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Rins Função Os rins têm como principal função manter a composição dos líquidos corporais dentro do âmbito fisiológico. Eles realizam essa função por meio da filtração do plasma sanguíneo, removendo os produtos finais do metabolismo das células, inicialmente extraindo um grande volume de líquido ultrafiltrado, também conhecido como urina primária. Em seguida, o ultrafiltrado será submetido a um novo processamento, onde as substâncias úteis como água, glicose, eletrólitos e aminoácidos, serão seletivamente reabsorvidos e as substâncias desnecessárias são concentradas para a eliminação, formando assim a urina secundária. Os rins também desempenham funções endócrinas, como a produção da renina, que é responsável por converter a angiotensina em angiotensina I. Então, no rim, uma enzima de conversão irá transformar a angiotensina I em angiotensina II, que causa a constrição das artérias e, consequentemente, aumenta a pressão sanguínea. Outro hormônio produzido pelos rins é a bradicinina, que desempenha a função de dilatação dos vasos sanguíneos. Também, há a produção de eritropoietina, que intensifica a eritropoiese. Estrutura e diferenças entre as espécies domésticas Os rins são órgãos parenquimatosos, de consistência firme e coloração marrom-avermelhada, que se encontram retroperitonealmente comprimidos contra a parede dorsal do abdome, em ambos os lados da coluna vertebral. Também são revestidos por uma cápsula fibrosa, a cápsula renal. Sua forma varia muito dentre as espécies domésticas, mas em geral, se assemelha ao grão de feijão, com superfície lisa, como ocorre em cães, felinos e pequenos ruminantes. Os rins do suíno são mais achatados. O rim direito do cavalo apresenta formato de coração, já o esquerdo possui um formato entre grão de feijão e uma pirâmide. Em contrapartida, nos bovinos, os rins apresentam uma superfície com várias fissuras, que formam lobos. O rim direito, com exceção dos suínos está deslocado mais cranialmente em relação ao esquerdo, localizando-se na parte cranial da cavidade abdominal. O rim é dividido em faces ventral e dorsal; margens lateral e medial e extremidades cranial e caudal. Na margem medial, é possível observar uma depressão que forma o hilo renal que, ao se aprofundar no parênquima renal, forma o seio renal. O hilo é composto pela artéria e veia renal, terminações nervosas, vasos linfáticos e ureter. A pelve renal é a extremidade inicial e dilatada dos ureteres que se aloja no seio renal. Há controvérsias sobre a sua existência em bovinos, alguns autores dizem que não, já outros consideram que estes animais possuem uma pelve renal tubular. O parênquima renal, que é revestido pela cápsula renal, pode ser dividido em córtex e medula renal. O córtex renal tem coloração marrom-avermelhada, possui aparência granular fina e é recortado por linhas radiadas, onde se encontra o percurso das artérias radiadas. Já a medula renal é composta por uma zona externa escura e uma zona interna mais clara, que possui estrias radiadas e se projeta até o seio renal. Cada medula e córtex homólogo constitui um lobo renal. Ainda no parênquima renal, são encontrados os néfrons que são as unidades morfofuncionais. Eles são conjuntos de células que formam uma estrutura tubular microscópica com a função de filtrar o sangue. De cada néfron origina-se de um glomérulo renal. Este e a cápsula glomerular, quando unidos, formam o corpúsculo renal, visível a olho nú, dando a aparência granulada fina em todo o córtex. O restante do néfron é composto de um tubo contínuo, que pode ser dividido em vários segmentos, distribuídos no córtex e, principalmente, na medula renal. A medula renal, por seu formato que apresenta uma base e um ápice, também pode ser chamada de pirâmide renal. O ápice está voltado para o hilo renal, enquanto a base está voltada para o córtex. Ainda, suínos e bovinos têm a medula composta de várias pirâmides renais e lobos renais que podem ser percebidas na superfície do rim em bovinos, ou não, como nos suínos. Por esse motivo, são classificadas como multipiramidais/multilobados e os ápices de suas pirâmides são denominados de papilas renais. Já os carnívoros e pequenos ruminantes não possuem essas separações, assim, contendo uma única pirâmide renal e um único lobo renal. Sendo assim, classificadas como unipiramidais/unilobados e seus ápices são chamados de cristas renais. Os rins que possuem crista renal, apresentam os recessos renais (estruturas tubulares que recebem a urina secundária e a conduzem para a pelve renal). Enquanto os rins que possuem papilas renais, vão apresentar cálices renais, com função homóloga aos recessos renais. REFERÊNCIAS DYCE, K. M.; WENSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de anatomia veterinária. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. 4a ed, Porto Alegre: Artmed, 2011
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