Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Toxoplasmose Congênita Nome: Vitória Ferreira Pediatria Epidemiologia ● Estima-se que nasça 1 a 10 crianças infectadas a cada 10.000 nascidos vivos no mundo ● 50-60% das mulheres em idade fértil já foram infectadas ● Em 2020 a soroprevalência em gestantes no Mato Grosso do Sul foi de 91,6% ● Zoonose causada pelo Toxoplasma gondii ● Hospedeiro definitivo: gato ● Hospedeiro intermediário: humanos ● Transmitido na ingestão de cistos teciduais presentes em carne animal crua ou mal-passada ou pela ingestão de oocistos em mãos, alimentos e água com fezes de gatos contaminados Etiopatogenia Infecção em adultos ● Maioria assintomática e autolimitada ● 10 -20% → SÍndrome Mononucleose-like ○ Febre baixa ○ Linfadenopatia cervical ○ Mal-estar ○ Evolui com cistos teciduais ■ Ciclo incompleto no humano ■ Só tem repercussão clínica em imunodeprimidos Transmissão transplacentária Acontece por: ● Infecção aguda durante gestação ● Reativação ou reinfecção ○ Só em imunodeprimidos ● Risco de transmissão é de acordo com a idade gestacional no momento da infecção aguda Risco de transmissão e gravidade da doença → A gravidade das lesões é inversamente proporcional à idade gestacional ● De acordo com a idade gestacional no momento da infecção → 1º trimestre: 17% → 2º trismentre: 25% → 3º trimestre: 75% ● De acordo com a idade gestacional no momento da transmissão → 1 trimestre: mais grave e com mais achados clínicos → 3º trimestre: leve ou assintomática Risco de transmissão Gravidade da doença ● Assintomático em 85% casos ○ Suspeita pela história da mãe ● Restrição ao crescimento intrauterino ● Prematuridade ● Alteração liquórica: pleocitose, hiperproteinorraquia ● Cicatrizes de retinocoroidite ○ Mesmo os assintomáticos podem evoluir com reitinocoroidite tardia Quadro clínico RN Triade de Sabin ● Calcificações intracranianas difusas ● Retinocoroidite ● Hidrocefalia Achados gerais: ● Hepatoesplenomegalia, ● Anemia ● Icterícia ● Linfadenomegalia ● Macro e microcefalia Sintomas Sequelas Mercury It’s the closest planet to the Sun and the smallest in the System Mars Despite being red, Mars is actually a cold place. It’s full of iron oxide Venus Venus has a beautiful name and is the second planet from the Sun Pode cursar com distúrbios endócrinos ao longo da vida: ● Hipotireoidismo ● Diabetes insipidus ● Deficiência de GH ● Puberdade precoce Diagnóstico na gestante ● É uma doença de triagem obrigatória pelo MS ● Triagem pré natal 1º e 3º trimestre ● Coleta de sorologia IgM e IgG do toxoplasma gondii IgM ○ Eleva 1 a 2 semanas após a infecção aguda ○ Permanece por 2 a 3 meses ○ Pode ser falso positivo ■ Pode ficar anos alto IgG ○ Eleva 1 a 2 semanas após infecção aguda ○ Pico em 3 a 6 meses Infecção aguda pelo IgG: ● Soroconversão ● Aumento em pelo menos 4x o título Diagnóstico na gestante Índice de avidez do IgG ● Estima o momento que aconteceu a infecção aguda Baixa avidez (<30%) ● infecção aguda recente Alta avidez (>60%) ● infecção aguda ocorreu há mais de 3-4 meses Suspeita de toxoplasmose gestacional? ● anormalidades fetais na USG: hidrocefalia, calcificações cerebrais hepáticas e placentárias, hepatoesplenomega lia, ascite, cardiomegalia Qual exame pedir? →PCR em líquido amniótico: amniocentese ● Identifica se tem toxoplasma no liquido amniotico Indicações ● Sorologia sugerindo infecção aguda gestacional ● Evidência de acometimento fetal na USG obstétrica Diagnóstico na gestante Toxoplasmose comprovada ● Soroconversão gestacional ● Detectação do DNA do toxoplasma em liquido amniótico Provável ● IgG + e IgM + com baixo índice de avidez ● Aumento progressivo nos títulos IgG e IgM ● IgM + e historia clinica sugestiva de toxoplasmose gestacional Improvável ● IgG + e IgM + ou - com índice alto de avidez → colhido antes de 12 semanas gestação Ausente ● IgG - e IgM - durante a gestação ● IgG + antes da concepção ● IgM + sem aparecimento de IgG Diagnóstico no RN ● Sorologia ○ IgG tem passagem transplacentária ● Infecção aguda se IgG RN > ou = 4x IgG materno ● IgG não negativar em até 1 ano de vida ● IgM indica infecção congênita ○ confirmar com 2-5 dias de vida Toxoplasmose congênita comprovada ● PCR + para toxoplasmose no líquido amniótico ● IgM + entre 2 dias e 6 meses de vida ● Sinais e/ou sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita ○ Em filhos de mães com IgG positiva para toxoplasmose após excluir outras etiologias ● Persistência de IgG positivo após 1 ano ○ Independente de sinais ou sintomas Exames complementares ● Hemograma completo ● Função hepática ● LCR: celularidade, bioquímica e PCR ● USG transfontanela e/ou TC de crânio ○ Calcificações e hidrocefalia ● Fundo de olho ○ Retinocoroidite ● PEATE (Potencial evocado auditivo tronco encefálico) Tratamento Toxoplasmose gestacional ● Começar ao diagnóstico → Soroconversão de IgG ● Espiramicina ○ Iniciar nas primeiras 3 semanas de infecção aguda ○ Manter até o final da gestação ○ Reduzir a transmissão vertical Toxoplasmose congênita e Toxoplasmose gestacional ⇨ Notificação compulsória Tratamento Toxoplasmose fetal ● Infecção comprovada ou altamente suspeita ○ PCR de líquido amniótico + ou achados na USG ● Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido fólico Toxoplasmose congênita ○ Toxoplasmose congênita comprovada ○ Filhos de mães com toxoplasmose comprovada ou provável ○ Sulfadiazina + Pirimetamina + Acido fólico → 12 meses ○ Prednisona → Retinocoroidite ou Hiperproteinorraquia Efeito adverso ● Neutropenia: uso de pirimetamina ● Prevenção e tratamento → ácido fólico ● Rastreamento pelo hemograma ○ Semanal primeiros 2 meses ○ Bissemanal 2 a 4 meses ○ Mensal até o final do tratamento Acompanhamento →Crianças assintomáticas e não tratadas ● Dosar IgG a cada 2 meses no primeiro ano → Crianças tratadas ● Avaliação oftalmológica semestral até idade escolar ● Depois anual Referências ● NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 19ª Edição. Elsevier. 2013. ● Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria. Manole, 2009. ● SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (2020). Toxoplasmose Congênita. Disponível em <https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/toxoplasmose-congenit a.> ● Walcher. DL. Comparsi, B. Pedroso, D. Toxoplasmose gestacional: uma revisão. Rev Bras de Anal Clín, 49(4): 323-327, 2017.
Compartilhar