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CAPÍTULO 4
Tratamento das Hiperpigmentações 
ou Hipocromias
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Estudar os diferentes tipos de hipercromias.
� Conhecer e compreender os tratamentos disponíveis e suas indicações.
� Aprender os mecanismos de ação dos diferentes tratamentos, bem como suas 
contraindicações para a prevenção de riscos e efeitos adversos.
102
 Estética Avançada Facial
103
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Contextualização
Este é o último capítulo da disciplina de Estética Avançada Facial. Nele 
estudaremos um tipo de discromia muito comum no Brasil: a hiperpigmentação 
ou hipercromia. Veremos os principais fatores responsáveis pelo surgimento das 
hiperpigmentações na face e como esses fatores influenciam a melanina presente 
na pele. Também estudaremos os tipos de hiperpigmentações: melasma, 
hiperpigmentação pós-inflamatória, efélide e lentigo.
No decorrer do desenvolvimento deste capítulo, veremos novamente que a 
exposição à radiação solar é um dos principais fatores indutores de boa parte 
das hiperpigmentações, seja induzindo sua formação, seja potencializando a 
hiperpigmentação já existente.
Ainda, estudaremos dois tipos de aplicações tópicas que são amplamente 
empregados para o tratamento das hipercromia: a microdermoabrasão e o peeling 
químico, que atualmente é uma das técnicas mais empregadas em estética. 
Estudaremos seus principais níveis e a profundidade que atingem, bem como seu 
mecanismo de ação na pele.
Estudaremos também dois dos principais recursos terapêuticos utilizados 
para o tratamento de hiperpigmentações: a luz intensa pulsada e o laser 
fracionado. 
Por fim, estudaremos as principais indicações, contraindicações e efeitos 
adversos de cada um dos procedimentos estudados. Tratar de técnicas que 
causam danos à pele é fundamental, além do cuidado em sua aplicação.
Hiperpigmentações ou Hipercromias
A cor da pele é originada principalmente pela melanina (origem endógena), 
mas também pelos carotenoides (origem exógena), que são produzidos a partir 
do consumo de frutas e vegetais e que possuem cor amarela. Também existem 
os pigmentos intravasculares, como a oxiemoglobulina de cor vermelha e a 
hemoglobina reduzida de cor azul (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Como estudada no Capítulo 2, a síntese de melanina ocorre no interior 
dos melanócitos pela ação da enzima tirosinase. Tal enzima é sintetizada nos 
ribossomos e transportada para o complexo de Golgi; lá serão formadas as 
vesículas chamadas pré-melanossomas. 
104
 Estética Avançada Facial
É no interior das vesículas que ocorrerá a formação da melanina a partir da 
tirosina por ação da tirosinase. Quando a vesícula estiver cheia de melanina, ela 
passa a ser chamada de melanossoma (MOTA, 2006).
No interior dessas vesículas são formados dois tipos de melanina: a) 
feomelaninas, que é um grupo heterogêneo de pigmentos pardos, avermelhados, 
solúvel em álcalis, fotolábil, fotossensibilizador, e produz os radicais superóxido, 
hidroxila e peróxido de hidrogênio após radiação solar; b) eumelaninas, que 
constituem um grupo de pigmentos homogêneos pardos, considerado um 
polímero fotoestável, fotoprotetor, insolúvel na maioria dos solventes (SLOMINSKI 
et al., 2004).
A melanina formada no interior dos melanossomas será transferida para os 
queratinócitos adjacentes e os grânulos irão se dispor no núcleo dessas células a 
fim de impedirem lesões ao DNA pela radiação ultravioleta (UV). 
É interessante notar que a eumelanina, pigmento homogêneo pardo, é 
mais eficiente na proteção do DNA. Assim, os cânceres são menos comuns em 
pessoas de pele morena e mais comuns em pessoas de pele clara (MOTA, 2006).
Na verdade, os melanossomas são considerados as principais estruturas de 
diferenciação entre as raças. Em orientais e nas peles mais pigmentadas, são 
maiores e mais dispersos, já nas peles mais claras são pequenos e agrupados em 
uma única membrana (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A quantidade de melanina que será formada nos melanócitos é determinada, 
geneticamente, porém vários fatores que podem interferir no processo: exposição 
à radiação solar, idade, variações hormonais, inflamações, fatores emocionais, 
dentre outros. Quando falamos de hormônios, o estradiol e a progesterona 
ganham destaque na hiperpigmentação do rosto, genitais e auréola mamária, pois 
estimulam a melanogênese (NICOLETTI et al., 2002).
O que chamamos de bronzeado, na verdade, é uma pigmentação adaptativa 
que surge como dispositivo eficaz contra os raios UV. Não haverá modificação 
na qualidade da melanina, mas sim na quantidade produzida (PEYREFITTE; 
MARTINI; CHIVOT, 1998).
As patologias que causam modificações na cor natural da pele são chamadas 
de discromias. A discromia é a pigmentação anormal da pele que, geralmente, 
ocorre devido ao excesso de pigmentação, as chamadas hipercrômicas (manchas 
mais escuras como melanodermias, hemossiderose etc) ou pela deficiência de 
pigmentação, as hipocrômicas (manchas mais claras que a pele, como o vitiligo, 
albinismo etc) (GERSON et al., 2011).
105
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
As discromias podem ser desencadeadas por alguns fatores como o 
envelhecimento, gravidez, distúrbios endócrinos, excesso de exposição solar ou 
tratamentos com hormônios sexuais e podem se manifestar em qualquer região 
do corpo, sendo mais acometida a face, o pescoço, as axilas e a virilha (GERSON 
et al., 2011). Ainda, afetam ambos os sexos. 
A hiperpigmentação ou hipercromia ocorre devido a um excesso da produção 
de melanina que pode ter vários fatores causadores, dentre eles: a alta exposição 
à radiação UV, o envelhecimento, fatores hormonais, agressões químicas, 
físicas e inflamações cutâneas (GONCHOROSK; CORRÊA, 2005; BRENNER; 
HEARING, 2008). Outra situação bem comum, principalmente nas mulheres, é 
a hiperpigmentação axilar, que tem como uma das principais causas a depilação 
(SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2013).
Em 1976, Fitzpatrick desenvolveu uma classificação para a pele humana de 
acordo com o fototipo e etnia, conforme apresentada na tabela a seguir. A escala 
de Fitzpatrick faz indicação do potencial de discromias, referindo que quanto maior 
for o fototipo cutâneo, maior a propensão à hiperpigmentação e menor o grau de 
fotoenvelhecimento. Entretanto, os fototipos mais claros são mais propensos às 
hipocromias (MAIO, 2004). 
Apesar do desenvolvimento de inúmeras pesquisas que tentam desvendar 
os mecanismos exatos da etiopatogenia das hipercromias, ainda pouco se sabe. 
Acredita-se que mediadores inflamatórios, como as citocinas, ou as espécies 
reativas do oxigênio (EROs), que são liberadas durante o processo inflamatório, 
promovam o aumento na atividade do melanócito (ALCHORNE; ABREU, 2008).
Segundo Paulo e Santos (2009), apesar das discromias serem comuns em 
peles com fototipo cutâneo IV e V, há maior dificuldade em obtermos informações 
de tratamentos em pessoas morenas ou negras.
A hiperpigmentação tem um impacto negativo no psicológico das pessoas, 
principalmente em se tratando de face. Outro ponto negativo dessa patologia é o 
difícil tratamento que exige vários cuidados, uma vez que a maioria das técnicas 
empregadas pode causar irritação, prurido, descamação, dentre outros (HALDER; 
RICHARDS, 2004).
 
É importante ressaltarmos que, no Brasil, há uma grande miscigenação 
racial, não é incomum pessoas de pele clara apresentarem respostas a estímulos 
semelhantes às respostas observadas em pessoas com pele morena ou negra. 
É indispensável que o profissional apresente domínio sobre as diferenças 
entre os tipos de pele e o mecanismo de ação das diversas técnicas estéticas 
106
 Estética Avançada Facial
presentes no mercado para assegurar a escolha correta, bem como o controle 
imediato de efeitos adversos (MAIO, 2004).
 Tabela 1 – Classificação dos fototiposde pele segundo Fitzpatrick
Grupo Eritema Pigmentação Sensibilidade
I Branca
Sempre se 
queima
Nunca se 
bronzeia
Muito sensível
II Branca
Sempre se 
queima
Às vezes se 
bronzeia
Sensível
III Morena clara
Queima 
(moderado)
Bronzeia 
(moderado)
Normal
IV
Morena 
moderada
Queima (pouco) Sempre bronzeia Normal
V Morena escura
Queima 
(raramente)
Sempre bronzeia Pouco sensível
VI Negra
Nunca se 
queima
Totalmente 
pigmentada
Insensível
Fonte: Adaptado de Mota (2006).
Tipos de Hipercromias
As hipercromias surgem devido à produção irregular de melanina e, segundo 
Maio (2004), estão divididas em quatro categorias:
• Pigmentação pós-inflamatória. 
• Cloasmas ou melasma.
• Sardas.
• Lentigos senis.
Faça o teste de Fitzpatrick para saber qual seu fototipo de pele. 
Nele são avaliadas a predisposição genética e a exposição solar. 
Acesso em: <http://stopcancerportugal.com/2016/05/30/qual-e-o-seu-
fototipo-de-pele-faca-o-teste-de-fitzpatrick/>. Acesso em: 13 jun. 2018.
107
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
a) Hiperpigmentação pós-inflamatória (HPI)
Ocorre devido ao aumento de pigmentação da pele como resposta 
fisiopatológica a um trauma ou a danos cutâneos. Várias são as etiologias, incluindo 
infecções bacterianas, fúngicas ou virais; doenças inflamatórias, tais como acne, 
líquen plano, psoríase e pseudofoliculite; reações de hipersensibilidade induzidas 
por drogas ou por dermatite atópica, causada por agentes físicos ou químicos, 
incluindo procedimentos estéticos (ALCHORNE; ABREU, 2008). 
Durante o processo inflamatório, a melanina produzida pode entrar na derme 
e como existe a presença de macrófagos, podem realizar a internalização do 
excesso de pigmentação, fazendo com que os macrófagos fiquem na derme por 
longos períodos (ORTONNE; BISSETT, 2008).
A hiperpigmentação axilar tem sido considerada um tipo de HPI devido ao 
alongamento e à contração axilar, o atrito da roupa na pele, depilação a laser, 
dentre outros (JAMES et al., 2006).
Os distúrbios na pigmentação são considerados a terceira razão 
mais frequente para consultas dermatológicas, contabilizando em 
média 8,5% das consultas no Brasil, principalmente por causa do 
clima quente e ensolarado na maioria das regiões do país (CESTARI; 
DANTAS; BOZA, 2014).
Figura 1 – Fotografia de hipercromia pós-inflamatória 
após aplicação de laser para depilação
Fonte: Disponível em: <http://www.dermatologia.net/cat-doencas-da-pele/
hiperpigmentacao-pos-inflamatoria/>. Acesso em: 7 jun. 2018.
108
 Estética Avançada Facial
b) Melasmas 
É uma hipermelanose comum, adquirida, simétrica, caracterizada por 
manchas acastanhadas com contornos irregulares e limites nítidos, em áreas que 
ficam expostas à radiação solar, especialmente na face, região frontal, temporal, 
supralabial e, mais raramente, no nariz, pálpebras, mento e membros superiores 
(GRIMES, 1995). 
Tal hipercromia é mais comum em pessoas que moram em áreas tropicais 
e com fototipos intermediários e indivíduos de origem oriental ou hispânica. Sua 
maior incidência é em mulheres adultas em idade fértil, podendo, porém, iniciar-se 
pós-menopausa. Geralmente, o aparecimento ocorre entre 30-55 anos (PONZIO, 
1995; GUEVARA; PANDYA, 2001). 
Na maioria dos casos, aparece durante a gravidez e é chamada de cloasma. 
Já se sabe que seu aparecimento está relacionado ao aumento das concentrações 
hormonais, em especial da progesterona. Também surge devido ao uso de 
métodos contraceptivos, tornando-se mais acentuada quando há exposição à 
radiação UV (COSTA et al., 2011).
Nos melasmas, acredita-se que haja a participação de um componente 
genético em indivíduos predispostos. Já se sabe que ocorre o acúmulo de 
melanina na epiderme e derme, observado um discreto aumento no número de 
melanócitos. 
As alterações parecem estar ligadas a uma maior expressão do hormônio 
α-MSH em queratinócitos, bem como maior expressão do fator de crescimento de 
fibroblastos e melanócitos (ORTONNE; BISSETT, 2008).
O melasma é facilmente diagnosticado no exame clínico, mas apresenta 
recidivas frequentes, além de grande refratariedade aos tratamentos. Inúmeros 
fatores estão envolvidos na etiopatogenia da hipercromia, como: gravidez, terapias 
hormonais, cosméticos, drogas fototóxicas, endocrinopatias, fatores emocionais 
e, principalmente, a exposição à radiação UV e as influências genéticas. 
Na verdade, a exposição à radiação solar parece ser o fator de maior peso 
na etiopatogenia, uma vez que as lesões de melasma se tornam mais evidentes 
durante ou após a exposição solar (GRIMES, 1995).
109
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Figura 2 – Fotografias de pacientes com melasma. A. 
Glabelar, zigomático e nasal. B. Frontal e zigomático. C. 
Glabelar, zigomático, labial superior e mentoniano
Fonte: Extraído de Miot et al. (2009).
Fisiopatologia do melasma 631
An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35.
Há inúmeros fatores envolvidos, na etiologia da
doença, porém nenhum deles pode ser responsabili-
zado isoladamente pelo seu desenvolvimento. Dentre
estes: influências genéticas, exposição à RUV, gravidez,
terapias hormonais, cosméticos, drogas fototóxicas,
endocrinopatias, fatores emocionais, medicações anti-
convulsivantes e outros com valor histórico. Porém,
parece que predisposição genética e exposição às
radiações solares desempenham um papel importan-
te, tendo em vista que as lesões de melasma são mais
evidentes, durante ou logo após períodos de exposi-
ção solar.7,60,62,63,68-70
Sacre et al., investigando o melasma idiopático,
concluiu que as reservas tireotrófica, prolactínica e
gonadotrófica apresentaram-se normais e, como
observou, as funções ovariana e tireoidiana, também,
normais, logo, não foi possível estabelecer correlação
entre os níveis hormonais encontrados e essa forma
de melasma.71
Ao contrário do que ocorre na gravidez, o
melasma induzido por anovulatórios não involui com
suspensão da droga e, entre as pacientes que o apre-
sentaram pelos contraceptivos, 87% também o tinham
manifestado em gestações anteriores.63
A predisposição genética tem sido sugerida
pelos relatos de ocorrência familiar. Um fator racial
tem sido relatado pela ocorrência comum de melas-
ma, nos pacientes de origem hispânica. Sanchez et al.
identificaram história familiar em mais que 20% dos
casos estudados, e todas as pacientes referiram exa-
cerbação pela luz solar e uso de cosméticos.59,72
Vale destacar que a melasma é uma das derma-
toses inestéticas das quais determinam a grande pro-
cura ao atendimento dermatológico especializado,
embora represente, somente, uma anormalidade
comum e benigna da pigmentação. Talvez, isso se
explique pela natureza cosmeticamente desfigurante
e pelos efeitos emocionais e psicológicos nos indiví-
duos acometidos pelo problema, os quais, muitas
vezes, em virtude da insatisfação com a aparência, aca-
bam se privando do convívio social, inclusive com
casos de suicídio relatados.65-67,69
Embora a afecção tenha uma conotação, muitas
vezes, somente do ponto de vista estético, com tal
preocupação, pode ser muito importante e impactan-
te na vida social, familiar e profissional dos indivíduos
acometidos, provocando efeitos psicológicos que não
podem ser negligenciados.65,73
Em 2003, o MELASQoL, um novo instrumento
de qualidade de vida relacionado à saúde para mulhe-
res com melasma, foi publicado por Balkrishnan e
colaboradores. Tal instrumento foi validado e
demonstrou utilidade para monitorar o impacto, cau-
sado pelo melasma, na qualidade de vida dos pacien-
tes. Os principais setores da qualidade de vida, que se
mostraram afetados pelo melasma, foram: a vida
social, a recreação e o lazer e o bem-estar emocional.
Em 2006, tal instrumento foi traduzido para o portu-
guês e adaptado culturalmente, de acordo com as
regras estabelecidas pela Organização Mundial da
Saúde.65-67,74
O tratamento do melasma é geralmente insatis-
fatório, pela grande recorrênciadas lesões e pela
ausência de uma alternativa de clareamento definiti-
vo. Estudos clínicos controlados indicam a fotoprote-
ção e uso de clareadores como as medidas de primei-
A B C
FIGURA 7: Fotos clínicas de pacientes com melasma, demonstrando as principais topografias acometidas. 
A. Glabelar, zigomático e nasal. B. Frontal e zigomático. C. Glabelar, zigomático, labial superior e mentoniano
c) Sardas ou efélides 
Consistem em pequenas manchas de cor castanho-amarelado que se 
manifestam, geralmente, na infância e adolescência após exposição solar, 
disseminadas no rosto e nas partes descobertas do corpo. Surgem de um caráter 
protetor da pele, oriundo de um aumento de melanina na camada basal devido à 
hiperatividade dos melanócitos, sem alteração no número (BEZERRA, 2007).
As pessoas de fototipos de pele mais clara e avermelhada são mais 
propensas ao desenvolvimento de sardas (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2013).
Análises histológicas demonstram que as efélides são constituídas por 
um aumento da melanina na epiderme, sem a proliferação melanocítica ou 
alongamento epidérmico. Elas, normalmente, são máculas bem circunscritas, 
que ocorrem comumente na face, costas e ombros superiores, poupando as 
membranas mucosas (TAÏEB; BORALEVI, 2007).
Devido aos altos índices do aparecimento de hipercromias durante 
a gravidez, é importante você estudar um pouco mais sobre o assunto. 
Acesso em: <http://tcconline.utp.br/media/tcc/2017/05/ALTERACAO-
MELANOCITICA-NA-GESTACAO.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2018.
110
 Estética Avançada Facial
Figura 3 – Fotografia de efélides no ombro
Fonte: Disponível em: <http://www.dermatologia.net/cat-doencas-
da-pele/efelides-sardas/>. Acesso em: 7 jun. 2018.
d) Lentigos
Lentigens ou lentigos são pequenas manchas bem delimitadas que surgem 
pelo aumento tanto na quantidade quanto no número de melanócitos na epiderme. 
Diferentes dos demais tipos, os lentigos não se alteram pela exposição solar 
(AZULAY, Rubem; AZULAY, Luna, 2006).
Tal tipo de hiperpigmentação é caracterizado pelos pontos hiperpigmentados 
que ocorrem nas regiões do corpo que são cronicamente expostas ao sol, 
como as mãos, braços e a face. Assim, a exposição crônica da pele à radiação 
ultravioleta é um fator de grande impacto etiopatogenético nessa patologia. É 
bastante comum em mãos de pessoas idosas, chamados de lentigos senis.
A aparência característica escurecida tem como uma das principais causas 
a internalização da melanina depositada na derme pelos macrófagos. Ainda, a 
modificação na expressão genética de queratinócitos e melanócitos que compõem 
a região das lentigens também constitui um outro fator importante na etiologia dos 
lentigos. Já se sabe que nessas regiões escurecidas ocorre incremento nos níveis 
de RNAm, que fará a codificação de proteínas no processo de melanogênese 
(ORTONNE; BISSETT, 2008).
111
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Figura 4 – Fotografia de lentigo senis
Fonte: Adaptado de Goldsmith et al. (1999).
Atividade de Estudos:
 1) Cite 4 fatores que podem desencadear o aparecimento de 
hipercromia.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Você possui, ou já possuiu, algum tipo de hiperpigmentação 
na pele do seu rosto? Você percebeu quando a hiperpigmentação 
surgiu? Costuma usar filtro solar? Você se incomoda com a 
hiperpigmentação? Já realizou algum tratamento para tratar/atenuar 
essa hiperpigmentação?
112
 Estética Avançada Facial
 2) Explique o que é melasma.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 3) Diferencie efélides de lentigos.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
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____________________________________________________
Tratamentos
A maior parte dos tratamentos é baseada no princípio de promover uma 
renovação celular. De acordo com a intensidade de ação e o método de escolha, 
o procedimento escolhido poderá ter um caráter mais ou menos penetrante.
a) Aplicações tópicas
Os tratamentos estéticos que causam descamação de leve à moderada da 
pele vêm sendo amplamente utilizados durante as últimas décadas para a melhora 
da aparência da pele, tanto por causa das imperfeições, cicatrizes, quanto pela 
presença de hipercromias.
O termo peeling vem do inglês e significa descamar. Seus principais efeitos 
são o afinamento e a compactação do estrato córneo, o aumento da espessura 
da epiderme, a diminuição da oleosidade e a dispersão da melanina da epiderme 
(BORGES; SCORZA, 2016).
O peeling físico é empregado com o objetivo de proporcionar o lixamento da 
pele. Segundo Borges e Scorza (2016), os mais empregados são:
• Peeling de cristal: emprega jateamento de cristais de polietileno ou alumínio 
para “lixar” a pele.
• Peeling de diamante: emprega uma ponteira na forma de lixa associada a um 
vácuo, passada levemente sobre a pele.
113
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
• Peeling ultrassônico: emprega ondas ultrassônicas com o objetivo de extrair 
a camada mais superficial da pele.
O peeling mais utilizado é o químico, também chamado de peeling ácido. 
Existem vários ácidos que podem ser empregados nessa técnica, sendo os mais 
comuns: ácido glicólico, mandélico, kójico, retinoico, salicílico, hidroquinona, 
dentre outros. 
b) Microdermoabrasão
A microdermoabrasão é uma técnica bastante antiga, que foi desenvolvida 
em 1905 pelo dermatologista alemão Kromayer. A técnica apresenta como 
principal vantagem a rapidez da sua aplicação. Nela ocorre a projeção na pele de 
microcristais de óxido de alumínio (MAIO, 2004).
 
A técnica é constituída por uma esfoliação não cirúrgica executada de 
forma não invasiva. Após sua aplicação, ocorre a aceleração da mitose celular, 
promovendo renovação da pele e reduzindo marcas/sequelas da pele. No entanto, 
existem poucos trabalhos que tratam do emprego da microdermoabrasão, apesar 
dela demonstrar bons resultados nos casos de hiperpigmentação (BORGES, 2010).
Ela é realizada com o auxílio de um equipamento mecânico gerador de pressão 
negativa e pressão positiva simultâneas. Os microgrânulos de óxido de alumínio, 
que são quimicamente inertes, são jateados pela pressão positiva na superfície da 
pele em uma velocidade controlada, e têm o objetivo de promover uma espécie 
de erosão nas camadas da epiderme. Simultaneamente, os resquícios desses 
microgrânulos e de células córneas são sugados pela pressão negativa.
Segundo Borges (2010), outro equipamento utilizado para aplicação da 
técnica é composto por uma manopla com diferentes ponteiras diamantadas 
de granulometrias diferentes, chamado peeling de diamantes. Na prática, a 
pressão negativa faz com que a pele seja sugada e o lixamento realizado pelos 
movimentos do terapeuta.
Uma grande vantagem da microdermoabrasão é que as peles negras podem 
ser submetidas ao processo, sem sequelas indesejáveis. A técnica também não 
limita o paciente à rotina habitual (BORGES, 2010).
A microdermoabrasão pode ser aplicada em todos os tipos de pele e fototipos 
cutâneos (KEDE; SABATOVICH, 2004). No entanto, ela está contraindicada em 
pacientes com lesões de pele com processos inflamatórios associados.
114
 Estética Avançada Facial
c) Peeling químico
O peeling químico é uma técnica de aplicação tópica de uma solução ácida 
que provocará diferentes graus de “lesão” na pele, conforme a concentração e 
acidez.Age na epiderme desde a camada córnea até a camada basal.
Consiste em um procedimento que ocasiona a esfoliação e descamação da 
epiderme através da aplicação de ácidos com pH inferior ao da pele (pH < 5,0). 
Sua aplicação promove melhora da elasticidade, viscosidade, textura e estimula 
a produção de novas células para substituírem as lesionadas pelo ácido (KEDE; 
SABATOVICH, 2004; PIMENTEL, 2008).
Esse procedimento age estimulando o crescimento epidérmico mediante 
remoção do estrato córneo, provocando a destruição de camadas específicas 
da pele lesada e substituindo-as por um tecido mais normalizado e induzindo 
no tecido uma reação inflamatória mais profunda que a necrose produzida pelo 
agente esfoliante. Segundo Glogau (1994), as indicações mais comuns para o 
peeling químico são:
• Cicatrizes superficiais.
• Manchas hipercrômicas pós-inflamatórias.
• Acne vulgar até grau II.
• Discromias: efélides, lentigos e melasmas.
• Estrias.
Os peelings químicos podem ser classificados conforme o quadro a seguir. A 
classificação se baseia no grau de profundidade que o ácido consegue atingir nas 
camadas da pele.
Quadro 1 – Classificação dos peelings químicos 
segundo o grau de profundidade atingido
Nível de peeling Profundidade Algumas substâncias empregadas
Muito superficial – Nível I 
(esfoliativo)
Afina ou remove o estrato 
córneo e não cria lesão abaixo 
do estrato granuloso.
– Ácido salicílico 10%
– Ácido glicólico 10 a 15%
– Ácido tricloroacético 5 a 10%
– Ácido retinoico 1%
– Ácido mandélico 10%
Superficial – Nível II (epidér-
mico)
Cria necrose de parte ou de 
toda epiderme em qualquer 
região do estrato granuloso 
até a camada basal.
– Ácido salicílico 20%
– Ácido glicólico 20 a 30%
– Ácido tricloroacético 15%
– Ácido retinoico 3%
– Ácido mandélico 30%
115
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Médio – Nível III (dérmico 
papilar)
Cria necrose da epiderme e 
de parte ou de toda a derme 
papilar ou reticular superior.
– Ácido salicílico 40%
– Ácido tricloroacético 30%
– Fenol modificado
Profundo – Nível IV (dérmico 
reticular)
Cria necrose da epiderme e da 
derme papilar, que se estende 
até a derme reticular média.
– Fenol modificado
– Miltipeel ®
Fonte: Adaptado de Borges e Scorza (2016).
É importante ressaltar que quanto maior for a concentração do ácido, maior 
será seu efeito na pele, mas também maior a chance de irritação. Outro ponto 
importante é o tempo de aplicação: quanto maior o tempo de contato do ácido 
com a pele, maiores os riscos de lesões. 
Devemos ter atenção com a aplicação em regiões como o sulco nasogeniano, 
comissura labial, cantos da boca e do nariz, pálpebras e queixo. Por serem áreas 
mais sensíveis, pode ocorrer maior penetração do ácido, causando lesões mais 
intensas, que poderão gerar manchas hipercrômicas (BORGES; SCORZA, 2016). 
Segundo Borges e Scorza (2016), as principais contraindicações dessa técnica são:
• Herpes ativa ou não.
• Ferimentos na pele.
• Hipersensibilidade/alergia ao ácido utilizado.
• Não aplicação em mucosas (boca, nariz).
• Peles bronzeadas, dentre outras.
Compreenda a aplicabilidade do peeling químico em 
tratamentos faciais. Disponível em: <https://www.mastereditora.com.
br/periodico/20130929_214058.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2018.
Veja os prós e contras do uso do peeling químico. Disponível 
em: <https://www.saudedicas.com.br/beleza-e-estetica/peeling-
quimico-pros-e-contras-1441599>. Acesso em: 13 jun. 2018.
116
 Estética Avançada Facial
Recursos Terapêuticos
Além das aplicações tópicas estudadas, também existem recursos 
terapêuticos que podem ser empregados no tratamento das hipercromias. 
Estudaremos dois dos mais empregados atualmente, que são baseados em 
fototerapia. 
A fototerapia incorpora o efeito de calor produzido através de flashes, 
emissões de luz. Para entendermos o princípio das técnicas, é importante 
relembrarmos que a luz é uma onda de radiação eletromagnética de amplo 
espectro que transporta energia em quanta, conhecida como fóton (HALLIDAY; 
RESNICK; WALKER, 2006).
Quando um feixe de luz atinge um corpo, ele está bombardeando os átomos 
da matéria que compõem esse corpo com fótons que, ao atingirem os elétrons, 
fazem com que eles se desprendam da sua camada orbital, fazendo uma 
migração que torna o átomo instável e obrigando o elétron a retornar para sua 
camada orbital a fim de reestabelecer o estado de equilíbrio. Contudo, quando ele 
retorna para camada original, produz um quantum de energia, o qual é dissipado 
em forma de calor ou de luz, emitindo um novo fóton (HALLIDAY; RESNICK; 
WALKER, 2006).
a) Luz intensa pulsada
Ocorre o emprego de luz intensa de flash, que é controlada por sistemas 
microprocessados. Segundo Borges (2010), essa radiação apresenta as seguintes 
características:
• Policromaticidade: mistura de duas ou mais cores (diferente do laser que é 
monocromático).
• Incoerência: a energia é emitida em todas as direções.
• Não colominado: luz apresenta divergência angular, sem ponto focalizado.
• Reflexão da luz: refletida na epiderme.
• Transmissão: a luz passa pelo tecido alvo dependendo do comprimento de onda.
• Dispersão ou Espalhamento: luz apresenta direção desordenada em uma área 
maior e mais profunda ao se chocar com o cromóforo alvo, promovendo difusão 
pelo tecido.
• Absorção: ocorre retenção da energia luminosa pelos componentes fotorreceptivos 
chamados de cromóforos (melanina, hemoglobina, colágeno e água).
Quando a luz intensa pulsada incide no tecido, parte dela é absorvida e outra 
parte é dispersa. A energia luminosa absorvida é transformada em calor e provoca 
117
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
a coagulação do tecido, ativação de reações químicas e com uma lesão somente 
no tecido-alvo, devido à combinação do comprimento de onda com a duração do 
pulso luminoso (RAULIN; SCHROETER, 1997; ROSS, 2006).
A técnica é empregada no tratamento de rosácea e lentigos, uma vez que a 
luz intensa pulsada é absorvida tanto pela melanina, como pela oxi-hemoglobina. 
Assim, ocorre uma vasoconstrição no local que bloqueia a passagem do fluxo e lise 
dos melanossomas, ocasionando posterior descamação do local e clareamento. 
Um estudo realizado por Kawana, Ochiai e Tachihara (2007), empregando 
seis aplicações de luz intensa pulsada durante quatro semanas, demonstrou 
eficácia do tratamento em 92% dos voluntários que apresentavam rosácea e em 
67% nos voluntários que apresentavam lentigos senis.
Estudo realizado por Rojanamatin e Choawawanich (2006) realizaram um 
estudo em pacientes com acne inflamatória facial e demonstraram que o uso 
da técnica no tratamento das cicatrizes de acne promove melhora significativa 
superior a 75% das cicatrizes em tais pacientes.
Segundo Borges (2010), os principais cuidados após a aplicação da luz 
intensa pulsada são:
• Aplicação de compressas geladas ou cosméticos calmantes na área tratada.
• Utilização de bloqueador solar e evitar, ao máximo, exposição ao sol durante o 
tratamento e até um mês após o seu término.
• Pele deve ser hidratada diariamente.
• O uso de maquiagem deve ser evitado.
• Distanciamento da água quente.
• Respeito aos intervalos mínimos de 21 dias entre as sessões.
Apesar de ser segura e amplamente empregada, segundo Ross (2006) e 
Osório e Torezan (2009), a aplicação da luz intensa pulsada é contraindicada em 
algumas situações:
• Pessoas que fazem uso de isotretinoína, corticoides e anticoagulantes há mais de 
3 meses, além de medicamentos anti-inflamatórios não hormonais, dentre outros.
• Pessoas que fazem uso de medicamentos fotossenbilizantes.
• Pessoas com bronzeados oriundos de exposição contínua à radiação UV há 
pelo menos 4 semanas anteriores ao tratamento.
• Diabetes descontrolada.
• Gestantes e lactantes.
• Peles com sinais de infecção ou inflamação.
• Neoplasias e metástases.
118
 Estética Avançada Facial
b) Laser fracionado
A palavra laser vem doinglês Light Amplification by Stimulated Emission 
of Radiation. Seu uso terapêutico iniciou na década de 1990. Apesar de hoje ter 
uso disseminado nas terapias antienvelhecimento, ele também é empregado no 
tratamento de algumas hipercromias.
Segundo Mattos et al. (2009), os usos dos lasers ablativos, por removerem 
a epiderme e a derme superficial, geram a possibilidade de alcance da derme 
profunda, gerando calor acentuado, aquecendo a água contida na derme profunda, 
reduzindo a elastose actínica e promovendo a neocolagênese. Contudo, surgiram 
os lasers fracionados, que são mais seguros e causam menos efeitos colaterais. 
Os lasers fracionados não removem a epiderme (não ablativos) e apresentam 
menor afinidade pela água. Devido ao menor comprimento de onda, o estímulo à 
produção de colágeno fica mais limitado (OSÓRIO; TOREZAN, 2009). Devemos 
sempre avaliar a pele do paciente para, então, definir qual o melhor método.
Quando aplicado na pele, o laser fracionado faz com que o cromóforo 
(molécula que absorve a luz) gere calor, produzindo uma reação térmica capaz de 
destruir o tecido. Determinado tipo de laser tem grande influência, sendo que os 
feixes ocasionam colunas de lesões térmicas alternadas com colunas de tecidos 
íntegros (que não sofreram ação). 
É do tecido sadio que migrarão os queratinócitos, que promoverão uma rápida 
reepitelização, reduzindo o risco de cicatrizes e hipercromias (BODERDORF 
et al., 2009). Haverá um novo tecido no local da aplicação do laser sem a 
hiperpigmentação de antes.
O aumento da temperatura na derme, que fica entre 60 ºC a 100 °C, ocasiona 
a vaporização das células e a desnaturação do colágeno estimulando, assim, a 
reorganização e a contração dele. Ainda, também ocorre a dissipação de energia 
pela formação de radicais livres que se ligarão às células sadias lesionando-as 
(BORGES; SCORZA, 2016). É importante ressaltar que, como há pouca água 
na camada córnea, ela permanece intacta na coluna de lesão, o que diminui os 
riscos de lesão e infecções (HORIBE, 2000).
Segundo Borges e Scorza (2016), a profundidade do dano térmico depende 
da energia liberada por área de tecido em um intervalo de tempo e número de 
pulsos estacionados em cada região tratada. 
Para o tratamento de manchas hipercrômicas, Borges e Scorza (2016) 
sugerem o uso do Erbium fracionado (Pixel), pois promove a remoção das 
manchas e minimiza o efeito rebote de hiperpigmentação devido ao mínimo efeito 
térmico residual que causa.
119
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Devido ao fato da melanina ser o principal cromóforo da epiderme, existirão 
incrementos na sua produção e na atividade citocrínica, transferindo melanina 
do melanócito para o queratinócito. As células basais ascendem pelo estrato 
epidérmico e são eliminadas junto aos queratinócitos por descamação. 
Assim, o excesso de pigmento depositado nas células será gradativamente 
eliminado. Então, entendemos que após a aplicação do laser, observamos uma 
hiperpigmentação transitória seguida de descamação (KEDE, 2004; BODENDORF 
et al., 2009).
Em pessoas com fototipo acima de III, é sugerido o uso de clareadores como 
a hidroquinona, tretinoína e ácido glicólico durante quinze dias antes da aplicação 
do laser fracionado, com o objetivo de prevenir o risco do desenvolvimento de 
hiperpigmentação pós-inflamatória (BORGES; SCORZA, 2016).
Apesar de ser uma técnica eficaz, ela apresenta algumas contraindicações 
que estão relacionadas no quadro a seguir:
Quadro 2 – Situações em que o laser fracionado é contraindicado
Situação Justificativa para o não uso
Herpes zoster Possibilidade de reagudizar a neuralgia.
Herpes simples ativa Piora do quadro álgico e aumento das lesões.
Acne ativa
Acentuação do processo inflamatório devido ao calor gerado pela 
radiação.
Isotretinoína nos últimos 
6 meses
Aumento do risco de formação de cicatrizes, pois o medicamento 
promove a atrofia dos anexos cutâneos que são responsáveis pela 
reepitelização.
Pressão arterial 
descompensada
Variações no parâmetro durante a aplicação devido a sensações 
dolorosas ou de calor.
Esclerodermia
Aumento da produção de colágeno que já está bastante aumentada 
pela presença da patologia.
Fototipo IV Risco de hiperpigmentação*.
Gestantes
Risco de hiperpigmentação inflamatória acentuada após a aplicação 
do laser devido ao aumento nas concentrações hormonais que já são 
fatores predisponentes para o aparecimento de hipercromias.
*A aplicação de laser deve ser evitada em todos os fototipos altos por causa do 
risco de hiperpigmentação.
Fonte: Adaptado de Borges e Scorza (2016).
120
 Estética Avançada Facial
Cuidados e Prevenção
 
O uso de protetor solar é uma das principais formas de prevenção no 
surgimento de hipercromias, uma vez que a maioria dos tipos de hipercromias 
está relacionada com a exposição à radiação solar. É importante que a aplicação 
do protetor solar seja realizada meia hora antes da exposição ao sol, com 
reaplicações e reforço sempre que necessário. Ainda, é importante lembrarmos 
do período de exposição ao sol, evitando o horário das 10h às 16h. Tais cuidados, 
além de prevenirem o surgimento, previnem que a exposição solar acentue a 
pigmentação de manchas já existentes. 
No mercado existem os filtros solares dos grupos: salicilatos, antranilatos, 
cinamatos, benzofenonas, dentre outros, que agem absorvendo as radiações 
UVA e UVB (GAEDTKE, 2011; PURIM; AVELAR, 2012). Ainda, há também os 
fotoprotetores físicos chamados de bloqueadores solares, os quais não são 
absorvidos pela pele. 
Eles formam uma espécie de filtro que reflete e dispersa a radiação UV. Têm 
amplo espectro de proteção contra a radiação UV e contêm ingredientes como 
dióxido de titânio e óxido de zinco. 
As gestantes, dadas as variações nas concentrações hormonais, podem 
ser mais propensas ao desenvolvimento das hipercromias. Assim, pelo grau de 
segurança e proteção oferecido pelos bloqueadores solares, têm o uso associado 
às peles sensíveis e à gestação (FIGUEIRÓ; FIGUEIRÓ-FILHO; COELHO, 2008; 
GAEDTKE, 2011). 
Além dos filtros e bloqueadores solares, existem também os protetores de 
barreira, que são representados pelo uso de roupas e acessórios, como boné ou 
chapéu de abas largas, óculos de sol, guarda-sol e sombrinha. 
A hipercromia cutânea periorbital, também conhecida como 
“olheira”, é um tipo de hiperpigmentação que causa incômodo aos 
pacientes e é tratada com luz intensa pulsada. Disponível em: <http://
www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/158/Hiperpigmentacao-
periorbital>. Acesso em: 14 jun. 2018.
121
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Atividade de Estudos:
 1) Explique a microdermoabrasão.
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____________________________________________________
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 2) Cite os diferentes níveis de peeling químico e o que provocam 
na pele.
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 3) Como o peeling químico age na pele?
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 4) Como a luz intensa pulsada promove o clareamento de uma 
hipercromia?
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 5) Cite 3 situações em que a luz intensa pulsada é contraindicada.
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122
 Estética Avançada Facial
 6) Explique o mecanismo de ação do laser fracionado.
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____________________________________________________
 7) Cite 3 situações em que o laser é contraindicado e explique o 
porquê.
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 8) Por que em pessoas de fototipo III é recomendado o uso de 
clareadores antes da aplicação do laser?
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Para aprofundar seus conhecimentos nos assuntos estudados, 
você pode utilizar os seguintes livros:
BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: 
conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.
GERSON, J. et al. Fundamentos de Estética 3: ciências da pele. 
10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
123
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias Capítulo 4 
Algumas Considerações
Neste capítulo, estudamos como as hiperpigmentações podem surgir na 
pele e os principais fatores que podem desencadear a patologia. Relembramos 
o processo de pigmentação da pele e novamente ficou evidente que a exposição 
à radiação solar está fortemente associada à formação e à potencialização das 
hiperpigmentações.
Ainda, compreendemos os mecanismos de ação das aplicações tópicas 
estudadas e dos recursos terapêuticos. Dentre as aplicações tópicas, estudamos 
a microdermoabrasão e o peeling químico, considerado um dos métodos mais 
utilizados atualmente. 
Em relação aos recursos terapêuticos, relembramos como a fototerapia 
age na pele a partir dos estudos sobre a ação da luz intensa pulsada e do laser 
fracionado, duas técnicas que promovem ótimos resultados no tratamento das 
hiperpigmentações.
Também conhecemos as principais indicações e contraindicações de cada 
uma das técnicas estudadas, o que tornou evidente que o uso de técnicas que 
causam danos na pele faz requerer muita atenção na aplicação, seja de recursos 
terapêuticos, seja de aplicações tópicas, pois apresentam efeitos colaterais comuns.
Ao fim desta disciplina de Estética Avançada Facial, importa que você, caro 
acadêmico, tenha em mente os principais conceitos, procedimentos e mecanismos 
de ação das diversas técnicas estudadas para que possa aplicar, na prática, os 
conhecimentos aqui adquiridos.
Referências
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