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PEP-Programa de evolução profissional MECÂNICO Quando você se depara com um problema em um equipamento, sabe que medidas tomar para solucioná-lo? Não se preocupe, pois, a partir de agora, você terá à disposição conhecimen- tos necessários para resolver o problema. A tecnologia de processos é primordial para a fabricação, montagem e também para a ma- nutenção de sistemas mecânicos. Para que você possa efetuar uma análise detalhada da ope- ração ou trabalho a ser realizado, é necessário que desenvolva várias competências. Antes de desmontar um equipamento para efetuar um reparo, por exemplo, inicialmente é necessária uma análise dos manuais, dos desenhos de conjunto etc. O mesmo acontece quan- do se deseja efetuar um trabalho de melhoria ou até mesmo para traçar ações preventivas a fim de evitar que os equipamentos fiquem indisponíveis, ou melhor, para que sejam confiáveis. Neste sentido, as decisões não podem ser tomadas apenas pelo conhecimento empírico. É necessário que se conheça a documentação técnica, que se tenha condições de interpretá-la e efetuar um diagnóstico da situação ou do problema. E, as condições para efetuar esta análise dependem da seleção e da indicação de ferramentas de coleta de dados que servirão para acompanhar a evolução do desgaste ou até mesmo diagnosticar o problema de um conjunto ou equipamento. Portanto, para que se tenha um padrão na execução das tarefas, que sejam rápidos e efica- zes, são necessários procedimentos, os registros de parâmetros, detalhes a serem observados na montagem e desmontagem de um conjunto ou de uma máquina e, por fim, como as técni- cas e ferramentas devem ser utilizadas. Assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) Interpretar, de acordo com as normas técnicas a documentação técnica (desenhos, da- dos e informações) aplicáveis à manutenção dos sistemas mecânicos das máquinas e equipamentos; b) Interpretar os procedimentos de manutenção estabelecidos no planejamento, as- sim como as recomendações dos fabricantes de dispositivos, peças e equipamentos mecânicos; c) Definir as técnicas de ajustagem na manutenção de máquinas e equipamentos; MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS d) Avaliar, através de inspeção visual e medições, a integridade e o funcionamento dos equipamentos mecânicos; e) Identificar, os dados a serem coletados na máquina, tendo em vista a condição de funcionalidade do equipamento; f) ) Definir, o tipo de manutenção aplicável a cada equipamento, considerando sua importância no pro- cesso produtivo, bem como as técnicas de manutenção mecânica aplicáveis às máquinas e equipa- mentos a serem reparados; g) Identificar no check list as condições de funcionamento de máquinas e equipamentos; h) Analisar as informações obtidas durante o processo de manutenção e startup de máquinas e equipa- mentos, tendo em vista a elaboração de relatório técnico. Agora que você já conhece seus novos desafios, chegou a hora de começar! 2.1 DESENHOS TÉCNICOS MECÂNICO Uma máquina, um equipamento, uma peça, uma estrutura, tudo nasce a partir de uma ideia de um engenheiro, arquiteto ou de um técnico, geralmente sob a forma de imagens em suas mentes. A materiali- zação dessas imagens é obtida e formalizada através de desenhos técnicos mecânicos. Durante o desen- volvimento do projeto, execução dos componentes e montagem destes sistemas, o desenho é utilizado para criar, transmitir, armazenar e analisar informações. Muitas vezes, a manutenção de um sistema mecânico é realizada através da interpretação de desenhos de conjunto, desenhos de vistas explodidas e tolerâncias de forma e posição, que norteiam o profissional durante esse processo. Além disso, fornecem informações técnicas fundamentais em relação ao posiciona- mento dos elementos de máquinas, proporcionando um trabalho mais organizado, preciso e, por conse- quência, mais otimizado. Além de ajudar a estabelecer a estratégia e guiar durante a montagem, é a partir das informações técni- cas fornecidas pelos desenhos técnicos que é possível relacionar as ferramentas necessárias para a execu- ção do trabalho, sempre priorizando a segurança. A partir de agora, serão iniciados os estudos do desenho aplicado à manutenção de sistemas mecâni- cos, conhecendo inicialmente as normas sobre tolerância geométrica, que tratam da tolerância de forma e posição. Este item é de fundamental importância para o processo de fabricação, pois se os itens a serem fabricados não seguirem estas normas, o processo de montagem e de manutenção poderão ficar compro- metidos e a peça ou o conjunto terá problemas de funcionamento e sua vida útil será comprometida. 20 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS 2.1.1 TOLERÂNCIAS DE FORMA E POSIÇÃO As peças confeccionadas através dos diversos processos de fabricação mecânica apresentam, inevita- velmente, desvios em relação às cotas nominais representadas no desenho mecânico. O grau de variação desses desvios é determinado por alguns fatores, tais como: precisão da máquina-ferramenta, rigidez do dispositivo de fixação, desgaste da aresta de corte da ferramenta e diversos outros fatores que podem in- fluenciar diretamente na qualidade do produto. Em algumas aplicações, apenas as tolerâncias dimensionais não são capazes de fornecer informações para que a peça seja confeccionada, montada no conjunto e desempenhe a função para a qual ela foi de- signada. Para assegurar a qualidade funcional dessas peças e evitar possíveis erros de montagem, recorre- -se às chamadas tolerâncias geométricas de forma e posição. CONCEITO DE ERRO DE FORMA Um erro de forma corresponde à diferença entre a superfície real da peça e a forma geométrica teórica. A forma de um elemento é considerada correta quando cada um dos seus pontos permanecer igual ou inferior ao valor da tolerância estabelecida. A diferença de forma deve ser medida perpendicularmente à forma geométrica, observando o correto apoio da peça no dispositivo de inspeção ou na máquina de medição por coordenadas, para não se obter um falso valor. CONCEITOS BÁSICOS Algumas definições de conceitos básicos serão apresentadas a seguir, conforme ABNT NBR ISO 4287/2002: a) superfície real: superfície que separa o corpo do ambiente; b) superfície geométrica: superfície ideal prescrita nos desenhos e isenta de erros. Exemplos: super- fície plana, cilíndrica e esférica; c) superfície efetiva: superfície inspecionada pelo instrumento de medição. Através de instrumentos, não é possível a inspeção da superfície de uma só vez. Por isso, examina-se uma superfície de cada vez a partir de cortes imaginários. Assim, define-se: a) perfil real: corte da superfície real; b) perfil geométrico: corte da superfície geométrica; c) perfil efetivo: corte da superfície efetiva. Nesta seção, será estudada a representação em desenho técnico mecânico dos erros macro geométri- cos, que diz respeito às tolerâncias de forma e posição e suas aplicações. Os conceitos seguintes são defini- dos pelas normas NBR 6409 e ISO R-1101. 21 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS A seguir, será apresentada uma representação de tolerância em desenho técnico mecânico. Figura 1 - Quadro de indicação do elemento tolerado Fonte: do Autor (2015) O quadro anterior representa a utilização de uma tolerância geométrica em uma superfície de uma peça. Neste caso, denomina-se a superfície como sendo o elemento tolerado em questão. Neste quadro, é possível observar campos específicos referenciados através de letras, que são codificados da seguinte forma: A – Símbolo do tipo de tolerância; B – Valor da tolerância; C – Letra de referência; D – Linha de referência com seta de referência. Na figura, a seguir, observe a utilizaçãoda simbologia para indicação do elemento de referência. Figura 2 - Quadro de indicação do elemento de referência Fonte: do Autor (2015) 22 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Assim como no quadro de indicação para elemento tolerado, a indicação de elemento de referência apresenta nomenclatura e forma normalizadas. Acompanhe, a seguir, a descrição dos campos referencia- dos anteriormente: A – Moldura de referência; B – Letra de referência; C – Linha de referência; D – Triângulo de referência. Após a abordagem dos quadros de indicações de elemento tolerado e de referência, é necessária a apresentação do quadro de simbologia para características geométricas, conforme quadro a seguir: CARACTERISTICA TOLERADA SÍMBOLO ITEM Para elementos isolados Forma Retitude 5.9.1 Planeza 5.9.2 Circularidade 5.9.3 Cilindricidade 5.9.4 Para elementos isolados ou associados Perfil de linha qualquer 5.9.5 Perfil de superficie qualquer 5.9.6 Para elementos associados Orientação Paralelismo 5.9.7 Perpendicularidade 5.9.8 Inclinação 5.9.9 Posição Posição 5.9.10 Concentricidade 5.9.11 Coaxilidade 5.9.12 Simetria 5.9.13 Batimento Circular 5.9.14.1 Total 5.9.14.2 Quadro 2 - Símbolos para característica tolerada Fonte: ABNT (1997) 23 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS A seguir, serão apresentadas as tolerâncias de forma para elementos isolados. TOLERÂNCIA DE FORMA (PARA ELEMENTOS ISOLADOS) As tolerâncias de forma vêm indicadas no desenho técnico para elementos isolados, como, por exem- plo, uma superfície ou uma linha. Retilinidade Símbolo: A zona de tolerância é limitada por um cilindro de diâmetro t especificado e o valor da tolerância é pre- cedido pelo símbolo de diâmetro. Figura 3 - Zona de tolerância para retilinidade Fonte: do Autor (2015) Quando a peça é cilíndrica, a zona de tolerância também é cilíndrica. Se a peça apresentar forma pris- mática, com seção transversal retangular, a zona de tolerância será representada através de um paralelepí- pedo imaginário com tolerâncias especificadas t, conforme figura a seguir: Figura 4 - Zona de tolerância para retilinidade em peças prismáticas Fonte: do Autor (2015) 24 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Retilinidade é a condição pela qual cada linha deve estar limitada dentro do valor de tolerância especi- ficada. A seguir, observe a representação da tolerância em desenho técnico mecânico: Figura 5 - Indicação no desenho de retilinidade Fonte: do Autor (2015) Descrição O eixo da peça cilíndrica representado pelo símbolo de Ø (diâmetro), deverá estar contido em uma zona de tolerância cilíndrica de 0,03 mm de diâmetro. Uma maneira prática de inspecionar a retilinidade de peças cilíndricas é através da utilização de um dispositivo de controle dotado de ponta e contra ponta, devidamente alinhados, e um relógio comparador, com uma resolução adequada à tolerância estabelecida no desenho. O objetivo é executar uma varredura ao longo do comprimento do eixo e verificar a variação no ponteiro do relógio comparador, conforme figura a seguir: Figura 6 - Verificação da tolerância de retilinidade Fonte: do Autor (2015) 25 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Planeza Símbolo: A zona de tolerância é limitada por dois planos paralelos afastados entre si por uma distância t especi- ficada. Figura 7 - Zona de tolerância imaginária para planeza Fonte: do Autor (2015) A tolerância de planeza tem importante aplicação na construção e na montagem de máquinas ferra- mentas, principalmente guias de assento de carros e cabeçotes. Figura 8 - Indicação no desenho de planeza Fonte: do Autor (2015) Descrição A superfície superior da peça deve estar contida entre dois planos paralelos, afastados a uma distância de 0,05 mm. 26 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Circularidade Símbolo: A zona de tolerância no plano de corte perpendicular ao eixo especificado é limitada por dois cilindros concêntricos afastados entre si por uma distância t especificada. Figura 9 - Zona de tolerância de circularidade Fonte: do Autor (2015) Circularidade é a condição pela qual qualquer círculo deve estar dentro de uma faixa definida por dois círculos concêntricos, distante no valor da tolerância especificada. Figura 10 - Indicação no desenho de circularidade Fonte: do Autor (2015) Descrição O campo de tolerância em qualquer seção transversal é limitado por dois círculos concêntricos distan- tes 0,02 mm. De um modo geral, na oficina ou no chão de fábrica, o erro de circularidade é verificado com o auxílio de um prisma em “V” e um relógio comparador, ou um relógio comparador que possa realizar as medidas em três pontos. 27 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS As figuras, a seguir, ilustram as inspeções mencionadas: Figura 11 - Inspeção do erro de circularidade Fonte: do Autor (2015) Cilindricidade Símbolo: A zona de tolerância é determinada a partir de uma distância t especificada entre dois cilindros coaxiais afastados entre si. Figura 12 - Zona de tolerância imaginária para cilindricidade Fonte: do Autor (2015) Cilindricidade é a condição pela qual a zona de tolerância especificada é a distância radial entre dois cilindros coaxiais. 28 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS A tolerância de cilindricidade envolve: a) tolerâncias admissíveis na seção longitudinal do cilindro, correspondentes à conicidade, con- cavidade e convexidade; b) tolerância admissível na seção transversal do cilindro, relativo à circularidade. Figura 13 - Indicação no desenho Fonte: do Autor (2015) Descrição A superfície exterior do cilindro considerado deve permanecer compreendida entre dois cilindros coa- xiais afastados entre si por uma distância t = 0,04 mm. O método de medição da tolerância de cilindricidade pode ser realizado através do dispositivo de con- trole representado na figura a seguir: Figura 14 - Medição de erros de cilindricidade Fonte: do Autor (2015) 29 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Forma de uma linha qualquer Símbolo: A zona de tolerância é limitada por duas linhas envolvendo círculos cujos diâmetros sejam iguais à tolerância especificada, e no qual os centros estejam localizados sobre o perfil geométrico ideal da linha. Figura 15 - Linhas envolventes Fonte: do Autor (2015) Na figura, a seguir, observe um exemplo de representação da tolerância de uma linha qualquer, em uma peça. Figura 16 - Indicação no desenho Fonte: do autor (2015) Descrição O perfil com sua tolerância deve situar-se entre duas linhasenvolventes, cujo afastamento é limitado por círculos com diâmetro t = 0,06 mm. Os centros destes círculos situam-se na linha geometricamente ideal. 30 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Forma de superfície Símbolo: A zona de tolerância é limitada por duas superfícies tangentes a esferas de diâmetro t, cujos centros estão posicionados na superfície de forma geometricamente perfeita. Figura 17 - Zona de tolerância Fonte: do Autor (2015) Observe, na figura, a seguir, um exemplo de representação em desenho técnico mecânico da tolerância de forma de superfície qualquer. Figura 18 - Indicação no desenho Fonte: do Autor (2015) 31 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Descrição A superfície com sua tolerância deve situar-se entre duas superfícies envolventes, cujo afastamento é limitado por esferas com diâmetro t = 0,03 mm. Os centros das esferas situam-se na superfície geometri- camente ideal. Tolerâncias de posição (para elementos associados) Quando a tolerância se refere a elementos associados, um desses elementos será o tolerado e o outro será tomado como elemento de referência. Para efeito de verificação, o elemento de referência, embora seja um elemento real da peça, é sempre considerado como ideal, isto é, isento de erros. Paralelismo Símbolo: A zona de tolerância é determinada através de dois planos paralelos distantes entre si por uma distância t, e uma linha ou superfície devem estar equidistantes em todos os seus pontos em relação a um plano ou eixo de referência. Figura 19 - Zona de tolerância de paralelismo entre superfície Fonte: do Autor (2015) 32 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Segue um exemplo de representação da tolerância de paralelismo em desenho técnico, sem a presença do símbolo de diâmetro no quadro de indicação, que apresenta o controle apenas da orientação da super- fície em relação à referência F1. Figura 20 - Indicação em desenho técnico da tolerância de paralelismo Fonte: do Autor (2015) Descrição A superfície com sua tolerância deve situar-se entre dois planos paralelos ao plano de referência F1 com a distância t = 0,1 mm entre eles. A figura, a seguir, representa a zona de tolerância limitada por um cilindro de diâmetro t paralelo à reta de referência. Figura 21 - Zona de tolerância Fonte: do Autor (2015) 33 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Na peça, a seguir, o eixo imaginário em torno da linha de centro do furo superior deve estar compre- endido dentro da zona de tolerância especificada, diâmetro de 0,02 mm, paralela ao eixo inferior, que foi tomado como a referência A. Figura 22 - Indicação no desenho Fonte: do Autor (2015) Na figura, a seguir, está representada a forma correta para medir o paralelismo entre faces, relacionando um comprimento de referência. Supõe-se, para rigor da medição, que a superfície tomada como referência seja suficientemente plana. Figura 23 - Inspeção da tolerância de paralelismo entre faces Fonte: do Autor (2015) 34 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Perpendicularidade Símbolo: É a condição pela qual o elemento deve estar dentro do desvio angular, tomando como referência o ângulo reto entre uma superfície ou uma reta. Figura 24 - Zona de tolerância Fonte: do Autor (2015) A indicação da tolerância de perpendicularidade pode ser realizada entre uma linha em relação a um plano de referência. Isso dependerá da forma da peça. A seguir, observe o exemplo de uma indicação de perpendicularidade no desenho técnico. Figura 25 - Indicação de perpendicularidade no desenho técnico Fonte: do Autor (2015) Descrição A superfície com sua tolerância deve situar-se entre dois planos perpendiculares ao eixo de referência B com distância t = 0,05 mm entre eles. 35 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Inclinação Símbolo: Tolerância de inclinação de uma linha em relação a uma reta de referência Quando projetada em um plano, a zona de tolerância é limitada por duas retas paralelas afastadas entre si por uma distância t e inclinadas em relação a uma reta de referência com um ângulo específico. Figura 26 - Zona de tolerância para inclinação Fonte: do Autor (2015) A seguir, observe a representação da tolerância de inclinação em desenho técnico mecânico, em que o furo deve estar inclinado em relação à base de referência. Figura 27 - Representação da tolerância de inclinação Fonte: do Autor (2015) Descrição O eixo do furo com sua tolerância deve estar contido entre duas linhas paralelas, cujo o afastamento é de 0,1 mm, que estão inclinadas 60° em relação ao plano de referência A. 36 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Posição Símbolo: De um modo geral, a tolerância de posição pode ser definida como o desvio tolerado de um deter- minado elemento em relação à sua posição teórica. Esse tipo de tolerância é aplicado para especificar as posições relativas, por exemplo, de furos em um corpo de uma bomba para que ela possa ser montada sem necessidade de ajuste. A zona de tolerância é determinada através de uma superfície esférica ou um círculo, cujo diâmetro t estabelece a tolerância especificada. Figura 28 - Zona de tolerância da posição Fonte: do Autor (2015) Na figura, a seguir, observe a representação em desenho técnico da tolerância de posição. Figura 29 - Indicação em desenho técnico da tolerância de posição Fonte: do Autor (2015) 37 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Descrição O ponto de interseção das linhas determina o centro real do furo que deve estar contido em um diâme- tro t = 0,06 mm. Concentricidade ou coaxilidade Símbolo: A zona de tolerância é limitada por um círculo de diâmetro t cujo centro coincide com o ponto de refe- rência, conforme a figura a seguir. Figura 30 - Zona de tolerância da concentricidade Fonte: do Autor (2015) Concentricidade é a condição pela qual duas ou mais figuras geométricas, como cones e cilindros, são coincidentes. A seguir, observe a representação em desenho técnico da tolerância de concentricidade. Figura 31 - Indicação de concentricidade no desenho técnico Fonte: do Autor (2015) 38 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) 2 TECNOLOGIA DE PROCESSOS Descrição O ponto de interseção das linhas determina o centro real do furo que deve estar contido em um diâme- tro t = 0,03 mm. Simetria Símbolo: A zona de tolerância é limitada por dois planos afastados entre si por uma distância t e dispostos sime- tricamente em relação ao plano médio relativamente a um eixo ou plano de referência. Figura 32 - Zona de tolerância da simetria Fonte: do Autor (2015) A seguir, observe a representação em desenho técnico da tolerância de simetria,em que o diâmetro A foi tomado como referência. Figura 33 - Indicação da tolerância de simetria Fonte: do Autor (2015) 39 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Descrição O plano central do rasgo com sua tolerância deve situar-se entre dois planos paralelos afastados entre si por uma distância de t = 0,08 mm, localizados simetricamente em relação ao plano central das duas su- perfícies externas. 2.1.2 VISTA EXPLODIDA A vista explodida é uma representação gráfica de um conjunto manufaturado, que mostra a relação e a sequência de montagem dos elementos que o compõe. Nela, os componentes são mostrados ligeira- mente afastados um dos outros ou suspensos no espaço tridimensional, dando a sensação de que tivesse ocorrido uma explosão a partir do centro do conjunto. Em sua maioria, evita-se a utilização dos recursos de cortes para mostrar detalhes internos do conjunto, uma vez que, nesta representação, todos os compo- nentes estão visíveis. Pelo seu aspecto visual, ela é muito utilizada em catálogos, manuais técnicos e descritivos de monta- gem. Figura 34 - Vista Explodida de um redutor de velocidade Fonte: do Autor (2015) 40 A li n e d a S il va R e g is ( 2 0 1 5 ) A busca pela melhoria contínua e pela competitividade faz com que as empresas, de dife- rentes ramos, ajam incessantemente na eliminação de quaisquer desperdícios para sobreviver. Não há mais espaço no mercado para empresas sem eficiência. Não se trata apenas do preço agregado ao produto ou serviço, mas dos valores que o cliente procura, e um deles é a Quali- dade. Uma das maneiras que as organizações têm buscado para melhorar seus processos, a fim de buscar por bons resultados, é a implantação de projetos voltados para a qualidade e o planeja- mento que é utilizado para esse fim. Os profissionais da indústria enfrentam problemas corriqueiramente e, por isso, buscam soluções que levem as empresas a vencer tais barreiras e as conduzam ao sucesso. Sabe-se que há pouco tempo, por volta dos anos 80, a busca por melhorias nos processos se intensificou, paralelamente à competitividade de mercado e a proposição de novas tecno- logias. É neste contexto que a manutenção passou a desempenhar um papel fundamental no processo de adaptação a tais tecnologias. Atualmente, a manutenção recebe um caráter estratégico na hora de gerir suas atividades, a fim de corrigir erros comuns, antes que ocorram perdas irreparáveis no processo produtivo, como, por exemplo, as falhas em máquinas e equipamentos que geram indisponibilidade e afetam a produtividade e o custo de produção. Em virtude disso, uma das soluções criadas para auxiliar a gestão, tanto operacional quanto de manutenção, é a solução dos problemas por meio do Método de solução de problemas, conhecido como MASP. Algumas empresas brasileiras já o utilizam e conseguem resolver problemas e melhorar suas atividades. Para tal, serão definidas as fases deste método, para que você possa compre- ender sua utilidade e seus resultados. Assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) aplicar as fases que caracterizam o Método para Análise e Solução de Problemas; b) identificar as ferramentas da qualidade; MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS c) utilizar as ferramentas da qualidade; d) aplicar o Método de Análise e Solução de problemas. A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre este assunto, que farão a diferença em suas práticas. 10.1 MASP Para iniciar a discussão sobre o MASP, é importante ter claro alguns conceitos importantes, como, por exemplo, o conceito de complexidade. Segundo Maximiano (2010), a complexidade refere-se a um grande número de problemas e variáveis presentes em uma situação. Segundo o autor, a complexidade é a condição normal que deve ser enfrenta- da e administrada. E, quanto maior o número de problemas e variáveis, mais é complexa. Segundo Campos (2013, p. 104), é importante ficar atento, pois existem problemas bons e problemas ruis. Identificar estes pontos é importante para saber por onde é necessário começar a resolução dos pro- blemas. Ainda de acordo com Maximiano (2010), a complexidade compõe-se de diversas ideias interdependen- tes. a) Situações complexas: problemas e situações, independente da extensão e do conteúdo, devem ser encarados como produto de múltiplas causas e variáveis, pois, se o problema existe, já se parte do ponto que não é simples de ser resolvido. b) Problemas complexos da sociedade moderna: a sociedade moderna oferece problemas de na- tureza intrinsecamente complexa, causados pela interação de diferentes fatores antes inexistentes, como, por exemplo, conglomerados urbanos, escassez de recursos naturais, transportes, educação, ecologia, evolução tecnológica acelerada, integração na sociedade global, desemprego, inflação, criminalidade, catástrofes naturais ou causadas pelo homem, epidemias e migração, entre outros. c) Organizações envolvidas em problemas complexos: há na sociedade moderna organizações que estão incumbidas especificamente de enfrentar problemas muito complexos. Portos e aeroportos, organizações militares e prefeituras de grandes cidades, ou quando há eventos para organizar, como Copa do Mundo, Olimpíadas. 228 a partir de novas metas de melhoria. 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Dessa maneira, é preciso ter em mente que as situações de complexidade é que vão influenciar a ma- neira de solucionar os problemas. Para Fellipe (2007, p. 11), [...] “a criatividade é um recurso valioso que dispomos, necessita ser cultivado, está relacionado com processo de pensamento, imaginação, intuição e originalidade”. Conforme descreve a autora, referindo-se à criatividade e à inovação, o ser criativo é: a) curioso: sempre quer entender, saber mais; b) insatisfeito: sempre está buscando alternativas; c) fantasioso: sempre está imaginando; d) agregador: tem a facilidade de se juntar, de conectar coisas que aparentemente são opostas; e) futurista: está sempre pensando no futuro; f) corajoso: não teme a crítica; g) auto-motivado: usa a criatividade como energia pessoal; h) motivador: contagia e convida a criar. O MASP - Método de Análise de Solução de Problemas - é conhecido como um caminho ordenado, composto de passos pré-definidos para identificar o problema, buscar as características que prejudicam a solução, testar as hipóteses para encontrar qual é a causa fundamental, bloquear a causa fundamental por meio de um plano de ação efetivo, verificar efetivamente o bloqueio das causas fundamentais, padronizar a operação e concluir o trabalho, assim conseguindo o melhor resultado, o que é denominado de melhoria contínua. (CAMPOS, 2004). Antes de iniciar a solução de um problema, é importante definir o que é um problema. De acordo com Campos (2013, p. 104), “[...] é a diferença entre seu resultado atual e um valor desejado chamado meta”. Logo, resolver problemas significa atingir metas. A eficiência das empresas depende do seu desempenho, seja ele em produtos ou serviço e que passem confiança e qualidade para seus clientes. Não há mais tolerância para a perda de tempo ou dinheiro com erros e falhas. As práticas em qualidade ganharam espaço e se tornaram uma estratégia fundamental para a competitividade (FEIGENBAUN, 1994). Como já mencionado, uma alternativa que ajuda na busca da qualidade e da melhoria, do processo ou do serviço, são os métodos de solução de problemas. De maneira lógica e ordenada, estes métodos procuram rastrear a causa raiz do problema que está sendo analisado. Dentre os fatores que podemestar atrelados a estes problemas, considera-se os erros cometidos no processo e as falhas dos sistemas. Por alguma razão, eles estão acontecendo e, portanto, é preciso encontras as suas causas para depois propor as soluções para sua correção. O Método de Análise e Solução de Problemas é caracterizado por 8 fases. a) Identificação do problema – nesta fase, reconhece-se qual é o problema em si, sua complexidade e a importância do mesmo. b) Observação – é a fase do desdobramento, em que é destrinchado o problema em outros tantos, 229 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS para que seja possível uma visão detalhada do mesmo. c) Análise – nesta fase, busca-se descobrir qual a causa ou causas do problema em questão. d) Plano de ação – este é o momento de desenho do plano a seguir, para bloquear as causas raiz dos problemas menores que foram desdobrados. e) Execução – coloca-se o plano em ação. f) Verificação – verifica-se se o plano está funcionamento e se as causas foram neutralizadas. g) Padronização – é o momento de fazer a prevenção, para que o problema não reapareça. h) Conclusão – é um momento de fazer uma retrospectiva em relação ao acontecido e registrar as lições aprendidas, para que se possa ir criando um histórico de solução de problemas. Espera-se que, com esta metodologia, obter êxito na resolução dos problemas e que seja possível, in- clusive, prevenir o aparecimento de outros. Para tal, é importante ter uma visão do todo, como a soma das partes, ou seja, o pensamento sistêmico, sendo a capacidade de olhar para as partes e realizar as devidas interpretações e, assim, criar as soluções para problemas. O MASP é frequentemente utilizado para buscar a melhoria de processos em virtude da maneira como é estruturado e gerenciado. Dessa forma, chega-se à causa raiz de um problema de maneira sistemática, estabelecendo a descrição meticulosa de como solucionar o problema definitivamente, por meio da ava- liação das causas e através da escolha da melhor opção para solução (PARIS, 2003). Além disso, uma das justificativas para sua utilização é a presença do risco, da incerteza e do baixo nível de sucesso de outras metodologias, as quais funcionam apenas para a resolução de problemas simples, enquanto que o MASP procura a solução de problemas complexos, pois se utiliza de outras ferramentas de apoio, ou seja, as ferramentas da qualidade, conforme pode ser observado no quadro a seguir. SIGLA ORDEM ETAPAS DO PDCA DESCRIÇÃO P (Plan) 1 Indicar o (s) problema (s) ou a (s) melhorias (s) Folha de verificação, Brainstrorming Fluxograma. Diagrama de Pareto. 2 Observações Folha de verificação Fluxograma. 5W1H. 3 Análise Folha de verificação.. Brainstrorming Diagrama de Pareto e de Ishikawa. Histograma. Diagrama de dispersão e cartas de controle. 4 Plano de ação 5W2H. Folha de verificação. Brainstrorming. Diagrama de Pareto. D (Do) 5 Ação 230 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS SIGLA ORDEM ETAPAS DO PDCA DESCRIÇÃO C (Check) 6 Verificação Histograma. Folha de verificação e cartas de controle. Foi efetivo? A (Action) 7 Padronizar 8 Concluir Quadro 15 - Descrição das etapas do MASP Fonte: Adaptado de Campos (1992) O que se evidencia, atualmente, é que os custos com a manutenção fazem parte dos custos operacionais das empresas. Logo, a ocorrência de falhas inesperadas, que são capazes de reduzir a produção, aumentam esses custos operacionais e afetam a qualidade do serviço para o cliente. Este problema é, indiscutivel- mente, uma questão fundamental para a sobrevivência corporativa, que deverá ser discutida, analisada e solucionada, pois se tornou um dos maiores desafios da gestão da manutenção (MENDES, 2011). Logo, buscar ferramentas e metodologias que corrijam os erros, desvios ou defeitos do processo de manutenção, torna-se essencial na prestação de serviço. Por essa razão, serão apresentadas, a seguir, as características das principais ferramentas utilizadas dentro do MASP. CASOS E RELATOS A linha parou, e agora? Antônio, operador da linha 3, estava realizando sua atividade tranquilamente, quando, de repente, a sua máquina parou de funcionar. Rapidamente ele acionou os operadores da manutenção. Logo aparece o Técnico Mecânico Jone. Ele chega até Antônio e começa a trabalhar. Para que consiga solucionar a situação, utiliza-se de uma sequência de ações. a) Busca, junto a Antônio, identificar o problema e compreender a extensão/complexidade do mes- mo. b) Em seguida, faz uma checagem geral na máquina, resolvendo cada problema menor. c) Analisa quais foram as causas da parada da máquina. d) Estabelece um plano de ação a ser seguindo. e) Na sequência, executa seu plano de ação com o máximo de atenção. f ) Verifica, junto a Antônio, se a máquina voltou a funcionar. 231 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS g) Aproveita para analisar também as outras máquinas da linha, para que haja um padrão nos equi- pamentos. h) Registra o ocorrido, para que os seus colegas possam ter informações de como solucionar este problema em menor tempo, caso ele aconteça novamente. Antônio questiona o Técnico Jone sobre a que se referem os passos seguidos e o técnico responde que são os passos do MASP – Método de Análise e Solução de Problemas, que aprendeu no curso Técnico que ele fez no SENAI. Antônio fica interessado e os dois combinam conversar um pouco mais sobre os cursos que Jone fez. Na seção seguinte, você estudará as características que envolvem a aplicação do MASP e suas ferramen- tas. 10.1.1 CARACTERÍSTICAS No Brasil, há uma influência norte-americana em termos de qualidade. Assim, passou-se a dar mais importância às ferramentas e pouca ênfase ao método, gerando, consequentemente, excelentes conhece- dores das ferramentas, mas pobres executores no método e no modo de utilizá-las em conjunto. As sete ferramentas da qualidade mais conhecidas e utilizadas atualmente, tanto individualmente quanto em coletivo, são: o gráfico ou diagrama de Pareto e o de causa-e-efeito, ou diagrama de Ishikawa, as folhas de verificação, o fluxograma, o histograma, o gráfico de dispersão e o gráfico de tendência ou carta de controle (TERNER, 2008). Segundo Flemming (2005), a maior parte dos problemas encontrados nas organizações pode ser re- solvida com as ferramentas básicas da qualidade. Contudo, estas ferramentas são, em sua maioria, quan- titativas (comunicação, organização e análises numéricas), com exceção do fluxograma e do diagrama de Ishikawa, que são qualitativos, pois trabalham com informações e ideias para a análise de causas e tomada de decisões. A lista de metodologias e ferramentas mais utilizadas para a solução de problemas dentro do ciclo Plan- -Do-Check-Act, do MASP, envolvem basicamente: o fluxograma, para entender as etapas do processo a fim de analisá-las e identificar situações a serem corrigidas; as listas de verificação, para levantamento de da- dos; os histogramas, para a análise e representação de dados quantitativos, a fim de analisar a variação do sistema; os diagramas, para a análise de causas e efeitos; o Brainstorming, para trocar ideias no decorrer do processo de análise; o controle estatístico das cartas de controle e os gráficos de controle (TERNER, 2008). 232 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS O autor ressalta que estas e outras ferramentas, coletivamente, contribuem para a solução dos proble- mas nas organizações e auxiliam no processo decisório, pois contemplam a comunicação, o compartilha- mento de dados e informações e a experimentação, que conduz aos resultados. Em outras palavras, a análise da situação a ser corrigida é, por sua vez, um processo de sequência coe- rente, que se inicia pela identificaçãodo problema, segue através da análise e termina com a tomada de decisão (ROSSATO, 1996). Portanto, utiliza-se de outras ferramentas dentro do MASP para atingir este fim. E, por fim, para buscar resolver qualquer problema mais complexo utilizando este método, deve-se atentar à solução que elimine as causas do problema e não o problema em si. Para tanto, analise as ferramentas que serão utilizadas dentro do MASP, para, posteriormente, poder aplicar esta metodologia. A seguir, conheça as ferramentas da qualidade. A primeira é a Folha de verificação. 10.1.2 FOLHA DE VERIFICAÇÃO A folha de verificação é uma planilha ou formulário utilizado para coletar dados a serem analisados ou utilizados no processo de melhoria (PARIS, 2003). Não existe um modelo padrão, mas elas deverão apresentar, no mínimo, o local a ser analisado, uma data para estabelecer o período, o problema que está sendo verificado, bem como sua frequência. Sua grande vantagem está na identificação imediata dos problemas que acontecem com maior frequência num determinado momento ou local, dispensando, muitas vezes, o diagrama de Pareto (PARIS, 2003). São exemplos de folha de verificação, também, os check list, que são listas de informações pré-estabe- lecidas, a fim de conferir algum procedimento que pode não estar adequado, ou seja, pode ser utilizado como um meio para a inspeção do processo por meio de perguntas prontas, como exposto a seguir. CHECK LIST DE VERIFICAÇÃO DE MONTAGEM DE MÁQUINA Empresa Data Setor Responsável A montagem dos componentes foi efetuada adequadamente? ( ) Sim ( ) Não Etc. Quadro 16 - Exemplo de check list de verificação Fonte: do Autor (2015) 233 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Os quadros seguintes mostram, respectivamente, dois exemplos de folha ou lista de verificação que poderão ser aplicados na área de montagem de sistemas mecânicos. FOLHA DE VERIFICAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DAS CAUSAS DOS EFEITOS EM MÁQUINAS Empresa Data Setor Seção Peça Operação Motivo do atraso Data Total 01/04 02/04 03/04 Falha mecânica III II II 7 Acidente II I III 6 Quadro 17 - Exemplo de folha de verificação diária Fonte: Adaptado de Flemming (2005) Agora, observe um exemplo de folha de verificação semanal. FOLHA DE VERIFICAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DAS CAUSAS DOS DEFEITOS EM MÁQUINA Empresa Data Setor Seção Peça Operação Defeitos Possível desajuste de máquina; inexperiência do operador;ritmo de produção. Buscar alguns destes padrões (ou outros) no dia da semana e o número de ocorrências. Máquina Operador Seg Ter Qua Qui Sex A X Y B K W Tipos de defeito/desvio/erro Quadro 18 - Exemplo de folha de verificação semanal Fonte: do Autor (2015) Perceba que a organização, clareza, qualidade e confiabilidade dos dados são essenciais para a análise adequada do problema ou da situação analisada. A coleta destes dados fornece uma visão geral do que está havendo, possibilitando a avaliação dos padrões existentes (TERNER, 2008), além de favorecer a toma- da de decisões para solucionar tais problemas. A seguir, leia sobre o Fluxograma. 234 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS 10.1.3 FLUXOGRAMA Fluxograma é uma forma de diagrama que representa dados de um processo produtivo ou serviço de maneira esquemática. É uma ferramenta que indica as tarefas em ordem de execução. Ele é ilustrado por formas geométricas, tais como quadrados ou retângulos, círculos e losangos etc., cada uma com uma fun- ção específica (TERNER, 2008). O círculo representa o início e o fim de um fluxo de tarefas do processo, o losango indica os pontos de decisão (sim ou não) e o retângulo irá representar uma ação que é executada numa das etapas de operação da manutenção, por exemplo: montar componentes mecânicos ou instalar componentes elétricos. Figura 124 - Fluxo do processo Fonte: do Autor (2015) Uma característica importante para determinar uma etapa da operação dentro do fluxograma é usar verbos no infinitivo (terminados em ar, er, ir e or). Portanto, pode ser entendido como uma documentação que estabelece os passos necessários de um processo qualquer, muito usado em indústrias para organizar seus processos (TERNER, 2008). O autor finaliza mencionando que a importância e o objetivo do fluxograma está na simplificação e ra- cionalização das atividades e permite um estudo aprofundado dos métodos, técnicas, processos e rotinas. A seguir, leia sobre o Diagrama de Pareto. 235 A li n e S il va R e gi s (2 01 5) MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS 10.1.4 DIAGRAMA DE PARETO O princípio de Pareto diz que 80% das dificuldades vêm de 20% dos problemas. Foi assim que Pareto classificou os problemas em dois grupos, em muito triviais e pouco vitais. E organizou os dados referentes a estes problemas graficamente. Pareto construiu o gráfico por meio de uma listagem de causas de erros ou problemas ocorridos em um determinado processo e quantificou o número destas ocorrências. Primeiro, ele relacionou essas causas por meio de planilhas do Excel ou programas específicos e os colocou em ordem decrescente de frequência (TERNER, 2008). Deste modo, o gráfico é construído por barras verticais, em ordem decrescente de ocorrência, de- terminando a prioridade de solução das primeiras causas que apresentarem maior número de frequência. CATEGORIA - ERROS NA MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Razões/Situações/Aspectos Nº de ocorrências % Unitário Falha em rolamentos 17 41 Erro de dimensional 12 29 Erro de lubrificação 9 22 Erro de Montagem 3 7 Total 41 100 Quadro 19 - Exemplo de Listagem de ocorrências por ordem de prioridade Fonte: do Autor Após tabular as informações, basta gerar o gráfico. Figura 125 - Exemplo de Gráfico de Pareto Fonte: do Autor (2015) 236 P a c o G io rd in i M o ra (2 0 1 5 ) 18 16 14 12 10 Montagem 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Depois disso, é possível ainda classificar os custos dessas causas, pois nem sempre as causas mais fre- quentes são as mais onerosas. A partir de então, você poderá estabelecer a relação de causas e custos dos problemas analisados na manutenção por ordem de prioridade. Outra ferramenta que pode ser aplicada nesse processo é o Diagrama de Ishikawa. Observe. 10.1.5 DIAGRAMA DE ISHIKAWA É uma estrutura em forma de espinha de peixe, que estrutura informações relativas às causas de um determinado problema (efeito). O objetivo deste diagrama é chegar às causas raiz de um determinado problema, analisando a relação de causa e efeito. Primeiramente, você seleciona o problema, depois poderá utilizar o Brainstroming com seus colegas, para identificação das causas deste problema. É importante lembrar que estas causas são listadas separadamente através de categorias: métodos, máquinas e equipamentos, materiais ou recursos, pessoal ou mão de obra, ambiente ou setor etc. É importante você lembrar do cabeçalho, para sinalizar o local que você está analisando. Figura 126 - Esquema do diagrama de causa e efeito Fonte: do Autor (2015) O diagrama de Ishikawa é um importante instrumento para descobrir as causas de efeitos indesejados e facilitar a busca de soluções necessárias (TERNER, 2008). Leia agora como são coletados dados a partir da elaboração de um histograma. 237 Empresa: Causas Medições DESGASTE EM Máquina Método Material MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS 10.1.6 HISTOGRAMA Esta ferramenta possibilita identificar as características de um processo ou lote de produto, oferecendo um panorama geral do conjunto de dados, como:verificação de números, processos com ações corretivas, encontrar dados e demonstrar em categorias. São coletados dados em planilhas, estabelecidas as classes ou categorias, o número de frequências, entre outros dados, para então construir o gráfico de barras (BRASSARD, 1994). Como exemplo de medição de dados por meio do histograma, tem-se as dimensões de peças, ou varia- ções de temperatura etc. O histograma clássico possui uma curva superposta a um gráfico de barras, geralmente na vertical. Quanto mais próxima esta curva estiver da medida central, mais dentro da normalidade ela se apresentará. Os quadros, a seguir, exemplificam uma análise de vida útil de equipamentos, com enfoque na frequên- cia de falhas que ocorrem durante o processo produtivo em horas. VIDA ÚTIL DE EQUIPAMENTOS Intervalo (Horas) Frequência 1000 - 1500 10 1500 - 2000 15 2000 - 2500 10 2500 - 3000 4 3000 - 4000 2 Tabela 7 - Exemplo de frequência de falhas em horas Fonte: do Autor (2015) Figura 127 - Exemplo de histograma vida útil de equipamento Fonte: do Autor (2015) 238 20 15 10 1000 - 1500 - 2000 - 2500 - 3000 - 1500 2000 2500 3000 4000 P a c o G io rd in i M o ra (2 0 1 5 ) 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Esta ferramenta auxilia na identificação da causa dos problemas no processo, por meio do formato e da largura de sua distribuição. E, portanto, torna-se uma ferramenta eficaz, prática e estática para estágios iniciais de análise de problemas (TENER, 2008). Leia agora como se aplica o Brainstorming. 10.1.7 BRAINSTORMING É uma ferramenta conhecida como tempestade de ideias ou geradora de ideias, capaz de promover a participação de pessoas de vários setores para a resolução de problemas, de maneira eficaz, por meio de uma seleção de ideias que poderão ser descritas em uma listagem. Os dois princípios que norteiam esta ferramenta são a ausência ou o atraso no julgamento e a criativi- dade em quantidade e qualidade. Para tanto, o pessoal envolvido deverá estar treinado com esta ferramenta, pois é necessário que exista um mediador para coletar as ideias, ponderá-las e selecioná-las, de maneira que ninguém se sinta menos- prezado por alguma sugestão que compartilhou com o grupo. Leia agora como são coletados dados a partir da elaboração do diagrama de dispersão. 10.1.8 DIAGRAMA DE DISPERSÃO É um gráfico que representa a relação de causa e efeito entre duas situações variáveis. É indicado para verificação da influência de uma determinada variável, variável de entrada, e o efeito, variável de saída. Esta ferramenta pode ser aplicada tanto na fase de análise do problema quanto na fase dos testes de hipóteses. Para aprimorar a análise de dispersão, pode-se utilizar a técnica de correlação. A relação pode ser linear ou seguir outra relação matemática. No quadro, a seguir, observe um exemplo de planilha para o gráfico de dispersão, evidenciando o aumento da disponibilidade de horas/máquinas em resposta ao investimento em treinamento dos manutentores. DATA TREINAMENTO EM REAIS (MIL) DISPONIBILIDADE (HORAS) 10/mar R$ 3.000,00 350 10/abr R$ 5.000,00 370 10/mai R$ 6.000,00 450 10/jun R$ 4.000,00 430 10/ju R$ 2.000,00 420 10/ago R$ 7.000,00 500 Tabela 8 - Planilha para o gráfico de dispersão Fonte: do Autor 239 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS A seguir, analise um exemplo de gráfico de dispersão, que demonstra o retorno do investimento feito em treinamento. Figura 128 - Gráfico de dispersão - retorno do investimento em treinamento Fonte: do Autor Analise como são elaboradas as Cartas de Controle. 10.1.9 CARTAS DE CONTROLE A carta de controle é simplesmente um gráfico de acompanhamento com uma linha superior (LSC) e uma linha inferior (LIC) em cada lado da linha média do processo, todos estatisticamente determinados. Existem dois tipos de carta de controle: a) por variáveis - grandezas quantificáveis: m, massa, resistência à compressão, mm, etc.; b) de atributo – peça aprovada ou reprovada (TERNER, 2008). 240 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Figura 129 - Exemplo de Gráfico de Controle para Estabelecer o comportamento de Falha de Máquinas Fonte: do Autor (2015) Na sequência, veremos como aplicar o MASP e suas ferramentas. 10.2 APLICAÇÕES O MASP é um método ordenado que utiliza, em cada uma de suas etapas, as ferramentas descritas an- teriormente, para identificar um problema, suas características, suas causas, o planejamento das ações de correção destas causas, bem como a verificação da eficácia da execução dessas ações e padronização desse conjunto de ações. É importante lembrar que o MASP segue a mesma ideologia do ciclo do PDCA e busca também a redu- ção de custos e maximização dos resultados. A análise do problema já selecionado para estudo proporcionará o acúmulo de relevantes informações a serem observadas e relatadas em cada etapa do MASP. A seguir, é necessário revisar todos os sintomas (causas) identificados, por meio das ferramentas da qua- lidade, como, por exemplo, os diagramas de Ishikawa e as listas de verificação. A partir dessas ferramentas, poderão ser evidenciados fatos e as relações de causa e efeito, na tentativa de solucionar o problema e conduzir para o caminho correto, evitando erros desnecessários. As demais etapas do MASP serão descritas e explicadas a seguir. Etapa 1 - Identificar o problema, reconhecer sua importância e utilizar para isso listas de verificação e brainstorming por exemplo. Etapa 2 – Observar e investigar as características relacionadas ao problema de maneira ampla e com diferentes pontos de vista, utilizando também listas de verificação e brain- storming por exemplo. Etapa 3 – Identificar e analisar as causas fundamentais utilizando listas de verificação, brainstorming, 5W1H e os diagramas de causa e feito, por exemplo. 241 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS Etapa 4 – Estabelecer o Plano de ação a fim de bloquear as causas fundamentais com a utilização de planos como o 5W2H, listas de verificação, etc. Etapa 5 - Executar a Ação para bloquear as causas fundamentais com a utilização de planos como o 5W2H, listas de verificação, etc. Etapa 6 - Verificar se o bloqueio foi efetivo com a utilização de listas de verificação, etc. Etapa 7 – Padronizar o planejamento utilizado e prevenir contra o reaparecimento do problema. Etapa 8 - Conclusão: Reavaliar todo o processo de solução do problema e estabelecer seu uso para futuros trabalhos. (TERNER, 2008). A existência desses passos e das ferramentas utilizadas em cada etapa é o que caracteriza o MASP e o di- fere de outros métodos, até mesmo do PDCA. E, o que o torna mais completo e estruturado para solucionar problemas complexos de uma empresa ou setor, como a manutenção de sistemas mecânicos. CASOS E RELATOS Aplicação do MASP em indústria do sul do Brasil A Manutenção Industrial de uma Unidade fabril em Santa Catarina utilizou o MASP para solucionar os problemas de uma linha de usinagem. Quando o Departamento decidiu implantar o MASP, já existia esta estrutura de gestão, o que auxiliou muito na obtenção de dados (com os registros existentes) e no sucesso da implantação, pois já existia um pessoal incumbido para fazê-lo. A estrutura de gerenciamento da manutenção estava centralizada em uma única gerência (no Departamento de Engenharia de Manutenção), a qual dispunha de um Gestor específico que respondia ao Gestor da Planta, Líderes de manutenção por área, especialistas em manutenção (planejamento e supervisão) e as equipes técnicas, com profissionais capacitados em automação industrial, elétrica, eletrônica, mecânica e lubrificação. Para registrode dados, eles utilizavam o sistema de informação computacional e planilhas de Ex- cel, mas alimentavam as planilhas manualmente, sobre o tempo e razão das paradas, inspeções e avarias dos equipamentos. 242 10 MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS A etapa de Execução contou com um cronograma de datas, facilitadores e operadores de produção, levantamento de materiais, recursos e ferramentas necessárias e programação de parada de equi- pamentos. A Efetividade da execução só foi possível no primeiro plano, de curto prazo, mas foi bem-sucedido, devido ao envolvimento de todos junto à gerência de manutenção. E para Concluir, a Padronização das ações serão garantidas por meio do segundo e terceiro plano, com a definição de um novo plano preventivo de manutenção e de inspeções de trabalho. (JER- EMIAS, 2010). Para a implantação do MASP, foram seguidas todas as etapas do Ciclo do PDCA e usadas algu- mas ferramentas da qualidade. Para a Identificação do problema, foi levantado todo o histórico de paradas de máquinas (número e tempo de paradas) entre 2009 e junho de 2010, usando listas de verificação com base nos registros computacionais de manutenção programada e corretiva. Para a etapa de Observação, também foram utilizadas listas de verificação, relatando o motivo, o tempo e a quantidade de paradas por Unidades de estação, com o intuito de identificar a que maior apre- sentou paradas. Na etapa de Análise, foram relatadas as falhas e suas causas pelo método de análise de solução dos problemas (diagrama de Causa e Efeito e o Método dos Porquês, de diagnóstico de modo de falhas), em várias unidades, como: unidade de painel elétrico, unidade de esteira, unidade sistema de desengraxe etc. Para a etapa do Plano de Ação, elaboraram a estratégia de priorização das ações sobre as causas fundamentais da etapa anterior em três planos. O primeiro plano de ação foi para ações de solução em curto prazo, como o restabelecimento das condições iniciais do equipamento e componentes que falharam, de acordo com o projeto. O segundo plano de ação foi para redefinir o padrão das condições básicas dos componentes que falharam e treinamento de toda a equipe de manuten- ção, em médio prazo. O terceiro e último plano de ação possuiu as ações de melhorias para solu- cionar as causas em longo prazo. 243 tgeps/2010-02/2010_2_tcc25.pdf>. http://www.producao.joinville.udesc.br/tgeps/ http://www.producao.joinville.udesc.br/tgeps/ MANUTENÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS RECAPITULANDO Neste capítulo, você estudou a importância de entender o conceito de complexidade a que um problema pode estar submetido e o grau de dificuldade que se pode encontrar para resolver os problemas mais complexos do trabalho. Além disso, percebeu que problema se refere a alcançar a meta. Quando isto não acontece dentro do prazo esperado, ou com a qualidade desejada e na quantidade almejada, algo precisa ser feito imediatamente para reverter a situação e buscar corrigir o que não deu certo. Estudou também que o MASP é uma ferramenta se divide em 8 estágios, com o qual, à medida que se tem um histórico, é possível ganhar em tempo e qualidade, agindo de forma preventiva na solução dos problemas mais complexos envolvendo os trabalhos de manutenção. 244 PEP-Programa de evolução profissional ELEMENTOS DE MÁQUINAS PEP-Programa de evolução profissional PNEUMÁTICA / HIDRÁULICA 2 Introdução à Pneumática O ar comprimido é, provavelmente, uma das mais antigas formas de transmissão de energia que o homem conhece, empregada e aproveitada para ampliar sua capacidade física. O reconhecimento da existência física do ar, bem como a sua utilização consciente para o trabalho, são comprovados há milhares de anos. O primeiro homem que, com certeza, sabemos se interessou pela pneumática, isto é, o emprego do ar comprimido como meio auxiliar de trabalho, foi o grego ktesibios. Há mais de 2000 anos ele construiu uma catapulta a ar comprimido. Um dos primeiros livros sobre o emprego do ar comprimido como transmissão de energia, data do 10 século D.C e descreve equipamentos que foram acionados com ar aquecido. Dos antigos gregos provem à expressão “PNEUMA” que significa fôlego, vento e, filosoficamente, alma. Derivando da palavra “PNEUMA”, surgiu, entre outros, o conceito de “PNEUMÁTICA”: a MATÉRIA dos movimentos dos gases e fenômenos dos gases. Embora, a base da pneumática seja um dos mais velhos conhecimentos da humanidade, foi preciso aguardar o século XIX para que o estudo de seu comportamento e de suas características se tornasse sistemático. Porém, pode-se dizer que somente após o ano 1950 é que ela foi realmente introduzida na produção indústria. Antes, porém, já existiam alguns campos de aplicação e aproveitamento da pneumática, como, por exemplo, a indústria mineira, a construção civil e a indústria ferroviária (freios a ar comprimido). A introdução, de forma mais generalizada, da pneumática na indústria, começou com a necessidade, cada vez maior, de automatização e racionalização dos processos de trabalho. Apesar de sua rejeição inicial, quase sempre proveniente da falta de conhecimento e instrução, ela foi aceita e o número de campos de aplicação tornou-se cada vez maior. Hoje, o ar comprimido tornou-se indispensável, e nos mais diferentes ramos industriais instalam-se aparelhos pneumáticos. 3 Vantagens e desvantagens do ar comprimido Vantagens - Volume: o ar a ser comprimido se encontra em quantidades ilimitadas. - Transporte: é facilmente transportável por tubulações. - Armazenagem: pode ser armazenado em reservatórios. - Temperatura: é insensível às oscilações de temperatura. - Segurança: não existe o perigo de explosão ou incêndio. - Construção: os elementos de trabalho são de construção simples. - Velocidade: permite alcançar altas velocidades de trabalho. - Regulagem: as velocidades e forças são reguláveis sem escala. - Segurança contra sobre carga: os elementos de trabalho são carregáveis até a parada final, sem prejuízo para o equipamento. Desvantagens: - Preparação: impurezas e umidades devem ser evitadas, pois provocam desgastes nos elementos pneumáticos. - Compressibilidade: não é possível se manter constante as velocidades de elementos de trabalho. - Potência: o ar é econômico até uma determinada força, cujo limite é 3000 Kgf. - Escape de ar: o escape é ruidoso. - Custos: a produção do ar comprido é onerosa, pois depende de outra forma de energia. O custo do ar comprimido torna-se elevado se na rede de distribuição e nos equipamentos, se houverem vazamentos consideráveis. 4 Propriedades do ar 1. Compressibilidade: O ar tem a propriedade de ocupar todo o volume de qualquer recipiente, adquirindo ser formato, já que não forma própria. Assim podemos fechá-lo em um recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma redução de volume usando uma força exterior. 2. Elasticidade: Possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial assim que instinto a força responsável pela redução. 3. Difusibilidade: Permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio gasoso que nãoesteja saturado. 5 4. Expansibilidade: Ocupa totalmente o volume de qualquer recipiente, adquirindo seu formato. 5. Peso do ar: Como toda matéria o ar tem peso. Um litro de ar, a 0ºC e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10-3 Kgf. O ar quente e mais leve do que o ar frio 6 1 kgflcm2 = 1 bar (0,981 bar) 1 bar = 14,22 psi 1 bar = 100 000 Pa = 10 Kpa 1 atm = 14,70 psi Sistema de Medidas Os sistemas de medidas usados na pneumática são: o internacional (SI) e o técnico. Unidades do Sistema Internacional Grandeza Unidade Símbolo Massa Quilograma Kg Intensidade de corrente Ampére A Tempo Segundo s Temperatura Kelvin K Comprimento Metro m Unidades derivadas Grandeza Unidade Símbolo Força newton (N) 1 N = 1kg.m.s-2 F Pressão pascal (Pa) 1 Pa = 1 N/m2 bar 1 bar =~ 10 N/cm2 p Trabalho joule (J) 1 J = 1 N.m Potência watt (w) 1 W = 1 N.m.s -1 P Unidade de pressão nos sistemas Internacional Pa Técnico Kgf/cm2 Inglês Psi ou lb/pol2 (pound square inch) Unidade de força nos sistemas Internacional newton Técnico Kgf Inglês lb (libra força) Conversão: 7 Exercícios: 1. Converta: 150 bar = psi 300 psi = kgf/cm² 15 atm = psi 195 lb/pol2 = bar 3,5 kgf/cm2 = lb/pol2 35 lb/pol2 = Kgf/cm2 Força, pressão e área Força: É toda causa capaz de modificar o estado de movimento ou causar deformações. É uma grandeza vetorial, e para ser caracterizada devemos conhecer sua intensidade, sentido e direção. Pressão: quando o ar ocupa um recipiente exerce sobre suas paredes uma força igual em todos os sentidos e direções. Ao se chocarem as moléculas produzem um tipo de bombardeio sobre essas paredes, gerando assim um pressão. Vazão: quantidade de fluido que passa através de uma tubulação durante um determinado intervalo de tempo. (Q = V/ t). P= Pressão F= Força A= Área Força = Pressão x Área Pressão = Força / Área Área = Força / Pressão 8 Fixação: Qual dos elementos exerce maior pressão sobre a terra? Sabendo que: Peso elefante: 4000 Kgf Área sobre o solo: Pata 600mm = 2830 cm2 x 4 Peso da bailarina: 50 Kgf Área sobre o solo: 30x 80mm = 2,4 cm2 Em um solo arenoso como deve estar à calibragem dos pneus. Mais cheios ou mais murchos? Pq? Utilizando a mesma força de lançamento, qual das fechas irá perfurar a fruta? Pq? Exercícios: 1. Calcular a força utilizando uma pressão de 6 bar em uma área 5 cm2. 2. Calcule a área de um cilindro para uma pressão de 200 psi e uma força de 500 Kgf. 9 3. Calcular em mm2 para uma pressão de 250 lb/pol2 e uma força de 1 tonelada. 4. Calcular o diâmetro do cilindro para uma pressão de 6 bar, utilizando uma força de 500 Kgf. 5. Calcular a força de avanço e de retorno para um cilindro de ø 100 mm do êmbolo e ø 20 mm da haste, utilizando uma pressão de 7 bar. 10 Produção e distribuição de ar comprimido 1. Compressor 2. Resfriador posterior arlar 3. Separador de condensados 4. Reservatório 5. Purgador automático 6. Pré-filtro coalescente 7. Secador 8. Purgador automático eletrônico 9. Pré-filtro coalescente grau x 10. Pré-filtro coalescente grau y 11. Pré-filtro coalescente grau z 12. Separador de água e óleo 11 Umidade O ar atmosférico é uma mistura de gases, principalmente de oxigênio e nitrogênio, e contém contaminantes de três tipos básicos: água, óleo e poeira. O compressor, ao admitir ar, aspira também os seus compostos e, ao comprimir, adiciona a esta mistura o calor sob a forma de pressão e temperatura, além de adicionar óleo lubrificante. Componentes com água sofrerão condensação e ocasionarão problemas. Sabemos que a quantidade de água absorvida pelo ar está relacionada com a sua temperatura e volume. Quando o ar é resfriado à pressão constante, a temperatura diminui, então a parcial do vapor será igual à pressão de saturação no ponto de orvalho. Qualquer resfriamento adicional provocará condensação da umidade. Denomina-se Ponto de Orvalho o estado termodinâmico correspondente ao início da condensação do vapor d'água, quando o ar úmido é resfriado e a pressão parcial do vapor é constante. A presença desta água condensada nas linhas de ar, causada pela diminuição de temperatura, terá como conseqüências: Oxidação da tubulação e componentes pneumáticos. Dissolução da película lubrificante existente entre as duas superfícies que estão em contato, acarretando desgaste prematuro e reduzindo a vida útil das peças,válvulas, cilindros, etc. Baixo rendimento da produção de peças. Arraste de partículas sólidas que prejudicarão o funcionamento dos componentes pneumáticos. Aumento do índice de manutenção Impossibilidade da aplicação em equipamentos de pulverização. Portanto, é da maior importância que grande parte da água, bem como dos resíduos de óleo, seja removida do ar para evitar redução de todos os dispositivos e máquinas pneumáticas. Principais componentes de produção e distribuição de ar comprimido: 1. Compressor 2. Resfriador 3. Reservatório 4. Secador 5. Tubulação 6. Unidade de conservação 12 Compressor Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar, admitido nas condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na execução dos trabalhos realizados pelo ar comprimido. Função: Simbologia Captar o ar comprimido; Aprisionar o ar; Elevar a pressão; Compressor de Simples Efeito ou Compressor Tipo Tronco Este tipo de compressor leva este nome por ter somente uma câmara de compressão, ou seja, apenas a face superior do pistão aspira o ar e comprime; a câmara formada pela face inferior está em conexão com o carter. O pistão está ligado diretamente ao virabrequim por uma biela (este sistema de ligação é denominado tronco), que proporciona um movimento alternativo de sobe e desce ao pistão, e o empuxo é totalmente transmitido ao cilindro de compressão. Iniciado o movimento descendente, o ar é aspirado por meio de válvulas de admissão, preenchendo a câmara de compressão. A compressão do ar tem início com o movimento da subida. Após obter-se uma pressão suficiente para abrir a válvula de descarga, o ar é expulso para o sistema. Compressor de Duplo Efeito - Compressor Tipo Cruzeta Este compressor é assim chamado por ter duas câmaras, ou seja, as duas faces do êmbolo aspiram e comprimem. O virabrequim está ligado a uma cruzeta por uma biela; a cruzeta, por sua vez, está ligada ao êmbolo por uma haste. Desta maneira consegue transmitir movimento alternativo ao 13 êmbolo, além do que, a força de empuxo não é mais transmitida ao cilindro de compressão e sim às paredes guias da cruzeta. O êmbolo efetua o movimento descendente e o ar é admitido na câmara superior, enquanto que o ar contido na câmara inferior é comprimido e expelido. Procedendo-se o movimento oposto, a câmara que havia efetuado a admissão do ar realiza a sua compressão e a que havia comprimido efetua a admissão. Os movimentos prosseguem desta maneira, durante a marcha do trabalho. Cilindros (Cabeçotes) São executados, geralmente, em ferro fundido perlítico de boa resistência mecânica, com dureza suficiente e boas características de lubrificação devido à presença de carbono sob a forma de grafite. Pode ser fundido com aletas para resfriamento com ar, ou com paredes duplas para resfriamento com água (usam-se geralmente o bloco de ferro fundido e camisas de aço). A quantidade de cilindros com camisas determina o número de estágios que podem ser: Êmbolo (pistão) O seu formato varia de acordo com a articulação existente entre ele e a biela. Nos compressores de S.E., o pé da biela se articula diretamente sobre o pistão eeste, ao subir, provoca empuxo na parede do cilindro. Em conseqüência, o êmbolo deve apresentar uma superfície de contato suficiente. No caso de D.E., o empuxo lateral é suportado pela cruzeta e o êmbolo é rigidamente preso à haste. Os êmbolos são feitos de ferro fundido ou ligas de alumínio. 14 Compressor de pistão com membrana Compressor de palheta Compressor Roots ou lóbulo 15 Compressor de Parafuso Este compressor é dotado de uma carcaça onde giram dois rotores helicoidais em sentidos opostos. Um dos rotores possui lóbulos convexos, o outro uma depressão côncava e são denominados, respectivamente, rotor macho e rotor fêmea. Os rotores são sincronizados por meio de engrenagens; entretanto existem fabricantes que fazem com que um rotor acione o outro por contato direto. O processo mais comum é acionar o rotor macho, obtendo-se uma velocidade menor do rotor fêmea. Estes rotores revolvem-se numa carcaça cuja superfície interna consiste de dois cilindros ligados como um "oito". Nas extremidades da câmara existem aberturas para admissão e descarga do ar. O ar à pressão atmosférica ocupa espaço entre os rotores e, conforme eles giram, o volume compreendido entre os mesmos é isolado da admissão. Em seguida, começa a decrescer, dando início à compressão. Esta prossegue até uma posição tal que a descarga é descoberta e o ar é descarregado continuamente, livre de pulsações. No tubo de descarga existe uma válvula de retenção, para evitar que a pressão faça o compressor trabalhar como motor durante os períodos em que estiver parado. Irregularidades na compressão Como na compressão o ar é aquecido, é normal um aquecimento do compressor. Porém, às vezes o aquecimento exagerado pode ser devido a uma das seguintes causas: a) Falta de óleo no carter b) Válvulas presas c) Ventilação insuficiente d) Válvulas sujas e) Óleo do carter viscoso demais f) Filtro de ar entupido 16 Resfriador Para resolver de maneira eficaz o problema inicial da água nas instalações de ar comprimido, o equipamento mais completo é o resfriador posterior, localizado entre a saída do compressor e o reservatório, pelo fato de que o ar comprimido na saída atinge sua maior temperatura. O resfriador posterior é simplesmente um trocador de calor utilizado para resfriar o ar comprimido. Como conseqüência deste resfriamento, permite-se retirar cerca de 75% a 90% do vapor de água contido no ar, bem como vapores de óleo; além de evitar que a linha de distribuição sofra uma dilatação, causada pela alta da temperatura de descarga do ar. Um resfriador posterior é constituído basicamente de duas partes: um corpo geralmente cilíndrico onde se alojam feixes de tubos confeccionados com materiais de boa condução de calor, formando no interior do corpo uma espécie de colméia. A segunda parte é um separador de condensado dotado de dreno. Devido à sinuosidade do caminho que o ar deve percorrer, provoca a eliminação da água condensada, que fica retida numa câmara. A parte inferior do separador é dotada de um dreno manual ou automático na maioria dos casos, através do qual a água condensada é expulsa para a atmosfera. Certamente, a capacidade do compressor influi diretamente no porte do resfriador. Função: Resfriar o ar; Reter impurezas em suas aletas Retirar a água do sistema (65% a 80%) 17 Reservatório Em geral, o reservatório possui as seguintes funções Armazenar o ar comprimido. Resfriar o ar auxiliando a eliminação do condensado. SIMBOLOGIA Compensar as flutuações de pressão em todo o sistema de distribuição. Estabilizar o fluxo de ar. Controlar as marchas dos compressores, etc. Os reservatórios são construídos no Brasil conforme a norma PNB 109 da A.B.N.T, que recomenda: Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da Pressão Máxima de Trabalho permitida, exceto quando a válvula de segurança estiver dando vazão; nesta condição, a pressão não deve ser excedida em mais de 6% do seu valor. Manutenção e inspeção obedece a norma NR13. Os reservatórios devem ser instalados de modo que todos os drenos, conexões e aberturas de inspeção sejam facilmente acessíveis, o mesma deve permanecer na sombra, para facilitar a condensação da umidade e do óleo contidos no ar comprimido; deve possuir um dreno no ponto mais baixo para fazer a remoção deste condensado acumulado. Os reservatórios são dotados ainda de manômetro, válvulas de segurança, e são submetidos a uma prova de pressão hidrostática, antes da utilização. 18 Desumidificação do Ar ou Secador A aquisição de um secador de ar comprimido pode figurar no orçamento de uma empresa como um alto investimento, um secador chegava a custar 25% do valor total da instalação de ar. Mas cálculos efetuados mostravam também os prejuízos causados pelo ar úmido: substituição de componentes pneumáticos, filtros, válvulas, cilindros danificados, impossibilidade de aplicar o ar em determinadas operações como pintura, pulverizações e ainda mais os refugos causados na produção de produtos. Concluiu-se que o emprego do secador tornou-se altamente lucrativo, sendo pago em pouco tempo de trabalho, considerando-se somente as peças que não eram mais refugadas pela produção. Os meios utilizados para secagem do ar são múltiplos. Vamos nos referir aos três mais importantes, tanto pelos resultados finais obtidos quanto por sua maior difusão. ' SIMBOLOGIA Secagem por Refrigeração O método de desumidificação do ar comprimido por refrigeração consiste em submeter o ar a uma temperatura suficientemente baixa, a fim de que a quantidade de água existente seja retirada em grande parte. Além de remover a água, provoca, no compartimento de resfriamento, uma emulsão com o óleo lubrificante do compressor, auxiliando na remoção de certa quantidade. 19 Secagem Por Absorção É o método que utiliza em um circuito uma substância sólida ou líquida, com capacidade de absorver outra substância líquida ou gasosa. Este processo é também chamado de Processo Químico de Secagem, pois o ar é conduzido no interior de um volume através de uma massa higroscópica que absorve a umidade do ar, processando-se uma reação química As principais substâncias utilizadas são: Cloreto de Cálcio, Cloreto de Lítio, Dry-o-Lite. Com a conseqüente diluição das substâncias, é necessária uma reposição regular, caso contrário o processo torna-se deficiente. A umidade retirada e a substância diluída são depositadas na parte inferior do invólucro, junto a um dreno, de onde são eliminadas para a atmosfera. Secagem Por Adsorção É a fixação das moléculas de um adsorvato na superfície de um adsorvente geralmente poroso e granulado, ou seja, é o processo de depositar moléculas de uma substância (ex. água) na superfície de outra substância, geralmente sólida (ex.SiO2). Este método também é conhecido por Processo Físico de Secagem, o processo de adsorção é regenerativo; a substância adsorvente, após estar saturada de umidade, permite a liberação de água quando submetida a um aquecimento regenerativo. 20 Rede de Distribuição A rede possui duas funções básicas: 1. Comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores. 2. Funcionar como um reservatório para atender às exigências locais. Um sistema de distribuição perfeitamente executado deve apresentar os seguintes requisitos: Pequena queda de pressão entre o compressor e as partes de consumo; Não apresentar escape de ar; Apresentar grande capacidade de realizar separação de condensado. Visando melhor performance na distribuição do ar, o layout deve ser construído em desenho isométrico ou escala, permitindo a obtenção do comprimento das tubulações nos diversos trechos.
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