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Trabalho Montesquieu - Filosofia jurídica

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Universidade Santa Cecília 
Filosofia Jurídica 2022 
MONTESQUIEU 
Grupo: Julia Santiago – RA: 217420; Matheus Lopes – 
RA:200814; Maria Clara da Silva – RA: 219685; Tatiana 
Freitas RA: 220834; Daniel Martins RA: 211860 
 
 
 
 
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Sumário 
1. Iluminismo ............................................................................................................................ 2 
1.a Montesquieu Pequena Biografia ........................................................................................ 2 
2. O que Montesquieu defendia ................................................................................................. 2 
2.a Principais Obras ................................................................................................................. 3 
3. O conceito de Lei .................................................................................................................. 3 
3.a Espírito das leis - relações entre as leis (positivas) e diversas coisas ............................... 4 
3.b Princípio do governo ........................................................................................................ 4 
4. Tripartição dos Poderes ......................................................................................................... 8 
4.a De onde surgiu a separação de poderes? ............................................................................. 8 
4.b As atribuições de cada Esfera de Poder ............................................................................ 9 
4.c Mecanismos de freios e contrapesos .................................................................................. 9 
5. Curiosidades ........................................................................................................................ 10 
6. Perguntas ................................................................................................................................ 12 
7. Bibliografia .......................................................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Iluminismo 
O iluminismo foi um movimento que ocorreu entre o final do século XVII e durante o 
Século XVIII, tanto é que o século XVIII ficou conhecido posteriormente como o século 
das luzes. 
Basicamente os pensadores desse movimento queriam trazer "luz" para o que antes era 
uma escuridão de ignorância, "luz" essa que pode se entender como conhecimento, eles 
buscavam acima de tudo a razão, tal busca pela razão e pelo conhecimento acabou 
colocando a soberania e o poder absoluto dos reis em cheque já que pela razão todo aquele 
poder concentrado na mão de uma única pessoa não fazia sentido. Foi uma época de 
grande avanço para todas as ciências, (exatas, humanas e da natureza). 
A ideia do cientificismo foi ficando cada vez mais forte, ou seja, que tudo tinha que ser 
testado e passar pelo método científico para provar sua eficácia. A maioria dos pensadores 
desse movimento, tem uma ligação "íntima" com a burguesia, a grande maioria se não 
todos vinham de famílias burguesas e aristocratas. E por que é importante entender isso? 
Pelo fato da maioria deles vir de famílias burguesas, isso significava que apesar de terem 
prestígio econômico e social eles não tinham influência política, e suas críticas ao regime 
absolutista eram uma forma de manifesto. 
Um dos pais desse movimento foi Montesquieu, ele foi responsável pela teoria da 
tripartição dos poderes e dos pesos e contrapesos. Porque para ele o poder concentrado 
na mão de uma única pessoa não dava certo, e levava ao despotismo, regime esse que ele 
era crítico. 
 
1.a Montesquieu Pequena Biografia 
Ele nasceu em Bordeaux na França, no dia 18 de janeiro de 1689. Pertencia a uma família 
aristocrata, ou seja, de nobres, contudo o título de nobreza de sua família foi comprado, 
coisa que era comum entre os burgueses da época. Ele teve uma boa educação e com 
apenas 16 anos ingressou na universidade de Bordeaux, no curso de direito. 
Montesquieu sempre se mostrou interessado em participar politicamente das coisas, tanto 
que com 25 anos já se tornou conselheiro do parlamento de Bordeaux. Quando se mudou 
para Paris, ele estudou na academia Francesa, onde fazia parte de grandes círculos de 
intelectuais onde discutiam os mais diversos assuntos. 
Viajou pela Europa, expandido seus conhecimentos e acrescentando a sua formação 
intelectual. Em Londres ele iniciou na maçonaria e em 1729, foi eleito membro da "Royal 
Society". Por fim aos 66 anos ele faleceu em Paris vítima de uma febre. 
 
2. O que Montesquieu defendia 
Montesquieu defendia a liberdade, possuía uma marcante crítica ao absolutismo e 
algumas outras questões elucidadas em suas obras. Para ele são três formas de governo 
existentes, sendo Republicano, Monárquico e Despótico, cada um possuindo um 
respectivo princípio, e o Estado é visto como um garantidor da segurança e liberdade, que 
em sua perspectiva seria o equivalente a fazer aquilo que a lei permite. Mas há ainda uma 
 
 
 
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tendência de abuso do poder, por esse motivo é elaborada a tripartição do poder para que 
o poder limite o poder em um sistema de pesos e contrapesos. 
 
2.a Principais Obras 
É possível destacar Cartas Persas e Do Espírito das Leis como as principais obras desse 
autor. Em Cartas Persas o autor desenvolve uma espécie de narrativa de viagem em que 
alguns personagens persas são dispostos em diferentes localidades da Europa, tendo um 
líder em Paris, a partir de onde se comunicam por meio de cartas com familiares e entre 
eles, trazendo à tona o olhar de indivíduos de outros países quanto a Europa, assim 
proporcionando essa inversão de perspectivas em uma época em que a visão eurocêntrica 
era mais presente, além da crítica à França durante a dinastia dos Bourbon e questões 
culturais. Do Espírito da Leis é sua obra mais conhecida e utiliza da aplicação da razão 
no campo da política, fazendo uma análise das leis positivas e a relação dessas com a 
natureza das coisas, ou seja, considerando questões como sociedade, clima e cultura, além 
de apresentar ao longo do livro sua visão quanto as formas de governo. 
 
3. O conceito de Lei 
Antes de Montesquieu era compreendido por três dimensões ligadas à ideia de lei de Deus 
três dimensões. Ordem natural - resultante da vontade de Deus, dever ser - na medida em 
que a ordem das coisas estava direcionada para uma finalidade divina. Expressão de 
autoridade, simultaneamente as leis são legítimas (expressão da autoridade), imutáveis 
(dentro da ordem das coisas) e ideais (visavam uma finalidade perfeita). 
Já Montesquieu buscava escapar de discussões viciadas que: 
discutiam às instituições e as leis quanto legitimidade de sua origem, sua adequabilidade 
a ordem natural, perfeição de seus fins. Discussão essa fadada a confundir nas leis 
concepções de natureza política, moral e religiosa 
Lei como relações necessárias que derivam da natureza das coisas, ele rompe com a 
tradicional submissão da política a teologia e a coloca num campo teórico. 
Uniformidades; 
Constâncias na variação dos comportamentos; 
Formas de organizar os homens; 
Encontra-se nas relações entre corpos físicos. 
O objeto de Montesquieu são as leis positivas (em geral), as leis e instituições criadas 
pelos homens para reger as relações entre os homens. Ao contrário dos outros seres, os 
homens têm a capacidade de se furtar as leis da razão, além é claro de que adotam leis 
escritas e costumes destinados a reger os comportamentos humanos 
 
 
 
 
 
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3.a Espírito das leis - relações entre as leis (positivas) e diversas coisas 
- Clima 
- As dimensões do estado 
- Organização do comércio 
- Relações entre as classes etc. 
Busca explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e modificações, a partir 
de leis da ciência política.Três governos, ele retorna a problemática de Maquiavel que discute a manutenção do 
poder. 
Precedem Montesquieu - contratualistas e o sucede a Rousseau. Onde esses são 
preocupados com a natureza do poder político e tendem a reduzir a questão da 
estabilidade do poder a sua natureza. Pacto que institui o estado de sociedade deve ser tal 
que garanta a estabilidade contra o risco de anarquia ou de despotismo. 
O que deve ser investigado é a maneira como às instituições funcionam, duas dimensões 
de funcionamento político das instituições 
A natureza que é quem detém o poder 
- Monarquia: governo de um só através de leis fixas 
- República: governo do povo (democracia) ou parte dele (aristocracia) 
- Despotismo: vontade de um só 
3.b Princípio do governo 
Monarquia - honra (paixão social da desigualdade, amor aos privilégios e prerrogativas 
que caracterizam a nobreza) - (leis fixas e instituições permanentes, com poderes 
intermediários e subordinados) - (só pode funcionar se esses poderes intermediários 
orientarem sua ação pelo princípio da honra) - (monarquia governo das instituições) - (na 
monarquia o poder é dividido, portanto o poder contrário o poder) - para ele está tem que 
possuir um tamanho médio, pois deve ser vigiada pelo príncipe 
República - virtude (paixão propriamente política, espírito cívico, supremacia do bem 
público sobre os interesses particulares) - (não há leis fixas e nem poderes intermediários) 
- (sem republicanos não há república) - (governo frágil pois depende da virtude dos 
homens) - (governo dos homens) - Para ele a república ficou no passado, pois as cidades 
antigas eram menores, as riquezas eram de certa forma iguais, de homens moderados pela 
própria natureza das coisas. E diz que com o desenvolvimento do comércio, aumento da 
população e o aumento e a diversificação das riquezas ela se torna inviável. Ele pontua 
com a república e o despotismo tem uma relação que os une, que todos são iguais exceto 
que, enquanto nos regimes populares o povo é tudo no estado despótico nada é o povo. 
Diz ele ainda que a república não funciona quando atinge um tamanho grande em questão 
de território pois há pouca moderação nos espíritos. 
Despotismo - medo (governo sem princípio, não possui instituições e é impolítico) - 
(governo da paixão) - (ele leva a desagregação ou as rebeliões) - ameaça do futuro na 
 
 
 
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medida em que as monarquias europeias aboliram os privilégios da nobreza, tornando 
absoluto o poder do executivo. Sendo que o despotismo é menos do que um regime 
político, ele diz que esse precisa de presteza das resoluções suprindo a distância dos 
lugares para onde são enviadas 
LIVRO PRIMEIRO 
Fala das leis em geral, das leis da natureza e das leis positivas 
Ele começa dizendo que tudo na natureza possui leis, até quando Deus criou o universo 
ele estabeleceu regras, limites e leis. Outro exemplo que é dado por ele é de que os animais 
possuem seu código de leis onde se relacionam entre si, possuindo em parte deles 
condições hierárquicas. Já as leis da natureza, onde o homem está nesse estado procura 
atacar uns aos outros pelo medo de estarem na mata em seu estado primal, erguendo-se: 
- A paz com primeira lei natural, 
- Depois a de alimentar-se 
- Pedido natural (sexualidade) 
- Vontade de Viver em sociedade 
Leis positivas surgem devido o conflito das nações que se fortalecem no seu processo de 
formação o que gera a criação de leis 
Direito das gentes - entre os povos 
Direito político - governante e governados 
Direito civil - população estabelece entre si 
LIVRO SEGUNDO 
Fala das leis que derivam diretamente da natureza do governo. 
República democrática. 
- Importante saber quantas pessoas vão constituir a assembleia 
- O povo precisa ser conduzido pium um conselho ou um senado, e para ter confiança 
nestes é necessário eleger seus membros 
- É necessário em um estado popular a separação do povo em certas classes 
- Sufrágio é uma lei fundamental da democracia 
- Outra lei fundamental é que o povo faça as leis 
República aristocrática 
- Sufrágio não é dado por sorteio 
- É o nobre que almeja 
- Os senadores não podem substituir senadores ausentes no senado 
- A melhor aristocracia é onde a parte do povo que não tem nenhuma parte no poder 
 
 
 
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seja pequena e pobre que se torna insignificante oprimi-la 
- Nesta as leis vieram da constituição ou a está se acomodaram 
Monarquia 
- Príncipe é a fonte de todo o poder político e civil 
- Poder do clero é conveniente em uma monarquia, principalmente para as que 
caminham para o despotismo 
- É necessário algo além dos postos intermediários, o que é conhecido como depósito 
de leis (só pode estar nos corpos políticos, que proclamam as leis quando são feitas, 
e as relembram quando são esquecidas) 
Despotismo 
- Governante é preguiçoso, ignorante e voluptuoso com isso faz que ele entregue o 
poder para um vizir que terá o mesmo poder que ele no início 
- A instituição de um vizir, nesse estado é uma lei fundamental 
LIVRO TERCEIRO 
Esse aprofunda-se nos princípios dos governos vistos antes: 
virtude - amor pela república, amor pela frugalidade, ou seja, simplicidade honra, medo. 
LIVRO QUINTO 
De como as leis que o legislador produz devem ser relativas ao príncipe governo 
- O legislador produz para toda a sociedade 
- Como as Leis estabelecem a igualdade na democracia 
- Regulamentar as doações, heranças, testamentos, maneiras de contrato etc. 
- Estabelecer um censo, reduzindo as diferenças até um certo ponto que depois cabe às 
leis particulares igualar 
- Tributos aos ricos e isenção aos pobres 
- Igualdade mantém a frugalidade 
- Como as leis devem se relacionar-se com o princípio do governo na Aristocracia 
- Moderação toma o lugar da virtude 
- Privilégios devem existir para evitar a fraqueza do governo 
- Desordens são geradas pela desigualdade extrema entre governantes e governados, e 
entre os próprios governantes 
- Aqui é essencial que os nobres não arrecadam impostos 
 
 
 
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- São como príncipes dos estados despóticos 
- Usa de recursos violentos 
- Leis regularem a igualdade das famílias e manter a união entre elas 
Monarquia 
- Leis devem se relacionar com a honra 
- As leis têm que favorecer o comércio que a constituição do governo pode oferecer 
- Coloquem uma certa ordem de arrecadação dos tributos 
- Os príncipes são regulados por leis do estado 
Despotismo 
- Abusos da própria natureza 
- Os príncipes aqui não possuem freios já que são eles que gerem seus estados 
independentes de qualquer freio 
- Religião possui mais influência aqui do que nas demais modalidades de governo 
- Sucessor é designado pelo príncipe a não ser que seja exercida uma lei fundamental 
onde o coroado é o filho mais velho 
LIVRO OITAVO 
Corrupção dos princípios dos três governos 
Democracia 
- Quando é perdido o espírito de igualdade, mas também com o espírito de igualdade 
extrema, pois como quer fazer tudo a partir de si não suporta o próprio poder 
- Quanto mais próximo da liberdade menos se terá ela, formando pequenos tiranos 
Aristocracia 
- Quando o poder dos nobres se torna arbitrário não podendo mais ter moderação 
- Número grande de nobres torna ele menos violento 
Monarquia 
- Quando as prerrogativas dos corpos ou os privilégios das cidades são retiradas aos 
poucos 
- Perde-se quando o príncipe julga que mostra mais seu poder mudando a ordem das 
coisas do que seguindo-a 
- Quando o príncipe liga tudo a si 
- Quando ele desconhece sua autoridade 
 
 
 
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Isso leva ao estado despótico onde a nobreza tem que se agarrar a honra de obedecer a 
um rei. 
Despotismo 
- Ele é corrompido em seu estado natural pois é corrompido pela natureza 
Uma vez um estado corrompido as leis voltam-se contra ela, até as melhores das leis 
A menor mudança na constituição causa a perda dos princípios de um estado 
LIVRO ONZE 
Fala das leis que formam a liberdadepolítica em sua relação com a constituição 
Leis que formam política em relação com sua constituição são diferentes das que tem 
relação com o cidadão. 
A liberdade é interpretada em cada regime político, onde cada uma cria seu significado, 
mas pode ser entendida como poder fazer o que se deve querer e a não ser coagido a fazer 
o que não se deve querer 
Independência x liberdade 
Sendo a liberdade o direito de fazer tudo garantido pelas leis 
Diz também sobre o objetivo de cada estado, engrandecimento etc. 
Fala da constituição da Inglaterra país em que visitou e formatou posteriormente esse 
livro. 
4. Tripartição dos Poderes 
 
4.a De onde surgiu a separação de poderes? 
Ao longo da história diversos autores falaram sobre a corrente Tripartite (separação do 
governo em três), sendo Aristóteles o pioneiro em sua obra “A Política” que contempla a 
existência de três órgãos separados a quem cabiam as decisões de Estado. Eram eles o 
Poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. 
Em seguida Locke, em sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende um 
Poder Legislativo superior aos demais, o Executivo com a finalidade de aplicar as leis, e 
o Federativo, mesmo tendo legitimidade, não poderia desvincular-se do Executivo, 
cabendo a ele cuidar das questões internacionais de governança. 
Posteriormente, Montesquieu cria a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais 
aceito atualmente, sendo o Poder Legislativo aqueles que fazem as leis para sempre ou 
para determinada época, bem como, aperfeiçoam ou revogam as já existentes; o 
Executivo – o que se ocupa o Príncipe ou Magistrado da paz e da guerra -, recebendo e 
enviando embaixadores, estabelecendo a segurança e prevenindo invasões; e por último, 
o Judiciário, que dá ao Príncipe ou Magistrado a competência de punir os crimes ou julgar 
os litígios da ordem civil. Nessa tese, Montesquieu pensa em não deixar em uma única 
 
 
 
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mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder tende a 
gerar o abuso dele. 
 
4.b As atribuições de cada Esfera de Poder 
Poder Executivo: 
Cabe ao Executivo a administração do Estado, observando as normas vigentes no país, 
além de governar o povo, executar as leis, propor planos de ação, e administrar os 
interesses públicos. 
Este poder é exercido, no âmbito federal, pelo Presidente da República, juntamente com 
os Ministros que por ele são indicados, os Secretários, os Conselhos de Políticas Públicas 
e os órgãos da Administração Pública. É a ele que competem os atos de chefia de Estado, 
quando exerce a titularidade das relações internacionais e de governo e quando assume 
as relações políticas e econômicas. Além disso, o Presidente dialoga diretamente com o 
Legislativo, tendo o poder de sancionar ou rejeitar uma lei aprovada pelo Congresso 
Nacional. 
Já na esfera estadual, o poder executivo se concentra no governador e seus Secretários 
Estaduais, e na esfera municipal, no prefeito e seus Secretários Municipais. 
Poder Legislativo: 
Ao Legislativo cabe legislar (ou seja, criar e aprovar as leis) e fiscalizar o Executivo, 
sendo ambas igualmente importantes. Em outras palavras, exerce função de controle 
político-administrativo e o financeiro-orçamentário. Pelo primeiro controle, cabe a 
análise do gerenciamento do Estado, podendo, inclusive, questionar atos do Poder 
Executivo, pelo segundo controle, aprovar ou reprovar contas públicas. 
Este poder é exercido pelos Deputados Federais e Senadores, no âmbito federal, pelos 
Deputados Estaduais, no âmbito estadual, e pelos Vereadores, no âmbito municipal. 
Poder Judiciário: 
O Judiciário tem como função interpretar as leis e julgar os casos de acordo com as regras 
constitucionais e leis criadas pelo Legislativo, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe 
é apresentado como resultado de um conflito de interesses. 
O Judiciário é representado pelos juízes, ministros, desembargadores. E atenção: pela 
Constituição Federal, os promotores de justiça não são integrantes do Poder Judiciário, 
mas sim do Ministério Público. 
 
4.c Mecanismos de freios e contrapesos 
 
Todo homem que detém o poder tende a abusar dele, afirma Montesquieu. Seguindo o 
pensamento dessa corrente, tudo estaria perdido se o poder de fazer as leis, o de executar 
as resoluções públicas e o de punir crimes ou solver pendências entre particulares se 
reunissem num só homem ou associação de homens. A separação dos poderes, portanto, 
 
 
 
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é uma forma de descentralizar o poder e evitar abusos, fazendo com que um poder 
controle o outro ou, ao menos, seja um contrapeso. 
Exemplificando: 
O Poder Executivo em relação ao Legislativo: adoção de Medidas Provisórias, com força 
de Lei, conforme determina o artigo 62 da Constituição Federal de 1988 – “Em caso de 
relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar Medidas Provisórias, com 
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. 
O Poder Legislativo em relação ao Executivo: compete ao legislativo processar e julgar 
o Presidente e Vice-Presidente da República, assim como promover processo de 
impeachment. 
Poder Judiciário em relação ao Legislativo: observa-se o Art. 53. §1º, que diz que “os 
deputados e senadores desde a expedição do diploma serão submetidos a julgamento 
perante o Supremo Tribunal Federal”. 
Esse mecanismo assegura que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro, trazendo uma 
independência harmônica nas relações de governança. Existem diversas outras medidas 
de relacionamento desses poderes tendo sempre como escopo o equilíbrio. 
Na nossa atual Constituição Federal, a divisão dos Poderes entre Executivo, Legislativo 
e Judiciário é Cláusula Pétrea, aquelas que não são objetos de deliberações/mudanças, 
portanto não se pode elaborar uma PEC para alterá-la. 
 
5. Curiosidades 
 
Charles Louis de Secondat, Barão de La Brède e de Montesquieu (França 1689-1755) 
Durante a Revolução Francesa Jean Paul Marat (1743-1793), disse que Montesquieu era 
o homem do século. 
Montesquieu ingressou na Faculdade de Direito da universidade de Bordeux aos 19 anos 
de idade, ele já estava aprendendo a prática da advocacia em uma espécie de estágio para 
aprendizado prático em Paris. Em 1713 ele voltou a Bordeaux para cuidar das finanças e 
dos negócios de sua família em virtude da morte de seu pai. 
A família de Montesquieu era de uma família da nobreza de toga, pessoas que 
originalmente havia comprado o título de nobreza, muitos casos viam da burguesia, sua 
família tinha um comercio de vinhos, ele chegou a escrever textos contra a 
regulamentação do comércio de vinhos contra a coroa. Região de Bordô produtora de 
vinho e uma região tradicionalmente protestante. Em 1713 Montesquieu casou-se com 
uma mulher calvinista Jeanne de Lartigue, tendo com a esposa três filhos. Apenas um ano 
após o seu casamento Charles herdou, em razão do seu falecimento de sua mãe, o título 
que havia sido de seu pai, o Barão de Montesquieu, o que lhe rendeu também o direito 
sobre as terras equivalentes ao baronato e um cargo no Parlamento de Bordeaux. Era fato 
que Montesquieu não precisaria mais trabalhar. Então ele passou a administrar sua fortuna 
 
 
 
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e estudar ciências da natureza, filosofia e direito. Com os escritos de seus estudos, vieram 
também escritos literários. Em 1721 e primeiro texto dele foi ¨ Cartas Persas¨ é uma 
leitura genial, é uma novela falando dos outros a respeito da Europa, é uma forma de 
pensar e repensar criticar o mundo de sua época no texto ele também aborda sobre outro 
assunto polêmico o suicídio e diz que as leis só dizem respeito aos vivos. Com isso, ele 
conseguiu o estrelato e passou a frequentar os círculos sociais e o salão literário da 
Madame Lambert. Em 1728, após Montesquieu deixar a câmara de Bordeaux por vontade 
própria e partir rumo a Paris, ele ingressou na Academia Francesa um dos acadêmicos,o 
Cardeal André Hercule de Fleury, clérigo influente política e intelectualmente na França 
colocou-se duramente contra a eleição de Montesquieu foi eleito e se tornou um dos 
imortais da instituição. 
A partir de 1728, o filósofo passou a se aprimorar-se intelectualmente, conhecendo novos 
filósofos, escritos, pensamentos e lugares. É certo que essas viagens influenciaram a visão 
política liberal do pensador. O pensador passou pela Áustria, Hungria, Itália e Inglaterra 
estabeleceu-se por um tempo em que se tornou membro da academia Real e entrou para 
a maçonaria. Ele retornou ao castelo de La Brède e ficou recluso até 1734, escrevendo 
diariamente. Esse retiro intelectual deu origem a três escritos e é considerado pelos 
estudiosos o período de maturidade de Montesquieu. 
Montesquieu volta pra Paris e aproveita muito as badaladas noites de gala com Madame 
Du Deffant (1697-1780) 
Ele também morou dois anos na Inglaterra foi algo muito importante conheceu o 
parlamentarismo inglês isso influenciou muito seu pensamento. Em 1730 ele lança sua 
segunda grande obra ¨Considerações sobre as causas da grandeza dos Romanos e de sua 
decadência¨, ele busca entender as causas gerais, ele diz no livro que impérios não valem 
a pena nem economicamente, o livre comércio é mais interessante. 
No ano de 1748 que ele vai lançar sua grande obra prima seu principal livro que é lido 
praticamente em todos os cursos de ciências humanas no mundo ¨Do Espíritos Das Leis¨ 
Ele teve um sucesso imediato em poucos meses já havia 22 edições circulando pela 
Europa. 
Não é um livro que sai do nada ele teve várias influências e é claro, mas sem dúvidas é 
um marco, um dos grandes marcos da história do pensamento jurídico. 
Foi um dos grandes filósofos políticos do Iluminismo. Curioso insaciável tinha um humor 
mordaz, ele escreveu um relatório sobre várias formas de poder, em que explicou como 
os governos podem ser preservados da corrupção, as leis não devem ser frutos do arbítrio, 
as leis devem se adaptar a sociedade nasce através das tradições. 
Ernst Cassirrer (1834-1945) diz que Montesquieu criou uma teoria compreensiva da 
sociedade. É um conjunto de coisas que se influenciam reciprocamente. Ele é o filósofo 
da moderação. 
Curiosa paixão que tem três modalidades: o princípio da monarquia é a honra, o da 
república é a virtude; e do despotismo é o medo. 
 
 
 
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Ele disse algumas coisas bizarras que países quentes tornam as pessoas mais preguiçosas 
portanto mais suscetíveis ao despotismo e fala também que aqui na América do Sul o 
calor é tão forte que o nosso líquido cerebral é derretido e assim o nosso raciocínio de nós 
sul-americanos é inferior, como homem de sua época não deixa de ter várias passagens 
racistas etnocêntricas e eurocêntricas como maior parte dos pensadores europeus. 
Os últimos anos de Montesquieu ocorreram no castelo de La Brède, plantando uvas e 
produzindo vinhos, sempre viajando, principalmente para Paris. Ele começou a perder a 
visão, até ficar completamente cego. Montesquieu faleceu aos 66 anos, em Paris 1755. 
 
6. Perguntas 
1. "É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele. Para 
que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido 
pelo poder" Esta afirmação realizada por Montesquieu originou qual teoria? 
2. Qual a função exercida pelos poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário? 
3. Cite as principais obras do filósofo Montesquieu. 
7. Bibliografia 
 DE MONTESQUIEU, Charles Luís. Do Espírito Das Leis. 
Nova Fronteira, 2011 
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. LEYA,2016 
SHKLAR, Judith N Montesquieu. 1987. 
CRAITU, Aurelian.A Virtue for CourageousMinds:Moderation in French Political 
Thought,1748-1830.Princeton University Press,2016. 
PORFÍRIO, Francisco. ¨Montesquieu¨; Brasil Escola.Disponível em: 
https://brsilescola.uol.com.br/filosofia/montesquieu.htm. 
https://www.todamateria.com.br/montesquieu/amp 
https://youtu.be/Bet_3rJxww 
https://www.politize.com.br/ 
 
 
 
https://brsilescola.uol.com.br/filosofia/montesquieu.htm
https://www.todamateria.com.br/montesquieu/amp
https://youtu.be/Bet_3rJxww
https://www.politize.com.br/

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