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1. Discuta os usos mais comuns de antibacterianos Os antibacterianos, também conhecidos como antibióticos, são medicamentos usados para combater infecções causadas por bactérias. Eles atuam matando ou interrompendo o crescimento das bactérias, ajudando o corpo a se recuperar da infecção. Os usos mais comuns de antibacterianos são para tratar infecções: ● Respiratórias: pneumonia, bronquite, sinusite, otite média, faringite estreptocócica. ● Urinárias: cistite, pielonefrite. ● Cutâneas: impetigo, celulite, erisipela. ● Gastrointestinais: gastroenterite bacteriana, salmonelose, shigelose. ● Sexualmente transmissíveis: gonorreia, clamídia, sífilis. ● Outras: meningite bacteriana, osteomielite, septicemia. 2. Enumere as classes de fármacos de acordo com seu mecanismo de ação 1. Fármacos que Atuam em Canais Iônicos: ● Agonistas: aumentam a abertura do canal, permitindo o fluxo de íons. ● Antagonistas: bloqueiam a abertura do canal, impedindo o fluxo de íons. ● Moduladores: alteram a função do canal sem necessariamente abrir ou fechar o canal. Exemplos: ● Agonistas dos canais de Na+: antidepressivos tricíclicos, cocaína. ● Antagonistas dos canais de Ca2+: bloqueadores dos canais de cálcio, nifedipina. ● Moduladores dos canais de K+: antiarrítmicos, amiodarona. 2. Fármacos que Atuam em Receptores: ● Agonistas: ativam o receptor, gerando uma resposta celular. ● Antagonistas: bloqueiam o receptor, impedindo a ativação do receptor. ● Agonistas Parciais: ativam o receptor, mas geram uma resposta celular menor do que um agonista completo. ● Antagonistas Inversos: diminuem a atividade basal do receptor. Exemplos: ● Agonistas dos receptores beta-adrenérgicos: salbutamol, adrenalina. ● Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos: propranolol, atenolol. ● Agonistas parciais dos receptores opioides: buprenorfina. ● Antagonistas inversos dos receptores benzodiazepínicos: flumazenil. 3. Fármacos que Atuam em Enzimas: ● Inibidores: inibem a atividade da enzima, diminuindo a produção de um produto. ● Ativadores: aumentam a atividade da enzima, aumentando a produção de um produto. Exemplos: ● Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): captopril, enalapril. ● Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS): fluoxetina, paroxetina. ● Ativadores da trombina: trombina recombinante. 4. Fármacos que Atuam em Transportadores: ● Inibidores: inibem a atividade do transportador, impedindo o transporte de moléculas. ● Ativadores: aumentam a atividade do transportador, aumentando o transporte de moléculas. Exemplos: ● Inibidores da bomba de prótons (IBP): omeprazol, pantoprazol. ● Inibidores da recaptação de dopamina: metilfenidato, anfetamina. 5. Fármacos que Atuam no DNA: ● Antibióticos intercalantes: intercalam-se entre as bases do DNA, impedindo a replicação do DNA. ● Antibióticos que inibem a topoisomerase:inibem a topoisomerase, uma enzima necessária para a replicação do DNA. Exemplos: ● Antibióticos intercalantes: doxorrubicina, daunorrubicina. ● Antibióticos que inibem a topoisomerase: ciprofloxacino, levofloxacino. 6. Fármacos que Atuam no RNA: ● Antissiêncios: ligam-se ao RNA mensageiro (RNAm), impedindo sua tradução em proteínas. ● MicroRNAs: moléculas de RNA que regulam a expressão de genes. 3. Explique o mecanismo de ação de beta-lactâmicos. Compare as diferenças e semelhanças com o mecanismo de ação de glicopetídeos. Beta-lactâmicos: Os beta-lactâmicos são um grupo de antibióticos que atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana. Eles fazem isso ligando-se às transpeptidases, enzimas que são essenciais para a formação da parede celular. Essa ligação bloqueia a cross-linking dos peptidoglicanos, impedindo a formação de uma parede celular forte e rígida. Sem uma parede celular adequada, a bactéria morre. Glicopeptídeos: Os glicopeptídeos também são um grupo de antibióticos que atuam na síntese da parede celular bacteriana. Eles se ligam à D-alanil-D-alanina, um componente terminal do peptidoglicano, impedindo a ligação de novos peptídeos à parede celular. Isso também bloqueia a cross-linking e leva à morte da bactéria. Diferenças: ● Alvo molecular: Beta-lactâmicos se ligam a transpeptidases, enquanto glicopeptídeos se ligam à D-alanil-D-alanina. ● Estrutura: Beta-lactâmicos possuem um anel beta-lactâmico, enquanto glicopeptídeos são moléculas complexas com múltiplos anéis de aminoácidos. ● Espectro de ação: Beta-lactâmicos têm um espectro mais amplo de ação, enquanto glicopeptídeos são mais específicos para bactérias Gram-positivas. Semelhanças: ● Mecanismo de ação: Ambos os grupos de antibióticos inibem a síntese da parede celular bacteriana. ● Efeito bactericida: Ambos os grupos matam as bactérias. ● Resistência bacteriana: Ambos os grupos podem ser afetados por resistência bacteriana. 4. Quais são os tipos de beta-lactâmicos? Quais as contra-indicações e efeitos adversos de cada tipo? Tipos de Beta-Lactâmicos: Os beta-lactâmicos são divididos em várias classes, de acordo com sua estrutura química e espectro de ação: ● Penicilinas: ○ Penicilinas naturais: penicilina G, penicilina V. ○ Penicilinas de amplo espectro: amoxicilina, ampicilina. ○ Penicilinas anti-pseudomonas: ticarcilina, piperacilina. ● Cefalosporinas: ○ Cefalosporinas de primeira geração:cefalexina, cefadroxil. ○ Cefalosporinas de segunda geração:cefuroxima, cefaclor. ○ Cefalosporinas de terceira geração:ceftriaxona, ceftazidima. ○ Cefalosporinas de quarta geração: cefepime. ● Monobactâmicos: aztreonam. ● Carbapenêmicos: imipenem, meropenem. ● Inibidores da beta-lactamase: clavulanato, tazobactam. Contra-indicações e Efeitos Adversos: Penicilinas: ● Contra-indicações: Alergia a penicilinas. ● Efeitos adversos: Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia), náuseas, vômitos, diarreia. Cefalosporinas: ● Contra-indicações: Alergia a cefalosporinas. ● Efeitos adversos: Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia), náuseas, vômitos, diarreia. Monobactâmicos: ● Contra-indicações: Alergia a monobactâmicos. ● Efeitos adversos: Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia), náuseas, vômitos, diarreia. Carbapenêmicos: ● Contra-indicações: Alergia a carbapenêmicos. ● Efeitos adversos: Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia), náuseas, vômitos, diarreia, convulsões. Inibidores da beta-lactamase: ● Contra-indicações: Alergia a inibidores da beta-lactamase. ● Efeitos adversos: Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia), náuseas, vômitos, diarreia. 5. Quais são os principais mecanismos de resistência aos beta-lactâmicos? Como eles se relacionam ao tipo de microrganismo? Explique Produção de beta-lactamases: As beta-lactamases são enzimas que hidrolisam o anel beta-lactâmico, inativando o antibiótico. As beta-lactamases podem ser classificadas em diferentes classes, de acordo com seu mecanismo de ação e espectro de atividade. ● Gram-negativas: ○ Beta-lactamases de espectro ampliado (ESBL): conferem resistência a penicilinas, cefalosporinas de primeira, segunda e algumas de terceira geração. ○ Carbapenemases: conferem resistência a carbapenêmicos, a classe mais potente de beta-lactâmicos. ● Gram-positivas: ○ Penicilinases: conferem resistência a penicilinas. ○ Cefalosporinases: conferem resistência a cefalosporinas. 2. Alteração das proteínas de ligação à penicilina (PBPs): As PBPs são proteínas transmembrana que são essenciais para a síntese da parede celular bacteriana. As PBPs são o alvo dos beta-lactâmicos. Mutações nas PBPs podem reduzir a afinidade dos beta-lactâmicos por essas proteínas, tornando a bactéria resistente ao antibiótico. 3. Permeabilidade da membrana celular: A permeabilidade da membrana celular pode dificultar a entrada dos beta-lactâmicos na bactéria, tornando-a resistente ao antibiótico. 6. Por que penicilinas são associadas ao ácido clavulânico? As principais razões para associar penicilinas ao ácido clavulânico são:● Ampliar o espectro de ação: O ácido clavulânico protege a penicilina da inativação por beta-lactamases, permitindo que a penicilina atue contra um maior número de bactérias, incluindo aquelas que produzem beta-lactamases. ● Melhorar a eficácia: A combinação de penicilina e ácido clavulânico pode ser mais eficaz do que a penicilina sozinha no tratamento de infecções causadas por bactérias resistentes. ● Reduzir a necessidade de antibióticos mais potentes: A associação de penicilinas com ácido clavulânico pode ser uma alternativa ao uso de antibióticos mais potentes e reservados, como carbapenêmicos, que podem ter maior risco de efeitos colaterais e desenvolvimento de resistência. Quais são as subclasses de penicilinas? Compare-as quanto à penetração no microrganismo, susceptibilidade à beta-lactamase e espectro. Compare as principais características farmacocinéticas e usos de cada subclasse. Dê exemplos de fármacos de cada subclasse. 1. Penicilinas naturais: ● Penicilina G: ○ Boa penetração em cocos Gram-positivos e algumas bactérias Gram-negativas. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Estreptococos, Estafilococos, Neisseria meningitidis, Treponema pallidum. ○ Farmacocinética: Administração parenteral, meia-vida curta, excreção renal. ○ Usos: Infecções por cocos Gram-positivos, sífilis, meningite meningocócica. ● Penicilina V: ○ Boa penetração em cocos Gram-positivos. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Estreptococos, Estafilococos. ○ Farmacocinética: Administração oral, meia-vida curta, excreção renal. ○ Usos: Infecções por cocos Gram-positivos leves a moderadas. 2. Penicilinas de amplo espectro: ● Amoxicilina: ○ Boa penetração em cocos Gram-positivos e Gram-negativos. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Estreptococos, Estafilococos, Haemophilus influenzae, Escherichia coli, Proteus mirabilis. ○ Farmacocinética: Administração oral e parenteral, meia-vida moderada, excreção renal. ○ Usos: Infecções por cocos Gram-positivos e Gram-negativos, otite média, pneumonia, pielonefrite. ● Ampicilina: ○ Boa penetração em cocos Gram-positivos e Gram-negativos. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Estreptococos, Estafilococos, Haemophilus influenzae, Escherichia coli, Salmonella spp., Shigella spp. ○ Farmacocinética: Administração oral e parenteral, meia-vida moderada, excreção renal. ○ Usos: Infecções por cocos Gram-positivos e Gram-negativos, meningite meningocócica, septicemia. 3. Penicilinas anti-pseudomonas: ● Ticarcilina: ○ Boa penetração em Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp., Klebsiella pneumoniae. ○ Farmacocinética: Administração parenteral, meia-vida longa, excreção renal. ○ Usos: Infecções graves por Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. ● Piperacilina: ○ Boa penetração em Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. ○ Suscetível à maioria das beta-lactamases. ○ Espectro: Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp., Klebsiella pneumoniae, Bacteroides fragilis. ○ Farmacocinética: Administração parenteral, meia-vida moderada, excreção renal. ○ Usos: Infecções graves por Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos, incluindo anaeróbios. 4. Penicilinas resistentes à beta-lactamase: ● Oxacilina: ○ Boa penetração em cocos Gram-positivos. ○ Resistente à maioria das beta-lactamases estafilocócicas. ○ Espectro: Estafilococos produtores de beta-lactamase. ○ Farmacocinética: Administração oral e parenteral, meia-vida moderada, excreção renal. ○ Usos: Infecções por Estafilococos produtores de beta-lactamase, incluindo pneumonia e osteomielite. 5. Inibidores da beta-lactamase: ● Ácido clavulânico: ○ Inibidor da beta-lactamase. ○ Amplia o espectro de penicilinas para incluir bactérias produtoras de beta-lactamase. ○ Usado em combinação com penicilinas. 8. Por que a administração de Benzatacil dói tanto? 1. Viscosidade: O Benzatacil é um medicamento com alta viscosidade, o que dificulta sua passagem através do músculo. Isso pode levar à distensão do tecido muscular e à ativação de nociceptores, os receptores de dor. 2. Cristais: O Benzatacil contém pequenos cristais de penicilina benzatina. Se esses cristais não forem completamente dissolvidos antes da aplicação, podem causar microtraumas no tecido muscular, levando à dor. 3. Agulha grossa: A administração de Benzatacil geralmente é feita com uma agulha grossa, o que pode causar mais dor do que uma agulha fina. 4. Volume: A dose usual de Benzatacil pode ser de até 2ml, o que pode ser um volume significativo para injeção intramuscular. 5. Reação local: A injeção de Benzatacil pode causar uma reação local no local da aplicação, como vermelhidão, inchaço, dor e endurecimento. Essa reação geralmente é leve e desaparece em alguns dias. 9. Como são classificadas as Cefalosporinas? Dê exemplos de fármacos de cada subclasse e seus principais usos. 2ª Geração: ● Cefuroxima: ○ Boa atividade contra cocos Gram-positivos e alguns bacilos Gram-negativos. ○ Usos: Infecções de pele e tecidos moles, infecções do trato respiratório, meningite. ● Cefaclor: ○ Boa atividade contra cocos Gram-positivos e alguns bacilos Gram-negativos. ○ Usos: Infecções de pele e tecidos moles, otite média, sinusite. 3ª Geração: ● Ceftriaxona: ○ Amplo espectro de ação, incluindo cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e algumas anaeróbias. ○ Usos: Infecções graves por cocos Gram-positivos e bacilos Gram-negativos, meningite, pneumonia, septicemia. ● Ceftazidima: ○ Amplo espectro de ação, incluindo cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e Pseudomonas aeruginosa. ○ Usos: Infecções graves por cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e Pseudomonas aeruginosa, pneumonia, septicemia. 4ª Geração: ● Cefepime: ○ Boa atividade contra cocos Gram-positivos e bacilos Gram-negativos, incluindo Pseudomonas aeruginosa. ○ Usos: Infecções graves por cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e Pseudomonas aeruginosa, pneumonia, septicemia. 5ª Geração: ● Ceftaroline: ○ Amplo espectro de ação, incluindo cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e meticilina-resistente Staphylococcus aureus (MRSA). ○ Usos: Infecções graves por cocos Gram-positivos, bacilos Gram-negativos e MRSA, pneumonia, septicemia. 10. Compare a segurança e efeitos adversos de pencilinas, cefalosporinas e vancomicina Penicilinas: ● Segurança: ○ Geralmente seguras, com baixo risco de efeitos adversos graves. ○ Contraindicadas em pacientes com alergia a penicilinas. ● Efeitos adversos: ○ Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia). ○ Náuseas, vômitos, diarreia. Cefalosporinas: ● Segurança: ○ Geralmente seguras, com baixo risco de efeitos adversos graves. ○ Contraindicadas em pacientes com alergia a cefalosporinas. ○ Reação cruzada com penicilinas em até 10% dos casos. ● Efeitos adversos: ○ Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia). ○ Náuseas, vômitos, diarreia. ○ Colite pseudomembranosa (raro). Vancomicina: ● Segurança: ○ Mais risco de efeitos adversos graves do que penicilinas e cefalosporinas. ○ Contraindicada em pacientes com alergia a vancomicina. ● Efeitos adversos: ○ Reações alérgicas (rash cutâneo, urticária, angioedema, anafilaxia). ○ Nefrotoxicidade (toxicidade renal). ○ Ototoxicidade (toxicidade auditiva). ○ Flebite (inflamação da veia). Comparação: ● Penicilinas: geralmente a classe mais segura, com menor risco de efeitos adversos graves. ● Cefalosporinas: similar à segurança das penicilinas, mas com maior risco de reações cruzadas em pacientes alérgicos à penicilina. ● Vancomicina: maior risco de efeitos adversos graves, principalmente nefrotoxicidade e ototoxicidade. 11. Compare macrolídeos e aminoglicosídeos quanto ao mecanismo de ação, segurança e efeitos adversos Mecanismo de ação: ● Macrolídeos: inibem a síntese de proteínas bacterianas ligando-seà subunidade 50S do ribossoma. ● Aminoglicosídeos: inibem a síntese de proteínas bacterianas ligando-se à subunidade 30S do ribossoma. Segurança: ● Macrolídeos: geralmente seguros, com baixo risco de efeitos adversos graves. ● Aminoglicosídeos: maior risco de efeitos adversos graves, principalmente ototoxicidade e nefrotoxicidade. Efeitos adversos: ● Macrolídeos: ○ Náuseas, vômitos, diarreia. ○ Prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma (risco de arritmias cardíacas). ○ Interações medicamentosas com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT. ● Aminoglicosídeos: ○ Ototoxicidade (perda auditiva). ○ Nefrotoxicidade (toxicidade renal). ○ Bloqueio neuromuscular (fraqueza muscular). Comparação: ● Macrolídeos: geralmente mais seguros que os aminoglicosídeos, com menor risco de efeitos adversos graves. ● Aminoglicosídeos: mais eficazes contra algumas bactérias gram-negativas, mas com maior risco de efeitos adversos graves. 12. Por que, a despeito de seu mecanismo de ação inespecífico, a nitrofurantoína é usada em gestantes? Com seu mecanismos de ação inespecífico, há desenvolvimento de resistência a esse fármacos? Avalie suas vantagens e desvantagens comparado aos beta-lactâmicos. A nitrofurantoína possui um mecanismo de ação inespecífico, danificando o DNA bacteriano e outras moléculas essenciais. Essa ação inespecífica a torna ativa contra uma ampla gama de bactérias, incluindo Gram-positivas e Gram-negativas. Uso em gestantes: A nitrofurantoína é um dos poucos antibióticos considerados seguros para uso durante a gestação, especialmente no segundo e terceiro trimestres, para o tratamento de infecções do trato urinário (ITU). Sua segurança se deve à sua baixa absorção sistêmica e alta concentração na urina, minimizando os riscos para o feto. 13. Compare a base da seletividade das classes de antibacterianos estudadas. A seletividade dos antibacterianos é a capacidade de agir sobre as bactérias sem afetar as células do hospedeiro. Essa seletividade se baseia em diferenças entre as estruturas das células bacterianas e das células eucariontes. Classes de Antibacterianos: ● Beta-lactâmicos: inibem a síntese da parede celular bacteriana, que é presente em bactérias e não em células eucariontes. ● Aminoglicosídeos: inibem a síntese de proteínas bacterianas, ligando-se à subunidade 30S do ribossoma bacteriano, que é diferente do ribossoma eucariótico. ● Macrolídeos: inibem a síntese de proteínas bacterianas, ligando-se à subunidade 50S do ribossoma bacteriano, que é diferente do ribossoma eucariótico. ● Quinolonas: inibem a replicação do DNA bacteriano, ligando-se à enzima DNA girase, que é essencial para a replicação do DNA bacteriano e não está presente em células eucariontes. ● Tetraciclinas: inibem a síntese de proteínas bacterianas, ligando-se à subunidade 30S do ribossoma bacteriano e bloqueando a ligação do aminoácido tRNA ao ribossoma. 14. Descreva o mecanismo de ação das sulfas e justique sua seletividade para bactérias. As sulfas são um grupo de antibióticos que atuam como análogos competitivos do ácido para-aminobenzoico (PABA). O PABA é um precursor essencial na síntese do ácido fólico, que é fundamental para o crescimento bacteriano. Mecanismo de ação: 1. As sulfas se ligam à dihidropteroato sintetase (DHPS), uma enzima essencial na via de síntese do ácido fólico. 2. Essa ligação impede que o PABA se ligue à DHPS, bloqueando a produção de ácido fólico. 3. Sem ácido fólico, a bactéria não pode sintetizar DNA e proteínas, e morre. Seletividade para bactérias: As sulfas são seletivas para bactérias porque as células eucariontes não sintetizam seu próprio ácido fólico. Elas obtêm o ácido fólico da dieta, então as sulfas não afetam seu crescimento. 15. Discuta as principais características farmacocinéticas das sulfas e justifique seu principal efeito tóxico em neonatos com base nessas características Absorção: ● As sulfas são bem absorvidas por via oral. ● A absorção pode ser variável, dependendo da formulação e da presença de alimentos no estômago. Distribuição: ● As sulfas se distribuem amplamente no corpo, incluindo o sistema nervoso central (SNC), líquido cefalorraquidiano (LCR) e leite materno. Excreção: ● As sulfas são excretadas principalmente na urina e bile. ● A excreção pode ser lenta em neonatos, devido à imaturidade da função renal. Efeito tóxico em neonatos: ● O principal efeito tóxico das sulfas em neonatos é a kernicterus, uma condição caracterizada pela bilirrubina não conjugada no sangue que se deposita no cérebro, podendo causar danos neurológicos permanentes. ● A kernicterus é mais comum em neonatos porque: ○ A função renal imatura dos neonatos leva à excreção lenta das sulfas, aumentando a sua concentração no sangue. ○ A barreira hematoencefálica dos neonatos é imatura, permitindo que a bilirrubina não conjugada passe do sangue para o cérebro. ○ As sulfas podem deslocar a bilirrubina da albumina, aumentando a quantidade de bilirrubina livre no sangue. Outras características farmacocinéticas: ● Meia-vida de eliminação: A meia-vida de eliminação das sulfas pode ser prolongada em neonatos, o que aumenta o risco de toxicidade. ● Volume de distribuição: O volume de distribuição das sulfas é maior em neonatos do que em adultos, o que pode levar a concentrações mais elevadas do medicamento no sangue. Prevenção da kernicterus: ● Monitorar os níveis de bilirrubina em neonatos que estão recebendo sulfas. ● Interromper o uso de sulfas se os níveis de bilirrubina aumentarem. ● Fototerapia pode ser utilizada para reduzir os níveis de bilirrubina. 16. Justifique interações medicamentosas associadas às sulfa 1. Anticoagulantes: ● As sulfas podem aumentar o efeito dos anticoagulantes, como varfarina, aumentando o risco de sangramento. 2. Metotrexato: ● As sulfas podem aumentar a concentração de metotrexato no sangue, aumentando o risco de toxicidade. 3. Probenecida: ● A probenecida pode bloquear a excreção das sulfas, aumentando o risco de toxicidade. 4. Antidiabéticos orais: ● As sulfas podem aumentar o efeito dos antidiabéticos orais, como a sulfonilureia, aumentando o risco de hipoglicemia. 5. Vacinas: ● As sulfas podem interferir na resposta imune às vacinas vivas atenuadas, como a vacina contra a febre amarela. Mecanismos das interações: ● As sulfas podem deslocar outros medicamentos da albumina, aumentando a sua concentração livre no sangue. ● As sulfas podem competir com outros medicamentos pelas mesmas vias de excreção, aumentando o risco de toxicidade. ● As sulfas podem inibir ou induzir enzimas do citocromo P450, alterando o metabolismo de outros medicamentos.