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Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 1 FARMACOLOGIA CLÍNICA DAS DOENÇAS PULMONARES INFECCIOSAS Para o início destes tratamentos, se faz necessário que o médico identifique o agente etiológico, ademais, para que isso seja possível, a depender do agente, o paciente apresenta sinais clínicos específicos. TERAPIA EMPÍRICA: São classes de medicamentos que pela sintomatologia do paciente, se inicia a prescrição de fármacos. No caso de infecções bacterianas, é difícil identificar qual o patógeno mais provável, fazendo com que o médico indique um fármaco incorreto ou de espectro muito amplo. Alguns fármacos são padrão ouro para o tratamento de algumas patologias, tais como tuberculose, Mycoplasma... Assim, é necessário que seja feito um bom diagnóstico clínico, para que então seja identificado o patógeno mais provável e por fim, possa iniciar uma intervenção precoce e com menor espectro possível. PNEUMONIA Tratamento empírico; Agentes esperados – AMBULATORIAL → • Streptococcus pneumoniae • Mycoplasma pneumoniae • Clamydophila pneumoniae • Haemophilus influenzae Duração de tratamento: Baixa gravidade: 5-7 dias; Moderada a grave gravidade: 7-10 dias; PNEUMONIA COMUNITÁRIA → A pneumonia comunitária tem seu tratamento ocorrendo, na maioria dos casos em 7 dias, tendo em alguns casos, tratamento de 3-5 dias. Levar em consideração → se o paciente tem comorbidade, se ter fator de risco para resistência para o ATB, contraindicação por resistência ou alergia... Nesse tipo de paciente (sem comorbidade), prescrever amoxicilina ou amoxicilina + clavulanato por 7 dias; pode prescrever também um macrolídeo, como azitromicina ou claritromicina, sendo a diferença o tempo de tratamento. Em casos de paciente que já havia feito o uso recente de ATB ou com doenças mais graves, é indicado o uso de B-lactâmicos + macrolídeo, em associação. Tratamento de 5-7 dias. Em casos de paciente alérgico ou com contraindicação, usar fármacos únicos, tais como moxifloxacino, levofloxacino ou gemifloxacino. Posologia e via de administração de antibióticos utilizáveis no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade: Observar intervalo, dosagem e via de administração. Obs. ATBs em formas de comprimido de liberação prolongada são raros, visto que os processos infecciosos causados por bactérias devem ser tratados de maneira rápida. PNEUMONIA HOSPITALAR → Em alguns casos, o paciente fez o uso errado do medicamento ou o médico fez uma prescrição errada, podendo assim agravar seu quadro para uma pneumonia hospitalar. Esses pacientes necessitam, além da medicação, ventiladores mecânicos. Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 2 Após 48h de internação – incluindo associada à ventilação mecânica; Dificuldades diagnósticas: • Características clínicas e perfil de risco muito variadas • Infecções por microrganismos multirresistentes Agentes esperados (internados não UTI) • Streptococcus pneumoniae • Mycoplasma pneumoniae • Clamydophila pneumoniae • Haemophilus influenzae • Legionella sp. Agentes esperados (paciente grave) • Streptococcus pneumoniae • Bacilos gram-negativos • Haemophilus influenzae • Legionella sp. • Staphylococcus aureus Corticoide Controle da inflamação tecidual Reduz → • Tempo de internação • Tempo para estabilização clínica • Taxa de ventilação mecânica • Taxa de progressão para síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) Associar sempre que necessário, a depender da gravidade do paciente, podendo ser utilizado em pacientes portadores de pneumonia comunitária ou hospitalar. O tratamento em associação com corticoide para pacientes com pneumonia adquirida na comunidade tem como o principal fármaco a prednisona ou prednisolona (no Brasil). (verificar dosagem e tempo de administração na tabela). TUBERCULOSE A sudorese noturna, tosse seca e perda de peso ponderal, são fatores que indicam o diagnóstico de tuberculose, visto que a pneumonia não tem essa sintomatologia. Agente etiológico → Micobacterium tuberculosis; Micobactérias tem um crescimento lento, dentro do macrófago, fazendo assim com que o tratamento seja mais longo que o da pneumonia (sendo o tratamento de TB de 6 meses). Acolhimento → dúvidas e angústias; identificação de vulnerabilidades. É necessário o acolhimento, afim de fazer com que o paciente não abandone o tratamento. Orientação → sanar dúvidas com relação as características clínicas (da tuberculose e do tratamento); trazer informações referentes aos medicamentos (consequências do uso irregular, efeitos adversos e duração do tratamento). Mecanismos de ação → Fármacos de 1ª linha → • Isoniazida (NH) • Rifampicina • Pirazinamida • Etambutol Fármacos de 2ª linha → • Amicacina • Ácido aminossalicílico • Capreomicina • Ciprofloxacino • Levofloxacino • Clofazimina • Ciclosserina • Etionamida • Rifabutina Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 3 • Rifapentina Utilizar fármacos de 2ª linha em pacientes com contraindicações, alergias e resistência. localização do M tuberculosis x atuação dos medicamentos ANTITB → A associação de 4 medicamentos em pacientes com TB se dá, pois, cada medicamento atua de maneira diferente e em locais diferentes. Esquemas de tratamento da tuberculose e local de manejo clínico preferencial → ISONIAZIDA Adulto – 5 mg/Kg/dia; Máximo ao dia → 300mg VO/dia; Até 10mg/ Kg/dia (infecções graves); 15mg/Kg (900mg – 2x/semana). Criança – 5mg/Kg/dia REAÇÕES ADVERSAS: Hepatotoxicidade → acetiladores lentos e etilistas. Neuropatia periférica → em doses mais altas (acetiladores lentos, desnutrição, etilismo, diabetes melito, AIDS e uremia); associar com piridoxina para diminuição da neuropatia periférica. Deficiência de piridoxina → aumento de excreção (suplementar 50mg/dia). Acetilador lento: paciente com problema hepático, tendo metabolização diminuta dos fármacos. Algumas interações fármaco-isoniazida via inibição e indução de CYP → RIFAMICINAS Fármacos → • Rifampicina • Rifapentina • Rifabutina Alta permeabilidade em tecidos e células fagocíticas → atividade em abcessos e cavidades pulmonares. Posologia → 600mg/dia (10mg/Kg/dia), VO 600mg/dia/4 meses → tuberculose latente ou segunda opção de tuberculose. Efeitos adversos → coloração alaranjada inócua à urina, ao suor e as lágrimas. Mais raramente → Exantemas; Trombocitopenia Nefrite; Icterícia colestática; Icterícia hepática. Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 4 PIRAZINAMIDA Mecanismo de ação → ativada por condições acídicas → lisossomos de macrófagos, margens das cavidades necróticas da TB. Interfere → na síntese de ácido micólico e no transporte de membrana. Posologia → padrão: • 25mg/Kg/dia/VO. • 40-50mg/Kg, 2-3x/semana. • Doenças renais → 25 a 35mg/Kg, 3x/semana. Associado nos dois primeiros meses, visto que garantem melhor eficiência na terapia, a depender do quadro clínico do paciente. Efeitos adversos → • Hepatotoxicidade: principalmente em concentrações maiores (40 a 50mg/kg) eacompanhamento da função hepática. • Hiperuricemia: gota. ETAMBUTOL Mecanismo de ação: tuberculostático – síntese da parede celular. Posologia: • 15 a 25mg/Kg/dia/VO – associado à isoniazida e/ou rifampicina. Reações adversas: • Raras – acuidade visual reduzida, exantema e febre. No tratamento da tuberculose → Escolha do melhor esquema do tratamento: Prevenção da seleção de bacilos diferentes → associação de diferentes medicamentos. Ter atividade esterilizantes → tendo atividade em diferentes sítios e evitando recidivas. Esquemas de tratamento: Fase intensiva → 4 medicamentos por 2 meses: Redução da população, eliminar bacilos de resistência natural e diminuição do contágio Fase de manutenção → 2 medicamentos por 4 meses: eliminar bacilos restantes e redução da possibilidade de recidiva. Esquema básico para o tratamento de adultos e adolescentes: R – Rifampicina H – Isoniazida Z – Pirazinamida E – Etambutol Esquema básico para crianças (<10 anos de idade): Etambutol foi retirado por conta de reações adversas na visão. (EM CRIANÇAS). Grupos especiais → Gestantes: esquema básico nas doses habituais → neurotoxicidade ao feto por isoniazida (piridoxina – 50mg/dia). Sem contraindicações à amamentação – mãe portadora de mastite tuberculosa. Hepatopatas: • considerar hepatotoxicidade – calcular dose/peso; • elevação enzimática na 1ª fase – elevação assintomática em até 5x o limite; • elevação do sintomático – até 3x o limite. Hepatopatias → Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 5 • Após a redução das enzimas • Reintrodução do esquema básico • Rifampicina + Etambutol • Isoniazida • Pirazinamida Intervalo de 3-7 dias entre elas e sempre analisar a função hepática. Cirrose ou alteração hepática → • 5 meses de Capreomicina (3x/semana) + Etambutol + levofloxacino. ou • 7 meses de Etambutol + levofloxacino. Etilista → Análise da função hepática – pacientes com quadros graves de tuberculose. Nefropatia → Ajuste pela função renal – clearence de creatina < 30ml/min RHZE (2ª, 4ª e 6ª). RG (3ª e 5ª, sábado e domingo) – 2 meses na fase intensiva. RH diariamente – 4 meses na fase de manutenção. Diabetes → Hiperglicemia – infecções • Prolongamento da fase 1 (3 meses) Rifampicina é um importante indutor de P450 • Metabolização dos hipoglicemiantes o Caso o controle glicêmico não seja atingido → insulinoterapia. • Piridoxina (vitamina B6) 50mg/dia Pessoas com HIV → Esquema básico nas doses habituais • Falha terapêutica, recidiva e de resistência aos fármacos • Frequência de reações adversas Rifampicina x Rifambutina • Interação com o inibidor de protease • Medicamentos em dose fixa combinada CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO Evolução clínica não satisfatória • Prolongamento da fase intensiva o Baciloscopia positiva ao final do 2º mês do tratamento o Lesão ativa, com baciloscopia positiva ao final do 2º mês de tratamento ▪ Cultura para micobactéria com teste de sensibilidade • Reavaliar o tratamento com o resultado do TS ▪ Prolongando a fase de ataque (RHZE) por mais 30 dias. • Prolongamento da fase de manutenção o 4-7 meses ▪ Baciloscopias negativas, com evolução clínica e/ou radiológica insatisfatória; ▪ Baciloscopia positiva (poucos bacilos) 5º/6º mês de tratamento • Investigar TB resistente. FÁRMACOS DE 2ª LINHA Geralmente são considerados apenas nos seguintes casos: • Resistência aos agentes de 1ª linha; • Insucesso clínico com terapia convencional; • Reações medicamentosas adversas graves que restrinjam o tratamento; Maior toxicidade. Etionamida • Quimicamente relacionada com a isoniazida o Bloqueia a síntese dos ácidos micólicos. Posologia: • 250 mg/dia – aumentar até 1g/dia/VO o Irritação gástrica e sintomas neurológicos. Capreomicina • Inibidor da síntese do peptídeo proteico Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 6 • Tratamento da tuberculose resistente a fármacos Posologia: 1g/dia/IM • Nefrotóxica e ototóxica. o Zumbido, surdez e distúrbios vestibulares.
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