Medievalização socioespacial em condomínios fechados da Grande São Paulo: similaridades globais em questões de sustentabilidade e qualidade de vida desses enclaves e sua relação com o ordenamento territorial. XIX Encontro Nacional de Geógrafos, João Pessoa, 2018. SANTOS, Milton. Metrópole corporativa fragmentada: o caso de São Paulo. São Paulo: Nobel, 1990. 136p. WACQUANT, Loïc. Os condenados da cidade. Rio de Janeiro: Revan/Fase, 2005. INTERVALO Exclusão na escola e ações afirmativas de inclusão 1) Impedimento ao acesso Falta de vagas ou de instituições para atender à demanda; Falta de acessibilidade (distância ou dificuldade no transporte para a escola); Condições para pessoas com necessidades especiais. 2) Qualidade do ensino ofertado Muitos estudantes passam pela escola sem obter os conhecimentos e aprendizagens esperados. 3) Precária inserção no sistema de ensino Situações externas à escola (necessidade de trabalhar, condições domiciliares etc.) acabam desestimulando o estudante a frequentar e a realmente se interessar, integrar-se na escola. Relatório de Monitoramento Global da Educação (Relatório GEM) de 2020 Em todo o mundo, apenas 41 países reconhecem oficialmente a linguagem de sinais. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002: - Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados. - Art. 2° Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Fonte: www.labtime.ufg.br/modulos/diversidade/ mod1/uni1/slide9.html Relatório de Monitoramento Global da Educação (Relatório GEM) de 2020 No âmbito mundial, cerca de 335 milhões de meninas frequentavam escolas que não lhes ofereciam serviços de água, saneamento e higiene dos quais precisavam para continuar frequentando as aulas no período menstrual. Os países que auxiliam na garantia da inclusão plena na educação são menos de 10%. Aumento da exclusão durante a pandemia da COVID-19: aproximadamente 40% dos países de renda baixa e média-baixa não apoiaram os estudantes desfavorecidos durante o fechamento temporário das escolas. Fonte: saladerecursos.com.br/o-ano-de-2020- e-a-educacao-no-brasil/ • População mais pobre e do campo. • Grupos étnico-raciais. • Jovens e adultos que não concluíram os estudos. • Crianças e pessoas com deficiência. Grupos especialmente prejudicados para a inclusão escolar Lei n. 13.146/2015: Art. 1º: “É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Baixo índice educacional dos países pobres: um dos motivos das diferenças entre as nações. Necessidade de formação sobre inclusão para os professores. Convenções internacionais de direitos humanos que defendem o direito à educação Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1946), a Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino (UNESCO, 1960), a Convenção sobre os Direitos da Criança (UNICEF, 1989) e o artigo 24 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006). A Convenção da Unesco para a Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino (1960) e a Lei Brasileira da Inclusão proíbem qualquer exclusão de oportunidades educacionais. Fonte: Relatório de Monitoramento Global da Educação (Relatório GEM), 2020. A inclusão ESTÁ interessada em: A inclusão NÃO ESTÁ interessada em: Aceitar a diversidade Reformar apenas a educação especial, mas sim reformar tanto o sistema de educação formal como o não formal Beneficiar todos os alunos e não apenas os excluídos Dar resposta apenas à diversidade, mas sim melhorar a qualidade da educação para todos Admitir na escola as crianças que possam se sentir excluídas Criar escolas especiais, mas sim proporcionar apoios adicionais para os alunos no sistema educativo regular Promover igual acesso à educação ou tomar algumas medidas para certos grupos de crianças sem as excluirResolver apenas os problemas das crianças portadoras de deficiência Resolver os problemas de uma criança à custa de outra criança Inclusão em sala de aula Muitos pesquisadores (ROPOLI et al., 2010) afirmam que os alunos com necessidades especiais não devem apenas fazer atividades e tarefas exclusivas, pois isso não contribui para a inclusão de maneira eficaz. A Aprendizagem Colaborativa engloba a troca de informações entre professores, gestores, pesquisadores e outros sujeitos envolvidos com a Educação Especial Inclusiva, para que as diferentes visões do tema levem a novos caminhos de reflexão. A organização das estratégias didáticas do professor deve considerar diversos perfis de alunos. A teoria de “Inteligências Múltiplas” (GARDNER; CHEN; MORAN, 2009) pode embasar a diversificação de instrumentos de aprendizagem. Inclusão em sala de aula Para alunos surdos, a linguagem em quadrinhos é recomendável, pois esta envolve uma combinação de linguagem escrita com desenhos, que melhora a compreensão do conteúdo. O aluno observa o desenho e já relaciona com os diálogos, propiciando uma aprendizagem mais completa (FONSECA; TORRES, 2014). Tendo um aluno com baixa visão em sala de aula, as paisagens sonoras também podem ser utilizadas para diferenciar o meio urbano do meio rural, bem como para caracterizar a evolução tecnológica no meio rural (TORRES; KOZEL, 2010). Equipamentos para alunos de baixa visão. Fonte: MANTOAN et al., 2010. Cotas raciais O que são? - Ação afirmativa que direciona parte das suas vagas a estudantes de escolas públicas. Essas vagas consideram também critérios raciais. Por que implementar? - Desigualdade no acesso ao ensino público, falta de equidade salarial, racismo estrutural, democratização no acesso à educação pública, corrigir distorções sociais causadas pela escravidão. No caso dos povos indígenas... Necessidade de incorporar sua cultura, linguagem e os saberes tradicionais no desenvolvimento de orientações para suas aspirações; Incorporar na metodologia e no currículo seus direitos e perspectivas através do envolvimento dos povos indígenas no projeto/trabalho a ser desenvolvido no ambiente escolar; Necessidade de programas educacionais e de treinamento para a conscientização de seus direitos e de suas habilidades de liderança. Fonte: www.labtime.ufg.br/modulos/diversidade/mod1/uni1/slide9.html Fonte: https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/cglu-lanca-aplicativo- sobre-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel Referências https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/inclusive-education. Acesso em: 15 mar. 2022. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000132598_por?posInSet=1&queryId=af208691- b401-4d32-be2c-766a1f976410. Acesso em: 15 mar. 2022. https://gem-report-2020.unesco.org. Acesso em: 15 mar. 2022. FONSECA, Ricardo; TORRES, Eloiza. Adaptações na prática do ensino de Geografia para alunos surdos. Revista de Geografia (Londrina). Londrina: UEL, 2014. GARDNER, Howard; CHEN, Jie; MORAN, Seana. Inteligências múltiplas ao redor do mundo. Editora Artmed, 2009. MENDES, Eniceia; ALMEIDA, Maria; TOYODA, Cristina. Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Educar em Revista. Curitiba: Editora UFPR, 2011. ROPOLI, Edilene Aparecida; MANTOAN, Maria Teresa Eglér; SANTOS, Maria Terezinha da Consolação Teixeira dos; MACHADO, Rosângela. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Especial, 2010. TORRES, Marcos; KOZEL, Salete. Paisagens sonoras: possíveis caminhos aos estudos culturais em Geografia. Revista RA’EGA. Curitiba: Editora UFPR, 2010. OBRIGADO!
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