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Universidade Santa Cecília Filosofia Jurídica 2022 MONTESQUIEU Grupo: Julia Santiago – RA: 217420; Matheus Lopes – RA:200814; Maria Clara da Silva – RA: 219685; Tatiana Freitas RA: 220834; Daniel Martins RA: 211860 1 Sumário 1. Iluminismo ............................................................................................................................ 2 1.a Montesquieu Pequena Biografia ........................................................................................ 2 2. O que Montesquieu defendia ................................................................................................. 2 2.a Principais Obras ................................................................................................................. 3 3. O conceito de Lei .................................................................................................................. 3 3.a Espírito das leis - relações entre as leis (positivas) e diversas coisas ............................... 4 3.b Princípio do governo ........................................................................................................ 4 4. Tripartição dos Poderes ......................................................................................................... 8 4.a De onde surgiu a separação de poderes? ............................................................................. 8 4.b As atribuições de cada Esfera de Poder ............................................................................ 9 4.c Mecanismos de freios e contrapesos .................................................................................. 9 5. Curiosidades ........................................................................................................................ 10 6. Perguntas ................................................................................................................................ 12 7. Bibliografia .......................................................................................................................... 12 2 1. Iluminismo O iluminismo foi um movimento que ocorreu entre o final do século XVII e durante o Século XVIII, tanto é que o século XVIII ficou conhecido posteriormente como o século das luzes. Basicamente os pensadores desse movimento queriam trazer "luz" para o que antes era uma escuridão de ignorância, "luz" essa que pode se entender como conhecimento, eles buscavam acima de tudo a razão, tal busca pela razão e pelo conhecimento acabou colocando a soberania e o poder absoluto dos reis em cheque já que pela razão todo aquele poder concentrado na mão de uma única pessoa não fazia sentido. Foi uma época de grande avanço para todas as ciências, (exatas, humanas e da natureza). A ideia do cientificismo foi ficando cada vez mais forte, ou seja, que tudo tinha que ser testado e passar pelo método científico para provar sua eficácia. A maioria dos pensadores desse movimento, tem uma ligação "íntima" com a burguesia, a grande maioria se não todos vinham de famílias burguesas e aristocratas. E por que é importante entender isso? Pelo fato da maioria deles vir de famílias burguesas, isso significava que apesar de terem prestígio econômico e social eles não tinham influência política, e suas críticas ao regime absolutista eram uma forma de manifesto. Um dos pais desse movimento foi Montesquieu, ele foi responsável pela teoria da tripartição dos poderes e dos pesos e contrapesos. Porque para ele o poder concentrado na mão de uma única pessoa não dava certo, e levava ao despotismo, regime esse que ele era crítico. 1.a Montesquieu Pequena Biografia Ele nasceu em Bordeaux na França, no dia 18 de janeiro de 1689. Pertencia a uma família aristocrata, ou seja, de nobres, contudo o título de nobreza de sua família foi comprado, coisa que era comum entre os burgueses da época. Ele teve uma boa educação e com apenas 16 anos ingressou na universidade de Bordeaux, no curso de direito. Montesquieu sempre se mostrou interessado em participar politicamente das coisas, tanto que com 25 anos já se tornou conselheiro do parlamento de Bordeaux. Quando se mudou para Paris, ele estudou na academia Francesa, onde fazia parte de grandes círculos de intelectuais onde discutiam os mais diversos assuntos. Viajou pela Europa, expandido seus conhecimentos e acrescentando a sua formação intelectual. Em Londres ele iniciou na maçonaria e em 1729, foi eleito membro da "Royal Society". Por fim aos 66 anos ele faleceu em Paris vítima de uma febre. 2. O que Montesquieu defendia Montesquieu defendia a liberdade, possuía uma marcante crítica ao absolutismo e algumas outras questões elucidadas em suas obras. Para ele são três formas de governo existentes, sendo Republicano, Monárquico e Despótico, cada um possuindo um respectivo princípio, e o Estado é visto como um garantidor da segurança e liberdade, que em sua perspectiva seria o equivalente a fazer aquilo que a lei permite. Mas há ainda uma 3 tendência de abuso do poder, por esse motivo é elaborada a tripartição do poder para que o poder limite o poder em um sistema de pesos e contrapesos. 2.a Principais Obras É possível destacar Cartas Persas e Do Espírito das Leis como as principais obras desse autor. Em Cartas Persas o autor desenvolve uma espécie de narrativa de viagem em que alguns personagens persas são dispostos em diferentes localidades da Europa, tendo um líder em Paris, a partir de onde se comunicam por meio de cartas com familiares e entre eles, trazendo à tona o olhar de indivíduos de outros países quanto a Europa, assim proporcionando essa inversão de perspectivas em uma época em que a visão eurocêntrica era mais presente, além da crítica à França durante a dinastia dos Bourbon e questões culturais. Do Espírito da Leis é sua obra mais conhecida e utiliza da aplicação da razão no campo da política, fazendo uma análise das leis positivas e a relação dessas com a natureza das coisas, ou seja, considerando questões como sociedade, clima e cultura, além de apresentar ao longo do livro sua visão quanto as formas de governo. 3. O conceito de Lei Antes de Montesquieu era compreendido por três dimensões ligadas à ideia de lei de Deus três dimensões. Ordem natural - resultante da vontade de Deus, dever ser - na medida em que a ordem das coisas estava direcionada para uma finalidade divina. Expressão de autoridade, simultaneamente as leis são legítimas (expressão da autoridade), imutáveis (dentro da ordem das coisas) e ideais (visavam uma finalidade perfeita). Já Montesquieu buscava escapar de discussões viciadas que: discutiam às instituições e as leis quanto legitimidade de sua origem, sua adequabilidade a ordem natural, perfeição de seus fins. Discussão essa fadada a confundir nas leis concepções de natureza política, moral e religiosa Lei como relações necessárias que derivam da natureza das coisas, ele rompe com a tradicional submissão da política a teologia e a coloca num campo teórico. Uniformidades; Constâncias na variação dos comportamentos; Formas de organizar os homens; Encontra-se nas relações entre corpos físicos. O objeto de Montesquieu são as leis positivas (em geral), as leis e instituições criadas pelos homens para reger as relações entre os homens. Ao contrário dos outros seres, os homens têm a capacidade de se furtar as leis da razão, além é claro de que adotam leis escritas e costumes destinados a reger os comportamentos humanos 4 3.a Espírito das leis - relações entre as leis (positivas) e diversas coisas - Clima - As dimensões do estado - Organização do comércio - Relações entre as classes etc. Busca explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e modificações, a partir de leis da ciência política.Três governos, ele retorna a problemática de Maquiavel que discute a manutenção do poder. Precedem Montesquieu - contratualistas e o sucede a Rousseau. Onde esses são preocupados com a natureza do poder político e tendem a reduzir a questão da estabilidade do poder a sua natureza. Pacto que institui o estado de sociedade deve ser tal que garanta a estabilidade contra o risco de anarquia ou de despotismo. O que deve ser investigado é a maneira como às instituições funcionam, duas dimensões de funcionamento político das instituições A natureza que é quem detém o poder - Monarquia: governo de um só através de leis fixas - República: governo do povo (democracia) ou parte dele (aristocracia) - Despotismo: vontade de um só 3.b Princípio do governo Monarquia - honra (paixão social da desigualdade, amor aos privilégios e prerrogativas que caracterizam a nobreza) - (leis fixas e instituições permanentes, com poderes intermediários e subordinados) - (só pode funcionar se esses poderes intermediários orientarem sua ação pelo princípio da honra) - (monarquia governo das instituições) - (na monarquia o poder é dividido, portanto o poder contrário o poder) - para ele está tem que possuir um tamanho médio, pois deve ser vigiada pelo príncipe República - virtude (paixão propriamente política, espírito cívico, supremacia do bem público sobre os interesses particulares) - (não há leis fixas e nem poderes intermediários) - (sem republicanos não há república) - (governo frágil pois depende da virtude dos homens) - (governo dos homens) - Para ele a república ficou no passado, pois as cidades antigas eram menores, as riquezas eram de certa forma iguais, de homens moderados pela própria natureza das coisas. E diz que com o desenvolvimento do comércio, aumento da população e o aumento e a diversificação das riquezas ela se torna inviável. Ele pontua com a república e o despotismo tem uma relação que os une, que todos são iguais exceto que, enquanto nos regimes populares o povo é tudo no estado despótico nada é o povo. Diz ele ainda que a república não funciona quando atinge um tamanho grande em questão de território pois há pouca moderação nos espíritos. Despotismo - medo (governo sem princípio, não possui instituições e é impolítico) - (governo da paixão) - (ele leva a desagregação ou as rebeliões) - ameaça do futuro na 5 medida em que as monarquias europeias aboliram os privilégios da nobreza, tornando absoluto o poder do executivo. Sendo que o despotismo é menos do que um regime político, ele diz que esse precisa de presteza das resoluções suprindo a distância dos lugares para onde são enviadas LIVRO PRIMEIRO Fala das leis em geral, das leis da natureza e das leis positivas Ele começa dizendo que tudo na natureza possui leis, até quando Deus criou o universo ele estabeleceu regras, limites e leis. Outro exemplo que é dado por ele é de que os animais possuem seu código de leis onde se relacionam entre si, possuindo em parte deles condições hierárquicas. Já as leis da natureza, onde o homem está nesse estado procura atacar uns aos outros pelo medo de estarem na mata em seu estado primal, erguendo-se: - A paz com primeira lei natural, - Depois a de alimentar-se - Pedido natural (sexualidade) - Vontade de Viver em sociedade Leis positivas surgem devido o conflito das nações que se fortalecem no seu processo de formação o que gera a criação de leis Direito das gentes - entre os povos Direito político - governante e governados Direito civil - população estabelece entre si LIVRO SEGUNDO Fala das leis que derivam diretamente da natureza do governo. República democrática. - Importante saber quantas pessoas vão constituir a assembleia - O povo precisa ser conduzido pium um conselho ou um senado, e para ter confiança nestes é necessário eleger seus membros - É necessário em um estado popular a separação do povo em certas classes - Sufrágio é uma lei fundamental da democracia - Outra lei fundamental é que o povo faça as leis República aristocrática - Sufrágio não é dado por sorteio - É o nobre que almeja - Os senadores não podem substituir senadores ausentes no senado - A melhor aristocracia é onde a parte do povo que não tem nenhuma parte no poder 6 seja pequena e pobre que se torna insignificante oprimi-la - Nesta as leis vieram da constituição ou a está se acomodaram Monarquia - Príncipe é a fonte de todo o poder político e civil - Poder do clero é conveniente em uma monarquia, principalmente para as que caminham para o despotismo - É necessário algo além dos postos intermediários, o que é conhecido como depósito de leis (só pode estar nos corpos políticos, que proclamam as leis quando são feitas, e as relembram quando são esquecidas) Despotismo - Governante é preguiçoso, ignorante e voluptuoso com isso faz que ele entregue o poder para um vizir que terá o mesmo poder que ele no início - A instituição de um vizir, nesse estado é uma lei fundamental LIVRO TERCEIRO Esse aprofunda-se nos princípios dos governos vistos antes: virtude - amor pela república, amor pela frugalidade, ou seja, simplicidade honra, medo. LIVRO QUINTO De como as leis que o legislador produz devem ser relativas ao príncipe governo - O legislador produz para toda a sociedade - Como as Leis estabelecem a igualdade na democracia - Regulamentar as doações, heranças, testamentos, maneiras de contrato etc. - Estabelecer um censo, reduzindo as diferenças até um certo ponto que depois cabe às leis particulares igualar - Tributos aos ricos e isenção aos pobres - Igualdade mantém a frugalidade - Como as leis devem se relacionar-se com o princípio do governo na Aristocracia - Moderação toma o lugar da virtude - Privilégios devem existir para evitar a fraqueza do governo - Desordens são geradas pela desigualdade extrema entre governantes e governados, e entre os próprios governantes - Aqui é essencial que os nobres não arrecadam impostos 7 - São como príncipes dos estados despóticos - Usa de recursos violentos - Leis regularem a igualdade das famílias e manter a união entre elas Monarquia - Leis devem se relacionar com a honra - As leis têm que favorecer o comércio que a constituição do governo pode oferecer - Coloquem uma certa ordem de arrecadação dos tributos - Os príncipes são regulados por leis do estado Despotismo - Abusos da própria natureza - Os príncipes aqui não possuem freios já que são eles que gerem seus estados independentes de qualquer freio - Religião possui mais influência aqui do que nas demais modalidades de governo - Sucessor é designado pelo príncipe a não ser que seja exercida uma lei fundamental onde o coroado é o filho mais velho LIVRO OITAVO Corrupção dos princípios dos três governos Democracia - Quando é perdido o espírito de igualdade, mas também com o espírito de igualdade extrema, pois como quer fazer tudo a partir de si não suporta o próprio poder - Quanto mais próximo da liberdade menos se terá ela, formando pequenos tiranos Aristocracia - Quando o poder dos nobres se torna arbitrário não podendo mais ter moderação - Número grande de nobres torna ele menos violento Monarquia - Quando as prerrogativas dos corpos ou os privilégios das cidades são retiradas aos poucos - Perde-se quando o príncipe julga que mostra mais seu poder mudando a ordem das coisas do que seguindo-a - Quando o príncipe liga tudo a si - Quando ele desconhece sua autoridade 8 Isso leva ao estado despótico onde a nobreza tem que se agarrar a honra de obedecer a um rei. Despotismo - Ele é corrompido em seu estado natural pois é corrompido pela natureza Uma vez um estado corrompido as leis voltam-se contra ela, até as melhores das leis A menor mudança na constituição causa a perda dos princípios de um estado LIVRO ONZE Fala das leis que formam a liberdadepolítica em sua relação com a constituição Leis que formam política em relação com sua constituição são diferentes das que tem relação com o cidadão. A liberdade é interpretada em cada regime político, onde cada uma cria seu significado, mas pode ser entendida como poder fazer o que se deve querer e a não ser coagido a fazer o que não se deve querer Independência x liberdade Sendo a liberdade o direito de fazer tudo garantido pelas leis Diz também sobre o objetivo de cada estado, engrandecimento etc. Fala da constituição da Inglaterra país em que visitou e formatou posteriormente esse livro. 4. Tripartição dos Poderes 4.a De onde surgiu a separação de poderes? Ao longo da história diversos autores falaram sobre a corrente Tripartite (separação do governo em três), sendo Aristóteles o pioneiro em sua obra “A Política” que contempla a existência de três órgãos separados a quem cabiam as decisões de Estado. Eram eles o Poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Em seguida Locke, em sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende um Poder Legislativo superior aos demais, o Executivo com a finalidade de aplicar as leis, e o Federativo, mesmo tendo legitimidade, não poderia desvincular-se do Executivo, cabendo a ele cuidar das questões internacionais de governança. Posteriormente, Montesquieu cria a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais aceito atualmente, sendo o Poder Legislativo aqueles que fazem as leis para sempre ou para determinada época, bem como, aperfeiçoam ou revogam as já existentes; o Executivo – o que se ocupa o Príncipe ou Magistrado da paz e da guerra -, recebendo e enviando embaixadores, estabelecendo a segurança e prevenindo invasões; e por último, o Judiciário, que dá ao Príncipe ou Magistrado a competência de punir os crimes ou julgar os litígios da ordem civil. Nessa tese, Montesquieu pensa em não deixar em uma única 9 mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder tende a gerar o abuso dele. 4.b As atribuições de cada Esfera de Poder Poder Executivo: Cabe ao Executivo a administração do Estado, observando as normas vigentes no país, além de governar o povo, executar as leis, propor planos de ação, e administrar os interesses públicos. Este poder é exercido, no âmbito federal, pelo Presidente da República, juntamente com os Ministros que por ele são indicados, os Secretários, os Conselhos de Políticas Públicas e os órgãos da Administração Pública. É a ele que competem os atos de chefia de Estado, quando exerce a titularidade das relações internacionais e de governo e quando assume as relações políticas e econômicas. Além disso, o Presidente dialoga diretamente com o Legislativo, tendo o poder de sancionar ou rejeitar uma lei aprovada pelo Congresso Nacional. Já na esfera estadual, o poder executivo se concentra no governador e seus Secretários Estaduais, e na esfera municipal, no prefeito e seus Secretários Municipais. Poder Legislativo: Ao Legislativo cabe legislar (ou seja, criar e aprovar as leis) e fiscalizar o Executivo, sendo ambas igualmente importantes. Em outras palavras, exerce função de controle político-administrativo e o financeiro-orçamentário. Pelo primeiro controle, cabe a análise do gerenciamento do Estado, podendo, inclusive, questionar atos do Poder Executivo, pelo segundo controle, aprovar ou reprovar contas públicas. Este poder é exercido pelos Deputados Federais e Senadores, no âmbito federal, pelos Deputados Estaduais, no âmbito estadual, e pelos Vereadores, no âmbito municipal. Poder Judiciário: O Judiciário tem como função interpretar as leis e julgar os casos de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo Legislativo, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é apresentado como resultado de um conflito de interesses. O Judiciário é representado pelos juízes, ministros, desembargadores. E atenção: pela Constituição Federal, os promotores de justiça não são integrantes do Poder Judiciário, mas sim do Ministério Público. 4.c Mecanismos de freios e contrapesos Todo homem que detém o poder tende a abusar dele, afirma Montesquieu. Seguindo o pensamento dessa corrente, tudo estaria perdido se o poder de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de punir crimes ou solver pendências entre particulares se reunissem num só homem ou associação de homens. A separação dos poderes, portanto, 10 é uma forma de descentralizar o poder e evitar abusos, fazendo com que um poder controle o outro ou, ao menos, seja um contrapeso. Exemplificando: O Poder Executivo em relação ao Legislativo: adoção de Medidas Provisórias, com força de Lei, conforme determina o artigo 62 da Constituição Federal de 1988 – “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar Medidas Provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. O Poder Legislativo em relação ao Executivo: compete ao legislativo processar e julgar o Presidente e Vice-Presidente da República, assim como promover processo de impeachment. Poder Judiciário em relação ao Legislativo: observa-se o Art. 53. §1º, que diz que “os deputados e senadores desde a expedição do diploma serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal”. Esse mecanismo assegura que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro, trazendo uma independência harmônica nas relações de governança. Existem diversas outras medidas de relacionamento desses poderes tendo sempre como escopo o equilíbrio. Na nossa atual Constituição Federal, a divisão dos Poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário é Cláusula Pétrea, aquelas que não são objetos de deliberações/mudanças, portanto não se pode elaborar uma PEC para alterá-la. 5. Curiosidades Charles Louis de Secondat, Barão de La Brède e de Montesquieu (França 1689-1755) Durante a Revolução Francesa Jean Paul Marat (1743-1793), disse que Montesquieu era o homem do século. Montesquieu ingressou na Faculdade de Direito da universidade de Bordeux aos 19 anos de idade, ele já estava aprendendo a prática da advocacia em uma espécie de estágio para aprendizado prático em Paris. Em 1713 ele voltou a Bordeaux para cuidar das finanças e dos negócios de sua família em virtude da morte de seu pai. A família de Montesquieu era de uma família da nobreza de toga, pessoas que originalmente havia comprado o título de nobreza, muitos casos viam da burguesia, sua família tinha um comercio de vinhos, ele chegou a escrever textos contra a regulamentação do comércio de vinhos contra a coroa. Região de Bordô produtora de vinho e uma região tradicionalmente protestante. Em 1713 Montesquieu casou-se com uma mulher calvinista Jeanne de Lartigue, tendo com a esposa três filhos. Apenas um ano após o seu casamento Charles herdou, em razão do seu falecimento de sua mãe, o título que havia sido de seu pai, o Barão de Montesquieu, o que lhe rendeu também o direito sobre as terras equivalentes ao baronato e um cargo no Parlamento de Bordeaux. Era fato que Montesquieu não precisaria mais trabalhar. Então ele passou a administrar sua fortuna 11 e estudar ciências da natureza, filosofia e direito. Com os escritos de seus estudos, vieram também escritos literários. Em 1721 e primeiro texto dele foi ¨ Cartas Persas¨ é uma leitura genial, é uma novela falando dos outros a respeito da Europa, é uma forma de pensar e repensar criticar o mundo de sua época no texto ele também aborda sobre outro assunto polêmico o suicídio e diz que as leis só dizem respeito aos vivos. Com isso, ele conseguiu o estrelato e passou a frequentar os círculos sociais e o salão literário da Madame Lambert. Em 1728, após Montesquieu deixar a câmara de Bordeaux por vontade própria e partir rumo a Paris, ele ingressou na Academia Francesa um dos acadêmicos,o Cardeal André Hercule de Fleury, clérigo influente política e intelectualmente na França colocou-se duramente contra a eleição de Montesquieu foi eleito e se tornou um dos imortais da instituição. A partir de 1728, o filósofo passou a se aprimorar-se intelectualmente, conhecendo novos filósofos, escritos, pensamentos e lugares. É certo que essas viagens influenciaram a visão política liberal do pensador. O pensador passou pela Áustria, Hungria, Itália e Inglaterra estabeleceu-se por um tempo em que se tornou membro da academia Real e entrou para a maçonaria. Ele retornou ao castelo de La Brède e ficou recluso até 1734, escrevendo diariamente. Esse retiro intelectual deu origem a três escritos e é considerado pelos estudiosos o período de maturidade de Montesquieu. Montesquieu volta pra Paris e aproveita muito as badaladas noites de gala com Madame Du Deffant (1697-1780) Ele também morou dois anos na Inglaterra foi algo muito importante conheceu o parlamentarismo inglês isso influenciou muito seu pensamento. Em 1730 ele lança sua segunda grande obra ¨Considerações sobre as causas da grandeza dos Romanos e de sua decadência¨, ele busca entender as causas gerais, ele diz no livro que impérios não valem a pena nem economicamente, o livre comércio é mais interessante. No ano de 1748 que ele vai lançar sua grande obra prima seu principal livro que é lido praticamente em todos os cursos de ciências humanas no mundo ¨Do Espíritos Das Leis¨ Ele teve um sucesso imediato em poucos meses já havia 22 edições circulando pela Europa. Não é um livro que sai do nada ele teve várias influências e é claro, mas sem dúvidas é um marco, um dos grandes marcos da história do pensamento jurídico. Foi um dos grandes filósofos políticos do Iluminismo. Curioso insaciável tinha um humor mordaz, ele escreveu um relatório sobre várias formas de poder, em que explicou como os governos podem ser preservados da corrupção, as leis não devem ser frutos do arbítrio, as leis devem se adaptar a sociedade nasce através das tradições. Ernst Cassirrer (1834-1945) diz que Montesquieu criou uma teoria compreensiva da sociedade. É um conjunto de coisas que se influenciam reciprocamente. Ele é o filósofo da moderação. Curiosa paixão que tem três modalidades: o princípio da monarquia é a honra, o da república é a virtude; e do despotismo é o medo. 12 Ele disse algumas coisas bizarras que países quentes tornam as pessoas mais preguiçosas portanto mais suscetíveis ao despotismo e fala também que aqui na América do Sul o calor é tão forte que o nosso líquido cerebral é derretido e assim o nosso raciocínio de nós sul-americanos é inferior, como homem de sua época não deixa de ter várias passagens racistas etnocêntricas e eurocêntricas como maior parte dos pensadores europeus. Os últimos anos de Montesquieu ocorreram no castelo de La Brède, plantando uvas e produzindo vinhos, sempre viajando, principalmente para Paris. Ele começou a perder a visão, até ficar completamente cego. Montesquieu faleceu aos 66 anos, em Paris 1755. 6. Perguntas 1. "É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder" Esta afirmação realizada por Montesquieu originou qual teoria? 2. Qual a função exercida pelos poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário? 3. Cite as principais obras do filósofo Montesquieu. 7. Bibliografia DE MONTESQUIEU, Charles Luís. Do Espírito Das Leis. Nova Fronteira, 2011 ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. LEYA,2016 SHKLAR, Judith N Montesquieu. 1987. CRAITU, Aurelian.A Virtue for CourageousMinds:Moderation in French Political Thought,1748-1830.Princeton University Press,2016. PORFÍRIO, Francisco. ¨Montesquieu¨; Brasil Escola.Disponível em: https://brsilescola.uol.com.br/filosofia/montesquieu.htm. https://www.todamateria.com.br/montesquieu/amp https://youtu.be/Bet_3rJxww https://www.politize.com.br/ https://brsilescola.uol.com.br/filosofia/montesquieu.htm https://www.todamateria.com.br/montesquieu/amp https://youtu.be/Bet_3rJxww https://www.politize.com.br/
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