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CAPÍTULO 3 Ficha de Anamnese Facial A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Registrar numa ficha de anamnese os dados de forma objetiva, mas que possa oferecer suficiente apoio aos procedimentos. � Conhecer os tipos de pele e suas alterações. � Padronizar os métodos de avaliação. � Encaminhar o paciente ao profissional habilitado em caso de alterações suspeitas. � Elaborar uma ficha de anamnese facial. � Preencher adequadamente uma ficha de anamnese facial. � Classificar e registrar as características da pele, como biótipo, grau de acne, tipo de discromia e envelhecimento, bem como a localização destes. � Escolher um plano de tratamento que respeite os dados coletados na anamnese. 96 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL 97 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Contextualização Trabalhar com a melhora dos aspectos relacionados à estética facial significa realizar um delicado trabalho em uma pequena área do corpo, mas que pela sua visibilidade pode causar grandes impactos na vida social do indivíduo. Muitas vezes considerado o “cartão de visitas”, por ser o foco visual na comunicação entre pessoas, o rosto pode apresentar diversos problemas estéticos, bem concentrados na pele, mas que podem trazer problemas muito profundos e complexos. Para algumas pessoas, melhorar o viço da pele pode ser o suficiente para que se sintam satisfeitas com a sua aparência, e caso essa melhora não seja tão perceptível, isso não fará tanta diferença em suas vidas. Por outro lado, em casos como de uma acne mais avançada ou uma discromia muito visível, o tratamento que vamos oferecer é visto como a possibilidade de uma grande mudança na qualidade de vida das pessoas acometidas. Por isso, o conhecimento é fundamental para que o profissional tenha a percepção de tudo o que é necessário para saber lidar com o seu paciente desde o momento em que ele chega para ser avaliado. O sucesso do tratamento de qualquer patologia depende essencialmente do seu pleno conhecimento. Quando não se consegue estabelecer com clareza as características, como sua classificação, sua etiopatogenia, sua fisiopatologia, entre outros, conceitos amplos, às vezes vagos e empíricos, serão usados para definir essa patologia e as bases de seu tratamento. Deste modo, a eficácia traduz-se no conhecimento profundo dos principais recursos utilizáveis na área da estética, bem como conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia, patologia etc., o que leva o profissional a avaliar profundamente o problema e eleger o tratamento adequado (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Neste capítulo, identificaremos as regiões da face, as suas principais alterações estéticas, como elas podem ser classificadas, que métodos avaliativos podem ser utilizados e de que forma as informações são registradas em uma ficha de anamnese facial. Informações Gerais Na estética facial, uma boa avaliação só será possível com o conhecimento mais aprofundado das queixas estéticas que costumam demandar tratamentos. Essas queixas se concentram na pele e veremos, neste capítulo de Métodos Avaliativos em Estética Facial e Corporal, algumas formas de analisá-las e classificá- las. Você também poderá estudar de forma mais aprofundada todas as alterações e características da pele, na disciplina de Estética Facial Avançada, bem como compreender melhor como estas se desenvolvem e como podem ser tratadas. 98 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Antes de iniciarmos a avaliação, devemos lembrar que a relação entre profissional e paciente deve ser pautada no respeito e que ao coletar as informações para preencher a ficha de anamnese, o paciente deve estar ciente de que as perguntas visam à compreensão dos sinais observados na pele e que todo material obtido é sigiloso. É importante ouvir com atenção o motivo da consulta, fazer uma investigação objetiva que, junto à análise da pele, permite uma boa leitura do tratamento e das indicações a serem realizadas (COHEN, 2013). Na ficha de anamnese facial de cada paciente devem ser registrados: os dados pessoais, que são os dados cadastrais, como na ficha de anamnese corporal; um número de telefone para situações de emergência; a queixa principal; o histórico; a avaliação facial; o relatório; e um termo de responsabilidade (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Para um registro mais detalhado, que minimize possíveis erros em novas avaliações, é importante também que as regiões cutâneas faciais sejam conhecidas. Essas regiões podem ser classificadas de maneiras diferentes, sendo algumas mais simples e outras mais detalhadas. Uma divisão didática e prática das regiões da face (Figura 1), proposta por Tamura (2013), visando à realização das técnicas de preenchimento e evidenciando possíveis riscos ligados às características anatômicas específicas seria adequada também para a orientação na avaliação e na realização de procedimentos estéticos não invasivos, uma vez que essa divisão atende às necessidades desta área, adicionando apenas a região de colo e pescoço, que não está identificada nessa divisão. É importante ouvir com atenção o motivo da consulta, fazer uma investigação objetiva que, junto à análise da pele, permite uma boa leitura do tratamento e das indicações a serem realizadas Figura 37 – Divisão das regiões da face Legenda: Frontal (1), temporal (2), glabelar (3), supercílio (4), pálpebra superior (5), pálpebra inferior (6), nasociliar (7), sulco nasojugal (8), sulco palpebral lateral (9), nasal (10), malar (11), zigomático (12), fossa canina (13), sulco nasolabial (14), lábio superior (15), lábio inferior (16), bochecha (17), pré-auricular (18), sulco labiomentual (19), mentual (20), região mandibular posterior (borda anterior do masseter até o ângulo da mandíbula) (21) e região mandibular anterior (entre o sulco melolabial e a borda anterior do masseter). Fonte: Tamura (2013, s.p.). 99 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Essa divisão pode estar inserida na ficha, do modo que o profissional julgar mais adequado. Poderá ser descrita de forma livre, sendo listada em tópicos para assinalar ou relacionar as regiões que demandam cuidados. O importante é que a localização de cada área esteja bem definida e que tenha destaque na ficha de anamnese para posteriores atendimentos, independentemente se houver um ou mais profissionais para atender ao mesmo paciente. Quadro 12 – Seção inicial da ficha de anamnese que compreende a identificação e histórico do(a) paciente FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIAL IDENTIFICAÇÃO Nome completo: _________________________________________________________ Profissão: ______________________________________________________________ Data de nascimento: ________/________/_________ Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Endereço: ______________________________________________________________ E-mail: ________________________________________________________________ Cidade/Estado: _________________________________________________________ Telefones: Cel: ___________________________ Outro: ___________________________ ............................................................................................................................................. Queixa relatada/Localização: _____________________________________________ ______________________________________________________________________ HISTÓRICO Cosméticos em uso: ______________________________________________________ Uso de filtro solar: _______________________________________________________ Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados: _____________________________ Gestante: Sim ( ) Não ( ) Fumante: Sim ( ) Não ( ) Alérgico(a): ____________________________________________________________ Medicamentos em uso: ___________________________________________________ Contraceptivos ou tratamentoshormonais: ___________________________________ Doença cardíaca: ________________________________________________________ Transtornos circulatórios: __________________________________________________ Problemas endócrinos: ___________________________________________________ Ingestão de água: _______________________________________________________ Observações: __________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Fonte: A autora. 100 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Características da Pele e Métodos de Avaliação O exame da pele é um dos itens mais importantes para o profissional que trabalha com a estética facial. Esse exame deve ser minucioso e bem fundamentado e tem por objetivo definir as principais características da pele baseado na produção sebácea, grau de hidratação, espessura, textura, tônus dos músculos e lesões elementares, para a escolha do procedimento estético e cosmético a ser adotado (COHEN, 2013). Ao realizar esse exame, o ideal é que o paciente esteja sob a luz solar matinal ou uma luz fluorescente. O profissional também deve utilizar uma lupa, pois é o instrumento que permite visualizar com mais acurácia as imperfeições e lesões da pele (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Através do exame visual será possível obter dados sobre a sua cor, os óstios pilossebáceos, a idade da pele e o grau de hidratação e, com o auxílio da lupa, a produção sebácea, o grau de hidratação, alterações de pilosidade, as lesões elementares e os nevos (COHEN, 2013). Com o toque e a compressão da pele pode-se perceber a alteração de sua textura e umidade. Para determinar se a pele está desidratada é necessário palpar e esticar a pele. Se a elasticidade estiver normal significa que a pele está hidratada, apresentando a função normal do controle da hidratação pela camada córnea (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Para quantificar esses aspectos pode-se utilizar um equipamento analisador de pele, específico para esse tipo de avaliação. Também é possível realizar o exame da pele através da lâmpada ou luz de Wood, que consiste numa lâmpada de luz azulada, de radiação transmitida de aproximadamente 360 nanômetros, usada em ambiente escuro para a visualização da fluorescência e que auxilia o diagnóstico de diversas lesões dermatológicas. Nesse exame é possível obter dados sobre: o grau de hidratação da pele, em que o violeta intenso indica que a pele está hidratada e violeta fraco que está desidratada; a espessura, em que a fluorescência esbranquiçada indica pele espessa e queratinizada; a fluorescência escura indica pele fina ou atrófica; e, os comedões fechados e milliuns aparecem como pontos brilhantes (COHEN, 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Há no mercado uma grande diversidade de modelos de equipamentos para análise da pele com lâmpada de Wood, sendo alguns com a lupa de aumento acoplada. É um método prático para analisar a pele facial, permitindo uma visão instantânea e mais profunda das anomalias da pele do rosto, e tem a vantagem de poder proporcionar uma boa visualização da pele, independentemente das condições de iluminação do ambiente, já que possui uma iluminação específica. 101 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Figura 38 – Equipamento com emissor de luz Wood moderno com sistema interativo (à esquerda) e equipamento básico com lâmpada de Wood acoplada à lupa (à direita) Fonte: Estek (2017, s.p.) e BCMED (2016, s.p.). A lâmpada de Wood é o método mais amplamente empregado na classificação do melasma, em que a profundidade do pigmento determinará a fluorescência. As regiões cutâneas que apresentam um aumento na concentração de melanina epidérmica acentuarão a sua coloração e ficarão mais escuras, contrastando com a pele normal ao redor. Já as áreas com menor concentração de melanina estarão mais claras e brilhantes. No entanto, a técnica não tem aplicabilidade em indivíduos do fototipo V e VI (esta classificação é descrita no tópico “Classificação da pele quanto ao fototipo”) em decorrência de fatores óticos. Também as alterações colágenas, vasculares e o uso de medicamentos tópicos e filtro solar podem alterar o exame, acarretando em resultados não fidedignos (TAMLER et al., 2009). Figura 39 – Melasma epidérmico em análise clínica (à esquerda) e exame sob a lâmpada de Wood (à direita) Fonte: Tamler et al. (2009, s.p.).b Outro recurso que pode ser utilizado é o analisador de pele, citado no primeiro capítulo desta disciplina, que pode medir a hidratação, a oleosidade e a elasticidade da pele de forma numérica. Conforme já abordado são aparelhos simples e de fácil manuseio e que ajudam a mensurar a qualidade da pele antes e após os tratamentos estéticos. 102 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Tipos de Pele e Principais Alterações Neste tópico, abordaremos as classificações mais usuais da pele na área da estética, mas, antes disso, salientamos uma importante observação feita por Magalhães e Hofmeister (2009), de que classificar a pele é algo complexo, que não deve ficar restrito à classificação básica em seca, normal, oleosa e mista. Deve-se analisar com critério o grau de hidratação e lubrificação, e a coloração da pele com suas nuances. Assim é possível ter, por exemplo, uma pele hiperseborreica e desidratada, dentre outras várias características combinadas. a) Classificação da pele quanto ao biótipo Para avaliar visualmente a pele é importante ter o auxílio de uma lupa para que se possa observá-la detalhadamente. Observe se a cor é avermelhada ou pálida, se o brilho é existente ou não, e a presença de descamação. Com o toque, verifique se a superfície cutânea está lisa ou áspera, bem como a sua temperatura. Com cuidado, faça uma prega cutânea para classificá-la em espessa ou delgada. A partir deste princípio, pode-se classificar a pele quanto ao seu biótipo, como: • Normal ou endérmica: quando possui aspecto liso, firme, boa elasticidade, circulação perfeita, hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas ou pelos evidentes. É uma pele aveludada, viçosa, com brilho natural, tendo assim os óstios imperceptíveis e raramente apresenta comedões ou qualquer sensação de incômodo (COHEN, 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). • Pele seca ou alípica: é a pele que se apresenta fina, sensível, óstios diminutos, é opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido ao desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção sebácea insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos. Nessa condição é importante fazer uma análise da irritação que ocorre nas peles seborreicas quando há diminuição de lipídios hidrófilos, caracterizando a pele oleosa desidratada. A pele seca apresenta perda da suavidade e da luminosidade e um prurido que é agravado no idoso, falta de flexibilidade, perda de viço e do tônus, sensação de aspereza, coloração esbranquiçada, aspecto senil, baixa resistência a agentes químicos e físicos e facilidade em adquirir doenças de pele e alergias (COHEN, 2013). A desidratação pode, muitas vezes, ser ocasionada pelo clima, como os ventos e o frio, além da umidade atmosférica baixa (MAGALHÃES; HOFMEISTER, 2009). • Pele mista: comum nas mulheres brasileiras, esse tipo de pele apresenta óstios visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo e testa, podendo as laterais da face ou regiões dos olhos serem normais ou alípicas (COHEN, 2013). Classificar a pele é algo complexo, que não deve ficar restrito à classificação básica em seca, normal, oleosa e mista. 103 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 • Pele oleosa, lipídica ou graxa: esse tipo de pele produz uma grande quantidade tanto de secreções sebáceas quanto de secreções sudoríparas, fazendo com que ela apresente um aspecto untuoso. É uma pele espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis, que favorecem o surgimento de comedões,pápulas e pústulas (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). • Pele sensível: esse tipo de pele apresenta reação rápida e intensa a estímulos químicos e físicos, como variações de temperatura e estímulos mecânicos, sendo a face a região mais comumente afetada. Algumas vezes ocorre em áreas localizadas, como pálpebras e região perioral, demonstrando intolerância regional da pele, como se nessas áreas houvesse um comportamento diferente do restante da face. Existem quatro tipos clínicos de pele sensível, segundo Kadunc et al. (2013): - Pele clinicamente normal: a irritação é subjetiva e existe uma sensação de repuxamento e queimação da pele, no entanto há ausência de sinais visíveis. As reações a cosméticos geralmente se manifestam dessa forma, podendo ter início imediato ou após horas da aplicação. - Dermatite de contato: a irritação é objetiva. Em 66% dos casos aparece eritema facial, rubor após estímulo tátil ou quadro eczematoso típico, com descamação, pápulas, pústulas e vesículas (as dermatites serão abordadas com mais detalhes mais à frente). - Pele sensível devido à presença de doenças dermatológicas, manifestando-se como tal: dermatite atópica, dermatite seborreica, rosácea e psoríase. - Pele sensível em decorrência de tratamentos dermatológicos pelo uso de substâncias abrasivas ou ácidos e após tratamentos ablativos, em geral com caráter transitório. b) Classificação da pele quanto ao fototipo A pele também deve ser classificada pelo seu fototipo, que é a classificação em relação a sua cor, podendo apresentar maior ou menor quantidade de melanina. A classificação de Fitzpatrick é a mais utilizada e baseada na reatividade à luz solar. Serve de base para a indicação do fator de proteção solar (FPS) (COHEN, 2013). 104 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Quadro 13 – Classificação dos tipos de pele segundo Fitzpatrick Tipo de pele (Fototipo) Características da pele Características de bronzeamento I Pele clara, olhos azuis, ca- belos loiros ou ruivos. Queima-se sempre, não se bronzeia. II Pele clara, olhos azuis. Queima-se facilmente, bronzeia-se pouco. III Pele clara mais escura. Queima-se moderadamente, bronzeamento normal. IV Pele morena Queima-se ocasionalmente, bronzeia-se facilmente. V Pele morena escura Queima-se raramente, bron- zeia-se muito facilmente. VI Pele negra Não se queima, bronzeado escuro. Fonte: Beynet, Greco e Soriano (2010). c) Alterações de textura e espessura na pele Segundo Dal Gobbo e Garcia (2010), a pele pode apresentar as seguintes alterações de textura e espessura: • Atrofia: consiste na diminuição da espessura da pele, que se torna fina e pregueada, como a estria. • Edema: há acúmulo de líquido da derme ou hipoderme, que ocasiona ou não um aumento depressível na espessura da pele. • Cicatriz: é uma associação de atrofia com fibrose e discromia que tem origem na regeneração de uma lesão. • Cicatriz hipertrófica: tipo de cicatriz que fica mais elevada devido a uma resposta exagerada da pele. Não ultrapassa os limites ou extensão da incisão ou lesão inicial. • Queloide: cicatriz espessa, de superfície elevada e lisa. É constituído por tecido fibroso, fruto de uma reação de cicatrização exagerada que ultrapassa as fronteiras da ferida original. • Queratose ou ceratose: é a modificação da espessura em determinados pontos da pele, pelo aumento da camada córnea. A superfície pode se tornar áspera, dura, inelástica, amarelada e esbranquiçada. • Ceratose actínica: caracteriza-se por pequenas lesões (alguns milímetros a centímetros de diâmetro) discretamente salientes, de coloração acastanhada, com superfície rugosa; às vezes, o aspecto é de lesão atrófica e eritematosa com descamação. Também é chamada de ceratose senil, por acometer indivíduos com idade mais avançada, porém não é sinal de envelhecimento e sim, manifestação de irradiação solar 105 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 cumulativa, progressiva, persistente e duradoura, daí a sua localização preferencial nas áreas expostas, em especial a calva (CARNEIRO; AZULAY; AZULAY, 2004). • Manchas pigmentares e cicatrizes residuais: ficam na pele após a ocorrência de lesões ocasionadas pela evolução de acne inflamatória ou em casos mais graves pela acne conglobata, principalmente nas peles com fototipo III e IV (RIBEIRO, D., 2013). d) Tipos de lesões vasculares De acordo com Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004), e conforme a relação a seguir, compreendem as lesões que estão relacionadas às alterações dos vasos sanguíneos e podem ser subdivididas em transitórias e permanentes, variando de acordo com o elemento causal e a natureza do processo: Lesões vasculares transitórias • Eritema: apresenta cor avermelhada que pode ser mais ou menos intensa, devido a um afluxo maior de sangue arterial pela hiperemia ativa (dilatação das arteríolas). • Cianose: coloração azulada na pele mais bem observada nas extremidades digitais, leito ungueal, orelhas e conjuntivas e manifestada quando a concentração de hemoglobina reduzida no sangue está aumentada. Lesões vasculares permanentes • Telangiectasias: trata-se da dilatação do calibre de pequenos vasos, que ocorrem com frequência na face. Figura 40 – Telangiectasia Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004). 106 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL • Angiomas: podem ser planos ou elevados e recebem uma especificação conforme seu aspecto e coloração e surgem devido ao aumento do número de vasos (hiperplasia ou malformação vascular, em geral congênita). e) Púrpuras São manchas devidas ao pigmento hemático. Ocorrem em casos de hemorragias dérmicas e, em menor frequência, hipodérmicas, que é o que leva à alteração da cor da pele que vai do vermelho ao amarelado e castanho, dependendo do tempo da hemorragia. A púrpura, como lesão, pode ser classificada em quatro tipos, conforme apontam Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004): • Petéquias: são lesões puntiformes de cor púrpura e em geral são múltiplas. • Víbice: lesão purpúrica linear. • Equimose: é uma lesão purpúrica em lençol de dimensões maiores que as duas primeiras. • Hematoma: tem, muitas vezes, a mesma expressão clínica que as equimoses, no entanto é mais empregado no caso de grandes coleções, quando ocorre abaulamento no local e tem origem traumática. Figura 41 – Petéquia (à esquerda), equimose e víbice Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004). Quadro 14 – Seção da ficha de anamnese que compreende a classificação da pele e observação de alterações CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE Biótipo cutâneo: Descrição da umidade, oleosidade e elas- ticidade da pele: Fototipo: Cor da pele: ALTERAÇÕES OBSERVADAS LOCALIZAÇÃO Atrofia 107 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Cicatrizes comuns Cicatrizes residuais Cicatriz hipertrófica Queloide Ceratose Eritema Telangiectasias Angioma Petéquia, Víbice, Equimose ou Hematoma Outras (descrever): Fonte: A autora. Atividades de Estudos: 1) Divida a Ficha de Anamnese Facial em três principais grupos. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Qual a importância de se conhecer a divisão das regiões da face para a realização da sua avaliação? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Cite alguns equipamentos que podem ser utilizados para auxiliar a avaliação facial. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 108 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL 4) Classifique os biótipos de pele, de acordo com as características a seguir: a) É a pele que se apresenta fina, sensível, óstios diminutos, é opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido ao desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção sebácea insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos: ____________________________________________________ ____________________________________________________ b) Possui aspecto liso, firme, boa elasticidade, circulação perfeita, hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas ou pelos evidentes: ____________________________________________________ ____________________________________________________ c) Apresenta óstios visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo e testa, podendo as laterais da face ou regiões dos olhos serem normais ou alípicas: ____________________________________________________ ____________________________________________________ d) É espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis: ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Descreva a ceratose actínica. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) O que são púrpuras? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 109 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 f) Formações sólidas ou coleções líquidas Algumas lesões atingem isolada ou conjuntamente a epiderme, a derme ou a hipoderme, resultando em formações de conteúdo líquido ou sólido que ficam visíveis na face e, por vezes, em outras regiões do corpo. Vamos diferenciá-las: • Microcomedões: são lesões precursoras, não visíveis clinicamente e decorrentes do acúmulo de queratinócitos no infundíbulo e da dilatação folicular. A queratose folicular, que geralmente se observa em jovens no início da puberdade, na fronte ou no dorso do nariz, indica a existência de microcomedões (RIBEIRO, D., 2013). • Comedão: conhecido popularmente como “cravo”, é o acúmulo de secreção e material endurecido em um orifício pilossebáceo dilatado. É puntiforme e provoca saliência na pele. O conteúdo é uma formação alongada, córnea e sebácea de cor amarelada ou branca. Pode ser dividido em dois tipos: oxidado e branco (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). - Comedão oxidado, aberto ou preto: é conhecido como comedão aberto ou preto, neste caso o óstio está aberto e a cor é escura. - Comedão branco ou fechado: neste caso o óstio está fechado ou quase imperceptível, sendo melhor identificado quando a pele é distendida. Não é oxidado e, portanto, apresenta coloração esbranquiçada. Geralmente não ultrapassam 0,5 cm de diâmetro (RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Figura 42 – Comedões fechados (esquerda) e comedões abertos Fonte: Ptmedical (2013, s.p.). • Milium: é um minúsculo cisto repleto de queratina ou massa queratinosa de aproximadamente 1 mm a 2 mm de tamanho, decorrente da obstrução do folículo pilossebáceo. Surge particularmente na região periorbitária (nos dois terços superiores da face) (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). 110 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Figura 43 – Milium Fonte: Mosby's Medical Dictionary (2009, s.p.). • Pápula: trata-se de uma lesão inflamatória sólida que é superficial, palpável, de consistência dura, avermelhada, eruptiva e menor que 0,5 cm, provoca certa elevação e não deixa cicatriz ao involuir. Pode evoluir para um processo inflamatório profundo, com nódulos, abscessos e cistos. Esse tipo de lesão não deve ser manipulado (DAL GOBBO; GARCIA, 2010; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004). Figura 44 – Pápulas Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.). • Pústula: é uma lesão eritematosa, com exsudato purulento (pus). A desintegração de uma porção do epitélio do comedão gera a formação de um abscesso intrafolicular, com reação inflamatória perifolicular. A pústula tem cor amarelada ou branco-amarelada, são cônicas, arredondadas ou planas. A reparação ocorre através da reencapsulação, deixando uma cicatriz quando a derme é atingida (RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). 111 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Figura 45 – Pústulas Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.). • Nódulos: são lesões eritematosas, de consistência dura e de dimensões variáveis, podendo, às vezes, ser visíveis pela simples inspeção ou somente pela palpação. É decorrente do aumento do número de células ao nível da hipoderme ou derme profunda, podendo gerar abscessos. O comedão é destruído e a secreção sebácea e os pelos geram uma reação inflamatória crônica de corpo estranho que pode tardar semanas e até meses (RIBEIRO, D., 2013; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004). • Abscesso: é uma coleção de pus na pele ou na região subcutânea que pode ser proeminente ou não e de tamanho variável. A pele pode ou não estar ruborizada e dolorida (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Classificação da Acne Apesar de não comprometer gravemente a saúde do paciente, a acne prejudica o seu bem-estar e desenvolvimento emocional, levando à diminuição da autoestima e modificações comportamentais. Por estas razões, as pessoas acometidas pelo problema buscam os tratamentos estéticos para se livrarem dele. Sendo assim, o profissional que trabalha com a estética precisa estar preparado para identificar este problema, conhecendo de forma precisa suas manifestações clínicas e todos os fatores relacionados a elas. A pele é considerada acneica quando possui comedões, pústulas, nódulos, cistos, pápulas, com ou sem prurido, ou seja, em suas manifestações clínicas, o quadro é polimorfo, com lesões de diferentes formas, não inflamatórias (comedões abertos e fechados) e inflamatórias (pápulas, pústulas, nódulos e abscessos) localizados na face, ombro e porção superior do tórax, geralmente associadas à seborreia (DAL GOBBO; GARCIA, 2010; RIBEIRO, D., 2013). A acne pode ser classificada pela sua gravidade, o que vai ajudar a determinar o tratamento adequado. Essa classificação pode ser feita em cinco graus ou formas clínicas, conforme aponta Rivitti (2014): 112 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Quadro 15 – Formas clínicas ou graus da acne vulgar FORMAS CLÍNI- CAS (GRAUS) CARACTERÍSTICAS Grau I Tipo de acne não inflamatória que se caracteriza pela presença de comedões, porém, mesmo com a existência de algumas pápu- las e raras pústulas foliculares, ainda permite considerar o quadro como acne Grau I. Grau II Caracteriza-se pela presença de comedões abertos, pápulas, com ou sem eritema inflamatório e pústulas. O quadro tem intensidade variável, desde poucas lesões até numerosas, com inflamação bem intensa. A seborreia está sempre presente. Grau III Também conhecida como nódulo-abscedante ou nódulo-cística. Apresenta comedões abertos, pápulas, pústulas, seborreia e lesões maiores, como nódulos. Grau IV Acne Conglobata É uma forma grave de acne em que se associam ao quadro ante- rior nódulos purulentos, numerosos e grandes, formando absces- sos, que formam bridas e lesões queloidianas. Grau V Acne fulminante É extremamente rara, devastadora e grave, na qual, ao quadro do Grau IV, surgem subitamente febre, leucocitose, poliartralgia, com eritema inflamatório ou necrose e hemorragia em algumas lesões. Fonte: Adaptado de Rivitti (2014). Figura 46 – Acne Grau I (A) e acne Grau II (B) Fonte: Rivitti (2014,s.p.). A b Tipos de Acne Além dos graus, a acne pode ser identificada pela sua gravidade, pelo seu quadro, pelo agente desencadeante etc. Essa classificação, no entanto, levará em consideração a idade, a atividade profissional, os produtos que entram em contato ou são utilizados na pele e outras patologias que possam estar relacionadas. Identificar o tipo de acne é fundamental para que se interrompa ou minimize o contato com a situação que está desencadeando o processo, para que se possa orientar adequadamente o paciente em seus cuidados diários ou mesmo para o encaminhamento a um outro profissional, quando necessário. 113 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 a) Acne vulgar É a acne que acomete adolescentes e adultos de ambos os sexos por alterações na unidade pilossebácea. Pode ser não inflamatória, de Grau I com comedões abertos e fechados, ou inflamatória, de Grau II, com acne papulopustulosa, III com acne cística e IV, com acne conglobata (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010). Figura 47 – Acne vulgar Fonte: Rivitti (2014, s.p.). b) Acne pré-menstrual Tem as características da acne vulgar, mas ocorre somente no período pré- menstrual, devendo esta relação ser analisada pelo profissional (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010). c) Acne conglobata É a acne mais severa que apresenta lesões císticas e nódulos inflamatórios. Costuma ser mais frequente em homens e acomete face, tórax e nuca (DAL GOBBO; FLORIANO, 2010). 114 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Figura 48 – Acne conglobata Fonte: Azulay e Azulay (2004). d) Acne rosácea Trata-se de um quadro eminentemente facial, de ocorrência maior entre mulheres de 30-40 anos de idade, que pode ser classificado em quatro estágios de evolução. Em geral, inicia-se por surtos eritematosos periódicos (flush facial) que, com o tempo, juntam-se em pápulas eritematosas pequenas, de duração relativamente curta; numa etapa mais avançada, surgem telangiectasias e pústulas. A evolução é crônica, com episódios agudos. Na fase tardia ocorre uma hiperplasia das glândulas sebáceas do nariz, o que leva ao aumento do volume deste, constituindo o quadro de rinofima que comete mais o sexo masculino. Outros edemas localizados também podem ocorrer (AZULAY-ABULAFIA; AZULAY; AZULAY, 2004). Figura 49 – Classificação da evolução da acne rosácea Eritema episódio (flushing). Es tá gi o I Eritema intenso e persistente, numerosas telangiectasias, pápulas, pústulas, nódulos e com a presença variável de placas, edematosas. Es tá gi o IV Es tá gi o II Eritema moderado e persistente com telangiectasias finas. Es tá gi o III Eritema, telangiectasias, pápulas e pústulas. Fonte: Adaptado de Azulay-Abulafia; Azulay; Azulay (2004). e) Acne medicamentosa Gonadrofinas, esteroides anabolizantes, anticoncepcionais, halógenos (iodo, cloro ou bromo) podem induzir, manter ou agravar o quadro acneico. A erupção ocorre em pápulas pequenas ou papulovesicopústulas, às vezes crostículas hemáticas. Costumam afetar a face, o pescoço, o tronco, ombros, braços e até a região glútea e coxas (RIVITTI, 2014). 115 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 f) Acne ocupacional Existem alguns subtipos: a elaioconiose acomete áreas expostas ou cobertas por vestimentas sujas, frequente em metalúrgicos (óleos de corte) e mecânicos (graxas); a cloracne é uma forma grave de acne ocupacional, causada por contaminação ambiental ou uso industrial de hidrocarbonetos clorados presentes nos defensivos agrícolas. Ocorre por obstrução dos folículos pilosos, com irritação e infecção secundária (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010; RIBEIRO, D., 2013). g) Acne cosmética É uma forma de acne venenata ou acne por contactantes, comum em mulheres entre 20 a 50 anos, causada pelo uso de cosméticos que, aplicados na pele, induzem a essa condição, uma vez que numerosas substâncias usadas em cosméticos são comedogênicas. Há o aparecimento de comedões e pápulas em pessoas que não apresentam pele seborreica (CERQUEIRA; AZEVEDO, 2009; RIBEIRO, D., 2013; RIVITTI, 2014). h) Acne tropical Costuma ocorrer em pessoas com sudorese excessiva e nos meses de verão, pelo efeito do calor, desaparecendo progressivamente nos meses mais frios. Manifesta-se normalmente com pápulas vermelho-violáceas endurecidas e pústulas, algumas vezes com certo grau de prurido, geralmente localizados no tronco, ombros e estendendo-se aos braços. O quadro piora com o uso de fotoprotetores oleosos e horários inadequados de exposição solar (RIBEIRO, D., 2013). i) Acne escoriada Ocorre quando o paciente coça e esfrega as lesões acneicas. Em geral, a acne subjacente é moderada, mas é acompanhada por escoriações extensas. Essas lesões podem ficar profundas a ponto de ocorrerem cicatrizes. Esse tipo de acne é mais comum em mulheres jovens e faz parte de um subconjunto de escoriações neuróticas (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). j) Acne adulta Quando presente na fase adulta, normalmente estão associadas às disfunções hormonais, relacionadas aos ovários policísticos ou com aumento dos hormônios androgênicos, responsáveis pelo aumento de produção de sebo pelas glândulas sebáceas, provocando obstrução do folículo pilossebáceo e, consequentemente, a formação dos comedões. Das mulheres com síndrome dos ovários policísticos, 70% apresentam acne, porém a maioria dos casos de acne na mulher adulta não 116 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL está vinculada a uma hormoniopatia. É mais comumente associada às mudanças hormonais do ciclo menstrual, fisiológicas, relacionadas com a ocorrência de lesões inflamatórias e até aumento de sebogênese (RIBEIRO, D., 2013). Quadro 16 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação da acne AVALIAÇÃO DA PELE ACNEICA Formações sólidas ou coleções líquidas Localização Microcomedões Comedões abertos Comedões fechados Pápulas Pústulas Nódulos Abscessos Grau de Acne: Tipo de Acne: Observações: Fonte: A autora. No link a seguir, você encontrará um artigo que descreve e ilustra os diferentes tipos de cicatrizes da acne vulgar e como cada tipo reage aos tratamentos estéticos. Leia com atenção e conheça melhor os tipos de cicatrizes de acne: <https://revista.spdv.com.pt/ index.php/spdv/article/view/319/293>. Discromias As discromias são modificações da cor natural da pele, causadas pelos mais diversos fatores, entre eles o excesso de exposição à radiação UV, alterações hormonais, reações alérgicas, alterações genéticas, acidentes mecânicos (queimaduras), entre outros, e apresentam-se de forma localizada, difusa, regional ou circunscrita, surgem pela ausência, diminuição ou excesso de melanina, sendo classificadas de acordo com a sua distribuição anômala em acromias, hipocromias e hipercromias (RIBEIRO, C., 2013). 117 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Leucodermias são manchas brancas que podem ser acromias, ou seja, sem coloração, visualmente branco-marfim, originadas pela total ausência de melanina e possuindo diversos formatos. E as hipocromias, causadas pela diminuição da melanina, formam manchas com tom mais claro que o da pele do paciente (RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). As hipercromias são manchas mais escuras de coloração castanha, resultantes da produção exagerada da melanina na epiderme. Podem surgir devido ao envelhecimento, alterações hormonais, inflamações, alergias e exposição solar, entre outros. Também são denominadas de hiperpigmentações e hipermelanoses. Quando circunscritas são chamadas de máculas, e quando difusas ou regionais, são chamadas de melanodermias (RIBEIRO, C., 2013). Relacionamos a seguir as principais discromias de interesse para a área da estética: a) Melasma (cloasma) É um tipo de hipermelanose adquirida, quase sempre em mulheres maiores de 25 anos e após a gravidez ou terapia hormonal, mas pode ocorrer em mulheres mais jovens e que nunca engravidaram, comonas que receberam estrogênio ou progestogênio, e também em homens. Manifesta-se clinicamente em manchas castanho-claras a castanho-escuras, localizadas geralmente nas regiões malares, frontal, labial superior e masseterianas. A intensidade da pigmentação é variável, podendo chegar a um quadro que pode causar distúrbios emocionais (RIVITTI, 2014). Figura 50 – Melasma centro-facial Fonte: Rivitti (2014, s.p.). b) Efélides ou sardas São manchas planas, arredondadas ou geométricas, castanhas ou marrons, em pessoas do fototipo I ou II, peles claras e ruivas, disseminadas no rosto e partes descobertas do corpo. Normalmente de caráter hereditário, aumentam com a exposição ao sol ou à luz ultravioleta artificial (RIBEIRO, C., 2013). 118 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Figura 51 – Efélides Fonte: Rivitti (2014, s.p.). c) Hiperpigmentação pós-inflamatória ou hipermelanose pós- inflamatória É o aumento da melanina após uma inflamação ou lesão na derme ou epiderme (por exemplo, após acne ou dermatite atópica) que é extremamente comum, principalmente nos indivíduos que têm a pele mais escura, e que pode ser agravada por inflamação contínua, trauma ou exposição ultravioleta (UV). As máculas e placas hiperpigmentadas assintomáticas variam da cor de bronze para marrom-escuro (melanina epidérmica) ou de cinza-azulado para marrom acinzentado. As lesões primárias do distúrbio inflamatório subjacente podem ou não ser evidentes quando misturadas com a hiperpigmentação ou em outro lugar (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). Figura 52 – Hiperpigmentação pós-inflamatória ocorrida após picadas de inseto Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015). 119 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 d) Melanose solar, melanose actínica ou mancha da senilidade É uma fotodermatose provocada pela frequente exposição à luz solar que se manifesta em forma de mancha de cor castanho-clara ou escura e que pode evoluir exclusivamente para a degeneração maligna. Neste caso, a melanose é infiltrada, de coloração castanho-preta e um pouco mais extensa que o normal. Localiza-se no dorso das mãos, punhos, antebraços e face (BARROS, 2009). Figura 53 – Melanose solar Fonte: Rivitti (2014, s.p.). e) Albinismo Caracteriza-se pela total ausência de pigmento melânico na pele, nos olhos e cabelos, a pele é branca, frágil e fotossensível, cabelos branco-amarelados, íris translúcida e rósea, nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de olho hipopigmentado (RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010). f) Vitiligo São lesões acrômicas redondas ou ovais, em qualquer parte do corpo, que crescem até alcançar áreas extensas, com limites nítidos e bordas hiperpigmentadas. Os pelos das lesões também são despigmentados. Essas manchas acrômicas, em geral, são bilaterais e simétricas e ocorrem em qualquer idade, porém são mais frequentes na segunda ou na terceira década da vida, sem preferência por sexo ou raça. Embora cause prejuízo apenas estético, muitas vezes desencadeia distúrbios psicossociais de grande importância (RIBEIRO, C., 2013; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY; AZULAY, 2004). 120 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Figura 54 – Vitiligo Fonte: Ifould, Forsythe-Conroy e Wittaker (2015, s.p.). g) Pitiríase alba Hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas hipocrômicas, arredondadas, ásperas, de tamanho variado, com limites mal definidos, assintomática, nos braços, costas e rosto. Associada à desidratação da pele e agravada pelo sol (RIBEIRO, C., 2013). h) Leucodermia solar ou leucodermia gotada Consistem em manchas acrômico-atróficas que medem entre 2 a 5 mm e ficam localizadas em áreas expostas, como nos antebraços e nas pernas, associando-se frequentemente à melanose solar e à queratose solar (RIVITTI, 2014). i) Pitiríase versicolor É uma hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas brancas que às vezes se agregam, formando manchas maiores. Por poderem assumir uma cor em tons acastanhados, recebem o nome de versicolor. Surgem com frequência no pescoço, tronco e face. É uma doença comum ao verão e contagiosa (RIBEIRO, C., 2013). j) Fitofotodermatite, dermatite do berloque ou dermatite do limão De ocorrência comum, principalmente na primavera e no verão ou durante todo o ano em climas tropicais é a inflamação da pele causada pelo contato com determinadas plantas durante exposição recreativa ou ocupacional à luz solar (planta + luz = dermatite). Causa hipermelanose, que é caracterizada pelo surgimento de manchas marrons em fundo avermelhado, e também pode gerar bolhas (RIBEIRO, C., 2013; WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2015). 121 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Figura 55 – Fitofotodermatite pelo contato com limão seguido da exposição à luz solar Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015, s.p.). k) Acromia residual É geralmente causada por traumatismos mecânicos e pós-inflamação acneica, gerando acromia associada a lesões cicatriciais por lesões dos melanócitos (DAL GOBBO; GARCIA, 2010). Envelhecimento Cutâneo Geralmente o rosto é o primeiro a demonstrar os sinais de envelhecimento. O conteúdo do tecido subcutâneo diminui de maneira considerável, principalmente na fronte, nas áreas pré-malares e perioral; a musculatura torna-se hipotrófica, acentuando a queda e a perda da elasticidade, o aparecimento de rugas, discromias e lesões; a pele torna-se mais fina, desidratada e seca (GANTE, 2013). Essa degeneração senil ocorre de preferência nas regiões em que a pele ficou mais exposta às intempéries, como a face, o pescoço, dorso das mãos e antebraços (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A pele envelhece em resposta a numerosos fatores que variam de pessoa para pessoa. Os músculos da expressão facial, por exemplo, são únicos por se inserirem direto na pele, fazendo com que anos de expressões faciais resultem na formação progressiva de rugas hiperdinâmicas, principalmente nas regiões frontal, glabelar, nasolabial, perioral e periocular. Também com o envelhecimento, as partes moles da face perdem sua elasticidade inerente e sua habilidade de resistir ao repuxamento, assim começam a ceder e decair sob os efeitos da gravidade. A exposição solar e o tabagismo tendem a acelerar esses processos (TAN; GLOGAU, 2009). As rugas gravitacionais decorrem da flacidez do envelhecimento facial, que em conjunto com as diversas alterações acarretam na ptose da face. As dinâmicas 122 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL são decorrentes dos movimentos repetitivos dos músculos responsáveis pela expressão facial e aparecem com o movimento, já as estáticas são perceptíveis mesmo na ausência dos movimentos e atingem as mesmas estruturas que as dinâmicas: ao redor dos olhos, horizontais na fronte (testa), glabelares verticais, sulco nasogeniano (do nariz ao lábio), pequenas rugas peribucais (GUIRRO; GUIRRO, 2004). As rugas podem ser superficiais, principalmente quando há diminuição das fibras elásticas na derme papilar e quando desaparecem ao estiramento da pele, ou profundas, que são decorrentes principalmente da ação solar e não desaparecem ao estiramento da pele (BORGES; SCORZA, 2016). Quando fazemos um exame em uma pele envelhecida, devemos observar a elasticidade, a presença de linhas de expressão, estáticas e gravitacionais, o teor de hidratação, a coloração, a superfície cutânea (fina ou espessa), a presença de hipotonia muscular e a preservação do contorno da face (GANTE, 2013). a) Fotoenvelhecimento Também chamado de actínico, o fotoenvelhecimento depende do tipo de pele e da intensidade da exposição solar e é considerado mais agressivo e causa mais danos à pele. Este tipo de pele apresenta a epiderme espessa com aumento da camada córnea, aumento dos melanócitos com hiper ou hipofunção (aparecimento de discromias), maior deposição de fibras elásticas alteradas (desenvolvimento de elastose), fibras colágenas em menornúmero e fragmentadas (aparecimento de rugas e sulcos), e desenvolvimento de processos tumorais (GANTE, 2013). O termo fotoenvelhecimento refere-se às alterações clínicas, histológicas e funcionais características da pele cronicamente exposta à irradiação solar. Embora compartilhe alguns aspectos com a pele cronologicamente envelhecida, não exposta ao sol, alguns são exclusivos do fotoenvelhecimento, tornando- se uma entidade independente com sua fisiopatologia própria (FIGUEIRA et al., 2004, p. 525). Sem dúvidas, a exposição solar contribui de maneira expressiva no envelhecimento extrínseco, ocasionando ceratoses actínicas, lentigos, rítides, aspereza da pele, telangiectasias. Em contrapartida, o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento são considerados entidades distintas. Enquanto no primeiro as alterações são sutis e consistem primariamente em flacidez, rugas finas, certo grau de maciez e palidez cutânea, o segundo caracteriza- se pela aspereza, rugas mais proeminentes, pigmentação irregular e difusa, telangiectasias, um tom amarelado da pele e uma variedade de lesões benignas, pré-malignas e neoplásicas. As alterações do fotoenvelhecimento podem surgir muito antes daquelas relacionadas ao envelhecimento cronológico, porém esses 123 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 dependerão também de aspectos como o tipo de pele, natureza de exposição solar e capacidade individual de reparação do dano solar (FIGUEIRA et al., 2004). Para a avaliação, podemos utilizar a classificação sistemática dos tipos de fotoenvelhecimento desenvolvida por Glogau, a seguir. Dependendo da quantidade de exposição solar, essas generalizações se aplicam a diferentes graus em pacientes com pele mais pigmentada. Figura 56 – Classificação de Glogau de Fotoenvelhecimento • Fotoenvelhecimento leve a moderado - lentigos senis sensíveis iniciais; ceratoses palpáveis, mas não visíveis; linhas paralelas ao sorriso come- çando a aparecer lateralmente à boca. • Idade do paciente - final dos 30 e 40 anos. • Geralmente usa maquiagem. Tipo II - “Rugas em movimento” • Fotoenvelhecimento inicial - alterações pigmentares leves, sem ceratoses, rugas mínimas. • Pacientes jovens - 20 ou 30 anos. • Maquiagem mínima ou ausente. Tipo II - “Rugas em movimento” • Fotoenvelhecimento grave - pele com coloração amarelo-acinzentada; malignidades cutâneas prévias, rugas por toda a face, não há pele normal. • Idade do paciente - sexta ou sétima década, não pode usar maquiagem - aspecto “rachado”. Tipo IV - “Apenas rugas” • Fotoenvelhecimento avançado - discromia visível e telangiectasias; cera- toses visíveis; rugas mesmo sem movimentação facial. • Idade do paciente - 50 anos ou mais velho. Tipo III - “Rugas em repouso” Fonte: Glogau (1994;1996 apud TAN; GLOGAU, 2009). 124 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL Câncer de Pele e Outras Alterações Frequentes Trabalhando diretamente com a pele, o esteticista muitas vezes pode se deparar com alterações ou doenças dermatológicas que poderão estar fora do alcance dos seus tratamentos, bem como deve ter noção dos cuidados que deve ter nessas ocasiões. Por esta razão foram selecionadas algumas das alterações mais recorrentes para serem abordadas aqui. Em primeiro lugar, considera-se que a regionalidade lesional ajuda muito no diagnóstico de determinadas dermatoses, pois elas incidem mais ou quase exclusivamente em determinadas regiões. Na face, por exemplo, são mais frequentes, dentro de certa relatividade: acne rosácea, dermatite seborreica, dermatite atópica, ceratose actínica, cloasma, herpes simples, nevos de vários tipos, fotodermatoses, vitiligo, entre outros (AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004); a) Nevos melanocíticos Os nevos caracterizam-se por máculas, pápulas ou nódulos pequenos, circunscritos. Variam na cor desde azul/negro até marrom, cor-de-rosa ou cor de pele. Os nevos adquiridos quase sempre têm menos de 1 cm de diâmetro e podem ocorrer em qualquer local, mas com predileção por áreas expostas ao sol. Os mais comuns são os nevos juncionais, que surgem na junção derme-epiderme e são maculosos; os nevos intradérmicos, com células restritas à derme e são papulosos, e os compostos, que apresentam componentes juncionais e dérmicos e geralmente são papulosos (SOUTOR; HORDINSKY, 2015). Outras apresentações menos comuns são o nevo halo, que são nevos circundados por um halo de despigmentação; o nevo azul, que são nevos adquiridos que variam na cor do azul ao negro, e o Nevo de Spitz, que são nevos pequenos, caracteristicamente rosados ou castanhos que surgem de forma súbita, principalmente em crianças (SOUTOR; HORDINSKY, 2015). 125 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Figura 57 – Nevos intradérmicos (à esquerda) e nevos juncionais Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.). Figura 58 – Nevo halo (à esquerda) e nevo azul Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.). Os nevos melanocíticos (sinais) são tumores de pele benignos comuns em sua maioria, mas os atípicos apresentam certas características que lembram o melanoma maligno e, em determinadas circunstâncias, a sua presença é considerada indicadora de maior risco para o desenvolvimento do melanoma maligno. Este é o único entre os cânceres mais graves que pode ser detectado por médicos em pacientes com um simples exame de pele (SOUTOR; HORDINSKY, 2015). b) Câncer de pele O câncer de pele pode se apresentar como um tumor brilhante e pálido, que pode sangrar e formar crosta ou uma placa seca, áspera, que descama. Já o melanoma caracteriza-se, principalmente, pela mudança de cor de um nevo e geralmente é uma lesão de cor preta ou marrom com algumas áreas vermelhas, azuis ou brancas que não se eleva muito sobre a pele, exceto quando é nodular (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). 126 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL É importante que o profissional conheça os sinais indicativos do câncer de pele e, ao suspeitar de alguma alteração, encaminhar o paciente ao médico- dermatologista. Uma técnica utilizada para identificar as principais alterações suspeitas é o guia as letras do alfabeto de A a E, como descritas a seguir por Cohen (2013): • A – Assimetria: alguns melanomas são assimétricos, com uma metade diferente da outra. • B – Borda: normalmente as lesões malignas apresentam bordas irregulares. • C – Cor: tons que variam entre o castanho escuro e o preto são o primeiro indício de alteração. • D – Diâmetro: suspeitar de lesões com diâmetro superior a 6 mm. • E – Evolução: ao mapear os nevos na anamnese e análise na pele feita na primeira sessão, o profissional tem condições de observar alterações no tamanho, forma, cor, sangramento, coceira ou se a pinta está descamando, bem como alertar na busca de uma avaliação médica. Todavia, deve-se ter consciência de que há limitações dessa regra para as pequenas lesões, pois pequenos melanomas podem ter as características não tão claras. Da mesma forma, nevos melanocíticos benignos podem ter características atípicas, reduzindo a sensibilidade da regra do ABCDE (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). Figura 59 – Regra do ABCDE para identificação do câncer de pele melanoma Fonte: Tallita Rezende Dermatologista (2015, s.p.). 127 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 c) Psoríase As lesões características da psoríase consistem em pápulas e placas escamosas crônicas e recidivantes. Ocorrem erupções pustulosas e vermelhidão intensa. A apresentação clínica varia entre indivíduos, podendo apresentar apenas algumas placas localizadas, até o acometimento cutâneo generalizado (WOLF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2015). Figura 60 – Psoríase, acometimento facial Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2015, s.p.). d) Dermatite atópica A dermatite atópica (DA) é uma doença genética, de herança poligênica, com evidentes alterações imunológicas, fortemente influenciadas por fatores ambientais e, eventualmente,emocionais. É considerada a principal manifestação cutânea de atopia que pode ocorrer em qualquer idade a partir do 3° mês de vida. O prurido é intenso e está sempre presente. Sua distribuição usual compreende dobras antecubitais e poplíteas, mas também pode comprometer o pescoço, pálpebras, mãos e punhos. Tende a atenuar-se com a idade, sendo rara a sua persistência após os 30 anos (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004). e) Urticária A urticária é uma erupção pruriginosa muito comum, constituída por lesões efêmeras, eritematoedematosas circunscritas, de vários tamanhos, produzidas por causas e mecanismos diversos. A alergia ao látex da borracha natural afeta pessoas rotineiramente expostas aos produtos com borracha. As reações ao látex da borracha ocorrem como síndrome da urticária de contato, tipicamente dentro de uma hora após a exposição ao látex (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004). A lesão característica da urticária é uma lesão eritematoedematosa denominada urtica, que pode ter grandes dimensões ou apresentar-se como grandes placas (urticária gigante), e neste caso, o edema comprime os vasos, 128 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL fazendo com que a placa apresente um centro anêmico, sendo esta uma característica comum às urticas no seu início antes de evoluírem para a forma final de placas róseas, as quais regridem após algumas horas (máximo de 24 a 48 horas) sem lesões residuais, a menos que a pele seja danificada pela coçadura intensa. O prurido está quase sempre presente e pode ser intenso e às vezes é o elemento mais importante do quadro, podendo ser temporário. O angioedema e a urticária podem frequentemente coexistir ou ocorrerem isoladamente (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004). A urticária comum pode ser dividida em aguda, com até seis semanas de atividade contínua, crônica, seis ou mais semanas de atividade contínua e episódica, que ocorre de forma intermitente. Na urticária aguda as lesões surgem subitamente, na maioria dos casos em forma de grandes placas e podem ter origem idiopática ou ter como causa alimentos como frutas (por exemplo, morango), frutos-do-mar, castanhas, condimentos, chá, chocolate e produtos laticínios, drogas como antibióticos, ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não hormonais, morfina e codeína, também pelos hemoderivados, radiocontrastes, infecções virais e doenças febris, picadas de abelha e vespa (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004). A urticária de contato ocorre em consequência do contato com substâncias específicas como plantas, pelos de animais, leite, trigo etc. Após o contato com a substância, surge normalmente de forma localizada em poucos minutos e desaparece dentro de uma a quatro horas. Preparações alimentares proteicas e o uso de luvas de látex são causas comuns de urticária de contato nas mãos (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004). f) Dermatite de contato A dermatite de contato ou eczema de contato pode ser dividida em dois tipos, segundo sua etiologia e fisiopatogenia: dermatite de contato por irritante primário (DCIP) e dermatite de contato alérgica (DCA). A dermatite de contato por irritante primário normalmente é provocada por substâncias alcalinas ou ácidas fracas, não tendo capacidade de provocar queimaduras ou necrose, apenas irritação cutânea. Ao entrar em contato com a pele, essas substâncias causam injúria aos ceratinócitos, ocasionando reação inflamatória na derme papilar. Clinicamente, caracteriza-se por eritema, descamação e, por vezes, vesículas e bolhas, que surgem em contato com agentes irritantes mais fortes ou depois de semanas de contato com agentes irritantes mais fracos. Não há envolvimento com o sistema imunológico e qualquer indivíduo em contato com tais substâncias desenvolverá DCIP, que sempre ficará restrita ao local de contato. As duas principais variáveis são a concentração da 129 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 substância e o tempo de exposição, e a suscetibilidade depende da espessura da camada córnea, ou seja, é mais fácil ocorrer DCIP na pele fina do que na que tem a epiderme mais espessa (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004). Na dermatite de contato alérgica existe envolvimento primário do sistema imunológico, sendo que a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida, embora, eventualmente, possa ocorrer o desenvolvimento da tolerância com a exposição continuada, havendo então a cura. Nestes casos, determinadas substâncias são especialmente sensibilizantes, como apresentam Cestari, Azulay e Azulay (2004): • Metais – cromo (cimento, tipografia, couros), níquel (objetos de adorno e de utilidades domésticas), mercúrio (remédios). • Antibióticos – com destaque a neomicina, penicilina, furacin e cloranfenicol. • Cosméticos – eosina, hidroquinona, piragalol, azocorantes, resorcina, fenol, formol e outras. • Borracha e derivados – marcaptobenzotizóis e o éter monobenzílico de hidroquinona. • Objetos plásticos – polivinil, polietileno, acrílicos, formaldeídos, nitrocelulose, poliamidos, os diversos componentes das epoxirresinas e outros. Figura 61 – Eczema de contato alérgica a esmalte Fonte: Azulay e Azulay (2004, s.p.). Figura 62 – Apresentação das três formas de DCA (sempre com muito prurido) Eritemas, pápulas, escamas e crostas. SUBAGUDA Eritema, vesículas, exsudação e crostas. AGUDA Liquenização. CRÔNICA Fonte: Adaptado de Cestari, Azulay e Azulay (2004). 130 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL O formato e a localização das lesões podem ajudar no diagnóstico. Por exemplo, lesões nos lóbulos auriculares estão relacionadas a componentes dos brincos, como o níquel. Algumas vezes, as lesões são encontradas a distância do sítio original, ocorrendo por alérgeno pelas mãos do paciente ao se coçar. Procura- se correlacionar o local da dermatite a várias exposições; assim, no eczema de pescoço, deve-se investigar joias e adereços de metais e plásticos, perfumes, roupas, corantes de tecidos etc. Quer na indústria, quer em outras profissões, a pessoa expõe-se seletivamente a determinados antígenos, um exemplo disso é a dermatite de contato em cabeleireiros nos quais deve-se pesquisar os corantes, xampus, depilatórios, perfumes etc. (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004). Todas essas informações devem servir para que o profissional da estética possa ter uma noção do que pode estar acometendo o seu paciente e encaminhá- lo ao médico quando necessário. Este, se julgar necessário, realizará testes de contato para a identificação das substâncias às quais o indivíduo é alérgico. Tendo o conhecimento do agente causal, a primeira providência que o profissional deve tomar em relação ao paciente é afastá-lo dele, observando a presença deste em seu atendimento. g) Micoses superficiais As micoses são doenças produzidas por cogumelos que se localizam preferencialmente na pele e/ou em seus anexos e são classificadas em quatro grupamentos: ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases. O contágio inter-humano é frequente (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004). As ceratofitoses são micoses essencialmente superficiais que se localizam na ceratina da epiderme e dos pelos. Dentre elas está a pitiríase versicolor, que é uma doença de distribuição universal, mais frequente na população adulta e em climas quentes e úmidos. As lesões são inicialmente arredondadas, por surgirem a partir da estrutura pilossebácea (o agente é lipofílico), com lesões geralmente hipocrômicas descamativas. Podem ser hipercrômicas ou eritematosas, daí o nome versicolor (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004). As dermatofitoses representam a infecção fúngica mais comum do homem. Há várias espécies de dermatófitos, com determinadas variações, e sua prevalência é maior nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente e úmido. A mesma espécie pode produzir quadros clínicos bem diferentes e, inclusive, com seletividade de grupos etários. Na dermatofitose da face, as lesõessão eritematoescamosas de crescimento centrífugo, às vezes com disposição de asa de borboleta, lembrando o lúpus e a dermatite seborreica, e o prurido geralmente é discreto (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004). 131 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 Dentre as dermatofitoses inflamatórias existem três tipos principais: o quérion, que é localizado no couro cabeludo ou barba e se manifesta em forma de placa de foliculite aguda ou subaguda, eminentemente hiperérgica, com intensa supuração e cura espontânea, às vezes com alopecia cicatricial; a sicose tricofítica, que apresenta pústulas centralizadas por pelos na região da barba e bigode. Às vezes são isoladas e, outras vezes, formam conglomerados; a evolução é, em geral, crônica, e; folliculitis capitis abscendens et suffodiens, caracterizada por lesões de foliculite com túneis intercomunicando abscessos, no couro cabeludo. Figura 63 – Sicose tricofítica Fonte: Azulay; Azulay (2004, s.p.). h) Herpes simples É uma dermatovirose causada pelo herpes-vírus de transmissão por contato pessoal, que inicialmente apresenta-se na forma de eritema discreto, edema e ardor. É caracterizada por vesículas puntiformes, túrgidas e brilhantes, agrupadas em buquês e tensas, contendo líquido transparente. Aumentam e reaparecem quando há manifestações febris ou em estados fisiológicos, como a menstruação. As vesículas do tipo 1 localizam-se na borda vermelha dos lábios, narinas externas ou extensão variável da face. As do tipo 2 são geralmente de transmissão sexual e acometem genitália e ânus (BARROS, 2009). Figura 64 – Herpes simples Fonte: Dermatologia.net (s.d., s.p.). 132 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL É importante que o profissional analise a existência de doenças dermatológicas, principalmente as que são contagiosas e aquelas que necessitam de tratamento adequado, e faça o devido encaminhamento do paciente ao médico especialista. Quadro 17 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação das discromias, dos sinais de envelhecimento e de outras alterações AVALIAÇÃO DAS DISCROMIAS, SINAIS DE ENVELHECIMENTO E OUTRAS ALTERAÇÕES Discromias, marcas ou rugas Localização: Melasma (cloasma) Efélides Hiperpigmentação pós-inflamatória Melanose solar Leucodermia solar Nevos melanocíticos Outras (descrever) Rugas finas Rugas superficiais Rugas profundas Classificação Glogau de envelhecimento Alterações cutâneas suspeitas ou descon- hecidas: Fonte: A autora. Contraindicações e Observações Gerais É possível ter fichas de anamnese para a estética facial distintas para homens, mulheres e para tratamentos que exigem maiores cuidados, como os peelings. Como já comentamos nos capítulos anteriores, ter fichas específicas para os variados setores e tipos de tratamentos na estética faz com que tenhamos avaliações que exploram melhor as necessidades de cada paciente e, ao mesmo tempo, tornam-se mais práticas. No entanto, em algumas ocasiões elas podem ser unificadas, por conterem pouquíssimas informações distintas. Avalie a praticidade e os tipos de informações que você deseja e precisa coletar. Isso vale para as contraindicações, uma vez que é preciso observar os tipos de produtos e equipamentos que são utilizados em cada local, pois cada um tem a sua contraindicação, que deve ser lembrada no momento da anamnese. A ficha apresentada neste capítulo é generalizada e cada profissional deve adaptar a sua. Também é importante anexarmos autorizações médicas, 133 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 fotografias (se impressas) e um Termo de Responsabilidade ou Consentimento, no qual o paciente deve confirmar que compreendeu sobre os procedimentos que serão realizados, sobre a veracidade das informações por ele repassadas, e que tomará os devidos cuidados em relação à pele conforme orientação do profissional, principalmente em casos de realização de peelings. Como já comentamos em outros capítulos, a fotografia é uma forma muito interessante para fazer o acompanhamento da evolução dos tratamentos faciais, uma vez que a maioria dos motivos de insatisfação dos pacientes está relacionada a sua aparência visual. Não se esqueça de fazer todos os procedimentos que já vimos, para que as fotografias fiquem bem padronizadas e tenham a melhor qualidade possível. Isso enriquecerá muito a avaliação. Atividades de Estudos: 1) Descreva as formações sólidas e coleções líquidas presentes na pele acneica. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Preencha o seguinte processo, do grau mais brando para o grau mais grave de acne, utilizando duas palavras-chave para descrever cada grau. Grau I Grau II Grau III Grau IV Grau V 3) Faça uma breve descrição da acne rosácea. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 134 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL 4) Identifique e descreva a discromia presente na imagem a seguir: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Relacione as principais diferenças entre o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) Explique o que é a regra “ABCDE” na identificação do câncer de pele melanoma. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Algumas Considerações Avaliar adequadamente uma pessoa em busca de um tratamento, visando melhorar os aspectos da sua estética, é buscar o melhor que pudermos oferecer a ela. Isso significa resgatar todo o conhecimento científico e aplicá-lo de forma a identificar corretamente as queixas levantadas pelo paciente: definir o que é essa queixa, sua classificação, suas possíveis causas ou fatores agravantes e traçar 135 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 um plano de tratamento mais adequado, considerando se o histórico pessoal, que inclui seus hábitos e as suas condições de saúde, permite a utilização dos procedimentos selecionados. Os métodos avaliativos em Estética Facial e Estética Corporal são um conjunto de técnicas e informações que possibilitam um tratamento seguro, mais eficaz possível e com todos os seus dados coletados registrados numa ficha de anamnese, que é um importante documento que deve estar presente nas clínicas de estética. Algumas fichas de anamnese fornecidas por marcas de produtos cosméticos, ou mesmo encontradas em algumas bibliografias, estão estruturadas com itens predefinidos para serem apenas assinalados, tornando assim o seu preenchimento mais rápido. É uma forma muito interessante de realizar a anamnese, porém devemos ficar atentos se todos os requisitos serão atendidos, e mesmo nesse tipo de ficha sempre haverá a necessidade de um campo de observações gerais para um livre preenchimento, uma vez que não é possível prever tudo o que poderá surgir nas futuras avaliações. Exploramos também várias possibilidades para as avaliaçõesestéticas, mas enfatizamos, mais uma vez, que as técnicas e os métodos avaliativos aqui apresentados, as classificações das principais queixas estéticas, os questionamentos, bem como todos os itens relacionados nas fichas não devem ficar assim restritos. É preciso estar atento às novas descobertas científicas, aos recursos oferecidos (equipamentos, cosméticos, recursos manuais) e ao perfil dos pacientes atendidos em cada local. Os componentes da avaliação estética dependem dos recursos disponíveis (fatores que possam indicar, interferir ou contraindicar) e a forma de avaliar a evolução dos tratamentos depende de cada profissional, que deverá ser capaz de analisar o que é mais adequado para as suas necessidades. Referências ALCHORNE, A. de O. de A.; ALCHORNE, M. M. de A.; SILVA, M. M. Dermatoses ocupacionais. Anais brasileiros de dermatologia. V. 85, n. 2, p. 137-147, 2010. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. AZULAY-ABULAFIA, L.; AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Discromias. In: AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 54-64. 136 MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL ______. Acne e doenças afins. In: AZULAY, R. 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Porto Alegre: AMGH, 2015. 139 Ficha de Anamnese Facial Capítulo 3 ANEXO I – Ficha de anamnese facial completa FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIAL IDENTIFICAÇÃO Nome completo: _________________________________________________________ Profissão: ______________________________________________________________ Data de nascimento: ________/________/_________ Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Endereço:_______________________________________________________________ Cidade/Estado: __________________________________________________________ E-mail:__________________________________________________________________ Telefones: Cel:_____________________________Outro:_________________________ ............................................................................................................................................. Queixa/Localização: _____________________________________________________ HISTÓRICO Cosméticos que utiliza: ____________________________________________________ Uso de filtro solar: ________________________________________________________ Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados:______________________________ Gestante: Sim ( ) Não ( ) Fumante:
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